Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ARTIGO DESENVOLVIDO PARA A DISCIPLINA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. SENADOR CANEDO, GO, BRASIL, OUTUBRO DE 2019 Benefícios na instalação de painéis fotovoltaicos no Instituto Federal de Goiás – Campus Senador Canedo. GUILHERME SILVA MENDES (IFG) s.guilherme@academico.ifg.edu.br JUAN MACKENZIE SOUZA LISBOA (IFG) Juan-mack@hotmail.com A energia fotovoltaica está em crescimento no Brasil, segundo dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) encontram-se mais de 19 mil unidades consumidoras provenientes desta modalidade energética com projeções de aumento em 44% na capacidade instalada desse tipo de energia para este ano de 2019. O Instituto Federal de Goiás – Campus Senador Canedo instalará em seu novo campus próprio um sistema de energia fotovoltaico. Este artigo têm como premissa analisar e revisar bibliograficamente instituições de ensino que se propuseram a instalar placas fotovoltaicas em suas dependências e quais foram benefícios proveniente assim podendo ser feitas análises sobre os possíveis benefícios econômicos e ambientais que o IFG – Campus Senador Canedo obterá. Palavras-chave: Energia, fotovoltaica, IFG, benefícios mailto:s.guilherme@academico.ifg.edu.br Abstract Data from “ABSOLAR” (Brazilian Association of Solar Photovoltaic Energy) shows that photovoltaic energy is on its arise in Brazil. There’s more than nineteen thousand consuming units deriving out of this energetic modality and it has a 44% growth projection on its installed capacity for this year of 2019. The Goiás Federal Institution (IFG) - “Senador Canedo” headquarters, will be installing on campus its own photovoltaic system. The following article has premises of bibliographically analyze and review educational institutions that proposed to install photovoltaic panels on premises and what where the benefits from it, in which will help to analyze what economical and environmental benefits could the IFG’s Senador Canedo have. Key-words: photovoltaic energy, The Goiás Federal Institution, benefits I. Introdução A conversão de energia proveniente da luz em energia elétrica foi observada primordialmente no século XIX em que alguns cientistas da época perceberam e estudaram o fenômeno químico-físico. Curiosamente o palavra fotovoltaica é em homenagem ao físico Volta que descobriu a pilha elétrica. No decorrer dos anos alguns outros cientistas estudaram o efeito e em 1876 dois cientistas, Adams e Day viram que selênio e platina quando exposto a luz solar geram o efeito fotovoltaico e a partir do século XX o crescimento de estudos e da proliferação desta tecnologia foi possível graças a criação de semicondutores (Zilles, 2012). Segundo Silva (2015) a energia solar é uma fonte energética limpa e sustentável com um potencial enorme a ser explorado no Brasil, que diga-se de passagem, onde seu potencial solar energético é muito maior que países que são tidos como pioneiros e líderes do desenvolvimento, uso, geração e disseminação desta matriz energética. Visto que climaticamente o Brasil é um terreiro essencial para a geração de energia solar vindo do método fotovoltaico pois na maior parte do ano o Brasil recebe doses enormes de radiação solar em relação a outros países. Segundo o Atlas Brasileiro de Energia Solar, o Brasil recebe diariamente mais de 4 Wh/m² de energia em forma de luz capaz de ser transformada em energia elétrica. Com o desenvolvimento de pesquisas e incentivos federais oriundos da ideia de buscar novas formas de geração de energia elétrica, a energia fotovoltaica conquistou espaço dentro das empresas e lares de muitos brasileiros conforme pesquisa da ENEEL (2013) relatou que desde 2013 até o ano de 2018 o número de pontos de microgeração de energia fotovoltaica no Brasil cresceu de 23 para impressionantes 31 milhões. E aproximadamente 2/3 deste montante vindos de consumidores residenciais. Ambientes acadêmicos demandam muita energia para conseguir manter suas atividades devido ao funcionamento quase/ou simultâneo de muitas salas, computadores, laboratórios e maquinas, entre outros. E consequentemente seu custo para funcionamento ao final do mês é uma quantia igualmente alta. Por se tratar de um meio relativamente fácil de obtenção de energia elétrica, a energia fotovoltaica é um atrativo a parte para instituições de ensino de todo tipo por ser de fácil instalação e manutenção além de carregar consigo muitos benefícios econômicos e ambientais como por exemplos incentivos do governo para sua instalação e descontos nas contas de energia elétrica. Além de da questão da sustentabilidade agregado ao sistema fotovoltaico também temos a questão da viabilidade econômica, pois ao ser bem implantado, a energia fotovoltaica pode levar em questão de alguns anos uma redução de aproximadamente 95% do consumo de energia elétrica proveniente de redes elétricas externas (EBES). Neste contexto o objetivo deste trabalho é fazer um estudo bibliográfico de painéis fotovoltaicos no cenário brasileiro e analogamente comparar resultados de instituições de ensino que se propuseram a instalá-los e de forma concomitante atribui-los a realidade do Instituto Federal de Goiás no Campus Senador Canedo. II. Metodologia O desenvolvimento deste trabalho baseia-se como uma revisão literária que conforme Lakatos (2003) é uma síntese dos dados mais pertinentes de determinados seguimentos dentro das áreas do conhecimento. Explorando trabalhos que propuseram a aplicar painéis fotovoltaicos em instituições de ensino entre outros e quais foram os resultados obtidos a partir disto, foram comparadas informações sobre as instituições e feitas perspectivas de como será o resultado no Campus do IFG em Senador Canedo em relação ao material literário disponível para estudo. III. Referencial Teórico O efeito fotovoltaico é um fenômeno físico proveniente da transformação da energia contida na radiação da luz (basicamente se trata da energia solar). O processo é gerado em alguns materiais semicondutores que absorvem a energia que carregam os fótons da luz e as transformam em eletricidade. Com a energia elétrica feita ela é capaz de realizar trabalho (Zilles, 2012). A escolha do material que é feito o semicondutor levado em conta a capacidade dele de absorção de energia e o seu custo para sua fabricação. Os matéria mais usados na indústria são o silício, arseneto de gálio, disseleneto de gálio e índio e telureto de cádmio (Ruther, 2004). Utilizam-se para ocorrer o efeito fotovoltaico atualmente dispositivos chamados de células fotovoltaicas no qual são formados por materiais semicondutores, eles são construídos de maneira na qual aproveitem melhor o efeito e para que sejam reduzidos ao máximo a perca ou inutilização da energia elétrica gerada pelo efeito fotovoltaico. A figura 1 abaixo mostra um exemplo de célula fotovoltaica genérica muito utilizada nos sistemas fotovoltaicos atuais. Figura 1. Célula fotovoltaica Fonte: (https://pt.solar-energia.net/energia-solar-fotovoltaica/celula-fotovoltaica). Acesso em 02 de outubro de 2019. O silício1 é o mais tradicional dos matérias que são fabricados células fotovoltaicas, isto porque é um material de extrema abundancia na natureza e 1 (Ruther, 2004) O c-SI (silício cristalino) é a tecnologia fotovoltaica mais utilizada no mundo pois é a única dentre todas as existentes que faz uso de laminas cristalinas pouco espessas tangendo https://pt.solar-energia.net/energia-solar-fotovoltaica/celula-fotovoltaicacom o avança da tecnologia em eletrônica, os semicondutores se tornaram cada vez melhores e foram se aperfeiçoando bastante (Zilles, 2012). Apesar de dentre os outros matérias que também são fabricados células fotovoltaicas (porém em menor escala) o silício é o que apresenta a menor eficiência da conversão energética é o mais barato devido a sua abundancia e isto faz o mercado conseguir produzir mais células com o custo de produção menor, deve ser levado em conta também os avanços tecnológicos que veem aumentando a eficiência não apenas do silício mas de todos os outros materiais (Ruther, 2004). As células fotovoltaicas para gerarem mais energia são agrupadas em serie paralelas uma as outras para produzir uma tensão de energia suficiente para suprir as necessidades energéticas do local de onde foram instaladas. Quando são juntas elas são envolvidas por outros materiais para que elas possam ser protegidas de intempéries climáticas (já que são expostas ao ar livre) e as protegem também contra alguns outros possíveis danos externos em decorrência do seu arranjo. A figura ao lado ilustra como geralmente uma placa fotovoltaica solar é quando finalizado o agrupamento das células. (Zilles, 2012) Além da finalidade de proteção do envolvimento das células fotovoltaicas em outros materiais chamados de modulo fotovoltaico elas também dão rigidez e firmeza ao sistema interligam as células com as ligações elétricas externas. É um elemento básico que compõem qualquer sistema de energia fotovoltaica e é levado em conta na projeto de instalação das células em edificações, no mercado encontram-se soluções capazes deles serem integrados a estrutura do telhado, coberturas e fachadas. o seu custo de produção que vem a diminuir. Também se firmou no mercado devido a sua confiabilidade. Figura2. Placa solar fotovoltaica Fonte: (https://blog.bluesol.com.br/modulo-fotovoltaico/). Acesso em 12 de outubro de 2019. A figura 3 abaixo ilustra um exemplo de um esquema genérico de um modulo fotovoltaico. Figura 3. Modulo fotovoltaico genérico Fonte: (https://blog.bluesol.com.br/modulo-fotovoltaico/). Acesso em 12 de outubro de 2019. Alguns cuidados são levados em conta na escolha de materiais que compõem o módulo pois a temperatura do modulo aumenta bastante quando está em processo de conversão de energia solar em elétrica, portanto a necessidade de uma 2resistência mecânica alta além de também requerer uma 3resistência elétrica e 4térmica quanto aos componentes que são de outros materiais além de metal e vidro. IV. Energia fotovoltaica no Brasil e em Goiás No Brasil a geração de energia pelo método fotovoltaico é crescente devido a sua expansão territorial ser radiada por luz solar intensa na maior parte do ano. Com incentivos do governo por meio de programas de incentivo e sociais as células fotovoltaicas como o 5Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD), criado em 2018 o Brasil possui um número muito grande de unidades consumidoras que fazem uso deste tipo de energia e promovem o uma diminuição no custo doméstico com energia elétrica e uma ação sustentável com o meio ambiente, contribuindo com o desuso 2 Resistência mecânica trata-se da tensão na qual o matéria se rompe ou se deforma determinado material, seja vidro, aço, ferro, madeira ou plástico. 3 A resistência elétrica de acordo com a Primeira Lei de Ohm é a capacidade de um corpo tem de se opor a passagem de corrente elétrica. Para efeito demonstrativo podemos citar o plástico ou a madeira como materiais com alta resistência elétrica. 4 (AVICULTURA INDUSTRIAL) A resistência térmica diz respeito, a grosso modo, a isolação térmica de determinado material, ou seja, impedir a passagem de calor de um material para outro. 5 O ProGD segundo dados do Ministério de Minas e Energia de 2015 tinha um orçamento previsto de R$ 100 bilhões até 2030 para atender até 2,7 milhões de consumidores. O programa geraria mais de 23.500MW de energia sustentável evitando cerca de 29 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Geração de energia esta que seria o equivalente a metade de uma Itaipu. paulatino das hidrelétricas. O processo mais em uso no Brasil se trata do aquecimento de água em residências. Segundo dados do INPE (2006) o Brasil possui incidência de raios solares por mais de duas mil horas no anão e com muito potencial energético porém tal capacidade ainda é algo que caminha paulatinamente para uma maior eficiência de seu uso. A maior parte da destinação que a energia recebe são sistemas não conectados na rede, da região norte e nordeste usados principalmente para atividades rurais e arranjos domiciliares. Os que são conectados a rede são em sua maior parte provenientes de iniciativas universitárias ou ONGs. Incentivados pelo Governo Federal em seus vários programas de fomento ao desenvolvimento e pesquisa de tecnologia. Segundo dados da Elysia, o Brasil possui mais de 1600 usinas solares e mais de 19 mil unidades consumidoras, ou seja, quase duas mil grandes espaços alocadas para energia proveniente da luz solar e quase vinte mil pontos que contam com a geração de energia fotovoltaica que em seu excedente de energia é atribuída a rede elétrica local. Ao se escolher o meio ao qual será utilizada a energia fotovoltaica deve-se optar por dois métodos a de geração de energia ou a de consumo e nisto temos o sistema 6on grid e o off grid. No método 7off grid a energia geralmente são armazenadas em baterias e convertidas então consumidas, esse sistema é considerado do tipo isolado e muito utilizado em áreas isoladas como as rurais pois para se conectar à rede elétrica requer um custo muito elevado e dificultoso. A figura 4 abaixo esquemática o método off grid. 6 O sistema on grid segundo Ruther (2004) envia para a rede de energia da distribuidora quando a sua geração local de energia é maior que o consumo do local da mesma, nisto, quando o consumo é maior que a capacidade de geração de energia, o sistema retira da rede elétrica. A grosso modo podemos concluir que aparenta ser uma troca de energia quando necessário, tem a rede fotovoltaica suprindo a necessidade e quando ela assim não faz passa a consumir a energia da rede elétrica das distribuidoras. A vantagem neste caso é que o usuário só paga a concessionária de energia quando sua capacidade de geração de energia é menor que o consumo dele. 7 O sistema off grid segundo Ruther (2004) é definido e caracterizado por sua não conexão com a rede elétrica. O sistema off grid fotovoltaico gera energia diretamente os aparelhos aos quais estão conectados a ele. Geralmente são projetados com uma finalidade específica para determinado aparelho ou sistema. Costumam-se utilizá-lo em redes elétricas rurais ou regiões não atendidas pelas grandes distribuidoras de energia. Figura 4. Método Off Grid Fonte: GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR ON GRID E OFF GRID (FATEC, 2017) Em relação ao método on grid a energia gerada não consumida é repassada a rede elétrica da fornecedora de energia local provocando uma diminuição equivalente na no preço da conta de energia da rede, ou seja, é uma espécie de troca de energia entre dois fornecedores, todavia, a energia só pode ser gerada de dia neste método e a noite a energia é suprida pela fornecedora local. A figura 5 abaixo ilustra o método on grid. Figura 5. Método On Grid Fonte: GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR ON GRID E OFF GRID (FATEC, 2017) O mercado de energia solar no Brasil é liderado por uma empresa italiana chamada Enel, que apenas ela produz cerca de 703MW de energia fotovoltaica no país. A Enel também é uma fornecedora e distribuidorade energia com atuações nos estados do Rio de Janeiro, Ceará, Goiás e São Paulo. Goiás participa de aproximadamente 8,93% no território nacional do uso de energia fotovoltaica e possui mais de duzentas empresas que estão neste segmento de energia alternativa. O figura 6 abaixo compila os dados referentes ao estado de Goiás segundos dados da Absol de agosto de 2018. Figura 6. Dados de Goiás na sua participação em energia fotovoltaica no cenário nacional Fonte: https://blog.bluesol.com.br/energia-solar-no-brasil-panorama/ Em goiás a geração de energia deste tipo ultrapassa a marca histórica de 10 8megawatts (MW) de potência. Entretanto este tipo de energia ainda não é a predominante no estado. A energia solar fotovoltaica está em meio a um mercado muito competitivo mas que vem ganhando força desde os últimos anos. A figura 6 mostra o cenário com dados de 2017 a participação nacional da região Centro-Oeste do Brasil a sua produção de energia renovável 9(GWh) nos mais diferentes tipos de energias alternativas existentes no estado. 8 Segundo o Atlas da Energia Elétrica do Brasil (ENEEL) o Watt é a potência de uma sistema energético no qual é transferida, continua e uniformemente, a energia de 1 joule por segundo. 9 O GWh é a multiplicidade do watt-hora, neste caso equivale a 109 Wh ou 3,6×1012 joules. https://blog.bluesol.com.br/energia-solar-no-brasil-panorama/ Figura 6. Produção nacional de eletricidade alternativa nas grandes regiões Fonte: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais. (2017) Na figura 7 mostra dados quantitativos dos tipos de energia produzidos dentro do estado de Goiás e nela havendo uma competição entre três grandes tipos de energias alternativas no estado: bagaço de, solar e hidráulica. Figura 7. Produção de energia sustentável em Goiás Fonte: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais. (2017) 10De acordo com a ANEEL (2018) os municípios goianos que mais produziam energia sustentável por meio de placas fotovoltaicas são: Goiânia, Rio Verde, Jatai, Itumbiara, Anápolis e Aparecida de Goiânia. A cidade de Senador Canedo não está entre as 10 maiores produtoras desta energia em Goiás, a construção 10 Segundo dados da EPE (2014) o potencial técnico fotovoltaico residencial em Goiás é de aproximadamente 1.220 MW. Residencialmente 10.6887 GWh/ano e com um consumo residencial médio anual de 3.958 GWh. da energia fotovoltaica por meio de placas no Instituto Federal de Goiás no recém inaugurado Campus de Senador Canedo poderá reverter este cenário e convidar cada vez mais interessados neste método de geração e obtenção de energia. De acordo com Pereira et. Al (2006) no Atlas brasileiro de Energia Solar a radiação solar que o Brasil Recebe são superiores a da maioria dos países europeus, países como a Alemanha, França e Espanha. Nos países europeus são locais onde projetos de/para aproveitamento de energia solar são amplamente disseminados. No Brasil os Estados de Goiás, Tocantins e os da região Nordeste é onde encontram-se os maiores de acordo com a figura 8 apresentada abaixo. Figura 8. Radiação solar anual no Brasil (kWh/m²/dia) Fonte: Solar and Wind Energy Resource Assessment (SWERA) V. Incentivos Apesar de ainda estarmos caminhando rumo a uma grande e eficaz geração de energia pelo método fotovoltaico existem diversos incentivos governamentais criados pelo Governo Federal, e também incentivos dentro das localidades interioranas brasileiras, em fomentar a produção de energia solar fotovoltaica. Um dos principais pontos levantados por Silva (2015) em seu texto para discussão no 11Núcleo de Estudos e Pesquisas da Consultoria Legislativa é a inviabilidade econômica para a microgeração de energia fotovoltaica devido ao custo inicial ser alto tornando um obstáculo para a grande massa da população brasileira. Silva (2015) levanta os seguintes incentivos no cenário brasileiro atual para a fomentação para a geração de energia descentralizada: 1. Programa Luz para Todos 12Instalação de painéis solares em regiões afastadas e comunidades sem acesso à energia elétrica. 2. Venda Direta a Consumidores 13Permite que geradoras de energia solar e de outras fontes comercializem a energia elétrica sem intermédio das grandes distribuidoras. 3. Sistema de Compensação de Energia Elétrica para a Microgeração e Minigeração Distribuídas. Permite que desde sigam normas técnicas estabelecidas pela Aneel (Agencia Nacional de Energia Elétrica), consumidores interessados em fornecer energia a rede das distribuidoras poderá fazê-lo. 4. Descontos na Tarifa de Uso dos Sistemas de Transmissão e na Tarifa de uso dos Sistemas de Distribuição Garante desconto de 80% nas duas tarifas. 5. Convênio nº 101, de 1997, do Conselho Nacional de Política Fazendária 11 De acordo com o Núcleo de Estudos e Pesquisas da Consultoria Legislativa podemos afirmar que: Conforme o Ato da Comissão Diretora nº 14, de 2013, compete ao Núcleo de Estudos e Pesquisas da Consultoria Legislativa elaborar análises e estudos técnicos, promover a publicação de textos para discussão contendo o resultado dos trabalhos, sem prejuízo de outras formas de divulgação, bem como executar e coordenar debates, seminários e eventos técnico- acadêmicos, de forma que todas essas competências, no âmbito do assessoramento legislativo, contribuam para a formulação, implementação e avaliação da legislação e das políticas públicas discutidas no Congresso Nacional. (Silva, 2015, p. 2) 12 7 Não são todas. Depende das características de cada comunidade. 13 0 § 5º do art. 26 da Lei nº 9.427, de 1996 14Isenta o ICSM as operações envolvendo equipamentos para a geração de energia fotovoltaica e os para energia eólica. 6. Fundo Solar Em 2013 foi lançado o programa que oferece apoio financeiro de R$ 1.000,00 a R$ 5.000,00 para projetos de microgeração fotovoltaica de energia conectados à rede. 7. Apoio a Projetos de Eficiência Energética 15Subsidiado pelo BNDES, ele financia projetos que de forma comprovada contribuem para a economia de energia e aumentem a eficiência de energia brasileira ou que promovam a substituição de energia oriundas de fontes fósseis por fontes sustentáveis. VI. CENTEC e UFG Os estudos de casos que serão abordados aqui serão de duas instituições de ensino distintas com diferentes tipos de estrutura e finalidades. A primeira trata- se da Universidade Federal de Goiás (UFG) na região da cidade de Catalão por um estudo de caso da viabilidade econômica na geração de energia fotovoltaica por Barros et. al (2017). O segundo trata-se do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (CENTEC) localizada em Juazeiro do Norte no Ceará por um estudo de caso de dimensionamento de um sistema fotovoltaico e analise de investimento por Junior et. al (2018). Os dois artigos citados dizem respeito a metodologia adotada na implantação de painéis fotovoltaicos em seus objetos de estudos, porém com propostas diferentes. Enquanto o da UFG os autores trabalham com ferramentas aplicadas e detalhadas para avaliarem os números para definirem se o investimento será promissor ou não, o artigo da CENTEC limita-se a uma abordagem mais geral não se aprofundando em como os autores chegaram até os resultados finais. Temos também as diferentes localidades das duas instituições, respectivamente temos Goiás e Ceará. Temos que por suas localizações serem distintas os resultados finais também serão, no entanto, a UFG encontra-se em Goiás na região Centro-Oeste e o Nordeste e segundo dados dePereira et. Al (2006), Goiás e Ceará estão entre os maiores estados brasileiros que recebem radiação 14 Bomba para líquidos, para uso em sistema de energia solar fotovoltaico em corrente contínua, com potência não superior a 2 HP 15Disponível em: htttp://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Areas_de_Atuacao/Meio_Ambiente/proe sco.ht ml. Acesso em 14 de abril de 2014. solar e portanto são privilegiados quanto a sua maior fonte energética ter maior grau incidência sobre si. Em Juazeiro do Norte, segundo CRESEB (2018), a cidade tem índices de radiação solar de aproximadamente 5,88 kWh/m²/dia e anualmente uma média de 1,66 kWh/m²/dia. O gráfico a seguir ilustra isto. Figura 9. Variação do índice de radiação solar Fonte: CRESESB (2018) Para a região sudoeste de Goiás onde é localizada a UFG estudada em questão na cidade de Catalão temos uma variação solar de cerca de 5,7 a 5,9 kWh/m²/dia (Atlas da Energia Elétrica do Brasil, 2002). De acordo com Junior et. al (2018) o CENTEC de Juazeiro de Norte conta com uma estrutura física que contém 10 salas de aula, 16 laboratórios e um refeitório anexo, conta também com salas de administração, coordenação, biblioteca e centros acadêmicos além de uma oficina mecânica. Os ambientes são dispostos em um prédio três andares ocupando uma área de 1.009,8m² do terreno total de 14.875m². Todo o espaço recebe a visita de um público de aproximadamente 1600 pessoas por ano. O espaço alocada para a instalação das placas fotovoltaicas no CENTEC foi de 734,8m² no teto da instituição e mais 275m² na cobertura do galpão, totalizando 1009,9m² com perspectivas para serem instaladas mais na cobertura do estacionamento do prédio. 16Como são instituições de ensino, o consumo de energia elétrica não é uniforme, trata-se de um funcionamento por semestres, férias e aulas práticas que aumentam o consumo e durante as férias ocorrem as quedas bruscas no consumo. A tabela a seguir mostra o consumo médio da instituição conforme os meses do ano, leva-se em conta o período de férias nos meses de janeiro, julho e agosto pequenas diminuições no consumo na CENTEC. 16 O artigo referente a Universidade Federal de Goiás não disponibilizou dados sobre o tamanho das instalações da unidade nem mesmo sobre a área de aproveitamento do espaço para alocação das placas fotovoltaicas. Tabela 1. Consumo de energia elétrica na instituição (2015). Fonte: CENTEC (2018) Para Marinoski (2004) um sistema ser dimensionado para atender ao consumo médio diário da edificação, pode ser estimados painéis a serem instalados. Faz-se estes cálculos afim de calcular a capacidade do sistema permanecer autônomo usando apenas a energia solar sem fazer utilização da rede elétrica. A equação utilizada na CENTEC supracitada para obter a resposta da autonomia é dada por: 𝑃𝑐𝑐 = ( 𝐸 𝐺) (𝑅) Em que: Pcc (kWpcc) = potência média necessária E (kWh/dia) = consumo médio diário durante o ano G (kWh/m2/dia) = Ganho por radiação solar R = Rendimento do sistema Na UFG os autores preferiram adotar o método payback como meio para determinar os períodos necessários para a recuperação do valor do capital investido (Pamplona, 2006). A equação é dada por: ∑ 𝐹𝐶𝑡 (1 + 𝑖)𝑡 𝑛 𝑡=1 Em que: I = fluxo de caixa da data inicial FC = Fluxo de caixa n = período i = taxa mínima de atratividade De acordo com a primeira equação utilizada na análise de dimensionamento de um sistema fotovoltaico para atender a demanda o resultado obtido foi de 135,15 kW. Assim definindo a área que será ocupada pelos painéis foi de 834,26 m², dentro da área disponibilizada pelas instalações do local que era de 1009,9m². No caso da UFG o cálculo do payback no cenário mais pessimista foi de um retorno em aproximadamente: Retorno= 74796,6 - 74796,6 * 0,045 A taxa de retorno será de 10,077% e o valor será corrigido ano a ano. Chegando a conclusão de que o projeto seria viável pois o payback será antes dos 25 anos (tempo de vida médio de das placas fotovoltaicas). VII. Instituto Federal de Goiás – Campus Senador Canedo O campus de Senador Canedo do Instituto Federal de Goiás desde o ano de 2015 realizava suas operações num prédio provisório cedido pela prefeitura da cidade. Embora o campus tenha vindo com a premissa de em poucos anos após a sua vinda para a cidade construir sua sede própria, a construção desta estendeu-se por anos e apenas em 2019 o Campus Senador Canedo do IFG inaugurou sua sede própria. O campus oferece cursos de nível médio-técnico e graduação. Localizada no KM 7 da rodovia estadual GO-403, o novo campus conta com um terreno 88191,94m², sendo a maior disponibilidade de área de todos os campus do Instituto Federal de Goiás espalhados pelo Estado. A nova sede tem 11.931,61m² de área construída e com projetos de expansão de mais dois prédios. O prédio funciona com operações da parte administrativa, acadêmica e de serviço, sendo o espaço dividido entre si. Com três blocos agrupando e conciliando as três partes do funcionamento em três andares. O térreo é composto por 8 salas de aulas, 6 banheiros, 8 salas administrativas e de reuniões, 1 auditório, dois refeitórios e um espaço de serviço. O pavimento superior compõem-se por 14 salas administrativas, 1 sala de reunião, 4 banheiros, 1 biblioteca, 1 sala de estudos e 5 salas de aula. O pavimento superior é composto por 8 salas de aula/laboratório, 1 sala de reunião e pesquisa e 2 banheiros. O Campus conta com muitos laboratórios, sendo eles de eletrotécnica, materiais, pneumática, usinagem, soldagem e de informática. Todos contam com maquinário e equipamentos de ponta, que requer uma demanda muito alta de energia. Entretanto o campus ainda não está 100% concluído, existem problemas com a rede elétrica que limitam o uso de energia com os equipamentos e principalmente sobre os laboratórios, ou seja, o prédio não pode funcionar por inteiro sem que haja queda de energia, há necessidade de racionamento de energia. A energia solar fotovoltaica poderia ser de muito bom aproveito no Campus Senador Canedo do IFG, pois, além das benesses supracitadas como ser uma fonte renovável e limpa de energia e trazer consigo ganhos também econômicos a longo prazo. A energia fotovoltaica oferece um leque muito amplo para pesquisas acadêmicas e extensão. Temos que a tecnologia constituinte das placas fotovoltaicas estão em constante mudança e transformação, o mercado sempre busca melhorias de ganho em eficiência das placa e isto permite que o IFG trabalhe nisto. Com os alunos do ensino médio e de graduação o campus, num cenário muito otimista, pode vir a se tornar referência regional no estudo de fotovoltaico e geração de energia para a região metropolitana de Goiânia. O IFG Campus Senador Canedo possui projetos para expansão de seus prédios e com isto novas áreas serão disponibilizadas para a instalação das placas fotovoltaicas, principalmente nos telhados destes prédios. A atual área disposta para possíveis aproveitamento para geração de energia fotovoltaica aproxima-se de 4.000m² e com isto podendo suprir parte da necessidade energética das atividades do campus durante seu funcionamento. E partindo da premissa de um cenário otimista o campus poderia tornar-se autônomo na geração e consumo de energia em partes do prédio, ou dos futuros prédios, e assim deixando de ter a necessidade de estar conectado à rede elétrica da distribuidora de energia local (Enel). Existem muitas outras possibilidades a serem trabalhadas em cima destes possíveis cenários, entretanto, há necessidade de aprofundamento nos estudos pois a eficiência energética das placas fotovoltaicas variam muito de uma para outra. É precisoescolher modelos economicamente viáveis e ao mesmo tempo energeticamente eficientes, já que o campus demanda muita energia para pôr- se em funcionamento constante e/ou simultâneo. VIII. Conclusão Neste estudo obtemos informações importantes para a instalação de painéis fotovoltaicos no Instituto Federal de Senador Canedo, formas de funcionamento desses equipamentos, analises de rendimentos partindo de pesquisas de outras instituições, cálculos necessários para ter uma base de quanta área seria utilizada inicialmente para o campus em sua conjuntura atual mas também para a instalações futuras com o crescimento do mesmo. Consideramos viável a instalação dos painéis , não só para redução de custo de energia e quiçá sua autonomia energética, mas também pois o campus ele se localiza na rodovia estadual GO-403, onde se encontra um acumulo de grandes condomínios de luxo fora os que já estão em fase de implantação , então seria interessante , o instituto aderir a instalação visando sanar possíveis problemas futuros em relação a rede elétrica , fora que com a sua instalação talvez traga motivação para que moradores da mesma região onde possam conhecer e se interessar um pouco mais por essa energia renovável e limpa. Diante mão as informações obtidas, o melhor sistema a ser aplicado seria o on- grid pois assim o campus teria uma segurança a mais na sua rede elétrica pois se necessário utilizaria a rede energética de sua distribuidora para suprir a demanda do momento, com isso obteria uma redução no custo elétrico, e também em caso de não uso (época de férias) poderia compartilhar essa energia obtida para a concessionaria elétrica de sua região. Seria interessante também um estudo mais aprofundado, analisando a taxa interna de retorno (TIR) para medir a rentabilidade do investimento e também o Payback para que se possa ter uma noção mais precisa de quanto tempo demoraria para que o investimento trouxesse benefícios em relação a sua conta de energia. Apesar de se tratar de um projeto de alto investimento, e de uma instituição de ensino federal onde sofre constantemente com problemas de verbas e cortes, acreditamos que futuramente esse empreendimento poderá ajudar a instituição na sua estabilidade financeira, sendo assim não sofrendo tanto com tais perdas. IX. Referências bibliográficas SILVA, R. M. Energia Solar no Brasil: dos incentivos aos desafios. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, Fevereiro/2015 (Texto para Discussão nº 166). Disponível em: www.senado.leg.br/estudos. Acesso em: 12 de outubro de 2019. ATLAS DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL. Brasília: ANEEL, 2002. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/livro_atlas.pdf>. Acesso em: 12 de outubro, 2019. VILLALVA, Marcelo G. ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA: CONCEITOS E APLICAÇÕES. 2º Edição. São Paulo: Érica, 2012. Rodrigo Limp Nascimento. ENERGIA SOLAR NO BRASIL: SITUAÇÃO E PERSPECTIVAS, CÂMARA DOS DEPUTADOS. 2017 RUTHER, Ricardo. EDIFÍCIOS SOLARES FOTOVOLTAICOS. 1º EDIÇÃO. SANTA CATARINA: Editora UFSC / LABSOLAR, 2004. >. Disponível em: <https://fotovoltaica.ufsc.br/sistemas/livros/livro-edificios-solares-fotovoltaicos.pdf>. Acesso em: 05 de outubro, 2019. VALTER BORTOLO, et. al. GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR ON GRID E OFF GRID. FACULDADE DE TECNOLOGIA DE BOTUCATU. 2017. Disponível em: <http://www.fatecbt.edu.br/ocs/index.php/VIJTC/VIJTC/paper/viewFile/1069/1234>. Acesso em: 05 de outubro, 2019. Natanel Fernandes; Flávio Mendonça; Francisca Jeanne; et. al. DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO E ANÁLISE DE INVESTIMENTO PARA O INSTITUTO CENTRO DE ENSINO TECNOLÓGICO. XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO, Alagoas, 16 de outubro de 2019. Vitor Calaca; Lucas Pedroso; Filipe Fernandes; et. al. VIABILIDADE ECONÔMICA DA GERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA: UM ESTUDO DE CASO NA UFG – RC. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO, Joinville, 10 de outubro de 2017. BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO. A energia solar no Brasil. Disponível em: < https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/conhecimento/noticias/noticia/energia- solar>. Acesso em 12 outubro de 2019. COSTA, Luciano. Energia solar deve crescer 44% no Brasil em 2019 com impulso de geração distribuída. Disponível em: < https://epocanegocios.globo.com/Economia/noticia/2019/01/epoca-negocios-energia- solar-deve-crescer-44-no-brasil-em-2019-com-impulso-de-geracao-distribuida.html>. Acesso em 12 de outubro de 2019. COLAFERRO, Luis. Energia Solar no Brasil: Um panorama para [Você] entender tudo. Disponível em: <https://blog.bluesol.com.br/energia-solar-no-brasil-panorama/>. Acesso em 12 de outubro de 2019. PUPULIN, Cejane. Retrospectiva Canal/Goiás sobe no ranking da produção de energia solar. Disponível em: < http://www.canalbioenergia.com.br/goias-sobe-no-ranking-da- producao-de-energia-solar/>. Acesso em 12 de outubro de 2019. FARIELLO, Danilo. Governo cria programa de incentivo à geração de energia solar (ProGD). Disponível em: <https://www.portalsolar.com.br/blog-solar/incentivos-a- energia-solar/governo-cria-programa-de-incentivo-a-geracao-de-energia-solar- progd.html>. Acesso em 12 de outubro de 2019. ELYSIA, ENERGIASOLAR. Rio Grande do Sul é o terceiro mais solar. Confira o ranking estadual atualizado de geração fotovoltaica no Brasil. Disponível em: <https://www.elysia.com.br/ranking-maior-geracao-energia-solar/>. Acesso em 12 de outubro de 2019.
Compartilhar