Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mecanismos de propagação de doenças Cadeia Epidemiológica e tríade epidemiológica Interação entre agente causal x ambiente x hospedeiro Equilíbrio saúde Equilíbrio saúde REALIDADE • Louis Villermé(1782 – 1863): (saúde dos trabalhadores das indústrias de algodão, lã e seda ). POBREZA X SAÚDE mais da ½ das crianças não chegava à idade de 5 anos; a idade média do óbito nas classes altas era de 36 anos, trabalhadores do comércio 22 anos e da indústria 16 anos. Equilíbrio saúde: Hospedeiro x ambiente • Revolução industrial epidemias de cólera, febre tifóide e febre amarela teoria dos miasmas X teoria dos germes Equilíbrio saúde: Hospedeiro x ambiente • Revolução industrial - condições de vida em uma metrópole: – Fossas no porão das casas – Presença de grande nº animais no meio da cidade (bovinos/equinos) – Carcaça de animais nas ruas (caldeirões de fervura) – Cada epidemia de cólera – 10 a 20 mil mortes Equilíbrio saúde: Hospedeiro x ambiente Equilíbrio saúde Bem estar Equilíbrio saúde Infecção hospitalar ✓ Dose infectante; ✓ Tempo de exposição; ✓ Local de entrada; ✓ Multiplicação; ✓ Virulência. Determinantes da cadeia epidemiológica; Agente ✓ Infectividade: é a capacidade dos agentes de infectar e multiplicar no hospedeiro. Vírus da gripe apresentam elevada infectividade; ✓ Virulência: é a capacidade do agente em produzir casos graves ou fatais (casos graves / casos da doença) ✓ Patogenicidade: é a qualidade que tem o agente infeccioso de, uma vez instalado no organismo, produzir sinais clínicos em maior ou menor grau, dentre os hospedeiros infectados (casos da doença / total de infectados) ✓ Estabilidade: é o tempo que o agente infeccioso resiste fora do hospedeiro ✓ Fatores genéticos; ✓ Estado nutricional; ✓ Idade; ✓ Sexo; ✓ Imunologia. Determinantes da cadeia epidemiológica Hospedeiro ✓ Susceptibilidade: pode se restringir a uma espécie ou a várias espécies de agentes infecciosos, como no caso da febre aftosa, que acomete várias diferentes espécies de animais; resistência ✓ Transmissibilidade: se refere a duração do período no qual o animal pode infectar e a quantidade de agentes infecciosos que o hospedeiro pode transmitir ✓ Período de incubação ✓ Condições climáticas; ✓ Condições sócio-econômicas-culturais. Determinantes da cadeia epidemiológica Ambiente ✓Manejo produtivo ✓Bem estar ✓Contaminação do ambiente ✓Condições higiênico-sanitárias ✓Educação ✓Aspectos culturais ✓Saneamento básico Questões epidemiológicas ✓Por que alguns adoecem e outros não? ✓Onde a doença ocorre e porque naquele lugar? Há vetores envolvidos? ✓Quando a doença ocorre e porque existem variações na sua ocorrência? ✓Qual o risco associado a esta infecção? ✓Análise descritiva /Distribuição /indicadores ✓Construção de hipóteses científicas ✓Busca etiológica /Fatores de risco ✓Aplicação do método científico para descrição da cadeia epidemiológica Cadeia epidemiológica (ou ecologia das enfermidades) ✓Conceito Processo de identificação dos mecanismos envolvidos no processo de propagação das doenças que envolve os hospedeiros, os agentes patogênicos, o ambiente (ecossistema) e os meios pelos quais os agentes infectam os susceptíveis ✓Objetivo Racionalizar o controle ✓Ecologia das enfermidades Parasitismo Relacionamento harmônico ou desarmônico Infecção x doença Desequilíbrio Determinantes da cadeia epidemiológica Conceitos ✓ Transmissão horizontal: doença é transmitida de uma fonte de infecção para um hospedeiro ✓ Transmissão vertical: é aquela transmitida de uma geração para a próxima ✓ Fontes de infecção: hospedeiro que alberga o agente etiológico com potencial de transmissão ✓ Hospedeiro: pode ser uma planta, animal ou artrópode que pode se infectar por, e permitir a manutenção (replicação e desenvolvimento), dos agentes infecciosos – Hospedeiro doente Típico, atípico ou em fase prodrômica – Hospedeiro portador: não manifesta sinal clinico da doença Portador sadio (sem sinal clinico e não está na fase de incubação), em incubação (mas já eliminam o agente) e em convalescência (em recuperação, porem ainda eliminando) – Hospedeiro primário (mantém o R0>1), secundário (mantém o R0<1) e acidental (não transmite) Determinantes da cadeia epidemiológica Conceitos ✓ Reservatório: os animais vertebrados capazes de atuar como fontes de infecção no processo de disseminação da doença; podem manifestar os sinais clínicos ✓ Vetores: transmissores vivos dos agentes infecciosos – Vetor mecânico: um animal que carreia fisicamente um agente infeccioso para os hospedeiros primários ou secundários. O agente infeccioso não se desenvolve e nem se multiplica no vetor mecânico – Vetor biológico Transmissão por desenvolvimento: o agente etiológico cresce e muda, porem não se multiplica. Ex. Dirofilaria immitis , causadora da dirofilariose, em mosquitos culex Transmissão propagativa: apenas se multiplica, não muda de forma ou tipo. Ex. encefalomielite ovina, que é transmitida ao ser humano via picada de carrapato da família Ixodidae Transmissão ciclo propagativa: além das mudanças, se multiplicam no vetor. Ex. Plasmodium e Anopheles (malária) Fômites: veículos inanimados de doença FONTE DE INFECÇÃO (FI) Hospedeiro vertebrado que alberga e transmite um agente etiológico http://people.vetmed.wsu.edu/jmgay/courses/EpiMod2.htm#The "Iceberg" Concept VIAS DE ELIMINAÇÃO (VE) A VIA DE EXCREÇÃO DETERMINA O MECANISMO DE TRANSMISSÃO Porque é importante saber as vias de Eliminação ? Figura 10.1. A cadeia do processo infeccioso. Fonte de infecção Excreção Transmissão Penetração Novo hospedeiro MECANISMOS/VIAS ou FORMAS DE TRANSMISSÃO - ETAPA CRÍTICA NA SOBREVIVÊNCIA DO AGENTE - PODE SER IMEDIATA OU DEMORAR MESES/ANOS - RESISTÊNCIA DO AGENTE É MUITO IMPORTANTE - ETAPA DE ELEIÇÃO PARA INTERROMPER A CADEIA VIAS DE TRANSMISSÃO (VT) VIAS DE TRANSMISSÃO (VT) • Forma vertical: da mãe para o feto; • Forma horizontal: de animal para animal (contato direto, vetores, fômites, hídrica,...) Gestão de Riscos Biológicos Definição das Rotas de Transmissão Aerógena – Partículas são passadas através do ar de um animal a outro (aerossóis ou poeira) Oral - Consumir agentes causadores de doenças em alimentos contaminados, água (hídrica), lambendo ou mastigando objetos contaminados. Contato Direto - Um animal susceptível fica exposto quando o agente da doença atinge diretamente feridas abertas, membranas mucosas ou pele, através do sangue, saliva, nariz para nariz contato, fricção, ou mordedura. • Reprodutiva - Um subtipo de contato direto que inclui doenças propagadas através do acasalamento ou ao feto durante a gravidez. VIAS DE TRANSMISSÃO (VT) VIAS DE TRANSMISSÃO (VT) Gestão de Riscos Biológicos Definição das Rotas de Transmissão Fômite - Um objeto inanimado portador de um agente patológico de um animal suscetível a outro. • Veículo Animado - Um subtipo de transmissão de fômites em que um animal ou humano distribui material orgânico para outro local. Vetores - Um invertebrado adquire um agente da doença de um animal e transmite-o a outro • Vetor mecânico • Vetor biológico A contaminação ambiental sempre deve ser levada em consideração. VIAS DE TRANSMISSÃO (VT) VIAS DE TRANSMISSÃO (VT) Figura 10.7. Formas de transmissão dos vírus de animais. Transmissão Horizontal Vertical Indireta Transovariana Transplacentária Perinatal Colostro/leite Direta Aérea Contato direto Contato indireto Veículos Vetores Biológicos Mecânicos Formas de transmissão (resumo) Portas de entrada - Susceptibilidade x Resistência - Susceptibilidade natural x experimental - Resistência Natural x adquirida - Refratariedade - Infecção x Infestação - Relação Infecção-Doença SUSCETÍVEL – NOVO HOSPEDEIRO - Período de incubação (definição, duração, importância) - Período pré-patente - Período de transmissibilidade- Período prodrômico - Fase de convalescença FASES DO PROCESSO INFECCIOSO- DOENÇA A - Período de incubação 3 - É o período decorrente entre a penetração do agente etiológico e o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos. B - Período prodrômico C - Período pré-patente D - Período de Latência E - Período de transmissibilidade 1 - Período decorrido entre a invasão (penetração) do agente etiológico no organismo até o aparecimento das primeiras formas detectáveis do agente (formas jovens iniciais como ovos, larvas, oocistos) 5 - Período no qual os sintomas de uma doença desaparecem, apesar do hospedeiro estar infectado, e ser capaz de transmitir a doença. 4 - Apresenta sinais e sintomas inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico nesse período (exemplo de tosse, febre, mal estar). Tem curta duração, geralmente alguns dias, e alta transmissibilidade. Praticamente ausência de sinais patognomônicos. 2 - É o intervalo de tempo em que há eliminação do agente etiológico, pelo hospedeiro, para o ambiente ou por meio de um vetor. Pode ser determinado por critérios clínicos ou por exames laboratoriais, sendo que o animal ou homem infectado pode ou não ter sintomas. Dias Infecção Período de incubação Período prodrômico Período clínico (doença) Período patente (transmissibilidade ou comunicabilidade) Período Pré-patente Período de convalescença Multiplicação do agente Sinais Clínicos FASES DO PROCESSO INFECCIOSO- DOENÇA - Respiratórias (Flu, rinovírus, pasteurela) - GI (rota, corona, protozoários, helmintos salmonela, coli) - Derme (papiloma, sarna, micoses) - Conjuntiva (moraxela, adeno) - Genitais (vibriose, tricomonose) INFECÇÕES LOCALIZADAS Figura 8.9. Patogenia da coronavirose canina. O coronavírus canino (CCoV) penetra pela via oral pela ingestão de água ou alimentos contaminados. O vírus atinge o intestino pela passagem direta pelo trato digestivo, pois resiste ao pH ácido do estômago. No intestino, o vírus infecta inicialmente as células das vilosidades do duodeno e posteriormente se dissemina até o íleo. A replicação nas células absortivas das vilosidades provoca uma enterite, que resulta em redução da absorção de nutrientes, diarréia e desidratação. O vírus é excretado nas fezes um a dois dias após a infecção. O CCoV pode ainda se disseminar aos linfonodos mesentéricos, e ocasionalmente replicar no baço e fígado. Adaptada do site: www.bakerinstitute.vet.cornell.edu. - Retrovírus em geral (AIEV, CAEV) - BVDV (infecção persistente) - Cinomose (pode ser disseminada) - Dengue, Febre Amarela - Malária - Babesiose, anaplasmose INFECÇÕES DISSEMINADAS ou SISTÊMICAS Figura 8.12. Patogenia da cinomose canina. O CDV penetra geralmente pela via oronasal e replica inicialmente nos epitélios e em macrófagos das vias aéreas superiores, faringe e tonsilas. A replicação primária é seguida de viremia que permite a disseminação sistêmica do vírus e infecção de uma variedade de linfonodos e acúmulos linfóides, levando a um quadro de imunossupressão. Em cães que não conseguem montar uma resposta imune eficiente, o vírus produz uma viremia secundária, se dissemina e replica em uma variedade de tecidos incluindo células epiteliais da pele, dos tratos digestivo, respiratório e urinário, no sistema nervoso central e no sistema retículo-endotelial. Esses animais podem apresentar uma variedade de manifestações clínicas, que possuem correlação com os órgãos/ tecidos afetados. A incapacidade de erradicar o vírus pode resultar em persistência viral no SNC. Adaptada do site: www.bakerinstitute.vet.cornell.edu. Mecanismos de propagação de doenças
Compartilhar