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FACULDADE SATC CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA ANA CAROLINA PATRÍCIO DANIELSKI IRENE SOLANGE MERCADO BÁRRIOS MAIARA ZANONI MARTINELLO RELÁTORIO DA SIMULAÇÃO DA BANCADA DE GERAÇÃO SÍNCRONA Criciúma Junho – 2020 ANA CAROLINA PATRÍCIO DANIELSKI IRENE SOLANGE MERCADO BÁRRIOS MAIARA ZANONI MARTINELLO RELÁTORIO DA SIMULAÇÃO DA BANCADA DE GERAÇÃO SÍNCRONA Trabalho apresentado á disciplina de Eletrônica de Potência I da 8ª fase de graduação em Engenharia Elétrica, solicitado pelo professor Luis Felipe Bianchi Carbonera. Criciúma Junho – 2020 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Forma de onda senoidal...................................................................... 7 Figura 2: Circuito térmico equivalente................................................................ 7 Figura 3: Ponte de tiristores trifásica.................................................................10 Figura 4: Curva da tensão de saída...................................................................11 Figura 5: Circuito usando IGBT.........................................................................11 Figura 6: Curva da tensão de saída usando IGBT............................................12 Figura 7: Circuito do bloco C.............................................................................13 Figura 8: Programação bloco C.........................................................................13 Figura 9: Curva característica............................................................................14 Figura 10: Circuito final com IGBT.....................................................................15 Figura 11: Curva característica da excitatriz......................................................16 Figura 12: Circuito final com ponte....................................................................17 Figura 13: Curva característica da excitatriz com ponte....................................18 Figura 14: Circuito térmico equivalente.............................................................19 Figura 15: Dados Fabricante.............................................................................19 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 5 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 6 3 RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES .................................................. 10 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 22 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 23 5 1 INTRODUÇÃO O objetivo deste documento é demostrar a simulação de uma bancada de geração síncrona através do software PSIM, tendo como intuito substituir a fonte CC “Excitatriz” por uma ponte de tiristores trifásica, e por um retificador a IGBT ou mosfet. Além disso, verificar o funcionamento das duas excitatrizes fazendo uma comparação da tensão de saída do gerador. Por fim, também apresenta o desenvolvimento do controlador de tensão terminal do gerador para os dois conversores, desenvolvido em bloco C do PSIM. De acordo com os dados da bancada desenvolvida foi dimensionado um dissipador de calor para ser utilizado no interruptor do carregador das baterias. 6 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A função do sistema de excitação é estabelecer a tensão interna do gerador síncrono. Em consequência, também é responsável pelo fator de potência e pela magnitude da corrente gerada. A maioria das excitatrizes dos sistemas era um gerador de corrente contínua montado no eixo do gerador. Porém ao longo dos anos outros sistemas mais rápidos e que exigem menos manutenção foram substituindo o sistema clássico. O tipo de excitatriz construída com os tiristores é bastante aplicada, pois reduziu consideravelmente o tempo de resposta do sistema de excitação e, a transistorização do sistema de regulação de tensão melhorou as qualidades de ‘‘field forcing’’ (força do campo). A rapidez de resposta do sistema é devida ao fato de que os únicos retardamentos existentes são na filtragem da tensão terminal e no disparo dos tiristores, sendo que um valor típico de atraso para este último equipamento é 3.3 ms a 50 Hz. Outra vantagem é a redução do comprimento total da unidade geradora, pois não há excitatrizes piloto ou principal. Isto diminui o problema mecânico de alinhamento de eixos e mancais. Por outro lado, permanecem os problemas inerentes à presença dos anéis deslizantes do rotor do gerador. Em cada instante de um sistema de geração de energia alternada, os pontos máximos da crista da onda são chamados de corrente e tensão de pico a pico ou corrente e tensão instantâneos. Quando um equipamento é ligado nem toda essa corrente e tensão são absorvidos, este que é absorvido é chamado de tensão e correntes eficazes. É importante destacar que tensão e corrente não são absorvidos separadamente e sim o produto de ambas às grandezas, que é a potência elétrica. A figura a seguir demonstra a forma de onda, de uma grandeza alternada. https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-corrente-e-tensao-alternadas/ 7 Figura 1 – Forma de onda senoidal. Quando se fala em valor eficaz normalmente lembra-se da sigla RMS, do inglês root mean square, que traduzindo seria valor médio quadrático, ou seja, um cálculo médio estatístico de um valor variável, que pode ser usado para definir também o valor eficaz. A corrente que circula no circuito produz calor, o que resulta em perdas nos semicondutores. Este calor deve ser transferido para o ambiente por dissipadores. A fim de diminuir essas perdas, adota-se o calculo térmico que é responsável pela segurança e vida útil dos materiais, pois através deste cálculo é possível dimensionar um sistema de dissipação que evite que a temperatura de junção (Tj ) ultrapasse o máximo valor permitido na pior condição de temperatura ambiente (Tamb) na pior condução de operação. Figura 2 – Circuito térmico equivalente Onde: • Tj: Temperatura da junção (ºC); • Tc: Temperatura do dissipador (ºC); • Td: Temperatura da cápsula (ºC); • Ta: Temperatura ambiente (ºC); • Rjc: Resistência térmica da junção-cápsula (ºC/W); • Rcd: Resistência térmica da cápsula-dissipador (ºC/W); 8 • Rda: Resistência térmica da dissipador- ambiente (ºC/W); • Rja: Resistência térmica da junção-ambiente (ºC/W); • P: Potência térmica, aquela que circula no componente e é transferida ao ambiente (W). A equação equivalente da resistência térmica entre a junção e o ambiente pode ser observada a seguir: 𝑅𝑗𝑎 = 𝑅𝑗𝑐 + 𝑅𝑐𝑑 + 𝑅𝑑𝑎 O procedimento a seguir para o cálculo térmico em regime permanente é demostrado nos passos a seguir: 1. A potência (P) é calculada com dados dos componentes e da corrente que circula. 2. Tj é fornecida pelo fabricante do componente 3. Ta é a máxima temperatura ambiente, o valor deve ser adotado pelo projetista. 4. A resistência térmica total será: 𝑅𝑗𝑎 = 𝑇𝑗 − 𝑇𝑎 𝑃 5. A partir da equação anterior consegue-se calcular a resistência térmica do dissipador. 𝑅𝑑𝑎 = 𝑅𝑗𝑎 − 𝑅𝑗𝑐 − 𝑅𝑐𝑑 Onde: Rjc e Rcd são fornecidas pelo fabricante do componente. O Rda comercial encontrado em catálogos de dissipadores deve ser menor ou igual ao calculado na equação acima. Resistências térmicas negativas indicam que é impossível dissipar a potência demandada, mais de um dispositivo pode ser instalado em um mesmo dissipador, porém as potências de perda devem ser somadas e deixá-los a uma margem de folga de 15%. Outra consideração que se deve tomar cuidado aoinstalar o dispositivo, é que os mesmos não devem ser instalados próximos à borda do dissipador, nem muito próximos entre si. Na pratica deve-se impedir que a temperatura da junção ultrapasse o valor de 80% do valor máximo permissível (aumenta o MTBF do dispositivos). 9 A temperatura ambiente geralmente considerada é de 40°C para instalação em ambiente ventilado ou valor maior para conversor instalado em ambiente enclausurado. Em caso que for preciso isolar o dispositivo do dissipador, usar isolante (mica, teflon) e considerar a sua resistência térmica, por fim recomenda-se usar pasta térmica para evitar bolhas de ar entre o dispositivo e o dissipador. 10 3 RESULTADOS OBTIDOS Com o objetivo de substituir a fonte CC "Excitatriz", foi montada uma ponte de tiristores trifásica e conectada à bobina conforme a Figura 3. Como a fonte CC era de 30V, que é o necessário para excitar o gerador, ajustaram-se os parâmetros da ponte trifásica para fornecer essa tensão média ao gerador. Figura 3 – Ponte de tiristores trifásica. Fonte: Das autoras. Na simulação deste circuito foi alterado o ângulo do gate do tiristor e a tensão de entrada das fases, para equilibra-la com a tensão do gerador e, por fim, colocamos um capacitor de 1000F em paralelo com a bobina do campo, para que a tensão medida oscilasse menos, e fazendo com que ela mostrasse seus valores apenas positivos, deixando a tensão de forma contínua para o gerador recebe-la. Os valores de tensão de campo ficaram em torno de 26 a 27V, e assim a tensão máxima do gerador em 4kV, considerando uma frequência para todo o circuito de 60Hz. 11 Figura 4 – Curva da tensão de saída. Fonte: Das autoras. Para o segundo circuito, a fonte de 30V que alimenta o campo foi chaveada por um transistor do tipo IGBT. A forma de chaveamento é através do seu gate e este gate é uma função. Figura 5 – Circuito usando IGBT. Fonte: Das autoras. Nos parâmetros da simulação alteramos a frequência do gate do IGBT para um valor alto, na casa de 1000Hz, a fim de que a variação da tensão 12 não seja perceptível para o gerador, ou seja, com o mesmo princípio de não ocorrer oscilação como no circuito anterior. A tensão de campo a princípio era descrita como uma onda quadrada variando de 0 a 30V. Para resolver isso, colocamos um capacitor em paralelo com a bobina do gerador para que a tensão nessa seja contínua e um capacitor em paralelo com a fonte como é utilizado na prática, porém, na simulação ele não tem uma brusca variação de resultados como em desenvolvimento prático. Figura 6 – Curva da tensão de saída usando IGBT. Fonte: Das autoras. Para medir a tensão eficaz, utilizamos a linguagem C dentro de um bloco do PSIM, denominado bloco C, onde nele transformamos a equação matemática na forma de uma integral em linhas de programação, incluindo bibliotecas e operações matemáticas. A formula a seguir a ser incrementada no bloco C, é caraterizada pela raiz de uma integral que relaciona o tempo de amostragem inicial T1 até o tempo final T2 de uma função no tempo. 13 A figura abaixo demostra o circuito montado no PSIM, com o bloco C, e a tensão de entrada do circuito de 30V. Figura 7 – Circuito do bloco C. Fonte: Das autoras. Implementando a fórmula mostrada anteriormente, desenvolveu-se o código que pode ser observado a seguir. Figura 8 – Programação bloco C. 14 Fonte: Das autoras. Neste código, baseado em programação C, tem-se primeiro a declaração das variáveis, as atribuições. Em seguida, temos a condição “if”, ou seja, se o tempo estiver dentro do intervalo proposto ele resolve a formula da raiz quadrada onde desenvolve a multiplicação da variável soma pelo delta e divide pelo período, que é o inverso da frequência. Por isso, nas atribuições o período é 1/60, e esse processo vai se repetindo e guardando valores para todas as vezes que a condição for verdadeira, e na saída denominada como y1 recebe estes valores e através da simulação é possível vê-la graficamente, como pode ser observado no gráfico a seguir. Figura 9 – Curva característica. Fonte: Das autoras. Como o objetivo final é a simulação da excitatriz a tiristor e IGBT em malha fechada com controle em bloco C no PSIM, implementou-se algumas linhas no código do bloco C, a fim de obter-se a curva característica e valores desejados. As figuras a seguir mostram os circuitos finais com seus respectivos códigos do bloco C. 15 Figura 10 – Circuito final com IGBT. Fonte: Das autoras. static double nsoma=0., soma=0., rms, erro=0., kp=10.; double Periodo; Periodo=1./60.; if (t >= nsoma*Periodo) { nsoma=nsoma+1.; rms = sqrt(soma*delt/Periodo); soma=0.; 16 } y1 = rms; soma=soma+x1*x1; erro=30-x2; y1=erro*kp; Conforme a ligação do circuito acima, o gráfico da tensão da excitatriz corresponde à figura as seguir. Figura 11 – Curva característica da excitatriz. Fonte: Das autoras 17 Figura 12 – Circuito final com ponte. Fonte: Das autoras. static double nsoma=0., soma=0., rms, erro=0., kp=10.; double Periodo; Periodo=1./60.; if (t >= nsoma*Periodo) { nsoma=nsoma+1.; rms = sqrt(soma*delt/Periodo); soma=0.; 18 } y1 = rms; soma=soma+x1*x1; erro=30-x2; y1=erro*kp; if (y1>=180)y1 = 180; if (y1<=180)y1 =0; A partir do código acima representado obteve-se a curva característica desejada em malha fechada. Figura 13 – Curva característica da excitatriz com ponte. Fonte: Das autoras. A fim de diminuir as perdas que a corrente que circula no circuito produz através de calor, dimensionou-se um dissipador através do cálculo térmico. Ele é responsável pela segurança e vida útil dos materiais, pois através deste cálculo é possível dimensionar um sistema de dissipação que evite que a temperatura de junção (Tj ) ultrapasse o máximo valor permitido na pior condição de temperatura ambiente (Tamb) na pior condução de operação. 19 Figura 14 – Circuito térmico equivalente. Fonte: Das autoras. Onde: • Tj: Temperatura da junção (ºC); • Tc: Temperatura do dissipador (ºC); • Td: Temperatura da cápsula (ºC); • Ta: Temperatura ambiente (ºC); • Rjc: Resistência térmica da junção-cápsula (ºC/W); • Rcd: Resistência térmica da cápsula-dissipador (ºC/W); • Rda: Resistência térmica da dissipador- ambiente (ºC/W); • Rja: Resistência térmica da junção-ambiente (ºC/W); • P: Potência térmica, aquela que circula no componente e é transferida ao ambiente (W). Os valores a seguir são fornecidos pelo fabricante dos componentes utilizados no circuito. Figura 15 – Dados Fabricante. Fonte: Catálogo HS Dissipadores. • Rjc = 2 °C/W; 20 • Rdc = 1 °C/W; • Rda comercial: 8,9 °C/W; (HS 1616) Os listados abaixo são valores adotados para o cálculo térmico conforme escolha do projetista ou também encontrados nos catálogos dos componentes, como estamos trabalhando apenas com simulação, não desenvolvendo um circuito prático, adotamos os seguintes valores: • Tj = 180ºC • Ta = 40 ºC • P = 11 W Através desses valores é possível encontrar a resistência entre o dissipador e o ambiente, posteriormente a resistência entre a cápsula e o ambiente. ∆𝑇 = 𝑃(𝑅𝑗𝑐 + 𝑅𝑐𝑑 + 𝑅𝑑𝑎) 𝑅𝑑𝑎 = ∆𝑇 𝑃 − 𝑅𝑗𝑐 − 𝑅𝑐𝑑 𝑅𝑑𝑎 = 180 − 40 11 − 2 − 1 𝑅𝑑𝑎 ≤ 9,72 °𝐶/𝑊 𝑅𝑐𝑎 = 𝑅𝑑𝑎 + 𝑅𝑐𝑑 𝑅𝑐𝑎 = 9,72 + 1 𝑅𝑐𝑎 = 10,72°𝐶/𝑊 Verificando Tj< Tjmaximo: 𝑇𝑗 − 𝑇𝑎 = 𝑅𝑗𝑎 ∗ 𝑃 𝑇𝑗 = 𝑅𝑗𝑎 ∗ 𝑃 + 𝑇𝑎 𝑇𝑗 = (1 + 2 + 8,9) ∗ 11 + 40 𝑇𝑗 = 170,9 °𝐶𝑇𝑐 = (𝑅𝑐𝑑 + 𝑅𝑑𝑎) ∗ 𝑃 + 𝑇𝑎 𝑇𝑐 = (1 + 8,9) ∗ 11 + 40 𝑇𝑐 = 148,9 °𝐶 𝑇𝑑 = (𝑅𝑑𝑎 ∗ 𝑃) + 𝑇𝑎 21 𝑇𝑑 = (8,9 ∗ 11) + 40 𝑇𝑑 = 137,9 °𝐶 Portanto o modelo de dissipador escolhido é viável para aplicação no circuito, como comprovou-se através dos cálculos onde o a resistência Rda comercial escolhida é menor do que a calculada e a temperatura da junção calculada não ultrapassou a temperatura da junção pré-definida no começo dos cálculos. 22 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Utilizando os conceitos adquiridos durante as aulas teóricas, com as aulas praticas e através das matérias já cursadas, foi aplicado no projeto proposto, os conhecimentos obtidos e as pesquisas realizadas no decorrer das aulas. A partir das simulações no PSIM utilizando os dois circuitos de excitatriz propostos foram perceptíveis os comportamentos e os funcionamentos dos componentes utilizados para a construção dos circuitos, mesmo que não tenha sido de forma prática e, a partir disso, se possibilitou a comprovação dos estudos e pesquisas realizados para a elaboração desse projeto. 23 REFERÊNCIAS [1] Autor desconhecido. Tensão eficaz ou RMS. Disponível em: <http://mundoprojetado.com.br/tensao-eficaz-ou-rms/> Acesso em: Junho de 2020. [2] Autor desconhecido. Catálogo HS Dissipadores. Disponível em: <https://www.hsdissipadores.com.br/catalogo.pdf> Acesso em: Junho de 2020. [3] Slide Prof. Luis Felipe Carbonera.
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