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OBSTETRICIA - fisiologia do parto, estática fetal, puerpério, intervenções cirúrgicas e neonatologia

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RESUMO – 2º BIMESTRE OBSTETRICIA
FISIOLOGIA DO PARTO
Dilatação das vias de expulsão + contrações uterinas e abdominais = PARTO.
Via fetal: caminho que o feto percorre para o parto aconteça.
· VIA FETAL OSSEA: ossos da pelve e primeiras vertebras coccígeas.
· VIA FETAL MOLE: todas as estruturas do canal do parto que não são ossos= cérvix, vagina, vestíbulo e ligamentos.
Obs: pontos críticos dessa via- vulva (conformação e tamanho) e cérvix (dilatação e presença de tortuosidades).
O PARTO
· Quem domina estimulo para o parto é o FETO
Com o passar da gestação e o desenvolvimento do feto, o ambiente uterino se torna hostil e desencadeia fatores estressantes para o feto, que por já possuir função hipotalâmica, responde a esse estresse aumentando a concentração de cortisol fetal no plasma.
O aumento do cortisol estimula a ação de enzimas que convertem a P4 em E2 e é essa mudança hormonal quem desencadeia as características dessa fêmea. Sendo assim, ao chegar no final da gestação, a P4 (que mantinha a gestação) começa a cair, exatamente no momento em que a concentração de cortisol começa a aumentar, juntamente com o E2.
O aumento de E2 tem ação direta no miométrio, aumentando sua responsividade a Ocitocina, hormônio responsável pela contração do miométrio. Além disso, o E2 também atua no relaxamento da cérvix e no complexo útero-placenta, que aumenta a produção de prostaglandinas, dentre elas: PGF2alfa, PGE e Prolactina, responsáveis juntamente com a ocitocina, relaxina e E2 por fazerem relaxamento, dilatação do canal do parto e contração do miométrio, resultando no parto.
ESTÁGIOS DO PARTO
FASE PRODRÔMICA
· pode ser observada até 7 dias antes do parto, é a fase onde observamos as alterações na fêmea gestante (inquietação, ato de fazer ninho, edema vulvar, andar característico, posicionamento fetal, entre outros), causada pelo pico de cortisol.
· Começa com o pico de cortisol e termina quando observamos o relaxamento das estruturas que circundam o canal do parto e o relaxamento dos músculos e ligamentos pélvicos, até a ruptura das membranas fetais.
FASE DE DILATAÇÃO DA VIA FETAL
· Nessa fase se inicia as contrações uterinas levando a insinuação das membranas fetais (membrana coreoalantoide), observando a completa dilatação da via fetal mole. Essa dilatação continua até que a pressão causada pelo útero empurre o alantocórion para o interior da cérvix, fazendo com que a membrana se rompa durante essa passagem, liberando o liquido alantoideano e lubrificando o canal do parto para passagem do feto.
· Essa fase se inicia com a ruptura das membranas fetais e termina com a expulsão do feto.
FASE DE EXPULSÃO DO PRODUTO
· As contrações continuam insinuando o feto para a via fetal mole. Quando o feto passa pelo canal estimula receptores do nervo pudendo presentes no canal, resultando em contração da musculatura abdominal. 
· Essa fase se inicia com a expulsão do feto e termina com a expulsão das membranas fetais pela contração abdominal.
purpério fisiológico
O puerpério é a fase pós-parto onde ocorre a eliminação da placenta e secundinas. O puerpério fisiológico consiste em mudanças fisiológicas que acontecem no útero após o parto e é dividido em duas fases:
1. Delivramento: eliminação das secundinas
O delivramento ocorre variando entre as espécies e tem seu início imediatamente após o parto e finaliza quando todas as membranas já tiverem sido eliminadas. Para isso, é necessário que dois mecanismos ocorram: A atividade contrátil do miométrio e a perda de aderência materno fetal. 
Após o parto, o útero continua suas contrações, fazendo com que as vilosidades que estavam no miométrio sejam liberadas. Além disso, alterações hormonais e vasculares fazem com que ocorra a perda da aderência materno fetal, facilitando a liberação da placenta de forma gradativa. Essa eliminação deve ocorrer antes do fechamento da cérvix.
2. Involução uterina 
Essa fase caracteriza-se pela volta do útero a condição normal e ser apto a uma nova geração. Essa involução acontece devido ao fim da liberação de P4, que antes impedia a morte celular. Sem a P4 ocorre apoptose, causando a diminuição do útero. Esse processo é relativamente rápido, sendo que de 4-5 dias pós-parto a involução já chegou a 60%, dependendo da espécie. 
Junto a involução, acontece a liberação do Lóquio, que é eliminado pela cérvix através das contrações ou absorvido pelo útero. Essa substancia é composta por restos celulares e tem consistência que vai de serosa a viscosa, com odor característico de peixe fresco, em seu estado fisiológico.
Particularidades do puerpério de cada espécie
	
	
BOVINOS
	PEQUENOS RUMINANTES
	
EQUINOS
	
SUÍNOS
	
CARNÍVOROS
	
DELIVRAMENTO
	
30 min a 12 horas
Carúnculas diminuem junto com o utéro, facilita eliminação
	
8 horas após o último feto
	
15 minutos a 2 horas pós parto
	
Junto com o nascimento do leitão ou até 4 horas pós-parto do último produto
	
Ocorre junto com o nascimento do feto
	
INVOLUÇÃO UTERINA
	
Depende da raça
Taurinas: 30-60 dias
Zebuínas:100 a 120 dias
*rápida quando amamentam e retardadas quando tem distocias, parto gemelar ou retenção de placenta
	
4 a 6 semanas pós-parto
	
10 a 14 dias pós-parto
	
-
	
Em até 12 semanas pós parto
	
LÓQUIO
	
Até 14 dias pós-parto
Desaparece totalmente 30 dias pós-parto
	
Desaparece em 8 dias pós-parto
	
1º semana de pós-parto
*pequena quantidade
Coloração amarelo chara a marrom avermelhado
	
Pouca quantidade, cor clara – eliminado por poucos dias
	
4 a 5 semanas para desaparecer
*inicia aquoso de coloração verde escura (útero verdina) e torna-se mucoso, vermelho escuro
	
RESTABELECIMENTO DOS CICLOS ESTRAIS
	
Deve ocorrer a partir do final do delivramento e da involução.
Vaca de leite: 30-70 dias 
Vaca de corte: 46-104 dias 
*amamentação prolongada aumenta o intervalo entre parto e 1ª cio.
	
Semelhante aos bovinos 
	
6 a 14 dias pós-parto
*Cio do potro
	
3 a 5 dias pós-parto: anovulatório
2 semanas em fêmeas que não amamentam *fértil
	
Gatas: 20-30 dias pós parto
ESTÁTICA FETAL
Disposição do feto no interior do útero bem como sua postura no momento do parto. Essas informações são fundamentais para instituir um diagnóstico, prognóstico e tratamento das distocias fetais. A estática é descrita pela relação do feto com a mãe (disposição dos eixos) e envolve 3 fatores: apresentação, posição e atitude.
APRESENTAÇÃO
É a relação entre os eixos longitudinais (colunas vertebrais) do feto e da mãe. Pode ser:
· Longitudinal: anterior ou posterior
· Transversal: dorsal ou ventral
· Vertical: dorsal ou ventral
POSIÇÃO
É a relação entre os dorsos do feto e da mãe. Pode ser:
· Superior: dorso do feto e da mãe
· Inferior: ventre do feto e da mãe
· Lateral: direita ( dorso do feto e parede abdominal direita da mãe) ou esquerda (dorso do feto e parede abdominal esquerda da mãe)
ATITUDE
É a relação entre a cabeça e os membros do feto com seu próprio corpo. Pode ser:
· Estendida
· Flexionada ou fletida
ESTÁTICA FETAL NORMAL
- 95% dos grandes animais: apresentação longitudinal anterior, posição superior e atitude estendida. Isso é o fisiológico para todas as espécies.
- Carnívoros e suínos: apresentação longitudinal anterior bem como apresentação longitudinal posterior, e posição superior, é considerado normal nessas espécies.
DISTOCIAS 
Alterações na estática fetal, podem ser corrigidas por manobras obstétricas.
MANOBRAS OBSTÉTRICAS
- RETROFLEXÃO: consiste em empurrar o feto para dentro do utero, para assim ter espaço para corrigir o posicionamento manualmente.
- EXTENSÃO: estender estruturas flexionadas em postura incorretas, podendo usar correntes obstétricas como auxilio.
- VERSÃO: alterações de apresentação transversa ou vertical para longitudinal *conjunto de manobras para corrigir estática.
- TRAÇÃO: força exercida para auxiliar o parto, quando as contrações não sçao suficientes para expulsão do bezerro.
* força não pode ultrapassar a de 2-3 pessoas
*deve levar em consideração: proporção do feto, grau de dilatação da viafetal, lubrificação do canal do parto, estática fetal (deve ser corrigida primeiro) e a presença de eventuais obstáculos.
CONDUTAS PARA MANOBRAS
· Usar somente correntes e/ou cordas esterilizadas; 
· Colocar as correntes sempre acima dos boletos; 
· Membros devem ser fixados separadamente;
· Cuidado para que membranas fetais não sejam fixadas junto com os membros (lacerações no útero).
· Observar e acompanhar contrações abdominais para exercer a tração. 
· Direção da tração deve obedecer a anatomia
· SEMPRE TRACIONAR O FETO EM ARCO, EVITANDO FORÇA EXCESSIVA 
· SEMPRE PROTEGER O PERÍNEO, EVITANDO RUPTURAS PERINEAIS 
· REALIZAR EPISIOTOMIA, SEMPRE QUE NECESSÁRIO
INTERVENÇÕES OBSTÉTRICAS
INTERVENÇÕES FARMÁCOLÓGICAS
· BOVINOS
Nessa espécie, a intervenção farmacológica pode ser realizada a partir dos 270 dias de gestação, utilizando-se de:
– PGF2alfa: Dinoprost: 25 a 30 mg; Cloprostenol: 500 μg
– Glicocorticóides: Dexametasona 20 a 40 mg; Fluometasona 10 a 20 mg + ou não PGF2alfa.
Podendo apresentar as seguintes complicações: Nascimento de bezerros prematuros, retenção dos anexos fetais e diminuição na produção de leite.
· EQUINOS
Pode ser realizada a partir dos 330 dias de gestação, utilizando-se de:
– Ocitocina: 40 a 80 UI IV lenta, 10 a 20 UI IV cada 20 minutos ou 10 a 20 UI IM até 3 vezes.
– Estrógeno: 10 a 30 mg 8 a 12 h antes da ocitocina → para relaxamento cervical.
– Corticosteróides: Dexametasona 100 mg SID por 4 dias → auxilia a maturação fetal.
Pode apresentar as seguintes complicações: Nascimento de potros prematuros, redução na transmissão da imunidade passiva, hiperestimulação de espasmos endometriais, deslocamento precoce dos anexos fetais, distocia e retenção dos anexos fetais.
· CAPRINOS
Pode ser realizado com 140 a 144 dias de gestação, onde o parto ocorrerá 30-40 horas após a indução. Nessa espécie usa-se os seguintes fármacos:
– PGF2alfa: Dinoprost: 20 mg; Cloprostenol: 125 μg IM; D-cloprostenol: 75 μg IM ou então D-cloprostenol (75 μg IM) + após 30 horas Carbetocina (15 μg IM).
· OVINOS
– Estrógenos: Benzoato de estradiol 20 mg → parto ocorre após 38 horas da aplicação.
– Glicocorticóides: Dexametasona 16 mg → parto ocorre após 44 horas.
· SUÍNOS
A intervenção farmacológica pode ser realizada a partir dos 112-113 dias de gestação, utilizando: 
– PGF2alfa: Dinoprost: 10 mg IM; Cloprostenol: 175 μg IM → Parto acontece 24 horas após
– 10 mg de Benzoato de estradiol 24 horas antes do Cloprostenol → relaxamento da cérvix
– PGF2alfa + 10 UI de ocitocina 24 h após → reduz tempo de parto.
· GATAS E CADELAS
Ideal realizar a indução após 57 a 58 dias de gestação, porém pode ser feita com 55 dias, quando os fetos apresentando maturidade no US (dilatação gástrica e 120-180batimentos bpm. Nessas espécies pode-se utilizar: 
– Ocitocina: Estimula as contrações uterinas e expulsão fetal.
· 1-5 UI/IV ou 2,5-20 UI/IM ou SC em cadelas e 0,5-3 UI/IM ou IV em gatas, em intervalos de 30 a 40 min (máx. 4 aplicações).
– Gluconato de cálcio: Aumenta a força de contração uterina
· 0,2-1,5 mL/kg/IV (cadelas 2-20 mL e gata2-5 mL).
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
EPISIOTOMIA
É a abertura dos lábios vulvares para permitir a passagem do feto quando a rima vulvar não é compatível com seu tamanho. Esse procedimento necessita de uma higienização rigorosa e de bloqueio anestésico local.
Técnica: Incisão única ou em V (grandes animais), sempre na comissura dorsal da vulva. Após a retirada do produto é feita sutura da mucosa e pele, seguindo padrão de sutura escolhido pelo profissional (preferencialmente separado).
CESARIANA
Na veterinária não existe cesariana eletiva! A fêmea preia passar pelos processos fisiológicos do parto para intender que é mãe, e por isso, realização de uma cesariana só acontece em último caso, exceto quando já se sabe que ela será necessária (clonagens, monstruosidades fetais).
Em grandes animais a cesariana pode ser feita em estação via flanco ou em decúbito esternal (via paramamária) e decúbito lateral (via flanco). Em éguas é sempre preferível a via paramamária em centro cirúrgico. É necessária anestesia peridural (ou paravertebral no caso de abordagem via flanco) + bloqueio local, podendo-se adicionar Xilazina nos casos em que o animal seja agressivo. Nessas espécies a técnica cirúrgica consiste em: incisão de 20-30 cm seguida de exteriorização da curvatura maior do útero. Em seguida localiza-se a parte palpável do feto, onde se realizara incisão evitando placentônios e áreas vascularizadas. Rompe-se as membranas fetais e retira-se o produto. É necessário remover os envoltórios fetais das bordas da ferida para que estas não sejam suturadas junto com o útero. Por fim, confere se não há mais fetos e realiza sutura invaginante em dupla camada, lava a área com solução fisiológica e reposiciona o útero na cavidade abdominal, que é fechada como de costume.
Já nos pequenos animais, a abordagem é feita pela linha média, onde o útero é completamente exteriorizado. A abertura é feita ventralmente próximo a junção do corno com o corpo uterino. Os fetos são empurrados pelo corno até essa única abertura e após verificar que todos foram removidos, realiza-se a sutura do útero com fio absorvível e por fim fecha-se o abdome. No pós-operatório é indicado administração de antibióticos e antinflamatórios não esteroidais.
Se a fêmea não for matriz, é recomendada a castração.
FETOTOMIA
É uma operação cruenta no feto dentro do útero com o objetivo de reduzir seu tamanho, realizada por meio de cortes em pontos estratégicos (articulações- evita ponta de osso e lacerações uterinas) utilizando-se de materiais específicos (fetotômos) e posterior remoção das secções cortadas
A fetotomia é indicada quando há fetos grandes, MORTOS, corretamente insinuados, mas que não permitem retirada por tração; em distocias de origem fetal não passiveis de correção e tração forçada e no caso de monstruosidades fetais.
*ambas intervenções têm como metas a retirada do feto vivo, e preservar a vida da mãe bem como sua vida reprodutiva futura. Quando é necessário se optar por um ou por outro, a decisão é sempre do tutor. *
NEONATOLOGIA de pequenos animais
A ruptura de membranas fetais, limpeza das narinas e boca (aspiração de vias aéreas superiores), massagem torácica (estimula respiração pulmonar) e cura do umbigo (iodo 2% ajuda na cicatrização que evita contaminação), são fatores que, em condições fisiológicas, a mãe realizaria, mas em alguns casos é necessária intervenção humana.
Além disso, outros cuidados devem ser tomados, como por exemplo a temperatura dos neonatos, que deve se manter estável. Para isso pode-se fazer uso de incubadoras, tapetes térmicos, cobertores e etc., afim de manter esses animais aquecidos. É necessário realizar acompanhamento periódico da temperatura, que deve se manter em torno de 37ºC. Apesar disso, o ambiente em que os neonatos estão precisam de ventilação passiva.
Outro cuidado importante, diz respeito ao ganho de peso, que apesar da diferença normal entre o tamanho dos filhotes na ninhada, deve seguir o seguinte padrão: cães devem ter ao 10-12º dia de vida, o dobro do peso com que nasceu (ou seja, ganhar 5-10% do PV ao nascimento/dia). Já os gatos devem apresentar o dobro do peso em que nasceram no 14
º dia de vida (deve ganhar 7g do pv/dia).
Ao se falar de neonatos é muito importante conhecer o conceito de ORFÃO. Esse termo refere-se aos animais que tenham ausência de quaisquer fatores que deveria ser fornecido a cria pela mão (proteção, nutrição, educação, calor, estímulo e socialização). Em qualquer nível de orfandade é ideal que esse animal tenha uma mãe adotiva, preferencialmente da mesma espécie. Na ausência dessa mãe, quem fará os cuidados com o neonato é o tutor ou o veterinário.
ALIMENTAÇÃO
Importante sempre ficar atento aos sinais de falha no manejo nutricional (choro constante, prostração e falha no ganho de peso), visto que grande número dos óbitos neonatais estão relacionados a essas falhas.
COLOSTRO 
É essencial nessa fase da vida do animal e quando se trata de animais órfãos o idealé que eles tenham uma ama de leite (mãe que acabou de parir e tem colostro disponível). Quando essa alternativa não é possível, pode se fazer a administração do soro de um animal adulto, sadio e vacinado. Se esse soro for ofertado em até 12 horas após o nascimento, ele pode ser feito por via oral (20ml/kg). Caso a administração seja feita após esse período, deve-se utilizar a via subcutânea (20ml/kg) ou intraperitoneal (50ml/kg em 3 doses a cada 8 horas).
alimentação substitutiva 
Deve ser feita nos casos em que as demais alternativas não são viáveis, podendo fazer uso dos sucedâneos (formulações substitutivas que já vem prontas) ou de receitas caseiras, visto que essas alcançam valores nutricionais semelhantes aos fisiológicos. Essa alimentação deve ser administrada com mamadeiras devido aos seus benefícios, como evitar falsa via e manter o animal na posição fisiológica.
RECEITAS CASEIRAS
Cadelas: 500 g de leite de vaca + 200 ml de creme de leite + 1 gema de ovo + 2000 UI de Vit. A + 500 UI de Vit. D + 2 gotas de limão (ajuda quebrar a lactose e equilibra o Ph).
Gatas: 90 ml de leite condensado + 120 ml de iogurte integral + 3-4 gemas de ovo + 30 ml de água.
FREQUENCIA DE ADIMINISTRAÇÃO
	0-2 DIAS
	8X/dia ( a cada 3 horas)
	2-7 DIAS
	6X/dia ( a cada 4 horas)
	7-15 DIAS
	5X/dia ( a cada 5 horas)
	15 DIAS – DESMAME
	4X/dia ( a cada 6 horas)
Por fim é importante ressaltar que nos neonatos a defecação e micção só ocorre frente ao estimulo materno de lamber. No caso dos animais órfãos, é necessário realizar o estímulo anogenital até a 3º semana de vida. Esse estimulo pode ser feito com algodão úmido, na região do anus e vulva/prepúcio.
NEONATOLOGIA de grandes animais
Cortisol tem grande importância na neonatologia – é essencial para maturação final de alguns órgãos, principalmente PULMÃO (produção de substancias surfactantes). Esse hormônio diminui a tenção superficial nos alvéolos evitando o colabamento, fazendo a impermeabilização desses alvéolos.
CUIDADOS COM NEONATO RUMINANTE
DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AEREAS
Feita através da limpeza da região do nariz e boca, retirando o liquido amniótico. Há também a possibilidade de deixar esse animal de cabeça para baixo, para que o liquido que ainda estiver nas vias aéreas superiores sejam eliminados pela gravidade. Leves movimentos de pendulo também podem ser feitos afim de mimetizar o parto normal. Massagem na região do tórax auxilia a movimentação dos pulmões e expulsão dos líquidos e a fricção na região dorsal com panos secos e limpos estimula a respiração pulmonar e o mantem seco.
LIMPEZA E TERMORREGULAÇÃO
Ajuda o neonato a manter a temperatura – pode ser feita secando-o com panos limpos, usando aquecedores, campânulas, secadores de cabelo, cobertores, garrafas aquecidas etc. OBS: importante sempre acompanhar a temp.
MECÔNIO
É a primeira defecação do animal, normalmente eliminado- horas p.n. Intervir se o mecônio não for eliminado no 1º dia. Neonatos que nascem recobertos por mecônio requerem atenção especial- indica que o parto demorou mais do que devia e ele pode ter aspirado esse mecônio, deve-se ficar atento aos parâmetros fisiológicos para detectar qualquer alteração. 
COLOSTRO
Ruminantes tem a placenta sinepteliocoreal que dificulta a passagem de imunoglobulinas e por isso esses animais nascem agamaglobulêmicos, dependendo apenas do colostro para receberem as imunoglobulinas.
O ideal é que esse neonato mame na mãe ou na ama de leite, na falta dessas alternativas recorremos ao BANCO DE COLOSTRO. É preferível ofertar o colostro com mamadeiras, sempre na postura fisiológica de mamada (evita goteira esofágica, falsa via). O fornecimento deve ocorrer entre 6-12 horas após o nascimento, período em que há absorção máxima das imunoglobulinas. O ideal é fornecer 10% do peso vivo em colostro, ou então 2,5L/animal.
*banco de colostro: cuido com tempo de armazenamento. Descongelamento sempre em banho-maria, não ultrapassando 55ºC.
CURA DO UMBIGO
Quando necessária a ruptura manual deve ser feira por esgarçamento, sem a necessidade de ligaduras. A limpeza e desinfecção deve ser feira com IODO 2-10% por pelo menos 3-4 dias, todos os dias, mergulhando o coto umbilical no iodo. Esse coto deve cair por volta do 9º dia.
AFECÇÕES NEONATAIS- RUMINANTES
ONFALOPATIAS: distúrbios que envolvem a involução de estruturas umbilicais, podendo ser uma infecção local ou de estruturas adjacentes.
ONFALITE: parte externa do umbigo- animais de 2-5 dias de idade. Observa-se edema na região do coto umbilical, fica sensível a palpação demonstrando sinais de dor. Pode apresentar material purulento que necessita ser drenado e feita limpeza local.
ONFALOFLEBITE: parte distal do umbigo (veias, artérias, úraco) até o fígado. Gera abcesso da veia umbilical e envolvimento sistêmico (sinais como: depressão, inapetência, febre, queda de desenvolvimento). Diagnóstico feito por palpação profunda da região abdominal cranial ao umbigo e US. O tratamento consiste em limpeza local e antibióticoterapia.
PERSISTENCIA DO ÚRACO: gotejamento de urina pelo umbigo – ureia contida na urina faz necrose do tecido subcutâneo – gera processo infeccioso com secreção purulenta com cheiro de urina. Tratamento clínico é a cura do umbigo. Essa urina também pode ficar acumulada na cavidade abdominal necessitando de intervenção cirúrgica. 
CUIDADOS COM NEONATO EQUINO
Comportamento esperado do neonato recém-nascido: decúbito esternal, tentativas de levantar, reflexo de sucção (1º hora), mamar, ficar em pé e eliminar o mecônio. 
CORDÃO UMBILICAL: idem bovinos, não cortar. Cura deve ser feita com Clorexidine a 0,2% por pelo menos 10 dias.
COLOSTROS
 Potros também nascem agamaglobulêmicos por isso o colostro é essencial. Ideal é que a ingestão do colostro aconteça em até 2 horas pós-parto, mas absorção máxima é em até 8 horas.
O auxílio a mamada deve ser feito sempre que necessário (encosta mãe no canto da baia e aproxima o potro lentamente). Na ausência da mãe ou da ama de leite utiliza-se o banco de colostro ou o leite artificial.
Deve-se fornecer de 1-2 litros de colostro divididos em mamadas de 1 em 1 hora (150 ml por mamada).
MECONIO
Deve ser eliminado entre 4-5 horas pós-parto e se não acontecer necessita de intervenção.
AFECÇÕES NEONATAIS- POTROS
DIARRÉIA DO “CIO DO POTRO”
Normal, desde que isolada e transitória, não necessitando de tratamento!
Tratar quando houver prostração, odor fétido, hiperemia, secreção purulenta.
PNEUMONIAS 
Principal causa de morbidade e mortalidade- agentes: Streptococcus zooepidermicus e Rhodococcus equi; fatores predisponentes são infecções virais e fungicas.
RETENÇÃO DE MECONIO 
Dificuldade na eliminação do mecônio- ausência de defecação. Tem sinais de desconforto e aumento de volume abdominal, além de inquietude, tenesmo e dorso arqueado pela dor.
Tratamento pode ser feito por retirada manual, enema com óleo mineral e nos casos mais graves como na compactação por retenção de mecônio, intervenção cirúrgica pode ser necessária.
Importante: piquete maternidade para eles se movimentarem, controle de temperatura, de desenvolvimento do neonato. Manutenção do potro a campo: menor risco de acidentes, evita efeitos nocivos da cocheira como desvios de comportamento, temperatura e umidade fácil de controlar, baia tem muita amônia e diminui a possibilidade de exercício.
PREVENÇÃO DE DOENÇAS DE NEONATOS
· Acompanhamento reprodutivo e auxilio do parto
· Colostragem e aleitamento adequados 
· Cura do umbigo para evitar onfalopatias
· Atenção a partos gemelares
· Instalações e ambientes (higiene, temperatura, espaço)
· Higiene e qualidade do leite
· Prevenção da disseminação de doenças- isolamento dos animais doentes.

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