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Materiais de Construção Civil II Ensaios e controle tecnológico do concreto PROFª. ME. MARIANA STOCCO Unidade 2 | Ensaios e controle tecnológico do concreto Seção 2.1 – Resistência do concreto Seção 2.2 – Ensaios para análise do concreto Seção 2.3 – Controle tecnológico do concreto Ementa do Curso Resistência do concreto Abordaremos as propriedades mecânicas do concreto, os fatores que interferem na resistência, além de entender como realizar os ensaios de tração e compressão e o cálculo desses parâmetros. Resistência do concreto Controle tecnológico do concreto Controle de concretagem Cuidados na concretagem Utilização de aditivos químicos e adições minerais Resistência do concreto Fatores que influenciam na resistência do concreto Segundo Tutikian & Andrade (apud MEHTA e MONTEIRO, 2008) existe uma grande quantidade de fatores que apresentam influência na resistência mecânica do concreto, que podem ser: Proporcionamento dos componentes (relação água/cimento e relação agregado/cimento). Condições de cura e idade dos corpos-de-prova. Propriedades dos componentes (cimento, agregado, aditivo e adições minerais). Resistência do concreto O uso de aditivos químicos no concreto já é uma prática mais que consagrada, em virtude da melhora das caraterísticas de trabalhabilidade do concreto, da redução do consumo de água e consequente redução da relação a/c, além do acréscimo de resistência à compressão. Neste mercado o desenvolvimento de produtos químicos com melhor performance é constante a fim de atender necessidades especificas, tais como: o tempo de manutenção do concreto, o aumento da resistência inicial, os concretos submersos, entre outros. Os agregados empregados no concreto interferem de diferentes formas na resistência à compressão. Resistência do concreto Resistência à compressão A resistência à compressão é a propriedade mais utilizada no controle tecnológico do concreto. Esse parâmetro pode ser associado a outras propriedades do concreto (fluência, módulo, etc.), além da durabilidade. Esses corpos-de-prova devem ser preparados para a realização do ensaio de resistência, sendo fundamental: Garantia de cura dos corpos-de-prova conforme a NBR 5739 (ABNT, 2018). Resistência do concreto Regularização do corpo-de-prova: regularizar as extremidades (topo e base). Determinar por meio de um paquímetro a altura no eixo longitudinal e o diâmetro do corpo-de-prova. A data de ruptura deve seguir as tolerâncias nas datas de ruptura especificadas: Resistência do concreto A data de ruptura deve seguir as tolerâncias nas datas de ruptura especificadas, sendo que a equação para a determinação da resistência à compressão é expressa da forma a seguir : em que fh/d é o fator de correção de forma. Resistência do concreto Quando se determinam as dimensões do corpo de prova ensaiado, deve-se atender uma relação altura/diâmetro (h/d) entre o intervalo: 1,94 < h/d ≤ 2,02, sendo a relação máxima admissível de 2,02. Caso a relação h/d seja inferior a 1,94, deve-se aplicar um fator de correção: Resistência do concreto Em muitos casos práticos é comum a execução da extração de testemunhos de concreto da própria estrutura de concreto aplicada para avaliar a resistência do concreto ali aplicado. Resistência do concreto Resistência à tração A existência dos esforços de momento fletor e força cortante em elementos estruturais geram na seção transversal tensões de tração e deformações. Quando a tensão de tração atinge a capacidade limite do concreto, existe a possibilidade do início das fissuras no material. A tensão de tração é fundamental no dimensionamento de elementos estruturais, pois está associada à determinação do momento de fissuração, verificação das aberturas de fissuras e da resistência de aderência. Resistência do concreto Para que possamos determinar a resistência à tração direta no concreto, é necessário aplicar forças centralizadas em um corpo de prova até a sua ruptura. O corpo de prova deve ter seção central retangular de 9 x 15 cm e extremidades quadradas de 15 x 15 cm (conforme a figura), com análise similar ao ensaio de compressão. Ensaio de tração direta Resistência do concreto Resistencia à tração diametral - indireta Consiste no emprego de um corpo de prova de dimensão 15 cm de diâmetro por 30 cm de altura, colocado com o eixo horizontal entre os pratos da máquina de ensaio. O contato entre o corpo de prova e os pratos deve ocorrer somente ao longo de duas geratrizes diametralmente opostas, sendo aplicada uma força até a ruptura por fendilhamento devido à tração indireta (PINHEIRO, 2010). Resistência do concreto Resistência do concreto A distribuição de tensões é praticamente uniforme, sendo a determinação da resistência a tração dada pela equação: fct,sp - resistência à tração por compressão diametral. F – força aplicada pela máquina de ensaio. d – diâmetro do corpo de prova cilíndrico. l – comprimento do corpo-de-prova cilíndrico. Resistência do concreto Resistência à tração por ensaios na flexão - indireta Segundo a NBR 12142 (ABNT, 2010), o ensaio de resistência à tração na flexão é realizado em corpos de prova prismáticos submetidos à carga de flexão em duas seções simétricas (aplicada nos terços da amostra). A figura a seguir apresenta a sistemática desse ensaio. Resistência do concreto A determinação da tensão de tração na flexão pode ser obtida de acordo com as equações a seguir. Quando a ruptura ocorre no terço médio da distância entre elementos de apoio: b e h - largura e altura média do corpo de prova na seção de ruptura (mm). Resistência do concreto Quando a ruptura ocorre fora no terço médio da distância entre elementos de apoio, mas não mais que 5% do comprimento do vão: a - distância média entre a linha de ruptura na face tracionada e a linha correspondente ao apoio mais próximo, com base em três medições realizadas. - Nichos de concretagem (bicheiras): ◦ Verificar no elemento estrutural que o concreto foi aplicado apresenta o mesmo problema. ◦ Problema de moldagem x Problema na estrutura: Traço inadequada - Necessidade de reforço estrutural; Resistência comprometida – extração de testemunhos - segurança? - Procedimentos de moldagem do corpo de prova - Tamanhos diferentes – fator de correção – influencia na resistência fh/d= ℎ 𝑑 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 fh/d= ℎ 𝑑 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 fh/d= ℎ 𝑑 = 17,5 10 = 1,75 − 0,98 fh/d= ℎ 𝑑 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 fh/d= ℎ 𝑑 = 17,5 10 = 1,75 − 0,98 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 𝐴 = 𝜋 ∙ 52=78,54 cm2 fh/d= ℎ 𝑑 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 fh/d= ℎ 𝑑 = 17,5 10 = 1,75 − 0,98 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 𝐴 = 𝜋 ∙ 52=78,54 cm2 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d = 19200 78,54 ∙ 0,098 ∙0,98=23,47 Mpa 2.2 Ensaios para análise do concreto Após a desforma de uma linha de vigas, foi identificada a ocorrência de uma falha de concretagem no concreto: 2.2 Ensaios para análise do concreto A seção 2.2 irá explorar as falhas de concretagem, ensaios de laboratório e campo, além de saber como fazer a previsão da resistência à compressão em diferentes idades do corpo de prova. Defeitos de concretagem Quando identificamos problemas em estruturas concretadas, dizemos que o concreto possui uma patologia. As manifestações patologia ocorrem por diferentes origens, sendo associados: ▪ Problemas no processo de preparo de forma. ▪ Aplicação inadequada do concreto. ▪ Problemas nos materiais componentes do concreto. ▪ Deficiências de misturas. ▪ Falhas de concepção de projeto. Manifestações patológicas mais comuns Causas: Falta de vibração, erros no lançamento, uso de CAA com formas com problemas de estanqueidade, entre outros. Cuidados no lançamento do concreto • O concreto deve ser lançado o mais próximo possível do seu localdefinitivo. • Em nenhuma hipótese, o lançamento deve ocorrer após o início de pega do concreto. • O lançamento deve ser feito de maneira uniforme nas fôrmas, evitando a concentração e deformação delas. • O lançamento nas fôrmas deve ser feito em camadas de altura compatível com o adensamento previsto. • Alturas inferiores a 2,5 metros, evitando que haja a segregação dos agregados graúdos. • Caso a altura de queda livre do concreto ultrapasse os 2 m, recomenda-se o uso de concreto com características para bombeamento, emprego de dispositivos que conduzam o concreto, entre outros. • O emprego de janelas de inspeção auxilia também na concretagem, além da vibração adequada. Emprego de CAA • Se o traço for bem estudado e o concreto confeccionado corretamente, o CAA evita falhas de concretagem. • Contudo, o CAA também requer uma estabilidade na mistura, caso contrário, efeitos de segregação do concreto podem ocasionar problemas estruturais e estéticos no elemento empregado. Uma linha de vigas da edificação, após a desmoldagem, apresentou manifestações patológicas do tipo “bicheiras”/nichos de concretagem, como evitar e corrigir este problema? Causas Treinamento dos colaboradores Falta de vibração do concreto Consistência inadequada do concreto Estanqueidade ruim das formas Controle nos processos de concretagem Utilizar adições para melhorar a coesão Realizar um estudo de dosagem Analisar também a viabilidade da elaboração de CAA Como corrigir as bicheiras: A recuperação deve ser realizada com a quebra do concreto com martelete e a reconstituição com concreto fluido (graute). ▪ Demarcar a área; ▪ Cortá-la/escarificá-la; ▪ Limpar e remover todas as partes soltas ▪ Limpar a armadura e passar um primer anticorrosão; ▪ Umedecer o local e aplicar o graute. Importância do controle tecnológico e de concretagem Rastreabilidade de problemas Principalmente de resistência e porosidade - Recebimento de 5 caminhões betoneira por dia, na fase atual da execução; Mapa de concretagem Identificação do caminhão (nº do selo/nº da nota); Horários de concretagem; Que elementos foram concretados com aquele caminhão; Atendeu-se o slump test previsto. Controle de concretagem Concreto usinado Moldagem de CP’s para amostragem de controle de qualidade, entre outros. Cada tipo de classe de concreto a ser colocada na estrutura deve ser submetida aos ensaios de consistência e resistência à compressão. A amostragem pode ser total ou parcial, mas para um melhor controle, a amostragem total é mais indicada e utilizada. Para concreto dosado em obra, deve-se moldar amostras e realizar o slump test nas seguintes situações: Primeira amassada do dia; Ao reiniciar o preparo, após uma interrupção de pelo menos duas horas; Na troca de operadores; e Cada vez que forem moldados corpos de prova. Amostragem Aleatória; Dois CP’s por idade para cada amassada; Após 15% e antes de 85%. fh/d= ℎ 𝑑 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 fh/d= ℎ 𝑑 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 fh/d= ℎ 𝑑 = 17,5 10 = 1,75 − 0,98 fh/d= ℎ 𝑑 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 fh/d= ℎ 𝑑 = 17,5 10 = 1,75 − 0,98 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 𝐴 = 𝜋 ∙ 52=78,54 cm2 fh/d= ℎ 𝑑 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 fh/d= ℎ 𝑑 = 17,5 10 = 1,75 − 0,98 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 𝐴 = 𝜋 ∙ 52=78,54 cm2 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d = 19200 78,54 ∙ 0,098 ∙0,98=23,47 Mpa fh/d= ℎ 𝑑 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 CP: 100x200 mm Carga de ruptura: 15 tf fh/d= ℎ 𝑑 = 20 10 = 2 − 1 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 𝐴 = 𝜋 ∙ 52=78,54 cm2 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d = 15000 78,54 ∙ 0,098 ∙ 1 = 18,72 Mpa fh/d= ℎ 𝑑 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 CP: 100x175 mm Carga de ruptura: 7 tf fh/d= ℎ 𝑑 = 17,5 10 = 1,75 −0,98 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟2 ou 𝐴 = 𝜋∙𝐷2 4 𝐴 = 𝜋 ∙ 52=78,54 cm2 𝑓𝑐 = 𝐹 𝐴 ∙ 0,098 ∙ fh/d = 7000 78,54 ∙ 0,098 ∙0,98 = 8,56 Mpa 2.2 Ensaios para análise do concreto Após a desforma de uma linha de vigas, foi identificada a ocorrência de uma falha de concretagem no concreto: 2.2 Ensaios para análise do concreto A seção 2.2 irá explorar as falhas de concretagem, ensaios de laboratório e campo, além de saber como fazer a previsão da resistência à compressão em diferentes idades do corpo de prova. Defeitos de concretagem Quando identificamos problemas em estruturas concretadas, dizemos que o concreto possui uma patologia. As manifestações patologia ocorrem por diferentes origens, sendo associados: ▪ Problemas no processo de preparo de forma. ▪ Aplicação inadequada do concreto. ▪ Problemas nos materiais componentes do concreto. ▪ Deficiências de misturas. ▪ Falhas de concepção de projeto. Manifestações patológicas mais comuns Causas: Falta de vibração, erros no lançamento, uso de CAA com formas com problemas de estanqueidade, entre outros. Cuidados no lançamento do concreto • O concreto deve ser lançado o mais próximo possível do seu local definitivo. • Em nenhuma hipótese, o lançamento deve ocorrer após o início de pega do concreto. • O lançamento deve ser feito de maneira uniforme nas fôrmas, evitando a concentração e deformação delas. • O lançamento nas fôrmas deve ser feito em camadas de altura compatível com o adensamento previsto. • Alturas inferiores a 2,5 metros, evitando que haja a segregação dos agregados graúdos. • Caso a altura de queda livre do concreto ultrapasse os 2 m, recomenda-se o uso de concreto com características para bombeamento, emprego de dispositivos que conduzam o concreto, entre outros. • O emprego de janelas de inspeção auxilia também na concretagem, além da vibração adequada. Emprego de CAA • Se o traço for bem estudado e o concreto confeccionado corretamente, o CAA evita falhas de concretagem. • Contudo, o CAA também requer uma estabilidade na mistura, caso contrário, efeitos de segregação do concreto podem ocasionar problemas estruturais e estéticos no elemento empregado. Defeitos de concretagem Uma linha de vigas da edificação, após a desmoldagem, apresentou manifestações patológicas do tipo “bicheiras”/nichos de concretagem, como evitar e corrigir este problema? Defeitos de concretagem Causas Treinamento dos colaboradores Falta de vibração do concreto Consistência inadequada do concreto Estanqueidade ruim das formas Controle nos processos de concretagem Utilizar adições para melhorar a coesão Realizar um estudo de dosagem Analisar também a viabilidade da elaboração de CAA Defeitos de concretagem Como corrigir as bicheiras: A recuperação deve ser realizada com a quebra do concreto com martelete e a reconstituição com concreto fluido (graute). ▪ Demarcar a área; ▪ Cortá-la/escarificá-la; ▪ Limpar e remover todas as partes soltas ▪ Limpar a armadura e passar um primer anticorrosão; ▪ Umedecer o local e aplicar o graute. Defeitos de concretagem Importância do controle tecnológico e de concretagem Rastreabilidade de problemas; Principalmente de resistência e porosidade; - Recebimento de 5 caminhões betoneira por dia, na fase atual da execução; Controle de concretagem Concreto usinado Moldagem de CP’s para amostragem de controle de qualidade, entre outros. Cada tipo de classe de concreto a ser colocada na estrutura deve ser submetida aos ensaios de consistência e resistência à compressão. A amostragem pode ser total ou parcial, mas para um melhor controle, a amostragem total é mais indicada e utilizada. Controle de concretagem Para concreto dosado em obra, deve-se moldar amostras e realizar o slump test nas seguintes situações: Primeira amassada do dia; Ao reiniciar o preparo, após uma interrupção de pelo menos duas horas; Na troca de operadores; e Cada vez que forem moldados corpos de prova. Amostragem Aleatória; Dois CP’spor idade para cada amassada; Após 15% e antes de 85%. Mapa de concretagem Identificação do caminhão (nº do selo/nº da nota); Horários de concretagem; Que elementos foram concretados com aquele caminhão; Atendeu-se o slump test previsto. Amostragem 2.3 Controle tecnológico do concreto Amostragem do concreto; O controle de concretagem; Análise dos resultados de resistência do concreto; Principais siglas e definições Lote: é certa quantidade de concreto empregado em uma concretagem. Deve ser homogêneo e corresponder a um mesmo traço de concreto. Exemplar: quantidade de corpos de prova que representa o lote de concreto produzido no dia. Entre exemplares de um mesmo lote, o valor de resistência à compressão do concreto refere-se ao valor mais alto de dois corpos de prova “irmãos” para ruptura em uma mesma idade, coletados de uma mesma betonada de concreto produzido. Amostra: conjunto de exemplares que se admitem como representativos de um lote de concreto. Principais siglas e definições fi: resistência do concreto à compressão individual de cada um dos exemplares de uma amostra. fck: resistência característica do concreto à compressão, corresponde ao valor de referência adotado pelo projetista como base de cálculo. Está associada a um nível de confiança de 95% Fck,est: resistência característica estimada do concreto à compressão, é uma estimativa feita a partir de uma amostragem. Amostragem para controle de qualidade O controle de qualidade do concreto aplicado em estruturas requer cuidados associados ao processo de preparo e aplicação do concreto empregado. A norma NBR 14931 (ABNT, 2004) especifica que o preparo e os critérios de controle de concreto devem atender aos requisitos da NBR 12655 (ABNT, 2015). Conforme a norma, para cada tipo e classe de concreto a ser colocado em uma estrutura, devem ser realizados os ensaios de consistência e resistência à compressão, além de ensaios que venham a ser específicos do projeto estrutural. Amostragem para controle de qualidade No preparo do primeiro concreto do dia, há a necessidade de controle rigoroso pela interferência da umidade dos agregados miúdos (areias). Ao reiniciar o preparo após uma interrupção da jornada de concretagem de pelo menos 2 h. Na troca dos operadores. Cada vez que corpos de prova forem moldados. Para o concreto preparado por empresa de serviços de concretagem (centrais de concreto), devem ser realizados ensaios de consistência a cada betonada. No caso de concreto auto adensável, a frequência de realização dos ensaios está estabelecida na NBR 15823-1 (ABNT, 2017). Controle de concretagem No controle de concretagem é fundamental a realização dos ensaios de consistência e resistência. Além disso, o mapeamento do concreto lançado na estrutura permite controlá-lo de forma situada. Para tanto, caso haja problema de resistência do concreto é possível averiguar a região em que ele foi aplicado e atuar de forma corretiva, seja com análise do projeto, reforço estrutural ou demolição localizada. Controle de concretagem O mapeamento de uma laje, por exemplo, pode ser realizado da seguinte forma: a laje deve ser dividida de acordo com o planejamento de concretagem e os limites de cada concretagem devem ser desenhados no mapa. No momento da concretagem, o anotador deve marcar em cada trecho: • Número da betoneira que descarregou o concreto. • Data e hora do início da concretagem. • Número da nota fiscal referente à compra do concreto. Análise de ensaios de corpos de prova A análise dos ensaios em corpos de prova de controle é feita com base no controle de resistência à compressão, em que a determinação da resistência característica à compressão do concreto estimada (fck,est) é o parâmetro estabelecido por norma para aceitação do concreto. Consideram-se dois tipos de controle de resistência: o controle estatístico do concreto por amostragem parcial e o controle do concreto por amostragem total. Controle de amostragem total Segundo a NBR 12655 (ABNT, 2015), a amostragem total consiste no fato de que todas as betonadas são amostradas e representadas por um exemplar que define a resistência à compressão daquele concreto naquela betonada. Controle de amostragem parcial Conforme a NBR 12655 (ABNT, 2015), na amostragem parcial, são retirados exemplares de betonadas distintas. As amostras devem ser de, no mínimo, 6 exemplares para os concretos do grupo I (classes de resistência até C50, inclusive); 12 exemplares para os concretos do grupo II (classes superiores a C50), como estabelece a NBR 8953 (ABNT, 2015). Controle de amostragem parcial Lotes com números de exemplares 6 ≤ n ≤ 20: o valor do fck,est na idade especificada é dado por: Controle de amostragem parcial Não se pode tomar para fck,est valor menor que 6*f1, adotando-se para 6 os valores do quadro: Condições de preparo CONDIÇÃO A (aplicável a todas as classes de concreto): o cimento e os agregados são medidos em massa, a água de amassamento é medida em massa ou volume com dispositivo dosador e corrigida em função da umidade dos agregados. CONDIÇÃO B (pode ser aplicada às classes C10 a C20): o cimento é medido em massa, a água de amassamento é medida em volume mediante dispositivo dosador e os agregados medidos em massa combinada com volume. CONDIÇÃO C (pode ser aplicada apenas aos concretos de classe C10 e C15): o cimento é medido em massa, os agregados são medidos em volume, a água de amassamento é medida em volume e a sua quantidade é corrigida em função da estimativa da umidade dos agregados da determinação da consistência do concreto, conforme disposto na NBR NM 67 (ABNT, 1998) ou outro método normalizado. Essas condições também são empregadas no estudo de dosagem de concretos, interferindo no valor da resistência de dosagem do traço. Controle de amostragem parcial Lotes com números de exemplares n ≥ 20: o valor do fck,est, na idade especificada, é dado por fck,est = fcm – 1,65*Sd, sendo: O desvio padrão do concreto representa um dado técnico que indica a uniformidade do processo de preparo e produção de um traço de concreto. Esse parâmetro é muito empregado na representação de qualidade do concreto produzido por uma empresa. Segundo a NBR 9062 (ABNT, 2017), o desvio padrão inferior a 3,5MPa define se uma empresa que produz peças de concreto pode ser classificada como pré-fabricada Nos casos de concreto produzido por betonadas de pequeno volume e sempre que o número total de betonadas (lote) seja superior ao de exemplares da amostra que representa esse lote, ou seja, trate-se de amostragem parcial, pode se dividir a estrutura em lotes correspondentes a, no máximo, 10 m³ e amostrá- los com número de exemplares entre 2 e 5. Nestes casos, denominados excepcionais, o valor estimado da resistência característica é dado por: Exemplificando Resultados de resistência aos 28 dias para fck de projeto com 30MPa. Exemplificando Com os dados da tabela, calcula-se a resistência média: E o desvio padrão: Exemplificando Para o cálculo da resistência característica estimada, tem-se 19 exemplares. Por tratar-se de um número ímpar, deve-se considerar n=18, dessa forma, tem-se: Exemplificando Verificação para fck,est valor menor que 6*f1:
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