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TFG CAMILLA ESPEZIM -

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DIRETRIZES DE ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO E 
PAISAGISTICO PARA CONCEPÇÃO DE UM CENTRO DE 
CONVIVÊNCIA, ARTE, CULTURA E APRENDIZADO, UM ESPAÇO 
DEDICADO AO CONTRA TURNO ESCOLAR NA CIDADE DE 
ANTÔNIO CARLOS/SC 
 
Camilla Espezim* 
Arquiteta e Urbanista, Julia Fiuza Cercal, Mestre** 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 Contextualização e descrição do tema 
 
 
 
O tema se trata de estudo preliminar para a instalação de um centro de 
convivência, arte, cultura e aprendizado, criando assim a sigla (CCACA), uma 
adequação e novo termo para as chamadas casa de serviço de convivência e 
fortalecimento de vínculos, que resulta em um espaço dedicado ao contra turno 
escolar, para crianças a adolescentes que estejam matriculado no ensino 
infantil, fundamental e médio das escolas municipais e públicas da cidade. São 
espaços públicos que são disponibilizados com o apoio da secretaria de 
educação, e secretaria de serviço social, para a criança tenha acesso a atividades 
de contra turno da escola para fortalecimento e reforço das matérias escolares, 
mas também um espaço para realização de atividades de lazer, onde são 
oferecidos a essas crianças e adolescentes espaços de socialização, 
fortalecimento de vínculos com pessoas da mesma idade, esportes e manter elas 
empolgadas e bem estruturadas para a vida escolar. Nestes locais, eles têm a 
liberdade de se reunir livremente, com a finalidade de socializarem e, através 
deste contato, construírem juntas, espaços de trabalho, lazer, cultura, 
entretenimento e inclusão social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2 Problemáticas/Relevância 
 
A relevância da instalação de um CCACA na cidade de Antônio Carlos tem 
a mesma importância que uma escola tem para uma cidade, a potência que o 
reforço escolar tem, aplicado para contra turno da escola é gigantesca, fazendo 
com que os alunos com dificuldades maiores tenham apoio para evolução e 
alunos que já tenham um desempenho bom, desenvolvam já desde criança 
especialidades incentivados e aprimorados naquilo que gostam e se identificam, 
isso é criar adultos melhores e com maior facilidade de crescimento e 
desenvolvimento pessoal, e com adultos de melhor desempenho, 
consequentemente a cidade e seu desenvolvimento será melhor. O incentivo a 
arte e cultura e a convivência social também tem um peso muito grandioso na 
formação do cidadão, é algo que se deve promover em qualquer cidade, isso é 
um ponto crucial para a inclusão social da população. Com mais educação, arte 
e cultura, especialmente, para crianças de escolas públicas, que não tem 
condição de pagar por melhorias escolares e muito menos por atividades extra 
curriculares é pensar não somente nas crianças e sim no futuro de um bem maior, 
na população e seu futuro no geral. É também consolidar um novo polo de 
convivência entre crianças e adolescentes do local e fora do seu ambiente de 
estudo. Educação é sempre o melhor caminho. 
 
 
 
1.3 OBJETIVOS 
 
OBJETIVO GERAL 
 
 
Este artigo tem como objetivo propor diretrizes para anteprojeto de 
implantação de uma CCACA (Centro de Cultura, Arte, Convivência e Aprendizado) 
na cidade de Antônio Carlos, SC, visando proporcionar as crianças do ensino 
público municipal, um local de uso exclusivo para desenvolvimento de atividades 
que contribuam para o lazer, crescimento pessoal e cultural e de reforços 
escolares, no seu contra turno escolar. 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
ESTUDAR: A história dos Centros de convivências, e 
de aprendizados de contra turno escolar desde o seu surgimento, 
em outras cidades e a história do local onde será desenvolvido o 
ante projeto; 
IDENTIFICAR: A cultura do local, público alvo, suas 
preferências de atividades e as necessidades de arte e cultura e 
aprendizado do local e das proximidades e as problemáticas do 
local de intervenção; 
 
DETERMINAR: Os fatores para o ante projeto arquitetônico, 
partido arquitetônico, conceito geral do CCACA e tudo o que vai ser 
oferecido e disponibilizado para uso das escolas públicas 
municipais neste local; 
 
 
PROPOR: diretrizes para ante projeto de acordo com todas 
as necessidades encontradas e leis locais, com um projeto 
inovador, que agregue a cidade e as escolas municipais do local
 
1.4 JUSTIFICATIVA 
 
A cidade de Antônio Carlos, escolhida para a implantação deste estudo 
preliminar de ante projeto arquitetônico, o CCACA (Centro de Cultura, Arte, 
Convivência e Aprendizado) aplicado para receber alunos da rede municipal 
de ensino da cidade, que hoje nas SEIS escolas municipais ainda não existe 
um local que seja única exclusivamente para utilização de contra turno, para 
reforço escolar e atividades de arte e cultura e convivência da criança e do 
adolescente. A prefeitura atualmente já 
 Disponibiliza diversas atividades extra curriculares, como esportes no 
geral, ginastica ritma, música, dança, e também aulas de reforços. Porém as 
mesmas são ofertadas nas escolas já existentes e nos seus respectivos 
ginásios, fazendo com que as escolas sedam espaços para essas atividades e 
acontecimentos no horário de rotina escolar, limitando assim espaços que 
poderiam ser utilizados para salas de aulas a mais, e novos alunos estudarem, 
visto que hoje existe um problema de vagas limitadas nas escolas municipais, 
fazendo assim com que amplifique as escolas com a não utilização dessas 
salas, que hoje, estão sendo ocupadas por essas atividades de contra turno, 
fazendo crescer o número de vagas e direcionando essas atividades em um 
local adequado e que seja um polo de encontro dessas crianças e adolescentes 
da rede municipal de ensino, fazendo com que esse complexo de apoio a 
educação e lazer da criança e do adolescente potencialize sua ação sobre a 
vida do Aluno e da cidade que será feita essa implantação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5 METODOLOGIA DO TRABALHO 
 
Metodologia do tipo exploratória e descritiva. Explorar com 
o estudo de caso para proporcionar maior familiaridade com o 
objeto de estudo, necessitando desencadear um processo de 
investigação para que se identifique as características essenciais 
para realização de um anteprojeto adequado. E descritiva 
para estudar profundamente e analisar, observar, registrar e 
correlacionar aspectos (variáveis) que envolvem fatos e 
características do local estudado, sua tipologia e necessidades. 
 
 
 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO 
 
2.1 O QUE É E QUAL A HISTÓRIA DOS CENTROS DE CONVIVÊNCIA E 
CONTRA TURNO ESCOLAR 
Centros de convivências e de fortalecimento de vínculo e contra turno 
escolar, que se reúnem no mesmo local, é um espaço criado em conjunto com 
a secretaria de educação e secretaria de assistência social, para assegurar 
melhor o estatuto da criança e do adolescente na lei n° 8069/90 aprovada desde 
do ano de 1990, para que crianças em situações de risco e matriculadas em 
escolas públicas, tenham acesso a mais educação, convivência de qualidade, 
lazer, até mesmo acesso a alimentação saudável no contra turno escolar. 
O Surgimento deste tipo de local, se deu devido a crianças em situações 
de negligencia de pais ou até mesmo a situação em que vive, como por exemplo 
não ter familiares para ajudar a cuidar no horário em que a criança não está na 
escola, mas os pais ainda se encontram no trabalho. Sendo assim, meados da 
década de 80 e 90, devido à grande quantidade e aumento de problemas 
gerados por crianças nessa situação, soltas nas ruas nos seus horários de 
contra turno, como bagunça em locais públicos, pequenos furtos, e até mesmo 
envolvimento com droga e álcool e também trabalho infantil, o governo viu a 
necessidade de fazer um levantamento e pesquisas para a resolução do 
problema. Nessa análise, junto com a observação da lei, que hoje continua em 
vigor, “lei que foi regularizada e tipificada na secretaria de assistência social” ¹, 
e também no programamais educação, programa que visa reforços escolares 
e apoio a alunos com dificuldades e também para aqueles com maior 
engajamento nas escolas, na secretaria de educação, visando um serviço de 
convivência e fortalecimento de vínculos, lei que garante a criança e 
adolescente uma vida com proteção integral, chegou à conclusão que grande 
parte do problema se resolveria com a realização de atividades produtivas em 
contra turnos escolares para essas crianças e adolescentes, e ainda o 
participação e chamada dos pais com atendimento social, fazendo com que o 
fortalecimento de vínculos e a convivência entre as crianças e adolescentes se 
expandisse para a comunidade e atingisse ainda mais a meta de reconfigurar a 
rotina, a educação e o psicológico daquela criança/adolescente e com isso 
mudando o rumo do futuro delas e da comunidade que ali vivem. E assim, foi 
aberto o primeiro centro de convivência e contra turno escolar, visando a 
aplicação da lei, que diz que a criança e ao adolescente tem direito de ter acesso 
ao lazer, a cultura e a arte, entre outros em horários complementares e 
integralmente. 
 
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral 
e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos 
direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao 
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao 
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (Artigo 4º do 
Estatuto da Criança e do Adolescente- ECA. p1. 1990) 
 
 
 
 
 
 
2.2 A HISTÓRIA DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA E CONTRA TURNOS NO 
BRASIL 
 
Todas essas políticas de atendimento, surgiram devido a referência de 
que políticas para atendimento de criança e adolescente em situação de risco, 
eram sempre pensadas e com a estratégia de controle do menor, e repressão. 
Conforme foi surgindo os problemas, tanto quanto problemas maiores, 
dessas crianças em situação de risco, causar risco a sociedade, com revolta e 
falta de bons sentimentos gerados pela falta de atenção e assistência básica, 
como também o trabalho infantil, devido que muitos eram desafortunados e não 
podiam frequentar as escolas devido ao trabalho, surgiu então a primeira lei a 
atender esse tipo de situação de vulnerabilidade, chamada de código de 
menores do ano de 1927, no qual seu direcionamento era de correção e 
disciplina, que traziam em sua filosofia métodos para proteger a criança e ao 
adolescente, mas muito mais proteger a sociedade desse tipo de cidadão que 
devido a toda a situação previamente falada, já tinha pré-tendência a entrar pra 
criminalidade. Nessa época o governo então criou programas nas escolas e 
centros de abandonos de criança, geralmente casa lar, internatos, onde se tinha 
maior controle social e o critério para atendimento era um bom ou mal 
comportamento da criança e adolescente, gerando esse tipo de “proteção” 
apenas para as crianças que tinham mal comportamento, incluindo crianças que 
não iam a escola devido ao trabalho infantil. 
Quando o código de menores no ano, de 1927, foi lançado, não agradou 
muito alguns empresários, já que com a lei foi proibido o trabalho para crianças 
menores de 12 anos e também aos menores de 14 que não tivesse concluído o 
primário e além disso também foi proibido o trabalho perigoso e noturno para 
menores de 18 anos. Porém o governo encaminhou e direcionou essas crianças 
mesmo assim ao trabalho, criando um programa que profissionalizava crianças 
e adolescentes, mascarando o que poderia ser um programa de assistência e 
apoio psicológico para um crescimento saudável e alegre, para um programa 
profissionalizante, e de acordo com FALEIROS, (1995, p. 64) o estado: 
 
(...) cria as Escolas de Aprendizes e Artífices do 
Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio em 1909, 
justificadas tanto pelo ‘aumento da população das cidades’ 
como para habilitar os filhos dos desfavorecidos da fortuna 
com o indispensável preparo técnico e profissional. 
 
Criando esse tipo de remanejo em cima de um programa de proteção a 
criança e adolescente, o governo direciona os reais interesses e necessidades 
das mesmas, focando em interesses privados, e dando força ao tipo de situação 
de exclusão social e incentivando a continuidade desse tipo de problema. 
No decorrer dos anos, esse tipo de assistência foi recebendo muitas 
críticas e denúncias devido a maus tratos, desvio de dinheiro e má 
administração, desta maneira o serviço nacional de assistência ao menor (SAM) 
acaba e então em 1964 foi criado a fundação nacional do bem estar do menor 
(FUNABEM), visando melhorias, porém ainda se caracterizava com estratégias 
de repressão e autoritarismo. Em 1979, foi feita uma revisão no código de 
menores de 1927, que reforçou politicas autoritárias, que tratavam todos como 
menores infratores. Nesta época aumentou o trabalho infantil. 
[...] “as condições sociais ficam reduzidas à ação dos pais ou 
do próprio menor, fazendo-se da vítima um réu e tornando a questão 
ainda mais jurídica e assistencial, dando-se ao juiz o poder de decidir 
sobre o que seja melhor para o menor: assistência, proteção ou 
vigilância.” (FALEIROS, 1995, p.81). 
Quando nos anos 80, mudou o cenário político, para democrático, abriu 
se os olhos para novas políticas de educação e visão social, antes com caráter 
corretivo agora com caráter educativo. Em 1989 com a convenção mundial das 
nações unidas, discutiram o direito da criança e do adolescente, o que fez o 
mundo ver com outros olhos o tipo de educação social que se estava tendo. 
Com isso em 1990 foi fundado o estatuto da criança e do adolescente ( ECA ), 
que formalizou a ideia de proteção INTEGRAL, para crianças e adolescentes, 
banindo todo o tipo de trabalho infantil e consolidando o tipo de atendimento 
para somente educacional, convivência e fortalecimento de vínculo com a 
escola e família do mesmo. Ali se criou secretarias de conselho e de assistência 
e cuidados desta lei, o conselho tutelar e os conselhos estaduais e municipais 
da criança e do adolescente, que se configuram em fiscalização e cuidado com 
a aplicação do estatuto conforme o mesmo. 
 
2.3 CLASSIFICAÇÕES DE ATENDIMENTO, TIPO, CARACTERISCAS E 
PROVISÕES DE AMBIENTE FÍSICO 
 
 
 
Em 1990 com a criação e autenticação do estatuto da criança e do 
adolescente, foi dado novas normativas e tipificação de atendimento nesses 
centros de convivência e fortalecimento de vínculos, gerando um atendimento 
uniforme conseguindo atingir a demanda. Dentre todas as especificações de 
casas e centros de serviços sócios assistenciais no governo, onde existe três 
tipos de complexidade, serviço de proteção social básica que é o Serviço de 
Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), o especial de média 
complexidade que é o serviço de proteção e atendimento especializado a 
famílias e indivíduos(PAEFI), e o especial de alta complexidade. Os centros de 
contra turno estão inseridos No serviço de proteção e atendimento integral a 
família, de básica complexidade, e se enquadra na subcategoria de serviço de 
convivência e fortalecimento de vínculos (SCFV). Segundo a secretaria especial 
do atendimento social o serviço de convivência e fortalecimento de vínculo tem 
3 categorias, a de 0 a 6 anos, onde o serviço é focado junto com a família e 
sociedade, sem oferecimento de convívio diário e sim assistência e prevenção 
de ocorrência de violência familiar ou descaso. A descrição para o atendimento 
de 6 a 15 anos tem como foco o serviço de convivência, abrindo espaço para o 
contra turno escolar, para melhor formação de cidadania. 
 
As intervenções devem ser pautadas em experiências lúdicas, 
culturais e esportivas como formas de expressão, interação, aprendizagem, 
sociabilidade e proteção social. Inclui crianças e adolescentes com deficiência, 
retirados do trabalho infantil ou submetidos a outras violações, cujas 
atividades contribuempara re-significar vivências de isolamento e de violação 
de direitos, bem como propiciar experiências favorecedoras do 
desenvolvimento de sociabilidades e na prevenção de situações de risco 
social. MDS, 2009 (Livro de tipificação nacional. P. 16) 
 
Tem também a categoria de 15 a 17 anos, que é o mesmo seguimento 
da categoria dos 06 ao 15, porem com foco direcionável a fortalecimento junto 
a escola, e direcionamento e apoio ao jovem para escolhas profissionais e 
fortalecendo a ideia do jovem na sociedade, reforçando o poder da educação, 
levando em consideração as pluralidade e singularidade do jovem. 
Esses locais já tem um pré estabelecimento de espaço físico adequado 
que é preciso ter para se encaixar na categoria de assistência social e receber 
os benefícios do governo e se manter aberta, tendo como qualificação do 
mesmo diante de seguimento dos critérios e adequação das salas previamente 
estipuladas, tais como recepção, sala(s) de atendimento individualizado, sala(s) 
de atividades coletivas e comunitárias, sala para atividades administrativas, 
instalações sanitárias, com adequada iluminação, ventilação, conservação, 
privacidade, salubridade, limpeza e acessibilidade em todos seus ambientes, de 
acordo com as normas da ABNT e de acordo com a cartilha de acolhimento 
institucional de criança e adolescente, que já é especificada de acordo com as 
leis direcionadas para esse campo, o espaço ainda tem que atender as 
especialidades e diferença de idade dos frequentadores, principalmente nas 
atividades educativas, lazer e convivência, não fazendo com que atividades 
infantis sejam realizadas aos maiores ou atividades de adolescentes sejam 
oferecidas para crianças, e como forma de padronizar esse tipo de atendimento 
e convivência social, a cartilha apresenta os espaços e o mínimo de metragem 
quadrada para cada tipo de ambiente, sabendo que nesse tipo de local o 
máximo de atendimento é 25 alunos por turma, conforme a tabela 1: 
 
 
Tabela 1 – Infraestrutura e espaço mínimo para abrigos institucionais 
direcionados a crianças e adolescentes. MDS, 2009 (Livro de tipificação nacional.) 
AMBIENTE CARACTERISTÍCAS E 
DIMENÇÕES MINÍMAS 
 
Sala estar ou similar 
 Espaço suficiente para 
usuários e profissionais que 
ali atuam 
 1m° por usuário; 
 
Sala de jantar /copa 
 Atender usurários e 
profissionais 
 Pode estar anexado a outra 
área, como cozinha 
 1m² por usuário; 
 
Ambiente de estudo 
 Pode anexar ao quarto, 
aumentando 3,25m² por 
usuário. 
 
 
 
 
 
Banheiro 
 
 
 Tem que existir 01 lavatório, 
01 vaso sanitário e 01 
chuveiro a cada 6 usuários 
(um masculino e outro 
feminino) 
 O mesmo número para 
profissionais(podendo ser de 
uso comum) 
 Pelo menos um banheiro de 
cada acessível . 
Cozinha  Tem que conter espaço 
suficiente para o preparo do 
alimento para o número total 
de usuários, pensando nos 
equipamentos necessários e 
profissionais da área. 
 Em média 7,5m² a cada 25 
usuários 
Área de serviço  Com espaço suficiente para 
acomodar utensílios e 
mobiliário para guardar 
equipamentos, objetos e 
produtos de limpeza e 
propiciar o cuidado com a 
higiene do abrigo; 
Sala equipe técnica  18m² 
 
Sala de cultura e atividades  40m² 
MDS, 2009 (Livro de tipificação nacional.) 
Além dessas medidas e direcionamentos mínimos, deve ser ainda 
implantado elementos que garantem a acessibilidade de todos, tanto quanto o 
cuidado com a salubridade dos ambientes, visando sempre uma boa iluminação 
e ventilação. Muito dessas normas não se adequam a lei e regras de cartilha 
de atendimento do SCFV que visa um trabalho todo diferenciado garantido por 
faixa etária e respeitando os ciclos de vida, já que tamanhos de mobiliário são 
diferentes em para cada faixas etária e ainda que apesar da Tipificação 
Nacional de Serviços Sócio assistenciais (2009) apenas falar sobre questões 
mais estratégicas dos espaços, não é disponibilizado nada sobre o que refere à 
qualidade dos ambientes, como a distribuição do espaço e seus mobiliários, as 
formas de ajudar a melhorar o espaço com elementos arquitetônicos como 
cores e formas, o que auxiliam muito no desenvolvimento psicológico do 
usuário, fazendo também com que a falta deles também tenha um impacto e 
negativo sobre a criança e ao adolescente, fazendo com que se engaje menos 
e o programa não alcance os objetivos pretendidos. 
MDS, 2009 (Livro de tipificação nacional.) 
 
2.4 TIPO DE USUARIO ESPECIFICADO E O SUGERIDO 
ESPECIFICADO: Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e do 
Combate à fome – MDS (BRASIL- a, 2010), o SCFV para crianças e 
adolescentes de 6 a 15 anos atendem, em especial: 
 
 Crianças e adolescentes encaminhados pela Proteção Social Especial, 
com prioridade para aqueles retirados do trabalho infantil; 
 Crianças e adolescentes com deficiência; 
 Crianças e adolescentes cujas famílias são beneficiárias de programas de 
transferência de renda; 
 Crianças e adolescentes de famílias com precário acesso a renda e a 
serviços públicos. 
SUGERIDO: Segundo as atividades realizadas hoje na cidade escolhida 
para implantação do centro de convivência, arte, cultura e aprendizado 
(CCACA), que são atividades no contra turno escolar, aulas de reforço e 
atividades de lazer e esportivas já hoje realizadas, são direcionadas: 
 Todos os alunos da rede pública da cidade de Antônio Carlos, que se 
implica; 
No caso, todas as crianças e adolescentes da cidade, pois na cidade não 
existe rede particular de ensino, não somente crianças em situação de risco. 
 
2.5 A ARQUITETURA ESCOLAR E COMO ELA AJUDA NO 
DESENVOLVIMENTO DO APRENDIZADO 
 
Toda área escolar, tem como o objetivo ser um polo de ambientes que 
disseminem conhecimento, e para o conhecimento ser propagado de melhor 
maneira, o ambiente físico também contribui, e muito, pra isso. 
Assim como a moradia precisa ter conforto e segurança, o ambiente de 
trabalho ser inspirador e motivacional, o ambiente de ensino também precisa ter 
elementos arquitetônicos que faça do ambiente seguro, confortável, atrativo e 
que estimule a criatividade e motive os alunos a aprenderem com felicidade e 
maior facilidade e com isso a arquitetura escolar é mais um recurso a ser usado 
para escolas formarem alunos com mais vontade de aprender e 
consequentemente de viver e se tornarem adultos mais confiantes. 
O ambiente escolar deve ser limpo, arejado, bem equipados, onde 
demonstre as pessoas que é um local amado e bem cuidado, e a reciprocidade 
sera instalada no aluno sem muito esforço, por que quando se ama um local, 
você quer manter esse ambiente o melhor possível. 
Os alunos precisam se sentir acolhidos e amar 
aquele lugar. E como se ama um lugar? Em geral tem algo 
estético (…) a qualidade da construção (…) 
– Arquiteta Doris Kowaltowski, em reportagem de 
Casa Vogue. 
 
 
As dimensões dos espaços são de extrema importância, o aluno 
deve se sentir confortável para realização de diferentes atividades, e os 
locais devem ser específicos para isso. Por exemplo, onde é local para 
leitura, deve ser confortável e aconchegante, mas o ambiente para 
realização de atividades físicas deve ser amplo e arejado, assim como 
todos os ambientes deve ser pensado nas cores vibrantes e contato com a 
natureza, que é algo muito estimulante para crianças e adolescentes e 
deve ser incluído sempre que possível, e sempre diferenciando ambientes 
por idade, pois as atividades mudam e se diferem entre as idades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. REFERÊNCIAL PROJETUAL 
As referências projetuais a seguir serão apresentadas diretamente e 
indiretamente. O estudo de caso direto consta em análises presenciais, a partir 
de visitas in loco e observação não participativa, realizadas na instituição 
RECRIA, localizado no bairro Praia João Rosa, Biguaçu, Santa Catarina. O 
estudo de caso indireto foi realizado atravésde pesquisa de referenciais 
programáticos, conceituais, volumétricos, organizacionais e estruturais, citando 
um exemplo de cada e direcionando quais referenciais se adequariam melhor 
na proposta apresentada pela autora. 
 
3.1 ESTUDO DE CASO DIRETO: SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E 
FORTALECIMENTO DE VÍNCULO (RECRIA) 
 
O estudo de caso direto foi realizado na instituição de serviço de 
convivência e fortalecimento de vínculos (RECRIA), através da análise dos 
pontos positivos e negativos da edificação será possível propor diretrizes de 
anteprojeto arquitetônico de um espaço de contra turno escolar, onde crianças 
e adolescentes irão frequentar e conviver entre si, e fortalecer os vínculos 
estudantis e reforço escolar. 
O recria foi escolhido como estudo de caso, por se tratar de um ambiente 
que recebe alunos no seu contra turno escolares, apesar de receber alunos 
somente em situação vulnerável, que não é a proposta da autora, que propõe 
que todos os alunos da rede escolar do município frequente, é sim um espaço 
dedicado ao contra turno escolar de crianças e adolescentes. Nesse espaço 
além de oferecer uma dedicação ao reforço escolar, é também garantido a 
recreação e atividades extra curriculares, e promovem um impacto muito 
positivo na vida da criança e do adolescentes ali recepcionados. 
Com isso, serão apresentados estudos da edificação do RECRIA. Uma 
edificação com layout que não foi idealizado para a atividade realizada, sem 
mobiliário adequado, é inexistente também o estudo de formas e de conforto 
ambiental, sem muito incentivo a criatividade e o lúdico e atividades e salas não 
setorizadas por idade. 
Para realização deste estudo de caso foram realizadas pesquisas 
exploratórias, leitura espacial, visitas in loco, e observação não participativa. 
Além de imagens para melhor compreensão das áreas, obtidas pela autora, a 
qual foi observadora não participante. O recria foi criado em Biguaçu no ano de 
2003 no bairro rio caveiras, onde ficou até 2017, mas por se tratar de uma casa 
alugada, o proprietário rescindiu o contrato e a mudança de local teve que 
acontecer, para onde se localizada hoje, que também se trata de uma casa 
alugada, que foi adequada para a instituição funcionar. 
Esse tipo de local é idealizado para melhorar a vida da criança e do 
adolescente em situação vulnerável, e essa situação é analisada junto com 
assistência social e secretária de educação, que observam crianças na escola, 
investigam e consequentemente entram em contato com os pais e 
disponibilizam a vaga. Esse seria o cenário pré-determinado por lei e o 
almejado, porém o funcionamento é restrito, pois existe muito mais crianças 
necessitadas do uso deste espaço, do que é usufruído hoje, devido à falta de 
vagas oferecidas, o espaço é pequeno e a demanda é enorme. Então é 
concentrado os piores casos de vulnerabilidade, e é selecionado para fazer 
parte do programa de contra turno. 
A localização do RECRIA foi pensada por questões urbanísticas, onde o 
bairro que está instalado, é o com maior incidência de vulnerabilidade de 
crianças e adolescentes. É também localizado atrás do CRAS, onde é feita a 
seleção de crianças para serem contempladas com uma vaga para o contra 
turno escolar. (Imagem 01) 
De acordo com a coordenadora geral do CRAS/RECRIA, Francine 
Adriano o ambiente foi projetado conforme a necessidade, e por se tratar de 
uma casa, foi adequada com separação de salas em divisórias feita madeira e 
PVC, essas divisórias foram pensadas de acordo com as atividades realizadas 
e oferecidas pelo RECRIA. O Recria hoje realiza atividades de contra turno 
escolar, convivência e recreação, de alunos de (06) seis anos até (17) 
dezessete anos, e os alunos são divididos por categoria de idade, sendo unidos 
por 3 anos de diferença, a turma dos 06,07 e 08 anos, a outra turma de 09, 10 
e 11, outra de 12, 13 e 14, e a última com os alunos de 15 16 e 17 anos. Assim 
os alunos conseguem ter atividades direcionadas para seus interesses e de 
também de acordo com as turmas escolares, facilitando o trabalho do professor 
que ajuda no reforço escolar. A coordenadora Francine Adriano ainda informa 
que o cenário ideal seria realmente dividir por turma escolar e não por idade, 
pois facilitaria ainda mais no desenvolvimento das atividades extra curriculares 
e no direcionamento de reforço escolar para as respectivas turmas, porém por 
uma questão de espaço e quantidade de colaboradores e a falta de verba e 
investimento do governo, a melhor opção foi a junção de turmas por idade 
categorizadas. 
Entrar no RECRIA é ter a sensação que o local não foi almejado e criado 
para o que ali é realizado (imagem 02), é observar que foram feitas adequações 
de acordo com o financeiro e não de acordo com a necessidade. Mas apesar 
da estrutura não ser a ideal, as atividades realizadas são sempre com muito 
capricho pelos colaboradores, e além disso os pais estão sempre dispostos a 
ajudar em um novo evento para as crianças e adolescentes, o que é muito 
importante para as crianças. A colaboração dos pais é de extrema importância 
para as crianças e adolescentes que utilizam o contra turno escolar do recria, 
pois como são minorias usufruindo de um serviço de contra turno, e por saberem 
que foram direcionados a esse uso, por questões sociais, isso acaba criando 
um aspecto ruim no psicológico da criança, o que se rompe quando os pais ou 
responsáveis se integram e participam, o que acontece com a maioria. 
 
 
 
 
 
 
 
IMAGEM 01 – LOCALIZAÇÃO ZONEAMENTO 
 
 
 
 
 
Fonte: Google Earth, adaptado pela autora (2019) 
 
IMAGEM 02 – FACHADA FRONTAL E ENTRADA 
Fonte: Google Earth, adaptado pela autora (2019) 
 
 
O local conta somente com estacionamento privativo de 4 vagas, que também 
é colocada à disposição do CRAS, os usuários e também pais que deixam os alunos, 
usam também a rua como estacionamento, já que a quantidade de vagas é limitada e 
em horários de picos de transição não suporta o que deveria. Porém seu acesso é 
facilitado devido que fica próximo da BR 101, também das escolas públicas que os 
alunos do RECRIA frequentam e do centro da cidade, facilitando o acesso de vários 
ENTRADA CRAS 
ENTRADA RECRIA 
CRAS 
RECRIA 
BR 101 
RUA JOÃO MARTINIANO 
RODRIGUES 
bairros e também conseguindo receber crianças fora do bairro onde está localizada. 
(Imagem3) (Tabela 01) 
Tabela 01 – Distâncias RECRIA 
 
 
 
 
 
 
IMAGEM 03 – ZONEAMENTO ENTORNO - RECRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google Earth, adaptado pela autora (2019) 
 
 
A casa que tem estrutura convencional, é de origem residencial e para uso do RECRIA, 
foi feita adaptações para seu uso institucional. Localizada em uma área de uso misto 
comercial e residencial, mas com limites para uso comercial, já que não é possível a 
LOCALIZAÇÃO DISTÂNCIA 
BR 101 0,250 m 
CENTRO CIDADE 2,7km 
ESCOLA JB 2,7km 
ESCOLA EMÉRITA 2,02km 
ESCOLA GODINHO 2,54km 
ESCOLA ELOISA 0,800m 
instalação de empresas maiores, por se tratar de sua maioria residencial, o comercio é 
direcionado para residência, gerando conforto e comodidade para os moradores, e 
empresas grandes gerariam impacto negativo. Nessa zona é de predominância o uso 
de gabarito até 2 pavimentos, porém é encontrado uma escola com 3 pavimentos na 
rua do recria. 
De acordo com a coordenadora Francine Adriano, e também de acordo com a 
secretária de planejamento da cidade, o local foi adaptado para o uso do RECRIA, mas 
em nenhum momento foi pensado sobre a questão de conforto ambiental e 
sustentabilidade. Em nenhum momento pensaram nem ao menos na questão de 
entrada de ventilação e luz natural, ignorando as premissas básicas de posicionamento 
solar e ventos (imagem 04) 
 
IMAGEM 04 – MAPA SOLAR E ESTUDO DOS VENTOS – RECRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google Earth, adaptado pela autora (2019) 
 
 
A instituição ocupa 3 edificaçõesem um mesmo terreno, e para chegar 
até o local, não tem acessibilidade nas ruas, não seguindo as normas. O projeto 
e o local estão em funcionamento desde 2017, quando foi alugada a casa para 
acomodar o RECRIA E CRAS, a casa já estava com essas três edificações no 
terreno, e só fizeram algumas modificações no quesito decorativo, onde fizeram 
fachada e pintaram salas e pátio e também fecharam alguns espaços para 
torna-los salas de aula e de atividades e aproveitarem melhor o espaço da 
melhor maneira dentro das condições. Ou seja, não há nenhuma especificação 
arquitetônica que tenha sido feita direcionada para esse tipo de instituição. O 
quadro a seguir (quadro 1) apresentará os ambientes existentes no RECRIA, 
sua localização no mapa mental e descrição de cada um e imagens feitas pela 
a autora. 
 
QUADRO 01 – ESPECIFICAÇÃO DE AMBIENTES ESTUDO DE CASO DIRETO 
(CONTINUA) 
 
ZONEAMENTO AMBIENTE DESCRIÇÃO IMAGEM 
 PÁTIO INTERNO e 
ALIMENTAÇÃO 
Pátio para 
brincar e fazer 
atividades 
coberto; 
Refeitório onde 
as crianças e 
adolescentes 
sentam para se 
alimentar; 
Imagem 05 
 
 
 COZINHA / SERVIÇO 
DE ENTREGA DE 
MERENDA E 
DESPENSA 
Local para 
preparação de 
comida, 
armazenamento 
e entrega de 
merenda; 
Imagem 06 
 
 
SALAS DE AULA DE 
ATIVIDADES DE 
REFORÇO 
ESCOLAR 
4 salas de aulas 
iguais (mudando 
decoração) para 
reforço escolar; 
Imagem 07
 
 
 
DEPOSITO Deposito para 
guardar 
materiais de 
esporte e 
limpeza; 
Imagem 08 
 CIRCULAÇÃO 
VERTICAL EXTERNA 
E UNICA 
Escada de 
acesso ao 
segundo 
pavimento do 
RECRIA; 
Imagem 09 
 
 PÁTIO EXTERNO/ 
QUADRA 
Área coberta de 
grama, com um 
campo de futebol 
e área para 
realização de 
atividades 
descoberta; 
Imagem 09 
 
 BANHEIROS 
CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES 
Banheiro 
crianças e 
adolescentes 
Imagem 10 
 
 
 
 
 
 
QUADRO 01 – ESPECIFICAÇÃO DE AMBIENTES ESTUDO DE CASO DIRETO 
(CONTINUAÇÃO) 
AMBIENTES 2° 
PAVIMENTO 
ATIVIDADE DESCRIÇÃO IMAGEM 
 
SALA DE 
ORIENTADORA 
SOCIAL 
Onde a 
orientadora 
social atende; 
Imagem 11 
 
 
 
SALA DE 
INFORMATICA 
Sala onde é 
oferecido aulas 
de informática 
para os alunos 
Imagem 12 
 
 
SALA DE LEITURA Onde é 
guardado os 
livros e também 
um ambiente 
para ler; 
Imagem 13 
 
 
BANHEIRO 
FUNCIONÁRIOS 
Banheiro 
funcionários 
Imagem 14 
FONTE: AUTORA 
(2019) 
 
SALA DE ARTES Sala onde é 
realizado 
atividades 
relacionado a 
arte e 
criatividade; 
Imagem 15 
FONTE: AUTORA 
(2019) 
 
SALA 
CORDENAÇÃO DO 
RECRIA 
Sala onde fica a 
coordenadora 
do recria; 
Imagem 16 
FONTE: AUTORA 
(2019) 
 
SALA DE 
ARMAZENAMENTO 
DE ROUPAS 
Sala onde 
guarda roupas 
usadas e que 
são distribuídas 
e usadas nas 
crianças com 
mais 
necessidades; 
Imagem 17 
FONTE: AUTORA 
(2019) 
 
Salas pouco convidativas, não especificas e sem direcionamento de 
atividade por idade, todas elas tem o mesmo tamanho e com carteiras de 
diferentes tamanhos para adequação de idade, salas com pouca iluminação 
natural e sem conforto térmico. Os espaços não estimulam a permanência dos 
usuários. 
Após as visitas técnicas e analise da autora, pode se concluir que o 
ambiente não é adequado a atividade ali realizada, não seguindo padrões e 
normas de acessibilidade e tendo apenas mínimo do que é preciso para se 
manter aberta e realizando a atividade que ali é feita. As cores usadas nas salas 
são todas iguais e sem colorido. Os moveis são quebrados e muito mal 
cuidados, o que não é de responsabilidade de quem coordena o local, pois os 
moveis já vem usados e o governo informa sempre que lhe é questionado que 
não tem verba para comprar novos. 
 Apesar da estrutura do local não ser nada adequada e agradável, é 
possível ver que mesmo nessas condições, a vida das crianças e adolescentes 
que ali frequentam muda muito e pra melhor, e com isso só prova que um 
espaço dedicado para atividades mesmo que não tendo ambiente apropriado, 
consegue transformar o dia a dia da criança, porém segundo a pesquisa feita 
através de observação não participativa, as crianças percebem a falta de 
investimento do governo, e sabem bem o que é bom e/ou ruim, sabem que 
poderiam ter algo muito melhor estruturado e elaborado para o RECRIA. Em 
sua maioria, as crianças e adolescentes se sentem melhores e se comportam 
melhor quando estão fazendo atividades de recreação ao ar livre e atividades 
que estimulem a sua criatividade. Já a perspectiva do usuário profissional, que 
exerce sua profissão como professor e também a parte administrativa e de 
serviços de limpeza e cozinha, admitem que a estrutura desagrada e muito, que 
afeta a produção de atividades diferentes, e se limitam na hora de estimular a 
criatividade e a convivência dos alunos. Os profissionais dizem que o ponto 
positivo é poder mudar a vida de uma criança compartilhando atenção e o 
feedback que elas dão em cima disso, demonstrando sempre gratidão e amor. 
E ainda ressaltam que o que mais as incomoda na estrutura física do local, é a 
falta de arborização no espaço aberto, que é onde as crianças mais gostam de 
estar e realizar atividades. 
 
3.2 ESTUDO DE CASO INDIRETO: INSTITUIÇÃO EDUCATIVA RURAL 
SIETE VUELTAS 
 
O estudo de caso indireto, foi realizado fazendo pesquisa online. 
Localizada na Colômbia, e com 1776m², no ano de 2015 foi implantado 
a instituição educativa rural na cidade de San Juan de Urabá pelo escritório de 
arquitetura plan:B. 
De terreno plano, e com a paisagem semi árida, e para substituir edifício 
que estavam abandonados no local, em volta a uma área aberta de quadras de 
futebol, uma edificação pré moldada em polígonos, com circulações na parte 
interior do bloco e um vazio central que ajuda na ventilação e luz natural, 
também com fachadas simples e usadas para ventilação cruzada e iluminação 
natural (imagem 18) (imagem 19) 
IMAGEM 18 – CENTRO DA INSTITUIÇÃO EDUCATIVA RURAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: archdaily - adaptado pela autora (2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMAGEM 19 –FACHADA FRONTAL E ELEMENTOS QUE FACILITAM VENTILAÇÃO 
E ILUMINAÇÃO NATURAL DA INSTITUIÇÃO EDUCATIVA RURAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: archdaily - adaptado pela autora (2019) 
Construída toda por bloco de concreto armado e perfurados e com 
cobertura metálica em vigas, nesse formado visual superior em polígono 
(imagem 20) todas as salas do térreo ficaram com ventilação cruzada. 
Completado com uma cobertura metálica em ângulo com aberturas laterais e 
com telhas intercaladas com transparência (imagem 21), e com as paredes 
todas com blocos vazados, iluminação natural é excelente e de extrema 
qualidade. (Imagem 22) 
 
 
 
 
 
 
IMAGEM 20 – FORMATO VISUAL SUPERIOR E ILUMINAÇÃOVENTILAÇÃO 
CRUZADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: archdaily - adaptado pela autora (2019) 
IMAGEM 21 – ESTRUTURA METALICA E TELHAS TRANSPARENTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: archdaily - adaptado pela autora (2019) 
IMAGEM 22 – TODAS AS PAREDES DE BLOCOS VAZADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: archdaily - adaptado pela autora (2019) 
 
Com o projeto com acessibilidade e banheiros adaptados (imagem 23), 
a edificação é inclusiva como tem que ser, e os locais de convivência e 
recreação são idealizados para serem bem arejados e com muita 
ventilação, devido ao clima do local.(imagem 24) 
 
IMAGEM 23 – BANHEIROS ADAPTADOS 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: archdaily - (2019) 
IMAGEM 24 – ÁREA DE CONVIVÊNCIA/ALIMENTAÇÃO E RECREAÇÃO 
 
Fonte: archdaily (2019) 
 
Um projeto muito bem planejado e desenvolvido todo pensado na 
questão sustentável e ventilação natural e cruzada, devido ao clima muito 
quente e também por se tratar de uma instituição rural e com verba 
reduzida para execução e também para ser mantida. Todas as pesquisas 
feitas são sempre de resultados muito positivos para o que diz respeitoda estrutura e funcionamento da edificação. 
 
 
3.3. REFERENCIAIS PROJETUAIS 
Essas referências projetuais apresenta projetos selecionados como 
referenciais programático, conceitual, organizacional, volumétrico e estrutural 
(quadro 02), como forma de direcionar a proposta do ante projeto a ser realizado 
pela a autora. 
 
 
 
 
QUADRO 02 – ÁREA DE CONVIVÊNCIA/ALIMENTAÇÃO E RECREAÇÃO 
 
 
REFERENCIA FICHA 
TÉCNICA 
DESCRIÇÃ
O 
IMAGEM 
 
PROGRAMÁTICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MORADIAS 
INFANTINS 
 
Localização : 
Formoso do 
Araguaia - 
Tocantins 
 
Ano de Projeto: 
2017 
 
Aleph Zero, 
Rosenbaum 
Com incentivo 
as técnicas 
construtivas 
locais e 
resgate 
cultural da 
beleza 
indígena, e 
feito para 
crianças 
indígenas, 
todo feito de 
madeira e 
totalmente 
sustentável 
(imagem 25 e 26) 
 
Fonte: archdaily (2019) 
CONCEITUAL BIBLIOTECA 
MAYA SOMAYA- 
SHARDA SKOL 
 
Localização: 
Kopargaon, 
Maharashtra, 
Índia 
 
Ano de projeto 
:2018 
Sameep Padora 
& Associates 
Biblioteca 
localizada 
entre os dois 
edifícios da 
escola, seu 
conceito foi 
parecer uma 
extenção do 
ambiente 
formal da 
escola e servir 
também como 
passagem; 
(imagem 27 e 28 ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: archdaily (2019) 
ORGANIZACIONAL ESCOLAS QUE 
INOVAM 
 
Localização: 
Santos, São 
Paulo 
 
Ano de 
projeto:2018 
 
AUA Arquitetos 
Programa de 
organização 
escolar, 
realizada em 
diversas 
escolas de 
Santos, onde 
se 
implementou 
em cada uma 
delas uma 
biblioteca e 
estudioteca. 
Usando 
mobiliário 
adequado e 
cores 
vibrantes. 
(imagem 29 e 30) 
Fonte : archdaily (2019) 
VOLUMÉTRICO Escola South 
Harbor 
 
Localização: 
Støberigade, 
2450 København, 
Dinamarca 
 
Ano de 
projeto:2015 
 
JJW Arkitekter 
Com espaços 
de convivência 
para todos os 
lados dessa 
escola, e 
muitas formas 
de circulação, 
sua volumetria 
é toda em 
efeitos platôs 
de jardins, 
escadas e 
rampas; 
(imagem 31 e 32) 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: archdaily (2019) 
ESTRUTURAL Complexo 
Escolar 
Germaine Richier 
 
Localização: 9 
Avenue Jean 
Prat, 34070 
Montpellier, 
França 
 
Ano de projeto: 
2018 
 
MDR Architectes 
4 blocos 
retangulares, 
dispostos de 
lados 
contrários, e 
com 3 
andares, com 
muito espaço 
livre e sobre 
pilotis no 1° 
pavimento, 
dando a 
impressão de 
peças 
encaixáveis e 
modulares 
(imagens 33 e 34) 
 
 Fonte: archdaily (2019) 
Fonte: Autora (2019) 
 
Os projetos arquitetônicos apresentados no quadro 02, como referenciais 
projetuais, tem o conceito contemporâneo de escolas, e transformam o espaço 
antes monótono de estudo para ambientes extremamente criativos e de 
interação, pensado no conforto ambiental, layouts adequados e muito 
dinamismo escolar. 
Todas as referenciais projetuais foram analisadas e estudadas, e serão 
levadas em consideração na hora da concepção da proposta, e aplicadas nas 
diretrizes arquitetônicas e paisagísticas do centro de convivência, arte, cultura 
e reforço escolar, na cidade de Antônio Carlos/SC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.0 PROPOSTA 
Para o desenvolvimento da proposta de anteprojeto, é primeiro escolhido 
o lote e suas justificativas da escolha. Será feita analise de condicionantes 
legais e físicas, e também abordado questões históricas e infraestrutura do 
bairro e do terreno. 
4.1. ANALISE DO LOTE 
O local escolhido, que pertence ao bairro Centro, possui uma localização 
ótima para instalação de uma instituição de ensino voltada para o contra turno 
escolar, devido que fica entre as 2 maiores escolas da região. (Imagem 35). 
Esse terreno também fica localizado na área central da cidade, facilitando 
o acesso também de bairros mais afastados, e consequentemente ajudando na 
prospectarão de alunos de todas as escolas e não somente as principais. E com 
metragem total de 25503m². 
IMAGEM 35 – LOCALIZAÇÃO DE ANTONIO CARLOS E TERRENO ESCOLHIDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google Earth – editado pela Autora (2019) 
 
 
O nome da cidade foi uma homenagem ao estadista brasileiro 
Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, político mineiro com grande atuação 
na Revolução de 1930. O bairro é o Centro da cidade, onde praticamente 
acontece tudo na cidade, pois bairros mais afastados são de pouca 
habitação e sem crescimento comercial até então, apenas com pequenos 
comércios de venda alimentícia. 
O povoamento da cidade é de colonização alemã, com pouco mais 
de 10 mil habitantes. Sua cultura alemã ainda muito enraizada e 
valorizada e cultura em sua maioria católica. Antes da chegada dos 
alemães ao Alto Biguaçu, cidade vizinha a Antônio Carlos, onde 
portugueses e negros já habitavam a região foi então no ano de 1830 que 
alguns alemães, comandados por João Henrique Schöeting, desbravaram 
a planície do Rio do Louro, bairro hoje da cidade, e deram início a efetiva 
colonização das terras que viriam compor o município de Antônio Carlos. 
A história conta que dez famílias iniciaram a colonização, primeiro em 
Louro e mais tarde em Rachadel e Santa Maria, que são outros bairros 
atuais da cidade. O município de Antônio Carlos foi criado em 6 de 
novembro de 1963, desmembrado de Biguaçu. 
Os imigrantes eram originários do estado alemão da Renânia - 
Palatinado, especialmente do altiplano Hunsrück. Haviam sido instalados 
na primeira colônia germânica de Santa Catarina, São Pedro de 
Alcântara, local de solo árduo e impróprio para a agricultura. Por isso, 
foram em buscas de novos recantos e encontraram as planícies próximas 
ao rio Biguaçu. O maior legado deixado pelo imigrante alemão foi a força 
destemida para o trabalho nas terras de Antônio Carlos. Seus 
descendentes construíram ao longo do Século XX um patrimônio cultural 
bastante expressivo. Mantiveram os principais costumes e ergueram o 
município com ordem e determinação. 
Além de muito trabalho e dedicação a agriculturas, criaram muitos 
eventos festivos relacionados com a agricultura que hoje são referenciais 
estaduais, como a festa da hortaliça, que todos os anos é recebido 
pessoas de todas as partes do estado para contemplação de um desfile 
de carros alegóricos feitos totalmente com verduras e legumes plantados 
e cultivados pelos próprios moradores, assim como muita comida e 
música típica alemã. 
Nos últimos 10 anos a cidade teve o maior crescimento, 
aumentando o número de habitantes em 6mil, contendo hoje cerca de 
12mil habitantes, espalhadas por toda a extensão, mas concentrando-se 
mais na parte central da cidade. 
A cidade foi escolhida devido que já existe uma demanda de contra 
turno escolar, os pais trabalham o dia inteiro e os filhos da maioria já ficam 
na escola em tempo integral para realização de atividades extra 
curriculares e reforço escolar, além disso, o terreno fica central as duas 
maiores escolas da região, onde se concentram o maior número de alunos e 
usuários da futura edificação educacional. (Imagem 36) 
IMAGEM 36 – LOCALIZAÇÃO DO TERRENO 
 
Fonte: Google Earth – editado pela Autora (2019) 
 
A cidade de Antônio Carlos tem muita vegetação e preservada, é 
uma cidade que pensa no meio ambiente e no futuro com crescimento 
programado. 
O terreno escolhido é Plano e com muita mato rasteiro, na beira 
do terreno tem a passagem do rio e no entorno tem muita vegetação de 
diversos tamanhos (imagem37). Nas proximidades as edificações são 
mais densas, mantendo a forma geral de até 2 pavimentos (imagem 38). 
 
 
 
 
 
 
IMAGEM 37 – ÁREA VERDE DO ENTORNO DO TERRENO 
 
Fonte: Google Earth – editado pela Autora (2019) 
 
IMAGEM 38 – MAPA DE GABARITOS/ALTURA DAS EDIFICAÇÕES DO ENTORNO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google Earth – editado pela Autora (2019) 
 
O terreno está inserido e zoneado como uso institucional, porém no seu entorno 
é de uso misto,com predominância de uso residencial (imagem 39), e seu uso 
comercial é de favorecimento ao uso familiar. 
 
IMAGEM 39 – MAPA DE GABARITOS DOS USOS E OCUPAÇÃO DO SOLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google Earth – editado pela Autora (2019) 
 
 
O transito da cidade de Antônio Carlos é basicamente feita por uma via 
apenas arterial, e várias pequenas coletoras, a SC vinda de Biguaçu, Rua 
Daniel Petri, com fluxo intenso, contem ciclovia e a maioria do percurso 
com calçada para pedestre, Porém a rua coletora que vai até o terreno, 
Rua são Francisco, é sem estrutura nenhuma, de chão batido e sem 
calçamento ou ciclovia. O acesso é rápido e simples, devido que fica a 
50m da rua principal da cidade e também 45m do ponto de ônibus. 
(Imagem 40, 41 e 42) 
 
 
 
IMAGEM 40 – MAPA DE GABARITO EQUIPAMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google Earth – editado pela Autora (2019) 
 
 
IMAGEM 41 E 42 – MAPA DE GABARITO EQUIPAMENTOS 
 
Fonte: Autora (2019) 
 
 
 
 
Todas as ruas são bastantes usadas pelos moradores, a geral, e as coletoras 
de dentro dos bairros, devido a cidade ser pequena e poucos habitantes, todos 
circulam bastante entre as ruas no geral, não somente carros como os 
pedestres e ciclistas, que é bastante incentivado na cidade o uso de bicicleta e 
surte bastante efeito, já que é muito comum ver pessoas andando de bicicleta 
pelas ruas. Tudo fica muito próximo ao terreno, a praça principal do centro, 
outras escolas, prefeitura, posto de saúde, e pequenos comércios, como 
mercado, bar, papelaria e comercio de uso de computador, intente e impressão 
(Tabela 02). 
TABELA 02 – DISTÂNCIAS DO TERRENO E PONTOS REFERENCIAIS 
Local de chegada Distância 
Praça Principal da 
cidade 
1,18km 
Prefeitura 1km 
Posto de saúde 1,50km 
Mercado 2,3km 
Papelaria 1,2km 
Lan House 200m 
 
Com uma paleta de cores em sua maioria em tons verdes e terrosos, as cores 
que se destacam do terreno se encaixa perfeitamente com a proposta a ser 
apresentada. 
 
 
 
 
 
O marco histórico da região é as igrejas mais antigas e de muita importância pra 
comunidade, que em sua maioria é católica. Mas o maior deles é a igreja central, 
a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, localizada bem na praça de Antônio 
Carlos, criada em 1958. (imagem 43) 
 
 
IMAGEM 43 – MARCO URBANO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Site da Prefeitura de Antônio Carlos (2019) 
 
 
O terreno está localizado em uma área que já está zoneada como 
institucional, além de ficar a menos de 200m das principais escolas, e 
consequentemente bastante próximo da maior porcentagem de usuários, é um 
terreno plano, de fácil acesso para todos os bairros da cidade. E diante das 
condicionantes apresentadas na análise do lote acima e no levantamento de 
referências, juntamente com o estudo de condicionantes climáticas, que serão 
apresentadas com a proposta a seguir, foi decidido por esse lote para aplicação 
do estudo para implantação de um Centro de Convivência, arte, cultura e 
aprendizado, um espaço para contra turno escolar, onde a autora conclui que o 
terreno é propício para a instalação desse tipo de edificação e com bastantes 
benefícios de localização. 
 
 
 
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA PROPOSTA 
 
Esse capítulo final, apresentara o conceito e partido do anteprojeto 
arquitetônico e paisagístico do Centro de Convivência, Arte, Cultura e 
Aprendizado, um espaço de contra turno escolar, na cidade de Antônio 
Carlos/SC. Nesse mesmo capítulo, será disponibilizado o programa de 
necessidades do CCACA, o zoneamento da proposta, a setorização os 
ambientes e seus pré-dimensionamentos e sistemas sustentáveis e de 
conforto ambiental que serão aplicados e suas técnicas construtivas. 
Para o conceito do projeto, foi escolhido a integração e inclusão 
social. Com esse conceito, a edificação pretende ser um marco para a 
comunidade, valorizando o entorno com uma praça pública extensa e 
aberta, onde marca um novo ponto de encontro da cidade, onde todos os 
alunos de todas as escolas vão se encontrar para entrar no CCACA. 
O ponto de partida é integração e inclusão, integração entre 
alunos, entre escolas, entre pais e a comunidade, integrar e incluir tudo 
isso e ainda assim ser um espaço utilizado não somente nos dias de 
semana como CCACA, mas também para o lazer da comunidade. Como 
o CCACA se trata de um espaço de contra turno escolar, e por lidar com 
crianças e adolescentes, seria inviável a proposta de mantê-lo público e 
aberto a comunidade e a qualquer pessoa, sendo assim, o partido se deu 
por conexão. Conexão de duas praças enormes, uma dentro do CCACA 
e outra fora, as duas conectadas por circulação verde dentro do edifício, 
a de fora pública, a de dentro privada. As duas conversam entre si, no 
quesito desenho de vista superior, arborização e equipamentos urbanos. 
 
O quadro a seguir contém as informações de um programa de 
necessidades para o anteprojeto, também com pré-dimensionamento de 
ambientes, separados por o que é público(verde) e o que é 
privado(vermelho), também setorizando a parte de serviço e 
administrativa(azul). (QUADRO 03) 
 
QUADRO 03 – PROGRAMA DE NECESSIDADE E PRÉ 
DIMENSIONAMENTO (CONTINUA) 
Fonte: Autora (2019) 
 
QUADRO 03 – PROGRAMA DE NECESSIDADE E PRÉ 
DIMENSIONAMENTO (CONTINUAÇÃO) 
 Fonte: Autora (2019) 
 
QUADRO 03 – PROGRAMA DE NECESSIDADE E PRÉ 
DIMENSIONAMENTO (CONTINUAÇÃO) 
Fonte: Autora (2019) 
 
Seguido da tabela geral de áreas e m² por cada pavimento (tabela 04). 
Pavimento Área construída 
fechada (m²) 
Área construída 
aberta (m²) 
 Total 
1° Pavimento 5.500m² 3400m² 8900m² 
2° Pavimento 5,310m² 950m² 6220m² 
 
Com área total de 15160m² e ambientes divididos em quatro blocos 
dispostos, sendo um deles administrativo, o outro das salas de aulas, refeitórios 
e pátio coberto, onde os alunos terão o convívio, o bloco das quadras esportivas 
e o outro com a biblioteca pública que será projetada sobre pilotis e mantendo 
um espaço aberto em baixo para exposições e eventos da comunidade no geral, 
conectado à praça pública. 
O Organofluxograma (imagem 44), distribui os ambientes da edificação 
por público privado e serviço. Assim como no programa de necessidade, é 
destacado por cor, sendo público verde, privado vermelho e serviços em azul. 
IMAGEM 44 - ORGANOFLUXOGRAMA 
Fonte: Autora (2019) 
 
Depois dos estudos de condicionantes climáticas do lote (imagem 45 e 
46), e tendo concluído o programa de necessidades e o organofluxograma, é 
possível estabelecer os estudos de zoneamento (imagem 47 E 48). 
Determinando a posição dos ambientes para obter conforto térmico e acústico. 
Os ambientes foram dispostos a 4 blocos separados e espalhados no terreno e 
apenas com uma entrada principal e outra de serviço. 
 
 
IMAGEM 45 – ANALISE CLIMÁTICA 
 
Fonte: Autora (2019) 
 
 
 
 
IMAGEM 46 – ANALISE CLIMÁTICA 
 
Fonte: Autora (2019) 
 
IMAGEM 47 – ZONEAMENTO 1° PAVIMENTO 
Fonte: Autora (2019) 
IMAGEM 48 – ZONEAMENTO 1° PAVIMENTO 
 Fonte: Autora (2019) 
Desde a fundação, toda a etapa da construção dessa edificação, 
envolvera muito estudo e dedicação, para ser uma obra racional, sustentável e 
econômica, desde da sua obra até o seu mantimento, sendo ecologicamente 
correta, contendo captação de agua da chuva com reaproveitamento em usos 
de sanitários, de serviço de limpeza e rega dos jardins na praça. Além de serviço 
de fossa séptica que trata até 90% das agua, que volta limpa pro meio ambiente, 
através do sistema biodigestor com tanque de raízes. 
Estrutura pré-moldada, com vãos livres, com pé direito duplo e uso de 
circulação apenas com grandes rampas e divisórias de tijolos sustentáveis, 
esquadrias de aço que não enferrujam e tem uma longa vida, ventilação cruzada 
com o uso de circulação aberta e uso de brises motorizadose moveis, para 
regular o vento que entra e quando necessário e ajudando também na 
iluminação natural, uso de madeiras certificadas vão garantir o certificado leed 
de sustentabilidade. 
A arquitetura da edificação será feita com o intuito de máximo de 
aproveitamento de eficiência energética, com a utilização de brises na fachadas 
para obter melhor sombreamento, energia totalmente solar, e com o uso de 
espelhos d´agua para amenizar o calor no verão e ajudar na irrigação dos 
jardins criando um clima propicio. Muitos espaços abertos, vãos livres, 
esquadrias grandes e altas e com muita vegetação e espaços de recreação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O trabalho final de graduação tem como objetivo avaliar os 
conhecimentos obtidos durante todo o curso pela a autora, e aprofundar a 
exploração de um tema especifico. Tema especifico que teve por escolha da 
autora, diretrizes de um anteprojeto arquitetônico e paisagístico de uma 
instituição de ensino, um Centro de Convivência, arte, cultura e aprendizado 
(CCACA), dado como último trabalho, exigidos a formandos do curso de 
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estácio de Sá - SÃO JOSÉ/SC. 
Não se pode negar a importância deste trabalho para a formação 
acadêmica da autora, formação de produção especifica e aprofundada e 
organizada e traduzida em um modelo especifico. 
Durante o trabalho, a dificuldade foi de conseguir um espaço que me 
recebesse para o estudo de caso direito, onde não pude realizar entrevistas e 
questionários com os usurários, somente observação não participativa. 
A realização dos contra turnos escolares, sejam ele disponibilizados pela 
secretaria de assistência social, ou vinculadas as próprias escolas e até mesmo 
as particulares, funcionam como inspiração para o futuro da educação no país, 
impulsionando os usuários a contemplarem a vivência na escola de um outro 
ponto de vista, e não somente aquele regime fechado de aulas dentro de salas. 
Nessa perspectiva social, o avanço da criança e do adolescente que tem acesso 
ao contra turno escolar e atividades de recreação, convivência e atividades extra 
curriculares, é extremamente positivo. 
Esse trabalho de conclusão, tende através de projeto arquitetônico e 
paisagístico, definir uma ligação entre o ambiente e a atividade que será 
realizada no local, promovendo criatividade e a atenção para atividade 
destinada. Local para encontro, recreação, atividades direcionadas e reforço 
escolar, onde o aluno aprende e se diverte, saindo do modelo tradicional de 
escola e gerando um novo conceito de contra turno escolar. 
 
 
5. REFERÊNCIAS 
 
MINISTÉRIO DA CIDADANIA 
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/tipi
ficacao.pdf 
 
 
PREFEITURA MUNICIPAL DE ANTONIO CARLOS 
https://www.antoniocarlos.sc.gov.br/legislacao/index/index/codMapaItem/33804 
 
PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO DO SUL (REFERENCIA DO ESTADO EM SCFV) 
http://www.saofranciscodosul.sc.gov.br/e/assistencia-social#.XQEu3xZKjIV 
 
PREFEITURA DISTRITO FEDERAL 
http://www.df.gov.br/servico-de-convivencia-e-fortalecimento-de-vinculos-scfv/ 
 
 
 
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/tipificacao.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/tipificacao.pdf
https://www.antoniocarlos.sc.gov.br/legislacao/index/index/codMapaItem/33804
http://www.saofranciscodosul.sc.gov.br/e/assistencia-social#.XQEu3xZKjIV
http://www.df.gov.br/servico-de-convivencia-e-fortalecimento-de-vinculos-scfv/

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