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Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Universidade Federal de Itajubá Instituto de Engenharia de Produção e Gestão Economia – 2º semestre 2017 Professor: Moisés Diniz Vassallo Inflação e Desemprego Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 11ª Aula 1. Emprego / Desemprego; 2. Inflação vs Desemprego e Curva de Phillips 3. Estagflação; 4. Inflação no Brasil; 5. Teoria da moeda. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Mercado de Trabalho Oferta de trabalho: é composta por todos os indivíduos que estão trabalhando ou procurando ativamente trabalho (a chamada força de trabalho ou PEA – População Economicamente Ativa); Esta oferta de trabalho surge da busca do indivíduo em maximizar a utilidade (“bem-estar”) através do consumo financiado por sua renda do trabalho abrindo mão de tempo livre (custo de oportunidade); A oferta de trabalho é positivamente inclinada: quanto maior o salário de mercado mais pessoas entram no mercado de trabalho e quem já esta deseja trabalhar mais horas. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Mercado de Trabalho Demanda por trabalho: é determinada pelo desejo de contratar das firmas e das famílias. As firmas contratam quando é vantajoso produzir (VPmgT>Salário) e as famílias quando precisam dos serviços ofertados por outros para melhorar seu bem-estar (preço de reserva > salário); As firmas buscam maximizar seus lucros e as famílias o bem- estar; A demanda por trabalho é negativamente inclinada: quanto menor o preço do trabalho (salário) mais vantajoso será contratar e portanto, maior será a demanda. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Mercado de Trabalho A interação das forças da demanda de trabalho e da oferta de trabalho: Determina o preço do trabalho chamado de salário de mercado (ou salário de equilíbrio). Com ele surge, também, um nível de emprego de mercado. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Equilíbrio da Oferta e Demanda 6 Oferta Demanda Salário por hora Quantidade de horas T 21 3 4 5 6 7 8 9 10 12110 $3.00 2.50 2.00 1.50 1.00 0.50 Equilíbrio Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Indicadores do Mercado de Trabalho Indicadores monitoram e avaliam a realidade do mercado de trabalho: (a) Necessidade da implementação de políticas públicas na área trabalho, e é com base em indicadores que elas são decididas, implementadas e avaliadas. (b) Decisão de novos gastos do governo depende de indicadores atualizados para se comparar metas estabelecidas ex-ante com resultados obtidos ex-post. (c) Indicadores são fundamentais para se garantir a eficiência e a eficácia das políticas públicas governamentais. Indicadores são números estratégicos para tomada de decisão pelo governo para colocar em marcha suas políticas públicas, bem como seu monitoramento e avaliação. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Indicadores do Mercado de Trabalho Quadro 1 Classificação Ocupacional da População (Status Ocupacional da Força de Trabalho) - Sumário A - População Economicamente Ativa (PEA) a) Empregados (tempo parcial; tempo integral) b) Trabalhadores Informais e Subempregados c) Desempregados • buscando trabalho (já trabalharam, primeiro emprego) • trabalhadores desencorajados (não estão procurando emprego, mas aceitam um em condições especiais) B- População Não Economicamente Ativa a) Capacitados para o trabalho • Afazeres domésticos • Estudantes • Aposentados • Pensionistas • Rentistas • Outros b) Inativos (não buscam trabalho, nem desejam trabalhar) c) Incapacitados para o trabalho • Inválidos física e mentalmente • Idosos • Réus • Outras situações Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 9População e Força de Trabalho Figura 2 População Total População em Idade Não Ativa População em Idade Ativa (PIA) Indivíduos que não trabalham (incapacitados, estudantes, rentistas) Indivíduos em tarefas domésticas não remuneradas Indivíduos que trabalham Indivíduos que não trabalham, mas estão procurando emprego - são os desempregados (D) Trabalho assalariado remunerado em geral e outros envolvidos em atividades informais - são os empregados (E) População Não Economicamente Ativa ou Fora da Força de Trabalho População Economicamente Ativa (PEA) ou Força de Trabalho Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Descrição do Desemprego Existem três questões básicas: •Como o governo mede a taxa de desemprego da economia? •Que problemas surgem na interpretação das estatísticas sobre desemprego? •Quanto tempo o desempregado demora para arrumar um novo emprego? Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Como se Mede o Desemprego? No Brasil, a taxa oficial de desemprego é calculada pelo IBGE desde 1980. – Até o início de 2016 o IBGE fazia a “Pesquisa Mensal de Emprego - PME” em seis regiões metropolitanas do país: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre em cerca de 40 mil domicílios; – Atualmente o desemprego é medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad- Contínua) com uma amostra de mais de 210 mil domicílios e em mais de 3.500 municípios brasileiros. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Como se Media o Desemprego? A PME é uma pesquisa domiciliar, de periodicidade mensal, que investigava características da população residente na área urbana das regiões metropolitanas de abrangência As pessoas pesquisadas (maiores de 10 anos: em idade ativa) são classificadas nas seguintes categorias: ➢ Ocupadas: empregado, conta própria, empregador e trabalhador não-remunerado ➢ Desocupadas: sem trabalho, disponíveis para assumir trabalho e que procuraram trabalho no último mês ➢ Não-economicamente ativas/fora da força de trabalho: estudantes, donas de casa, aposentados Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Como se Media o Desemprego? O IBGE considerava uma pessoa em idade ativa se ela tivesse 10 anos ou mais; Uma pessoa é considerada empregada (ocupada) se ela esteve no mês anterior à pesquisa - empregada - com ou sem remuneração (trabalho de no mínimo 15 horas por semana) incluindo trabalhos em instituições beneficentes, cooperativas, aprendiz, estagiário. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Como se Media o Desemprego? Uma pessoa era considerada desempregada (desocupada) se ela não tem trabalho, mas estava disposta a trabalhar e tomou providência efetiva consultando jornais, pessoas, etc; Pessoas que não estão em nenhuma das categorias anteriores, tais como aposentados, donas-de-casa, estudantes, são considerados não economicamente ativas; O IBGE define a população economicamente ativa (PEA) como a soma das pessoas empregadas e desempregadas. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Problemas de Medida com a Taxa de Desemprego ➢ Trabalhadores desestimulados: pessoas que gostariam de trabalhar mas desistiram de procurar emprego e saem das estatísticas (desalento). ➢ Considera-las aumentaria desemprego de forma expressiva em momentos de crises alongadas. ➢ Em alguns momentos a taxa de desemprego pode cair não pelo fato de aumento do pessoal ocupado, mas sim pelo desalento que faz diminuir o número de desocupados. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Problemas de Medida com a Taxa de Desemprego Na verdade, desempregados são os indivíduos se encontram em uma das seguintes situações: Desemprego Aberto: pessoas que procuraram trabalho de maneira efetiva nos 30 dias anteriores ao da entrevista e não exerceram nenhum tipo de atividade nos 7 últimos dias. Desemprego Oculto pelo Desalento e Outros: pessoas que não possuem trabalho e nem procuraram nos últimos 30 dias, por desestímulosdo mercado de trabalho ou por circunstâncias fortuitas, mas apresentaram procura efetiva de trabalho nos últimos 12 meses. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Como se Mede o Desemprego Atualmente? A PNAD-Contínua é divulgada trimestralmente. As pesquisas têm diferenças também sobre os conceitos usados. A PME considera que as pessoas de 10 anos ou mais estavam em idade de trabalhar. A Pnad considera 14 anos. Na PME, só era considerada desempregada a pessoa que, além de estar sem trabalho e disponível para entrar no mercado, havia procurado emprego nos últimos 30 dias. Na Pnad, estar sem ocupação e ao mesmo tempo disponível para um emprego é o suficiente para a pessoa ser considerada desempregada. A mudança do acompanhamento do desemprego pela Pnad teve como um dos seus objetivo pôr fim a uma das maiores deficiências da PME, que era considerar como inativo aquele trabalhador que havia desistido de procurar emprego, mas continuava interessado em voltar ao mercado. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Taxa de participação Este indicador pode ser desagregado por inúmeras categorias, sendo as principais: * Gênero * Idade * Escolaridade * Região Usos do indicador: Projetar trajetórias futuras da oferta de trab. de homens, mulheres, jovens, etc; Planejamento financeiro da Previdência Social e da Seguridade Social (caminho futuro das aposentadorias); Relação entre fertilidade e participação feminina (politicas de saúde e planejamento familiar); Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Como o Desemprego é Medido? A taxa de desemprego é calculada como o % da população economicamente ativa que está desempregada. 100 AtivaenteEconomicamPopulação dosDesempregadeNúmeros =DesempregodeTaxa * Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Desemprego Indicador do mercado de trabalho (e da Economia) dentre os mais conhecidos e, certamente, um dos que recebem maior atenção pública e da mídia de quase todos os países. Por que desperta tanto interesse? Desemprego implica em pesados custos sobre as famílias (perda de renda, deterioração do K humano, custos emocionais); Os maiores prejudicados são os eleitores, portanto é uma variável politicamente sensível. Obs. Alguns detalhes devem ser sempre lembrados antes de analisar as estatísticas de desemprego: sazonalidade, desalento, qualidade de emprego, não mede pobreza, etc. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Taxa de desemprego Servem para monitorar mudanças da economia ao longo do tempo: - Há sempre algum desemprego; - Taxa normal em torno da qual oscilam as taxas anuais: taxa natural de desemprego. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Taxa Natural de Desemprego e Desemprego Cíclico A taxa natural de desemprego é a taxa que não desaparece mesmo no longo prazo em períodos de economia aquecida. É a taxa normal de desemprego, em torno da qual a taxa de curto prazo oscila. (Cerca de 6% no Brasil). Geralmente devido à ajustes naturais no mercado, como mudanças de endereço e trocas de emprego devido a evolução profissional. Desemprego Cíclico refere-se a flutuação anual do desemprego em torno da taxa natural. Está associado com as flutuações do nível de atividade econômica de curto prazo. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Qual a duração da falta de emprego para os desempregados? A maior parte dos períodos de desemprego é de curta duração; vs A maior parte do desemprego observado em um período é de longo prazo; Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Exemplo: 100 trabalhadores desempregados, sendo que 90 ficam desempregados por uma semana e 10 o ano inteiro: •90/100 = 90% dos períodos de desemprego é de 1 semana •Mas, 90 + 52*10 = 610 semanas de desemprego •Logo, 520/610 = 85.25% do desemprego é atribuído a quem fica todo o ano desempregado A grande parte do problema do desemprego está nos relativamente poucos trabalhadores que permanecem longos períodos de tempo desempregados. Qual a duração da falta de emprego para os desempregados? Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Por que há desemprego? Em um mercado de trabalho perfeito, os salários se ajustariam rapidamente para equilibrar o mercado, garantindo o pleno emprego. Entretanto, há sempre desemprego oscilando em torno de uma taxa natural. Há 3 principais razões de existência da taxa natural: – Busca de emprego (desemprego friccional) – Salário mínimo (desemprego estrutural) – Sindicatos (desemprego estrutural) Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Por que há desemprego? Desemprego friccional Resulta do tempo necessário para conciliar trabalhadores com as vagas disponíveis. Em outras palavras, demoram vários meses até que o trabalhador encontre o emprego que ajusta a sua qualificação. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Desemprego decorrente da Busca de Emprego (Job Search) ➢ Busca de Emprego é o processo pelo qual os trabalhadores encontram empregos adequados a seus gostos e qualificações; ➢ O desemprego decorrente da busca de trabalho se deve ao fato de que os trabalhadores mais qualificados demoram a encontrar o emprego mais adequado (trabalhadores diferem em gostos e capacidades); ➢ Este desemprego é diferente dos demais tipos. Não é causado por questões salariais. Decorre do tempo necessário para o trabalhador encontrar o emprego “correto”. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Inevitabilidade do Desemprego Friccional É inevitável por que a economia está sempre mudando; As mudanças na composição da demanda entre as indústrias ou regiões criam e destroem empregos. São chamadas de mudanças setoriais, regionais ou de preferências; Demora para um trabalhador arrumar emprego em novos setores ou locais. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Distribuição do Emprego no Brasil - 2011 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Política Pública e a Busca de Emprego Internet ajuda e reduzir desemprego friccional; Programas governamentais podem reduzir o tempo que os desempregados levam para encontrar novos postos de trabalho. Estes programas incluem: * Agências públicas de emprego; * Programas públicos de treinamento para realocação. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Política Pública e a Busca de Emprego Agências públicas de emprego divulgam informações sobre vagas para facilitar uma colocação mais rápida; Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda (Brasil): (https://empregabrasil.mte.gov.br/) Prog. Públicos de Treinamento visam facilitar a transição dos trabalhadores de setores decadentes para setores em expansão e ajudar pessoas despreparadas a sair da pobreza; Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Por que existe sempre algum desemprego? Vimos desemprego friccional: decorrente do processo de busca Desemprego estrutural ocorre quando a quantidade ofertada de mão de obra excede a quantidade demandada. Acredita-se que o desemprego estrutural seja a explicação para períodos mais longos de desemprego. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Três Possíveis Razões para um Salário Acima de Equilíbrio Leis de Salário Mínimo Sindicatos Salário Eficiência Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Leis de Salário Mínimo Salário Mínimo: Política Pública de Preços Mínimos no Mercado de trabalho; Caracteriza-se como uma restrição no equilíbrio entre oferta e demanda. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Revisão de Microeconomia: Preço Mínimo/Piso ❖Quando o governo impõe um preço mínimo, aparecem duas possíveis consequências: ➢O preço mínimo não é prejudicial ao mercado se fixado abaixo do preço de equilíbrio. ➢O preço mínimo se fixado acima do preço de equilíbrio gera desemprego. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz VassalloREVISÃO: Preço Mínimo não Compulsório... $3 Quantidade de sorvete 0 Preço do sorvete 100 Quantidade de Equilíbrio Preço de Equilíbrio Demanda Oferta Preço Mínimo2 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo REVISÃO: Preço Mínimo Compulsório... $3 Quantidade de casquinhas de sorvete 0 Preço do sorvete Preço de Equilíbrio Demanda Oferta Preço Mínimo$4 120 Quantidade ofertada 80 Quantidade demandada Excedente Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo REVISÃO: Efeitos de um Preço Mínimo Um preço mínimo compulsório provoca: – Um excedente porque QS >QD – Somente uma parte da produção é vendida ao preço mínimo Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Salário Mínimo Quantidade de mão-de-obra 0 Salário Salário de equilíbrio Demanda de mão-de-obra Oferta de mão-de-obra Mercado de trabalho livre Emprego de equilíbrio Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Salário mínimo O Salário Mínimo Quantidade de mão-de-obra 0 Salário Demanda de mão-de-obra Oferta de mão-de-obra Quantidade ofertada Quantidade demandada Excedente de mão-de-obra (desemprego) Mercado de trabalho com salário mínimo compulsório Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Salário Mínimo em Ação Salário mínimo não afeta trabalhadores qualificados, experientes, etc: salário de mercado desses grupos já está acima do salário mínimo. O mercado opera livremente; O impacto maior é sobre trabalhadores jovens e/ou não qualificados; Benefício do salário mínimo: eleva a renda dos trabalhadores pobres. Mesmo com algum desemprego os efeitos adversos podem ser pequenos, e a elevação do salário mínimo melhora a vida dos mais pobres; Malefício do salário mínimo: desemprego. Impede pessoas dispostas a trabalhar de conseguir um emprego. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Salário Mínimo Oposição ao salário mínimo: ▪Pode causar desemprego; ▪Beneficia apenas quem está empregado (qual pobreza melhora?); Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Sindicatos e Negociação Coletiva Um sindicato é uma associação de trabalhadores para negociar salários e condições de trabalho com os empregadores. A importância dos sindicatos tem se reduzido no tempo, devido a ameaça do desemprego e a concorrência em um mercado globalizado. (efeito China) Um sindicato é um tipo de cartel para exercer seu poder de mercado (grupo de vendedores com ação conjunta). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Sindicatos e Negociação Coletiva O processo pelo qual sindicatos e empresas chegam a um acordo quanto às condições de emprego é denominado negociação coletiva. Greve: Pode ocorrer se não há acordo quanto a salários e condições de trabalho; Causa perda de produção e lucros: –Trabalhadores sindicalizados que continuam empregados ficam em melhor situação (maiores salários); –Enquanto que os não sindicalizados e desempregados ficam em situação pior. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Teoria do Salário Eficiência Salário eficiência são salários superiores ao nível de equilíbrio pagos pelas empresas para aumentar a produtividade dos trabalhadores. A teoria do salário eficiência admite que as empresas operam mais eficientemente se pagarem salários acima do nível de equilíbrio (mais produtividade) Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Teoria do Salário Eficiência Possíveis explicações para uma empresa pagar um salário acima do equilíbrio: Saúde do Trabalhador: Trabalhadores bem pagos tem uma dieta mais nutritiva, são mais saudáveis e mais produtivos. Rotatividade do Trabalhador: Trabalhadores bem pagos tem uma chance menor de procurar outro emprego (aumenta custo de oportunidade do trabalhador). Já para a empresa, reduz custos de treinamento e de contratação. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Teoria do Salário Eficiência ▪Possíveis explicações para uma empresa pagar um salário acima do equilíbrio: ▪ Esforço do Trabalhador: Salários maiores motivam os trabalhadores a uma dedicação maior as suas tarefas, maior prejuízo caso perca o bom emprego (assimetria de informação sobre desempenho); ▪ Qualidade do Trabalhador: Salários maiores atraem os trabalhadores de melhor qualidade. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Em um mercado perfeito O trabalhador receberá por seu trabalho exatamente o que ele vale no mercado; Se a firma ofertar menos ele irá trabalhar em uma firma que pague mais; Irá buscar um empregador até encontrar o que pague o maior valor pelo seu trabalho. Este será o seu valor de mercado; Geralmente não pagarão mais pelo seu trabalho do que ele retorna de lucro para a empresa; Ele sempre terá a opção de trabalhar sozinho!!! Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Resumo Vimos como desemprego é medido (retira-se pessoas não economicamente ativas da conta); Taxa de desemprego = % de trabalhadores que gostariam de trabalhar mas não tem emprego PME não é medida perfeita: desalento ou pouco esforço PNAD-C é um aperfeiçoamento da PME Maioria das pessoas encontra emprego rapidamente. Maioria do desemprego é atribuível a poucas pessoas que ficam muito tempo desempregadas Razão para desemprego friccional: busca por trabalho (políticas públicas podem reduzir) Razões para desemprego estrutural: Lei SM / Sindicatos Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Desemprego vs Inflação Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Inflação e Desemprego ➢ Qualquer sociedade se defronta com um tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego; ➢ Se o governo expandir a demanda agregada, ele pode reduzir o desemprego, porem com o custo de uma inflação maior pois existiram limitantes da oferta no curto prazo; ➢ A oferta está associada a produção e ao trabalho (emprego); ➢ No curto prazo contrata-se mais trabalhadores para atender a expansão da demanda, mas não é possível ajustar todos os fatores de produção e os preços sobem mais ainda. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Inflação e Desemprego Conceitos: Curto prazo - pelo menos um fator de produção é fixo; Longo prazo - todos os fatores de produção podem variar. Se o governo reduzir a demanda agregada, ele pode reduzir a inflação, porem com um custo de aumentar temporariamente o desemprego. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Curva de Phillips A curva de Phillips é utilizada para mostrar a relação inversa entre inflação e desemprego, no curto prazo; Surge na década de 50 na Inglaterra (A. W. Phillips) observando dados históricos ingleses; Logo se espalhou para o mundo todo. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Curva de Phillips: Década de 1960s nos EUA Taxa de Desemprego (%) Taxa de Inflação (% ao ano) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2 4 6 8 10 1968 1966 1961 1962 1963 1967 1965 1964 Corrobora a teoria da Curva de Phillips de Curto Prazo Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Curva de Phillips: Pós-real no Brasil Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Curva de Phillips... Taxa de desemprego (%) 0 Taxa de Inflação (% ao ano) 4 B 6 A 7 2 Curva de Phillips Baixo Desemprego e Alta inflação Baixa inflação e alto desemprego Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Relação entre a Curva de Phillips e Demanda e Oferta agregadas 0 (b) A curva de Phillips Taxa de Inflação (% anual) Taxa de desemprego (%) 0 (a) O Modelo de DA e OA Nível de Preços DA baixa DA alta B 4 4 (Produto=8000) A 7 2 (produto=7500) A 7,500 102 (desemprego de 7%) B 8,000 106 (desemprego de 4%) OA de curto prazo y Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Demanda Agregada, Oferta Agregada e a Curva de Phillips A curva de Phillips: Combinaçõesde inflação e desemprego que ocorrem no curto prazo à medida que a curva de demanda agregada move a economia ao longo da curva de oferta agregada de curto prazo. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Demanda Agregada, Oferta Agregada e Curva de Phillips ➢ Quanto maior a demanda agregada de bens e serviços, maior a produção e mais alto o nível geral de preços; ➢ Pela Lei de Okun, uma maior produção significa menor desemprego; ➢ A curva de Phillips parece oferecer ao governo uma escolha entre inflação e desemprego pelo menos no curto prazo. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Curva de Phillips no Longo Prazo ➢ Nos anos 1960s, Friedman e Phelps concluíram que não existia uma relação entre inflação e desemprego no longo prazo (neutralidade da moeda para variáveis reais, princípios clássicos). ➢ Assim, a curva de Phillips de longo prazo é vertical na taxa natural de desemprego. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Destruição da Curva de Phillips nos EUA Taxa de Desemprego (%) Taxa de inflação (% ao ano) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2 4 6 8 10 1973 19711969 1970 1968 1966 1961 1962 1963 1967 1965 1964 1972 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Destruição da Curva de Phillips no BR Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Expectativas e a Curva de Phillips de Curto Prazo ➢ No longo prazo, a inflação esperada se ajusta ao nível efetivo de inflação. ➢ A capacidade do BC criar uma inflação inesperada só existe no curto prazo. ➢ Uma vez que pessoas conseguem antecipar a inflação futura, a única forma de reduzir o desemprego a uma taxa menor que a natural, seria através do aumento da inflação presente acima da taxa prevista. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Expectativas e a Curva de Phillips de Curto Prazo Taxa de Desemprego = Taxa natural de desemprego inflação inflação vigente esperada-( )𝜶- • Relaciona a taxa de desemprego à taxa natural de desemprego, à inflação vigente e à inflação esperada. • É uma outra forma de exprimir a equação da oferta agregada ou a Lei de Okun. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Como a Inflação Esperada Desloca a Curva de Phillips de Curto Prazo Taxa de desemprego 0 Taxa natural de desemprego Taxa de Inflação C B C. Phillips (longo prazo) A Curva Phillips (curto prazo) c/ alta Πe Curva Phillips (curto prazo) c/ baixa Πe 1. PM expansionista => no curto prazo passa do ponto A para B. 2. No longo prazo, a Πe aumenta. Curva de Phillips de curto prazo se desloca para cima. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Hipótese da Taxa Natural ➢ A ideia de que o desemprego acaba por voltar a sua taxa natural, independente da taxa de inflação, é chamada de hipótese da taxa natural. ➢ Dados históricos dão suporte à hipótese da taxa natural. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Experimento Natural para a Hipótese da Taxa Natural ➢ O conceito de uma curva de Phillips estável foi destruído no começo dos anos 70. ➢ Durante os anos 70 e 80, a economia americana teve simultaneamente inflação alta e desemprego alto, por dois efeitos: expectativa de inflação e choques de oferta. ➢ Brasil recentemente (2014-2016) viveu momento de elevação na inflação (oferta de energia reduzida) e no desemprego (recessão devido a crise de confiança no país). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Deslocamentos da Curva de Phillips: O Papel das Expectativas • Fatos históricos tem indicado que a curva de Phillips de curto prazo pode se deslocar devido às mudanças nas expectativas (começo dos anos 70); • A curva de Phillips de curto prazo também pode ser deslocada por um choque de oferta: ➢ Um grande choque adverso de oferta agregada pode piorar o tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego. ➢ Um choque adverso de oferta agregada deixa o governo com uma opção mais difícil entre inflação e desemprego. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Deslocamentos da Curva de Phillips: Choques de Oferta ➢ Um choque de oferta é um fato que afeta diretamente os custos de produção das empresas e, portanto, seus preços; ➢ Desloca a curva de oferta agregada; ➢ e, também, a curva de Phillips. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo AS2 Um Choque de Oferta Agregada Adverso Produção0 P P1 Demanda Agregada (a) O Modelo de Demanda e Oferta Agregada Taxa de Desemprego 0 (b) A Curva de Phillips A Taxa de Inflação Curva de Phillips, PC1 Of. Agreg. AS1 A Y1 P2 B Y2 B PC2 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Custo de Reduzir a Inflação ➢ Para reduzir a inflação, o BC pode adotar uma política monetária contracionista. ➢ Quando o BC reduz a taxa de crescimento da oferta de moeda, ele reduz a demanda agregada. ➢ Isto provoca uma redução da quantidade de bens e serviços que as firmas produzem. ➢ O que leva a uma redução do emprego. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Curva de Phillips de Curto Prazo com alta inflação esperada Taxa de Desemprego 0 Taxa Natural de Desemprego Taxa de Inflação Curva de Phillips de Longo Prazo C B Curva de Phillips de Curto Prazo com baixa inflação esperada No longo prazo, a inflação esperada cai e a curva de Phillips se desloca para a esquerda. Política Monetária Deflacionária no Curto e Longo Prazo Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Custo de Reduzir a Inflação Para reduzir a inflação, uma economia precisa enfrentar um período de desemprego elevado e baixa produção. Quando o BC combate a inflação, a economia se move para baixo, ao longo da curva de Phillips de curto prazo. A economia terá uma inflação menor, mas ao custo de um desemprego maior. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Custo de Reduzir a Inflação A taxa de sacrifício é o percentual de perda anual de produção no processo de reduzir em 1% a taxa de inflação (inclinação da C. Phillips). ➢ Por exemplo uma estimativa da taxa de sacrifício pode ser de 5. ➢ Para cada 1 ponto percentual de redução na inflação haveria um sacrifício 5 pontos percentuais da produção anual. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Expectativas Racionais A inflação esperada explica porque existe um tradeoff entre inflação e desemprego no curto prazo, mas não no longo prazo. A velocidade com que o tradeoff de curto prazo desaparece depende da rapidez com que as expectativas se ajustam. Teoria das Expectativas Racionais, TER (Lucas, Sargent e Barro nos anos 80): •As pessoas preveem o futuro •Utilizam de forma ótima todas as informações que possuem (inclusive sobre as políticas macroeconômicas futuras) Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Desinflação de Volcker ➢ Quando Volcker era presidente do Fed nos anos 70s, a inflação era tida como um dos grandes problemas da economia americana. ➢ Volcker teve sucesso no combate à inflação (de 10% para 4%), mas teve como custo um alto desemprego (cerca de 10% em 1983). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Taxa dedesemprego (%) Taxa de Inflação (% ao ano) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2 4 6 8 10 A Desinflação de Volcker 1979 1980 1983 1981 1982 1984 1986 1987 1985 A B C Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Estagflação Uma mudança adversa na oferta agregada causa uma estagflação — uma combinação de recessão e inflação (de oferta). – O produto cai e o nível de preços aumenta; – O governo pode influenciar a demanda agregada, mas não consegue evitar os dois efeitos adversos simultaneamente. 78 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo AS2 Of. Agreg. de Curto prazo, AS1 Quantidade do produto Nível de Preços 0 Demanda agregada A Y1 P1 Deslocamento Adverso da Oferta Agregada:choque petróleo P2 C Y2 79 B Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Resposta da Política Econômica à Recessão O governo pode responder à recessão de duas maneiras: ➢ Não fazer nada e esperar os preços e salários se ajustarem; ➢ Tomar medidas para aumentar a demanda agregada, através da política monetária e fiscal. 80 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo AS2 Revertendo um deslocamento adverso da OA Quantidade de Produto Taxa Natural de produção Nível de Preços 0 AS1 AD1 Oferta agregada de Longo prazo A P1 P2 P3 C 1. Quando a oferta de curto prazo cai 2. o governo pode reverter esta mudança expandindo a demanda agregada 3. que leva a um Segundo aumento de preços 4. mas recupera o nível de produção. AD2 81 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Mudanças da Oferta Agregada Deslocamentos na Oferta Agregada podem provocar estagflação no curto prazo (recessão + inflação) Governo pode expandir demanda agregada, mas não consegue balancear ambos os efeitos adversos, apenas o de produção (desemprego). E além disso aumenta ainda mais a inflação. 82 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Inflação Alta no Brasil - Anos 80 Ocorreram choques adversos de oferta: preços do petróleo e desvalorização cambial; Aumento de demanda agregada: gastos do governo e rápida expansão da emissão de moeda; Indexação de contratos, realimentando os choques de oferta; Economia fechada e oligopólios. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Inflação Alta no Brasil – Anos 80/90 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Desinflação no Brasil – Plano Real ➢ Choques de oferta favoráveis (1994-1999): âncora cambial, abertura às importações e grandes safras agrícolas. ➢ Choques de oferta desfavoráveis (1999-2001): desvalorização cambial, preço do petróleo e da energia elétrica. Apagão e crise na América do Sul. ➢ Redução de Demanda Agregada: política monetária restritiva. ➢ Desindexação de contratos. ➢ Mudanças nas expectativas. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Questões 1. Dólar a R$ 4,00 quem é penalizado? O rico ou o pobre? 2. Salário Mínimo, cresceu mais do que a inflação e do que a produtividade do trabalhador nos últimos anos. Isso é bom ou ruim? 3. 10% do PIB em educação é bom ou ruim? 4. Royalties do pré-sal vão financiar a educação? 5. Fim do Ciência sem Fronteiras. É bom ou ruim? 6. Bolsa família estimula ou desestimula a entrada no mercado de trabalho? 7. O que acontece com o nível de qualidade da educação de base (nota IDEB ou PISA) com o aumento do número de beneficiários do bolsa família? Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Seminários Tema: ➢ Relacionado com qualquer tópico da matéria vista durante o curso; ➢ Pode ser micro ou macroeconomia. ➢ Relacionado com noticias ou casos atuais ou do passado. Aplicação direta em casos de empresas, indivíduos ou governo. Não é necessário que seja um caso real, mas uma aplicação factível da teoria. Seminários: Apresentação de no máximo 15 minutos por grupo. Exceder o tempo implica em perda de nota. No dia do seminário entregar um texto de até 4 paginas tratando do caso apresentado (conta para a nota). Enviar o grupo e tema por e-mail (SIGAA) até 08/11/2017. Data da apresentação: 22/11/2017. Grupos com 6 alunos. 50% do valor da nota da segunda avaliação Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 88 O que é a Moeda? Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 89 A Moeda Entender: ▪ Papel da Moeda na Economia ▪ Como governo controla a quantidade de moeda ▪ Como sistema bancário ajuda a criar moeda Já estamos vendo a importância da moeda quando falamos de política monetária como instrumento que afeta diversas variáveis econômicas como inflação, taxa de juros, produção e emprego. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 90 Moeda: conceitos básicos A agregação das diferentes mercadorias (produtos, serviços, etc.), em um conceito amplo (ex. PIB), só é possível porque as mercadorias e serviços são expressos em uma unidade comum, a Moeda. “A Moeda pode ser classificada como um conjunto de ativos na economia que as pessoas usam regularmente para comprar bens e serviços umas das outras.” Tipos de riqueza aceitos por vendedores. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 91 Moeda: conceitos básicos A moeda possui três funções importantes na economia I. Meio de Troca II. Unidade de Conta III. Reserva de Valor Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 92 Moeda: conceitos básicos I- Meio de Troca Um meio de troca é algo que é aceito usualmente como pagamento. É dita como a função essencial da moeda (razão principal de seu aparecimento), a de servir como intermediária de trocas entre os agentes econômicos. Essa função permitiu a passagem de uma economia de escambo para uma economia monetária. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 93 Moeda: conceitos básicos I- Meio de Troca Na passagem de uma economia de escambo para uma economia monetária: • aumento generalizado da eficiência econômica: • Facilita o processo de produção e de distribuição entre os agentes econômicos; • redução do tempo empregado nas transações econômicas entre os agentes econômicos. • crescimento da quantidade de bens e serviços à disposição da sociedade como um todo. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 94 Moeda: conceitos básicos II- Unidade de Conta • função de denominador comum de valor (unidade de conta). • fornece um padrão para que as demais mercadorias expressem seus valores. • Em um sistema de trocas diretas (escambo) em cada transação seria necessário determinar o preço de uma mercadoria em relação à outra mercadoria (ou às outras mercadorias). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 95 Moeda: conceitos básicos II- Unidade de Conta Se tivéssemos n mercadorias no sistema econômico, cada mercadoria teria n-1 expressões de valor. Com a introdução da moeda, essa passa também a desempenhar a função de ser expressão geral de valor, ou seja, fornece um referencial comum para que as mercadorias sejam cotas em valores comuns. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 96 Moeda: conceitos básicos II- Unidade de Conta A existência de um referencial comum trás vantagens, sendo as principais: a. Racionaliza o número de informações econômicas, via sistema de preço: atuação mais racional dos produtores e dos consumidores, ampliando eficiência operacional do sistema econômico. b. Torna possível a contabilização da atividade econômica: ex. a construção de sistemas agregativos de contabilidade social, o cálculo de agregados e componentes do PIB tais como o Investimento (Formação Bruta de Capital Fixo), Consumo Privado, Gasto do Governo e outros fluxos macroeconômicos. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 97 Moeda: conceitos básicos II- Unidade de Conta Sobre a função da moeda como Unidade de conta: “o padrão de medida que as pessoas usam para anunciar preços e registrar débitos” Mankiw Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 98 Moeda: conceitos básicos II- Unidade de Conta Quando você vai às compras num shopping pode observar, por exemplo, que uma camisa custa R$ 60 e um pão de queijo custa R$ 3. Ou seja, a camisa custa 20 vezes mais que o pão de queijo (ou o pão de queijo custa 1/20 do preço da camiseta). Mas, os preços não são cotados desta forma e sim por uma unidade de referência padrão, a moeda. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 99 Moeda: conceitos básicos III- Reserva de Valor • Necessidade decorrente da função meio de troca. • Separa temporalmente os atos de compra: transfere poder aquisitivo para o futuro (riqueza: total das reservas de valor). • O agente econômico pode escolhero momento de utilizar seu poder de compra que foi adquirido no momento da venda da sua mercadoria a outro agente econômico, dado o recebimento de um montante de moeda. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 100 Moeda: conceitos básicos III- Reserva de Valor A moeda recebida na transação mantem seu valor ao longo tempo, pelo menos durante um dado intervalo de tempo. ➢ A inflação pode corroer o valor da moeda. Razões que levam à preferência pela utilização da moeda como Reserva de valor: a- A imediata aceitação da moeda quando necessário convertê-la em outros ativos (financeiros ou reais): liquidez imediata que a moeda oferece aos agentes econômicos. b- A imprevisibilidade do valor futuro de outros ativos. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 101 Moeda: conceitos básicos III- Reserva de Valor Sobre a função da moeda como Reserva de Valor: “algo que as pessoas podem usar para transferir poder de compra do presente para o futuro” Mankiw. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Liquidez Liquidez é a facilidade com que um ativo pode ser convertido no meio de troca da economia. Grau de liquidez: determinado pela perda relativa no momento da conversão. A moeda é o instrumento de troca que tem o maior grau de liquidez, ou seja, a menor perda no momento da troca. Títulos que podem ser vendidos rapidamente são mais líquidos Casa / Carro / Obras de arte são ativos menos líquidos Leva-se em conta a liquidez para decidir como conservar riqueza Moeda é reserva de valor líquida porém imperfeita (pode ser corroída pela inflação) Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 104 Tipos de Moeda Formas de moeda: • Moeda fiduciária (curso forçado): moeda que não tem valor intrínseco - fidúcia: confiança (confiança social avalizado pelo governo) - Moeda determinada por lei. • Moeda-mercadoria: Historicamente muitas economias usaram como moeda um bem com algum valor intrínseco, a chamada moeda-mercadoria. • O ouro é um exemplo de moeda-mercadoria pois servia como moeda e podia ser utilizado na produção de outros bens (joias, componentes eletrônicos, etc.) • Ex.: Ouro, prata, cigarros na Guerra (valor de uso e de troca) Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 105 Tipos de Moeda Estoque de Moeda: é importante para diversas atividades econômicas. Como definir a quantidade de moeda? Tipos de ativos de moeda: • Moeda manual/corrente: notas de papel e moedas de metal em poder do público (ex. dinheiro). • Moeda escritural: Depósitos a vista nos bancos comerciais (ex. cheques). Há uma série de ativos que representam o estoque de moeda: M1, M2. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 106 Sistema Monetário: conceitos básicos Meios de pagamento – Tipos de Moeda (Bacen) Conceito restrito de moeda (M1): Representa o volume de recursos prontamente disponíveis para o pagamento de bens e serviços. Inclui o papel-moeda em poder do público (cédulas e moedas metálicas detidas pelos indivíduos e empresas não financeiras) e os seus depósitos à vista (movimentáveis por cheques). Com a redução da inflação (Plano Real), ocorreu crescimento da M1, processo conhecido como remonetização, resultante da recuperação da credibilidade da moeda nacional. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 108 Sistema Monetário: conceitos básicos Conceitos: Agregados Monetários M1 = PMPP+DV (moeda manual + moeda escritural) PMPP corresponde ao Papel Moeda em Poder do Público - papel moeda emitido pelo Bacen menos a parcela mantida como encaixe em moeda pelo sistema bancário (reservas, voluntárias ou obrigatórias, que os bancos comercial mantém para fazer frente às suas obrigações). M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias (Títulos Privados, Letras de Câmbio, Imobiliárias e Hipotecárias). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 109 Sistema Monetário: conceitos básicos Conceitos Agregados Monetários M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas no Selic. M4=M3 + títulos públicos de alta liquidez (federais, estaduais, municipais) B (Base Monetária): PMPP+R Onde R são os encaixes (reservas voluntárias e compulsórias) dos bancos comerciais juntos ao Banco Central - Caixa http://www.bcb.gov.br/sddsp/ctasanal_setbanc_p.htm https://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/NM-MeiosPagAmplp.pdf http://www.bcb.gov.br/sddsp/ctasanal_setbanc_p.htm https://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/NM-MeiosPagAmplp.pdf Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Resumo: Mensuração da quantidade de Moeda Base Monetária: é o estoque de papel emitido. Papel Moeda em Poder do Público (dinheiro): são as moedas metálicas e cédulas em poder do público (familias e bancos). Depósitos a Vista: são saldos em conta corrente que os depositantes tem acesso emitindo cheques/cartão de débito. Meios de Pagamento: (M1) é o estoque de ativos que tem poder liberatório instantâneo. Quase Moeda: (M2, M3 e M4) é o estoque de ativos financeiros que podem ser convertidos em moeda com facilidade. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo kk R$ % do PIB kk R$ % do PIB 1999 1,065,000 48,430 4.55% 62,744 5.89% 2000 1,179,482 47,686 4.04% 74,352 6.30% 2001 1,302,136 53,256 4.09% 83,707 6.43% 2002 1,477,822 73,302 4.96% 107,846 7.30% 2003 1,699,948 73,219 4.31% 109,648 6.45% 2004 1,941,498 88,733 4.57% 127,946 6.59% 2005 2,147,239 101,247 4.72% 144,778 6.74% 2006 2,369,484 121,102 5.11% 174,345 7.36% 2007 2,661,344 146,617 5.51% 231,430 8.70% 2008 3,032,203 147,550 4.87% 223,440 7.37% 2009 3,239,404 166,073 5.13% 250,234 7.72% 2010 3,770,085 206,853 5.49% 281,876 7.48% 2011 4,143,013 214,235 5.17% 285,377 6.89% 2012 4,402,537 233,371 5.30% 324,483 7.37% Ano PIB (em kk reais) Base Monetária M1 http://www.bcb.gov.br/sddsp/sddsp.htm Moeda e PIB http://www.bcb.gov.br/sddsp/sddsp.htm Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Curiosidade PMPP no Brasil (Julho de 2013): R$ 138,9 bilhões População em Idade Ativa no Brasil (2009): 160,4 milhões R$ 865,00 por indivíduo EUA: US$ 2.240,00 por indivíduo adulto Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Banco Central do Brasil O BCB foi criado em 1964 em substituição à SUMOC, que exercia desde 1945 as funções de Banco Central. “ banco central é a instituição de um país à qual se tenha confiado o dever de regular o volume de dinheiro e de crédito da economia. Essa atribuição dos bancos centrais geralmente está associada ao objetivo de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional. Além disso, a maior parte dos bancos centrais também tem como missão promover a eficiência e o desenvolvimento do sistema financeiro de um país.” Bank for International Settlements – BIS https://www.bcb.gov.br/htms/novaPaginaSPB/PapelDoBancoCentral.asp https://www.bcb.gov.br/htms/novaPaginaSPB/PapelDoBancoCentral.asp Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Banco Central do Brasil A Estrutura do BCB envolve os seguintes elementos: 1) A Diretoria 2) O Comitê de Política Monetária (COPOM) Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Organização do Banco Central do Brasil O BCB possui uma Diretoria, composta por oito membros indicados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal. Entre os oito membros, o mais importante é o presidente do BCB. Ele preside a reunião do COPOM, pode exercer a prerrogativa do viés (de alta ou baixa) dataxa de juros e é responsável pelas explicações da política monetária ao Congresso Nacional. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Banco Central do Brasil Funções do Banco Central a- Banco dos Bancos b- Depositário das reservas internacionais do país c- Banqueiro do Governo d- Emissor de papel moeda Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 117 Sistema Monetário: conceitos básicos Funções do Banco Central a- Banco dos Bancos É responsabilidade do Banco Central zelar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, e como tal possui um papel regulador e fiscalizador sobre os agentes que compõe o sistema financeiro, além de funcionar como emprestador em última instância, em momentos em que as instituições financeira passem por problemas de liquidez. Figuram no passivo do Bacen os encaixes dos bancos comerciais depositados. No ativo figuram os redescontos e demais empréstimos aos bancos privados Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 118 Sistema Monetário: conceitos básicos Funções do Banco Central b- Depositário das reservas internacionais do país O Banco Central mantém em seu ativo um estoque de moedas estrangeiras (reservas internacionais) que viabilizam sua intervenção no mercado cambial. Pela função de depositário das reservas internacionais do país, deve constar no ativo uma conta correspondente ao valor dessas reservas em moeda nacional. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 119 Sistema Monetário: conceitos básicos Funções do Banco Central c- Banqueiro do Governo (Tesouro Nacional) Como banqueiro do Tesouro Nacional (Governo), o Banco Central recebe depósitos do Tesouro (recursos que o Tesouro arrecada sob a forma de impostos, taxas e contribuições) em seu passivo e do lado do ativo realiza empréstimos ao Tesouro, além de carregar títulos públicos. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 120 Sistema Monetário: conceitos básicos Funções do Banco Central d- Emissor de papel moeda O Banco Central controla a quantidade de moeda (oferta de moeda) de acordo com as exigências da condução da política monetária do país (política monetária: tanto para o controle da inflação quanto para o crescimento econômico sem deflação). O papel moeda emitido é uma dívida do Banco Central e como tal aparece em seu passivo. O Bacen tem o monopólio da emissão de papel moeda no país (instrumento de política monetária). A Casa da Moeda apenas fabrica o numerário - gráfica. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Criação e Destruição de Moeda Pode ser feita pelo BC ou Bancos Comerciais. Banco Central: há criação toda vez que o BC compra ativos domésticos ou internacionais. Por exemplo, compra títulos do governo injetando dinheiro no mercado. Bancos Comerciais: quando emprestam (criam moeda) ou resgatam os empréstimos (retiram moeda). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Operações de Mercado Aberto (Open-Market) A oferta de moeda (M1) é a quantidade de moeda disponível na economia. O principal instrumento da política monetária é a operação de mercado aberto. O BC compra e vende títulos do governo federal. Lembre-se que títulos públicos são certificados de dívida do governo central. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Operações de Mercado Aberto Para aumentar a oferta de moeda, o BC compra títulos governamentais do público. Para diminuir a oferta de moeda, o BC vende títulos governamentais para o público. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Bancos Comerciais e a Oferta de Moeda Os bancos comerciais podem criar moeda e afetar a oferta monetária. Simulação de Economia com banco… Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Bancos Comerciais e a Oferta de Moeda Reservas são depósitos a vista que os bancos receberam e não emprestaram. Em um sistema bancário de reservas fracionárias, os bancos mantem apenas uma parte de seus depósitos como reserva e emprestam o restante. Quando um banco faz um empréstimo, a partir de suas reservas, aumenta a oferta de moeda. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Criação de Moeda A oferta de moeda depende da magnitude dos depósitos a vista nos bancos e do montante dos empréstimos bancários. Um depósito a vista é contabilizado tanto como um ativo como um passivo. A proporção reservas/depósitos a vista e denominada taxa de reservas. Empréstimos são registrados no Ativo do Banco. O Bacen pode estipular a razão de reservas: exigência de reservas (regulamentação e política bancária) Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Criação de Moeda Este razonete mostra um banco que: Aceita depósitos, Mantém uma fração como reserva, E empresta o resto. A taxa de reservas é de 10%. Ativo Passivo Banco Nº 1 Reservas $10.00 Empréstimo $90.00 Depósitos $100.00 Ativo Total $100.00 Passivo Total $100.00 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Ativo Passivo 1º Banco Reservas $10.00 Empréstimos $90.00 Depósitos $100.00 Ativo Total $100.00 Passivo Total $100.00 Ativo Passivo 2º Banco Reservas $9.00 Empréstimos $81.00 Depósitos $90.00 Ativo Total $90.00 Passivo total $90.00 Oferta de Moeda = $190.00! Criação de Moeda Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Criação de Moeda Quando um banco faz um empréstimo, o dinheiro é normalmente depositado novamente no mesmo ou em outro banco. Isto aumenta o total de depósitos e mais recursos para serem emprestados. Quando um banco faz empréstimos a partir de suas reservas, aumenta a oferta de moeda. No exemplo: Oferta de Moeda se expande para $ 190.00 (cria moeda mas não cria riqueza / economia fica mais liquida) Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Multiplicador Monetário Quanto de moeda total será criada nesta economia? Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Multiplicador Monetário O multiplicador monetário é a quantidade de moeda gerada pelo sistema bancário e definido com base na razão de reserva exigida. Suponha que o banco que recebeu 90 continue emprestando parte do dinheiro e reservando a outra Um terceiro banco receberá dinheiro que será depositado e o processo continua, criando-se mais moeda Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Multiplicador Monetário Quanto de moeda será criada nesta economia? Depósito Original = $ 100.00 Empréstimo do 1º Banco = $ 90.00 [=0.9 x $100.00] Empréstimo do 2º Banco Empréstimo do 3º Banco = $ 81.00 [=0.9 x $90.00] = $ 72.90 [=0.9 x $81.00] Soma de uma PG com razão inferior a 1 => convergência Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 133 Multiplicador Monetário Multiplicador dos Depósitos a vista (ou multiplicador Bancário) Em termos algébricos, temos uma soma dos termos de uma progressão geométrica, cujo termo inicial é a1=100 e a razão (q) é 0,90. ... ... 1 3 1 2 11 1111 aqaqqaaDV qqqaqqaqaaDV 1000 9,01 100 1 1 q a DV O que resulta em: Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Multiplicador Monetário O multiplicador monetário representa quantas vezes a oferta de moeda cresce com relação ao valor inicial e depende da taxa de reserva da economia: m = 1/R Com uma taxa de reserva, R = 10% ou 1/10 O multiplicador é 10. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 140 Multiplicador Monetário Multiplicador Monetário O multiplicador monetário é um parâmetro está relacionado a dois comportamentos: 1- Relaciona-se com o comportamento das pessoas, ou seja, de como as pessoas escolhem manter os meios de pagamentos na economia (entre papel moeda ou depósitos a vista) 2- Relaciona-se com o comportamento dos bancos comerciais, ou seja, está diante das decisões dos bancos comerciais e nas regulamentações dos seus encaixes. Economia – 2º semestre2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Os Instrumentos de Política Monetária Logo, o BC tem três instrumentos de política monetária: I. Operações de mercado aberto II. Mudanças no compulsório III. Mudanças na taxa de redesconto Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Operações de Mercado Aberto Vimos que uma operação de mercado aberto é aquela onde o BC compra ou vende títulos governamentais para o público: Quando o BC compra títulos governamentais, aumenta a oferta de moeda. A oferta de moeda diminui quando o BC vende títulos governamentais. Fácil condução pelo Banco Central É o instrumento de política monetária mais utilizado Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Mudanças na Taxa do Compulsório Exigência de reservas (taxa de compulsório) é o % mínimo das reservas totais dos bancos que não pode ser emprestada. Determina qual será a massa de recursos que ficará a disposição para os bancos comerciais emprestarem. ➢ Aumento do compulsório diminui a oferta de moeda. ➢ Diminuição do compulsório aumenta a oferta de moeda. Banco Central usa menos esse instrumento, pois causa desorganização da atividade bancária (bancos ficam com falta de depósitos o que prejudica novos empréstimos…) Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Mudanças na Taxa de Redesconto A taxa de redesconto é a taxa de juros cobrada pelo Banco Central para emprestar dinheiro aos Bancos para enfrentar uma necessidade (baixa liquidez) temporária de reservas. Por exemplo, se a taxa de redesconto estiver muito acima da taxa de empréstimo dos bancos, estes se mostrarão mais cautelosos na concessão de crédito para minimizarem o risco de recorrer ao Bacen. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Mudanças na Taxa de Redesconto A taxa de redesconto: – Um aumento na taxa de redesconto diminui a oferta de moeda. – Uma diminuição na taxa de redesconto aumenta a oferta de moeda. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Problemas no Controle da Oferta de Moeda O controle do BC sobre a oferta de moeda não é perfeito. Existem dois problemas em um sistema de reserva fracionário que o BC não tem controle completo: I. O BC não controla a proporção de moeda que as pessoas mantem como depósitos a vista: A falta de confiança no sistema bancário pode levar pessoas a sacarem dinheiro, contraindo bastante a oferta de moeda. II. O BC não controla o montante que os bancos desejam emprestar: uma estratégia mais conservadora dos bancos reduz oferta de moeda Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Definição: Moeda “Money is not a mechanism: it is a human institution, one of the most remarkable of human institutions. “ Sir John Hicks Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Discussão : Moeda Moeda e cidadania (Gustavo H. B. Franco)* A moeda é uma das mais importantes instituições de uma nação. (...) A moeda é parte fundamental da identidade nacional (...) algo que nos desvaloriza quando perde valor da forma alucinante, como observamos no Brasil de 1993, e enfraquece os nossos valores de forma mais geral. (...) a decadência da moeda foi um desastre para a cidadania. A própria democracia quedou vitimada, algum tempo depois das grandes inflações, tanto na Alemanha quanto na Áustria. Não chegamos a tanto no Brasil mas, sem dúvida, alguns de nossos piores momentos em matéria de cidadania tiveram lugar durante o período de hiperinflação. (..) com a hiperinflação percebemos outras mazelas como o impulso à cultura da especulação financeira, da esperteza, da "Lei do Gerson", isso para não falar de falta de educação no transito, criminalidade e corrupção. * http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/mec.htm http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/mec.htm Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo •Moeda e cidadania (Gustavo H. B. Franco) Quem se aventura a dizer que a hiperinflação não fornecia um clima mais que propício a todos esses males ? E que eles foram mais sérios naqueles anos do que em qualquer outra época no Brasil ? Não deve haver dúvida que vivemos uma hiperinflação, tão virulenta e destrutiva quanto qualquer uma das outras. Não tivemos guerras civis ou revoluções simultaneamente ao fenômeno, e tivemos a presença conspícua da indexação como anestesia disponível a uma parte da sociedade. (...) A fronteira para uma hiperinflação foi certa vez (num estudo de 1956) fixada em 50% mensais, mas seu próprio inventor, Philip Cagan (Universidade de Chicago), recentemente concluiu que não deve haver uma patamar tão claro. Michael Bruno (ex-presidente do Banco Central de Israel) argumentava que o patamar definidor deveria ser 20% mensais, por que era esta a fronteira a partir da qual a indexação se disseminava e a trajetória ascendente ficava inevitável. Discussão : Moeda Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo •Moeda e cidadania (Gustavo H. B. Franco) De acordo com este critério, o Brasil esteve tecnicamente em hiperinflação continuamente durante os sete anos anteriores ao Plano Real, ou seja de meados de 1987 (após o colapso do Plano Cruzado) a julho de 1994. Nesse período, a fronteira dos 50% mensais foi ultrapassada apenas em algumas poucas ocasiões, mas apenas porque tivemos quatro congelamento de preços nesses anos (Bresser, Verão, Collor 1 e 2). (...) Mas se para alguma coisa serviu, foi para destruir a noção de que a inflação tem alguma funcionalidade no processo de desenvolvimento brasileiro. No passado se enxergava que a inflação era útil para extrair "poupança forçada" da sociedade e financiar os investimentos necessários à industrialização do país. O "imposto inflacionário" era cruel, mas era coletado para uma "boa causa", vale dizer, para que se transferissem suas receitas para o esforço de industrialização. * A ideia de que a inflação era uma espécie de “poupança forçada” que o Estado retirava da sociedade, continuando com a emissão de moeda para cobrir o déficit público. Obviamente, tal situação não levava em consideração a possibilidade de se criar uma nova estrutura distributiva da economia (Fernandes, 2001). Discussão : Moeda Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo •Moeda e cidadania (Gustavo H. B. Franco) Pois bem, quando o Brasil se torna um país industrial, em meados dos anos 1980, e passa a se preocupar mais com a questão social (que, em boa medida, foi agravada pelo modelo inflacionário de industrialização que adotamos durante tantos anos) torna-se imperativa uma revisão radical nas maneiras pelas quais a inflação é compreendida e tolerada. A inflação é um imposto que incide principalmente sobre o pobre. Que sentido pode haver em se cobrar um imposto sobre o pobre num país que quer melhorar seus indicadores sociais? Fazer políticas sociais através da inflação, ou seja, através da emissão descontrolada de moeda, é um contra-senso tão gigantesco quanto óbvio: o que se dá com a política social, se tira com a inflação. (...) Para não falar no quanto a inflação vulnerabiliza a cidadania, ou no quanto ela corrói também os valores não pecuniários. Para ser ético, o desenvolvimento econômico que tem lugar após a industrialização, tem de ser conduzido a partir de uma moeda sadia. Discussão : Moeda Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Resumo • Moedas são ativos usados para compras de bens e serv. • Três funções: meio de troca, unidade de conta, reserva de valor • Há moedas-mercadorias (ouro) e moedas fiduciárias (real, dólar) • Várias formas de calcular quantidade de moeda (M1, B, M2, …) • BC: regulamentação do sistema monetário, controla oferta de moeda (merc aberto, reservas e redesconto) • Bancos comerciais que emprestam depósitos também afetam a oferta de moeda na economia, o que faz com que o controle do BC não seja perfeito Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Questões 1. Dólar a R$ 4,00 quem é penalizado? O rico ou o pobre? 2. Salário Mínimo, cresceumais do que a inflação e do que a produtividade do trabalhador nos últimos anos. Isso é bom ou ruim? 3. 10% do PIB em educação é bom ou ruim? 4. Royalties do pré-sal vão financiar a educação? 5. Fim do Ciência sem Fronteiras. É bom ou ruim? 6. Bolsa família estimula ou desestimula a entrada no mercado de trabalho? 7. O que acontece com o nível de qualidade da educação de base (nota IDEB ou PISA) com o aumento do número de beneficiários do bolsa família? Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Os Efeitos de uma Expansão Monetária 1. Economia anteriormente em equilíbrio 2. Banco Central aumenta a oferta de moeda (compra títulos, joga dinheiro para as pessoas) 3. Excesso de oferta de moeda 4. Pessoas podem comprar bens ou poupar (emprestar) para que outros compre bens => Há aumento na demanda por bens e serviços 5. Aumento da demanda causa aumento dos preços 6. Aumento de preços causa aumento da demanda por moeda 7. Novo equilibrio: aumenta inflação Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Teoria Quantitativa da Moeda A explicação de como o nível geral de preços é determinado e de como ele se altera é chamada de teoria quantitativa da moeda. A quantidade de moeda disponível na economia determina o valor da moeda. O crescimento na quantidade de moeda é a principal causa da inflação. “A inflação é sempre um fenômeno monetário” (Milton Friedman) Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Dicotomia Clássica e a Neutralidade Monetária Como o aumento da oferta de moeda afeta outras variáveis econômicas? •Variáveis Econômicas Nominais são medidas em unidades monetárias. •Variáveis Econômicas Reais são medidas em unidades físicas que tem lastro de valor de troca Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Dicotomia Clássica e a Neutralidade Monetária De acordo com Hume e outros economistas, variáveis reais não se alteram com modificações na oferta de moeda. Mudanças na oferta de moeda afetam somente as variáveis nominais. A irrelevância das mudanças monetárias sobre as variáveis reais é chamada de neutralidade monetária. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Dicotomia Clássica e a Neutralidade Monetária •Banco Central aumenta a oferta de moeda: • Nível de preços aumenta • Salários nominais aumentam • PIB nominal aumenta • Variáveis reais: PIB real, emprego, salário real e taxa de juros real se mantem inalteradas Dicotomia clássica: outras forças diferentes influenciam variáveis nominais e reais Obs. Moeda como unidade de conta: Mudança do metro. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Dicotomia Clássica e a Neutralidade Monetária Discussão sobre neutralidade monetária: •Não é totalmente realista no curto prazo •Alterações na moeda têm efeito em variáveis reais no curto prazo Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Velocidade e a Equação Quantitativa •A velocidade da moeda é o número de vezes que a moeda troca de mãos para pagar bens e serviços. V = PIB NOMINAL/ M1 V = (P x PIB REAL)/M1 V = (P x Y)/M1 . onde: V = velocidade P = nível de preços (deflator implícito) Y = produção (PIB real) M1 = quantidade de moeda (oferta de moeda) Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Velocidade e a Equação Quantitativa Exemplo: ▪PIB Nominal Brasil em 2011 R$ 4.143.013,34 milhões ▪Oferta de Moeda em dez/2011 (M1) = R$ 285.376,9 milhões Velocidade da Moeda (Brasil) em 2011 = 14.5 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo PIB Nominal Índices (1960 = 100) 1,500 1,000 500 0 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 M2 PIB Nominal, Quant. Moeda e a Veloc. Moeda (USA) Velocidade Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo PIB Nominal mensal e Quant. Moeda no Brasil Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Velocidade e a Equação Quantitativa Reescrevendo a equação obtem-se a equação quantitativa: M1 x V = P x Y A equação quantitativa (equação das trocas) relaciona a quantidade de moeda (M1) com o produto nominal (P x Y). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Velocidade e a Equação Quantitativa A equação quantitativa mostra que um aumento na quantidade de moeda em uma economia deve refletir-se em uma das outras três variáveis: ▪ O nível de preços tem que aumentar, ▪ O nível de produto tem que aumentar, ou ▪ A velocidade da moeda tem que diminuir. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Teoria Quantitativa da Moeda O Nível de Preços de Equilíbrio, a Taxa de Inflação e a Teoria Quantitativa da Moeda: •A velocidade da moeda é relativamente constante no tempo. •Quando o BC altera a quantidade de moeda (M), ele provoca alterações proporcionais no valor nominal da produção (P x Y). •Como a moeda é neutra, ela não afeta a produção (vimos os determinantes do PIB real). •O produto (Y) é determinado pela oferta de fatores e tecnologia disponível e sempre esta no pleno emprego. •Resultado da expansão de moeda é maior taxa de inflação Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Nível de Preços de Equilíbrio, a Taxa de Inflação e a Teoria Quantitativa da Moeda Quando o BC altera a oferta de moeda ele induz modificações no valor do produto nominal que, por sua vez, se refletem em alterações do nível de preços. Quando o BC aumenta rapidamente a oferta de moeda, o resultado é uma taxa maior de inflação. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Leituras da Aula Krugman e Wells. Introdução à Economia. 3ª ed. Capítulo 32; Mankiw. Introdução à Economia. 6ª ed. Capítulo 35.
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