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Abdome agudo PROPEDÊUTICA M4 Heloise M.S. Pontos de referência do Abdome Ligamento inguinal (de Poupart) Ângulo de Charpy Rebordos costais Cicatriz umbilical Cristas e espinhas ilíacas ântero-superiores Sínfise Pubiana Região Abdominal LIMITE INFERIOR ( abdomino-pélvico): entre a cavidade abdominal e a pélvis, corresponde a uma linha circular que passa pela apófise espinhosa da 4ª vértebra lombar, cristas ilíacas, espinhas ilíacas anteriores, ligamento inguinal e sínfise pubiana LIMITE SUPERIOR (tóraco-abdominal): linha circular que passa pela junção xifoesternal e pela apófise espinhosa da 7ª vértebra dorsal Divisão do abdome em 9 ou 4 4 quadrantes superiores dir e esq, e inferiores dir e esq. Dor abdominal Dor somática (EPICRÍTICA) Fibras A Cutânea pele e tecido subcutâneo. Bem localizada e definida. reflexo de retirada Somática profunda periósteo, músculo, tendões, articulações, vasos, e pleura e peritônio parietais. mais difusa, contratura muscular reflexa (defesa) Dor visceral (PROTOPÁTICA = ESPLÂNCNICA) fibras C Difusa, mal definida Transmitida por pequenas fibras que percorrem junto aos axônios do sistema nervoso autônomo (SNA) e se projetam para a medula ou tronco cerebral Tipicamente vem acompanhada por resposta do SNA: náuseas, vômitos, suor (diaforese), palidez e até choque Pode ser referida ou irradiada Mecanismos da Dor Traumática: fraturas, contusões, rupturas Inflamação peritoneal Obstrução de víscera oca Perturbações vasculares Infecciosa: apendicite, abscessos, doença inflamatória pélvica (DIP) Distensão capsular: fígado, baço, rins Referida origem≠ sensibilidade Metabólicas/ Endócrinas: uremia, cetoacidose diabética etc. Neurogênica Psicogênica Causas de Dor Abdominal pela Localização • QSD: fígado e vesícula: cólica biliar, hepatites, lesão em base de pulmão direito • QID: apendicite, cisto ovário, gravidez ectópica, cálculo renal • Região epigástrica e periumbilical: gastrite, úlcera péptica, pancreatite, dor de origem muscular, IAM • Região hipogástrica: bexiga, útero • QSE: estômago, baço, lesão em base de pulmão esquerdo • QIE: gastroenterite, diverticulite, cisto ovário, gravidez ectópica, cálculo renal Anamnese da Dor Localização Irradiação Caráter Intensidade Relação com as funções (alimentação, defecação, micção, ciclo menstrual) Instalação – como a dor começou Duração Fatores de alívio / agravamento / desencadeante Sintomas associados a dor • Sintomas associados (vômitos, refluxo) • Icterícia / colúria / acolia • Febre • Sintomas urinários / ginecológicos Exame Físico Fácies Atitude Postura febre anemia Icterícia choque: séptico, hipovolêmico, neurogênico Exame do Abdome- Inspeção peristalse de luta = Obstrução intestinal abdome “em tábua” = peritonite manchas equimóticas = Hemorragia retroperitoneal Exame do Abdome - Percussão Avaliar a distribuição do timpanismo e da macicez no 4 quadrantes Timpanismo predomina em virtude das alças intestinais Macicez em áreas esparsas em virtude das fezes e líquido Abaixo do rebordo costal à direita macicez hepática Abaixo do rebordo costal à esquerda timpanismo (espaço de Traube) Exame do Abdome – palpação superficial Identificar hipersensibilidade, resistência muscular, órgãos ou massas superficiais. Técnica útil para tranquilizar e relaxar o paciente Diferenciar defesa voluntária X espasmo muscular involuntário Palpação com uma das mãos Respiração pela oral, com mandíbula aberta Relaxamento dos músculos abdominais acompanha a Expiração Rigidez involuntária indica inflamação peritoneal Exame do Abdome – palpação profunda Delimitar massas – correlacionar com achados da percussão! Palpação bimanual Inflamação peritoneal Hipersensibilidade associada a espasmos musculares Tossir serve para mapear a área de hipersensibilidade Hipersensibilidade de rebote = descompressão dolorosa Exame do Abdome - ausculta Sons metálicos = Obstrução do ID Silêncio abdominal = “Íleo adinâmico” Vascolejo (água agitada) = Obstrução pilórica Sopros = Doença vascular oclusiva Abdome agudo Quadro clínico abdominal caracterizado por dor, de início súbito ou de evolução progressiva, que necessita de definição diagnóstica e de conduta terapêutica imediata. A dor visceral é provocada por distensão, inflamação ou isquemia A dor parietal gera sensação mais localizada, aguda e nítida É mais frequentemente perceptível na linha média, por causa do suprimento sensorial bilateral A dor pode ser referida ou se deslocar para sítios diferentes Tipos de abdome agudo Perfurativo Dor intensa e timpanismo Inflamatório Infeccioso Febre peritonite Hemorrágico Anemia hipotensão Obstrutivo Vômitos obstipação Vascular isquêmico Dor intensa e difusa Abdome agudo inflamatório A dor é de inicio insidioso, com agravamento e localização com o tempo. O paciente apresenta sinais sistêmicos, tais como febre e taquicardia. As doenças mais comuns são: apendicite aguda, colecistite aguda, diverticulite aguda, pancreatite, anexite aguda. A apendicite é a causa mais comum de abdômen agudo cirúrgico no mundo. Pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais comum em adolescentes e adultos jovens Abdome agudo hemorrágico A dor é intensa, com rigidez e dor à descompressão; há sinais de hipovolemia, tais como hipotensão, taquicardia, palidez e sudorese. As causas mais comuns são prenhez ectópica rota, ruptura de cistos, ruptura de aneurismas, rotura de baço. Abdome agudo isquêmico A dor é difusa e mal definida, há desproporção entre a dor e o exame físico e as causas mais comuns são embolia e trombose mesentérica, com isquemia intestinal. Abdome agudo perfurativo Dor é súbita e intensa, com defesa abdominal e irritação peritoneal. Há derrame do conteúdo de víscera oca no peritônio, geralmente secundário à úlcera gastroduodenal, diverticulite, corpos estranhos e neoplasias PNEUMOPERITÔNEO: acúmulo de ar na cavidade abdominal, por perfuração de víscera oca HP Ultra Bock (HUB) - Abdome agudo obstrutivo A dor é em cólica, geralmente periumbilical. Associadamente surgem náuseas, vômitos, distensão abdominal, parada da eliminação de flatos e fezes. Acontece na oclusão mecânica por bridas, hérnias, neoplasias e invaginação. Hérnia inguinal Brida Pontos dolorosos no abdome Ponto xifoidiano Ponto epigástrico Ponto cístico Ponto apendicular ou ponto de McBurney Ponto esplênico Sinal de Murphy Sinal de Blumberg Manobras e sinais Teste de macicez móvel : paciente deitado em decúbito dorsal, virando-se para ambos os lados. TESTE NEGATIVO O indivíduo sem ascite apresenta as margens entre timpanismo e macicez constantes. TESTE POSITIVO Na ascite, a macicez desloca-se para o lado de maior declive, e o timpanismo para cima. Manobras e sinais Teste da onda líquida Comprimir a linha média do abdome com firmeza usando as bordas das mãos. Percutir simultaneamente um dos flancos com a ponta dos dedos. Sentir o impulso do líquido com a outra mão no flanco oposto. TESTE POSITIVO: SINAL DO PIPAROTE O impulso é facilmente palpável, sugerindo ascite. Descompressão dolorosa ou hipersensibilidade de rebote Hipersensibilidade de rebote dolorosa no QID SUGERE APENDICITE Comprimir levemente e profundamente no local de pesquisa, soltar bruscamente. A descompressão dolorosa sugere inflamação do peritônio. SINAL DE ROVSING descompressão dolorosa referida Comprimir o QIE profunda e uniformemente, em seguida, retirar rapidamente os dedos. O teste será positivo, quando houver dor referida no QID Sinal do Psoas Colocar a mão logo acima do joelho direito do paciente e pedir que ele eleve a coxa contra sua mão. Ou Em decúbito lateral esquerdo, esticar a perna direita na altura do quadril. A flexãoda perna nessa posição contrai o musculo psoas, enquanto a extensão o alonga. SINAL DO SPOAS POSITIVO: Há intensificação da dor abdominal provocada por uma dessas manobras, sugerindo irritação do músculo psoas, por um apêndice inflamado. Sinal do obturador Flexionar a coxa direita do paciente na altura do quadril, com os joelhos dobrados, efetue a rotação interna da perna na altura do quadril. SINAL DO OBTURADOR POSITIVO: Dor no hipogástrio Direito, sugestivo de irritação do músculo obturador, por apêndice inflamado. Sinal de Murphy SINAL DE MURPHY POSITIVO: Aumento súbito da dor com Interrupção do esforço inspiratório Pesquisar o sinal de Murphy, se a presença de dor ou hipersensibilidade no QSD sugerirem Colecistite aguda. Posicionar o polegar ou dedo da mão direita sobre o rebordo costal ,em garra, no ponto onde a borda lateral do músculo reto abdominal fizer intersecção com o gradil costal. Outra alternativa, em casos de hepatomegalia, é colocar os dedos em garra, por debaixo da borda hepática. Solicite ao paciente que respire fundo, observe sua respiração e o grau de hipersensibilidade. Sinal de Joubert Refere-se ao desaparecimento da macicez e aparecimento de hipertimpanismo na região hepática. É um sinal observado nos grandes pneumoperitônios.
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