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RELATORIO PEDRO

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DESENVOLVIMENTO
· O Local
A visita foi realizada na fazenda Agroponos, próxima ao município de São Manuel, às margens da rodovia Marechal Rondon, produzindo alface, agrião, rúcula, almeirão, chicória, cheiro-verde, salsa, mostarda, manjericão, hortelã, coentro e espinafre.
A estrutura da fazenda se resume, basicamente, de forma a atender as necessidades da produção de hortaliças no sistema hidropônico.
A fazenda dispõe de estruturas relativamente simples, entre estas:
· Bancadas em estufas para plantio e desenvolvimento inicial das mudas, sendo esta etapa realizada em bandejas;
· Bancadas com canais, em estufas, para transplante inicial das mudas ainda pequenas, com características especificas para tal finalidade;
· Bancadas com canais maiores, em estufas, para transplante de mudas já em desenvolvimento mais avançado, permanecendo nestas até a “colheita”;
· Tanques para realização da mistura de solução nutritiva;
· Tanques para circulação da água com a solução nos devidos canais de cultura;
· Sistema de bomba elétrica para levar a solução presente nos tanques até os canais;
· Estrutura para plantio convencional em solo, embora de menor proporção, com diferentes culturas em relação ao sistema hidropônico;
· Maquinário adequado, como tratores, caminhões e implementos;
· Sistemas de captação de água;
· Habitações para armazenamento e preparo dos produtos.
· A ESTRUTURA DE CULTIVO
Na fazenda Hidroponos, o sistema de cultivo hidropônico opera de maneira básica de funcionamento. Composto basicamente por tanques, bombas, canais de cultura, estufas, bandejas para plantio de mudas e soluções adequadas, se mostra eficiente, segundo o proprietário do local.
Seu funcionamento se dá de forma simples. Sendo composto por circuitos fechados de água corrente, contendo soluções diversas para cada situação e função específica.
No inicio do processo de cultivo hidropônico, é devidamente preparada, em taques próprios, a solução ideal para as hortaliças. Em seguida, essa solução é despejada nos respectivos tanques que abastecerão o sistema às quais as hortaliças que necessitam de tal solução estão presentes. O fluído do tanque, é então bombeado, através de bombas elétricas, para todos os canais de solução, onde se posicionam as mudas, formando um filme composto por água contendo a solução, em contato com as raízes.
Estes canais são dispostos sobre estruturas elevadas ao solo, formando “bancadas”, com leves quedas, ocasionando a queda do líquido para a outra extremidade, onde será captado e levado de volta ao tanque, fechando o circuito, para ser novamente bombeado.
A circulação dos fluidos através dos canais se dá através de ciclos de acionamento e parada das bombas. Conforme as necessidades, sendo estas alteradas devido a fatores climáticos e estágio de crescimento das plantas, por exemplo, o ciclo de funcionamento das bombas se altera. Na ocasião da visita, o ciclo se dava por 5 minutos de bomba acionada para cada 15 minutos de pausa, sendo este iniciado as 6 horas da manhã, permanecendo até as 19 horas da tarde.
O fato de o sistema ser elevado com relação ao solo se dá por fatores como a facilidade de manuseio das plantas, melhora no combate à pragas e doenças, facilidade de realização da queda de água adequada, entre outros.
O funcionamento do sistema não se altera junto da transferência das plantas durante seu crescimento, ou seja, o funcionamento se mantém, as variações se dão entre as soluções para cada planta e suas etapas de crescimento.
Por ser um sistema dependente do fluxo proporcionado pelas bombas elétricas, a mão de obra acaba por ser reduzida devido à automatização, sendo, na fazenda visitada, composto por apenas quatro operários no sistema hidropônico, e mais um funcionário no cultivo de solo comum. Entretanto, devido a tal dependência, problemas como ausência de energia elétrica se mostram como fortes possibilidades de perdas significativas da produção.
· Custo / Benefício
De acordo com o proprietário e responsável pela fazenda, o custo benefício do sistema se mostra mais vantajoso em certos aspectos, contudo com maior necessidade de atenção e delicadeza para confrontar imprevistos.
Com relação à mão de obra, o sistema hidropônico necessita de menor número de funcionários, ou seja, proporciona certa economia financeira. Nas instalações da fazenda Hidroponos, apenas quatro funcionários trabalham na produção hidropônica e um na produção em solo comum.
Em comparação ao sistema convencional de plantio em solo, acaba mostrando mais vantagens como prazos e custos de preparo de solo reduzidos, proporcionando maior frequência e circulação de plantio.
Entretanto, existem certos aspectos os quais requerem maior atenção e cuidados. Entre estes pode-se citar a dependência de energia elétrica para funcionamento do sistema de bombas. Na fazenda onde fora realizada a visita, atualmente, é possível alimentar as bombas por geradores movidos à gasolina, contudo, em momentos anteriores, já foram registrados danos na produção causados pela ausência de energia elétrica.
Outros fatores que diferem do sistema convencional de plantio, são os custos de construção das instalações e do sistema em si. Contudo, segundo o proprietário do local, estes acabam por ser compensado pelo fator mão de obra. O que mais se mostra custoso em todo o processo é a distribuição dos produtos nos pontos de venda, no caso, redes de mercados da região atendida pela produção nas cidades de Jaú, Bauru, Marília e Botucatu, por exemplo. De acordo com o proprietário, o maior custo se dá pelo combustível, sendo que já foram gastos em torno de 16 mil reais apenas com óleo diesel.
· A Cultura
O sistema hidropônico da fazenda pode ser resumido em um circuito fechado de água corrente, a qual leva até as plantas a solução nutritiva adequada.
Na fase inicial, as mudas são plantadas em bandejas para seu desenvolvimento primário, onde permanecem dentro de estufas.
Posteriormente, as mudas com tamanho em torno de 6cm são transplantadas para o sistema hidropônico, em canais de cultura de diâmetro adequado para suas características, e também com mistura e características adequadas para seu desenvolvimento e preparação para a próxima fase.
Na etapa seguinte, também inseridas em estufas, as plantas, já mais desenvolvidas, são novamente transferidas, desta vez para canais maiores, com misturas adequadas para suas novas características e diferentes correntes de solução, onde permanecerão até sua remoção (colheita).
Nas fases iniciais da cultura hidropônica, são utilizadas as soluções ideais, para o desenvolvimento primário adequado das plântulas. 
Posteriormente, após sua transferência para as fases posteriores, as misturas são corrigidas de acordo as características das plantas e também conforme necessidades especificas de alteração, tais como mudanças climáticas, enfermidades causadas por doenças ou parasitas, entre outros.
Conforme a necessidade, novas soluções são preparadas e inseridas no sistema, circulando por toda sua extensão, ou seja, atingindo todas as plantas que mantém contato com a solução dentro do circuito fechado.
Da mesma maneira, quando a cultura é afetada por algum parasita ou doença, as chances de dispersão para as demais plantas é altíssima, ao passo que sua circulação se dará no sistema por completo. Um exemplo demonstrado na visita realizada foi a manifestação do Tospovírus responsável pelo chamado “vira-cabeça”, presente no alface. Este vírus se dissipa pelo ar, e tem como hospedeiro o inseto Tripes. O vírus se manifesta principalmente em plantas menos resistentes, causando a necrose foliar. Infelizmente não há controle específico para o vírus, o que causa a perda na produção.
Na ocasião, diversas bancadas da cultura de alface foram afetadas e as plantas perdidas. Não apenas por esse motivo, foram apresentadas também, perdas ocasionadas por fatores climáticos, sendo que no dia anterior houve forte ventania e chuva, o que acabou pro danificar significativamente as estruturas do local, causando danos nas estufas e sombrites.CONSIDERAÇÕES FINAIS
De maneira geral, pôde-se conciliar muitas informações a respeito das temáticas apresentadas em sala de aula com os conhecimentos adquiridos na visita à fazenda. 
As informações apresentadas pelo proprietário e engenheiro agrônomo da propriedade foram de extrema importância para o enriquecimento acadêmico, sob as perspectiva teórica e prática. 
É de grande notoriedade o beneficio trazido pela visita técnica visto que abrange, não somente os fatores relacionados ao plantio, cuidados e colheita dos produtos, mas também concilia experiencias do profissional associadas à realidade do cultivo, como custos, benefícios, distribuição, e principalmente, a relação entre produção e mercado consumidor, transitando por todas as fases desde o plantio até o consumo.

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