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Apostila Filosofia da Educação

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Filosofia da Educação
Vitor Ignatius Nogueira
SOBRE A FACULDADE
A Faculdade Cidade Verde (FCV) nasceu de um sonho, de um projeto 
de vida de professores universitários que compartilhavam de um mesmo 
desejo, o de produzir e difundir o conhecimento ao maior número de pes-
soas, com o intuito de formar profi ssionais aptos a atuarem no mundo dos 
negócios. E assim, unidos por este propósito transformador, constituíram a 
FCV por meio da União Maringaense de Ensino Ltda (UME).
2005 - O Diário Ofi cial da União (DOU) ofi cializou o projeto com a publica-
ção dos dois primeiros cursos: Administração e Ciências Contábeis. O sonho 
tomava forma, novos apoiadores vieram e os primeiros alunos, ao todo eram 
35. Ainda em 2005, o grupo alçava mais um passo com a implantação dos 
cursos de pós-graduação latu-sensu, nas áreas de Gestão e Contabilidade.
2006 - mais uma conquista com a autorização do curso de Ciências 
Econômicas. A esta altura, o sonho já não cabia no pequeno espaço, e fez-
se necessário melhorar a estrutura física.
2008 - Iniciou-se uma pesquisa de mercado com intuito de buscar um 
novo local, com facilidade de transporte e segurança.
2009 - O crescimento do novo centro de Maringá, a FCV inicia o seu 
processo de mudança para a Avenida Horácio Raccanello Filho, 5950.
2010 - Ocorreu a mudança para o atual endereço da instituição, ano em 
que houve também a autorização dos cursos tecnólogos em Análise e Desen-
volvimento de Sistemas, Gestão Comercial e Gestão da Produção Industrial.
2011 - Direito passa a integrar o complexo de cursos e atividades que daria 
base ao desenvolvimento da FCV.
2014 - Em parceria com os Institutos Lactec, a FCV traz para Maringá o Mes-
trado Profissional em Desenvolvimento de Tecnologia.
2015 - Mais dois novos cursos passam a integrar a oferta de cursos superio-
res, os Tecnólogos em Gestão de Recursos Humanos e Tecnólogo em Marketing. 
De lá pra cá, foram muitas as lutas para garantir a qualidade de ensino e inovação.
2016 - As novas conquistas: os cursos de Psicologia e Design Gráfico.
2017 - Lançamento de oito cursos de Graduação e mais de oitenta cursos de 
Pós-Graduação à distância nas áreas de Educação, Gestão, Direito e Informática. 
Hoje, a FCV é reconhecida como um importante centro de produção e difusão 
de conhecimento com mais de vinte cursos de pós-graduação e onze de gradu-
ação presenciais, lançando os cursos de Graduação e Pós-Graduação à distância, 
tendo como foco a manutenção dos mesmos padrões de qualidade apresentados 
nos cursos presenciais. As instalações atuais da sede estão distribuídas em mais 
de dez mil metros quadrados, comportando seus diversos departamentos admi-
nistrativos; biblioteca (com acervo de dezoito mil livros); cinco laboratórios de 
informática, um de anatomia, uma brinquedoteca, trinta e quatro salas de aula, 
Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ), salas de professores e de apoio pedagógico, 
duas cantinas e área de laser. No tocante à qualificação dos professores, a FCV 
conta com mais de 90% do seu corpo docente composto por mestres e douto-
res. Essa é a FCV de hoje, uma faculdade de negócios preocupada em formar ci-
dadãos éticos, contribuindo para o desenvolvimento social, buscando resultados 
sustentáveis através do ensino presencial e a distância.
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Filosofi	a	da	
Educação
Vitor	Ignatius	Nogueira
Sou graduado em História pela Universidade Estadual de Maringá – UEM 
– e Mestrando em Educação – História e Historiografi a da Educação – pela 
mesma instituição, leciono nas redes pública e privada de ensino há 10 
anos as disciplinas de História, Filosofi a e Sociologia.
Minha formação de historiador bastante infl uenciou na feitura deste 
trabalho. Assim, busquei apresentar as principais escolas fi losófi cas, 
representadas por seus expoentes, seguindo uma cronologia histórica. 
Como seria impossível abordar toda a fi losofi a, a ênfase recaiu sobre o 
pensamento fi losófi co ocidental, que surgiu nas antigas colônias gregas e 
espalhou-se pelo mundo nos séculos e milênios seguintes.
A Filosofi a passou por inúmeras transformações – algumas, verdadeiras 
revoluções – ao longo dos séculos. Entender tais transformações, 
estabelecendo relações com o pensamento anterior é um dos objetivos 
deste material. Todavia, seria impossível compreender a evolução do 
pensamento humano se os desvencilhássemos do contexto histórico em 
que estava inserido, como afi rmava Hegel. Por isso, em dados momentos, 
faz-se necessário relembrar tais contextos.
Por outro lado, este texto não trata apenas de Filosofi a, mas, de suas relações com 
a Educação, portanto, além de seguir nossa diretriz e tratar também historicamente 
da Educação, optamos por apresentar as concepções de educação como 
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decorrentes de concepções fi losófi cas. Isto porque, a Filosofi a além de permitir 
a compreensão do pensamento contemporâneo, permite enxergar a realidade 
de forma mais crítica, mais generalizadora e universalizante e, adotando-se este 
encaminhamento, a educação também passa a ser considerada desta maneira. 
Para entender isto, este texto se organiza em três unidades:
Na Unidade I, intitulada Filosofi a e Educação na Antiguidade Clássica 
começamos tentando responder à pergunta: “O que é fi losofi a?”. Para 
isso, apresentamos algumas das inúmeras defi nições dadas por alguns 
dos protagonistas do pensamento fi losófi co. Depois, fomos às origens do 
pensamento fi losófi co ocidental, que remontam a mais de 25 séculos passados, 
na Grécia Antiga. Ao tentar entender do que o mundo é feito – e valer-se da 
razão para isso – Tales inaugurava um novo modo de pensar no Ocidente.
A Tales seguiram-se os pitagóricos, os eleatas, os sofi stas e tantos 
outros. Mas foi com a tríade Sócrates-Platão-Aristóteles que o pensamento 
fi losófi co extrapolou suas antigas amarras – ou, como diria Rousseau – 
libertou-se dos ferros que a acorrentavam. Por outro lado, o texto mais 
famoso de Platão, A República é também considerada a primeira grande 
obra de Filosofi a da Educação.
Este estreito relacionamento se deve, principalmente ao fato de que para se poder 
orientar o processo educacional é preciso conhecer como ocorre o conhecimento 
humano e a resposta a esta última questão é o que move os fi lósofos.
Apresentamos a seguir, o que é Educação e também, como decorrência 
dessas concepções fi losófi cas, as concepções idealista e empirista de Educação.
Em seguida, na Unidade II, sob o título A Filosofi a e a Educação de Santo 
Agostinho a Rousseau abordamos um longo período da história da fi losofi a, 
de quatorze séculos, que se estendeu do fi nal da Idade Antiga (século V) 
ao término da Idade Moderna (século XVIII), passando pela era medieval e 
suas correspondentes concepções educacionais.
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OO cristianismo ascendente e a construção de sua doutrina estão presentes 
com seus dois maiores expoentes, Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino 
– ambos canonizados posteriormente. Com Santo Agostinho, a concepção 
idealista da educação, embrionária em Platão, ganha corpo, enquanto que 
o interacionismo que se fortalece com Kant, assume seus contornos iniciais 
com Tomás de Aquino.
No século XIV, surgiu na Europa um movimento de renovação intelectual 
que durou três séculos, o Renascimento. Com ele, o homem voltou a 
estar no centro das atenções. Ao libertar o pensamento das amarras do 
teocentrismo da Idade Média, os renascentistas prepararam o terreno para 
o surgimento de um dos períodos mais férteis da história da fi losofi a..
O “século das luzes”, quando a “luz da razão derrotaria as trevas da 
ignorância”, naquilo que convencionou-se chamar de Iluminismo. Suas 
ideias provocaram revoluções populares mundo afora, e a maior de todas, a 
francesa, marcou o início de uma nova era para a humanidade. 
Finalizando a Unidade II, abordamos o pensamento do fi lósofo e educador 
Jean Jacques Rousseau, que em sua principal obra educacional, Emílio ou 
Da Educação visa nortear a educação familiar, a que é oferecida pelos pais 
objetivando preparar o indivíduo para a vida em sociedade e acaba por 
infl uenciar e mesmo transformar a concepção de educação até então vigente.
A Filosofi a e a Educação Moderna e Contemporânea é o título da Unidade 
III na qual debruçamo-nos sobre os fi lósofos contemporâneos. Os últimos 
dois séculos e meio foram um período rico para a fi losofi a. 
Nesta última parte, destaque para dois gênios alemães. Cada qual, 
à sua maneira, infl uenciou as gerações seguintes de tal forma que sua 
importância chega a ser incomensurável: Immanuel Kant e Karl Marx. Nesta 
última unidade, a Alemanha torna-se o centro do mundo fi losófi co. Além 
dos dois gênios acima citados, muitos outros alemães – não menos geniais 
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– destacam-se: Hegel, Nietzsche, Weber, Marcuse, Arendt, além daquele 
que talvez seja o maior fi lósofo vivo: Jürgen Habermas. Mas o casal francês 
Sartre e Beauvoir, o austríaco Wittgenstein e o inglês Russel também 
marcam presença.
Por fi m, espero que este material possa auxiliar na compreensão das 
principais escolas fi losófi cas e sua infl uência na concepção de educação 
nos diferentes momentos históricos evidenciando as transformações 
ocorridas nos pensamentos fi losófi co e educacional ocidental, desde o seu 
surgimento, no século VI a.C. até os dias de hoje.
Bom estudo!
Vitor Ignatius Nogueira
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UNIDADE 1: FILOSOFIA E EDUCAÇÃO NA 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA 11
Introdução .........................................................................................13
O que é Filosofi a? ..............................................................................14
O que é Educação? ...........................................................................20
Origem da Filosofia ....................................................................................................... 22
Filosofia grega: os pré-socráticos .................................................................................. 27
Tales e a Escola Jônica ................................................................................................. 28
Tales de Mileto .............................................................................................................. 28
Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.) .......................................................................... 31
Anaxímenes de Mileto ................................................................................................... 32
Heráclito de Éfeso ......................................................................................................... 32
UNIDADE 2: A FILOSOFIA E A EDUCAÇÃO 
DE SANTO AGOSTINHO A ROUSSEAU 89
Introdução ..........................................................................................91
Filósofos cristãos .......................................................................................................... 92
Santo Agostinho ............................................................................................................ 95
A fi losofi a medieval ................................................................................. 101
São Tomás de Aquino .................................................................................................... 104
O Renascimento ............................................................................................................ 111
Nicolau Maquiavel (1469-1527) .................................................................................... 114
Francis Bacon, fundador da ciência moderna ................................................................ 117
Thomas Hobbes: “o homem é o lobo do homem” .......................................................... 121
O Iluminismo ................................................................................................................. 124
René Descartes ............................................................................................................. 126
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UNIDADE 3: A FILOSOFIA E A EDUCAÇÃO MODERNA 
E CONTEMPORÂNEA 157
Introdução ..........................................................................................159
Immanuel Kant (1724-1804) ......................................................................................... 160
G. W. F. Hegel (1770-1831) ............................................................................................ 171
Karl Marx (1818-1883) .................................................................................................. 178
Friedrich Nietzsche (1844-1890) ................................................................................... 188
Filosofi a no século XX.......................................................................190
Max Weber (1864-1920) ............................................................................................... 191
Bertrand Russel (1872-1970) ........................................................................................ 193
Ludwig Wittgenstein (1889-1951) ................................................................................. 195
Jean-Paul Sartre (1905-1980) ....................................................................................... 197
Simone de Beauvoir (1908-1986) .................................................................................. 199
Escola de Frankfurt ....................................................................................................... 200
Herbert Marcuse (1898-1979) ....................................................................................... 201
Jürgen Habermas (1929- ) ............................................................................................ 204
Manifesto do partido comunista ............................................................ 208
CONCLUSÃO 214
Filosofia e educação na 
antiguidade clássica 
UNIDADE 1
ObjEtIvOs DE AprENDIzAgEm
•	 Apresentar	a	natureza	do	conhecimento	filosófico,	suas	origens	na	
Grécia	antiga	e	seu	desenvolvimento	desde	os	pré-socráticos	até	
o	consagrado	Aristóteles,	destacando	a	mudança	paradigmática	
promovida	por	Sócrates	e	a	inestimável	contribuição	de	Platão,	tanto	
para	a	Filosofia	quanto	para	a	Educação.
plANO DE EstUDO
Serão	abordados	os	seguintes	tópicos:
•	 O	que	é	Filosofia
•	 Origens	do	pensamento	filosófico	ocidental
•	 Filósofos	pré-socráticos	-	Tales	de	Mileto	–	Pitágoras	-	
Parmênides
•	 Sócrates
•	 Platão
•	 Aristóteles
•	 O	que	é	Educação
•	 Idealismo
Vitor	Ignatius	Nogueira
13
UNIDADE I - Filosofi a da Educação
INTRODUÇÃO 
Nesta Unidade, discutimos o que é Filosofia, sua origem na Grécia Antiga e seu desenvolvimen-
to, compreendendo o período que vai aproximadamente do século VII a. C. até o século IV a. C, 
destacando a sua mais famosa tríade: Sócrates, Platão e Aristóteles.
Sócrates, o mais misterioso filósofo da Grécia antiga; nunca escreveu nada, mas seus 
ensinamentos e frases são lembrados até hoje, mediante os escritos de seus discípulos, 
dos quais o mais famoso é Platão.
Platão, cuja importância transcende em muito a simples perpetuação da obra de seu 
mestre. As ideias platônicas são importantes não apenas como textos filosóficos, mas 
como fundamentos da cultura ocidental.
Apresentamos as ideias de Aristóteles, apontado por muitos como o maior sábio da 
Antiguidade, escreveu sobre os mais diversos assuntos, da Botânica à Arquitetura,e cuja 
influência, ainda hoje, é imensa.
Finalizamos esta Unidade I, estabelecendo o que entendemos por Educação e seu en-
trelaçamento com a Filosofia, destacando como duas das principais concepções de 
Educação, o idealismo e o empirismo tiveram suas origens nos sistemas filosóficos de 
Platão e de Aristóteles.
14
UNIDADE I - Filosofi a da Educação
O QUE É FILOSOFIA?
“A filosofia é a terra de ninguém entre a ciência e a teologia, exposta a ataques dos dois 
lados”. Com essa frase, o filósofo e matemático inglês Bertrand Russel (1872-1970) definiu 
a filosofia. Realmente, o campo nebuloso habitado pela filosofia parece não se enquadrar 
totalmente nem na teologia (disciplina cujo objeto de estudo é Deus) nem na ciência, mas 
possui um pouco de ambos. Por isso, transita entre os dois, criando um campo de conhe-
cimento único e fundamental e é, questionada tanto pela religião, porque duvida de seus 
dogmas, quanto pela ciência, porque não segue a metodologia científica de experimentos 
e demonstrações, mas produz seu conhecimento mediante a reflexão dos filósofos.
Geralmente atribuída a Pitágoras de Samos, a palavra filosofia é composta de filo (do 
grego antigo philia, que significa amizade) e sofia (sophia, sabedoria). Portanto, significa, 
literalmente, amizade ao saber, ou amor ao saber. Como Pitágoras acreditava que a sa-
bedoria plena era restrita aos deuses, cabia ao homens apenas desejá-la, amá-la. Ele 
recusava-se a ser chamado de sábio, dizendo-se apenas um “amigo da sabedoria”.
Todavia, a palavra sophia carrega uma ambivalência: ela tanto pode significar o saber, no 
sentido de conjunto sistemático e racional de conhecimentos sobre o mundo e sobre os 
homens, como pode significar sabedoria, no sentido de uma disposição humana para 
uma vida virtuosa e feliz.
15
UNIDADE I - Filosofi a da Educação
Gérard Durozoi e André Roussel, autores do Dicionário de Filosofia assim definem filosofia:
[...] sistema de reflexões críticas sobre as questões referentes ao conhecimento e à ação. 
Nessa ótica, a filosofia pode voltar ao que cada ciência apreende diretamente (por exem-
plo: filosofia da história). [...] É caracterizada em geral por sua atitude interrogativa e não 
dogmática, inaugurada por Sócrates: mas pode-se observar que, ao evocar-se “a filosofia” 
desse autor, visa-se, contudo um conjunto de afirmações ou de teses. O que significa 
constatar que, para ser apreendida em toda a sua extensão, a filosofia deve ser entendida 
como além de cada filósofo que lhe atualiza momentaneamente uma certa ‘morte’. Assim, 
a filosofia é inseparável [...] de sua história (Durozoi e Roussel, 1998, p.190).
Dito de outra forma, os filósofos se dedicam a refletir criticamente sobre todo conhe-
cimento produzido pela humanidade (filosofia da matemática, filosofia da história, etc.) 
como também sobre o comportamento (ações) da humanidade, sejam essas questões 
de valores morais (ética) ou artísticos (estética). Em suas reflexões, os filósofos questio-
nam tudo e não aceitam nada apenas pela “fé”, como no caso das religiões, e dessas 
reflexões surgem afirmações ou teses que constituem o “conhecimento filosófico”. Mas, 
o próprio conhecimento filosófico produzido em determinado período é questionado em 
outro, daí que para se “apreender a filosofia em toda sua extensão”, é preciso estudar a 
sua história, que é nosso principal objetivo neste livro.
Mas, para a filósofa brasileira Marilena Chauí, não existe apenas uma definição de filosofia 
e, destaca que é possível perceber ao menos quatro definições:
16
UNIDADE I - Filosofi a da Educação
1. A filosofia é entendida como a visão de mundo de um povo, uma cultura ou uma civi-
lização. Mas a própria autora aponta ser uma definição por demais genérica e ampla, 
não permitindo a distinção entre filosofia e religião, por exemplo.
2. A filosofia vista como sabedoria de vida. Por essa definição, filosofia seria algo 
como a busca por uma vida virtuosa, justa, feliz. Mas isso é mais o que se espera 
da filosofia, e não o que ela é ou faz.
3. A filosofia pode ser entendida como um esforço racional de compreender e dotar 
de sentido o Universo. Diferencia-se das explicações religiosas sobre o Universo, 
por não se pautar na fé, e sim tentar explicar racionalmente tudo o que existe. 
Enquanto a religião tem suas verdades inquestionáveis, seus dogmas, a filosofia 
estimula o pensamento crítico, tentando discutir profundamente o sentido e o fun-
damento da realidade. Contudo, tal definição coloca sobre os ombros da filosofia a 
tarefa de explicar o Universo em sua totalidade, elaborando um sistema universal, 
o que, sabemos hoje, é impossível.
4. Finalmente, a filosofia pode ser entendida como uma fundamentação teórica e 
crítica dos conhecimentos e práticas da humanidade. A atividade filosófica é, por-
tanto, uma análise, uma reflexão e uma crítica. Esta definição é a que mais se 
aproxima da apresentada por Durozoi e Roussel (1998).
17
UNIDADE I - Filosofi a da Educação
Sintetizando essas quatro definições, Chauí (2012) destaca, principalmente, o que a filo-
sofia “não é”, enfatizando o caráter essencialmente reflexivo do ato de “filosofar”:
A filosofia não é ciência: é uma reflexão sobre os fundamentos da ciência, isto é, sobre pro-
cedimentos e conceitos científicos. Não é religião, é uma reflexão sobre os fundamentos 
da religião, isto é, sobre as causas, origens e formas das crenças religiosas. Não é arte, é 
uma reflexão sobre os fundamentos da arte, isto é, sobre os conteúdos, as formas, as sig-
nificações das obras de arte e do trabalho artístico. Não é sociologia nem psicologia, mas 
a interpretação e avaliação crítica dos conceitos e métodos da sociologia e da psicologia. 
Não é política, mas interpretação, compreensão e reflexão sobre a origem, a natureza e 
as formas do poder e suas mudanças. Não é história, mas reflexão sobre o sentido dos 
acontecimentos enquanto inseridos no tempo e compreensão do que seja o próprio tempo 
(CHAUÍ, 2012, p.28).
Assumindo esta característica interrogativa da filosofia, o grande filósofo alemão Immanuel 
Kant, dizia que são três as indagações filosóficas fundamentais: 
• O que podemos saber? Isto significa refletir sobre os conhecimentos. O que conhece-
mos, como conhecemos, como são produzidos os conhecimentos científicos, artísti-
cos, sociais, enfim, o que é conhecimento em toda sua extensão e como ele é possível. 
• O que podemos fazer? Esta questão se refere às ações, os procedimentos, as con-
dutas, as atitudes. Mas são reflexões orientadas não por dogmas, isto é, o que é ou 
não pecado, mas por questões, pressupostos e valores práticos.
18
UNIDADE I - Filosofi a da Educação
• O que podemos esperar? Esta questão se refere aos aspectos especificamente te-
ológicos, isto é, o que podemos esperar após a morte, por exemplo, mas, sempre 
buscando resposta pela reflexão, questionando as explicações religiosas.
Dessas questões, surgiram os diferentes sistemas filosóficos, que são o conjunto de teses 
e afirmações com as quais cada filósofo tentava respondê-las. Como os sistemas filosóficos 
são produzidos a partir das reflexões do filósofo e seus discípulos, que são seres humanos, 
social e culturalmente contextualizados, o conhecimento filosófico é fortemente influenciado 
pela sociedade, cultura e época em que é produzido, quer seja para explicar e justificar essa 
sociedade e cultura quer seja para contestar ou mesmo repudiá-la. Como exemplo da diver-
sidade de ideias filosóficas, apresentamos, a seguir, como alguns dos maiores filósofos de 
todos os tempos definiram a filosofia.
• Platão: a filosofia seria “um saber verdadeiro que deve ser usado em benefício dos 
seres humanos para que vivam numasociedade justa e feliz”.
• Descartes: a filosofia “é o conhecimento da sabedoria, conhecimento perfeito de 
todas as coisas que os humanos podem alcançar para o uso da vida, a conser-
vação da saúde e a invenção das técnicas e das artes com as quais ficam menos 
submetidos às forças naturais, às intempéries e aos cataclismos”.
19
UNIDADE I - Filosofi a da Educação
• Para Kant, a filosofia era “o conhecimento que a razão adquire de si mesma para 
saber o que pode conhecer, o que pode fazer e o que pode esperar, tendo como 
finalidade a felicidade humana”.
• Já Marx acreditava que o templo de contemplação filosófica esgotara-se, e che-
gava o momento de compreender o mundo para transformá-lo, trazendo justiça, 
abundância e felicidade para todos.
• Merleau-Ponty escreveu que a filosofia “é um despertar para ver e mudar nosso 
mundo”.
• E, por fim, Espinosa entendia a filosofia como “um caminho árduo e difícil, mas que 
pode ser percorrido por todos, se desejarem a liberdade e a felicidade”.
Em comum, todas essas definições apresentam o aspecto interrogativo acerca do mun-
do físico e humano como essência, a reflexão como método e o mesmo objetivo: ensinar 
a viver em sociedade.
Neste texto, adotaremos uma das definições apresentadas por Chauí (2012) para filo-
sofia, a saber: uma fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e práticas da 
humanidade. 
20
UNIDADE I - Filosofi a da Educação
O QUE É EDUCAÇÃO?
A palavra educação tem origem latina relacionada às palavras educere que significa levar 
ou trazer para fora, tirar ou extrair de e educare, com o sentido de criar, sustentar, instruir.
[...] é possível firmar o conceito etimológico de educação com múltiplas ideias: tirar (o edu-
cando) de um estado e levá-lo a outro (do não-saber ao saber), extrair (do educando) o po-
tencial latente, criar o educando ou criar nele a condição de aprender, instruí-lo ou passar-lhe 
informações (CARVALHO, 2005, p.31).
A Educação se refere a dois processos interligados, porém autônomos: o processo de 
ensinar e o processo de aprender. É um ritual observado em qualquer sociedade e por 
elas é mantido ao longo da história da humanidade. É a sociedade que é responsável 
pela sua manutenção e perpetuação ao se garantir às gerações mais jovens a trans-
posição da cultura, do conhecimento científico, dos valores, enfim, dos modos de ser, 
estar e agir necessários à vida em sociedade. De acordo com Aguiar (2012, p.161), nós 
institucionalizamos a educação e “[...] fizemos dela uma condição para perpetuar valores, 
manter necessidades, buscar respostas para nossos problemas e lutar pela superação”.
A Educação não é tarefa exclusiva nem da escola nem da família. Ela deve ser exercida nos 
diversos espaços de convívio social, visando a adequação do indivíduo à sociedade. Já a 
Educação formalizada, ou seja, a que acontece nos espaços escolares, desde a Educação 
Infantil até aos estudos de pós-graduação se caracteriza por ser intencional e possuir objeti-
vos determinados, os quais são estabelecidos pela sociedade. 
21
UNIDADE I - Filosofi a da Educação
Como produto das relações humanas, a Educação sofreu e sofre constantemente alterações, 
desde seus primórdios, estando sempre vinculada à cultura de uma determinada sociedade.
Como exemplo, vamos recorrer à novamente à etimologia da palavra educação. Pela 
citação anterior, podemos entender que para os romanos, a ideia de educação era a de 
“tirar alguém (o educando) de um estado e levá-lo a outro”, o que, implica, necessaria-
mente em modificá-lo. Por serem essencialmente pragmáticos, a educação dos romanos 
era prática e objetivava formar cidadãos.
Já para os gregos, a palavra para designar educação era paidagogia, palavra formada 
por paid + ago, paid (de país, paidós), que significa menino ou filho e ago, que significa 
levar, trazer, impelir. 
Embora os conceitos de educação para gregos e romanos sejam semelhantes, Carvalho 
(2005, p.31-32) destaca que, diferentemente da educação pragmática dos romanos, 
os gregos pareciam pensar em “[...] proteger o menino, que viria ser homem, direcionar 
o filho que viria a ser pai; parece que tinham em mente o homem como um todo, não 
necessariamente o homem cidadão”.
Considerando que esta disciplina é Filosofia da Educação nossa ênfase será, a partir 
daqui, mais com as questões filosóficas, buscando, sempre estabelecer relações com 
a educação. 
22
UNIDADE I - Filosofi a da Educação
Dito de outra forma, não estabeleceremos aqui, uma História da Educação, embora tra-
cemos o percurso histórico da Filosofia, complementando esta descrição com as conse-
quências educacionais dos sistemas filosóficos apresentados.
Origem da Filosofia
A civilização ocidental, tal como a conhecemos atualmente, deve muito aos gregos. Nas 
artes, a escultura, a dança, o teatro, com as tragédias gregas como Édipo rei, por exem-
plo, ainda hoje é encenada e atrai público. Nas aulas de matemática, o teorema de 
Pitágoras, as proposições contidas no livro Os elementos, de Euclides, permanecem 
parte integrante dos conteúdos programáticos, e a física de Arquimedes continua sendo 
estudada. Nos esportes, a influência dos gregos é explicitada no maior evento capaz de 
unir a humanidade em torno de objetivos comuns: as Olimpíadas. A democracia viven-
ciada por muitos países e procurada por tantos outros, também devemos aos gregos. 
Entretanto, a origem de todas essas contribuições incomensuráveis dos gregos à ciência, 
às artes, aos esportes, à civilização como um todo, se sustenta na Filosofia grega.
O pensamento filosófico ocidental tem origem na Grécia antiga. Para melhor compreen-
são, vale uma breve explicação sobre as etapas da história grega.
Tradicionalmente, os historiadores dividem a história da Grécia em quatro períodos:
23
UNIDADE I - Filosofi a da Educação
• O período homérico, que se estende de 1200 a.C. a 800 a.C., aproximadamente. 
É assim chamado porque as principais fontes de estudo sobre o período são os 
textos de Homero, a Ilíada, que narra a Guerra de Troia, e a Odisseia, que retrata 
a volta do herói grego Ulisses (Odisseu) para sua terra, Itaca. Durante esses cerca 
de quatro séculos, a sociedade grega, invadida por aqueus, jônios e dórios, evolui 
de uma economia doméstica e agrícola, para uma economia urbana e comercial, 
quando visitavam e comercializavam com países distantes.
Neste período a educação acontecia de forma assistemática, sem nenhum planejamen-
to, mediante a apresentação de cantores ambulantes que divulgavam nas praças das 
cidades os feitos dos heróis que serviriam de modelo de comportamento aos gregos.
• Período arcaico (também conhecido como “período dos sete sábios1”). Neste pe-
ríodo, que vai de fins do século VIII a.C. ao início do século V a.C., os vilarejos tor-
nar-se-iam grandes cidades-Estados. É nessa época que surgem Atenas, Tebas e 
Megara, no continente; Esparta e Corinto, no Peloponeso; Mileto e Éfeso, na Ásia 
Menor; Mitilene, Samos e Cálcis, nas ilhas do Mar Egeu. A economia é monetária, 
e o artesanato e o comércio constituem as principais atividades das áreas urbanas.
Por volta do século VII a.C. o indivíduo era subordinado ao Estado (representado 
1 Os chamados “sete sábios” da Grécia antiga eram Tales de Mileto, Periandro de Corinto, Pítaco de 
Mitilene, Bias de Priene, Creóbulo de Lindos, Sólon de Atenas e Quílon de Esparta.
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
principalmente pelas cidades-estado Atenas e Esparta); para o estado é que se endere-
çava a formação dos jovens.
• Período clássico (século Va.C. a IV a.C.). Época do esplendor de Atenas, que, 
após as reformas de Clístenes e Péricles, se coloca à frente de toda a Grécia2. 
O Pireu,principal porto de Atenas, torna-se centro de convergência de pessoas, 
produtos e ideias de todo o mundo conhecido. É o apogeu da vida urbana, in-
telectual e artística grega. É também quando se desenvolve a Democracia que, 
embora para poucos, foi extremamente inovadora para aquela sociedade. Esse 
período encerra-se com a Guerra do Peloponeso, entre Esparta e Atenas, que 
veio a enfraquecer toda a Grécia, possibilitando sua invasão pelos macedônios.
• Período helenístico, quando a Grécia é dominada pela Macedônia de Filipe e 
Alexandre, o Grande (cujo tutor fora Aristóteles) e, mais tarde, dominada pelos 
romanos. A Grécia passa a integrar um mercado mundial (como colônia romana), 
expandindo cada vez mais seu pensamento, tanto para o Ocidente como também 
para o Oriente, sobretudo com a helenização (disseminação da cultura grega) pro-
movida por Alexandre. 
Tradicionalmente, os historiadores da filosofia defendem que ela surgiu no período 
2 Isto será mais bem explicado quando abordarmos o período socrático, ainda nesta Unidade.
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
arcaico, alcançou seu esplendor no período clássico, e se espalhou pelo mundo no 
período helenístico.
A região que serviu de cenário para o nascimento da filosofia foi a cidade de Mileto, uma 
próspera cidade comercial da Jônia. Tales, que viveu de 625 a.C. a 545 a.C. aproxima-
damente, seria seu precursor.
Muitos autores defendem que a filosofia surgiu de um conflito com a religião, ou mesmo 
com a mitologia grega, o que é uma suposição bastante plausível, pois, desde o seu 
início, a forte característica interrogativa da filosofia, pode ter motivado os antigos filósofos 
a questionarem os mitos e dogmas religiosos, ou mesmo tentarem explicá-los racional-
mente. Na Grécia antiga, os valores associados à mitologia traziam conforto para uns, 
mas para outros representavam um obstáculo ao progresso da razão. 
Essa tensão serviu de base a muitas especulações filosóficas e conflitos sociais. A 
maior parte dos expoentes da filosofia grega tinha origem aristocrática, e considerava 
retrógradas, bárbaras e selvagens muitas das práticas relativas à devoção religiosa. 
Platão apontava claramente a necessidade de separarmos o mythos (mito) do logos 
(pensamento racional). Em A República, principal obra platônica, ele assim escreve 
sobre o mito: “Como então poderíamos dar continuidade a uma dessas falsidades 
oportunas [...] como que utilizando uma mentira nobre para persuadir os governantes, 
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
sem, contudo, persuadir o resto da cidade”. Com isto, Platão se referia que os mitos 
ou dogmas religiosos (que ele entendia como sendo falsos) eram utilizados para con-
vencer o povo das “boas intenções dos governantes” e tenta reverter esta situação, 
imaginando uma maneira de se “dar o troco”, ou seja, como poderiam ser utilizados 
os mitos para convencer os governantes da necessidade de se fazer alguma coisa, 
tomando-se, todavia, o cuidado de não enganar o povo.
Mas, embora o conflito com a religião tenha sido uma das bases, a filosofia surgiu de 
uma curiosidade contínua, e não de alguma forma de secularismo, isto é, de uma ação 
de trazer para o mundo humano o que era pertinente aos deuses.
Durante o período clássico, a Grécia produziu muitas obras importantes da filosofia, litera-
tura e ciência. Essa explosão de expressão cultural foi impulsionada pelo uso de técnicas 
de escrita e de uma linguagem mais sofisticadas.
O idioma grego, com o uso de um alfabeto e não de silabismos, conseguia expressar 
conceitos mais complexos. A própria educação de muitas das cidades gregas valorizava 
muito essa linguagem – era comum as crianças terem de decorar passagens inteiras da 
obra de Homero. Essa valorização da linguagem escrita contribuiu, certamente, para um 
maior desenvolvimento do pensamento grego.
Homero foi chamado de “educador da Grécia” por Platão, em função da forte ligação 
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
entre os valores estéticos e éticos presentes em sua obra, de maneira que tudo que é 
nobre e humano poderiam ser exemplificado pelas ações dos personagens criados por 
Homero na Ilíada ou na Odisséia.
Para Carvalho (2005, p. 39), a fase lendária da qual Homero é o principal representante, 
“[...] deixou marcas tão profundas que, necessariamente, precisam ser consideradas 
como a fase primordial da educação dos gregos[...]”.
Filosofia grega: os pré-socráticos
Geralmente, divide-se a Filosofia grega em antes e depois de Sócrates, em função do 
objeto de reflexão dos filósofos que o antecederam e do seu próprio foco de reflexão, 
conforme você verá com mais detalhes a seguir.
Embora o patrono da filosofia tenha sido um defensor apaixonado do “amor ao saber”, 
opondo-se aos ensinamentos mitológicos, o pensamento anterior a ele não deve, de ma-
neira alguma, ser ignorado. Os pré-socráticos viam o mundo com curiosidade e espanto, 
características que se perderam após as obras platônicas e, sobretudo, aristotélicas ofe-
recerem um conhecimento mais sistematizado.
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
Os sistemas filosóficos elaborados pelos pré-socráticos, isto é, o conjunto de teses e 
afirmações com as quais eles pretendiam explicar o mundo, particularmente o físico, con-
quistaram discípulos e perduraram por muitos anos. A este conjunto de conhecimentos e 
seus seguidores, denominamos de “escolas”.
Podemos destacar as três principais escolas do período: a Escola Milésia, ou Jônica; a 
Escola Pitagórica e a Escola Eleata.
Tales e a Escola Jônica
A cidade de Mileto, berço da Escola Milésia, situava-se na região da Jônia, e era um prós-
pero centro comercial. É apontada como a região de origem da filosofia. Os principais 
nomes da Escola Milésia foram Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto e Anaxímenes de 
Mileto.
Os filósofos de Mileto preocupavam-se, sobretudo, com o mundo físico. Costumeiramente, 
tentavam compreender qual a substância, ou substâncias, que compõem o mundo. Dito 
de outra forma, do que o mundo seria composto.
Tales de Mileto
Tales (625-545 a.C.), o mais famoso dos filósofos da cidade de Mileto, foi um dos 
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
chamados “sete sábios da Grécia arcaica”. Conforme Diógenes de Laércio, Tales teria 
sido o primeiro grego a ser considerado “sábio”. 
Pouco se sabe sobre sua origem, e alguns o consideram fenício3. Como seus colegas milésios, 
tentava compreender de qual substância o mundo seria feito, mediante, sobretudo, a obser-
vação e a contemplação. Uma famosa anedota na Grécia antiga, repetida por Platão em seus 
textos, dizia que, por ser um teórico, ou seja, um “contemplador puro”, Tales, caminhando com 
os olhos voltados para o céu, tropeçou em uma pedra e caiu em um poço. É daí que vem a 
consagrada imagem que se tem dos filósofos, de uma pessoa distraída das coisas mundanas, 
e absorta em pensamentos abstratos.
Em sua Metafísica, Aristóteles assim expõe o pensamento de Tales:
A maior parte dos primeiros filósofos considerava como os únicos princípios de todas as 
coisas os que são da natureza da matéria. Aquilo de que todos os seres são constituídos e 
de que primeiro são gerados e em que por fim se dissolvem, tal é para eles o elemento, o 
princípio dos seres; e por isso julgam que nada se cria nem se destrói, como se tal natureza 
subsistisse para sempre... Tales, o fundador de tal filosofia, diz ser a água o princípio e por 
isso também declarou que a Terra está sobre a água (Aristóteles apud CHAUÍ, 2004, p. 56).
3 Os fenícios foram um povo que viveu às margens do Mar Mediterrâneo, aproximadamente na região 
atualmente ocupada pelo Líbano. Destacaram-se no comércio e na navegação e, por isso mesmo, es-tabeleceram contato com diversos povos da antiguidade, e fundaram diversas colônias (os chamados 
“empórios”) no norte da África e Sul da Europa.
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
De acordo com o pensamento de Tales, a substância fundamental que compõe o mundo é a 
água (ou o úmido). Ela seria o princípio vital de tudo o que existe. Como explica Chauí (2004):
O fato de considerar a água como alma, isto é, como princípio vital, leva Tales a considerar 
que todas as coisas são viventes ou animadas e por isso se transformam e se conservam. 
A água é o “deus inteligente” que faz todas as coisas e é a matéria e a alma de todas elas. 
Eis porque se atribui a Tales a afirmação: “Todas as coisas são cheias de deuses” (CHAUÍ, 
2004, p.57).
A razão para Tales ter escolhido a água ou o úmido como o princípio de todo o universo 
pode ser explicada de várias maneiras. A água apresenta-se sob as mais variadas formas 
e em todos os estados (sólido, líquido e gasoso); a água está vinculada à vida; a mitologia 
grega falava do rio Oceano, que circundava toda a terra (assim, Tales estaria tentando 
explicar racionalmente um mito).
O argumento de que todas as coisas são animadas (vivas) teria surgido, segundo relato 
de Aristóteles, da observação que Tales teria feito sobre a chamada pedra de Magnésia, 
ou seja, um ímã. 
Tales acreditava que o princípio vital, ou a alma, seria uma força motriz ou cinética, isto é, uma 
força capaz de mover-se ou de mover outras coisas. Ao observar o ímã atuando sobre o ferro, 
movendo-o, Tales concluiu que, se a alma é o princípio vital e o ímã possuía essa força, este 
possuiria uma alma, e, consequentemente, seria animado, isto é, vivo.
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
Não nos cabe julgar, cientificamente, se a conclusão de Tales é correta ou não (quanto à 
natureza viva do ímã). O fundamental é entender como ele raciocinou para chegar a essa 
conclusão. Essa maneira é inovadora e, propriamente, filosófica. Tales inferiu, de fatos 
observáveis, uma conclusão obtida apenas pela razão.
Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.)
Discípulo e sucessor de Tales, Anaximandro foi geógrafo, matemático, astrônomo e políti-
co. Segundo relatos, ele teria escrito um livro intitulado Sobre a natureza, que é conside-
rado o primeiro livro de filosofia escrito em língua grega. Porém, o livro perdeu-se ao longo 
dos séculos, e dele temos apenas fragmentos e relatos de filósofos contemporâneos e 
posteriores a ele.
A Anaximandro atribui-se a confecção do primeiro mapa-múndi com a descrição de to-
das as terras habitadas conhecidas à época. É também considerado o precursor da 
astronomia grega, inaugurando a medição da distância entre as estrelas. Como matemá-
tico, foi o primeiro a utilizar um esquadro (gnómon) para o traçado de paralelas e desenho 
de formas geométricas.
Enquanto Tales acreditava que o mundo era totalmente constituído de água, Anaximandro 
defendia que o mundo era composto de quatro elementos: ar, terra, água e fogo.
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
Anaxímenes de Mileto
Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.) é o terceiro e último representante da Escola 
Milésia. Admite como substância primeira e fundamental o ar.
Ao se condensar, o ar daria origem à água. Condensando-se ainda mais, daria origem à 
pedra. Para Anaxímenes, as partículas de matéria constituíam-se de ar, e os diferentes 
processos de condensação ou rarefação, contínuos e antagônicos, originariam corpos 
mais ou menos sólidos.
Heráclito de Éfeso
Nascido na cidade de Éfeso, ao norte de Mileto, Heráclito (540-470 a.C.) pouco se inte-
ressava pelo mundo social e econômico. Sua preocupação maior era a filosofia.
Como os demais jônicos, acreditava na existência de uma única substância ou elemento, 
que seria o princípio de tudo. Este elemento, que seria o princípio de tudo era o fogo. 
Como explicam Luchesi e Passos (1992, p.93), “O fogo era, para ele (Heráclito), a subs-
tância física que mais se aproximava da essência do tempo, por isso, a tudo dava origem 
e explicava”.
O devir (processo de surgimento, mudança e perecimento dos seres) era tema central de 
seus pensamentos. Heráclito entendia que, no universo, nada era estável: tudo estava 
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
em constante transformação, da mesma forma que os homens que, no percurso natural 
da vida, nascem, crescem, declinam e morrem. Dizia ser impossível banharmo-nos duas 
vezes em um mesmo rio, pois nem as águas e nem nós seríamos os mesmos. A natureza 
era um “fluxo perpétuo”.
Pitágoras e a Irmandade Pitagórica
Pitágoras de Samos (582-500 a.C.) foi o mais excêntrico dos pré-socráticos. Acreditava 
que tudo podia ser reduzido a relações matemáticas. Talvez o mais brilhante filósofo ante-
rior a Sócrates, é conhecido não apenas por introduzir a “demonstração” em matemática, 
ou seja, “[...] estabelecer uma verdade incontestável por meio da mera força da razão”, 
mas também por ter criado uma instituição que se aproximava, e muito, de uma religião 
organizada: a Irmandade Pitagórica.
A Irmandade Pitagórica, fundada em 532 a.C. na cidade de Samos, foi tão conhecida 
quanto seu mestre e fundador. Seus membros viviam sobre um rígido sistema de regras 
e um severo código ético. Suas regras proibiam muitas atividades, como caminhar pelas 
estradas ou comer determinados cereais.
Umas das crenças mais difundidas pela Irmandade Pitagórica era a de que a ordem, a 
forma e a figura são qualidades do bem, enquanto a desordem, a escuridão e a indefi-
nição são ruins. Ideia essa encontrada em diversas passagens da mitologia grega, que 
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
considerava de forma geral, ruim tudo aquilo que não pudesse ser explicado racionalmente.
“Todas as coisas são feitas de números”. A obsessão de Pitágoras com os números o levou a 
formular proposições básicas da matemática e da geometria que continuam em uso até hoje. 
Segundo Aristóteles, os pitagóricos sustentavam que “[...] o número é a essência de 
todas as coisas e a organização do universo, em geral, é um sistema harmonioso de 
números e relações numéricas” (ARISTÓTELES, apud CHAUÍ, 2004, p.67).
Ao defender que o princípio universal de todas as coisas é o número, Pitágoras inova, 
pois a essência de todas as coisas não pode mais ser percebida pelos sentidos, como o 
ar ou água, tão importante para os filósofos de Mileto. O elemento essencial passa a ser 
um elemento do pensamento.
Brilhante pensador da antiguidade, Pitágoras fez descobertas em diversos campos. Na música, 
por exemplo, descobriu que o som de uma corda dependia de seu comprimento.
Fez inúmeras descobertas na matemática e geometria, podendo-se destacar o teorema 
que leva seu nome: Em um triângulo retângulo a soma dos quadrados das medidas dos 
catetos é igual ao quadrado da medida da hipotenusa. O Teorema de Pitágoras, com 
seus mais de 2500 anos, continua sendo ensinado até hoje.
Mas, no campo filosófico, sua principal inovação foi, sem dúvidas, uma interpretação do 
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
mundo e da vida humana a partir da ideia do número, que é abstrata, ordenada e harmô-
nica. Essa compreensão de mundo rompe com a ideia de movimento e transformação, 
características do pensamento grego de sua época.
Escola Eleática
É assim chamada por serem seus membros oriundos de Eléia, pequena cidade localizada 
onde atualmente é o sul da Itália4. Seu principal expoente foi Parmênides (540-450 a.C.).
Dentre todos os pré-socráticos, a filosofia de Parmênides foi a que mais recebeu atenção 
dos acadêmicos modernos. Ele considerava a realidade como indivisível e infinita.
Não poderia haver uma estrutura permanente neste mundo, pois significaria que existe 
algo forade tal estrutura. O mundo seria uma só coisa, e não objetos separados interco-
nectados. Isso implica que mudanças não poderiam ocorrer, pois seria contraditório com 
sua noção de mundo indivisível.
Há de se ressaltar que os membros da Escola Eleática eram oriundos da camada média 
da sociedade grega, e sua filosofia, de certa forma, justificava a estrutura social da época.
4 Hoje pertencente à Itália, atualmente é chamada Vélia.
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
Parmênides fundamenta uma distinção entre a opinião e a verdade. A opinião nunca expres-
saria, totalmente, a realidade, pois era enganosa, uma vez que é vinculada às aparências.
Outro importante pensador da Escola Eleática foi Zenão (489-430 a.C.). Discípulo de 
Parmênides, Zenão continua a ideia do mestre, ao defender que o movimento como um 
modo de mudança e transformação é ilusão. O movimento percebido no mundo dos 
sentidos é ilusório e ininteligível, uma “ilusão dos sentidos”.
Encerramos aqui, este resumo sobre os filósofos pré-socráticos. Para Omnès (1996, 
p.29) são muitos os exemplos de “[...] iluminações espantosas nos pensadores pré-
socráticos, não raro, misturadas a ideias manifestamente errôneas”. Entretanto, o passo 
decisivo dado por esses filósofos, particularmente os pitagóricos, foi inaugurar o “intelec-
tualismo que iria impregnar o pensamento grego” (OMNÈS, 1996, p.29).
Podemos resumir a educação grega deste período pelos exemplos de Atenas e Esparta. 
Como em todos os lugares e em todas as épocas, a educação nessas cidades come-
çava pelo aprendizado dos valores pelos adolescentes, privilegiando-se os ensinamentos 
que favoreciam o fortalecimento do corpo e a formação do caráter, sempre considerando 
os heroicos atos dos personagens de Homero. De um modo geral, segundo Carvalho 
(2005), eram três as disciplinas de ensino: a gramática que era constituída por três 
habilidades, ler, escrever e contar – fazer contas de somar, subtrair, multiplicar e dividir; a 
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
música (tocar flauta, cítara e cantar) e a ginástica, que consistia na prática do pentlato 
(luta corporal, corrida, salto em distância, arremesso de disco e arremesso de dardos).
Apesar de terem os mesmos princípios, a filosofia da educação em Esparta e em Atenas 
não era a mesma. Em Esparta a ênfase era no físico em detrimento do conhecimento e 
assim, a formação intelectual dos espartanos se resumia a uma iniciação musical e ao 
conhecimento dos poemas homéricos.
Em Atenas, não se descuidava do corpo, porém, primava-se pela “educação do espírito”, 
embora a educação física fosse “vigiada de perto” pelo Estado e a formação intelectual 
tivesse um caráter mais particular (CARVALHO, 2005, p.41).
A partir da idade dos sete anos, um pedagogo conduzia a criança, alternadamente ao ginásio, 
à escola de gramática ou à escola de música. O gramático, na verdade, ensinava ao ar livre, 
nas ruas e nas praças; ensinava a ler e a escrever e, ao mesmo tempo, com base nos textos 
de Homero, colocava o aluno em contato com a mitologia; ou seja, o livro texto consistia de 
“recortes” da Ilíada e da Odisséia (CARVALHO, 2005, p.41). 
Apesar de continuar a dar especial atenção à educação musical, a educação susten-
tada na mitologia grega começa a mudar de trajetória com Platão, que influenciado por 
Sócrates, preconizava ser o conhecimento a fonte da realização e emancipação do ho-
mem. Para estudarmos o pensamento e a contribuição de Platão á educação grega, 
precisamos conhecer Sócrates, o que implica em estudar anteriormente, os sofistas. 
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
Os Sofistas
Sabemos pouco sobre os sofistas. Quase nenhuma obra sofista chegou até nós, e o 
que sabemos sobre eles, conhecemos pelas obras de seus maiores detratores, como 
Platão e Aristóteles – que, comumente, os classificavam como impostores, mentirosos, 
charlatães e demagogos.
Porém, estudos atuais têm apontado os sofistas como os “fundadores da pedagogia 
democrática”, mestres na arte de educar os cidadãos. Não se apresentavam como fi-
lósofos, e sim como professores de técnicas. Eles ensinavam técnicas diversas, e todo 
sofista era perito em uma ou mais técnicas.
Todavia, havia uma técnica na qual todos os sofistas eram especialistas, e que era fun-
damental para uma sociedade como a ateniense: a oratória. Em uma sociedade em que 
a política, a defesa dos direitos pessoais de cada cidadão era feita pessoalmente (os 
advogados só surgiriam com o Direito Romano), e a política ocorria de maneira direta 
e participativa, o domínio da arte da palavra, e a capacidade de persuadir os demais 
era primordial. Assim, as conferências realizadas pelos sofistas eram muito concorridas, 
atraindo multidões. 
[...] os sofistas concentravam suas atenções nos problemas humanos, principalmen-
te nos que diziam respeito às relações entre o homem e o Estado. Esse humanismo, 
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UNIDADE I - Filosofi a da Educação
entretanto, nada tinha de especulativo. Revestia-se, antes, de um caráter eminentemente 
prático, pois visava à educação para o êxito político sem maiores preocupações com os 
meios a serem usados (GIORDANI, 1984, p.352).
Mas, por que os sofistas tiveram tantos adversários, a ponto de sofisma adquirir um ca-
ráter pejorativo5?
Em primeiro lugar, por que os sofistas eram “professores profissionais”. Eles cobra-
vam por seus ensinamentos. Ao ensinar um cidadão a defender seu ponto de vista 
– qualquer que seja – e a persuadir os demais sobre esse ponto de vista, os sofistas 
mostravam-se afastados da verdade. Não lhes interessava a verdade, e sim quem 
pudesse pagar pelos seus serviços. Essa era a principal crítica de filósofos como 
Sócrates, Platão e Aristóteles.
Em segundo lugar, a aristocracia ateniense via com maus olhos os estrangeiros (a maior 
parte dos sofistas era natural da Jônia e da Magna Grécia) que queriam ensinar as pes-
soas a serem cidadãos atenienses. Para os aristocratas, a virtude do cidadão é inata. 
Assim, ser cidadão é algo que se é “por natureza”. Os sofistas mais famosos foram 
Protágoras de Abdera (481-411 a.C.) e Górgias de Leontini (484-375 a.C.). 
5 Sofisma, segundo o Dicionário Silveira Bueno, significa: “Argumento falso ou raciocínio defeituoso 
intencionalmente feito para induzir em erro”.
40
UNIDADE I - Filosofi a da Educação
Período Socrático
Antes de iniciarmos o debate acerca da vida e obra de Sócrates, faz-se necessário um 
breve resumo sobre as transformações da sociedade grega – e, mais especificamente, 
ateniense – neste período que abordaremos a partir de agora, com Sócrates, Platão e 
Aristóteles. Ou seja, os séculos V e IV a.C.
A primeira transformação de que trataremos é o deslocamento geográfico-político da filo-
sofia. Há que se ressaltar que a filosofia grega surgiu nas colônias da Ásia Menor (próximo 
à Turquia atual), em cidades como Mileto, Halicarnasso, Éfeso, Samos, e também nas 
colônias gregas da região chamada Magna Grécia (atual sul da Itália), em cidades como 
Eléia e Agrigento. No século V a.C., há um deslocamento da filosofia para a Grécia conti-
nental e, mais precisamente, para Atenas (na região da Ática), que passará a destacar-se 
como a mais poderosa – e mais influente – cidade de toda a Grécia.
Tal deslocamento ocorre, sobretudo, devido à vitória grega na guerra contra os persas, 
as chamadas Guerras Médicas6. A decisão ateniense de tentar decidir a guerra pelo mar 
(enquanto os espartanos acreditavam em uma decisão em batalhas terrestres) acabou 
sendo crucial para a vitória grega. Atenas destacou-se no conflito e, com o fim da guerra 
– após a célebre Batalha de Salamina – , tornou-se a mais próspera, poderosa e influente 
6 As Guerras Médicas foram os confrontos entre

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