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CONCEITOS BASICOS DE DIREITO CIVIL

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MONITORIA 
DIREITO CIVIL I
GABRIELLA GUIMARÃES MOITA
GABRIELLAMOITA@OUTLOOK.COM
CAPACIDADE
• De direito (art. 1 do CCB): sinônimo de personalidade.
• De fato (arts. 3 e 4 do CCB): aptidão para exercer por si só os fatos da vida.
• CONCEITO:
• É a capacidade do indivíduo exercer seus direitos civis atingida aos 18 anos ou mediante 
emancipação.
CAPACIDADE DE FATO
• É a medida de personalidade; pode ser adquirida por:
1. Idade: todos nascem absolutamente incapazes e seguem assim até os 16 anos
i. Art. 3: Incapacidade ABSOLUTA= plena impossibilidade de agirem validamente em relação aos atos da vida 
que lhe digam respeito sem que haja a presença de um REPRESENTANTE. Ex.: menores de 18 anos.
ii. Art. 4: Incapacidade RELATIVA = instância intermediária entre a incapacidade absoluta e a capacidade plena. 
Objetivo: proteger pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade (presumida pela idade). Ex. 
Usuários de substâncias entorpecentes e indivíduos maiores de 16 e menores de 18 anos. Redução da 
capacidade do sujeito ocorre pela interdição.
2. Emancipação (art. 5 do CCB)
I. Ato irrevogável dos pais ou dos tutores junto ao juiz;
II. Pode ocorrer pela concessão dos pais, por meio jurídico quando o menor estiver sob tutela ou em virtude de 
dispositivo legal;
III. Casamento, concurso público, renda própria, pela colação de grau em curso de ensino superior;
ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
LEI N. 13.146/2015
• Promove a inclusão das pessoas com deficiência e propicia a igualdade.
• Regula os indivíduos com deficiências de ordem física, mental e/ou intelectual, as quais 
interferem tão somente na capacidade de ordem física, mas não na jurídica.
• O art. 6 da Lei alterou o pressuposto de capacidade ao afirmar que todos os indivíduos 
maiores de 18 anos são absolutamente capazes.
• Curatela e Interdição possuem o mesmo princípio, afinal, se um indivíduo estiver sob curatela, 
sua vontade poderá ser suprimida, ou seja, de acordo com o parágrafo único do art. 11 da Lei, 
a vontade do incapaz poderá ser desconsiderada ou suprimida pelo curador ou pelo juiz.
DIREITOS DE PERSONALIDADE
PROTEGEM O MODO DE SER DA PESSOA NAS MAIS DIVERSAS DEMONSTRAÇÕES
• Conferem proteção integral (física, intelectual e psíquica) ao indivíduo
• Ex. Direito à vida, à saúde, ao corpo; à autoria científica e literária; direito à imagem e à privacidade.
• Principais características:
I. Inatos
II. Indisponíveis
III. Absolutos
IV. Extrapatrimoniais
V. Vitalícios
VI. Imprescritíveis
DIREITO AO NOME
• Nome é um aspecto relevante para fins de identificação, bem como um direito resguardado 
por um dever.
• Proteção do uso do nome (arts. 16, 17 e 18 do CCBR)
LIBERDADE DE EXPRESSÃO x LIMITES DO USO DO NOME
• Pseudônimo (art. 19 do CCBR) é um falso nome adotado pelo indivíduo para identificar-se. 
Ex. Anitta = pseudônimo; Larissa = nome.
• O nome deve ser confortável para o sujeito.
• Alterar o sobrenome é mais complicado por tratar-se de forma mais taxativa de identificação.
ALTERAÇÃO DO NOME
LEI N. 6.015/1973
DO NOME
➢ Exposição ao ridículo
➢ Erro gráfico evidente
➢ Inclusão do apelido público notório
➢ Pela adoção
➢Homonímia depreciativa = nome igual ao 
de outra pessoa que cause 
transtornos/depreciação
DO SOBRENOME
➢Adoção
➢Casamento
➢Desfazimento do casamento
➢União estável ou homoafetiva
➢Acréscimo do sobrenome do padrasto ou 
da madrasta
➢ Lei de proteção à testemunha
• DOMICÍLIO
ART. 70 DO CCBR: RESIDÊNCIA COM INTENÇÃO DEFINITIVA ART. 72 DO CCBR: DOMICÍLIO PROFISSIONAL
▪ ESPÉCIES:
I. Legal ou Necessário (art. 76/CCBR): Lugar 
onde o sujeito reside permanentemente.
i. Presidiário: local em que cumpre a pena
ii. Incapaz: casa dos representantes
iii. Servidor público: Lugar permanente das 
funções
iv. Servidor militar: lugar onde serve ou a sede 
de comando
v. Servidor marítimo: local de matrícula da 
embarcação
• Sede jurídica da pessoa;
• Onde exerce a prática habitual de seus atos e 
negócios jurídicos;
▪ IMPORTÂNCIA: onde a pessoa pode ser 
contatada para responder suas obrigações
PESSOA JURÍDICA
• Grupo humano criado na forma da lei com objetivos comuns.
• São dotadas de personalidade jurídica própria e autonomia patrimonial.
• REQUISITOS PARA CONSTITUIÇÃO:
I. Vontade humana criadora;
II. Observância das condições legais;
III. Licitude de seus atos.
▪ REQUISITOS PARA A EXISTÊNCIA (art. 45 do CCBR):
I. Só ocorre a partir da inscrição do ato constitutivo no registo;
II. Autorização necessária: bancos, seguradoras, planos de saúde
FATOS JURÍDICOS
MATÉRIA DA G2
FATOS JURÍDICOS
FATOS DA VIDA NATURAL QUE POSSUEM PREVISÃO NORMATIVA
• Primeiro vêm os fatos, depois vem a norma jurídica
• Os fatos são acolhidos pelas normas e valorados positiva ou negativamente pelas normas. 
• Suporte fático: é o fato ou o conjunto de fatos descritos pela norma que servem de base 
para a sua incidência na vida dos sujeitos.
• ESQUEMA BÁSICO DA NORMA JURÍDICA:
1. Suporte fático: descrição de um fato
2. Preceitos: consequências jurídicas que a norma atribui ao fato por ela descrito
PLANOS DO MUNDO DO DIREITO
• Existência: elementos de concretude do suporte fático
• Validade: direito civil é passível de analogia (ex. Casamento homoafetivo e união estável)
• Eficácia: aplicabilidade no dia a dia
VALIDADE
ART. 104 DO CCBR
• Requer:
I. Agente capaz e legítimo
Capaz: plenamente capaz, emancipado, assistido ou representado
Legítimo: relação de domínio e titularidade entre o sujeito e o objeto do negócio
II. Objeto lícito, possível, determinado ou determinável
Lícito: de acordo com a lei e com a moralidade
Possível:
I. Física absoluta: única incapacidade que anula um contrato (ex. Por 2L de água num recipiente de 
500mL)
II. Física Relativa: (in)capacidade restrita ao sujeito (ex. Falar mandarim)
III. Jurídica: cláusula contratual que limita ou impossibilita determinada ação.
Determinado (identificado no ato do contrato) ou determinável (compra e venda de bens 
futuros)
III. Forma prescrita ou não defesa em lei (forma prevista em lei ou ao menos não proibida)
VALIDADE
ARTS. 107 E 108 DO CCBR
• ART. 107: Todos os contratos são existentes, entretanto sua validade depende da não-
anulação existente por limitação legal.
• ART. 108: O contrato verbal sobre um contrato de compra e venda de um bem imóvel 
superior a 30 salários mínimos do país existe, entretanto não é válido porque de acordo 
com o art. 108 do CC é impreterível a este a presença de escritura pública.
VALIDADE
A validade contratual implica na validade do momento em que foi realizado. Em certos casos, 
para determinados objetos do contrato é exigido contrato formal (por escrito) para que esse 
seja válido.
VALIDADE Capacidade de produzir 
efeitos duradouros e 
irremovíveisTodo contrato já 
nasce válido ou 
inválido
CONTRATO INVÁLIDO
• Não tem força para produzir efeitos duradouros;
• Os efeitos por ele produzidos devem ser removidos
• Ato nulo existe, basta considerar que a existência precede a nulidade.
ART. 104: Ato inválido pode produzir efeitos, 
entretanto estes não serão duradouros e 
irremovíveis, mas sim passíveis de anulação.
ATO NULO 
ART. 166 DO CCB
• É nulo o negócio jurídico quando:
• I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
• II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
• III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
• IV - não revestir a forma prescrita em lei;
• V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
• VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
• VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
NULO
COMO SE NUNCA TIVESSE EXISTIDO
• Nos termos jurídicos, o ato não produz efeitos. Entretanto, em termos práticos/reais, o 
contrato produz efeitos que serão desfeitos.
• Só haverá indenização para os casos em que não puder se desfazer os efeitos produzidos (art. 
182)
Podeser decretado ex officio, isto é, sem que haja a provocação ao juiz, podendo a 
parte declarar que o ato é nulo e cabendo ao juiz analisar e reconhecer a nulidade 
sem provocação.
ANULÁVEL
ART. 171 DO CCB
• Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
• I - por incapacidade relativa do agente;
• II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores.
ANULÁVEL
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
• Caracterizado pelos defeitos do negócio jurídico, os atos anuláveis, assim como os atos 
nulos, poderão retroagir.
• Uma vez inválido, o contrato não produzirá mais efeitos, sendo aqueles até então 
produzidos invalidados por caracterizarem defeitos.
• Efeitos removíveis e não duradouros.
EFEITOS
EFICÁCIA
FATORES
ANULÁVEL
VÁLIDO
Em determinado momento não terá mais 
aptidão para produzir efeitos em 
decorrência de um defeito do negócio 
jurídico
CONDIÇÃO
EFEITO FUTURO E INCERTO
1. SUSPENSIVA:
Contrato foi estabelecido, mas um de seus efeitos será futuro e incerto, tendo seu efeito 
suspendido, mesmo sendo válido.
Ex. não haver aula de zumba por ainda não ter 10 alunos matriculados.
2. RESOLUTIVA:
Se ocorrer o evento futuro e incerto, o contrato acaba, isto é, os efeitos do contrato serão 
atingidos.
Ex. A cede para B 10 livros até este ser aprovado na OAB. B é aprovado na OAB. Resolve-
se o contrato.
TERMO
EVENTO FUTURO E CERTO
• As partes podem subordinar o início ou o fim da produção dos efeitos do contrato a um 
evento futuro e certo.
• As partes acórdão sobre a venda de determinado produto, estabelecendo o valor e a 
quantidade e resolvendo o contrato com o cumprimento da obrigação, a qual terá prazo 
definido. 
• Ex. Contrato de compra e venda de sacas de arroz.
DEFEITOS E VÍCIOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
VÍCIOS NO CONSENTIMENTO
• Para que o contrato se forme, deve haver manifestação de vontade de 
ambas as partes. (Ex. Vontade de comprar um café e o bar ter vontade de vendê-lo)
• A validade implicará vontade perfeita, ou seja, vontade pura que não sofra 
interferências internas ou externas, razão pela qual é impreterível 
examinar como formou-se a vontade. (Ex. Ser vítima de coação; querer comprar 
um telefone e receber oferta de telefone falso)
ERRO OU IGNORÂNCIA
ART. 138 DO CCB
• Ocorre a falsa percepção da realidade, devendo ser sempre espontâneo e 
de boa-fé;
• Caso seja induzido configura coação;
• Não há má-fé no erro.
• A interferência pode ser interna, isto é , o objeto cumpre o que propõe, 
mas a concepção é contrária. Ex. Compra caneta azul acreditando ser 
vermelha.
ERRO OU IGNORÂNCIA
PARA INVALIDAR
• Art. 139. O erro é substancial quando:
• I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das
qualidades a ele essenciais;
• II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a
declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
• III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou
principal do negócio jurídico.
ERRO OU IGNORÂNCIA
PARA INVALIDAR
• Substancial: a falsa percepção da realidade (erro) é razão 
determinante para a manifestação da vontade.
• O erro pode incidir sobre:
a) A natureza do ato negocial
b) Objeto não pretendido
c) Qualidade essencial do obejeto
d) Qualidade essencial da pessoa
RAZÃO
DETERMINANTE
ERRO OU IGNORÂNCIA
PARA INVALIDAR
• Exemplo de qualidade essencial do objeto ou da pessoa:
• Ex1: Casal combina que terá filhos e a mulher se submete a inúmeros tratamentos para 
fertilidade. Após anos tentando, descobre que o marido havia realizado vasectomia anos 
antes de se conhecerem.
• R. Nesse caso pode haver a anulação do casamento, isto é, a pessoa passa a ser solteira. 
Este aspecto pode refletir em alguns aspectos na separação dos bens.
ANULAÇÃO DO 
CASAMENTO:
volta a ser solteira
DIVÓRCIO:
Passa a ser divorciada
ERRO OU IGNORÂNCIA
PARA INVALIDAR
• RECONHECIBILIDADE (Teoria da confiança):
• A outra parte precisa ter condições para perceber o eqívoco aheio.
• A comprovação é muito difícil.
• O valor do objeto pode indicar o erro.
• ERROS DE DIREITO PODEM SER RAZÕES PARA INVALIDAR/ANULAR O FEITO
• Ex. Filhos imaginam que renunciando a herança do falecido pai a mesma será 
destinada à mãe, entretanto esta vai para os netos.
• R. Podem anular por ser erro de direito.
DOLO
ATO ILÍCITO
• Sendo o dolo inexistente, caracteriza-se o erro
• Há má-fé comprovada
• Tem intuito de enganar
• Expediente astucioso (manobra ardilosa): ex. Apresentar um certificado falso 
comprovando que o anel é de ouro.
DOLO
ESPÉCIES DO DOLO
I. ESSENCIAL (art. 145)
• Quando o equívoco/erro induzido é a razão de ser do negócio; quando recai sobre a vontade
• Ex. Venda de produtos falsificados
II. ACIDENTAL (art. 146)
• Quando a compra ocorreria de qualquer forma mas tem seu preço aumentado devido alguma 
característica mentirosa.
• Ex. Queria comprar um relógio e me mentem que é de ouro e por isso eu pago mais;
• Ex. Queria um cachorro e, no ato da compra, dizem ser castrado e em razão disto eu pago mais.
III. DOLO DE TERCEIRO (art. 148)
• Se a parte beneficiada conhecia ou devesse conhecer, é anulado o contrato, caso contrário, não.
• Ex. Baixar a km do carro de alguém e esse alguém, sem saber, vende o carro.
Perdas e danos; 
Não se anula a 
compra mas se 
indeniza os 
prejudicados
DOLO
REQUISITOS DO DOLO
➢Comportamento enganoso;
✓ATIVO: dolo por ação (certificado da doença)
✓PASSIVO: dolo por omissão (omissão da doença)
➢Ânimo de enganar;
➢Produção de equívoco na vítima;
➢Equívoco produzido como causa do ato
COAÇÃO
ART. 151 DO CCB
• Ato de violência
• Ato ilícito
COAÇÃO
ESPÉCIES
I. ABSOLUTA/ FÍSICA (vis absoluta)
• Não há vontade do indivíduo em realizar o contato. Se comprovada, ocorre a inxistência do 
contrato.
• Ex. Alguém pega a mão e obriga o sujeito a assinar.
II. RELATIVA/ MORAL (vis compulsiva)
• Efetuada com base em chantagem; há vício na vontade;
• Ex. Chantageiam o fulano a entregar o apartamento sob pena de ter segredo revelado
III. COAÇÃO DE TERCEIRO (art. 154 e 155)
• Se a parte beneficiada conhecia ou deveria conhecer
Depende da 
intensidade da 
violência.
A absoluta 
pressupõe a 
inexistência de 
escolha
COAÇÃO
EFEITOS
I. O sujeito que foi coagido a constituir o negócio jurídico pode buscar a anulabilidade 
deste negócio.
II. É reconhecido o direito a perdas e danos, mesmo quando não for autorizada a 
invalidade e o desfazimento dos atos praticados.
COAÇÃO
PARA SER CAUSA DE ANULAÇÃO
• Provenha de outra pessoa;
• Represente ameaça de dano;
• Mal ameaçado seja injusto, iminente (próximo a ocorrer), e grave (art. 152: considerar os 
aspectos pessoais da vítima)
• Seja causa eficiente da realização do negócio (só fez o contrato por estar sob coação)
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o 
temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na 
gravidade dela
Art. 153: Ameaça justa: 
ameaçar alguém de 
exercer um direito 
normal.
Ex. Pague o que me 
deve ou vou te 
processar.
ESTADO DE PERIGO
SALVAR-SE DE GRAVE PERIGO –ART. 156/CCB
• Para salvar a si ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, 
assume obrigação excessivamente onerosa.
• ELEMENTOS:
✓Negócio jurídico desigual;
✓Mal iminente ou grave;
✓ Bem ameaçado: pessoa ou alguém próximo;
✓ Vontade movida pelo "salvar-se";
✓ Conhecimento da outra parte.
ESTADO DE PERIGO
SALVAR-SE DE GRAVE PERIGO –ART. 156/CCB
▪ CONSEQUÊNCIAS:
Anulação do contrato, correção do contrato.
• EXEMPLO:
• Mãe sofrendo de um mal que não é coberto pelo plano de saúde e exige cirurgia 
imediata, razão pela qual a filha, em desespero e visando preservar a vida de sua mãe, recorre 
ao procedimento particular que custará R$50 mil reais (ela tem conhecimentode que há 
locais mais baratos, no entanto sabe que não terá tempo para se locomover com sua mãe). 
Após concluída a cirurgia, ela poderá entrar em juízo e apresentar todas as razões pelas quais 
anuiu o contrato, podendo requerer a devolução da diferença presente entre o procedimento 
particular de R$ 50 mil reais e o procedimento no hospital mais barato.
LESÃO
ART. 157-CCB
• Pode surgir em negócios jurídicos onerosos (dispendiosos) e bilaterais. Ao se estabelecer 
vantagens e desvantagens entre as partes envolvidas, pode nascer um desequilíbrio entre 
as prestações. Há lesão toda vez que uma parte assumir uma prestação manifestamente 
desproporcional à prestação da outra parte.
• Caso nasça durante contrato, isto é, contrato se torne desproporcional, utilizar-se-á do 
previsto no art. 317 do CCB para que seja revisto.
•Inexperiência ou premente necessidade. Ex. Aceitar valores muito baixos que serviriam para 
melhorar a situação econômica.
LESÃO
PRESSUPOSTOS
• Concomitante ao nascimento do negócio jurídico;
• Negócio bilateral e oneroso;
• Prestação manifestamente desproporcional – pressuposto objetivo;
• Premente necessidade (o sujeito precisa daquele negócio, sob pena de ter algum
prejuízo econômico) ou inexperiência - pressuposto subjetivo.
LESÃO
SOLUÇÃO
✓ Recisão contratual ou revisão do contrato;
✓ Convalidação, isto é, a correção do vício a fim de transformar o negócio inválido em válido -
tendo em vista que todo negócio anulável é passível de convalidação - tornando-o passível de 
gerar efeitos e ser um negócio jurídico perfeito.
ESTADO DE PERIGO
➢ Risco pessoal;
➢ Conhecimento da outra parte
LESÃO
➢ Danos patrimoniais;
➢ Objetiva: não pressupõe conhecimento da 
outra parte
Contrato nasce 
desequilibrado
FRAUDE CONTRA CREDORES
REDUÇÃO PATOLÓGICA DE PATRIMÔNIO - ART. 158/CCB
▪ Reduzir o patrimônio de forma que não possua lucro; tornar-se insolvente = dever mais 
do que possui.
▪ Pressupostos:
➢ Preexistência de uma relação obrigacional, na qual o sujeito devedor deve pagar sua dívida ao 
credor (credor quirográfario: aquele que não tem garantias reais (ex. hipoteca) sobre o 
patrimônio do devedor).
• O salário do indivíduo e o local onde reside, bem como seus instrumentos de trabalho 
são impenhoráveis, não podendo as penas atingirem tais patrimônios.
FRAUDE CONTRA CREDORES
SOLUÇÃO
▪ Desfazimento dos atos praticados pelo devedor caso haja a fraude.
▪ Somente o credor quirográfario pode desfazer o contrato, devendo este ingressar em juízo 
com uma ação pauliana visando desfazer os negócios que geraram insolvência.
▪ No caso de PENHORA os bens de onde o sujeito tira o sustento ou reside não podem ser 
retirados dele. Entretanto, os bens HIPOTECADOS podem ser retirados do devedor, uma 
vez que foram dados, por ele, em garantia.
▪ Scientia fraudis (art. 159 do CCB) - atos a título oneroso (venda):
O conhecimento do scientia fraudis só é exigido em casos de venda de patrimônio em que o 
devedor sabia que era uma ação fraudulenta.
DIFERENÇAS ENTRE FRAUDE CONTRA CREDOR E À 
EXECUÇÃO
FRAUDE CONTRA CREDOR
• Anulável: atinge o plano da validade;
• Exige ação pauliana;
• Se configura antes que haja 
demanda judicial
FRAUDE À EXECUÇÃO
• Ineficaz: atinge o plano da eficácia
• Não a exige ação pauliana; o juiz 
reconhece nos autos
•Após demanda judicial em relação ao 
débito
FRAUDE À EXECUÇÃO:
Processo de Conhecimento:
Credor coloca suas contas a 
exame do juiz, para provar que o 
devedor não pagou o que devia.
Sentença contra o devedor 
transita em julgado
Título executivo extrajudicial
Processo de 
execução
Devedor aliena bem a 
terceiro: fraude à execução
SIMULAÇÃO (ART. 167 – CCB)
DECLARAÇÃO ENGANOSA DE VONTADE
▪ Sempre bilateral; ocorre quando as partes, em conluio (acordo), declaram algo diferente 
de sua intenção.
▪ Declaração disconforme com a vontade.
SIMULAÇÃO
ESPÉCIES
▪ ABSOLUTA:
Nessa hipótese há apenas a aparência de um negócio (contrato), pois, na realidade, não há nenhum 
contrato.
▪ RELATIVA:
Há dois negócios, o que se mostra (e não se quer) e o que se esconde (o que as partes querem). O 
primeiro é o simulado, o segundo, o dissimulado.
Ex. A e B simulam uma doação quando, na verdade, realizam uma compra e venda. A doação é o 
negócio simulado e, a compra e venda, o que se dissimulou.
• AD PERSONAM:
O negócio é real, entretando as partes são fictícias. São os negócios celebrados por intermédio de 
"laranjas". O negócio é nulo.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS SUBJETIVOS
Direitos subjetivos a uma prestação: são os direitos cujo bem da vida se alcança 
mediante o cumprimento de uma obrigação, que pode ser de dar, fazer, ou não fazer. Nesses 
direitos se identifica o sujeito ativo (titular do direito) e o sujeito passivo (que deve prestar 
algo).
Nos direitos a uma prestação, surge a figura da pretensão, consistente na possibilidade 
de exigir em juízo a obrigação devida. Pretensão só nasce quando o direito é violado (ex. 
dívida vence dia 15. Se não for paga até o dia do vencimento (15), nascerá, no dia 16, a 
pretensão).
ART. 205 e 206 : prazo legal para a extinção da pretensão/prescrição.
PRESCRIÇÃO AFETA A PRETENSÃO.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Direitos potestativos: há casos em que o direito confere a um sujeito o poder 
de afetar a esfera jurídica do outro sem que este nada possa fazer a não ser 
sujeitar-se.
Ex. Demissão
Decadência: direito potestativo não exercidos no prazo fixado.
Ex. Devolução/ troca de aparelhos.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO E DISTINÇÃO
✓PRESCRIÇÃO: Extinção da pretensão
Se perde a possibilidade de exigir a obrigação em juízo, mas não se perde o direito.
✓DECADÊNCIA: Extingue o direito
Se perde o direito potestativo; fulmina o direito propriamente dito.
Ex. Perda do direito de exigir a garantia de objetos após decorrido o tempo contratual.
DECADÊNCIA fulmina o DIREITO.
PRESCRIÇÃO fulmina o direito de EXIGIR o direito
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO
A interrupção é quando um prazo, que estava correndo, para de correr por conta de 
uma ação.
Caso esse prazo volte a correr, começará a ser contado novamente; Conta-se do 
zero. Entretanto, existem causas que interrompem, suspendem ou adiam o início da 
contagem do prazo, por exemplo, o credor ser absolutamente incapaz.
No caso da suspensão, o prazo que estava correndo fica suspenso até que se resolva 
o motivo que provocou a suspensão. Após isso, o prazo voltará a contar de onde parou.
PRESCRIÇÃO OU DECADÊNCIA
PRAZO
❖ INTERROMPIDO: art. 202 do CCB = zera
❖ADIADO: art. 198 do CCB = não se inicia a contagem do prazo
❖ SUSPENDIDO: art. 197 do CCB = pausa a contagem e, ao retomá-la, procede-se a 
contagem de onde parou.

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