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Contestação em Ação de Manutenção de Posse

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AO DOUTO JUÍZO DA 6ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CUIABÁ/MT
Processo nº XXXXXXXXX
 JOÃO, brasileiro, solteiro, vendedor, inscrito no CPF sob o n° 123.546.789-10, RG nº 2126345-0, endereço eletrônico: joão@gmai.com, domiciliado e residente à Av. X, nº 25, Flores, Cuiabá/MT, CEP 78000-000; PAULO, brasileiro, solteiro, autônomo, inscrito no CPF sob o n° 222.333.444-00, RG nº 7858456-2, endereço eletrônico: paulo@gmail.com, domiciliado e residente à Av. A, nº 20, Flores, Cuiabá/MT, CEP 78000-000; LUIZ, brasileiro, solteiro, pedreiro, inscrito no CPF sob o n° 548695789-54, RG nº 3256987-1, endereço eletrônico: luiz@gmail.com, domiciliado e residente à Av. M, nº 10, Flores, Cuiabá/MT, CEP 78000-000, vêm respeitosamente à presença de V. Exa, por meio de seu advogado (instrumento de mandato anexo – Doc.01) que receberá intimações à Av. B, nº 78, Flores, Cuiabá/MT, CEP 78000-000, apresentar
CONTESTAÇÃO
nos autos da Ação de Manutenção de Posse que lhe movem Pedro e José, já qualificados, expondo e requerendo o que segue.
I – BREVE SÍNTESE DA INICIAL
Os autores, em sede de exordial, narram que, conjuntamente com os requeridos João e Paulo, herdaram um centenário hotel em Cuiabá.
O motivo da lide teria começado após os requeridos João e Paulo resolverem, sem consulta aos demais proprietários, modificar a fachada do edifício e construírem novos quartos. Para tanto, contrataram Luiz, que deu início ao trabalho.
Os autores narram, ainda, que não autorizaram a reforma e tentaram convencer Luiz a desistir de realizar o trabalho, entretanto, este se mostrou irredutível. Além disso, alegam serem os únicos proprietários do hotel tendo em vista que nele residem há mais de vinte anos, com o consentimento de João e de Paulo.
Os fatos e argumentos apresentados, como serão demonstrados a seguir, não merecem prosperar.
II. TEMPESTIVIDADE
 Salienta-se que a presente contestação é devidamente tempestiva, haja vista que o prazo para sua apresentação é de 15 (quinze) dias úteis, nos moldes dos arts. 219 e 335 CPC.
Assim, considerando que a audiência de conciliação foi realizada em 09/06/2020, o termo final ocorre em 01/07/2020.
III. PRELIMINARMENTE
 Antes de adentrar no mérito, mister se faz apontar algumas defesas em sede preliminar.
Inicialmente cumpre informar que, devido à atual precária situações econômicas, os requeridos, declaram expressamente, sob as penas da lei, não possuírem renda suficiente para arcar com as despesas e custas processuais, sem prejuízo de seus sustentos e de suas famílias, conforme documentos que seguem anexos, requerendo os benefícios legais da Assistência Judiciária gratuita, nos termos do artigo 4º, da Lei 1.060/50.
A) INTERESSE PROCESSUAL
Entre as preliminares de contestação a serem demonstradas pelo autor está, in verbis:
 ‘’Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
 (...)
 XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;’’
O interesse processual pressupõe além da correta descrição da alegada lesão ao direito material, a aptidão do provimento solicitado para protegê-lo e satisfazê-lo.
Ora Excelência, os autores relatam em sede de exordial possível posse do imóvel devido lá residirem há mais de vinte anos, bem como o interesse da paralisação de benfeitorias, entretanto, o provimento de manutenção de posse não está apto para proteção do interesse tendo em vista que não adentra no mérito de paralisação de reformas e nem é usado para reconhecer propriedade.
B) ILEGITIMIDADE PASSIVA
Os autores narram em sede de inicial que o Sr. Luiz figura apenas como prestador de serviço. Dessa forma, resta-se demonstrado que o Sr. Luiz não possui legitimidade passiva ad causam uma vez que não é proprietário do imóvel, bem como não exerce nenhum dos poderes inerentes à propriedade, tendo apenas celebrado um contrato com os demais requeridos para realização de benfeitorias.
IV. DO MÉRITO
A contestante impugna todos os fatos articulados na inicial que se contrapõem com os termos destas razões, esperando a improcedência da ação proposta.
Excelência, conforme narrado em inicial, os requerentes e requeridos herdaram um hotel centenário localizado no centro da cidade de Cuiabá, sendo este um dos principais da cidade, responsável por hospedar diversos turistas que visitam a cidade. Tendo em vista a antiguidade do local é necessário que o local passe por reformas periódicas a fim de evitar deterioração do imóvel.
‘’Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.’’
Ademais, os autores não são os únicos donos do imóvel, conforme demonstrado na escritura do imóvel (Anexo 3). Dessa forma, ainda que a parte autora resida no local há mais de vinte anos, sua posse não é exclusiva.
 ‘’REINTEGRAÇÃO DE POSSE ENTRE HERDEIROS. E RAZOAVEL A INTERPRETAÇÃO, SEGUNDO A QUAL, ESTANDO INDIVISA A HERANÇA, NENHUM HERDEIRO TEM MELHOR POSSE DO QUE OUTRO - EM RELAÇÃO AOS BENS QUE A COMPOEM, NÃO PODENDO UM MOVER POSSESSORIAS CONTRA OS DEMAIS.
(STF - RE: 76683 GB, Relator: Min. ALIOMAR BALEEIRO, Data de Julgamento: 31/08/1973, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 23-11-1973 PP-*****)’’
É vedado, em face de ação possessória, propor ação de reconhecimento de domínio nem alegação de propriedade ou outro direito sobre coisa. Conforme o artigo 557 do Código de Processo Civil, in verbis:
‘’Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa.’’
 V- DOS REQUERIMENTOS/CONCLUSÃO/PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer perante Vossa Excelência:
1. O acolhimento da PRELIMINAR DE AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL, com a consequente EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, nos moldes do art. 485, VI do CPC;
2. Caso Vossa Excelência não entenda pela extinção do processo, REQUER a retirada do Sr. Luiz do polo passivo da presente demanda;
3. Por todos os fatos e fundamentos expostos, requer deste douto Juízo, JULGUE TOTALMENTE IMPROCEDENTE todos pedidos expostos na inicial, com a consequente extinção do processo com resolução de mérito, nos moldes do art. 487, I, CPC;
Protesto provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.
Termos em que,
pede deferimento.
Cuiabá, 23 de junho de 2020.
Bianca Ribeiro Pereira – OAB 12345.

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