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Abdome Agudo Limites: -Anterior: 5ª a 6ª cartilagem costal e sínfise púbica. -Posterior: 12ª vértebra torácica até a 5ª vértebra lombar. Quadrantes: Limites: -Linha vertical: xifopúbica (do processo xifóide até a sínfise púbica). -Linha horizontal: na cicatriz umbilical. Nomenclatura: -Quadrante Superior Direito (QSD): se relaciona com o lobo direito do fígado, vesícula biliar, piloro, duodeno, cabeça do pâncreas, flexura hepática do cólon transverso e parte do cólon ascendente e transverso. -Quadrante Superior Esquerdo (QSE): se relaciona com o lobo esquerdo do fígado, estômago, corpo do pâncreas, flexura esplênica do cólon e partes do cólon transverso e descendente. -Quadrante Inferior Direito (QID): se relaciona com ceco, apêndice cecal e com parte do cólon ascendente. -Quadrante Inferior Esquerdo (QIE): se relaciona com o cólon sigmóide e com parte do cólon descendente. 9 Regiões: ❏ Epigástrio ❏ Mesogástrio ou umbilical ❏ Hipogastro ❏ Hipocôndrio direito ❏ hipocôndrio esquerdo ❏ Flanco direito ❏ Flanco esquerdo ❏ Fossa ilíaca direita ❏ Fossa ilíaca esquerda Abdome Agudo: -Pode ter causa: inflamatória, perfurativa, obstrutiva, vascular e hemorrágica. Inflamatório: -A dor aconteceu por algum processo inflamatório dentro da cavidade abdominal ou em órgãos ou estruturas adjacentes. -Principais causas: ❏ Apendicite ❏ Colecistite ❏ Pancreatite ❏ Diverticulite ❏ Doença Inflamatória Pélvica Aguda OBS: sempre caracterizar a dor. -Fisiopatologia: -Dor visceral: determinada pelo sistema nervoso autônomo. A dor não é localizada. -Dor parietal: determinada pelo sistema nervoso cérebro espinhal, pelos seis últimos intercostais. A dor é bem localizada, determinada pelas fibras A Delta. -Lei de Stokes: toda vez que a serosa que envolve a musculatura lisa sofre irritação, esta entra em paresia ou paralisia. Mecanismo: o agente inflamatório causa uma irritação no peritônio, culminando em íleo paralítico, o que leva à Lei de Stokes. -Anamnese: -Sintomas mais comuns: ❏ Dor abdominal ❏ Dor epigástrica – intestino anterior ❏ Dor periumbilical – intestino médio ❏ Dor no hipogástrio – intestino posterior -Sintomas Associados: Náuseas, vômitos, alterações do hábito intestinal, febre, alterações urinárias, icterícia e alterações de evacuação. -Exame Físico: -Boa iluminação. -Paciente despido (manter a roupa íntima ou avental). -Mãos e estetoscópio aquecido. -Unha aparada e curta. -Paciente com a cabeça apoiada num travesseiro baixo. -Pernas estendidas e paralelas. -Decúbito dorsal horizontal. Inspeção: médico a direita do paciente, deixando-o confortável, pedir permissão para examinar e despir, observar, inspeção estática e dinâmica. -Estática: alterações de forma; abaulamentos e retrações; cicatrizes; pele e anexos; presença de vasos. -Forma: ❏ Abdome retraído generalizado - CAQUEXIA. ❏ Abdome globoso - ascite. ❏ abdome abaulado em avental - obesidade. ❏ Abdome em batráquio - abdome achatado com flancos dilatados. ❏ Abdome abaulado localizado. -Pele: ❏ Cicatrizes ❏ Estrias ❏ Lesão de pele ❏ Veia dilatada ❏ Manchas -Massa Pulsátil: ❏ Pacientes magros ❏ Decúbito dorsal ❏ pulsação supraumbilical (aorta) -Movimentos Peristálticos: ❏ Visualização das alças intestinais na parede abdominal ALERTA: sinal de Gray-Turner, sinal de Cullen, sinal de Mary Joseph. -Dinâmica: respiração, peristalse, pulsação, abaulamentos. -Pulsatilidade: ❏ Normal em magros ❏ Decúbito dorsal ❏ Aneurisma de aorta abdominal ❏ Dor abdominal, hipotensão e massa pulsátil = aneurisma de aorta abdominal roto -Peristalse: ❏ Normal em magros, indivíduos de idade avançada ou abdômen flácidos ❏ Movimento das alças que propulsionam os alimentos de direção crânio caudal. ❏ Em casos de obstrução mecânica está aumentada ❏ Ondas de Kussmaul Ausculta: -Observar a motilidade do intestino. -Se há presença de doenças vasculares. -Motilidade Intestinal: -Normal: de 5 a 34 ruídos hidroaéreos/minuto. -Aumentado: diarréia, obstrução intestinal. -Diminuído: peritonite, íleo adinâmico. -Auscultar a artéria Aorta, as artérias renais (porém nestas o normal é não escutar nada), artérias ilíacas e as femorais . Palpação: -Superficial: -Com as mãos aquecidas pode se realizar a palpação com uma ou com as duas mãos, sempre com comparação simétrica. -Normalmente só se sente a bexiga cheia e a borda inferior do fígado. -Avaliar a sensibilidade e a temperatura da parede abdominal, além da tensão abdominal, desníveis, reflexo cutâneo abdominal. ❏ Manobra de Carnett: eleve a cabeça, movimento ao qual o examinador se oporá colocando sua mão sobre a fronte do paciente ao passo que sente-se o abdome. ❏ Manobra de Smith-Bates: paciente eleva as pernas em 45° ao passo que se avalia o abdome. OBS: tumoração desapareceu = intra-abdominal. Permanece palpável e móvel = subcutâneo. Permanece palpável e fixa = musculatura. -Profunda: -Possibilidade de explorar estruturas intra-abdominais situadas na profundidade. -Avaliar: mobilidade respiratória, mobilidade postural e a mobilidade manual. -Sons provocados pela palpação: ❏ Roncos: gases passando pelas alças. ❏ Borborigmo: sons altos de líquidos e gases passando pelo TGI. ❏ Gargarejo: bolhas grossas, som de ruídos. ❏ Vascolejo: no estômago, som de vai e vem ❏ Patinhação: quando percute o estômago com a mão espalmada. ❏ Manobra de Haussmann: penetrar com as mãos no ângulo de Charpy e dar pele, comprimir na expiração até a resistência. Manter a profundidade das mãos e deslizar a mão na expiração. Deslocamento das mãos, dar pele novamente e progredir. Percussão: -Som timpânico: em vísceras ocas e no espaço de Traube. -Som maciço: víscera sólida, ascite e tumorações. Apendicite Aguda: -Apêndice é órgão que se localiza na confluências das tênias e -Mede de 4 a 6 centímetros podendo chegar até os 20 centímetros. -Fica de 3 a 4 cm da válvula ileocecal. -Diâmetro de 5 a 10 cm. -Espessura de 4mm. -Geralmente se localiza na fossa ilíaca direita, mas pode se localizar na pelve, pode estar subhepático e também pode estar retrovertido/ retrocecal. -Está apoiado no músculo psoas e está próximo do ureter e nas mulheres do ovário e da tuba uterina, logo pode simular quadros de infecção urinária e ginecológica. -Vascularização: irrigado pela artéria mesentérica superior, que emite a ileocólica, que emite a apendicular. -Drenagem: veia apendicular drena para a veio ileocólica que drena para a veia mesentérica superior. -Histologia: 10 aos 20 anos de idade possui folículos linfóides. -É a causa mais comum de abdome agudo em crianças, adolescentes e adultos jovens. Fisiopatologia: -Obstrução da luz do apêndice: ❏ Hiperplasia do tecido linfóide apendicular (em crianças pode ter causa infecciosa por vírus ou bactéria). ❏ Fecalitos ❏ Corpo Estranho ❏ Vermes ❏ Neoplasia -Estágios: ❏ Fase I: Edematosa/ catarral: a obstrução promove distensão do apêndice e consequente aumento da pressão intraluminal, levando a obstrução de vasos e linfática, gerando edema e consequente proliferação bacteriana residente. ❏ Fase II: Flegmonosa / Supurativa: proliferação bacteriana atinge a camada serosa do apêndice. ❏ Fase III: Gangrenosa: Aumento da pressão no lúmen do apêndice, trombose venosa devido a alta pressão arteriolar, isquemia (porção antimesentérica que é menos vascularizada) e infarto. ❏ Fase IV: Perfurativa: necrose do tecido + pressão intraluminal aumentada (perfuração do apêndice e saída de pus), 95% abscesso periapendicular (bloqueio pelo epíplon) e tecidos vizinhos. Quadro clínico: -Dor abdominal iniciando no epigástrio. -Irradia para a região periumbilical. -Localiza-se posteriormente na fossa ilíaca direita. -Contínua -Piora com a movimentação. -Acompanhamento: náuseas e vômitos; febre (não superior a 38°C); calafrios; hiporexia; estado geral geralmente preservado; parada de evacuação e diarréia. Exame Físico: -Posição Antálgica; -Dor a movimentação; -Equimoses/ hematomas abdominais-Desidratação -Ruídos hidroaéreos abdominais aumentados ou reduzidos -Dor difusa ou localizada -Massa palpável -Propedêutica sugestiva -Realizar: aferição da temperatura, inspeção estática e dinâmica, palpação profunda, sinal de Rovsing, Lenander e Blumberg, toque retal. OBS: nunca dói se não estiver inflamado. ❏ Sinal de Rovsing: palpação do cólon esquerdo e dói na fossa ilíaca direita, devido à movimentação do gás no cólon. ❏ Sinal de Blumberg: descompressão brusca dolorosa no ponto de McBurney (linha imaginária do umbigo até a crista ilíaca direita, então divide-a em 3, o ponto de McBurney é o ⅓ próximo à crista). ❏ Sinal Psoas: dor na extensão da coxa com o paciente em decúbito lateral esquerdo. ❏ Sinal do obturador: irritação do músculo obturador interno. Para realizá-lo, colocar o paciente em decúbito dorsal, faz-se a flexão passiva da perna sobre a coxa e da coxa sobre a pelve, então procede-se com uma rotação interna da coxa. ❏ Sinal de Lenander: diferença maior de 1°C da temperatura retal para a temperatura axilar. ❏ Sinal de Lapinsky: dor na fossa ilíaca direita devido à palpação profunda no ponto de McBurney com o MID hiperestendido e elevado. ❏ Sinal de Dunphy – dor na FID que piora com a tosse. Colecistite Aguda: -A vesícula armazena a bile. -Sai pelo ducto cístico e se junto ao ducto hepático, formando o ducto colédoco. Fatores de risco: Sexo feminino, obesidade, >60 anos, gestação, dieta rica em gordura, colesterol alto, diabetes e perda ponderal rápida. Etiopatogenia: ❏ Infecciosa: contaminação da via biliar via hematogênica, linfática ou canalicular. ❏ Obstrutivo: oclusão do ducto cístico com ruptura do equilíbrio dos germes patogênicos e defesa orgânica associado ao comprometimento circulatório decorrente da distensão da parede da vesícula. ❏ Vascular: secundário a distensão da vesícula. ❏ Agentes químicos – suco pancreático e bile -Casos raros: neoplasias, bacteriana Salmonela Typhi, doença linfoproliferativa. Classificação Patológica: ❏ Edematosa: (2 a 4 dias) – apenas edema ❏ Necrótica (3 a 5 dias) – trombose e oclusão vascular. ❏ Supurativa (7 a 10 dias) – abscesso parietal e peri vesicular. ❏ Colecistite crônica – surtos repetitivos – atrofia vesicular e fibrose. Quadro clínico: Dor abdominal no epigástrio e quadrante superior de início súbito, irradiação variável, tipo cólica, contínua ou crescente; náuseas; vômitos biliosos, 1/3 dos casos parada do trânsito intestinal; febre. Exame Físico: Febre de 37 a 39°C; sensibilidade à palpação no epigástrio e hipocôndrio direito. Sinal de Murphy: dor a palpação da vesícula biliar durante a inspiração profunda. Icterícia: complicação (15 a 20%). Plastrão (massa) palpável no hipocôndrio direito. ❏ Sinal de Murphy: Mantenha seus dedos sob o rebordo costal direito (linha hemiclavicular). Solicite que o paciente realize uma inspiração profunda, fazendo com que o fígado rebaixado empurre a vesícula biliar em direção à sua mão. O teste é considerado positivo (inflamação da vesícula biliar) quando o paciente sente dor aguda e interrompe abruptamente a inspiração durante a manobra. Pancreatite Aguda: -É achatado ântero posteriormente, é retroperitoneal, posterior ao estômago. -Mede aproximadamente de 12,5 a 15 cm. -Corpo e cauda irrigado pela artéria esplênica. cabeça e processo uncinado – ramos das artérias hepática e gastroduodenal e 1 ramo da a. mesentérica superior. -É um processo inflamatório na glândula pancreática, em que as enzimas pancreáticas são ativadas de maneira inadequadas e realizam um processo de autodigestão pancreática. Causa edema, hemorragia e necrose do pâncreas. Há prejuízo na função exócrina, repercussão sistêmica, hipovolemia, choque e comprometimento de múltiplos órgãos. Etiologia: -Pode ser causado por: colelitíase, etilismo e ter causa idiopática. -Outras causas: traumas, drogas, infecciosas, vasculares, pós procedimentos com manipulação na via biliar, tumores, transtornos metabólicos, infecciosas como caxumba Quadro Clínico: ❏ Dor abdominal constante e intensa na região epigástrica, com irradiação para o QSD e QSE e região dorsal ❏ Distensão abdominal ❏ Dor referida no ombro esquerdo ❏ Anorexia ❏ Náusea ❏ Vômitos Exame Físico: -Distensão abdominal, ruídos hidroaéreos reduzidos, Sinal de Cullen (equimose periumbilical) e Sinal de Grey Turner (equimose nos flancos). Diverticulite Aguda: -Divertículo: ❏ Saculação ou bolsa anormal que faz protusão da parede num órgão oco. ❏ Pode variar em número e em tamanho (de 2mm a 2 cm). ❏ Podem ser verdadeiros (quando a herniação é de toda a espessura da parede) ❏ Podem ser pseudodivertículos (quando a herniação é da mucosa através da camada muscular do intestino). ❏ 95% afeta o sigmóide Epidemiologia: ❏ Dieta com baixa ingesta de fibras e alto teor de carboidratos e carne ❏ Redução do Volume Fecal ❏ Sexo Feminino ❏ > países ocidentais -Diverticulite representa um processo inflamatório dos divertículos do cólon, em decorrência da erosão da parede, acredita-se, causada pelo aumento de pressão intraluminal. Patogênese: -Há aumento da pressão intracolônica, o que força a camada mucosa e submucosa do cólon, levando à herniação através das falhas (por onde penetram os vasos retos) na camada muscular. Com o menor lúmen, a parede se toca e aumenta a pressão durante os movimentos peristálticos, promovendo espessamento da musculatura refratária, acometendo o cólon sigmóide e cólon descendente. Diverticulite pode ser: -Simples em 75% dos casos ou Complicada em 25% dos casos. -As complicadas podem evoluir para: ❏ Abscesso ❏ Perfuração ❏ Fístula ❏ Obstrução Quadro Clínico: ❏ Dor no Quadrante inferior esquerdo (93 a 100%) ❏ Febre (57 a 100%) ❏ Massa abdominal ❏ Náuseas / vômitos ❏ Constipação / Diarréia ❏ Disúria/ Sintomas Urinários Sintomas Vagos: ❏ Dor no hipogástrio ❏ Dor na fossa ilíaca ❏ Distensão Abdominal ❏ Flatos ❏ Discreta alteração no hábito Intestinal ❏ Sintomas prévios de doença diverticular Exame Físico: -A dor à palpação do quadrante inferior esquerdo é característica. -Dor à descompressão brusca localizada. -Massa palpável pode ser identificada em cerca de 20% dos casos. -Febre baixa Doença Inflamatória Pélvica Aguda (DIPA): -É uma síndrome clínica secundária a ascensão de microorganismos da vagina e ou endocérvice ao trato genital superior – útero (endométrio) / trompas, ovários, peritônio e estruturas adjacentes. Epidemiologia: ❏ 10% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil ❏ Infertilidade – 8% no primeiro episódio ❏ 20% no segundo episódio / 40% no terceiro ❏ Raro em mulheres em amenorréia, grávidas ou pós menopáusicas. ❏ Comum em tabagistas, não brancas, jovens, nulíparas, história prévia de dipa. ❏ Subestimada Fatores de Risco: ❏ Jovens ❏ Múltiplos parceiros ❏ História de DST ❏ Não uso de barreiras ❏ Manipulação e instrumentação uterina (DIU, aborto hiterosalpingo). Quadro Clínico: ❏ Dor à mobilização do colo do útero ❏ Dor abdominal/pélvica ❏ Dispareunia ❏ Corrimento vaginal mucopurulento ❏ Disúria/ polaciúria ❏ Sangramento Menstrual intermitente ❏ Anorexia ❏ Náusea/vômito ❏ Febre Abdome Agudo Obstrutivo: -Obstrução intestinal é uma causa frequente de abdome agudo. -20% das cirurgias por abdome agudo são por obstrução Intestinal. -Mortalidade = 20% quando existe sofrimento de alça. -Maior mortalidade está relacionada ao retardo no diagnóstico e no tratamento. Tipos de obstrução intestinal: ❏ Funcional ou mecânica ❏ Alta ou Baixa ❏ Parcial ou Completa ❏ Extra mural ou intramural ❏ Com ou sem sofrimento de Alça -INTESTINO ALTO: intestino delgado-> hérnia, bridas, bolo de áscaris, invaginação. -INTESTINO BAIXO: intestino grosso–> tumores colorretais, volvo de sigmóide, fecaloma, doenças inflamatórias intestinais. Fisiopatologia: -O acúmulo de gases e líquidos levam a distensão intestinal, o que diminui a absorção, podendo então levar à distúrbios hidroeletrolítico (e vômitos)e à proliferação bacteriana, o que gera mais distensão e consequente edema, isquemia e sepse. Consequências: ❏ Causa distensão a montante ❏ Estase venosa – menor absorção ❏ Sequestro intraluminal / intramural / peritoneal ❏ Quadro de vômitos / sudorese / taquipnéia / febre ❏ Queda volêmica ❏ Distúrbio hidroeletrolítico ❏ Alteração ácido base Quadro Clínico: ❏ Parada de eliminação de gases e fezes. ❏ Náuseas, dificuldade de evacuação. ❏ Dor abdominal em cólica de intensidade crescente contínua e irritação peritoneal. ❏ Distensão: ausente / leve a moderada / acentuada precoce / tardia. Frequente na obstrução baixa. ❏ Vômitos: maior frequência na alta / bilioso / fecalóide ❏ Ruídos hidroaéreos: aumentados / diminuídos / ausentes ❏ Palpação dolorosa: discreta / moderada / intensa localizada / difusa Exame Físico: ❏ Inspeção: distensão (intensidade, localização, simetria) cicatriz / hérnia / tumor / peristaltismo visível ❏ Palpação: dor / mudança da sua característica irritação peritoneal tumor ❏ Ausculta: ruídos intestinais / mudança na característica desaparecimento dos ruídos ❏ Toque retal: presença de fezes / características das fezes presença de sangue / outras secreções/ fecaloma Hérnia Encarcerada: ❏ Pode ser direta ou indireta ❏ Lado direito mais acometido (60%) ❏ Diagnóstico = clínico ❏ Evoluem rapidamente para o estrangulamento quando não tratadas de imediato, e as alterações isquêmicas progressivas culminam em gangrena e perfuração do intestino herniado. ❏ Sintomas: dor local, vômitos e parada de eliminação de gases e fezes. ❏ Exame Físico: palpação de massa endurecida e dolorosa na região inguinal e escrotal, que não pode reduzir-se espontaneamente; distensão abdominal; sinais de sofrimento de alça (eritema local, redução difícil, sangramento pelas fezes, quadro obstrutivo, vômitos com fezes). Choque. Invaginação: ❏ Quadro Clínico: dor abdominal aguda, vômitos, eliminação de muco com sangue pelo reto. A dor, na fase aguda, é caracterizada como intermitente, com duração de 4-5 minutos, com intervalos variados de aproximadamente 20 minutos. ❏ Exame Físico: massa abdominal na flexura hepática direita - incidência de 48%. Sinal de Dance – fossa ilíaca direita livre. Apatia, letargia. Toque retal – sangue ou cabeça da invaginação Fecaloma (baixa): -Acúmulo de fezes endurecidas no reto e cólon, com retenção prolongada de material fecal. ❏ Sinais e Sintomas: diarreia, saída de fezes líquidas pelo reto, dor retal e cólica intermitente, tenesmo, distensão abdominal e alteração do hábito intestinal (evacuações espaçadas). ❏ Exame Físico: distensão abdominal, moldura do cólon palpável com fezes, massa palpável, toque retal – fezes endurecidas na ampola. ❏ Fatores predisponentes: pouca ingesta líquida, uso de medicações, ingesta de poucas fibras, falta de atividade física, tônus muscular deficiente. Abdome Agudo Perfurativo: -É a terceira causa de abdome agudo, depois do inflamatório e do obstrutivo. -Sua etiologia é variada e podem ser decorrentes de processos inflamatórios (úlcera péptica e diverticulite), neoplásicos, infecciosos, ingestão de corpo estranho, traumatismos e iatrogênicas. -A mortalidade pode chegar a 10%. Etiologia: ❏ Processos inflamatórios (Úlcera péptica, Crohn) ❏ Infecções por salmonella, citomegalovírus, tuberculose intestinal. ❏ Neoplasia intestinal ❏ Iatrogenias (procedimentos diagnósticos e terapêuticos). Quadro Clínico: ❏ Dor abdominal súbita, intensa, irradiada para todo o abdome, agravada pelo movimento ❏ Náuseas e vômitos ❏ Febre se há alguns dias do estouro. ❏ Alteração de ritmo intestinal. ❏ O quadro clínico dependerá do tamanho da lesão, quantidade de líquido extravasado, comorbidades, situação de nutrição e tempo de atendimento. ❏ Sinais de septicemia, hipotensão ou choque são frequentes. Exame Físico: ❏ Muita dor à palpação ❏ Ruídos hidroaéreos diminuídos ❏ Abdome em tábua ❏ Presença do sinal de Jobert: perda da macicez hepática à percussão OBS: Sinal de Jobert: timpanismo na região hepática, que continua com o som pulmonar superiormente e o timpanismo abdominal inferiormente, sugerindo pneumoperitônio (perfuração intestinal). Abdome Agudo Vascular: -Também pode ser chamado de: Isquemia Mesentérica Aguda -Relativamente raro com alta mortalidade!!! -Levantar forte suspeita em casos de dor abdominal “desproporcional” aos exames. -Tratamento deve ser precoce -Há situações que resultam em isquemia mesentérica: ❏ Trombose Mesentérica ❏ Embolia Mesentérica (superior) ❏ Trombose Aguda ❏ Vasoconstrição esplâncnica - isquemia não oclusiva (baixo fluxo) -Todas as causas de isquemia geram: ❏ 95% de dor abdominal ❏ 44% náusea ❏ 35% vômitos e 35% diarreia ❏ 16% hematoquezia -Nos quadros de embolia há dor epigástrica desproporcional ao exame físico e ⅓ de dor, febre e hematoquezia. -Trombose Mesentérica: dor epigástrica importante e súbita, história pregressa de angina abdominal e perda de peso. -Em casos de isquemia não oclusiva: dor insidiosa e não súbita, mais difusa, com piora e melhora; pouco progressiva. -Trombose Venosa Mesentérica: inespecífica, com queixas de náuseas, vômito, diarreia, cólica sem localização definida. 68% representa dor vaga; 16% peritonite e 16% qualquer dor. Fatores de ricos gerais: ❏ 78% HAS ❏ 71% tabagista ❏ 62% doenças vasculares periféricas ❏ 50% coronariopatias Fatores de Risco Específicos: ❏ História recente de evento cardíaco ❏ História prévia de embolismo ❏ Aterosclerose Abdome Agudo Hemorrágico: -A hemorragia intra-abdominal espontânea é rara e pode ser fatal. -Taxas de mortalidade de 40% nos pacientes não-operados e de 100% nos operados sem identificação do foco hemorrágico. -As causas da hemorragia intra-abdominal são: ❏ Traumatismo abdominal ❏ Ruptura de aneurisma da aorta ou de alguma artéria visceral ❏ Neoplasias malignas de vísceras sólidas ❏ Processos inflamatórios erosivos (pancreatite e pseudocisto, por exemplo) ❏ Afecções ginecológicas e obstétricas (sexo feminino) Fatores de Risco: ❏ Aterosclerose ❏ HAS ❏ Coagulopatia ❏ Uso de anticoagulante Quadro clínico: ❏ FR aumenta e a inspiração se aprofunda. ❏ Hipotensão arterial intensa ❏ Taquicardia e Taquipnéia ❏ Redução da amplitude do pulso periférico, ❏ Palidez, ❏ Redução do débito urinário ❏ Agitação Exame Físico: ❏ Sinais de irritação peritoneal ❏ Presença de visceromegalias ❏ Massas palpáveis pulsáteis ou não ❏ Sopros na face anterior do abdome como no dorso ❏ Equimoses na cicatriz umbilical ❏ Sinal de Cullen ❏ Sinal de Gray-Turney Ruptura de Aneurisma de Aorta Abdominal: -Ocorre principalmente em homens, acima de 60 anos. -As principais causas são: endocardite, sífilis, sepse, infecção intra abdominal contígua aorta, HAS, tabagismo, DPOC, aterosclerose, síndrome de Marfan e histórico familiar. -Quadro Clínico: dor abdominal súbita e intensa, irradiando para flanco ou dorso, palidez, hipotensão, massa pulsátil palpável. USG e TC confirmam o diagnóstico. Gravidez Ectópica: -É toda gravidez com implantação e desenvolvimento fora da cavidade endometrial (trompas, ovário, abdominal, etc). -Representa uma taxa de mortalidade materna de 10-15% no primeiro trimestre gestacional. Fatores de risco: ❏ Cirurgias tubárias prévias ❏ Gravidez ectópica prévia ❏ Doenças inflamatórias prévias ❏ Uso de DIU ❏ Endometriose Prenhez Ectópica Rota: ❏ Atraso menstrual (nem sempre presente); ❏ Geralmente útero menor que o esperado para o tempo de amenorréia; ❏ Dor abdominal intensa, súbita (inicialmente em baixo ventre); ❏ Escapulalgia - dor irradiada para ombro (irritação do nervo frênico): Sinal de Lafond; ❏ Instabilidade hemodinâmica ❏ Hipotensão e taquicardia em ortostase ❏ Choque hipovolêmico ❏ Palpação abdominal dolorosa com reação abdominal ❏ Dor aguda ao toque do fundo de saco de Douglas - sinal de Proust ❏ Equimose periumbilical (sinal de Cullen) Exames Complementares: Hemograma, BetaHCG e USG Cisto Ovariano Hemorrágico: -É inespecífico, assintomático -Dor leve -Dorpélvica abrupta ou não após relação sexual -Pode ser acompanhada de tenesmo (espasmo doloroso do esfíncter anal). -Sinais de hipovolemia -> choque pela massa pélvica. -Exames para diagnóstico: USTV, Hemograma, BetaHCG -Maioria não cirúrgico -INTERNAR -Laparoscopia em casos cirúrgicos: Cauterização, exérese do cisto,ooforectomia ??? -Na gestação, antes de 12 semanas, deve-se realizar complementação com progesterona.
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