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Ensaio dos Materiais Ensaio de Fadiga Ensaio dos Materiais Introdução Desde 1850, é conhecido o fato de que um metal submetido a uma tensão repetida ou flutuante romperá a uma tensão muito inferior àquela necessária para ocasionar fratura devido à aplicação de uma carga estática. A fadiga tornou-se progressivamente importante à medida que a tecnologia desenvolveu um número maior de equipamentos, tais como automóveis, aviões, bombas, turbinas, etc., sujeitos a carregamento repetido e a vibração. A fadiga é responsável por pelo menos 90 por cento das falhas de serviço relativas a causas mecânicas. Ensaio dos Materiais Método de Ensaio Os aparelhos de ensaio de fadiga são constituídos por um sistema de aplicação de cargas, que permite simular esforços das condições reais de trabalho, e por um contador de número de ciclos. O ensaio é realizado de acordo com o tipo de solicitação: • torção; • tração-compressão; • flexão; • flexão rotativa. A EMT1kNV é uma máquina eletromagnética para ensaios de fadiga tração-compressão, com frequência até 200Hz em onda senoidal com variação de velocidade. Ensaio dos Materiais Flexão Rotativa: Um motor gira um corpo de prova C. Os rolamentos externos são fixos em apoios e os internos recebem uma carga P, produzindo um esforço de flexão alternado devido à rotação do corpo de prova. Método de Ensaio Um ciclo completo de flexão alternada é aplicado a cada volta do eixo e o número de voltas é registrado pelo contador A. No final do ensaio, quando o corpo se parte por fadiga, temos o número de ciclos registrados em A em relação a uma carga P. Ensaio dos Materiais Curva S-N O método básico de apresentação de dados experimentais de fadiga é através da curva S-N, onde é lançada em gráfico a tensão S contra o número de ciclos necessários para a fratura N. A tensão máxima, que praticamente não provoca mais a fratura por fadiga, chama-se limite de fadiga ou resistência à fadiga. Ensaio dos Materiais Curva S-N A maioria dos metais não-ferrosos, como alumínio, magnésio e ligas de cobre, apresentam uma curva S-N que decresce continuamente com o aumento do número de ciclos. Para os materiais que não apresentam limite de resistência à fadiga o ensaio é interrompido, normalmente, para considerações práticas, em uma tensão baixa onde a vida em fadiga seja cerca de 108 ou 5 x I08 ciclos. Ensaio dos Materiais Corpos de prova É preferível ensaiar a própria peça, em condições normais de operação. Porém, quando isso não é possível, o ensaio deve ser feito em corpos de prova padronizados. O corpo de prova deve ser usinado e ter bom acabamento superficial, para não prejudicar os resultados do ensaio. A forma e as dimensões do corpo de prova variam, e devem seguir especificações do fabricante do equipamento utilizado. Ensaio dos Materiais Corpos de prova Ensaio dos Materiais Características estruturais da fadiga Os estudos relacionados com as variações estruturais básicas experimentadas por um metal sujeito a tensões cíclicas levaram à divisão do processo de fadiga nos seguintes estágios: 1. Iniciação da trinca - inclui o desenvolvimento inicial dos danos causados por fadiga, os quais podem ser removidos através de tratamento térmico adequado. 2. Crescimento da trinca em banda de deslizamento - relativo ao aprofundamento da trinca inicial nos planos de alta tensão cisalhante. Este estágio é frequentemente chamado estágio I de crescimento de trinca. 3. Crescimento de trinca nos planos de alta tensão de tração - envolve o crescimento de uma trinca bem definida em direção normal à tensão de tração máxima. Este estágio é geralmente chamado estágio II de crescimento de trinca. 4. Ruptura final estática - ocorre quando a trinca atinge um tamanho tal que a seção transversal resistente não pode mais suportar a carga. Ensaio dos Materiais Características estruturais da fadiga Crescimento da trinca em banda de deslizamento Conceito de Wood. Microdeformação levando à formação da trinca de fadiga. (a) Deformação estática; (b) deformação de fadiga originando um entalhe superficial (intrusão); (c) deformação de fadiga originando extrusão. Ensaio dos Materiais Características estruturais da fadiga Crescimento de trinca nos planos de alta tensão de tração Processo plástico de alargamento da ponta da trinca para o estágio II de crescimento de trinca por fadiga. O estágio II de propagação de trinca ocorre por um processo plástico que torna a ponta da trinca rombuda. Ensaio dos Materiais Superfície de Fratura Uma falha por fadiga é particularmente insidiosa porque acontece sem que haja qualquer aviso óbvio. Uma falha por fadiga pode ser reconhecida, geralmente, a partir do aspecto da superfície de fratura a qual apresenta: • uma região lisa decorrente da fricção que se verifica entre as superfícies durante a propagação da trinca através da seção do material; • uma região áspera na qual a peça rompeu-se de maneira dúctil, quando a seção transversal já não era capaz de suportar a carga aplicada. Superfície de fratura por fadiga. (a) Alto carregamento, (b) baixo carregamento Ensaio dos Materiais O progresso da fratura é frequentemente indicado por uma série de anéis que se desenvolvem do ponto de início da trinca para o interior da seção. A falha ocorre geralmente num ponto de concentração de tensão, tal como um canto vivo ou um entalhe, ou ainda num concentrador de tensão metalúrgico como, por exemplo, uma inclusão. Superfície de Fratura
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