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NFPSS | RETA FINAL – TJGO + TJPR 
Ciclos Método 
 
2 
 
NFPSS | RETA FINAL – TJGO + TJPR 
 
Oláááá futuros Juízes e Juízas! Bem-vindos ao Não Faça a Prova Sem Saber! Esse é o seu arquivo de apostas para 
a revisão de véspera! Aqui, selecionamos alguns temas que, após estudo das nossas bancas, acreditamos que 
tenham mais chances de ser cobrados em nossa prova. Então, se alonga, pega o café, lava esse rosto e simbora, 
porque o nosso material está recheado de informações importantíssimas! 
 
SUMÁRIO 
 
 
DIREITO CIVIL ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 2 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ------------------------------------------------------------------------------ 65 
DIREITO DO CONSUMIDOR ----------------------------------------------------------------------------- 127 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE -------------------------------------------------------- 148 
DIREITO PENAL ------------------------------------------------------------------------------------------------ 175 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ----------------------------------------------------------------------------- 305 
DIREITO CONSTITUCIONAL ----------------------------------------------------------------------------- 398 
DIREITO ELEITORAL --------------------------------------------------------------------------------------- 466 
DIREITO EMPRESARIAL --------------------------------------------------------------------------------------- 484 
DIREITO TRIBUTÁRIO --------------------------------------------------------------------------------------- 546 
DIREITO AMBIENTAL --------------------------------------------------------------------------------------- 586 
DIREITO ADMINISTRATIVO ---------------------------------------------------------------------------- 618 
DIREITO AGRÁRIO -------------------------------------------------------------------------------------- 675 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO ---------------------------------------------------------------------------- 693 
JUIZADOS ESPECIAIS -------------------------------------------------------------------------------------- 731 
CÓDIGO DE NORMAS DA CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA --------------------------------- 750 
 
DIREITO CIVIL1 
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO. 
 
#DIZERODIREITO2 
 
DECISÃO COM BASE EM VALORES JURÍDICOS ABSTRATOS 
A Lei nº 13.655/2018 acrescenta à LINDB o art. 20, cujo caput possui a seguinte redação: 
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos 
abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. 
 
Esse dispositivo proíbe que se decida com base em valores jurídicos abstratos? NÃO. Continua sendo possível. 
No entanto, todas as vezes em que se decidir com base em valores jurídicos abstratos, deverá ser feita uma análise 
prévia de quais serão as consequências práticas dessa decisão. O art. 20 da LINDB introduz a necessidade de o 
órgão julgador considerar um argumento metajurídico no momento de decidir, qual seja, as “consequências 
práticas da decisão”. 
 
Resumo: 
 
1 Por Marília Cavalcanti. 
2 Dizer o Direito: Breves comentários à Lei 13.655/2018 e ao Decreto 9.830/2019 
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3 
 
• Não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas 
da decisão. 
• Isso vale para decisões proferidas nas esferas administrativas (ex: em um PAD), controladora (ex: julgamento 
das contas de um administrador público pelo TCE) e judicial (ex: em uma ação civil pública pedindo melhores 
condições do sistema carcerário). 
 
Previsão contraditória 
Vale ressaltar que esse art. 20 revela uma enorme contradição. Isso porque ele defende que o julgador não deve 
decidir com base em “valores jurídicos abstratos” sem que sejam consideradas as consequências práticas da 
decisão. Ocorre que a própria Lei nº 13.655/2018 introduz na LINDB uma série de expressões jurídicas abstratas, 
como por exemplo: “segurança jurídica de interesse geral”, “interesses gerais da época”, regularização “de modo 
proporcional e equânime”, “obstáculos e dificuldades reais do gestor”, “orientação nova sobre norma de conteúdo 
indeterminado” etc. 
 
DECISÃO QUE ACARRETE INVALIDAÇÃO DE ATO, CONTRATO, AJUSTE, PROCESSO OU NORMA ADMINISTRATIVA 
A Lei nº 13.655/2018 demonstrou uma preocupação muito grande com decisões que acarretem invalidação de 
ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa. Por isso, inseriu na LINDB dois dispositivos para tratar 
sobre o tema: o parágrafo único do art. 20 e o art. 21. 
O art. 20, parágrafo único, vimos acima. Confira agora o caput do art. 21: 
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, 
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências 
jurídicas e administrativas. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições 
para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se 
podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam 
anormais ou excessivos. 
 
 
Exigências de motivação 
Conjugando os arts. 20 e 21 da LINDB, podemos concluir que a decisão que acarrete a invalidação de ato, contrato, 
ajuste, processo ou norma administrativa deverá... 
• demonstrar a necessidade e adequação da invalidação; 
• demonstrar as razões pelas quais não são cabíveis outras possíveis alternativas; 
• indicar, de modo expresso, suas consequências jurídicas e administrativas. 
 
Vale ressaltar que tais exigências são aplicáveis para as esferas administrativa, controladora ou judicial. 
 
MUDANÇA DE INTERPRETAÇÃO OU ORIENTAÇÃO E MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO 
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova 
sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá 
prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja 
cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. 
 
Se houver uma mudança na forma como tradicionalmente a Administração Pública, os Tribunais de Contas ou o 
Poder Judiciário interpretavam determinada norma, deverá ser previsto um regime de transição. 
Este regime de transição representa a concessão de um prazo para que os administradores públicos e demais 
pessoas afetadas pela nova orientação possam se adaptar à nova interpretação. É como se fosse uma modulação 
dos efeitos. 
 
Requisitos para a aplicação do regime de transição: 
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4 
 
a) A decisão administrativa, controladora ou judicial deve estabelecer uma interpretação ou orientação nova. 
Considera-se nova interpretação ou nova orientação aquela que altera o entendimento anterior consolidado (art. 
6º, § 3º do Decreto); 
b) Essa interpretação nova deve recair sobre uma norma de conteúdo indeterminado; 
c) Por conta dessa interpretação, será imposto novo dever ou novo condicionamento de direito; 
d) O regime de transição mostra-se, no caso concreto, indispensável para que o novo dever ou condicionamento 
de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente; 
e) A imposição desse regime de transição não pode acarretar prejuízo aos interesses gerais. 
 
Cabe ao órgão julgador a análise dos preenchimentos dos requisitos acima, sendo passível de recurso caso o 
interessado entenda que deveria ter direito ao regime de transição. 
 
O CPC/2015 possui um dispositivo tratando sobre a possibilidade de modulação dos efeitos de decisão judicial. 
Ressalte-se, contudo, que a redação do CPC é bem superior à do art. 23 da LINDB,sendo mais clara e objetiva. 
Confira: 
Art. 927 (...) 
§ 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores 
ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no 
interesse social e no da segurança jurídica. 
 
RESPONSABILIDADE DO AGENTE PÚBLICO 
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou 
erro grosseiro. 
 
Dolo 
Abrange tanto os casos de dolo direto como também eventual. 
 
Erro grosseiro = culpa grave 
Considera-se erro grosseiro aquele manifesto, evidente e inescusável praticado com culpa grave, caracterizado 
por ação ou omissão com elevado grau de negligência, imprudência ou imperícia (art. 12, § 1º do Decreto). 
Assim, para o Decreto, erro grosseiro é aquele no qual o agente atuou com culpa grave. Isso significa que, se o 
agente teve culpa leve ou levíssima, ele não poderá ser responsabilizado. 
 
Comprovação do dolo ou grosseiro é indispensável para a responsabilização do agente 
Decreto nº 9.830/2019 
Art. 12 (...) 
§ 2º Não será configurado dolo ou erro grosseiro do agente público se não restar comprovada, nos autos do 
processo de responsabilização, situação ou circunstância fática capaz de caracterizar o dolo ou o erro grosseiro. 
§ 3º O mero nexo de causalidade entre a conduta e o resultado danoso não implica responsabilização, exceto se 
comprovado o dolo ou o erro grosseiro do agente público. 
 
Complexidade da matéria e atribuições do agente devem ser consideradas 
Ao se analisar se o agente atuou com dolo ou cometeu um erro grosseiro, deve-se levar em consideração a 
complexidade da matéria e as atribuições exercidas pelo agente público 
Decreto nº 9.830/2019 
Art. 12 (...) 
§ 4º A complexidade da matéria e das atribuições exercidas pelo agente público serão consideradas em eventual 
responsabilização do agente público. 
 
Grande prejuízo, por si só, não configura o dolo ou erro grosseiro 
Decreto nº 9.830/2019 
Art. 12 (...) 
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§ 5º O montante do dano ao erário, ainda que expressivo, não poderá, por si só, ser elemento para caracterizar o 
erro grosseiro ou o dolo. 
 
CONSULTA PÚBLICA 
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de 
mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados, 
preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. 
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública, 
observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver. 
§ 2º (VETADO). 
 
“O art. 29, ao prever a consulta pública prévia à edição de atos normativos por autoridade administrativa, procura 
trazer transparência e previsibilidade à atividade normativa do Executivo. Trata-se de medida consentânea com 
as melhores práticas.” (http://antonioanastasia.com.br/documentos/). 
 
DAS PESSOAS NATURAIS 
 
Art. 3º São ABSOLUTAMENTE incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) 
anos. #ATENÇÃO: A Lei 13.146/15 alterou o regime jurídico das incapacidades, de maneira que apenas o menor 
de 16 anos é absolutamente incapaz (arts. 3º e 4º), de maneira que não corre contra este a prescrição aquisitiva 
ou extintiva (art.198, I do CC). 
 
Depois do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), que alterou os arts. 3º e 4º do Código Civil, 
não é mais possível declarar como absolutamente incapaz o maior de 16 anos que, em razão de enfermidade 
permanente, encontra-se inapto para gerir sua pessoa e administrar seus bens de modo voluntário e consciente. 
A Lei nº 13.146/2015 teve por objetivo assegurar e promover a inclusão social das pessoas com deficiência física 
ou psíquica e garantir o exercício de sua capacidade em igualdade de condições com as demais pessoas. A partir 
da entrada em vigor da referida lei, só podem ser considerados absolutamente incapazes os menores de 16 anos, 
ou seja, o critério passou a ser apenas etário, tendo sido eliminadas as hipóteses de deficiência mental ou 
intelectual anteriormente previstas no Código Civil. O instituto da curatela pode ser excepcionalmente aplicado 
às pessoas com deficiência, ainda que agora sejam consideradas relativamente capazes, devendo, contudo, ser 
proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso concreto (art. 84, § 3º, da Lei nº 13.146/2015). STJ. 
3ª Turma. REsp 1927423/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/04/2021 (Info 694). 
 
Art. 4º São incapazes, RELATIVAMENTE a certos atos ou à maneira de exercê-los: I - os maiores de dezesseis e 
menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. 
 
- EXTINÇÃO DA PESSOA FÍSICA: A morte marca o fim da pessoa natural (art. 6º do CC – “A existência da pessoa 
natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura 
de sucessão definitiva”). Além da morte real (à vista do cadáver), existem as seguintes hipóteses de morte 
presumida: (a) decorrente da ausência; (b) decorrente das situações do art. 7º do CC. 
 
 (a) Morte presumida por ausência: A ausência é o procedimento em que se declara o estado de 
desaparecimento de uma pessoa do seu domicílio sem deixar procurador. Foi tratada pelo codificador 
como uma situação de morte presumida, a partir do momento em que é aberta a sucessão DEFINITIVA 
dos bens do ausente. 
 (b) Morte presumida do art. 7º do CC: Estas hipóteses não se confundem com a ausência. 
 
- Note-se na morte presumida existem duas situações: 
 A primeira trata da probabilidade extrema de morte daquele que se encontre em perigo de vida. (CC art. 
7º, I). 
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 A segunda hipótese trata dos desaparecidos em campanha de guerra ou feito prisioneiro, caso não seja 
encontrado até 02 dois anos após o término da guerra (CC art. 7º, II). 
 
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos 
COMORIENTES precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
 
PESSOAS JURÍDICAS 
 
Quando se aplica a desconsideração da personalidade jurídica, os bens particulares dos administradores ou sócios 
são utilizados para pagar dívidas da pessoa jurídica. Somente poderá ocorrer a desconsideração da personalidade 
jurídica nas relações jurídicas regidas pelo Código Civil se ficar caracterizado que houve abuso da personalidade 
jurídica. O abuso da personalidade jurídica pode ocorrer em duas situações: 
1) Desvio de finalidade; 
2) Confusão patrimonial. 
 
Teoria MAIOR Teoria MENOR 
O Direito Civil brasileiro adotou, como regra geral, a 
chamada teoria maior da desconsideração. Isso 
porque o art. 50 exige que se prove o desvio de 
finalidade (teoria maior subjetiva) ou a confusão 
patrimonial (teoria maior objetiva). 
No Direito do Consumidor e no Direito Ambiental, 
adotou-se a teoria menor da desconsideração. Isso 
porque, para que haja a desconsideração da 
personalidade jurídica nas relações jurídicas 
envolvendo consumo ou responsabilidade civil 
ambiental não se exige desvio de finalidade nem 
confusão patrimonial. 
Deve-se provar: 
1) Abuso da personalidade (desvio de finalidade ou 
confusão patrimonial); 
2) Que os administradores ou sócios da pessoa 
jurídica foram beneficiados direta ou indiretamente 
pelo abuso (novo requisito trazido pela Lei nº 
13.874/2019). 
De acordo com a Teoria Menor, a incidência da 
desconsideração se justifica: 
a) pela comprovação da insolvência da pessoa 
jurídica para o pagamento de suas obrigações, 
somada à má administração da empresa (art. 28, 
caput, do CDC); ou 
b) pelo mero fato de a personalidade jurídica 
representar um obstáculo ao ressarcimentode 
prejuízos causados aos consumidores, nos termos do 
§ 5º do art. 28 do CDC. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1735004/SP, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 26/06/2018. 
Adotada pelo art. 50 do CC. Prevista no art. 4º da Lei nº 9.605/98 (Lei Ambiental) 
e no art. 28, § 5º do CDC. 
 
Desvio de finalidade é o ato intencional, do administrador ou do sócio, de fraudar terceiros ou praticar atos ilícitos 
utilizando a autonomia da pessoa jurídica como um escudo. 
 
Confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - cumprimento 
repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - transferência de ativos ou 
de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e III - outros atos 
de descumprimento da autonomia patrimonial. 
 
O art. 50, §3º, do CC passou a prever expressamente a desconsideração inversa da personalidade jurídica. Nesta, 
o juiz, mediante requerimento, autoriza que os bens da pessoa jurídica sejam utilizados para pagar as dívidas dos 
sócios ou dos administradores. 
 
Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica 
específica da pessoa jurídica. 
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DOMICÍLIO 
 
DOMICÍLIO: é a sede jurídica da pessoa; local em que responderá pelos direitos e deveres assumidos 
DOMICÍLIO DA PESSOA NATURAL 
a) Domicílio voluntário: é aquele fixado pela vontade da 
pessoa, como exercício da autonomia privada. 
 
b) Domicílio necessário ou legal (art. 76 do CC) é o imposto 
pela lei: 
- o domicílio dos absolutamente e relativamente incapazes 
(arts. 3.º e 4.º do CC) é o mesmo dos seus representantes; 
- o domicílio do servidor público ou funcionário público é o 
local em que exercer, com caráter permanente, as suas 
funções; 
- o domicílio do militar é o do quartel onde servir ou do 
comando a que se encontrar subordinado (sendo da Marinha 
ou da Aeronáutica); 
- o domicílio do marítimo ou marinheiro é o do local em que o 
navio estiver matriculado; 
- o domicílio do preso é o local em que cumpre a sua pena. 
 
Obs: o domicílio necessário não exclui o voluntário. 
 
c) Domicílio contratual ou convencional: aquele previsto no 
art. 78 do CC. #OLHAOGANCHO: A fixação desse domicílio 
para um negócio jurídico acaba repercutindo na questão do 
foro competente para apreciar eventual discussão do contrato, 
razão pela qual se denomina tal previsão como cláusula de 
eleição de foro – art. 63, NCPC. 
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO 
PRIVADO: 
Domicílio no lugar onde funcionam as respectivas 
diretorias e administrações, ou onde 
elegerem o domicílio especial nos seus 
estatutos. 
Admite-se a pluralidade de domicílios, sendo que 
isso será possível quando a pessoa jurídica de 
direito privado tenha diversos 
estabelecimentos, como as agências ou 
escritórios de representação ou 
administração (art. 75, §1º, do CC/02). 
 
 
DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, OS DIREITOS DA PERSONALIDADE SÃO INTRANSMISSÍVEIS E 
IRRENUNCIÁVEIS, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
 
TUTELA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE: O Art. 12, parágrafo único, do CC prevê regra geral, tendo como 
legitimados: ascendentes, descendentes, cônjuge e colaterais até o quarto grau. Por outro turno, o art. 20, 
parágrafo único prevê regra especial, pois só trata de determinados direitos da personalidade (imagem e direitos 
morais do autor), tendo como legitimados apenas os ascendentes, descendentes e cônjuge. 
 
A tutela jurídica dos direitos da personalidade pode ser preventiva (específica: sub-rogatória, inibitória, remoção 
do ilícito) ou repressiva (reparatória: indenizatória, compensatória). 
 
-IMAGEM 
 
a) Imagem-retrato: são as características fisionômicas da pessoa, ou seja, o seu desenho, sua pintura, sua 
fotografia. 
b) Imagem-atributo: são as características imateriais (morais) por meio das quais os outros enxergam aquela 
pessoa. É a personalidade, o caráter, o comportamento da pessoa segundo a visão de quem a conhece. 
c) Imagem-voz: são as características do timbre de voz da pessoa. É a identificação da pessoa pela voz. 
 
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JDC 279 – Art.20. A proteção à imagem deve ser ponderada com outros interesses constitucionalmente 
tutelados, especialmente em face do direito de amplo acesso à informação e da liberdade de imprensa. Em caso 
de colisão, levar-se-á em conta a notoriedade do retratado e dos fatos abordados, bem como a veracidade destes 
e, ainda, as características de sua utilização (comercial, informativa, biográfica), privilegiando-se medidas que não 
restrinjam a divulgação de informações. 
 
Na exposição pornográfica não consentida, o fato de o rosto da vítima não estar evidenciado de maneira 
flagrante é irrelevante para a configuração dos danos morais. STJ. 3ª Turma. REsp 1.735.712-SP, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 19/05/2020 (Info 672). 
 
#OLDBUTGOLD #DIZERODIREITO 
Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária a autorização prévia do indivíduo biografado, das demais 
pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo 
compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. As exatas palavras do STF foram as seguintes: 
“É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, 
sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso 
de pessoas falecidas ou ausentes”. 
Caso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela 
publicação, terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização pecuniária, como 
também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de 
resposta etc. STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/6/2015 (Info 789). 
 
DIREITO AO ESQUECIMENTO 
Decisão do STF em sede de repercussão geral (RE 1010606): “É incompatível com a Constituição Federal a ideia 
de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a 
divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação social – 
analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação 
devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais, especialmente os relativos à proteção 
da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral, e as expressas e específicas previsões legais 
nos âmbitos penal e cível”. 
 
O CC, abraçando o posicionamento jurisprudencial, dispõe que, malgrado os direitos da personalidade tenham 
sido feitos para a proteção do ser humano, sua aplicação se estende às Pessoas jurídicas, NO QUE COUBER (naquilo 
que sua falta de estrutura biopsicológica permite exercer). 
 
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. 
 
STJ Súmula 227: A PESSOA JURÍDICA PODE SOFRER DANO MORAL. 
 
1) Imagem (imagem atributo); 
2) Nome; 
3) Honra objetiva. 
 
#SELIGA: Pessoa jurídica não tem direito à intimidade, à integridade física, à honra subjetiva, por exemplo. Ela não 
pode reclamar proteção a esses direitos, porquanto são valores incompatíveis com a sua ausência de estrutura 
biopsicológica. 
 
O dano moral sofrido pela pessoa jurídica não se configura in re ipsa, o que não obsta, contudo, que sua 
comprovação ocorra por meio da utilização de presunções e regras de experiência no julgamento da controvérsia. 
(REsp 1.564.955-SP) 
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Cuidado: existem julgados em sentido contrário, ou seja, dizendo que pessoa jurídica pode sofrer danomoral in 
re ipsa. Nesse sentido: STJ. 4ª Turma. REsp 1327773/MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/11/2017 
(Info 619). STJ. 4ª Turma. AgInt-AREsp 1.328.587/ DF. Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 07/05/2019. STJ. 3ª Turma 
AgInt-AREsp 1.345.802/ MT. Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 25/02/2019. 
 
BEM DE FAMÍLIA 
 
• Regra: o bem de família legal é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, 
previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários 
e nele residam (art. 1º). 
 
EXCEÇÕES: 
 
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista 
ou de outra natureza, salvo se movido: 
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite 
dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; 
III - pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o 
devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; 
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; 
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; 
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a 
ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. 
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. 
 
#AJUDAMARCINHO 
Caso concreto: em um contrato de locação de terceiro, João ofereceu sua casa como caução (garantia) da relação 
locatícia (art. 37, I, da Lei nº 8.245/91). O terceiro (locatário) não pagou os aluguéis e a empresa locadora executou 
o locatário e João pedindo a penhora da casa objeto da caução. Ocorre que se trata de bem de família onde João 
reside. Será possível a penhora? 
Não. As hipóteses excepcionais nas quais o bem de família pode ser penhorado estão previstas, taxativamente, 
no art. 3º da Lei nº 8.009/90. Tais hipóteses não admitem interpretação extensiva. 
A caução imobiliária oferecida em contrato de locação não consta como uma situação na qual o art. 3º da Lei 
autorize a penhora do bem de família. 
Assim, não é possível a penhora do bem de família mesmo que o proprietário tenha oferecido o imóvel como 
caução em contrato de locação. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1873203-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 24/11/2020 (Info 683). 
O inciso VI do art. 3º da Lei nº 8.009/90 afirma que é possível a penhora do bem de família caso ele tenha “sido 
adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização 
ou perdimento de bens”. Para a incidência da exceção prevista no art. 3º, VI, da Lei nº 8.009/90, é indispensável 
que a sentença penal condenatória já tenha transitada em julgado, por não ser possível a interpretação 
extensiva. STJ. 3ª Turma. REsp 1823159-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/10/2020 (Info 681). STJ. 4ª 
Turma. REsp 1021440/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 02/05/2013. 
Não é penhorável o bem de família do fiador no caso de contratos de locação comercial. Em outras palavras, não 
é possível a penhora de bem de família do fiador em contexto de locação comercial. STF. 1ª Turma. RE 605709/SP, 
Rel. Min. Dias Toffoli, red. p/ ac. Min. Rosa Weber, julgado em 12/6/2018 (Info 906) 
 
Não confundir: 
O bem de família (casa, apartamento etc.) do fiador de um contrato de locação 
pode ser penhorado caso o locatário não pague os alugueis? 
Se a locação é residencial: SIM 
Em tese, o fiador irá perder o bem de família. 
Se a locação é comercial: NÃO 
O fiador não irá perder o bem de família. 
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É uma exceção à impenhorabilidade do bem de 
família. 
Não é exceção à impenhorabilidade do bem de 
família. 
Ex: Rui é locatário de um apartamento onde mora. 
João foi seu fiador. Se Rui não pagar o aluguel, o bem 
de família de João pode ser penhorado. 
Ex: Pedro é locatário de uma sala comercial, onde 
montou uma loja. Ricardo foi seu fiador. Mesmo que 
Pedro não pague o aluguel, o bem de família de 
Ricardo não poderá ser penhorado. 
 
#DIZERODIREITO 
Segundo a redação literal da súmula 486-STJ, "é impenhorável o único imóvel RESIDENCIAL do devedor que esteja 
locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua 
família." A 2ª Turma do STJ, contudo, ampliou esta proteção e decidiu que também é impenhorável o único 
imóvel COMERCIAL do devedor que esteja alugado quando o valor do aluguel é destinado unicamente ao 
pagamento de locação residencial por sua entidade familiar. STJ. 2ª Turma. REsp 1616475-PE, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 15/9/2016 (Info 591). 
 
#OLHAASSÚMULAS: 
Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. 
Súmula 449 do STJ: a vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de 
família para efeito de penhora. 
Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a 
pessoas solteiras, separadas e viúvas. 
Súmula 486-STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que 
a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família. 
Súmula 205-STJ: A Lei 8.009/90 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência. 
 
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
 Vício de consentimento: o defeito está na formação da vontade (vontade interna) e o prejudicado é um dos 
contratantes. Ex.: Erro, Dolo, Coação, Lesão ou Estado de Perigo. 
 Vício social: o defeito está na manifestação da vontade (vontade externa) e o prejudicado é sempre um 
terceiro. Ex.: fraude contra credores e simulação. 
 
#AJUDAMARCINHO 
A simulação provoca a nulidade absoluta do negócio jurídico. É o que prevê o caput do art. 167 do CC. Diante 
disso, como se trata de matéria de ordem pública, a simulação pode ser declarada até mesmo de ofício pelo juiz 
da causa (art. 168, parágrafo único, do CC). Como negócio jurídico simulado é nulo, o reconhecimento dessa 
nulidade pode ocorrer de ofício, até mesmo incidentalmente em qualquer processo em que for ventilada a 
questão. Logo, é desnecessário o ajuizamento de ação específica para se declarara nulidade de negócio jurídico 
simulado. Dessa forma, não há como se restringir o seu reconhecimento em embargos de terceiro. Para casos 
posteriores ao Código Civil de 2002, não é mais possível aplicar o entendimento da Súmula 195 do STJ às hipóteses 
de simulação. STJ. 3ª Turma. REsp 1927496/SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 27/04/2021 (Info 694) 
 
- ERRO 
- O erro se define como a falsa percepção da realidade pelo próprio agente; é um erro espontâneo (ao contrário 
do dolo, que é um erro provocado). Nos termos do art. 138 do CC, para que seja hábil a anular o negócio jurídico, 
o erro deve ser substancial e, para parcela da doutrina, escusável. 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial 
que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. 
 
- Por substancial tem-se o erro que foi essencial na formação do negócio jurídico, vale dizer, falsa percepção sem 
a qual o negócio não se firmaria (ex: sujeito compra carro para utilizar em terreno acidentado e descobre que o 
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veículo é indicado exclusivamente para estradas). O erro substancial se diferencia do erro acidental, que é aquele 
que não alteraria a realização do negócio; 
- Por escusável tem-se o erro “que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das 
circunstâncias dos negócios.Ao contrário, o erro inescusável não autorizaria a anulação do negócio jurídico. Esse 
critério, porém, é polêmico. 
- Para parte da doutrina o dispositivo é claro em apontar a pessoa de “diligência normal” como parâmetro de 
análise para a escusabilidade do erro; por outro lado, há quem sustente que tal análise não é relevante, bastando 
a prova do prejuízo – nesse sentido o Enunciado 12 do CJF: 
Art. 138: Na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio 
da confiança (Enunciado 12 CJF). 
 
- O erro substancial, nos termos do art. 139 do CC, apresenta-se de três formas distintas: erro sobre o objeto (error 
in substantia), erro sobre a pessoa (error in persona) e erro sobre a natureza do negócio (erro in negotium). 
Art. 139. O erro é substancial quando: I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a 
alguma das qualidades a ele essenciais; II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se 
refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; III - sendo de direito e não 
implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. 
 
#ATENÇÃO: em relação ao erro sobre a pessoa é importante ter presente o teor do art. 1.557 do CC, tratando de 
defeito na formação de vontade no casamento: 
 
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: I - o que diz respeito à sua identidade, sua 
honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao 
cônjuge enganado; II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a 
vida conjugal; III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize 
deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do 
outro cônjuge ou de sua descendência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) IV - (Revogado). 
 
-Erro de direito: há polêmica doutrinária em relação à existência ou não dessa figura (tanto o erro quanto à pessoa, 
quanto ao objeto, quanto à natureza do negócio são erros sobre os fatos). De qualquer forma, há que se atender 
ao disposto no inciso III, art. 139 do CC (que permite a anulação em hipótese excepcional), bem como o art. 849, 
parágrafo único, do CC, que veda a anulação da transação por erro de direito. 
Art. 139. O erro é substancial quando: (...) III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o 
motivo único ou principal do negócio jurídico. 
Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa. 
Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de 
controvérsia entre as partes. 
 
- Erro sobre o motivo: hipótese em que o agente se equivoca em relação a sua motivação para o ato. Nos termos 
do art. 140 do CC, somente quando expresso como razão determinante para o ato terá o condão de anular o 
negócio. Dois exemplos: doação de um carro ao bombeiro que salvou a vida de seu filho e incide em erro quanto 
à pessoa que o fez (ato anulável: se soubesse que não foi aquele bombeiro o responsável, não teria realizado a 
doação); compra um carro novo porque acredita que terá um aumento salarial, mas acaba sendo demitido (não 
há vício de vontade apto a anular o negócio jurídico). 
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante. 
 
- Erro e princípio da conservação dos negócios jurídicos: 
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade 
se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante. 
 
- Erro e prazo de anulação: trata-se de prazo decadencial de 4 anos contado da celebração do negócio jurídico – 
art. 178, I, do CC. 
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Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear a anulação do negócio jurídico, contado: (...) II - no 
de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; 
 
Prazos especiais de anulação: dentre outros, convém atentar aos prazos de anulação das decisões tomadas em 
caso de administração coletiva (art. 48), anulação do casamento por erro essencial (art. 1.560, III) e erro quanto 
às disposições testamentárias (art. 1909). 
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos 
presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de 
anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, 
simulação ou fraude. 
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de: 
(...) III – três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557; 
Art. 1.909. São anuláveis as disposições testamentárias inquinadas de erro, dolo ou coação. Parágrafo único. 
Extingue-se em quatro anos o direito de anular a disposição, contados de quando o interessado tiver conhecimento 
do vício. 
 
- DOLO 
- O dolo é o erro provocado pela contraparte ou por um terceiro. Nas elucidativas palavras de Pontes de Miranda, 
“Dolo é todo ato, positivo ou negativo, que intencionalmente suscita, fortalece, ou mantém erro de outra pessoa, 
com a consciência de que esse erro lhe determina ou concorre para lhe determinar a manifestação da vontade”. 
Na medida em que se coloca como um ato provocado, há consciência daquele que age com dolo, daquele que 
engana. Em relação ao dolo importa distinguir as várias classificações legais e doutrinárias sobre o tema, a saber: 
(i) Dolo substancial e dolo acidental: na linha do erro, será substancial quando tiver potencialidade para influir na 
formação do próprio negócio, ao passo que o acidental terá menor relevância. No caso do dolo acidental, nos 
termos do art. 146 do CC, só haverá obrigação de reparação dos danos. 
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio 
seria realizado, embora por outro modo. 
 
(ii) Dolo positivo e dolo negativo: o positivo se dá por ação ao passo que o negativo se dá por omissão (exemplo: 
deixa de informar que o carro já sofreu colisão grave, passando por reforma estrutural). Interessante a 
classificação porque o art. 147 trata do dever de informação e da omissão dolosa: 
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade 
que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria 
celebrado. 
 
#ATENÇÃO: não se assuste com a nomenclatura – o dolo praticado por ambas as partes, regulado no art. 150 do 
CC, também é chamado de recíproco, bilateral, compensado ou enantiomórfico. O regramento do citado 
dispositivo consagra, uma vez mais, o princípio geral do direito de que a ninguém é dado beneficiar-se da própria 
torpeza. 
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar 
indenização. 
 
- COAÇÃO 
- A coação se coloca como a hipótese em que um sujeito (coator) constrange alguém (coagido ou coacto) a praticar 
um negócio jurídico. Nos termos do art. 151: 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de 
dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Parágrafo único. Se disser respeito a 
pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. 
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. 
 
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- Deve haver “fundado temor de dano iminente e considerável” que não decorra do exercício normal de um 
direito, portanto, deve ser injusto. Pode ser dirigido à pessoa, à família, aos bens ou ainda a pessoa não 
pertencente à família, a critério da análise judicial em relação à existência do vínculo afetivo. 
 
#ATENÇÃO: a coação pode ser de dois tipos – absoluta ou relativa. Na coação absoluta há utilização de violência 
física, de modo que não se pode considerar ter havido vontade do agente – a questão, nesse caso, se resolve no 
âmbito da existência. Na coação relativa há utilização de violência moral, o que incidiria na ausência de “liberdade” 
da manifestação (lembrando: vontade é requisito de existência, livre e de boa-fé são “adjetivos” que permitem a 
análise do plano da validade). 
 
#SELIGA: como analisar a coação? Ao contrário do critério do “homem médio”, adotado no caso do erro (art. 138), 
no caso da coação o CC adotou o critério do caso concreto (ou critério subjetivo-concreto), como se depreende da 
análise do art. 152: “No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o 
temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela”. 
 
- ESTADO DE PERIGO 
 - No estado de perigo há assunção de obrigação excessivamente onerosa em razão da “necessidade de salvar-se, 
ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido da outra parte” (art. 156). 
- Pontua a doutrina três requisitos para a configuração do estado de perigo, a saber: (a) obrigação excessivamente 
onerosa assumida em situação de extrema necessidade; (b) necessidade de salvar-se ou a pessoa de sua família; 
e (c) conhecimento da outra parte, o que é chamado de dolo de aproveitamento. 
 
- LESÃO 
- A lesão consiste na hipótese em que “uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a 
prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta” (art.157). 
- Pontua a doutrina dois requisitos para a configuração da lesão, a saber: (a) prestação manifestamente 
desproporcional; e (b) situação de necessidade ou inexperiência. 
 
#SELIGA: em relação à “imaturidade” o Enunciado 410 da CJF afirma que “A inexperiência a que se refere o art. 
157 não deve necessariamente significar imaturidade ou desconhecimento em relação à prática de negócios 
jurídicos em geral, podendo ocorrer também quando o lesado, ainda que estipule contratos costumeiramente, 
não tenha conhecimento específico sobre o negócio em causa”. O parágrafo 1º do art. 157 traça critérios para 
análise da ocorrência ou não da lesão, pontuando que a desproporção deve ser analisada de acordo com os valores 
vigentes ao tempo em que o negócio foi celebrado. 
 
#DEOLHONAJURIS: É válida a cláusula penal que prevê a perda integral dos valores pagos em contrato de 
compromisso de compra e venda firmado entre particulares. Para a caracterização do vício de lesão, exige-se a 
presença simultânea de: a) elemento objetivo (desproporção das prestações); e b) elemento subjetivo (a 
inexperiência ou a premente necessidade). Os dois elementos devem ser aferidos no caso concreto. Tratando-se 
de negócio jurídico bilateral celebrado de forma voluntária entre particulares, é imprescindível a comprovação 
dos elementos subjetivos, sendo inadmissível a presunção nesse sentido. O mero interesse econômico em 
resguardar o patrimônio investido em determinado negócio jurídico não configura premente necessidade para o 
fim do art. 157 do Código Civil. STJ. 3ª Turma. REsp 1723690-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
06/08/2019 (Info 653). 
 
- FRAUDE CONTRA CREDORES 
- A fraude contra credores ou fraude pauliana consiste na hipótese em que o devedor insolvente ou próximo a 
essa situação realiza negócios gratuitos ou onerosos causando prejuízo aos seus credores. 
 
#ENTENDA: ao contrário dos vícios de consentimento, estudados anteriormente, na fraude contra credores o 
atingido não é parte do negócio jurídico, mas sim um terceiro, por isso a classificação como vício social. 
 
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- A doutrina aponta como requisitos para a fraude contra credores: (a) critério objetivo, consistente no evento 
danoso [eventus damni], isto é, na hipótese de efetivo prejuízo aos credores; e (b) critério subjetivo, consistente 
no conluio entre as partes do negócio jurídico [consilium fraudis]. A necessidade de prova dos requisitos 
dependerá da hipótese de fraude, a saber: 
a) Transmissão gratuita de bens e remissão de dívidas (art. 158, caput): nesse caso bastará a presença do requisito 
objetivo, não importando a análise do requisito subjetivo, vale dizer, pouco importa se o beneficiado pelo ato 
tinha ciência ou não da situação de insolvência ou da vontade de prejudicar terceiros; 
b) Contratos onerosos quando a insolvência era notória (art. 159): nessa hipótese se exige a presença dos dois 
requisitos. Isso porque o legislador optou pela proteção daquele que agiu de boa-fé. Se aquele que compra não 
tinha como saber da situação de insolvência, esse negócio não será inválido; 
c) Pagamento de dívida ainda não vencida ou concessão de garantias (arts. 162 e 163): nesse caso basta o 
requisito objetivo. Uma vez que se protege o direito dos demais credores, não interessa saber se aquele que 
recebeu antecipadamente o valor da dívida ou passou a contar com garantia de adimplemento conhecia do 
desígnio fraudulento do que pagou. 
 
- O artigo 164 estipula presunção relativa de boa-fé nos casos de obrigações assumidas por devedor insolvente 
em negócios jurídicos indispensáveis à manutenção do estabelecimento ou à subsistência da família, 
excepcionando a regra geral. 
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de 
estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família. 
 
- AÇÃO PAULIANA OU REVOCATÓRIA 
- O remédio previsto pelo ordenamento jurídico em caso de fraude contra credores é a ação pauliana ou 
revocatória. A natureza jurídica da ação pauliana é objeto de grande controvérsia doutrinária. Para alguns 
doutrinadores, seguindo a linha do Código Civil, a ação pauliana terá natureza constitutiva negativa, já que o ato 
é anulável, produzindo efeitos até então. Há quem defenda, porém, que apesar da dicção legal, o ato é ineficaz 
em relação ao credor do alienante, sendo um ato existente, válido e eficaz em relação às partes e a terceiros não 
prejudicados por ele. Até porque o art. 160 do CC permite que o adquirente dos bens se desobrigue perante o 
credor lesado com o depósito do valor: 
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, 
aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados. 
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda 
ao valor real. 
- Nos termos do art. 158, parágrafo 2º, somente os credores que já ostentavam essa condição quando do ato 
fraudulento poderão manejar a ação pauliana. Nesse particular, o Enunciado 292 da CJF dispõe que: “Para os 
efeitos do art. 158, § 2º, a anterioridade do crédito é determinada pela causa que lhe dá origem, 
independentemente de seu reconhecimento por decisão judicial”. 
Nos termos do art. 178, II, do CC, a ação pauliana está sujeita ao prazo decadencial de 4 anos contados do dia em 
que se realizou o negócio jurídico. 
 
ELEMENTOS ACIDENTAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
CONDIÇÃO TERMO ENCARGO/MODO 
Evento futuro e INCERTO Evento futuro e CERTO Cláusula acessória à liberalidade 
Quando suspensiva: suspende a 
aquisição e o exercício do direito 
Quando suspensivo: NÃO impede a 
aquisição do direito, mas, apenas o 
seu exercício - gera direito adquirido. 
NÃO impede a aquisição nem o 
exercício do direito - gera direito 
adquirido 
Condição incertus an incertus: há 
absoluta incerteza em relação à 
ocorrência doevento futuro e 
incerto 
Termo certus an certus: há certeza 
quanto ao evento futuro e quanto ao 
tempo de duração. 
 
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Condição incertus an certus: não 
se sabe se o evento ocorrerá, 
mas, se acontecer, será dentro 
de um determinado prazo 
Termo certus an incertus: há certeza 
quanto ao evento futuro, mas 
incerteza quanto à sua duração. 
 
 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
 
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA 
Põe fim à pretensão. Põe fim ao direito. 
Relacionada aos direitos subjetivos (cunho 
prestacional. Aqueles que se opõem a um dever 
jurídico). 
Relacionada aos direitos potestativos (aqueles que se 
opõem a um estado de sujeição). 
Somente pode ser prevista em lei. Pode ser prevista em lei (decadência legal) ou através 
de contrato (decadência convencional). 
Prazo da prescrição pode ser impedido, suspenso ou 
interrompido. 
Prazo de decadência não pode ser impedido, suspenso 
ou interrompido (em regra – art. 207 do CC: “Salvo 
disposição legal em contrário, não se aplicam à 
decadência as normas que impedem, suspendem ou 
interrompem a prescrição”). Exceção (disposição legal 
em contrário): art. 26, § 2º, do CDC. 
 
PRAZO HIPÓTESES 
01 ANO I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no 
próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; II - a 
pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: a) 
para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para 
responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este 
indeniza, com a anuência do segurador; b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato 
gerador da pretensão; III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários 
judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; IV - a 
pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do 
capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o 
laudo; V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os 
liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da 
sociedade. 
02 ANOS Prestações alimentares. 
03 ANOS I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; II - a pretensão para 
receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; III - a pretensão para 
haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não 
maiores de um ano, com capitalização ou sem ela; IV - a pretensão de ressarcimento de 
enriquecimento sem causa; V - a pretensão de reparação civil; VI - a pretensão de 
restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que 
foi deliberada a distribuição; VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por 
violação da lei ou do estatuto, contado o prazo: a) para os fundadores, da publicação dos 
atos constitutivos da sociedade anônima; b) para os administradores, ou fiscais, da 
apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido 
praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento; c) para 
os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação; VIII - a pretensão 
para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as 
disposições de lei especial; IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do 
terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. 
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04 ANOS (i) Pretensão relativa à tutela. 
05 ANOS I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou 
particular; II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, 
curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, 
da cessação dos respectivos contratos ou mandato; III - a pretensão do vencedor para 
haver do vencido o que despendeu em juízo. 
10 ANOS Prazo geral (art.205 do CC) 
 
O plano de saúde recusou-se a custear o tratamento do paciente e este foi obrigado a pagar o procedimento. De 
quanto é o prazo prescricional para que este paciente exija do plano de saúde o ressarcimento pelos valores 
pagos? R: 10 anos É decenal o prazo prescricional aplicável ao exercício da pretensão de reembolso de despesas 
médico-hospitalares alegadamente cobertas pelo contrato de plano de saúde (ou de seguro saúde), mas que não 
foram adimplidas pela operadora. STJ. 2ª Seção. REsp 1.756.283-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
11/03/2020 (Info 673). 
Esse art. 200 do CC aplica-se também para os casos de ação de indenização proposta contra o terceiro responsável 
(art. 932 do CC)? SIM. Segundo decidiu o STJ, é possível a extensão do art. 200 do CC para além do suposto infrator, 
isto é, para as hipóteses de responsabilização de terceiro por fato de outrem (na espécie, a responsabilização do 
empregador pelos atos do preposto). STJ. 4ª Turma. REsp 1135988-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
8/10/2013 (Info 530). 
O Código Civil prevê a suspensão do prazo prescricional para a ação de reparação civil (ação de indenização) se o 
fato estiver sendo apurado no juízo criminal. Veja: Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser 
apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva. Segundo a 
jurisprudência do STJ, só deve ser aplicado o art. 200 do CC se já foi instaurado inquérito policial ou proposta ação 
penal. Se o fato não será apurado no juízo criminal, não há sentido do prazo prescricional da ação cível ficar 
suspenso, até mesmo porque ficaria para sempre suspenso, já que, se não há ação penal, não haverá nunca 
sentença penal. STJ. 3ª Turma. REsp 1180237-MT, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 19/6/2012 
(Info 500). 
Imagine a situação em que uma pessoa ingressa com uma ação de indenização contra a construtora pleiteando a 
condenação da ré ao pagamento de danos materiais em virtude da metragem a menor da vaga de garagem, do 
que foi previsto no contrato de compra e venda. Há incidência de prazo prescricional ou decadencial? De quanto 
seria o prazo para ingressar com a ação? A pretensão seria de natureza indenizatória (de ressarcimento pelo 
prejuízo decorrente dos vícios do imóvel), não havendo incidência de prazo decadencial, sujeitando-se a ação ao 
prazo de prescrição. Assim, a orientação do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de se aplicar o prazo 
prescricional disposto no art. 205 do Código Civil à pretensão indenizatória decorrente do vício construtivo. STJ. 
3ª Turma. AgInt-REsp 1.889.229, Rel. Min. Ricardo Villas Boas Cueva, julgado em 15/06/2021. 
É decenal o prazo prescricional aplicável às hipóteses de pretensão fundamentadas em inadimplemento 
contratual. É adequada a distinção dos prazos prescricionais da pretensão de reparação civil advinda de 
responsabilidades contratual e extracontratual. Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade CONTRATUAL, 
aplica-se a regra geral (art. 205 CC/2002) que prevê 10 anos de prazo prescricional e, quando se tratar de 
responsabilidade extracontratual, aplica-se o disposto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002, com prazo de 3 anos. Para 
fins de prazo prescricional, o termo “reparação civil” deve ser interpretado de forma restritiva, abrangendo apenas 
os casos de indenização decorrente de responsabilidade civil extracontratual. Resumindo. O prazo prescricional é 
assim dividido: • Responsabilidade civil extracontratual (reparação civil): 3 anos (art. 206, § 3º, V, do CC). • 
Responsabilidade contratual (inadimplemento contratual): 10 anos (art. 205 do CC). STJ. 2ª Seção. EREsp 1280825-
RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/06/2018 (Info 632). 
 
#ATENÇÃO #LEGISLAÇÃODAPANDEMIA 
Lei n° 14.010/20(RJET) 
Art. 3º Os prazos prescricionais consideram-se impedidos ou suspensos, conforme o caso, a partir da entrada em 
vigor desta Lei até 30 de outubro de 2020. 
§ 1º Este artigo não se aplica enquanto perdurarem as hipóteses específicas de impedimento, suspensão e 
interrupção dos prazos prescricionais previstas no ordenamento jurídico nacional. 
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17 
 
§ 2º Este artigo aplica-se à decadência, conforme ressalva prevista no art. 207 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro 
de 2002 (Código Civil). 
 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
 
Da Solidariedade Ativa (arts. 267 a 274): 
Na solidariedade ativa, cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da 
prestação por inteiro (art. 267, do CC). Em complemento, enquanto alguns dos credores solidários não 
demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar (art. 268, do CC). 
O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago (art. 269, do 
CC). 
Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a 
quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível (art. 270, 
do CC). 
Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste (permanece), para todos os efeitos, a solidariedade 
(art. 271, do CC). 
#OLHAOGANCHO: De acordo com o art. 263, do CC/2002, a obrigação indivisível perde esse caráter quando 
da sua conversão em perdas e danos, o que não ocorre com a obrigação solidária ativa, que permanece com o 
dever do sujeito passivo obrigacional de pagar a quem quer que seja. 
O credor que tiver remitido (perdoado) a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte 
que lhes caiba (art. 272, do CC). 
Como novidade na atual codificação material, preceitua o art. 273 que “a um dos credores solidários não pode 
o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros”. As exceções pessoais são defesas de mérito 
existentes somente contra determinados sujeitos, como aquelas relacionadas com os vícios da vontade (erro, 
dolo, coação, estado de perigo e lesão) e as incapacidades em geral, como é o caso da falta de legitimação. Na 
obrigação solidária ativa, o devedor não poderá opor essas defesas contra os demais credores diante da sua 
natureza personalíssima. 
Segundo o art. 274, do CC (redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015), “O julgamento contrário a um dos 
credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção 
pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles”. 
 
Da Solidariedade Passiva (arts. 275 a 285): 
Na obrigação solidária passiva, o credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, 
parcial ou totalmente, a dívida comum. Se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores 
continuam obrigados solidariamente pelo resto (art. 275, caput, do CC). Não importará renúncia da 
solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores (art. 275, parágrafo único, 
do CC). 
Como ocorre com a solidariedade ativa, o art. 276, do CC, traz regra específica envolvendo a morte de um dos 
devedores solidários. No caso de falecimento de um destes, cessa a solidariedade em relação aos sucessores 
do de cujus, eis que os herdeiros somente serão responsáveis até os limites da herança e de seus quinhões 
correspondentes. A regra não se aplica se a obrigação for indivisível. Outra exceção é feita pelo comando, eis 
que todos os herdeiros reunidos são considerados um único devedor em relação aos demais devedores 
Tanto o pagamento parcial realizado por um dos devedores como o perdão da dívida (remissão) por ele obtida 
não têm o efeito de atingir os demais devedores na integralidade da dívida (art. 277, do CC). No máximo, caso 
ocorra o pagamento direto ou indireto, os demais devedores serão beneficiados de forma reflexa, havendo 
desconto em relação à quota paga ou perdoada. 
Dispõe o art. 278, do CC, que “qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos 
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes”. Por regra, 
o que for pactuado entre o credor e um dos devedores solidários não poderá agravar a situação dos demais, 
seja por cláusula contratual, seja por condição inserida na obrigação, seja ainda por aditivo negocial. Deve ser 
respeitado o princípio da relatividade dos efeitos contratuais, eis que o negócio firmado gera efeitos inter 
partes, em regra. 
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Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de 
pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. 
Na solidariedade passiva, o devedor demandado poderá opor contra o credor as defesas que lhe forem 
pessoais e aquelas comuns a todos, tais como pagamento parcial ou total e a prescrição da dívida (art. 281 do 
CC). Mas esse devedor demandado não poderá opor as exceções pessoais a que outro codevedor tem direito, 
eis que estas são personalíssimas, como se pode aduzir pelo próprio nome da defesa em questão. 
Exemplificando: qualquer um dos devedores poderá alegar a prescrição da dívida, ou o seu pagamento total ou 
parcial, direto ou indireto, pois as hipóteses são de exceções comuns. Por outra via, os vícios do consentimento 
(erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão), somente podem ser suscitados pelo devedor que os sofreu. 
O Código Civil de 2002 continua admitindo a renúncia à solidariedade, de forma parcial (a favor de um devedor) 
ou total (a favor de todos os codevedores), no seu art. 282, caput (“O credor pode renunciar à solidariedade em 
favor de um, de alguns ou de todos os devedores”). A expressão renúncia à solidariedade pode ser utilizada 
como sinônima de exoneração da solidariedade. Enuncia o parágrafo único do dispositivo que “Se o credor 
exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais”. 
O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua quota, 
dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de 
todos os codevedores (art. 283, do CC). Entretanto, se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos 
devedores, responderá este por toda ela para com aquele que a pagar (art. 285, do CC). 
 
- TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES: 
 
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA CESSÃO DE CRÉDITO 
Regra: consentimento EXPRESSO do credor Regra: não precisa de consentimento expresso 
Exceção: é permitido o consentimento tácito apenas 
no caso do adquirente de imóvel hipotecado e se o 
credor, notificado, não impugnar em trinta dias a 
transferência do débito. (art. 303). 
Eficácia: Apenas para que a cessão tenha EFICÁCIA 
perante o devedor, será necessária à sua 
NOTIFICAÇÃO. Repare: não pede o consentimento, mas 
apenas a notificação! 
Substitui o polo PASSIVO da obrigação Substitui o polo ATIVO da obrigação 
 
#OLHAOGANCHO Na cessão de crédito, a reponsabilidade é pro soluto, o cedente responde apenas pela 
existência do crédito, ao passo que no endosso a responsabilidade do crédito é pro solvendo 
 
#NÃOCONFUNDA: novação é uma forma de pagamento indireto em que ocorre a substituição de uma obrigação 
anterior por uma obrigação nova, diversa da primeira criada pelas partes. Seu principal efeito é a extinção da 
dívida primitiva. 
 
Novação subjetiva ativa (art. 360, III, CC) Novação subjetiva passiva ativa (art. 360, II, CC) 
Ocorre a substituição do credor (art. 360, III, CC). 
Requisitos: 
 Consentimento do devedor perante o novo credor 
 Consentimento do antigo credor que renuncia ao 
crédito 
 Anuência do novo credor que aceita a promessa 
do devedor 
 
Ocorre a substituição do devedor que sucede ao antigo, 
ficando este quite com o credor. Ela pode se dar de duas 
formas:a- Novação subjetiva passiva por expromissão: ocorre 
quando um terceiro assume a dívida do devedor 
originário, substituindo-a sem o consentimento deste, 
desde que o credor concorde com a mudança no polo 
passivo (art. 362, CC). 
b- Novação subjetiva passiva por delegação: ocorre 
quando a substituição do devedor é feita com o 
consentimento do devedor originário, pois é ele quem 
indicará uma terceira pessoa para assumir o seu débito, 
havendo concordância do credor. 
 
 
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Regras sobre o pagamento 
 
LUGAR DO PAGAMENTO: 
 
REGRA - no domicílio do devedor 
Exceção - salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da 
obrigação ou das circunstâncias. 
 
Dois ou mais lugares: cabe ao credor escolher entre eles. 
 
Tradição de imóvel ou Prestações relativas um imóvel: far-se-á no lugar onde situado o bem. 
 
Motivo grave para mudança de lugar: poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor. 
 
Usos e costumes: O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor 
relativamente ao previsto no contrato. 
 
OBJETO DO PAGAMENTO: 
 
Prestações diversas da combinada: O credor não é obrigado a receber, ainda que mais valiosa. 
Prestações divisíveis: Não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não 
se ajustou. 
Onerosidade excessiva: Se, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da 
prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que 
assegure, quanto possível, o valor real da prestação. 
 
TEMPO DO PAGAMENTO: 
 
Quando o credor pode exigir o pagamento: não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor 
exigi-lo imediatamente, SALVO disposição legal em contrário. 
Obrigações condicionais: cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que 
deste teve ciência o devedor. 
 
Cobrança da dívida antes de vencido o prazo estipulado: 
I - No caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; 
II - Se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; 
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, 
intimado, se negar a reforçá-las. 
IV- Nos casos acima, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros 
devedores solventes. 
 
#APOSTACICLOS – INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 
 
#DIZERODIREITO 
Mora ex re (mora automática) Mora ex persona (mora pendente) 
Determinadas obrigações possuem mora ex re, ou 
seja, se o devedor não cumprir a obrigação no dia 
certo do vencimento, considera-se que ele está, 
automaticamente, em mora. 
O credor pode ingressar com ação contra o devedor 
mesmo sem notificação. 
Outras obrigações possuem mora ex persona, ou 
seja, exigem a interpelação judicial ou extrajudicial do 
devedor para que este possa ser considerado 
em mora. 
Apenas depois dessa notificação o credor estará 
autorizado a mover a ação judicial de cobrança do 
débito. 
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A mora ocorre de pleno direito, independentemente 
de notificação. 
Aplica-se a máxima dies interpellat pro homine: o dia 
interpela pelo homem (o termo interpela no lugar do 
credor). 
 
Em regra, a mora será ex re se a obrigação a ser 
cumprida pelo devedor for: 
· positiva (de dar ou fazer); 
· líquida; e 
· com dia certo de vencimento. 
 
Ora, se o devedor acertou um prazo certo para cumprir 
a prestação e se não há dúvida quanto ao valor dessa 
prestação, não há motivo para se exigir que o credor o 
relembre sobre sua obrigação. 
 
Exceção: em alguns casos, a própria lei, por cautela, 
exige expressamente a notificação prévia e afasta a 
constituição automática da mora, mesmo tendo sido 
cumpridos os requisitos acima. 
 
Obs..: nas obrigações de não fazer e nas decorrentes 
de ato ilícito, a mora também é ex re. 
A mora será ex persona em duas situações: 
· quando, no contrato, não tiver sido estipulado 
um prazo certo de vencimento; 
· quando, mesmo havendo prazo certo, a lei exigir a 
interpelação(ex.: leasing). 
 
 
A interpelação, quando necessária, pode ser: 
· judicial: feita, via de regra, pela citação (art. 219 
do CPC); 
· extrajudicial: realizada sem forma solene, ou 
seja, por meio de qualquer ato que torne certa a 
exigência do pagamento, como, p ex., a 
notificação ou o protesto. 
 
-Cláusula penal é uma cláusula do contrato ou um contrato acessório ao principal em que se estipula, 
previamente, o valor da indenização que deverá ser paga pela parte contratante que não cumprir, culposamente, 
a obrigação. Espécies: 
MORATÓRIA 
(compulsória): 
COMPENSATÓRIA 
(compensar o inadimplemento) 
Estipulada para desestimular o devedor a incorrer 
em mora ou para evitar que deixe de cumprir 
determinada cláusula especial da obrigação 
principal. É a cominação contratual de uma multa 
para o caso de mora. 
Estipulada para servir como indenização no caso de 
total inadimplemento da obrigação principal. 
Finalidade: para uns, funciona como punição pelo 
atraso no cumprimento da obrigação. Para outros 
autores, teria uma função apenas de inibir o 
descumprimento e indenizar os prejuízos (não teria 
finalidade punitiva). 
Funciona como uma prefixação das perdas e danos. 
Aplicada para o caso de inadimplemento relativo. Aplicada para o caso de inadimplemento absoluto. 
Ex: em uma promessa de compra e venda de um 
apartamento, é estipulada multa para o caso de 
atraso na entrega. 
Ex: em um contrato para que um cantor faça um 
show no réveillon, é estipulada uma multa de 100 mil 
reais caso ele não se apresente. 
Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o 
caso de mora, ou em segurança especial de outra 
cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de 
exigir a satisfação da pena cominada, juntamente 
com o desempenho da obrigação principal. 
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o 
caso de total inadimplemento da obrigação, esta 
converter-se-á em alternativa a benefício do credor. 
 
Multa moratória = obrigação principal + multa 
Multa compensatória = obrigação principal ou multa 
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#SELIGA #AJUDAMARCINHO 
A cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da obrigação, e, em regra, 
estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação com lucros cessantes. STJ. 2ª Seção. REsp 
1498484-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/05/2019 (recurso repetitivo) (Info 651). 
 
Observação: 
Em 28/12/2018, entrou em vigor a Lei nº 13.786/2018, que dispõe sobre a resolução do contrato por 
inadimplemento do adquirente de unidade imobiliária. 
A Lei nº 13.786/2018 acrescentou o art. 43-A na Lei nº 4.591/64 para tratar sobre o inadimplemento (parcial ou 
absoluto) em contratos de compra e venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de unidades 
autônomas integrantes de incorporação imobiliária ou de loteamento. 
As regras da Lei nº 13.786/2018 não podem ser aplicadas os contratos anteriores à sua vigência. 
A nova lei só poderá atingir contratos celebrados posteriormente à sua entrada em vigor. 
Observação 2 (se não houver cláusula penal): 
O atraso na entrega do imóvel enseja pagamento de indenização por lucros cessantes durante o período de mora 
do promitente vendedor, sendo presumido o prejuízo do promitente comprador. 
Os lucros cessantes serão devidos ainda que não fique demonstrado que o promitente comprador tinha finalidade 
negocial na transação. STJ. 2ª Seção. EREsp 1341138-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 09/05/2018 
(Info 626). 
 
#DIZERODIREITO 
Termo inicial dos JUROS MORATÓRIOS 
(em caso de danos morais ou materiais) 
Responsabilidade EXTRACONTRATUAL Responsabilidade CONTRATUALOs juros fluem a partir do EVENTO DANOSO 
(art. 398 do CC e Súmula 54 do STJ). 
· Obrigação líquida: os juros são contados a partir do 
VENCIMENTO da obrigação (art. 397). É o caso das 
obrigações com mora ex re. 
· Obrigação ilíquida: os juros fluem a partir da 
CITAÇÃO (art. 405 do CC). É o caso das obrigações 
com mora ex persona. 
 
Termo inicial da CORREÇÃO MONETÁRIA 
Danos MATERIAIS 
(Responsabilidade contratual ou extracontratual) 
Danos MORAIS 
(Responsabilidade contratual ou extracontratual) 
Incide correção monetária sobre dívida por ato 
ilícito (contratual ou extracontratual) a partir da 
data do efetivo PREJUÍZO (Súmula 43 do STJ) 
A correção monetária do valor da indenização do 
dano moral incide desde a data do ARBITRAMENTO 
(Súmula 362 do STJ). 
 
ARRAS 
A Min. Nancy Andrighi identifica que as arras têm por finalidades: 
a) firmar a presunção de acordo final, tornando obrigatório o ajuste (caráter confirmatório); 
b) servir de princípio de pagamento (se forem do mesmo gênero da obrigação principal); 
c) prefixar o montante das perdas e danos devidos pelo descumprimento do contrato ou pelo exercício do direito 
de arrependimento, se expressamente estipulado pelas partes (caráter indenizatório). 
 
É possível cumular arras com cláusula penal? 
 
Na hipótese de inexecução do contrato, revela-se inadmissível a cumulação das arras com a cláusula penal 
compensatória, sob pena de ofensa ao princípio do non bis in idem. STJ. 3ª Turma. REsp 1.617.652-DF, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 26/09/2017 (Info 613) 
 
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São espécies de arras: 
 
#DIZERODIREITO 
Confirmatórias (arts. 418 e 419) Penitenciais (art. 420) 
São previstas no contrato com o objetivo de reforçar, 
incentivar que as partes cumpram a obrigação 
combinada. 
 
São previstas no contrato com o objetivo de permitir 
que as partes possam desistir da obrigação 
combinada caso queiram e, se isso ocorrer, o valor das 
arras penitenciais já funcionará como sendo as perdas 
e danos. 
A regra são as arras confirmatórias. Assim, no silêncio 
do contrato, as arras são confirmatórias. 
Ocorre quando o contrato estipula arras, mas 
também prevê o direito de arrependimento. 
Se as partes cumprirem as obrigações contratuais, as 
arras serão devolvidas para a parte que as havia dado. 
Poderão também ser utilizadas como parte do 
pagamento. 
Se as partes cumprirem as obrigações contratuais, as 
arras serão devolvidas para a parte que as havia dado. 
Poderão também ser utilizadas como parte do 
pagamento. 
• Se a parte que deu as arras não executar (cumprir) 
o contrato: a outra parte (inocente) poderá reter as 
arras, ou seja, ficar com elas para si. 
• Se a parte que recebeu as arras não executar o 
contrato: a outra parte (inocente) poderá exigir a 
devolução das arras mais o equivalente*. 
• Se a parte que deu as arras decidir não cumprir o 
contrato (exercer seu direito de arrependimento): ela 
perderá as arras dadas. 
• Se a parte que recebeu as arras decidir não cumprir 
o contrato (exercer seu direito de arrependimento): 
deverá devolver as arras mais o equivalente*. 
Além das arras, a parte inocente poderá pedir: 
• indenização suplementar, se provar maior prejuízo, 
valendo as arras como taxa mínima; 
• a execução do contrato, com as perdas e danos, 
valendo as arras como o mínimo da indenização. 
 
#SELIGA: Se a proporção entre a quantia paga 
inicialmente e o preço total ajustado evidenciar que o 
pagamento inicial englobava mais do que o sinal, não 
se pode declarar a perda integral daquela quantia 
inicial como se arras confirmatórias fosse, sendo 
legítima a redução equitativa do valor a ser retido. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1513259-MS, Rel. Min. João 
Otávio de Noronha, julgado em 16/2/2016 (Info 577). 
As arras penitenciais têm função unicamente 
indenizatória. Isso significa que a parte inocente ficará 
apenas com o valor das arras (e do equivalente) e NÃO 
terá direito a indenização suplementar. Nesse 
sentido: 
Súmula 412-STF: No compromisso de compra e venda 
com cláusula de arrependimento, a devolução do sinal, 
por quem o deu, ou a sua restituição em dobro, por 
quem o recebeu, exclui indenização maior, a título de 
perdas e danos, salvo os juros moratórios e os encargos 
do processo. 
 
#DEOLHONAJURIS 
O réu, citado na ação monitória, pode apresentar embargos monitórios, que são uma forma de defesa, semelhante 
à contestação (art. 702 do CPC). Os embargos podem se fundar em qualquer matéria que poderia ser alegada 
como defesa no procedimento comum (§ 1º do art. 702). Assim, o réu pode, nos embargos monitórios, alegar que 
a dívida já está paga e pedir a repetição de indébito em dobro, nos termos do art. 940 do CC. A condenação ao 
pagamento em dobro do valor indevidamente cobrado pode ser formulada em qualquer via processual, inclusive, 
em sede de embargos à execução, embargos monitórios e ou reconvenção, até mesmo reconvenção, prescindindo 
de ação própria para tanto. STJ. 3ª Turma. REsp 1877292-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2020 
(Info 682). 
Se o contrato, ao tratar sobre os encargos, menciona a taxa de juros mensal e anual, mas não prevê qual é a taxa 
diária dos juros, há abusividade. Viola o dever de informação, o contrato que somente prevê uma cláusula genérica 
de capitalização diária, sem informar a taxa diária de juros remuneratórios. A informação acerca da capitalização 
diária, sem indicação da respectiva taxa diária, subtrai do consumidor a possibilidade de estimar previamente a 
evolução da dívida, e de aferir a equivalência entre a taxa diária e as taxas efetivas mensal e anual. A falta de 
previsão da taxa diária, portanto, dificulta a compreensão do consumidor acerca do alcance da capitalização diária, 
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o que configura descumprimento do dever de informação trazido pelo art. 46 do CDC. STJ. 2ª Seção. REsp 1826463-
SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 14/10/2020 (Info 682). 
A imputação dos pagamentos primeiramente nos juros é instituto que, via de regra, alcança todos os contratos 
em que o pagamento é diferido em parcelas. O objetivo de fazer isso é o de diminuir a oneração do devedor. Ao 
impedir que os juros sejam integrados ao capital para, só depois dessa integração, ser abatido o valor das 
prestações, evita que sobre eles (juros) incida novo cômputo de juros. STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1843073-SP, 
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 30/03/2020 (Info 669). 
 
CONTRATOS 
 
Alterações promovidas pela Lei nº 13.874/19 no CC: 
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. (Redação dada pela Lei nº 
13.874, de 2019) 
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a 
excepcionalidade da revisão contratual. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
 
Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de elementos 
concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis 
especiais, garantido também que: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das cláusulas negociais e 
de seus pressupostos de revisão ou de resolução; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 
2019) 
III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 
2019) 
 
- EVICÇÃO: é a perda do bem ou a privação de alguma utilidade em virtude de circunstância anterior à aquisição 
do domínio. Mediante cláusula expressa, as partes podem reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela 
evicção. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. 
#ATENÇÃODOBRADA:

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