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Amicus curiae

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1. Conceito:
 O Amicus Curiae é uma expressão em latim que significa literalmente “Amigo da Corte”. Trata-se de uma intervenção (que tanto pode ser de ofício pelo julgador quanto provocada pela parte), por pessoa estranha à lide que tenha grande representatividade e conhecimento no tocante ao assunto discutido, a fim de dar esclarecimentos sobre algumas questões essenciais de um processo. 
Assim sendo, o amicus curiae é uma ferramenta utilizada para auxiliar o tribunal, e tem por objetivo a garantia dos Direitos Sociais lato sensu, defendendo o interesse público e privado através de sustentações jurídicas e fáticas, sendo completamente atingido ao final do processo. 
Ainda, tal ferramenta confere mais legitimidade à decisão do julgador, uma vez que promove o pluralismo jurídico e a participação social de diversos atores da sociedade.
O novo Código de Processo Civil prevê o amicus curiae em seu artigo 138.
2. Finalidade:
Tem por objetivo intervir no processo a fim de fornecer subsídios como fonte de conhecimento em assuntos inusitados, inéditos, difíceis e controversos, auxiliando os juízes na melhor decisão a ser tomada sobre a questão levada a julgamento que possam aprimorar a qualidade da decisão do processo. Dessa forma, o terceiro busca legitimar o interesse que sustenta, fornecendo ao órgão jurisdicionado elementos que determinem a parte protegida obter um resultado positivo na demanda. 
Cassio Scarpinella Bueno enfatiza que “O Amicus Curiae não atua, assim, em defesa de um indivíduo ou de uma pessoa, como faz o assistente, em prol do direito de alguém. Ele atua em prol de um interesse, que pode, até mesmo, não ser titularizado por ninguém, embora seja partilhado difusa ou coletivamente por um grupo de pessoas e que tende a ser afetado pelo que vier a ser decidido no processo.”, portanto o amicus curiae busca, de forma resumida, aprimorar as decisões proferidas por magistrados, uma vez que o juiz nem sempre tem conhecimento ou informação suficiente para dar um veredito melhor. 
3. Natureza Jurídica:
De acordo com o Novo CPC, o amicus curiae é agora uma intervenção de terceiros, elencada no art. 138 do mesmo código, consolidando assim o entendimento do Ministro Celso de Mello na ADI 2.130. 
Antes da suscitação do amicus curiae como intervenção de terceiro, havia muito desentendimento e controvérsias no âmbito do Supremo Tribunal Federal. O interveniente processual que o amicus curiae traz é justificado em razão do alcance das decisões, principalmente nos processos de constitucionalidade. 
Tem eficácia erga omnes e efeito vinculante, abrangendo assim, várias pessoas e entidades da sociedade, dano o debate pluralizado das decisões do Poder Judiciário. 
4. Admissibilidade:
Admite-se o ingresso do amicus curiae em qualquer grau de jurisdição e em tese em qualquer fase processual, sendo imprescindível destacar que a admissão desse terceiro dependerá da decisão do juiz ou do tribunal e também da relevância do seu ingresso. 
Segundo Eduardo Talamini “A lei não fixa limite temporal para a participação do amicus curiae. A sua admissão é pautada na sua aptidão em contribuir. Assim, apenas reflexamente a fase processual e relevante: será descartada a intervenção se, naquele momento, a apresentação de subsídios instrutórios fáticos ou jurídicos já não tiver mais relevância, sendo assim, de nada adiantará o ingresso do terceiro se já houver uma decisão judicial acerca do tema a que se propõe elucidar. 
5. Forma de Manifestação:
 Quando a intervenção se der por forma espontânea, pode-se realizar a manifestação através de uma petição simples, contendo as razões pelas quais a pessoa ou entidade, pretendem intervir no processo, bem como a dileção relacionada ao mérito da causa. 
É importante destacar que as informações apresentadas não vinculam o juízo, sendo assim, não importa prejuízo para as partes. 
De acordo com o parágrafo 2º do art. 138 do CPC: caberá ao juiz ou relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. É correto neste contexto autorizar o amicus curiae a sustentar oralmente as suas razões na sessão de julgamento no prazo existente ou a ser fixado para tanto, a comparecer e a participar de audiências públicas, a suscitar a necessidade de realização de audiências públicas e apresentar meios de prova a robustecer suas alegações e/ou as consequências do julgamento. 
6. Requisitos para Ingresso:
 O primeiro requisito é a relevância da matéria, o qual relaciona-se a importância da matéria, ou seja, o seu alcance social. Assim, a questão jurídica deve extrapolar os limites subjetivos das partes, trazendo aos autos elementos de convencimento ao magistrado. 
Já o segundo requisito, está relacionado a especificidade do tema, objeto da demanda e também diz respeito à complexidade dos fatos, de modo a exigir a intervenção de um terceiro com qualificações técnicas, traduz-se no conhecimento do amicus curiae sobre o tema da demanda judicial, tal conhecimento técnico ou científico deve ser útil ao convencimento do juiz ou relator. 
O terceiro e último pressuposto refere-se a repercussão social da controvérsia o qual aduz ao interesse social do assunto discutido no processo judicial, dessa forma, não se observa apenas a importância técnica da matéria, mas, seus reflexos que podem gerar na coletividade, são assim questões relevantes no âmbito político-social, econômico e jurídico. 
7. Prazo para Ingresso:
 O prazo do amicus curiae é de 15 dias para se manifestar, mesmo se a intervenção for requerida espontaneamente ou por algum juiz, o prazo deve ser contado a partir da intimação da decisão, de ofício, que determinou a manifestação do terceiro sendo esse uma pessoa, órgão ou entidade. 
8. Interposição de Recurso:
Em relação a tal item, o STF, na ADI (ED) 3.105, de relatoria do Ministro Cezar Peluso, entendeu que o amicus curiae tem uma certa deficiência na legitimidade recursal, salvo em relação à decisão não admitindo como tal no processo. 
De acordo com o Novo CPC e o entendimento do STF, não se admite a interposição de recurso, exceto quando é para impugnar a decisão de não admissibilidade da intervenção, com excepção aos embargos de declaração e o recurso incidente de resolução de demandas repetitivas de acordo com o art. 138 §1º e 3º. 
9. Relação/Diferença da Lei 9.868/99 com o CPC de 2015
A Lei nº. 9.868/99, que cuida da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade, é que a figura do amicus curiae ganhou relevância no direito brasileiro.
O § 2º do art. 7º preceitua que, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator poderá, por despacho irrecorrível, admitir a manifestação de outros órgãos ou entidades.
Além disso, a Lei Federal nº 9.868/99, aperfeiçoou o sistema de controle concentrado, permitindo o amplo debate a respeito da constitucionalidade de determinado ato normativo, inclusive a manifestação de órgãos e entidades, desde que demonstrada sua representatividade e a relevância da matéria.
Já o CPC/15 prevê expressamente a possibilidade de participação do Amicus Curiae em outras ações e não apenas nas de controle de constitucionalidade.
O novo Código estabelece alguns requisitos para a intervenção do amicus curiae. A relevância da matéria está presente nos recursos relativos a matérias com repercussão geral reconhecida e, em geral, nas ações declaratórias de constitucionalidade e nas ações diretas de inconstitucionalidade.
Nesses casos a relevância da matéria já existe em razão da necessidade de interposição do recurso ou do mero ajuizamento (critérios objetivos para aferição do requisito). Entretanto, nas outras demandas a relevância precisa ser analisada diante do caso concreto (critério subjetivo para aferição do requisito).

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