Modulo08_aula04_3kyu_SHIZEN

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Núcleo de Apoio à Educação à Distância - NAPEAD UFRGS
Curso de Extensão em Karate-Dō UFRGS
Professor Mestre Tiago Oviedo Frosi - 3º Dan JKS - CREF 16973-G/RS
SHIZEN
FORÇAS DA NATUREZA
A Medicina Tradicional Oriental e as Artes Marciais se utilizam de princípios simples, mas formidáveis para descrever 
o funcionamento de todos os processos e fenômenos da natureza, incluindo a fisiologia humana. Entre esses princípios 
estão as polaridades que tudo formam e nos permitem consciência através do contraste, conhecidas como claridade (Yo) 
e obscuridade (In). A partir da interação e das mutações entre In e Yo (Onmyou) é que tudo funciona no Universo.
Essas mutações e interações geram cinco fases, ou cinco movimentos, que funcionam como leis imutáveis através 
das quais tudo se manifesta ciclicamente e cria relações. A essas forças naturais nomeia-se Shizen. Essas forças de 
interação se nutrem ou se destroem mutuamente através de ciclos sempre iguais, gerando desde as estações do ano, até 
as fases do desenvolvimento psicológico ou a manifestação das nossas emoções e as funções dos órgãos vitais.
No Karate de Tetsuhiko Asai foram desenvolvidos cinco Kata para representar essas forças naturais e treinar as 
habilidades corporais de combate relacionadas às suas características. Esses kata são: Unsu (mãos de nuvens - já 
presente no rol de kata Shotokan mais comum), Suishu (mãos de água), Fushu (mãos de vento), Kashu (mãos de fogo) e 
Roshu (mãos de ondas).
Como na natureza, as forças podem ser anuladas por aquelas que tem relação de dominância, ou fortalecidas por aquelas 
com relação de geração. Quando percebemos, por exemplo, um adversário assumindo uma postura muito enraizada e 
pesada (ao estilo mais terrestre), precisamos de uma tática acelerada e agressiva com muita movimentação e mudanças 
de direção para vencer. Adotamos assim o uso de ações com características da fase germinativa chamada de “madeira”, 
que tem a capacidade de ativar o ciclo de dominância sobre as ações terrestres de nosso adversário. Assim, pode-se 
estudar as características de várias estratégias e quando uma propriedade aparecer, empregar outra com característica 
do ciclo de dominância. Isso nos lembra de que não há tática perfeita e nem situação sem solução. Sempre é possível 
vencer, o problema está em identificar claramente a situação e usar o remédio certo na enfermidade certa.