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Máquinas Elétricas 1 Prof. Alvaro Augusto W. de Almeida Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Eletrotécnica alvaroaugusto@utfpr.edu.br Capítulo 2 – Transformadores Monofásicos Sumário Sumário do capítulo Introdução O Transformador Ideal O Transformadores Real O Autotransformador Sistema Por Unidade O Transformador de Alta Frequência Exercícios Referências Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 2 Sumário Observações Estes slides foram preparados como parte do conteúdo da disciplina de Máquinas Elétricas 1 dos cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia de Controle e Automação da UTFPR, campus Curitiba. Esperamos que estes slides possam servir também como uma pequena apostila, além de material a ser exibido em sala de aula. Daí a maior quantidade de texto em relação a slides convencionais. Todas as ilustrações, exceto menção em contrário, foram confeccionadas pelo autor por meio do GIMP 2.8.18, GNU Image Manipulation Program. As fotografias foram pesquisadas por meio do Google e, quando a fonte não foi encontrada, foram consideradas de domínio comum. Caso não seja este o caso, basta entrar em contato e solicitar a retirada. E-mail: alvaroaugusto@utfpr.edu.br. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 3 mailto:alvaroaugusto@utfpr.edu.br Introdução 4 Sumário Transformadores Transformadores (ou “Trafos”, na gíria da Engenharia Elétrica brasileira) são circuitos elétricos que transferem energia eletromagnética entre dois ou mais circuitos por meio de indução eletromagnética, possibilitando o aumento ou a redução de tensão. Faraday descobriu o princípio da indução de pulsos de tensão entre dois enrolamentos em 1830. Contudo, ele não percebeu que havia uma relação entre o número de espiras do primário e do secundário e as tensões do primário e do secundário, respectivamente. Um dos primeiros pesquisadores a perceber a relação entre espiras e tensões foi o irlandês Nicholas Callan (1799-1864). Em 1837, usando um relógio para interromper a corrente 20 vezes por segundo, Callan, produziu faíscas de 380mm, uma tensão estimada de 60kV. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 5 Sumário Aplicações dos Transformadores Adequar os níveis de tensão em sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Isolar eletricamente o circuito de potência principal dos sistemas de proteção, medição e controle. Realizar casamentos de impedância, maximizando a transferência de potência entre dois circuitos. Evitar a transferência de corrente contínua de um circuito para o outro. Alimentar equipamentos de baixa tensão a partir de tomadas de média tensão (380/220/110 V). Realizar medições de tensão e corrente. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 6 Sumário Alguns Tipos de Transformadores Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 7 Figura (2.1) Sumário Transformadores de Força São transformadores para geração, transmissão e distribuição de energia em concessionárias e subestações de grandes indústrias, incluindo aplicações especiais como fornos de indução, fornos a arco e retificadores. Potência: 5 MVA a 300 MVA. Tensões: as tensões mais comuns no Brasil vão de 230 kV a 500 kV. Uma exceção é uma das linhas AC da UHE Itaipu, que transmite em 750 kV. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 8 Fonte: WEG Sumário Sumário Transformadores de Distribuição São transformadores para distribuição de energia ao consumidor final (concessionárias de energia, cooperativas, instaladoras e empresas de modo geral). Potência: 30 kVA a 300 kVA. Alta tensão: 13,8 kV a 25 kV. Baixa tensão: 380/220 V ou 220/127 V. 9 Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 Sumário Autotransformadores São transformadores cujos enrolamentos, além de acoplados magneticamente, são também aco- plados eletricamente. Se o isolamento elétrico não for necessário e se, além disso, tensões variáveis forem necessárias, o auto- transformador é o mais indicado. Por causa do acoplamento elétrico, o rendimento e a regulação do autotransformador são maiores. Um autotransformador de baixa potência bastante conhecido é o Varivolt. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 10 Sumário Sumário Autotransformadores de Potência Autotransformadores trifásicos podem operar em potências que vão até algumas centenas de kVA. A grande vantagem é o tap variável, que per-mite o controle de tensão sob carga variável. Exemplos desse tipo de transformador encontram-se na subestação de 765/500/345 kV Tijuco Preto e na subestação de 500/345 kV de Ibiúna, ambas pertencentes a Furnas. O autotransformador da fotografia ao lado foi construído pela Ningbo Tianan Group, uma empresa chinesa. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 11 Sumário Fonte: Ningbo Tianan Group, China Sumário Transformadores de Potencial (TPs) Os TPs são transformadores de medição de alta tensão usados em conjunto com os TCs. São conectados em paralelo com o circuito medido, interferindo minimamente no funcionamento deste. O primário do TP é conectado ao circuito de alta tensão a ser medido e o secundário é conectado a um voltímetro. A razão entre a tensão do primário e a tensão do secundário é uma constante denominada “razão de transformação” e é determinada pelo fabricante. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 12 Sumário Transformadores de Corrente (TCs) TCs de alta tensão são usados em subestações para medição de corrente e proteção. Também existem TCs de baixa tensão, usados para monitoramento do consumo de energia em residências e outras instalações do mesmo tipo. O primário dos TCs é geralmente um só condutor e o secundário é um bobina envolvente. Amperímetros do tipo alicate, que permitem a medição de correntes sem interrupção do circuito, também operam com base nesse princípio. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 13 Sumário Transformadores de Pulso Enquanto os transformadores convencionais operam com ondas senoidais, os transformadores de pulso operam com ondas descontínuas, e.g., ondas quadradas. A principal característica destes transformadores é reproduzir o mais adequadamente possível em seu secundário o sinal injetado no primário, o que requer elevada permeabilidade e indutância de dispersão reduzida, assim como capacitância entre espiras. De modo a evitar a distorção dos pulsos, estes transformadores operam somente na região linear da curva de magnetização. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 14 Sumário Sumário Transformadores de Pulso de Alta Potência Transformadores de pulso são também usados na área de alta potência e alta frequência. Estes transformadores podem usados para acoplar a saída de geradores AC com a entrada de retificadores, por exemplo. Outras aplicações envolvem aceleradores de partículas e a geração de pulsos para radar. A fotografia ao lado mostra um transformador de pulso de 12,5 MVA para uso em 33 kV. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 15 Sumário Fonte: Tianan China Sumário Transformadores de Áudio (AF) Os transformadores de áudio operam embanda larga, em frequências que vão de 20Hz até 20kHz, e são usados para adequar a saída de alta impedância dos amplificadores de áudio com a entrada de baixa impedância dos alto falantes. Esses transformadores foram essenciais na época dos amplificadores valvulados, mas ainda são produzidos para uma série de funções, como no caso de amplificadores que devem alimentar simultaneamente dois ou mais alto falantes de impedâncias diferentes, por exemplo. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 16 Sumário Transformadores de Alta Frequência (RF) As aplicações de transformadores de RF incluem o casamento de impedâncias, o isolamento de compo- nentes DC de sinais AC e o interfaceamento entre circuitos balanceados e circuitos desbalanceados, como no caso de amplificadores de alta frequência. O núcleo destes transformadores não pode ser o aço silício, por causa da permeabilidade reduzida deste material em frequências elevadas. Materiais como ferrite, permalloy ou SMC (Soft Magnetic Composite) são então utilizados. Os transformadores de RF são de banda larga, como os transformadores de áudio, mas, ao contrário destes, podem operar em frequências que vão de alguns kHz até mais de 1,0 GHz. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 17 Sumário Fonte: BCE componentes eletrônicos O Transformador Ideal 18 Sumário O Transformador Ideal Um transformador ideal é aquele que não apresenta perdas no cobre, no ferro, dispersão de fluxo ou quaisquer outros tipos de perdas. Um transformador é ilustrado ao lado, com uma fonte AC colocada no primário e uma carga no secundário. As grandezas indicadas por 1 pertencem ao primário e as indicadas por 2 pertencem ao secundário. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 19 Figura (2.2) Sumário Sumário Notação A notação que iremos utilizar daqui em diante é a seguinte: Supondo que uma forma de onda seja senoidal de frequência w rad/s, podemos escrever, por exemplo: onde q é um ângulo de defasamento medido a partir de uma referência. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 20 𝑣, 𝑖: valores instantâneos. 𝑉𝑚, 𝐼𝑚: valores máximos. 𝑉, 𝐼: valores eficazes. ሶ𝑉, ሶ𝐼: fasores. 𝑣 = 𝑉𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝜃 , Sumário Fluxo Concatenado O fluxo magnético que atravessa uma espira é conhecido como fluxo concatenado com a espira (linkage flux). No caso de um enrolamento formado por N espiras o fluxo concatenado pode ser escrito como: Na relação acima devemos considerar que o fluxo concatenado com cada espira é levemente diferente do fluxo da espira vizinha e é muito difícil estimar essa distribuição de fluxos. Assim, na prática é mais comum usarmos a noção de fluxo concatenado equivalente: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 20 𝜆 = 𝑖=1 𝑁 𝜙𝑖 𝜆 = 𝑁𝜙 (2.1) Sumário Fluxos de Dispersão O fluxo total em um enrolamento i pode ser escrito como: Aqui fdi é o fluxo de dispersão do enrolamento i e o fluxo f pode ser entendido como o fluxo mútuo entre os dois enrolamentos. O fluxo de dispersão é pequeno quando comparado com o fluxo mútuo, não mais de 7%. O fluxo de dispersão não satura, de forma que este fluxo em um dado enrolamento é proporcional à corrente neste enrolamento. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 21 𝜙𝑖 = 𝜙𝑑𝑖 + 𝜙 (2.2) Sumário Equacionamento do Trafo Ideal (1) Os valores instantâneos de fems e fluxos mútuos são escritos em função da Lei de Faraday: No transformador ideal os fluxos dispersos no primário e no secundário são desprezíveis. Logo, teremos f1 = f2 = f. Assim: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 22 𝑣1 = 𝑁1 𝑑𝜙1 𝑑𝑡 e 𝑣2 = 𝑁2 𝑑𝜙2 𝑑𝑡 𝑣1 = 𝑁1 𝑑𝜙 𝑑𝑡 e 𝑣2 = 𝑁2 𝑑𝜙 𝑑𝑡 ou 𝑣1 𝑁1 = 𝑣2 𝑁2 Sumário Equacionamento do Trafo Ideal (2) Supondo ainda que as fems sejam funções suaves do tempo, como funções senoidais, a relação valerá também para os valores eficazes: ou onde k é denominada “relação de espiras” ou “relação de transformação”. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 23 𝑉1 𝑉2 = 𝑁1 𝑁2 = 𝑘 (2.3) Sumário Equacionamento do Trafo Ideal (3) Em qualquer transformador temos que: No transformador ideal (sem perdas), vale também que: Substituindo esta relação em (2.3), teremos que Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 24 𝑆1 = 𝑉1𝐼1 e 𝑆2 = 𝑉2𝐼2 𝑆1 = 𝑆2 ou 𝑉1𝐼1 = 𝑉2𝐼2 𝑉1 𝑉2 = 𝐼2 𝐼1 = 𝑘 (2.4) Sumário Equacionamento do Trafo Ideal (4) Unindo as relações (2.3) e (2.4) vem que Da relação (2.3) vem também que: Da relação (2.6) fica claro que a fmm e o fluxo magnético dentro do núcleo do transformador ideal são nulos. Isso ocorre por causa da Lei de Lenz, que produz uma fem com sinal inverso ao do fluxo original (força contra-eletromotriz). Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 26 𝑁1𝐼1 = 𝑁2𝐼2 ou 𝑉1 𝑉2 = 𝑁1 𝑁2 = 𝐼2 𝐼1 = 𝑘 (2.5) ℱ1 = ℱ2 (2.6) Sumário A Convenção do Ponto Testes de polaridade permitem determinar em qual terminal do secundário será induzida uma tensão positiva a partir de uma tensão positiva aplicada em um terminal do primário. Na notação de circuitos os pontos são colocados nos terminas das bobinas que tenham tensão positiva. Isso signi- fica que um fluxo mútuo variável atra- vés das duas bobinas produz tensões induzidas em fase: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 28 Figura (2.3) ሶ𝐸1 = ሶ𝐸2 O Transformador Real 29 Sumário Transformadores Elevadores As relações (2.3) e (2.4) permitem entender porque é necessário elevar as tensões antes de transmitir a po- tência a longas distâncias. Seja, por exemplo, uma subestação cujos dados básicos são os seguintes: Gerador: 440 MVA, 13,8 kV. Transformador: 13,8 kV/230 kV. Resistência da Linha de transmissão: RTX=10 W. As perdas ôhmicas na linha de transmissão são P=RTXI 2 29 Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 Sumário Resultados O fator de transformação é k=13,8 kV/230 kV=0,06. A corrente no primário é 𝐼1 = Τ𝑆 3𝑉1 = 400 × 10 3/ 3 × 13,8 =16.735 A Os demais resultados são mostrados na tabela abaixo. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 30 Tipo I1 (A) I2 (A) Perdas (MW) Perdas (%) Com transformador 16.735 1.004 10,1 2,5% Sem transformador 16.735 16.735 2.800 700% Sumário Conclusão Para manter as perdas em 2,5%, sem usar transformador, seria necessário um condutor com diâmetro 600 vezes maior do que os utilizados. O uso dos transformadores, que só é possível em corrente alternada, permite reduzir as perdas. Quando a linha de transmissão chega à subestação de destino, transformadores abaixadores fazem a operação inversa, reduzindo as tensões a valores utilizáveis. 31 Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 Sumário Sistema de Geração, Transmissão e Distribuição Um sistema de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica é mostrado ao lado. Note que, no desenho, um consumidor industrial é atendido diretamente da linha de distribui- ção, talvez 13,8 kV, 34,5 kV ou 69 kV. Alguns poucos consumidores no Brasil são atendidos diretamente da transmissão, em 230 kV, por exemplo. Prof. AlvaroAugusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 32 Sumário Sumário Perdas no Transformador Real As perdas no transformador real são classificadas da seguinte forma: Perdas sob carga (PL) Perdas no cobre (PCu) Perdas suplementares (Psup) Perdas a vazio (Pf) Perdas no Ferro ou no núcleo (“core”) (PC) Perdas nos dielétricos (Pdi) As perdas suplementares e nos dielétricos são muito menores do que as perdas no cobre e no ferro, respectivamente, e são usualmente desprezadas. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 33 Sumário Perdas no Cobre Sendo Ne o número total de enrolamentos de um transformador e ri a resistência elétrica de cada um deles, as perdas totais no cobre (também denominadas “perdas ôhmicas”) serão: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 34 𝑃𝐶𝑢 = 𝑖=1 𝑁𝑒 𝑟𝑖 𝐼𝑖 2 (2.7) Sumário Perdas por Histerese As perdas por histerese surgem da energia absorvida pelo núcleo de ferro para percorrer os laços de histerese. Sendo Bm a indução magnética de pico e f a frequência de operação, as perdas por histerese podem ser escritas como: onde x (o expoente de Steinmetz) e kh são parâmetros que devem ser determinados experimentalmente. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 35 𝑃ℎ = 𝑘𝑘𝑓𝐵𝑚 𝑥 (2.8) Sumário Perdas por Correntes de Foucault As perdas por Foucault surgem das correntes induzidas no núcleo de ferro, também denominadas “correntes parasitas”. Sendo s a condutividade do núcleo, d a espessura das lâminas do núcleo, Bm a indução magnética de pico e f a frequência de operação, as perdas por Foucault serão: Note que as perdas por Foucault são diretamente proporcionais a s2 e a d2. Logo, quanto mais finas e menos condutivas forem as lâminas, menores serão as perdas por Foucault. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 36 𝑃𝐹𝐶 = 𝜋2𝜎 6 𝑓2𝑑2𝐵𝑚 2 (2.9) Sumário Perdas no Ferro Na prática as perdas por Foucault e por histerese não são medidas separadamente. De fato, a maneira mais fácil de determinar tais perdas é por meio do ensaio a vazio, que resulta nas perdas no ferro: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 37 𝑃𝐶 = 𝑃𝐻 + 𝑃𝐹𝐶 (2.10) Sumário Sumário Reatâncias do Transformador (1) Como mostra a anterior, o fluxo total do transformador divide-se em três componentes: o fluxo mútuo entre o primário e o secundário, o fluxo disperso no primário e o fluxo disperso no secundário. É possível representar os fluxos por meio de reatâncias. Inicialmente, sabemos que: onde “i” é o índice do enrolamento em questão. Da Lei de Hopkinson, temos: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 38 𝑥𝑖 = 𝜔𝐿𝑖 = 𝜔 𝑁𝑖 2 ℛ , 𝑥𝑖 = 𝜔 𝑁𝑖 2 Τℱ𝑖 𝜙𝑖 ou 𝑥𝑖 = 𝜔 𝑁𝑖 2 ℱ𝑖 𝜙𝑖 (2.11) Sumário Reatâncias do Transformador (2) As reatâncias de dispersão do transformador correspondem à potência fornecida pela fonte de alimentação, mas que não estão disponíveis para realizar o processo de transformação. Da mesma forma, o fluxo mútuo, ou fluxo de magnetização, pode ser escrito em função de uma reatância de magnetização: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 39 𝑥𝑚 = 𝜔 𝑁2 ℱ𝑚 𝜙𝑚 (2.12) Sumário Circuito Equivalente do Transformador Real A terminologia completa de impedâncias e correntes que usaremos é a seguinte: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 40 𝑟1 = resistência ôhmica do primário (Ω). 𝑟2 = resistência ôhmica do secundário Ω . 𝑟𝐶 = resistência de perdas no ferro Ω . 𝑥1 = reatância de dispersão do primário Ω . 𝑥2 = reatância de dispersão do secundário Ω . 𝑥𝑚 = reatância de magnetização Ω . 𝐼1 = corrente do primário A . 𝐼2 = corrente do secundário A . 𝐼𝜙 = corrente de excitação A . 𝐼𝐶 = corrente de perdas no ferro A . 𝐼𝑚 = corrente de magnetização A . 𝐼𝐶 = corrente de perdas no ferro A . Sumário Magnetização do Núcleo Considerando que o fluxo concatenado seja um função senoidal do tempo de frequência w rad/s, podemos escrever: A tensão induzida no primário será: Calculando o valor eficaz da tensão, teremos: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 41 𝜙 = 𝜙𝑚𝑎𝑥𝑠𝑒𝑛ω𝑡 𝑒1 = 𝑁1 𝑑𝜙 𝑑𝑡 𝑒1 = 𝜔𝑁1𝜙𝑚𝑎𝑥𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 = 2𝜋𝑓𝑁1𝜙𝑚𝑎𝑥𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡ou 𝑉1 = 2𝜋 2 𝑓𝑁1𝜙𝑚𝑎𝑥 ou 𝜙𝑚𝑎𝑥 = 𝐸 𝜋 2𝑓𝑁1 (2.13) Sumário Equivalente do Transformador Real (1) O circuito equivalente do transformador real é inicialmente construído adicionando-se as resistências dos condutores e as reatâncias de dispersão ao circuito do transformador ideal. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 42 Figura (2.4) Sumário Ramo de Excitação Os efeitos de excitação do núcleo precisam ser agora incluídos. Charles P. Steinmetz (1865-1923) representou a excitação dividindo-a em duas partes: magnetização e perdas no núcleo. O fluxo de magnetização fm, é produzido pela corrente de magnetização Im e as perdas no ferro são produzidas pela corrente Ic. O ramo de excitação é representado ao lado. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 44 Figura (2.5) Sumário Equivalente do Transformador Real (2) O equivalente do transformador real é finalizado adicionando-se o ramo de excitação ao equivalente anterior. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 44 Figura (2.6) Sumário Equacionamento do Trafo Real Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 45 ሶ𝐼1 = ሶ𝐼𝜙 + ሶ𝐼1 ′ (2.14) ሶ𝐼𝜙 = ሶ𝐼𝑚 + ሶ𝐼𝑐 (2.15) ሶ𝑉1 = ሶ𝐸1 + ሶ𝐼1 𝑟1 + 𝑗𝑥1 (2.22) ሶ𝐸2 = ሶ𝑉2+ ሶ𝐼2 𝑟2 + 𝑗𝑥2 (2.23) 𝑃𝑐 = 𝐸1 2 𝑟𝑐 (2.16) 𝑃𝑐 = 𝑟𝑐 𝐼𝑐 2 (2.17) 𝑄𝑚 = 𝐸1 2 𝑥𝑚 (2.19) 𝑄𝑚 = 𝑥𝑚 𝐼𝑚 2 (2.20) ሶ𝐸1 = 𝑘 ሶ𝐸2 (2.18) 𝑃𝐶𝑢 = 𝑟1𝐼1 2 + 𝑟2𝐼2 2 (2.21) Sumário Figura (2.7) Diagrama Fasorial a Vazio (1) Sabendo que o fluxo e as fems estão defasados de 90°, o diagrama ao lado pode ser construído. Note que o fluxo de magnetização é tratado como um fasor, embora seja a rigor um escalar (lembremos da Lei de Gauss do magnetismo). Esse tipo de “vetorização” ou “fasorização” do fluxo magnético será útil em varias oportunidades. Note que, no momento, por facilidade, as fems do primário e do secundário estão representadas em oposição de fase. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 46 Sumário Sumário Diagrama Fasorial a Vazio (2) Quando a vazio, a relação (2.22) se torna: O diagrama ao lado ilustra todos os fasores do transformador monofásico a vazio. Note que, neste caso, a corrente que passa pela resistência do primário é apenas a corrente de excitação. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 47 Figura (2.8) ሶ𝑉1 = ሶ𝐸1 + ሶ𝐼𝜙 𝑟1 + 𝑗𝑥1 Sumário Sumário Figura (2.9) Diagrama Fasorial Sob Carga (1) Supondo um transformador alimentando carga indutiva, o diagrama fasorial é construído a partir da equação (2.22). Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 48 Sumário Sumário Figura (2.10) Diagrama Fasorial Sob Carga (2) O diagrama fasorial completo, com as grandezas do secundário incluídas, é mostrado abaixo. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 49 SumárioSumário Transferência de Impedância Lembrando das relações de transformação (relação 2.5), podemos escrever: Uma impedância Z2 no secundário pode ser escrita em função de uma impedância Z1 no primário: A relação (2.24) é denominada transferência de impedância e significa que uma impedância do secundário pode ser “vista” do primário desde que multiplicada por k2. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 50 𝑉1 = 𝑉2𝑘 e 𝐼1 = 𝐼2 𝑘 𝑍1 = 𝑉1 𝐼1 = 𝑘𝑉2 𝐼2/𝑘 = 𝑘2 𝑉2 𝐼2 ou 𝑍1 = 𝑘 2𝑍2 (2.24) Sumário Equivalente “T” Referido ao Primário O circuito equivalente referido ao primário, também denominado Equivalente T, pode ser agora construído tomando-se como base a transferência de impedância. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 51 Figura (2.11) Sumário Equacionamento do Equivalente “T” Referido ao Primário Algumas relações no circuito referido ao primário podem ser simplificadas em relação ao circuito completo, conforme abaixo: As demais relações permanecem as mesmas. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 52 ሶ𝐼1 = ሶ𝐼𝜙 + ሶ𝐼2 𝑘 (2.25) ሶ𝑉1 = ሶ𝐸 + ሶ𝐼1 𝑟1 + 𝑗𝑥1 (2.30) ሶ𝐸 = ሶ𝑘𝑉2 + ሶ𝐼2 𝑘𝑟2 + 𝑗𝑘𝑥2 (2.29) 𝑃𝑐 = 𝐸2 𝑟𝑐 (2.27) 𝑄𝑚 = 𝐸2 𝑥𝑚 (2.26) 𝑃𝐶𝑢 = 𝑟1𝐼1 2 + 𝑟2𝐼2 2 (2.28) Sumário Figura (2.12) Diagrama Fasorial do Equivalente “T” – Carga Indutiva O diagrama fasorial do Equivalente T é igual ao diagrama do circuito completo, desde que façamos E1 = E2 = E. Por facilidade de visualização, vamos remover os fasores- corrente do ramo de excitação e agrupar os demais fasores do lado direito. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 53 Sumário Sumário Diagrama Fasorial do Equivalente “T” – Carga Capacitiva No caso de carga capacitiva a corrente do secundário se adianta em relação à tensão do secundário. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 54 Sumário Figura (2.13) Sumário Equivalente “T” Referido ao Secundário Um Equivalente “T” referido ao secundário também pode ser construído. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 55 Figura (2.14) Sumário Equivalente Simplificado Ref. Primário (1) Em algumas situações a corrente de excitação é muito pequena em comparação com a corrente do primário. O ramo de excitação pode então ser posicionado em paralelo com a fonte de alimentação. Por conveniência duas variáveis são definidas: O circuito equivalente simplificado referido ao primário, também denominado Circuito L, é mostrado na página seguinte. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 56 𝑟𝑒𝑞 = 𝑟1 + 𝑘 2𝑟2 (2.31) 𝑥𝑒𝑞 = 𝑥1 + 𝑘 2𝑥2 (2.32) Sumário Equivalente Simplificado Ref. Primário (2) Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 57 Figura (2.15) Sumário Equacionamento do Equivalente “L” Algumas relações podem ser ainda mais simplificadas: As demais relações permanecem as mesmas. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 58 ሶ𝐼1 = ሶ𝐼𝜙 + ሶ𝐼2 𝑘 (2.33) ሶ𝑉1 = 𝑘 ሶ𝑉2+ ሶ𝐼2 𝑘 𝑟𝑒𝑞 + 𝑗𝑥𝑒𝑞 (2.37) 𝑃𝑐 = 𝑉1 2 𝑟𝑐 (2.35) 𝑄𝑚 = 𝑉1 2 𝑥𝑚 (2.34) 𝑃𝐶𝑢 = 𝑟𝑒𝑞 𝐼2 𝑘 2 (2.36) Sumário Exemplo 2.1 (1) Um transformador monofásico de 100 kVA, 8.000/320 V tem os seguintes parâmetros de circuito equivalente: r1=5.0 W; r2=0,0075 W; x1=6,0 W; x2=0,009 W; rc=50 kW; xm=10 kW. Os parâmetros em série estão referidos aos seus próprios lados e os parâmetros em paralelo estão referidos ao lado de alta. O transformador opera com fator de potência 0,9 indutivo. Considerando V2=320 V, tomado como referência, calcule as perdas no ferro e a potência de magnetização usando o circuito: a)equivalente “T”; b) equivalente “L”. Para o equivalente “T”: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 59 ሶ𝐼2 = 𝑆 𝑉2 . exp −𝑎𝑐𝑜𝑠 𝑓𝑝 = 100.000 320 . exp −25,84 = 312,5. exp(−25,84) ሶ𝐸 = 𝑘 ሶ𝑉2 + ሶ𝐼2 𝑘𝑟2 + 𝑗𝑘𝑥2 = 25 × 320 + 312,5. exp(−25,84) × 0,005 + 𝑗0,006 Sumário Exemplo 2.1 (2) Perdas no ferro: Potência de magnetização: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 60 ሶ𝐸 = 8.055,61. exp(0,179) 𝑃𝑐 = 1.297,86 𝑊𝑃𝑐 = 𝐸2 𝑟𝑐 = 8.055,61 2 50.000 𝑄𝑚 = 𝐸2 𝑥𝑚 = 8.055,61 2 10.000 𝑄𝑚 = 6.489,28 var Sumário Exemplo 2.1 (3) Para o equivalente “L”: Tensão de entrada para 320V na saída: As perdas no ferro e potência de magnetização podem ser calculadas como antes, com V1 no lugar de E. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 61 𝑃𝑐 = 1.335,89 𝑊 𝑄𝑚 = 6.679,47 var 𝑟𝑒𝑞 = 𝑟1 + 𝑘 2𝑟2 = 9,69 Ω 𝑥𝑒𝑞 = 𝑥1 + 𝑘 2𝑥2 = 11,63 Ω ሶ𝑉1 = 𝑘 ሶ𝑉2+ ሶ𝐼2 𝑘 𝑟𝑒𝑞 + 𝑗𝑥𝑒𝑞 = 25 × 320 + 312,5 25 . exp(−𝑗25,84) × 9,69 + 𝑗11,63 ሶ𝑉1 = 8.172,80. exp 𝑗0,547 𝑉 . O erro entre os cálculos com os dois equivalentes é 2,85%. Sumário Equivalente Simplificado Referido ao Primário sem Ramo de Excitação Em algumas aplicações o ramo de excitação pode ser totalmente desprezado sem grandes prejuízo aos cálculos. Um circuito sem ramo de excitação, referido ao primário, é mostrado ao lado. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 62 Sumário Figura (2.16) Sumário Equacionamento do Equivalente Simplificado Algumas relações bastante simplificadas: As demais relações permanecem as mesmas. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 63 ሶ𝐼1 = ሶ𝐼𝜙 + ሶ𝐼2 𝑘 (2.33) ሶ𝑉1 = 𝑘 ሶ𝑉2+ ሶ𝐼2 𝑘 𝑟𝑒𝑞 + 𝑗𝑥𝑒𝑞 (2.37) 𝑃𝑐 = 𝑉1 2 𝑟𝑐 (2.35) 𝑄𝑚 = 𝑉1 2 𝑥𝑚 (2.34) 𝑃𝐶𝑢 = 𝑟𝑒𝑞 𝐼2 𝑘 2 (2.36) Sumário Laboratório: Ensaio a Vazio O objetivo do ensaio a vazio é determinar o valor dos parâmetros do ramo de excitação. Deve-se deixar o lado de alta tensão a vazio, alimentar o lado de baixa com tensão nominal e medir corrente e potência, conforme abaixo. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 64 Figura (2.17) Sumário Equivalente a Vazio A vazio podemos usar o equivalente L e desconsiderar o ramo série, pois a corrente circulando por ele é desprezível, conforme mostrado abaixo. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 65 Figura (2.18) Sumário Cálculo dos Parâmetros a Vazio Tendo-se medido V0, P0 e I0, os parâmetros do ramo de excitação podem ser determinados conforme se segue, referidos ao lado de baixa tensão. Da mesma forma: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 66 𝑃0 = 𝑉0 2 𝑟𝑐 𝑟𝑐(𝐵) = 𝑉0 2 𝑃0 (2.38)ou 𝑄0 = 𝑉0 2 𝑥𝑚 ou 𝑥𝑚 = 𝑉0 2 𝑄0 , ou, ainda: 𝑥𝑚(𝐵) = 𝑉0 2 𝑉0 2𝐼0 2 − 𝑃0 2 (2.39) Sumário Laboratório: Ensaio em Curto-Circuito O objetivo do ensaio em curto é determinar o valor dos parâmetros do ramo em série. Devemos deixar o lado de baixa tensão em curto e alimentar o lado de alta, de modo que circule corrente nominal. A seguir medimos tensão e potência, conforme abaixo. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 67 Figura (2.19) Sumário Equivalente em Curto Em curto podemos desconsiderar o ramo em paralelo, pois a corrente circulando por ele é desprezível, conforme mostrado abaixo. Prof. Alvaro Augusto - UTFPRMáquinas Elétricas 1 68 Figura (2.20) Sumário Cálculo dos Parâmetros em Curto Tendo-se medido Vcc, Pcc e Icc, os parâmetros do ramo de excitação podem ser determinados conforme se segue, referidos ao lado de alta. Da mesma forma: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 69 𝑃𝑐𝑐 = 𝑟𝑒𝑞𝐼𝑐𝑐 2 𝑟𝑒𝑞(𝐴) = 𝑃𝑐𝑐 𝐼𝑐𝑐 2 (2.40) ou ou , 𝑥𝑒𝑞(𝐴) = 𝑉𝑐𝑐 2𝐼𝑐𝑐 2 − 𝑃𝑐𝑐 2 𝐼𝑐𝑐 2 (2.41)𝑄𝑐𝑐 = 𝑥𝑒𝑞𝐼𝑐𝑐 2 Sumário Cálculo dos Parâmetros em Curto Para facilitar os cálculos é interessante converter os parâmetros para o mesmo lado. Por exemplo, convertendo os parâmetros em série para o lado de baixa tensão, teremos: Os parâmetros do circuito T podem ser estimados da seguinte forma: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 70 𝑟𝑒𝑞(𝐵) = 𝑘 2𝑟𝑒𝑞(𝐴) (2.42) 𝑥𝑒𝑞(𝐵) = 𝑘 2𝑥𝑒𝑞(𝐴) (2.43) 𝑟1 𝐵 = 𝑟2 𝐵 = 0,5 × 𝑟𝑒𝑞(𝐵) (2.44) 𝑥1 𝐵 = 𝑥2 𝐵 = 0,5 × 𝑥𝑒𝑞(𝐵) (2.45) Sumário Rendimento do Transformador (1) O rendimento de qualquer máquina é a relação entre a potência de saída e a potência de entrada. Definindo: O rendimento pode ser escrito como: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 71 𝑃𝑖 = potência de entrada. 𝑃𝑜 = potencia de saída. 𝑃𝑐 = perdas no ferro. 𝑃𝐶𝑢1 = perdas no cobre do primário. 𝑃𝐶𝑢2 = perdas no cobre do secundário. 𝜂 = 𝑃𝑜 𝑃𝑜 + 𝑃𝐶𝑢1 + 𝑃𝐶𝑢2 + 𝑃𝑐 (2.46)𝜂 = 𝑃𝑜 𝑃𝑖 ou Sumário Rendimento do Transformador (2) A curva do rendimento em função da carga é mostrado ao lado, com parâmetros ilustrativos. Podemos perceber que o rendimento é pequeno até um certo nível de carga, tornando- se máximo em um ponto ótimo e decaindo um pouco a seguir. Esse é um dos problemas dos transformadores operando com carga reduzida. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 72 Figura (2.21) Sumário Sumário Rendimento Máximo O rendimento máximo ocorrerá quando a derivada do rendimento em relação à corrente for nula. Utilizando o Circuito L, podemos escrever: Assim, o rendimento é máximo para a carga na qual as perdas no ferro igualam as perdas no cobre. Este fenômeno pode ser facilmente observado no gráfico anterior. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 73 𝜂 = 𝑉𝐼𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑟𝑒𝑞𝐼 2 − 𝑃𝑐 𝑉𝐼𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑑𝜂 𝑑𝐼 = 𝐼 𝑉𝑐𝑜𝑠𝜑 − 2𝐼𝑟𝑒𝑞 − 𝑉𝐼𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝐼 2𝑟𝑒𝑞 − 𝑃𝑐 𝑉𝐼𝑐𝑜𝑠𝜑 2 = 0 𝑟𝑒𝑞𝐼 2 = 𝑃𝑐 ou 𝑃𝐶𝑢 = 𝑃𝑐 (2.47) Sumário Regulação de Tensão A regulação de tensão é uma medida da variação da tensão do secundário provocadas por variações na carga. Sendo V2(0) a tensão do secundário a vazio e V2(L) a tensão do secundário sob carga, podemos escrever: A regulação percentual pode ser escrita como: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 74 𝑅 = อ 𝑉2 0 − 𝑉2 𝐿 𝑉2 0 𝑉1=𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡 (2.48) 𝑅(%) = อ100 × 𝑉2 0 − 𝑉2 𝐿 𝑉2 0 𝑉1=𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡 (2.49) Sumário Exemplo 2.2 – Regulação Positiva (1) Vamos usar o Equivalente L para calcular inicialmente um circuito com regulação positiva. Seja um transformador de 10 kVA, 2.400/240 V, r1=3,0 W; r2=0,03 W; x1=15,0 W; x2=0,15 W. O fator de potência inicialmente é 0,8 indutivo. A impedância referida ao primário é: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 75 𝑘 = 2.400 2400 = 10 ሶ𝑍𝑒𝑞 1 = 𝑟1 + 𝑘 2𝑟2 + 𝑗 𝑥1 + 𝑘 2𝑥2 = 3,0 + 3,0 + 𝑗 15,0 + 15,0 ሶ𝑍𝑒𝑞 1 = 6,0 + 𝑗30,0 = 30,59. exp(𝑗78,7) Ω Sumário Exemplo 2.2 – Regulação Positiva (2) Agora calculamos a corrente: A tensão do secundário para V1=2.400 será: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 76 ሶ𝐼2 = 𝑆 𝑉2 . exp −𝑎𝑐𝑜𝑠 𝑓𝑝 = 10.000 240 . exp −36,87 = 41,7. exp(−36,87) 𝑘 ሶ𝑉2 = ሶ𝑉1 − ሶ𝑍𝑒𝑞 1 ሶ𝐼2 𝑘 = 2.400 − 30,59 × 41,7 10 × exp 78,7 − 36,87 ሶ𝑉2 = 230,67. exp −2,11 𝑅 = 𝑉2 0 − 𝑉2(𝐿) 𝑉2 0 = 240 − 230,67 240 = 0,0389 ∴ 𝑅 % = +3,89% Sumário Exemplo 2.3 – Regulação Negativa (1) Seja agora um caso de fator de potência 0,8 adiantado. A corrente será: A tensão do secundário para V1=2.400 será: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 77 ሶ𝐼2 = 41,7. exp(+36,87) 𝑘 ሶ𝑉2 = 2.400 − 30,59 × 41,7 10 × exp 78,7 + 36,87 = 230,69. exp( 115,57) ሶ𝑉2 = 245,77. exp −2,68 𝑅 = 𝑉2 0 − 𝑉2(𝐿) 𝑉2 0 = 240 − 245,77 240 = −0,024 ∴ 𝑅 % = −2,4% Sumário Curvas de Regulação A figura ao lado mostra as curvas de regulação para três fatores de potência, com a potência do transformador variando de zero até o valor nominal. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 78 Figura (2.22) Sumário O Autotransformador 79 Sumário Figura (2.23) Autotransformadores Um autotransformador tem apenas um enrolamento, conforme mostrado ao lado. A formação do primário e do secundário é feita por meio de um tap, o que faz o autotransformador ser acoplado eletricamente, além de magneticamente. O tap pode ser fixo, deslizante ou selecionável por meio de contatos, permitindo a obtenção de diversos níveis de tensão. Da mesma forma que corre com os transformadores comuns, os autotransformadores podem ser abaixadores ou elevadores. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 80 Sumário Definição das Variáveis Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 81 𝑁𝑠 = número de espiras do enrola − mento série. 𝑁𝑐 = número de espiras do enrola − mento comum. 𝑁𝑇 = 𝑁𝑠 + 𝑁𝑐= número total de espiras do autotrafo. ℱ𝑇 = 𝑓𝑚𝑚 total Ae . ℱ𝑠 = 𝑓𝑚𝑚 do enrolamento série Ae . ℱ𝑐 = 𝑓𝑚𝑚 do enrolamento comum Ae . 𝐼𝑒𝑥 = corrente de excitação A . 𝑉𝑐 = tensão do enrolamento comum (V). 𝐼𝑐 = corrente do enrolamento comum (A). 𝑉𝑠 = tensão nominal do enrola − mento série (V). 𝐼𝑠 = corrente do enrolamento série (A). 𝑆𝐵 = 𝑉𝑠𝐼𝑠 = potência nominal do transformador antes de ser conectado como autotrafo VA . 𝑆𝑐𝑜𝑛𝑑 = potência conduzida VA . 𝑆𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = potência transformada VA . 𝑆𝑖𝑛 = potência de entrada VA . 𝑆𝑜𝑢𝑡 = potência de saída VA . Sumário Autotransformador Elevador Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 82 Figura (2.24) Sumário Autotransformador Abaixador Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 83 Figura (2.25) Sumário Equacionamento do Autotransformador Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 84 𝐼2 = 𝐼𝑠 + 𝐼𝑐 (2.51) 𝐼1 = 𝐼𝑠 (2.52) 𝐼𝑒𝑥 ≅ 0 (2.50) 𝑘 = 𝑁𝑠 + 𝑁𝑐 𝑁𝑐 (2.53) 𝑉𝑐 𝑉𝑠 = 𝐼𝑠 𝐼𝑐 = 𝑁𝑐 𝑁𝑠 (2.54) 𝑉1 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠 (2.55) 𝑉1 𝑉2 = 𝐼2 𝐼1 = 𝑘 (2.56) 𝑆𝑖𝑛 = 𝑉1𝐼1 (2.58) 𝑆𝑜𝑢𝑡 = 𝑉2𝐼2 (2.59) 𝑆𝑖𝑛 ≅ 𝑆𝑜𝑢𝑡 (2.60) 𝑆𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑉𝑐 𝐼2 − 𝐼𝑠 (2.62) 𝑆𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑉2𝐼2 1 − 1 𝑘 (2.63) 𝑉𝑐 = 𝑉2 (2.57) 𝑆𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑆𝑜𝑢𝑡 𝑁𝑠 𝑁𝑠 + 𝑁𝑐 (2.64) 𝑆𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = 𝑆𝑜𝑢𝑡 − 𝑆𝑐𝑜𝑛𝑑 (2.65) 𝑆𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = 𝑆𝑜𝑢𝑡 𝑁𝑐 𝑁𝑠 + 𝑁𝑐 (2.66) 𝑆𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑉𝑐𝐼𝑐 (2.61) Sumário Exemplo 2.4 – Autotrafo Elevador (1) Um transformador de 60 VA, 120/12 V, 5 A (no secundário) foi reconectado como um autotransformador elevador. O enrolamento de 120 V é o enrolamento comum e o enrolamento de 12 V é o enrolamento série. Determine: (a) o fator de transformação k; (b) a tensão na saída para 105 V aplicados no primário; (c) a potência total transferida; (d) a potência transformada; (e) apotência conduzida. Fator de transformação: Tensão no secundário: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 85 𝑉2 = 𝑉1 𝑘 = 105 0,909 𝑘 = 𝑉𝑐 𝑉𝑠 + 𝑉𝑐 = 120 120 + 12 = 120 132 ∴ 𝑘 = 0,9091 ∴ 𝑉2 = 115,5 𝑉 Sumário Exemplo 2.4 – Autotrafo Elevador (2) Potência nominal transferida: Potência nominal transformada: Potência conduzida Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 86 𝑆𝑜𝑢𝑡 = 𝑉2𝐼𝑛𝑜𝑚 = 115,5 × 5 ∴ 𝑆𝑜𝑢𝑡 = 577,5 𝑉𝐴 𝑆𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = 𝑉1𝐼2 = 105 × 0,50 ∴ 𝑆𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = 52,5 𝑉𝐴 𝑆𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑆𝑜𝑢𝑡 − 𝑆𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = 577,5 − 52,5 ∴ 𝑆𝑐𝑜𝑛𝑑 = 525 𝑉𝐴 𝐼2 = 𝑆𝑛𝑜𝑚 𝑉𝑛𝑜𝑚 = 60 120 = 0,50 Sumário Conclusões Pelo preço de um transformador de 60 VA nominais obtemos um transformador capaz de transformar 577,5 VA. A potência que não é transferida magneticamente (52,5 VA) é transferida eletricamente (525 VA). Por causa disso o autotransformador é mais econômico do que o transformador convencional. Outra característica aqui é que se deseja elevar a tensão de 105 V para apenas 115,5 V. Nesse caso seria um desperdício adquirir um transformador de 525 VA para realizar somente esta operação. Uma desvantagem do autotransformador é a ausência de isolamento elétrico. Uma falha no isolamento dos enrolamentos pode resultar e tensão plena aplicada à carga. No caso de redes trifásicas os autotransformadores têm a limitação de não suprimir harmônicos de corrente. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 87 Sistema Por Unidade (PU) 88 Sumário Definição do Sistema Por Unidade Um valor em PU é o valor original de uma grandeza, tal como tensão, corrente, impedância, etc., escrito em relação a um valor base da mesma grandeza. Sendo Vreal o valor da grandeza original e Vbase o valor base, o valor expresso em PU será: Um valor expresso em PU é igual a um centésimo do mesmo valor, quando expresso de forma percentual. Da mesma forma que percentuais, valores em PU são adimensionais. Todavia, costumamos anexar a partícula “PU” ao final dos valores, de modo a evitar confusão. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 89 𝑉𝑝𝑢 = 𝑉𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒 (2.85) Sumário Algumas Vantagens do Sistema PU Os fabricantes de equipamentos tais como geradores, motores e transformadores costumam fornecer reatâncias e impedâncias já em PU ou em percentual, expressas nas bases nominais dos equipamentos. Equipamentos semelhantes (mesma tensão, mesma potência, etc.) têm impedâncias semelhantes quando expressas em PU. Isso facilita os cálculos para substituição de equipamentos e para expansão e reformulação de redes. A impedância de transformadores, quando expressa em PU, é independente do lado (alta, média, baixa tensão) que tomamos como referência. A impedância dos transformadores torna-se independente do tipo de ligação (delta-estrela, delta-delta, estrela-estrela, etc.). Nas máquinas trifásicas, o uso do é minimizado. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 90 √3 Sumário Escolha das Bases (1) Em sistemas elétricos há três grandezas importantes: tensão elétrica, potência aparente, corrente elétrica e impedância. Escolhendo-se as bases para duas dessas grandezas, as bases para as outras seguem-se diretamente. Por exemplo, sendo Vb e Sb as bases de tensão e potência, respecti- vamente, a impedância base é: A corrente base para sistemas monofásicos é: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 91 𝑍𝑏 = 𝑉𝑏 2 𝑆𝑏 (2.86) 𝐼𝑏 = 𝑆𝑏 𝑉𝑏 (2.87) Sumário Escolha das Bases (2) Para sistemas trifásicos a corrente base será: A impedância base também pode ser escrita da seguinte forma: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 92 𝐼𝑏 = 𝑆𝑏 3𝑉𝑏 (2.88) 𝑍𝑏 = 𝑉𝑏 𝐼𝑏 (2.89) Sumário Exemplo 2.5 (1) (CHAPMAN, Exemplo 2.3) Considere o sistema de potência abaixo. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 93 Figura (2.26) Sumário Exemplo 2.5 (2) Os dados do sistema são os seguintes: Vamos escolher as seguintes bases na região do gerador: As bases de corrente e impedância são calculadas a partir das bases de tensão e potencia: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 94 𝑉𝐺 = 480 𝑉 Transformador 1: 𝑘1= 1/10 Transformador 2: 𝑘2 = 1/10 𝑍𝐿𝑇 = 20 + 𝑗60 Ω 𝑍𝐿 = 10. exp(𝑗30) Ω 𝑉𝑏1 = 480 𝑉 𝑆𝑏 = 10 𝑘𝑉𝐴 𝐼𝑏1 = 𝑆𝑏 𝑉𝑏1 = 10.000 480 = 20,83 𝐴 𝑍𝑏1 = 𝑉𝑏1 𝐼𝑏1 = 480 20,83 = 23,04 Ω Sumário Exemplo 2.5 (3) As tensão base se transformam da mesma forma que as tensões reais: Enquanto a potência base permanece a mesma em todo o sistema. As demais bases na região 2 serão: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 95 𝑉𝑏2 = 𝑉𝑏1 𝑘1 = 480 1/10 = 4.800 𝑉 𝑆𝑏2 = 𝑆𝑏1 = 10.000 𝑉𝐴 𝐼𝑏2 = 𝑆𝑏 𝑉𝑏2 = 10.000 4.800 = 2,083 𝐴 𝑍𝑏2 = 𝑉𝑏2 𝐼𝑏2 = 480 2,083 = 2.304 Ω Sumário Exemplo 2.5 (4) Na região 3 teremos As demais bases na região 3 serão: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 96 𝑉𝑏3 = 𝑉𝑏2 𝑘2 = 4.800 20/1 = 240 𝑉 𝑆𝑏3 = 10.000 𝑉𝐴 𝐼𝑏3 = 𝑆𝑏 𝑉𝑏3 = 10.000 240 = 41,67 𝐴 𝑍𝑏3 = 𝑉𝑏3 𝐼𝑏3 = 240 41,67 = 5,76 Ω Sumário Exemplo 2.5 (5) Agora convertemos os valores para pu: Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 97 𝑉𝐺 𝑝𝑢 = 𝑉𝐺 𝑉𝑏1 = 1,0 1,0 = 1,0 𝑝𝑢 𝑍𝐿𝑇 𝑝𝑢 = 𝑍𝐿𝑇 𝑍𝑏2 = 20 + 𝑗60 2.304 = 0,00866 + 𝑗0,026 𝑝𝑢 𝑍𝐿 𝑝𝑢 = 𝑍𝐿 𝑍𝑏3 = 10. exp(𝑗30) 5,76 = 1,736. exp(𝑗30)𝑝𝑢 𝑍𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑝𝑢 = 𝑍𝐿𝑇 𝑝𝑢 + 𝑍𝐿𝑇 𝑝𝑢 = 1,5117 + 0,894 𝑝𝑢 = 1,756. exp 𝑗30,6 𝑝𝑢 𝐼𝐺 𝑝𝑢 = 𝐼𝐿𝑇 𝑝𝑢 = 𝐼𝐿 𝑝𝑢 = 𝑉𝑝𝑢 𝑍𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑝𝑢 = 1,0 1,756. exp(𝑗30,6) = 0,569. exp(−𝑗30,6) Sumário Exemplo 2.5 (6) A figura abaixo mostra o circuito final convertido para PU. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 98 Figura (2.27) SumárioSumário Diagramas Unifilares Diagramas unifilares são interessantes por se aplicarem tanto a sistemas monofásicos quanto a sistemas trifásicos equilibrados. O diagrama da Figura (2.25), por exemplo, pode ser dese- nhado como ao lado. Os barramentos 2 e 3 delimitam as regiões operacionais. Em um sistema de potência, além de outros barramentos, cada enrolamento de um transformador define um barramento. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 99 Figura (2.28) O Transformador de Alta Frequência 100 Sumário Transformadores de Alta Frequência Quando os transformadores devem operar em frequências superiores a 60 Hz, seja em AF ou RF, algumas características especiais aparecem. Uma dessas característica é a elevada permeabilidade que o núcleo deve ter em frequências elevadas, o que torna impossível o uso de chapas de aço silício. Outra característica é a operação em várias frequências, e não apenas em uma frequência fixa. Dizemos então que o transformador deve ter banda larga. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 101 Sumário Resposta em Frequência A resposta em frequência de um transformador de alta frequência pode ser medida por meio das perdas por inserção em relação, como mostrado ao lado. As perdas por inserção correspondem à fração de potência perdida quando otransformador é inserido em um sistema de transmissão, comparadas a um trans- formador ideal. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 102 Figura (2.29) Sumário Circuito Equivalente para Altas Frequências As limitações de resposta em frequência do transformador de alta frequência são modeladas por meio da reatância capacitiva entre dois enrolamentos, (-jxc2) e das reatâncias capacitivas dos enrolamentos em si (-jxc1 e –jxc3). Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 103 Figura (2.30) Exercícios 100 Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 105 Sumário Exercício 2.1 (MCPHERSON; LARAMORE, 1990, 3.1). Um transformador monofásico tem 50 espiras em seu enrolamento primário, cuja indutância de dispersão é 0,8 mH. Em dado instante o fluxo entre o enrolamento primário e o secundário é 10 mWb e a corrente no primário é 20 A. Pede-se o fluxo concatenado total no primário neste instante. Exercício 2.2 (MCPHERSON; LARAMORE, 1990, 3.10). Um transformador monofásico de 7.200 V/240 V, 15 kVA tem Zeq=0,06 + j0,50 W, rc=800 W e xm=160 W, todas referidas ao secundário. (a) Quando o transformador está entregando corrente nominal a um fator de potência 0,8 indutivo sob 240 V, pede-se a tensão terminal e a corrente no primário; (b) que erro seria cometido se o transformador fosse ideal? Exercício 2.3 (MCPHERSON; LARAMORE, 1990, 3.11). Um transformador monofásico de 5 kVA, 440/220 V é testado em vazio e em curto-circuito. Os resultados do ensaio em vazio são 220 V; 1,10 A e 48,4 W e os resultados do ensaio em curto são 22,8 V; 11,4 A e 52 W. Pede-se: (a) o rendimento do transformador a plena carga e fator de potência 0,85 indutivo; (b) a que carga o transformador atinge rendimento máximo? Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 106 Sumário Exercício 2.4 (MCPHERSON; LARAMORE, 1990, 3.18). Um transformador monofásico, 10 kVA, 7.260/240 V tem impedância equivalente de 100 + j400 W referida ao primário. Pede-se: (a) a impedância referida ao secundário; (b) sob potência nominal, fator de potência unitário e tensão terminal igual a 220 V, qual a tensão no lado de baixa? Exercício 2.5 (MCPHERSON; LARAMORE, 1990, 3.19). Um transformador monofásico de 2.400/120 V, tem impedância equivalente de 0,01 + j0,09 W, referida ao lado de baixa. As perdas no ferro são 100 W. Quando tensão nominal é aplicada ao primário a tensão de excitação é 0,2 A. Pede-se a regulação e o rendimento a plena carga para: (a) fator de potência 0,8 indutivo; (b) fator de potência 0,8 capacitivo. Exercício 2.6 (FITZGERALD; KINGSLEY; UMANS, 2006, 2.11). As resistências e reatâncias de dispersão de um transformador de distribuição de 30 kVA, 60 Hz, 2.400/240 V, são: r1=0,68 W; x1=7,8 W; r2=0,0068 W ; x2=0,078 W. Cada quantidade está referida ao seu próprio lado. Considerando que o transformador esteja entregando potência nominal a uma carga com 230 V no lado de baixa, encontre a tensão no lado de alta que a carga seja: (a) indutiva com fator de potência 0,8; (b) capacitiva com fator de potência 0,8. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 107 Sumário Exercício 2.7 (FITZGERALD; KINGSLEY; UMANS, 2006, 2.18). Um transformador de distribuição de 75 kVA, 240/7970 V, 60 Hz, tem os seguintes parâmetros referidos ao lado de alta tensão: r1=5,93 W; x1=43,2 W; r2=3,39 W; x2=40,6 W; rc=244 kW; xm=114 kW. Suponha que o transformador esteja fornecendo sua potência aparente nominal em seu lado de baixa. Escreva um script em Matlab para determinar o rendimento do transformador para qualquer fator de potência, indutivo ou capacitivo. Exercício 2.8 (CHAPMAN, 2012, 2.3). Considere um sistema de potência simples consistindo de uma fonte ideal de tensão, um transformador elevador ideal, uma linha de transmissão, um transformador abaixador ideal e uma carga. A tensão da fonte é VS=480 V, a impedância da linha é ZLT=3 + j4 W e a impe- dância da carga é ZL=30 + j40 W. (a) Considerando que os transformadores não estão presentes no circuito, qual a tensão da carga e o rendimento do sistema?; (b) considerando que o transformador 1 é elevador de 1 para 5 e que o transformador 2 é abaixador de 5 para 1, qual a tensão da carga e o rendimento do sistema?; (c) qual a relação de espiras necessária para reduzir as perdas na linha de transmissão a 1% da potência total do gerador? Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 108 Sumário Exercício 2.9 (CHAPMAN, 2012, 2.15). Um autotransformador é utilizado para conectar uma linha de transmissão de 12,6 kV a uma outra linha de 13,8 kV. Ele deve ser capaz de operar com 2.000 kVA. Há três fases, ligadas em YY, com seus neutros solidamente aterrados. (a) qual deve ser a relação Nc/Ns para obter essa conexão?; (b) qual a potência aparente de cada enrolamento?; (c) qual é a vantagem de potência desse sistema como autotransformador?; (d) se um dos transformadores fosse religado como transformador comum, quais seriam suas especificações nominais? Exercício 2.10 (CHAPMAN, 2012, 2.16). Prove a seguinte afirmação: se um transformador, com uma impedância em série Zeq, for ligado como auto- transformador, sua impedância em série, como autotransformador, será: 𝑍𝑒𝑞 ′ = 𝑁𝑆 𝑁𝑆 + 𝑁𝐶 𝑍𝑒𝑞 Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 109 Sumário Exercício 2.11 (DEL TORO, 1999, 2.15). Um transformador de 200/100 V tem uma impedância de 0,3 + j0,8 W no enrolamento de 200 V e uma impedância de 0,1 + j0,25 W no enrolamento de 100 V. Quais as correntes nos lados de alta e de baixa se o curto-circuito ocorrer do lado de 100 V com 200 V aplicados no lado de alta? Exercício 2.12 (DEL TORO, 1999, 2.21). Um transformador de 10 kVA, 460/150 V, tem resistência do enrolamento do lado de alta igual a 0,4 W e resistência do enrolamento do lado de baixa igual a 0,02 W. A reatância de dispersão equivalente do lado de alta é 3,2 W. Esse transformador alimenta uma carga passiva com corrente atrasada de 21,7 A em 460 V e 8 kW. Determine as componentes resistiva e reativa da impedância de carga. Despreze a impedância de magnetização. Exercício 2.13 (DEL TORO, 1999, 2.23). Um transformador de 30 kVA, 240/120 V, tem os seguintes parâmetros: r1=0,14 W; x1=0,22 W; r2=0,035 W; x2=0,055 W. Deseja-se uma fem induzida no primário igual, em módulo, à tensão nos terminais do primário quando o transformador fornece corrente de plena carga. Como deve ser o transformador carregado para que se obtenha esse carregamento? Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 110 Sumário Exercício 2.14 (DEL TORO, 1999, 2.36). Um autotransformador monofásico tem Ns=100 espiras e Nc=600 espiras. Um ensaio de curto-circuito é realizado curto- circuitando-se o enrolamento AB e aplicando-se uma tensão reduzida no enrolamento BC. A impedância equivalente vista do enrolamento BC é 1,5 + j4,5. (a) Calcule a impedância equivalente vista do lado AC para a condição onde o enrolamento BC está em curto; (b) calcule a resistência equivalente vista de BC quando AC é curto-circuitado e uma tensão aplicada a BC. Exercício 2.15 (DEL TORO, 1999, 2.37). Um autotransformador monofásico de 40 kVA, alimenta uma impedância de 4,0.exp(-j36,9°) W, sob 200 V, a partir de uma alimentação de 125 V. Todas as perdas de potência e reatâncias de dispersão são desprezíveis. Calcule os módulos das correntes nas partes comuns e não comuns do transformador, considerando corrente de magnetização igual a 0,075 PU. Exercício 2.16 (DEL TORO, 1999, 2.40). Um transformadorcom potência nominal de 40 kVA tem perdas ôhmicas totais de 250 W quando opera com 50% da corrente nominal. Determine o valor PU da resistência equivalente. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 111 Sumário Exercício 2.17 (DEL TORO, 1999, 2.43). Um transformador com valores nominais de 2,5 MVA, 10.000/2.000 V, 60 z, é projetado para rendimento máximo com 80% da carga nominal. O valor por unidade da impedância equivalente deste transformador é 0,02 + j0,06. Para uma carga resistiva e operação com rendimento máximo, calcule as perdas e a mudança na tensão de uma de carga de 80% (na tensão nominal) até a operação a vazio. Exercício 2.18 (BIM, 2009, 2.7). Um transformador monofásico de 200 kVA, 20/2,4 kV, 60 Hz, é conectado para transformar 2,4 kV para 22,4 kV. Pede-se: (a) a máxima potência que pode ser transferida à carga sem exceder os valores nominais de tensão e corrente de seus enrolamentos; (b) as potências transferidas por indução e por condução. Exercício 2.19 (SEN, 1997, 2.10). Um transformador monofásico, 300 kVA, 11kV/2,2 kV, 60 Hz, tem os seguintes parâmetros de circuito equivalente referidos ao lado de alta tensão: req=2,784 W; xeq=8,45 W; rc=57,6 k W; xm=16,34 k W. (a) Pede-se: (i) a corrente a vazio como um percentual da corrente a plena carga; (ii) as perdas a vazio (i.e., perdas no ferro); (iii) o fator de potência a vazio; (iv) as perdas no cobre a vazio. (b) Se a impedância da carga do lado de baixa for 16.exp(-j60°), calcule a regulação usando o circuito aproximado. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 112 Sumário Exercício 2.20 (SEN, 1997, 2.13 e 2.14). Um transformador monofásico, 25 kVA, 2.300/230 V, tem os seguintes parâmetros: Zeq=4,0 + j5,0 W; rc=450 W; xm=300 W. O transformador é conectado a uma carga de fator de potência variável. (a) Determine a regulação para plena carga no pior caso; (b) determine o rendimento quando o transformador entrega plena carga sob tensão nominal e fator de potência 0,85 atrasado; (c) determine o carregamento percentual do transformador quando seu rendimento é máximo e determine este rendimento se o fator de potência é 0,85 atrasado sob tensão 230 V na carga. Exercício 2.21 (SEN, 1997, 2.15). Um transformador monofásico, 10 kVA, 2.400/240 V, tem as seguintes características: perdas no ferro a plena carga=100 W; perdas no ferro a meia carga=60 W. (a) Determine o rendimento do transformador quando alimenta plena carga sob fator de potência 0,8 atrasado; (b) determine o carregamento em PU no qual o rendimento é máximo. Determine esse rendimento se o fator de potência da carga for 0,9; (c) o transformador tem a seguinte curva de carga: vazio por 6 horas; 70% da carga por 10 horas sob fator de potência 0,8 indutivo; 90% da plena carga por 8 horas sob fator de potência 0,9 indutivo. Determine o rendimento diário do transformador. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 113 Sumário Exercício 2.22 (SEN, 1997, 2.17). Um transformador monofásico, 10 kVA, 460/120 V, 60 Hz, tem rendimento de 96% quando entrega 9 kW sob fator de potência 0,9 indutivo. Este transformador é conectado como autotransformador para alimentar uma carga de 460 V a partir de uma fonte de 580 V. Pede-se: (a) desenhe a ligação do transformador como autotransformador; (b) determine a máxima potência (em kVA) que o autotransformador pode suprir à carga de 460 V; (c) determine o rendimento do autotransformador a plena carga para fator de potência 0,9 indutivo. Exercício 2.23 (CHAPMAN, 2012, 2.9). Um transformador monofásico de 150 MVA, 15/200 kV tem resistência de 0,012 pu e reatância de j0,05 pu. A impedância de magnetização é j50 pu. Pede-se: (a) encontre o circuito equivalente, referido ao lado de baixa tensão, deste transformador; (b) calcule a regulação de tensão do transformador, para uma corrente de plena carga com fator de potência 0,8 atrasado; (c) calcule as perdas no núcleo e no cobre nas condições do item (b); (d) considere que a tensão no primário é 15 kV. Plote a tensão no secundário como uma função da corrente de carga para a condição desde a vazio até a plenas carga. Repita esse processo para fatores de potência 0,8 atrasado, unitário e 0,8 adiantado. Sumário The End! Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 114 Sumário Referências do Capítulo 2 BIN, E. Máquinas elétricas e acionamento, 2009. CHAPMAN, S.J. Fundamentos de máquinas elétricas, 5ed. 2013. FITZGERALD, A.E. et al. Máquinas elétricas – com introdução a eletrônica de potência, 2006. JORDÃO, Rubens Guedes. Transformadores, 2008. MCPHERSON, G.; LARAMORE, R.D. An introduction to electrical machines and transformers, 1990. SEN, Paresh C. Principles of electric machines and power electronics. 1997. SMITH, Ralph J. Circuitos dispositivos e sistemas – um curso de introdução à engenharia elétrica, v.1, 1975. WOLSKI, B. Eletromagnetismo para estudantes de engenharia, 2013. Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 115
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