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TCC Fernanda

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FACULDADE UNYLEYA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO 
EM GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
 
FERNANDA COSTA MACIEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA E O PRINCÍPIO 
CONSTITUCIONAL DA CRIANÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília/DF 
2017 
FACULDADE UNYLEYA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO 
EM GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
 
FERNANDA COSTA MACIEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA E O PRINCÍPIO 
CONSTITUCIONAL DA CRIANÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília/DF 
2017 
 
FERNANDA COSTA MACIEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA E O PRINCÍPIO 
CONSTITUCIONAL DA CRIANÇA 
 
 
 
Trabalho de Conclusão apresentado à 
Faculdade UNYLEYA como requisito parcial 
para obtenção do título de Pós-graduação em 
Gestão de Segurança Pública. 
Tutora: Conceição Rejane Miranda da Cruz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília/DF 
2017 
 
FERNANDA COSTA MACIEL 
 
 
 
 
A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA E O PRINCÍPIO 
CONSTITUCIONAL DA CRIANÇA 
 
 
Trabalho de Conclusão apresentado à 
Faculdade UNYLEYA como requisito parcial 
para obtenção do título de Pós-graduação em 
Gestão de Segurança Pública 
 
 
 
 
 
Brasília/DF, _____ de _________________ de 2017. 
 
 
Banca Examinadora: 
 
 
Conceição Rejane Miranda da Cruz 
Tutora 
 
 
Prof. 
 
 
Prof. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RESUMO 
 
 
A guarda compartilhada passou por alterações significativas através da Lei nº 13.058/2014. 
Esta lei determina que a guarda compartilhada seja priorizada no âmbito jurídico brasileiro. O 
objetivo da lei foi dividir as obrigações e os deveres entre os pais que envolvem criar, educar 
e alimentar os infantes. Além disso, a lei busca valorizar o convívio da criança com ambos os 
pais, possibilitando um melhor desenvolvimento do caráter e dos valores familiares. Mas o 
desafio dessa lei é garantir os interesses das crianças de forma integral, possibilitando que 
todas as necessidades da criança sejam supridas no seio familiar e através de programas de 
iniciativa do Estado e da sociedade. O foco deste artigo é entender, por pesquisa doutrinária e 
jurisprudencial, o que a guarda compartilhada busca garantir, pois há muitos questionamentos 
acerca desse instituto no que diz respeito ao desenvolvimento moral, intelectual, emocional 
das crianças e dos jovens. Nesse cenário, os pais têm responsabilidades integrais em relação 
os cuidados dos filhos, independentemente de estar no âmbito do matrimonio ou fora dele. 
Palavras-chave: Guarda compartilhada; Lei nº 13.058/2014; Interesse da criança; Direitos da 
criança e adolescente. 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Shared custody underwent significant changes through Law 13.058 / 2014. This law 
determines that shared custody will be prioritized within the Brazilian legal framework. The 
goal of the law was to divide the duties and duties between parents that involves raising, 
educating and feeding infants. In addition, the law seeks to value the child's relationship with 
both parents, enabling a better development of character and family values. But the challenge 
of this law is to guarantee the interests of children in a comprehensive way, enabling all the 
needs of the child to be supplied within the family and through programs of initiative of the 
State and society. The focus of this article is to understand, through doctrinal and 
jurisprudential research, what the shared guard seeks to guarantee, since there are many 
questions about this institute regarding the moral, intellectual and emotional development of 
children and young people. In this scenario, parents have full responsibilities for the care of 
their children, regardless of whether they are married or not. 
Keywords: Shared custody; Law nº 13.058 / 2014; Child's interest; Rights of children and 
adolescents. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 07 
2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 09 
2.1 Objetivo Geral .................................................................................................................... 09 
2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................................... 09 
2.3 Problema da pesquisa ......................................................................................................... 09 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 10 
3.1 Guarda Compartilhada ........................................................................................................ 10 
3.2 Mudanças Da Lei Nº 13.058/2014 ..................................................................................... 12 
4. O princípio Constitucional do interesse da Crianca diante da Lei N° 13.058/2014 ............. 12 
5. Guarda Compartilhada no Brasil: aspectos legais, aceitação pela doutrina e jurisprudência.
 .................................................................................................................................................. 17 
5.1 Guarda Compartilhada e Guarda Alternada ....................................................................... 17 
6. METODOLOGIA ................................................................................................................. 19 
7. DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 20 
8. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 22 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 24 
 
07 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
As relações familiares têm mudado com o passar dos anos, acarretando grandes 
transformações na sociedade, com muitos laços destituídos. Diante disso, o Estado, na função 
de protetor, para atender as constantes mudanças da sociedade, instituiu a guarda 
compartilhada. O Direito de família tem apresentado grandes transformações com a 
promulgação da Constituição Federal de 1988 juntamente com novo Código Civil de 2002 e o 
Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 ressalta-se o princípio da proteção integral e do 
melhor interesse do menor. 
Quando um casal com filhos se separa, surge o questionamento sobre com quem eles 
ficarão. O compartilhamento do poder familiar, ordinariamente exercido pelo casal parental, a 
partir da ruptura do casamento e da distância física de um dos genitores, passa a ser 
questionado. No Brasil, antes do advento da Lei n. 11.698, de 13 de junho de 2008, que 
instituiu a guarda compartilhada no nosso ordenamento jurídico, a guarda unilateral materna 
era a regra. Até então, ordinariamente, a mãe só não ficava com a guarda nos casos em que 
sua conduta era comprovadamente nociva à prole. Atualmente, no entanto, as duas 
possibilidades previstas em lei guarda unilateral (materna ou paterna) e guarda 
compartilhada– não focam especificamente a conduta da mãe ou do pai. A partir de uma 
mudança de perspectiva, passou-se a considerar, sobretudo, o bem-estar dos filhos. O que 
deve nortear toda e qualquer decisão acerca dos filhos é o chamado princípio do melhor 
interesse da criança, preconizado pela Declaração Universal dos Direitos da Criança e 
ratificado pelo governo brasileiro (Decreto n. 99.710, 1990). 
A guarda da criança, no Direito brasileiro, prevalecia aos cuidados de um só genitor, 
em sua grande maioria, ao da mãe. Mas com a guardacompartilhada, é possível atribuir à 
responsabilidade para ambos os pais. A família passou a ser um instituto que agrega laços de 
afeto sejam eles biológicos ou não, a união estável passou a ser reconhecida pelo Código Civil 
Brasileiro, ou seja, mesmos direitos e deveres. Diante desse contexto os filhos gerados desta 
união são reconhecidos e possuem mesmos diretos e deveres equiparados ao casamento 
Instituto da guarda compartilhada obteve significativas alterações pela Lei nº 13.058/2014. 
 Esta lei determina que a guarda compartilhada seja priorizada no âmbito jurídico 
brasileiro. O seu objetivo foi dividir as obrigações e os deveres entre pais que envolvem: criar, 
educar e alimentar os seus filhos. 
 
8 
 
Diante do disso, chegaram-se a escolha do tema A Lei da Guarda Compartilhada e o 
Princípio Constitucional da Criança. Assim, será possível conhecer mais sobre as novas 
normas para a guarda compartilhada de crianças com os pais separados/divorciados. 
Dessa forma, esta pesquisa tem como objetivo geral estudar o instituto da guarda 
compartilhada no Direito brasileiro tem como proposito explanar os principais pontos trazidos 
pela Lei nº 13.058/2014, quanto a sua efetividade. 
Então, chegou-se a seguinte questão que engloba a guarda compartilhada: O instituto 
jurídico preserva os direitos da criança em relação princípio constitucional? Questionamento 
esse que poderá sanar outras questões que surgirão no transcorrer deste artigo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
Estudar algumas noções do instituto da guarda compartilhada no Direito brasileiro. 
 
 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Explanar os principais pontos trazidos pela Lei nº 13.058/2014, quanto a sua 
efetividade. 
 Identificar as principais mudanças na Lei n° 13.058/2014; 
 Mostrar o Princípio Constitucional do Interesse da criança diante da Lei nº 
13.058/2014. 
 
2.3 PROBLEMA DA PESQUISA 
 
O instituto jurídico preserva os direitos da criança em relação princípio constitucional? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
3.1 GUARDA COMPARTILHADA 
O direito brasileiro inclinou-se para o estudo sobre a guarda compartilhada com o 
objetivo de se adequar à existência dos fatos jurídicos e sociais relativos ao exercício do 
cuidado dos filhos para assegurar a plenitude do dever de assistir e criar os filhos. 
A legislação brasileira ampara a adoção da guarda compartilhada tanto na Constituição 
Federal (CF/1988) em seu art. 227, quanto no Código Civil/2002 (CC/2002) a partir do art. 
1.583 e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no seu art. 5º. 
Na CF/1988, é possível notar em seu art. 229 que “os pais têm o dever de assistir, criar 
e educar os filhos menores”. Ainda no artigo 226, § 5º, dispõe que “os direitos e deveres 
referentes à sociedade conjugal, são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”. No 
CC/1916 era vigente o pátrio poder, que consagrava a figura do pai como senhor e chefe da 
família. Com a vigência do Novo CC/2002, o pátrio poder foi substituído pelo poder familiar, 
transcrito no art. 1.630, estabelecendo a sujeição dos filhos enquanto menores, ao poder 
familiar, onde os pais têm o dever de educar os seus filhos, não imputando a responsabilidade 
a somente um dos deles, como era definido no CC/1916. 
Com essa mudança no texto da lei, fica claro que a sociedade está em constante 
mudança, inclusive a forma de educar os filhos e a composição familiar, que antes era 
formada somente por um pai (figura do sexo masculino), mãe (figura do sexo feminino) e a 
sua prole. Hoje, fica claro que a composição familiar mudou, podendo ser composta por dois 
pais ou duas mães ou um pai e uma mãe. O mais importante na alteração que o novo CC/2002 
trouxe não é a relevância de qual gênero sexual têm os pais, mas sim o cuidado com a criança 
em sua educação como filho e membro de uma sociedade. 
No art. 1.632 do CC/2002 relatam que as relações entre pais e filhos não modifica 
após a dissolvência da união, sendo os deveres dos filhos exercidos de forma conjunta entre 
ambos os genitores. Esse artigo deixa bem claro que a relação pai/mãe com os filhos deve 
continuar, mesmo com o advento do divórcio. Por isso, a guarda compartilhada é de suma 
importância para a criança. Assim, será possível manter a relação com ambos os pais e 
distribuir as responsabilidades entre ambos. 
Contudo no estatuto da criança e do adolescente, a previsão se encontra no art. 4º que 
estabelece que “é dever da família”, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público 
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao 
 
11 
 
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Esse artigo elenca a importância 
não somente dos pais na educação das crianças, mas também do Estado, da sociedade etc. 
Assim, a formação do caráter da criança não depende somente dos pais, mais isso não os 
exime das suas responsabilidades como provedoras e protetores de seus filhos. 
Acerca da guarda compartilhada, Silveira (2008, p. 114) esclarece: 
Certo que a guarda compartilhada surgiu da necessidade de se 
encontrar uma maneira que fosse capaz de fazer com que os pais, que 
não mais convivem, e seus filhos mantivessem os vínculos afetivos 
latentes, mesmo após o rompimento. A guarda compartilhada 
privilegia e envolvem, de forma igualitária, ambos os pais nas funções 
formativa e educativa dos filhos menores, buscando reorganizar as 
relações entre os genitores e os filhos no interior da família desunida, 
conferindo àquelas maiores responsabilidades e garantindo a ambos 
um relacionamento melhor do que o oferecido pela guarda uni 
parental. 1 
 
Em seu texto, Silveira é enfática que os pais devem garantir, mesmo com a dissolução 
matrimonial, que seus filhos sejam educados por ambos os pais, ou seja, não de forma 
unilateral, mas bilateral, onde os dois poderão conduzir seus filhos e tomar decisões para 
educa-los. 
 Neto e França conceituam guarda como: 
O conjunto de relações jurídicas que existem entre uma pessoa e o 
menor, dimanados do fato de estar este sob o poder ou a companhia 
daquela, e da responsabilidade daquela em relação a este, quanto à 
vigilância, direção e educação. 
 
3. 2 MUDANÇAS DA LEI Nº 13.058/2014 
 
Conforme pesquisas feitas recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE) constataram nos últimos anos que 87,1% das guardas foram atribuídas à 
mãe, por meio unilateral. Portanto, a Lei nº 13.058/2014 teve como objetivo alterar esse 
quadro, concedendo ao pai uma participação maior na criação direta do filho. 
A Lei nº 13.058/2014 teve como objetivo inovar o CC/2002 para regulamentar alguns 
pontos da guarda compartilhada, que alterou o art. 1.583, § 2º e 1584, §2º do CC/2002: 
Art. 1.583 CC, § 2º - Na guarda compartilhada, o tempo de convívio 
com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e 
 
1 SILVEIRA, A.C. Guarda compartilhada: um avanço para a família. Ana Carolina Silveira Akel. São Paulo: 
Atlas, 2008, p. 103-107 
 
 
12 
 
com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses 
dos filhos. 
Art. 1.584 CC, § 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai 
quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a 
exercer o poder familiar, serão aplicados a guarda compartilhada, 
salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a 
guarda do menor. 
 
Nesse caso, a guarda será decidida em consenso entre os pais, mas se não houver 
acordo, o magistrado deverá priorizar a escolha pela guarda compartilhada. No regime 
anterior,no caso de não haver acordo entre os pais quanto à guarda do filho, a guarda 
compartilhada era aplicada sempre que possível, ou seja, a partir dessa lei a guarda 
compartilhada passou a ser uma regra. Mas há algumas exceções, por exemplo, um dos pais 
expressarem em juízo a vontade de não possuir a guarda do filho ou quando um deles não 
estiver capacitado de exercer o poder familiar sobre a criança. 
O art. 1.584 §3º, do CC/2002 traz em seu texto que: 
Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de 
convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação 
técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à 
divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe. 
 
O legislador trouxe no texto da lei mais uma opção para que os pais possam exercer o 
seu papel de garante conforme os parâmetros da guarda compartilhada, o juiz poderá de ofício 
ou a requerimento do Ministério Público visar essa divisão equilibrada de tempo entre os pais. 
A lei traz também a hipótese de um dos pais morarem em cidade ou estado diferentes, pois 
poderia prejudicar os estudos da criança. O texto foi claríssimo nessa possibilidade, 
estabelecendo que a base de moradia dos filhos seja aquela que melhor atender aos interesses 
dos infantes. Para ambos os pais a obrigação de alimentos continua existindo, no entanto, as 
despesas serão acordadas entre o ambos levando em consideração às condições financeiras de 
cada um deles. 
4. O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DO INTERESSE DA CRIANÇA DIANTE DA 
LEI Nº 13.058/2014 
 
A criança quanto ser humano que não tem domínio de responsabilidades e não possui 
capacidade mental para tomar decisões importantes, necessita atenção no decorrer de sua 
formação. Por esse motivo, a presença de ambos os pais é de suma importância para a 
construção de valores essenciais à sua conduta e caráter. 
 
13 
 
O princípio do melhor interesse da criança foi introduzido pela Declaração Universal 
dos Direitos da Criança, reconhecendo uma proteção aos direitos da criança e do adolescente: 
Princípio 1 
 
A criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração. Todas 
as crianças, absolutamente sem qualquer exceção, serão credoras 
destes direitos, sem distinção ou discriminação por motivo de raça, 
cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, 
origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra 
condição, quer sua ou de sua família. 
 
Princípio 2 
 
A criança gozará proteção social e lhes será proporcionadas 
oportunidades e facilidades, por lei e por outros meios, a fim de 
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, 
de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. Na 
instituição das leis visando este objetivo serão levados em conta, 
sobretudo, os interesses da criança. 
 
Princípio 3 
 
Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma 
nacionalidade. 
 
Princípio 4 
 
A criança gozará os benefícios da previdência social. Terá direito a 
crescer e criar-se com saúde; para isto, tanto à criança como à mãe, 
serão proporcionados cuidados e proteções especiais, inclusive 
adequados cuidados pré e pós-natais. A criança terá direito a 
alimentação, recreação e assistência médicas adequadas. 
 
Princípio 5 
 
As crianças incapacitadas físicas, mental ou socialmente serão 
proporcionadas o tratamento, a educação e os cuidados especiais 
exigidos pela sua condição peculiar. 
 
Princípio 6 
 
Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, 
a criança precisa de amor e compreensão. Criar-se-á, sempre que 
possível, aos cuidados e sob a responsabilidade dos pais e, em 
qualquer hipótese, num ambiente de afeto e de segurança moral e 
material, salvo circunstâncias excepcionais, a criança da tenra idade 
não será apartada da mãe. À sociedade e às autoridades públicas 
caberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às crianças sem 
família e àquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É 
 
14 
 
desejável a prestação de ajuda oficial e de outra natureza em prol da 
manutenção dos filhos de famílias numerosas. 
 
Princípio 7 
 
A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e 
compulsória pelo menos no grau primário. Ser-lhe-á propiciada uma 
educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la a, em 
condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua 
capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e 
social, e a tornar-se um membro útil da sociedade. 
Os melhores interesses da criança serão a diretriz a nortear os 
responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade 
cabe, em primeiro lugar, aos pais. 
A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando 
os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades 
públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito. 
 
Princípio 8 
 
A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a 
receber proteção e socorro. 
 
Princípio 9 
 
A criança gozará de proteção contra quaisquer formas de negligência, 
crueldade e exploração. Não será jamais objeto de tráfico, sob 
qualquer forma. 
Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima 
conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido 
empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a 
saúde ou a educação ou que interfira em seu desenvolvimento físico, 
mental ou moral. 
 
Princípio 10 
 
A criança gozará de proteção contra atos que possam suscitar 
discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza. Criar-se-
á num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os 
povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência que 
seu esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus semelhantes. 
 
A partir da Declaração Universal, a criança foi reconhecida como sujeito de direitos, 
gerando uma garantia de proteção integral, com o foco de trazer dignidade humana no 
processo do seu desenvolvimento, independente de raça, condição social ou crença. Logo 
após o texto de proteção integral (Declaração Universal dos Direitos da Criança) foi 
introduzido na Carta Magna de 1988, no art. 227, transferindo aos pais e ao Estado os deveres 
 
15 
 
de proteção à criança, ao adolescente e ao jovem. Além do mais, a Carta Política de 1988 
exerce uma função fundamental para a aplicabilidade desse princípio. Assim, o princípio do 
melhor interesse da criança é “o conjunto de bens necessários para assegurar o 
desenvolvimento integral e proteção da pessoa em desenvolvimento, no que resultar de maior 
benefício para ele”. 
Esse princípio está expresso no ECA em seu art. 100, inciso IV, parágrafo único: 
 
Interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve 
atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do 
adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros 
interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes 
no caso concreto. 
 
Esse princípio constitucional busca preservar os direitos da criança em casos de 
conflitos, como casos de adoção, divórcio, punição de atos infracionais, sobretudo, os 
interesses da criança serão assegurados. 
Como a Lei nº 13.058/2014 tornou obrigatória a guarda compartilhada, surgiu um 
conjunto de questões em relação aos direitos da criança como: A Guarda Compartilhada é um 
instituto que garante o melhor interesse da criança? 
No presente momento, não há uma posição consolidada, pois é preciso examinar cada 
caso isoladamente. Há várias situações de pais divorciados que mantém um contato 
harmonioso, assim como existem vários casos que os pais se separam e vivem em conflito. 
Diante disso, quando ambos os pais tiverem dificuldades em determinar as obrigaçõesfuturas 
do filho, o magistrado irá dirimir o conflito afastando o poder de decisão dos pais e 
respaldando-se no princípio do melhor interesse da criança. 
Assim, conforme interpretação do juiz, que irá verificar os interesses da criança, sendo 
eles, materiais, morais, emocionais, espirituais. Intervindo com o único foco de proteção para 
o crescimento e desenvolvimento do menor. Em muitos casos, o juiz opta pela guarda 
compartilhada quando há diálogo e harmonia entre os pais. Mas se houver confronto entre 
eles? Estariam habilitados para acolher a guarda compartilhada? São pontos a serem 
analisados pela a autoridade superior, pois tal situação poderia trazer insegurança e uma vida 
instável para o filho. 
Segundo Simão (2014), na audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do 
Senado Federal, no qual discutiu pontos relevantes para a não aprovação do Projeto de Lei nº 
117/2013, que originou a Lei nº 13.058/2014: 
 
16 
 
O convívio com ambos os pais, algo saudável e necessário ao menor, 
não significa, como faz crer o dispositivo, que o menor passa a ter 
duas casas, dormindo às segundas e quartas na casa do pai e terças e 
quintas na casa da mãe. Essa orientação é de guarda alternada e não 
compartilhada. A criança sofre, nessa hipótese, o drama do duplo 
referencial criando desordem em sua vida. Não se pode imaginar que 
compartilhar a guarda significa que nas duas primeiras semanas do 
mês a criança dorme na casa paterna e nas duas últimas dorme na casa 
materna. Compartilhar a guarda significa exclusivamente que a 
criança terá convívio mais intenso com seu pai (que normalmente fica 
sem a guarda unilateral) e não apenas nas visitas ocorridas a cada 15 
dias nos fins-de-semana. Assim, o pai deverá levar seu filho à escola 
durante a semana, poderá com ele almoçar ou jantar em dias 
específicos, poderá estar com ele em certas manhãs ou tardes para 
acompanhar seus deveres escolares. Note-se que há por traz da norma 
projetada uma grande confusão. Não é pelo fato de a guarda ser 
unilateral que as decisões referentes aos filhos passam a ser exclusivas 
daquele que detém a guarda. 
 
Declara ainda Simão (2014), a criança poderá sofrer referências distintas, convivendo 
um período de tempo com a mãe e outro com o pai, pois passará a ter duas casas. Segundo 
ele, a proposta da guarda compartilhada seria na verdade uma guarda alternada, o que 
prejudicaria em vários aspetos no desenvolvimento da criança, por não ter uma referência de 
lar, mas ela se sentiria um hospede onde ficaria em um local por alguns dias da semana, e em 
outro o resto da semana. 
As alterações trazidas pela nova lei, procuraram preencher vazios que se encontravam 
no instituto da guarda compartilhada. A iniciativa é válida, mas pode ferir o princípio do 
melhor interesse da criança. Visto que a guarda é decorrente de uma união conjugal que deu 
certo até um dado momento e que agora não faz mais sentido existir, o consenso entre os pais 
poderá, quase sempre, ser controverso, causando desordem no intelecto do filho. 
Se o juiz entender que os ambientes em que a criança vive não é o mais propício para 
aplicar a guarda compartilhada, onde há desavenças entre os pais, disputando por interesse 
próprio à guarda do filho, atenderá melhor o interesse da criança ter uma residência fixa, pois 
poderá trazer maior estabilidade e poderá evitar transtornos para ela, além de poder atender 
com razoabilidade os interesses do filho. 
Portanto, a Lei nº 13.058/2014 tem como objetivo maior atender aos interesses da 
criança como membro de uma família, cabendo ao juiz adotar sem obrigatoriedade a guarda 
compartilhada ou a guarda unilateral, sempre fundado no princípio constitucional do melhor 
interesse do infante. 
 
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5. GUARDA COMPARTILHADA NO BRASIL: aspectos legais, aceitação 
pela doutrina e jurisprudência 
 Após estabelecida a guarda compartilhada, passa-se a observar a aceitação pela 
doutrina e jurisprudência, que indica seus prós e contras da guarda compartilhada, bem como 
os deveres e responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos. A guarda compartilhada traz aos 
pais uma tarefa multidisciplinar, exigindo de ambos a missão de cuidar do filho, assumindo 
todas as responsabilidades de sua conduta (FÉLIX, 2000 apud TOMÉ. 2002). 
 Partindo desta análise, argumentam que a continuidade do conflito, incerteza e 
instabilidade após a separação dos pais é prejudicial à criança, porém não impede que a 
aplicabilidade da guarda compartilhada possa servir como uma possível aproximação dos pais 
no contato com seus filhos, uma vez que estes deixam de ser cônjuges, mas não deixam de ser 
pais. Segundo Canezin (2004 p. 204) na guarda compartilhada, busca-se diminuir o impacto 
negativo que a ruptura conjugal tem sobre o relacionamento entre os pais e o filho, enquanto 
mantém os dois pais envolvidos na sua criação, validando-lhes o poder familiar permanente, 
ininterrupto e conjunto. Declara Canezin (2004, p. 28) “esse modelo propicia ao menor 
vivenciar seus pais unidos em torno de si e de seus interesses, dando-lhe a segurança e a 
certeza de que estes não foram negligenciados após a separação. 
 Em tempos atuais a guarda compartilhada torna-se o modelo ideal, proclamando-se 
a igualdade dos genitores em face da formação de seus filhos e impondo aos pais obrigações 
comuns com relação à educação e ao desenvolvimento da criança. Não é bom para criança 
conviver em um ambiente onde seus genitores não possuem uma convivência harmoniosa, 
neste caso após a ruptura é vantajoso para os pais, pois reduz o estresse, respeito mútuo além 
da divisão de tarefas. 
 Corrobora Casabona (2006, p. 248) a guarda compartilhada pode ser censurada por 
sua aplicação restrita, tendo em vista que serve somente às pessoas que mantêm com os ex-
cônjuges relações harmoniosas e civilizadas. As razões expostas acima, deve ser vista como 
uma solução que incentiva ambos os genitores a participarem igualmente da convivência, da 
educação e da responsabilidade pela prole, o grande mérito consiste no fato de que o não 
guardião sai da condição de observador para se tornar participante em todos os quesitos. 
 
5.1 Guarda compartilhada e Guarda Alternada 
Destaca-se a diferença entre guarda compartilhada ou conjunta e guarda alternada. A 
guarda alternada caracteriza-se pela alternância de residência dos pais, por certos períodos. A 
 
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guarda alternada caracteriza-se pela possibilidade de cada um dos pais deter a guarda do filho 
alternadamente, segundo um ritmo de tempo que pode ser um ano escolar, um mês, uma 
semana, uma parte da semana, ou uma repartição organizada dia a dia em consequência, 
durante esse período de tempo deter, de forma exclusiva, a totalidade dos poderes-deveres que 
integram o poder parental. No termo do período, os papéis invertem-se. 
Nessa conjuntura, enquanto um dos genitores exerce a guarda no período que lhe foi 
reservado com todos os atributos que lhe são próprios educação, sustento ao outro se transfere 
o direito de fiscalização e de visitas. Ao cabo do período, independentemente de determinação 
judicial, a criança faz o caminho de volta. 
Sendo inconveniente à consolidação dos hábitos, dos valores, padrões e ideias na 
mente do menor e à formação de sua personalidade. Diante disso, a jurisprudência a desabona, 
quando a criança passa de mão em mão. As desvantagens desse modelo são o elevado número 
de mudanças, repetidas separações e reaproximações e a menor uniformidade da vida 
cotidiana dos filhos, provocando no menor instabilidade emocional e psíquica. 
Distinções devem ser feitas, em virtude de que, a guarda compartilhada nasce da 
perspectiva do interesse dos filhos. O sistema de exercício compartilhado da guarda, que se 
apresenta como novidade, resulta mais benefício que aqueles em que um dos genitores 
concentra a autoridade parental e exerce, em última instância o poder de decisão. 
Assim,no âmbito da guarda conjunta, diferentemente da guarda alternada, existe 
somente um ambiente físico determinado. No qual, garante o bom desenvolvimento 
emocional e psíquico da criança, ou adolescente, uma aproximação dos papéis materno e 
paterno e o desenvolvimento da esfera social adequada. 
A guarda compartilhada é uma forma de manter o vínculo parental, o bom 
relacionamento dos pais é fundamental para formação bem sucedida do menor. A convivência 
harmoniosa entres os pais é requisito básico para que a guarda compartilhada tem êxito e seja 
vantajoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. MÉTODO 
 
 A presente pesquisa tem como objetivo geral estudar o instituto da guarda 
compartilhada no Direito brasileiro tem como proposito explanar os principais pontos trazidos 
pela Lei nº 13.058/2014, quanto a sua efetividade. O método, segundo Marconi e Lakatos 
(2007) “é o conjunto de das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e 
economia, permite alcançar o objetivo”. A pesquisa teve como base referências bibliográficas, 
sendo utilizados para compor a mesma, artigos científicos, livros, sites confiáveis e estudiosos 
da área. 
 Considerando a presente pesquisa teve como base uma pesquisa de caráter 
bibliográfico, segundo Vergara (2011) a pesquisa bibliográfica compreende o estudo 
sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais cujo 
seu acesso é acessível ao público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. DISCUSSÃO 
 
A guarda compartilhada é uma inovação no meio jurídico para garantir o melhor 
convívio e educação para a criança e ao adolescente de forma que seus pais possam, 
igualmente, cria-los harmonicamente em um ambiente saudável. Mas há alguns problemas ao 
aplicar as novas normas, porque cada família ao ser dissolvida apresenta particularidades das 
demais famílias. Assim, como Simão (2014) mencionou em audiência pública para discutir 
como seria o compartilhamento da guarda entre os pais, para ele, ficou claro que não seria 
uma opção válida para garantir o direito dos filhos de ter um lar que garanta as necessidades 
básicas para um bom relacionamento familiar. 
Dessa forma, a discursão Simão (2014) trouxe ao plenário não é focado em bens 
materiais, como um quarto para a criança no lar de um pai e outro quarto na casa da mãe, mas 
levou-se em consideração a criação, o psicológico da criança para entender e aceitar ter duas 
casas, dois quartos, duas famílias, sem ter um local onde pode, de fato, chamar de casa. Esses 
fatores foram levantados na discursão com o intuito de garantir o melhor direito da criança. 
Assim, as novas diretrizes trazidas pela Lei nº 13.058/2014 devem andar juntas com as 
normas do ECA e cada caso concreto das famílias dissolvidas. O juiz deverá levar em 
consideração o momento da separação dos pais, a condição financeira e meio para moradia de 
cada pai/mãe. Importante o magistrado fazer essas avaliações, pois o que deve prevalecer em 
cada caso concreto, mesmo com as peculiaridades de cada um, é o direito da 
criança/adolescente de ter um convívio saudável com os pais e uma educação que o proteja de 
forma integral. 
O objetivo da lei foi preservar os laços familiares da criança com ambos os pais, pois, 
na maioria dos casos, a infante que vai morar com a mãe, por exemplo, após a separação do 
casal, acaba perdendo o convívio com o pai, acarretando uma quebra no meio familiar entre o 
pai e a criança. Então, com a guarda compartilhada seria possível esse laço permanecer 
latente, não deixando o filho desamparado emocionalmente e as responsabilidades seriam 
divididas para os pais, não deixando apenas para um deles. 
Diante disso, não é possível engessar as regras quando se está em conflito os direitos 
do filho. Deve-se buscar o que será mais adequado para que o infante do ex-casal possa 
crescer, ser educado, mantendo os laços fortes com os pais. Assim, fica a cargo do magistrado 
decidir e definir como será a guarda. 
Importante lembrar que nem sempre será interessante para a criança/adolescente que 
seja determinada a guarda compartilhada, pois deve ser levantado vários pontos antes de 
 
21 
 
tomar a decisão final, como ambiente familiar que ambos os pais vivem, vida financeira, local 
onde a criança irá estudar, porque caso os pais morem em cidades diferentes não será possível 
a guarda ser compartilhada por conta dos estudos da criança. Não seria razoável o filho 
estudar seis meses em uma escola e os outros seis em outro colégio, em outra cidade. Por isso 
o que deve ficar claríssimo ao definir como será a criação das crianças é como isso será feito. 
O conforto físico e psicológico do filho deve ser garantido acima do que os pais gostariam 
que fosse feito. 
Por isso, o juiz tem o papel de suma importância para definir como será a vida do 
infante dali para frente. Vale ressaltar que, caso aconteça algo que venha prejudicar os direitos 
do filho, poderá reverter a guarda compartilhada em guarda unilateral, porque o objetivo da 
Lei nº 13.058/2014 é preservar a criança. Os levantamentos feitos por José Fernando Simão 
são relevantes quando o magistrado for definir como será a guarda do infante. 
A preocupação que Silveira (2008) trouxe é que o laço familiar continue forte entre os 
pais para com a criança, porque assim o filho não terá a sensação de abandono por parte de 
um dos pais. A separação do casal é algo que traz impacto para toda a família, principalmente 
para o menor, por isso a presença e o amor do ex-casal para com o filho é de suma 
importância. 
Assim, a Lei nº 13.058/2014 deve estar atrelada ao melhor cuidado da criança e 
também garantir os laços afetivos entre a criança e os pais, mesmo que o matrimonio esteja 
dissolvido. Destarte, a nova lei trouxe um novo olhar para a guarda dos filhos, mas deve levar 
em consideração todas as peculiaridades e particularidades da relação de cada família, assim, 
será possível garantir o direto do filho de conviver com ambos os pais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
8. CONCLUSÃO 
 
A partir desta pesquisa foi possível notar a imposição legislativa de tornar obrigatória 
a guarda compartilhada que acaba entrando em confronto com o princípio do melhor interesse 
da criança, a discordância entre os pais poderá ser mais conflituosa e, consequentemente, 
colocar em risco a integridade e os direitos inerentes ao filho. 
A guarda compartilhada não é a melhor opção na maioria dos casos de separação. 
Assim, não pode tornar essa prerrogativa uma obrigação para o ex-casal, pois há 
particularidades em cada família que devem ser levadas em consideração ao definir como será 
o futuro dos infantes. Dessa forma, conclui-se que o compartilhamento da guarda deve existir 
a sociabilidade entre ambas as partes, levando como fundamental o bem-estar do filho, pois 
trata-se de uma criança em formação de caráter e valores. 
Portanto, o magistrado deve levar em consideração o melhor ambiente para o 
desenvolvimento da criança, seja com a guarda compartilhada entre os pais ou somente a um 
deles. Mas os interesses e os direitos da criança devem prevalecer diante de uma separação 
dos seus genitores. Assim, fica a cargo do juiz o que será melhor para os filhos daqueles que 
tem o casamento dissolvido. 
A família ainda continua sendo a base da sociedade, vale ressaltar que o núcleo 
familiar ao longo dos anos vem sendo reformulado, ou seja, não mais sendo aquela família 
tradicional. Com as inovações no que se refere ao novo núcleo familiar, o Direito Familiar 
vem observando a evolução deste novo conceito de família, para que não haja certo desvio de 
direitos e deveres dos responsáveis desses menores. 
Com o crescente números de separações no Brasil, cresce também a preocupação com 
a educação desses menores, quebrado o vínculo conjugal o vínculo parental permanece, sendo 
assim,a relação entre pais e filhos permanecem da mesma forma como era antes da 
separação. O intuito da guarda compartilhada é mostrar que o pai e mãe possuem os mesmos 
direitos e deveres o filho precisa de atenção, de amor, de cuidados, de regras, de formação que 
os genitores, em consenso, podem dar, mesmo morando em lugares diferentes. O pai e a mãe 
são igualmente importantes para os filhos de qualquer idade sendo assim, essas relações 
devem ser preservadas para a garantia de que o adequado desenvolvimento fisioquímico das 
crianças ou adolescentes venha a ocorrer. 
Vale ressaltar que os tempos mudaram. Conforme Nazareth (2005, p. 93) desde o 
questionamento do mito do amor materno até os dias atuais, quando novos núcleos familiares, 
as mães têm a expectativa de que os pais participem nos cuidados familiar. Eles próprios 
 
23 
 
reivindicam esse direito, que também é um dever. Portanto, também a modalidade de guarda 
deve mudar. Considera-se que a participação de ambos é essencial para o bom 
desenvolvimento dos filhos. De acordo com Alexandre (2009) e Vieira (2009) o 
compartilhamento demonstra ser o formato de guarda da plena vivência da parentalidade 
pelos genitores. A guarda compartilhada preserva-se a coparentalidade, independentemente da 
relação entre os genitores. A mudança de endereço e de configuração familiar não implica, 
assim, distanciamento entre o não-guardião e filhos. 
Vale elencar que na guarda compartilhada são considerados dois princípios: o melhor 
interesse da criança, bem-estar da mesma haja vista o seu direito de conviver com ambos os 
genitores, previsto em Lei; e a igualdade de gênero, implicando que tanto a mulher quanto o 
homem, indistintamente, têm o direito de conviver com os filhos e o dever de se 
responsabilizar por eles. A guarda compartilhada viabiliza, portanto, a atuação igual da mãe e 
do pai na vida dos filhos, na divisão de responsabilidades e tarefas parentais, mesmo após a 
separação. Trata-se do modelo que preserva o bem-estar emocional dos filhos e proporciona 
convívio familiar em que pais e filhos vivem juntos e em harmonia. Sem dúvida, o mérito da 
guarda compartilhada é proporcionar aos filhos o mesmo convívio com ambos os genitores. 
Conclui-se que a guarda compartilhada é importante no ordenamento jurídico, 
entretanto, faz-se necessário planejamento, elaboração bem estruturada para que não 
prejudique ainda mais a relação entre pais e filhos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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