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ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL Introdução Para compreender a maneira como a nossa sociedades se organizam é necessário entender alguns elementos das organizações sociais: ▪Estrutura: é a base que funda a sociedade. No caso brasileiro podemos citar o colonialismo e a escravidão, parte do passado, mas essenciais para entender as desigualdades sociais contemporâneas; ▪Estratificação: É a maneira como cada sociedade está dividida. A divisão tem um fator hierárquico construído social e historicamente; ▪Mobilidade social: É a possibilidade de transitar entre os diferentes níveis sociais nos quais a sociedade se divida. Formas de estratificação social ▪ Castas: Modelo de estratificação que até recentemente vigorava na Índia. Cada grupo ocupa um lugar determinado pela religião na estrutura social, há um destino vinculado a cada um desses grupos e a seus descendentes. Por fim, não há a possibilidade de transitar entre as posições determinadas para seu grupo. ▪ Estamentos: Podemos representa-lo pelo modelo feudalista, onde a estrutura social era ditada pelo cristianismo. Os parâmetros que determinam o lugar de cada indivíduo estão relacionados a hereditariedade, a posse de terras, e a ordem de importância perante a Deus. Para entender esse modelo é indispensável compreender conceitos com linhagem, vassalagem e honra. A mobilidade social é possível, mas é rara. ▪ Classes: Regime de estratificação do mundo capitalista. A base desse regime é a igualdade formal entre todos e o direito à propriedade privada, o que determina a classe é o acúmulo de riquezas e existe a possibilidade transitar entre as classes sociais. A B C D E CASTAS ESTAMENTOS CLASSES Classes sociais e desigualdades Tem por base a igualdade formal entre os indivíduos, mas se sustenta em uma desigualdade socialmente criada (os meios de produção são propriedade privada de alguns). Permite a mobilidade social. Ela pode ser vertical ou horizontal. Na vertical a mudança é de uma classe para a outra. A horizontal diz reaspeito a uma mobilidade na mesma camada, como a provocada pela mudança geracional. Classes sociais para Marx O ideal liberal de liberdade, igualdade e justiça não resiste as evidências de desigualdades sociais promovidas pelas relações de produção (onde uns são donos dos meios de produção e outros só tem a própria força de trabalho, respectivamente burgueses e operários). Marx não ignora a existência de outras classes sociais, mas considera que a burgueses e proletários são os grupos principais de sustentação do regime capitalista. O que define a classe é a posição do indivíduo no processo produtivo como proprietário ou trabalhador. Classes para Weber Para Weber as classes sociais não são definidas apenas por fatores econômicos, para definir uma classe social também devemos levar em conta fatores políticos e sociais. Os fatores políticos e sociais dizem respeito a poder, e esse pode estar relacionado a nível de escolaridade, a habilidade técnica, ao status, ao prestígio, a tradição... Status: diz respeito ao prestígio, como exemplo Weber mostra que os novos ricos tinham dificuldade de ingressar nos círculos de poder tradicionais da Alemanha no começo do séc. XX. Partido: diz respeito a um grupo que busca poder e se organiza para isso, pode ser um partido político ou uma categoria profissional por exemplo. O cenário das desigualdades no Brasil As primeiras interpretações do porquê do Brasil não se tornar uma nação desenvolvida eram naturalistas, orientadas pelo determinismo biológico e geográfico, muitas vezes ignorando fatores sociais, históricos e econômicos. Essas teorias são eurocêntricas, ou seja, pensam tudo aquilo que não se assemelha à Europa ou aos seus povos como inferiores ou atrasados. Os reflexos disso na atualidade são indiscutíveis: negros, indígenas e mulheres ainda tem acesso a menos oportunidades de ascensão social, e consequentemente, menos acesso a bens e riquezas que os homens brancos. Além disso ainda existem desigualdades regionais gritantes no país. Outros conceitos Renda: é o montante de dinheiro que uma pessoa recebe em um período de tempo. O salário de uma pessoa de classe baixa ou média e os valores de programas sociais são a renda que elas utilizam para manter a vida. Riqueza: diz respeito ao patrimônio propriamente dito, bens ou dinheiro acumulados no tempo. Pobreza: carência de bens e serviços essenciais (moradia, alimentação, saneamento, etc.) combinada com a falta de recursos econômicos (renda e riqueza). A pobreza acaba produzindo exclusão social. Pobreza absoluta: situação de carência extrema, onde o indivíduo não tem acesso a renda ou a riqueza, em que carência de recursos coloca existência da pessoa em risco. Pobreza relativa: é a ausência de acesso a bens e serviços que a média da sociedade consegue alcançar. Ser pobre em algumas sociedades muito ricas pode significar viver melhor do que ser rico em uma sociedade muito pobre.
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