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RECURSO DE REVISTA O recurso de revista, assim como o recurso especial e o recurso extraordinário, possui natureza extraordinária e trata-se de um recurso essencialmente técnico, uma vez que visa a uniformização jurisprudencial, isto é, a correta interpretação das leis pelos Tribunais Trabalhistas. Difere-se do recurso ordinário já que este tem por objetivo à reforma ou modificação do julgado, com ampla discussão de fatos e provas. A base legal do recurso de revista está nos artigos 896 e 896-A a 896-C da CLT. Mauro Schiavi (2017, p. 107) conceitua tal recurso da seguinte forma: Trata-se o recurso de revista de medida recursal de natureza extraordinária, cabível em face de acórdãos proferidos pelos Tribunais Regionais do Trabalho em dissídios individuais, tendo por objetivo uniformizar a interpretação das legislações estadual, federal e constitucional (tanto de direito material como processual) no âmbito da competência da Justiça do Trabalho, bem como resguardar a aplicabilidade de tais instrumentos normativos. A partir dessa definição pode-se observar que o recurso de revista tem por objetivo o aprimoramento dos pronunciamentos judiciais, bem como busca evitar que arbítrios e ilegalidades eventualmente ocorram nas decisões proferidas pelos tribunais regionais. Trata-se de um mecanismo recursal que busca corrigir a decisão que violar a literalidade da lei ou da Constituição Federal e, ao mesmo tempo, uniformizar a jurisprudência nacional no que concerne sobre a aplicabilidade principiológica do direito objetivo. O prazo para apresentação, tanto para razões quanto para contrarrazões, do recurso de revista é de 8 dias. O recurso de revista é cabível contra os acórdãos proferidos pelos Tribunais Regionais do Trabalho, em grau de recurso ordinário, apenas nos dissídios individuais, não possuindo cabimento nos dissídios coletivos. Desta forma ele também não é cabível nos processos de competência originária dos Tribunais Regionais do Trabalho (dissídios coletivos, ação rescisória, mandado de segurança, ação anulatória de cláusula convencional), nesses casos, da sentença normativa ou acórdão proferido pelo TRT, deverá ser interposto recurso ordinário que será julgado pelo TST. Quanto ao juízo de admissibilidade, o recurso de revista observa a regra geral do duplo grau de admissibilidade recursal, ou seja, primeiramente ele será apreciado pelo juízo a quo (primeiro grau) que será o Presidente do TRT (conforme dispõe o §1º do art. 896 da CLT) e posteriormente caberá análise por parte do juízo ad quem (segundo grau) que será uma das oito Turmas do TST (conforme aduz o caput do art. 896 da CLT). O recurso de revista deve preencher certos pressupostos extrínsecos e intrínsecos. Os pressupostos extrínsecos são: regularidade formal (não basta apresentar simples petição, ela precisa estar acompanhada das razões); interposição através de advogado; deposito recursal (preparo do recurso de revista, sendo que o valor é o dobro do exigido para o recurso ordinário, observado o limite do valor da condenação); limitação de aplicabilidade nas hipóteses previstas nas alíneas do art. 896 da CLT; utilização em acórdãos de TRTs proferidos em dissídios individuais e peça recursal que deve preencher os requisitos do art. 896, §1º-A da CLT. Legitimidade, interesse e prequestionamento constituem os pressupostos intrínsecos. O recurso de revista é cabível no rito sumaríssimo em hipóteses específicas, são elas: quando o acórdão do TRT contrariar Súmula do TST; quando o acórdão do TRT contrariar a Constituição Federal; e quando o acórdão do TRT contrariar a Súmula Vinculante do STF. Portanto, o recurso de revista figura como uma importante feramente para a uniformização jurisprudencial no âmbito trabalhista, proporcionando assim uma estabilidade jurídica. Referência: SCHIAVI, Mauro. A reforma trabalhista e o processo do trabalho: aspectos processuais da Lei n. 13.467/17. 1 ed. São Paulo: LTr Editora. 2017.
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