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PLANO DE AULA – AÇÕES CABÍVEIS 
 
Caso não haja o pagamento e não surtam os efeitos desejados, o protesto e a carta de cobrança, o 
portador do título de crédito, tem o direito de promover a cobrança mediante as ações cambiárias. 
 
As ações cambiárias têm como fundamento os títulos de crédito e objetivam cobrar o valor neles 
constantes. 
 
O título de crédito ao ser criado, têm força executiva e confere ao credor um poder processual 
independente do mérito da pretensão consubstanciada no título. Assim, o que autoriza a execução é o 
título independentemente da causa debendi. 
 
A primeira das ações cambiárias é a execução. O processo de execução encontra-se previsto no Código 
de Processo Civil. 
 
Numa conceituação objetiva, na execução tem-se um conjunto de atos materiais destinados a concretizar 
o direito do credor, reconhecido ou declarado na sentença (título judicial) ou inserido no título a que a lei 
confere igual eficácia (título extrajudicial). 
 
Difere do processo de conhecimento pelo fato de que na ação de conhecimento, primeiro se busca 
identificar e estabelecer o direito dos litigantes e somente após identificar o alcance deste direito, ele 
poderá ser concretizado. 
 
A executividade do título de crédito se deve as suas características de liquidez, certeza e exigibilidade. 
 
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de 
obrigação certa, líquida e exigível. 
Art. 786 A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a 
obrigação certa líquida e exigível, consubstanciada em título executivo. 
 
LIQUIDEZ O conceito de liquidez está relacionado ao seu valor 
ser conhecido; quando inexiste a liquidez, primeiro 
precisa ser apurado o quantum devido 
 
CERTEZA O conceito de certeza de uma obrigação diz 
respeito a ser indiscutível sua existência; 
 
EXIGIBILIDADE Exigível quando possa ser exigida pois vencida; 
 
 
Presentes os 3 requisitos, é possível ajuizar a execução. 
Resta verificar, onde, quem e contra quem? 
ONDE = Foro : do lugar do pagamento, Art. 781 CPC: 
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o 
juízo competente, observando-se o seguinte: 
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Nota
Causa da dívida; origem, fundamento da obrigação. 
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
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Realce
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Realce
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Realce
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Realce
perit
Realce
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Realce
perit
Realce
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Realce
perit
Realce
perit
Realce
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição 
constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; 
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de 
qualquer deles; 
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá 
ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; 
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será 
proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; 
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou 
em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida 
o executado. 
QUEM = Legitimidade ativa: pode ser proposta a execução pelo portador legítimo ou por obrigado que 
tendo pago, adquire os direitos resultantes do título, através de ação de regresso. 
No caso de endosso mandado, o mandatário não tem legitimidade para propor a ação, mas apenas o 
mandante. 
CONTRA QUEM = Legitimidade passiva: o devedor. A qualidade de devedor será definida pela posição 
de sua assinatura no título. 
Pode ser o aceitante (no caso da letra de câmbio), o emitente da NP, o sacador da letra de câmbio, o 
sacador do cheque, o sacado da duplicata, os endossante e avalistas. 
Todos os devedores cambiários são solidários e respondem solidariamente para com o portador, que pode 
acionar individualmente ou coletivamente os sacadores, emitentes, endossantes ou avalistas. 
Objeto da ação: O portador legítimo pode exigir do demandado da ação cambial executória: 
1. a importância da cambial não paga; 
2. os juros moratórios; 
3. as despesas de protesto 
4. deve ainda ser atualizado o título de crédito, desde o vencimento. 
 
As execuções podem se dar em relação a : TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS ou TÍTULOS 
EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS. 
A nós, neste estudo interessa apenas os títulos extrajudiciais, mais precisamente os títulos de crédito. 
 
 Pelo art.784 do CPC, consideram-se títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
III- o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; 
IV- o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela 
Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores; 
(...) 
XII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força 
executiva. (Inciso acrescentado pela Lei n.º 11.382, de 06-12-06, DOU de 07-12-
06) 
 
http://trtapl3.trt12.gov.br/ra/scripts/JURInum.asp?val=0&Numero=11382&ano=2006
perit
Realce
perit
Realce
perit
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perit
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perit
Realce
REQUISITOS DA PEÇA INICIAL 
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: 
I - instruir a petição inicial com: 
a) o título executivo extrajudicial; 
b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, 
quando se tratar de execução por quantia certa; 
c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; 
d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe 
corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a 
satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente; 
II - indicar: 
a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo 
puder ser realizada; 
b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de 
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica; 
c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível. 
Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter: 
I - o índice de correção monetária adotado; 
II - a taxa de juros aplicada; 
III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da 
taxa de juros utilizados; 
IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; 
V - a especificação de desconto obrigatório realizado. 
 PROCEDIMENTOS 
Art. 829. O executado será citado para, pagar a dívida, no prazo de 3 (três) dias, 
contado da citação. 
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: 
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; 
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com 
cotação em mercado; 
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; 
IV - veículos de via terrestre; 
V - bens imóveis; 
VI - bens móveis em geral; 
VII - semoventes; 
VIII - navios e aeronaves; 
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias; 
X - percentual do faturamento de empresa devedora; 
XI - pedras e metais preciosos; 
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de 
alienação fiduciária em garantia; 
XIII - outros direitos. 
Art. 833. São absolutamente impenhoráveis: 
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
RealceI - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; 
II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, 
salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um 
médio padrão de vida 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado 
valor; 
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, 
pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas 
ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de 
profissional liberal, 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens 
móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família 
(...) 
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de 
poupança. 
(...) 
RESPOSTA DO DEVEDOR 
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias,...conforme art. 
231 
Prescrição: A todo o direito é atribuída uma ação, cujo exercício é limitado no tempo. A prescrição 
corresponde à proteção dada por lei ao devedor por razões de ordem econômica, social e jurídica, para 
que a obrigação não se eternize, bem como constitui uma sanção imposta ao credor negligente, pois sua 
inércia faz presumir seu desinteresse. 
Com a prescrição executória, somente subsistirá o direito de ação contra o devedor principal, através 
demais ações a serem estudadas. 
Ação de enriquecimento ou locupletamento sem causa 
Conceito: Enriquecimento sem causa, enriquecimento ilícito ou locupletamento ilícito é o acréscimo de 
bens que se verifica no patrimônio de um sujeito, em detrimento de outrem, sem que para isso tenha um 
fundamento jurídico” Para Limongi França (Enriquecimento sem Causa. Enciclopédia Saraiva de Direito. 
São Paulo: Saraiva) 
Está previsto no Código Civil: 
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado 
a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários. A 
restituição é devida, não só quando não tenha havido causa que justifique 
o enriquecimento, mas também se esta deixou de existir. 
Somente pode ser ajuizada contra aquele que se locupletou com o prejuízo sofrido pelo portador. 
Pressupostos: 
1.existência da cambial; 
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
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Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
Realce
perit
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Realce
2. não pagamento do título; 
3. incidência da prescrição executória; 
4. enriquecimento sem causa do emitente; 
5. empobrecimento do portador. 
Legitimidade ativa: o beneficiário 
Legitimidade passiva: são os devedores que se beneficiaram ilicitamente. 
Fundamentação Legal: Lei do Cheque, que possibilita a inclusão do avalista na ação de enriquecimento 
ilícito. (art. 61 da Lei 7.357/85 –prazo 2 anos contados do dia em que se consumar a prescrição da 
execução). 
Ação Monitória 
Prevista no Código de Processo Civil, é conceituada pelo professor Nelson Nery Jr. Como “o instrumento 
processual colocado à disposição do credor de quantia certa, de coisa fungível ou de coisa móvel 
determinada, com crédito comprovado por documento escrito sem eficácia de título executivo, para que 
possa requerer a juízo a expedição de mandado de pagamento ou de entrega de coisa para satisfação de 
seu direito”. 
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em 
prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: 
I - o pagamento de quantia em dinheiro; 
(...) 
 
§ 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso: 
I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo; 
II - o valor atual da coisa reclamada; 
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido. 
§ 3º O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2º, incisos I a 
III. 
 
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de 
pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não 
fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o 
pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa. 
§ 1º O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o mandado no 
prazo. 
§ 2º Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de 
qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não apresentados os embargos 
previstos no art. 702 , observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da Parte 
Especial . 
 
(....) 
Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos 
próprios autos, no prazo previsto no art. 701 , embargos à ação monitória. 
§ 1º Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no 
procedimento comum. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art702
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#parteespeciallivroitituloii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#parteespeciallivroitituloii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art701
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Realce
§ 2º Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á 
declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo 
discriminado e atualizado da dívida. 
§ 3º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos 
serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver outro 
fundamento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar a 
alegação de excesso. 
§ 4º A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no caput do art. 
701 até o julgamento em primeiro grau. 
§ 5º O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de 
reconvenção à reconvenção. 
§ 7º A critério do juiz, os embargos serão autuados em apartado, se parciais, 
constituindo-se de pleno direito o título executivo judicial em relação à parcela 
incontroversa. 
§ 8º Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, 
prosseguindo-se o processo em observância ao disposto no Título II do Livro I da Parte 
Especial , no que for cabível. 
§ 9º Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos. 
§ 10. O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente e de má-fé 
ao pagamento, em favor do réu, de multa de até dez por cento sobre o valor da causa. 
§ 11. O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao 
pagamento de multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor do 
autor. 
 
Súmula 503 STJ O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força 
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula. 
 
Súmula 504-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória 
sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título. 
Não pode ser proposta contra o endossante e contra o avalista, por não ter natureza cambial. 
Ação de Falência 
O credor também pode se utilizar da ação de falência, no caso do não pagamento do título de crédito.NÃO CABE DE TÍTULO DE CRÉDITO PRESCRITO 
Ela é regulada pela Lei 11.101/05, em seu art. 94, inciso I. 
Requisitos: 
1. obrigação líquida, materializada em título executivo; 
2. protestado na forma especial; 
3. cuja valor seja superior a 40 SM (pode ser obtido através de litisconsórcio ativo) 
LEGITIMIDADE PASSIVA: Nesta ação, o devedor deve ser sempre sociedade empresária, que será citado 
contestar, podendo efetuar o depósito elisivo (que corresponde ao valor da dívida) . Se a ação de falência 
for procedente o credor leva o dinheiro do depósito elisivo. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art701
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art701
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