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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE VOLTA REDONDA-RJ.
Proc nº 5003994-06.2019.4.02.5104
ELISANGELA FERREIRA MIGUEL DE ASSIS, devidamente qualificada nos autos, por seu advogado, vem a presença de Vossa Excelência tempestivamente apresentar RECURSO INOMINADO, em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, diante do inconformismo com a sentença prolatada por este juízo, para tanto requer que o presente recurso seja conhecido e processado nos termos das Leis nº 9.099/95 e 10.259/01.
Requer ainda que seja deferida a gratuidade de justiça à recorrente que se declarou hipossuficiente nos autos do processo e o ratifica neste ato, sob pena de, não sendo deferida, causar prejuízos ao sustento próprio e de sua família.
Por fim, deixa de juntar preparo por ser a parte beneficiária da gratuidade da justiça.
Nestes termos, 
P. e D.
Volta Redonda/RJ, 14 de maio de 2020.
Carlos Roberto Moreira
OAB/RJ 77866
RAZÕES DO RECURSO INOMINADO
Processo nº 5003994-06.2019.4.02.5104
Recorrente: ELISANGELA FERREIRA MIGUEL DE ASSIS
Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS
EGRÉGIA TURMA,
Nobres julgadores,
DOS FATOS
A recorrente, inconformada com a sentença proferida pelo juízo a quo, não encontra outra alternativa a não ser utilizar desse instrumento.
A autora, ora recorrente, ajuizou demanda visando restabelecimento do auxílio doença, tendo em vista seu grave quadro de saúde, que não a permite o exercício de atividade laboral.
Para demonstrar a veracidade de suas alegações, juntou-se diversos documentos médicos, dando conta do histórico de saúde da autora, que se agrava ano após ano e ainda persiste uma agravante e que a recorrente encontra-se com várias contas em atraso e correndo risco de perder a casa onde reside com sua família pois não há renda para manter as despesas básicas e necessárias.
Como informado na exordial, por ser portadora de DEPRESSÃO, ANSIEDADE e BIPOLARIDADE gerando dor e desconforto, além de serem doenças que afetam a atenção, concentração e a coordenação motora, impossibilitando o exercício de sua atividade laborativa. 
Em sede judicial, o perito do juízo, após perícia absurdamente superficial, afirmou de maneira leviana e irresponsável que a recorrente possui capacidade para o labor, pois conforme demostrado em laudos juntado aos autos as patologias da recorrente permanecem até hoje causando dor e sofrimento para ela e todo sua família.
Em sentença, a magistrada a quo entendeu que o pleito por novo exame se tratava de mero inconformismo, convalidando a desleixada perícia realizada, indeferindo a concessão do benefício requerido.
DA SENTENÇA ORA ATACADA
Em sentença, a recorrente teve seu pedido negado sob a alegação de haver capacidade para o trabalho, tendo em vista o laudo pericial juntado.
Todavia, a sentença proferida merece reforma, uma vez que baseada em uma prova que contraria toda a documentação médica juntada nos autos. De fato, a perícia judicial foi feita por médico especialista, contudo a mesma não soube avaliar o quadro de saúde da recorrente da maneira correta pois conforme laudos em anexos os problemas de saúde persistem de forma séria.
Assim tem-se alguns entendimentos acerca da patologia da recorrente:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. REQUISITOS. QUALIDADE DE SEGURADO. PERÍODO DE CARÊNCIA. INCAPACIDADE. LAUDO PERICIAL. TUTELA ESPECÍFICA. IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO. 1. São três os requisitos para a concessão dos benefícios por incapacidade: a) a qualidade de segurado; b) o cumprimento do período de carência de 12 contribuições mensais; c) a incapacidade para o trabalho, de caráter permanente (aposentadoria por invalidez) ou temporária (auxílio-doença). 2. A concessão dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez pressupõe a averiguação da incapacidade para o exercício de atividade que garanta a subsistência do segurado, e terá vigência enquanto permanecer ele nessa condição. 3. A incapacidade é verificada mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social ou realizado por perito nomeado pelo juízo; o julgador, via de regra, firma sua convicção com base no laudo do expert, embora não esteja jungido à sua literalidade, sendo-lhe facultada ampla e livre avaliação da prova. 4. No caso dos autos, o laudo pericial concluiu pela incapacidade parcial e temporária para o trabalho, tendo em vista ser a parte autora portadora de transtorno afetivo bipolar, episódio atual misto (CID - F 31.6), razão pela qual é devida a concessão do benefício. 5. O cumprimento imediato da tutela específica (ou seja, a de concessão do benefício), diversamente do que ocorre no tocante à antecipação de tutela prevista no art. 273 do CPC, independe de requerimento expresso por parte do segurado ou beneficiário e o seu deferimento sustenta-se na eficácia mandamental dos provimentos fundados no art. 461 do CPC.
(TRF-4 - REOAC: 150547620134049999 RS 0015054-76.2013.404.9999, Relator: LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, Data de Julgamento: 01/10/2013, QUINTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 04/10/2013).
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA. QUALIDADE DE SEGURADO E DEFICIÊNCIA COMPROVADAS. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. CORREÇÃO MONETÁRIA. MULTA. Caso em que se pretende o restabelecimento de auxílio-doença, tendo o juiz singular deferido o pedido, sob o fundamento de que existiria incapacidade laborativa temporária; Dado que a condição de segurada da demandante não restara impugnada pelo INSS, considerando que a cessação do benefício fora decorrente de ausência de incapacidade, tal fato tornara-se incontroverso; Demonstrada, através de perícia médica judicial, que a autora é portadora de transtorno misto ansioso e depressivo (CID F41.2) e de transtorno de adaptação (F43.2), que enseja incapacidade total para o exercício de sua atividade laborativa (representante de atendimento), necessitando de tratamento e de readaptação funcional, é de se manter a sentença, que deferiu o restabelecimento do auxílio-doença até que se dê a eventual reabilitação profissional; Sobre as parcelas devidas, aplica-se o critério de atualização previsto no Manual de Cálculos da Justiça Federal; Atualização monetária e juros de mora pelos índices previstos no Manual de Cálculos da Justiça Federal; A natureza das "astreintes" e sua finalidade de influir no ânimo do devedor a torna instrumento incompatível com as execuções de obrigação de fazer contra a Fazenda Pública; Remessa oficial parcialmente provida, para fixar a correção monetária pelos índices previstos no Manual de Cálculos da Justiça Federal e excluir da condenação as "astreintes".
(TRF-5 - Apelação: 08088904920194050000, Relator: Desembargador Federal Paulo Roberto de Oliveira Lima, Data de Julgamento: 26/08/2019, 2ª Turma)
Como já noticiado nos autos, a recorrente é portadora de portadora de DEPRESSÃO, que se iniciou por conta de sobrecargas emocionais, que evoluiu com severos prejuízos no humor, embotamento afetivo, isolamento social, oscilações de humor associados a prejuízos severos no sono e episódios fóbicos.
Ainda conta com a ANSIEDADE que é uma preocupação intensa, excessiva e persistente e medo de situações cotidianas.
Podem ocorrer frequência cardíaca elevada, respiração rápida, sudorese e sensação de cansaço o que ainda persiste na recorrente de forma ainda mais gravosa, tendo em vista uma doença classificada como SISTÊMICA E EVOLUTIVA. Isto significa que pode se manifestar em um vários órgãos (SISTÊMICA), de forma a causar-lhes lesões irreversíveis e de forma progressiva (EVOLUTIVA).
Trata-se de doença inflamatória que acomete o sistema vascular fazendo com que o órgão que seria servido por aquelas artérias e veias deixe de receber o sangue e paulatinamente vá morrendo.
No caso da autora, mulher ainda jovem, o acometimento começou pela pele (microcirculação) causando necrose (morte) e consequente infecção, o que gerou a necessidade de procedimento cirúrgico para limpeza e retirada do material infectado. Através da análise do material obtido deste atocirúrgico foi que se conheceu a natureza da doença da autora: VASCULITE.
Por seu caráter evolutivo atingiu órgãos importantes como coração (ANGINA E POSTERIOR INFARTO DO MIOCÁRDIO). Numa mulher jovem e sem nenhum outro fator de risco adjuvante, a conclusão é que tais eventos ocorreram em função do caráter sistêmico da doença de base (vasculite) mesmo que ela mantenha tratamento adequado.
Emprega-se o mesmo raciocínio quando nos deparamos com episódio de ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL – A. V. C) na história clínica da autora.
No caso do infarto do miocárdio o vaso atingido (artéria coronária) foi reparada com um procedimento cirúrgico.
No caso do A. V. C não há reparo possível e pelo caráter evolutivo da doença: novas áreas do cérebro também poderão ser atingidas mesmo mantido tratamento medicamentoso.
Assim como atingiu estes órgãos vitais, atingiu também outras áreas do organismo como os músculos (miosites), articulações (artrites), dentre outros, tal qual informado no laudo (MARCHA E POSTURA ATÍPICA, segundo o perito observou).
A irresignação se dá pelo fato de que o exame médico pericial tenha sido realizado, além de uma anamnese exígua de dados, de forma tão superficial e pouco analítica em relação à complexidade que o caso requer.
Inegável a necessidade de nova perícia, dessa vez realizada por médico especialista, disposto a de fato examinar a autora.
Não podemos esquecer também de alguns princípios como o IN DÚBIO PRO MISERO E DA FUNÇÃO SOCIAL DA PREVIDÊNCIA, e, basta a análise da documentação médica juntada nos autos para verificar a complexidade do caso: a recorrente padece de consequências neurológicas causadas pela doença vasculite que a acomete. Como é possível, através de uma escuta de coração e pulmões, concluir-se sobre o estado neurológico e neuropsíquico sem recorrer a nenhum método de avaliação específico destas áreas?
Neste diapasão, a nobre julgadora a quo não concedeu aposentadoria por invalidez, mesmo depois de todos os documentos apresentados que comprovam a incapacidade. O perito nomeado não respondeu claramente aos quesitos, sendo inegável a contradição entre as anomalias, os laudos de “verdadeiros peritos” (médicos que acompanham a recorrente há anos), e o laudo do dito perito do juízo.
Por fim, não soa justo nem razoável atribuir-se efeito a referida sentença, sem o estabelecimento do benefício, eis que a recorrente não pode retornar ao trabalho.
É necessária, ante todo o exposto, a reforma na sentença para conceder aposentadoria por invalidez à recorrente, ou, ao menos, a realização de nova perícia, a ser perfectibilizada por médico especialista.
DOS PEDIDOS
Isto posto, aguarda recorrente a decisão dessa Turma Recursal, requerendo o acolhimento do presente recurso, procedendo à reforma da r. Sentença a fim de ajustá-la ao melhor direito, reformando-a para:
I - conceder aposentadoria por invalidez, em razão da incapacidade permanente para o labor;
II - alternativamente, caso seja de entendimento desta Turma, anular a sentença proferida e determinar a realização de nova perícia médica, por médico especialista na área de neurologia.
Nestes termos, pede deferimento.
xxxx, 04 de julho de 2017.
Ana Luiza Castro
OAB/SC
Rua José Fulgêncio de Carvalho Neto, nº 66 – Aterrado – Volta Redonda/RJ - CEP 27213340, Tel. 24 33462296 – WhatsApp.55 24 993353249 - rm.advocacia.pessoal.empresarial@gmail.com

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