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Prova Trit II tarde respondido

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Nome: XXXXXXXXXXX
	Matrícula: XXXXXXXXXX
	Disciplina: CCJ0031 / DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II
	Data: 18 /06 /2020
	Período: 2020.1 / AV2
	
OBSERVAÇÕES:
Leia com atenção as questões antes de responder. As questões devem ser respondidas somente à caneta azul ou preta, na folha de respostas.
Será observada uma tolerância máxima de 30 minutos para a entrada dos alunos após o início da prova. Nesse período, nenhum aluno poderá deixar a sala. Terminada a prova, o aluno deverá entregar ao professor a folha de questões e a folha de respostas, devidamente identificadas.
É proibido o uso de equipamentos eletrônicos portáteis e consulta a materiais de qualquer natureza durante a realização da prova.
Questões objetivas e discursivas que envolvam operações algébricas devem possuir a memória de cálculo na folha de respostas.
Boa prova.
1ª) Pozebon Comércio de bebidas LTDA, distribuidora de bebidas da AMBEV na região sul do país, durante o exercício de 2015, comercializou cerveja na região, em valor inferior ao valor da pauta fiscal estabelecido pelo Rio Grande do Sul, para fins de pagamento do ICMS, no regime de substituição tributária. Conforme estudado em sala de aula sobre o tema substituição tributária progressiva de ICMS, sabe-se que nessa sistemática, a distribuidora de bebidas paga de forma antecipada o ICMS devido na venda futura ao consumidor final, no momento de distribuição das bebidas para o supermercado e demais pontos de venda. Muitas vezes, entretanto, o valor estabelecido na pauta fiscal, o qual foi considerado para fins de recolhimento antecipado do ICMS, é superior ao valor efetivamente praticado no momento da venda ao consumidor final, em razão do mercado de bebidas ser muito competitivo. No caso da empresa Pozebon Comércio de bebidas LTDA ocorreu tal fato, pois o valor da bebida na pauta fiscal era de R$ 5,00 (cinco reais a unidade) e o valor efetivamente praticado no momento da venda foi de R$ 4,00 (quatro reais a unidade). Logo, a empresa pretende ir a justiça pleitear o reconhecimento do crédito de ICMS sobre o montante que foi cobrado além do valor real de venda. Considerando o montante da venda ocorrido durante todo o exercício de 2015, o valor de ICMS a mais pago pela empresa torna-se muito significativo. Como advogado (a) da referida empresa, que modalidade de medida processual você tomaria e qual a fundamentação jurídica que utilizaria em defesa do direito do contribuinte.
Resposta: Exigir a prova de que o contribuinte de direito não repassou ao contribuinte de fato o encargo financeiro do tributo, ou, mesmo assim, no caso de tê-lo transferido a terceiro, de que está por este autorizado a requerer a repetição do indébito ou a compensação tributária. Conforme determina o art. 166 do CTN.
2ª) (II EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Lei Municipal n. XYZ, publicada em 20/09/2010, alterou a cobrança do ISS para os advogados. A lei definiu que, a partir de 2011, a base de cálculo dos serviços prestados por advogados será o preço do serviço, qual seja, o valor dos honorários profissionais recebidos. Com base na situação hipotética, emita parecer acerca da legalidade do diploma legal em questão.
Resposta: O Decreto-Lei no. 406/68, em seu art. 9º, parágrafo primeiro, estabelece que o imposto sobre serviço prestado sob a forma de trabalho pessoal não pode ser calculado sobre a importância recebida a título de remuneração do próprio trabalho. Com a entrada em vigor da LC 116/2003, o seu art. 10 não revogou expressamente o art. 9º. Do Decreto-lei no. 406/68, o que resulta ainda na sua aplicação quanto a essa forma específica de tributação. Desse modo, os advogados não se submeteriam a tributação imposta pela lei prevista no enunciado, em razão de ilegalidade, com base no art. 10 da LC 116/2003 e art. 9º, parágrafos primeiro e terceiro do Decreto-Lei no. 406/68 que não foram expressamente revogados, e constituem normas gerais a serem observadas pelos municípios. O advogado poderá propor ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária ou mandado de segurança preventivo.
3ª) A pessoa física X ajuizou ação de indenização por danos morais em face da pessoa jurídica W Ltda., em razão da inclusão indevida do seu nome no cadastro de inadimplentes. A pessoa jurídica foi condenada ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). A União, ao tomar ciência da condenação, lavrou auto de infração visando à cobrança de imposto sobre a renda da pessoa física, incidente sobre a indenização recebida. A pessoa física X apresenta impugnação ao auto de infração, que está pendente de julgamento.
Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir.
A) A indenização recebida pela pessoa física X está sujeita ao imposto sobre a renda? Fundamente.
Resposta: O fato gerador do imposto sobre a renda é a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica decorrente de acréscimo patrimonial, conforme o Art. 43 do CTN. Dessa forma, na indenização por dano moral, inexiste acréscimo patrimonial e, portanto, não é devido o imposto sobre a renda. Nesse sentido, é o teor da Súmula 498, do STJ: “Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais”.
B) Na hipótese, a União poderá́ negar certidão de regularidade fiscal ao contribuinte?
Resposta: Como a pessoa física X apresentou impugnação ao auto de infração, hipótese de suspensão de exigibilidade do crédito, na forma do Art. 151, inciso III, do CTN, ele terá direito à certidão positiva com efeitos de negativa, nos termos do Art. 206 do CTN.
4ª) O Estado Alfa editou duas leis relativas ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS. A primeira, com o objetivo de fomentar a indústria de uma determinada área e atrair contribuintes de outros Estados da Federação, concedeu redução da base de cálculo do ICMS para pessoas jurídicas que instalassem indústrias dentro daquela região, sem a deliberação dos outros Estados. A segunda, de abril de 2016, reduziu o prazo para recolhimento do ICMS.
Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir.
A) É legítima a redução de base de cálculo concedida pela primeira lei?
Resposta: A redução de base de cálculo concedida pela primeira lei não é legítima, visto que tal benefício meramente poderia ter sido aprovado mediante prévia deliberação dos Estados e do Distrito Federal.
Nesse sentido, trata-se do artigo constitucional mais importante no combate à chamada “guerra fiscal”, que exige que os benefícios fiscais de ICMS sejam concedidos mediante deliberação dos Estados. O Art. 155, § 2º, inciso XII, alínea g, da CRFB/88, prevê que cabe à lei complementar regular como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos.
De acordo com o art. 1º, parágrafo único, inciso I, da Lei Complementar nº 24/75, os benefícios fiscais relativos ao ICMS serão concedidos ou revogados nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal. Portanto, a redução de base de cálculo concedida pela primeira lei não é legítima, uma vez que tal benefício somente poderia ter sido aprovado mediante prévia deliberação dos Estados e do Distrito Federal.
B) A segunda lei está sujeita ao princípio da anterioridade?
Resposta: No caso em tela, não está sujeito ao princípio da anterioridade . A alteração do prazo de recolhimento, uma vez que não implica instituição ou majoração de tributos, não está sujeita ao princípio da anterioridade. Nesse sentido, é o teor da Súmula Vinculante nº 50, do Supremo Tribunal Federal: “Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade”.
5ª) JOSÉ MANUEL, proprietário de imóvel no Município do Rio de Janeiro, recebeu informações de seu contador dando conta de que é necessário dirigir-se à Secretaria Municipal de Fazenda para ser devidamente intimado do lançamento do IPTU, mesmo após a emissão do carnê pelo órgão municipal. Diante disso pergunta-se: assiste razão ao contador?A atividade administrativa de lançamento é discricionária ou vinculada?
Resposta: Não assiste razão ao contador uma vez que o IPTU é tributo sujeito ao lançamento de ofício e a intimação ocorre com a emissão do carnê pelo Município. Neste sentido é o entendimento do STJ na súmula 397. A atividade administrativa é vinculada de acordo com o artigo 142 do CTN, o lançamento se torna eficaz, via de regra, com a notificação do sujeito passivo da obrigação tributária. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

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