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Macroeconomia I - Graduação EaD

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MACROECONOMIA I
Professora Dra. Juliana Franco Afonso
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; AFONSO, Juliana Franco. 
 
 Macroeconomia I. Juliana Franco Afonso. 
 Maringá-Pr.: Unicesumar, 2018. 
 234 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Macro. 2. Economia . EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1032-9
CDD - 22 ed. 338
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por: 
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Silvio César de Castro
Designer Educacional
Amanda Peçanha Dos Santos
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Kleber Ribeiro da Silva
Qualidade Textual
Produção de Materiais
Ilustração
Marta Kakitani
Bruno Cesar Pardinho
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha-
mos com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualida-
de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo-
cional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cur-
sos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais 
de 100 mil estudantes espalhados em todo o 
Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, 
Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 
300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de 
graduação e pós-graduação. Produzimos e revi-
samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil 
exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo 
MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferen-
tes áreas do conhecimento, formando profissio-
nais cidadãos que contribuam para o desenvolvi-
mento de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal seja 
profissional, transformamo-nos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar, mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e se encontram integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar a aproximação entre você e o con-
teúdo”, desta forma, possibilita o desenvolvimento da 
autonomia em busca dos conhecimentos necessários 
para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimen-
to e construção do conhecimento deve ser apenas ge-
ográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que 
o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, 
acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enque-
tes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. 
Além disso, lembre-se de que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
A
U
TO
R
A
Professora Dra. Juliana Franco Afonso
Economista com Doutorado e Mestrado em Teoria Econômica pela 
Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especialista em Consultoria 
Econômica Financeira de Empresas pela mesma Universidade. É professora 
de Economia na Unicesumar e na Faculdade Cidade Verde.
Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e 
publicações, acesse seu currículo disponível no endereço a seguir:
<http://lattes.cnpq.br/4882579117919191>.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro (a) aluno (a), é com muita satisfação que apresentamos a você o livro que fará parte 
da disciplina de Macroeconomia I. O objetivo principal deste livro é introduzir você ao 
estudo sobre os determinantes do produto, do emprego e da renda sob a ótica dos clás-
sicos, da teoria Keynesiana e, por fim, a análise desenvolvida por Hicks e Hansen, que faz 
uma reinterpretação da teoria keynesiana, com a elaboração do modelo de equilíbrio 
macroeconômico, denominado de modelo IS-LM.
Este livro está constituído por cinco unidades. Na Unidade I, apresentarei a você o conceito 
da macroeconomia, o que ela estuda e seus objetivos. Também apresentarei a evolução 
histórica das principais teorias macroeconômicas, desde as teorias clássicas, desenvolvidas 
no século XVIII, passando por Keynes, no século XX, até as teorias mais contemporâne-
as. Nessa unidade, você também aprenderá como é realizada a contabilidade nacional, ou 
seja, como é calculado o Produto Interno Bruto e a Renda Nacional e, por fim, como um país 
é uma grande empresa, também aprenderemos sobre o Balanço de Pagamento do país. 
Na Unidade II, aprenderemos sobre o sistema monetário nacional, começando com a 
definição de moeda, sua evolução histórica e as funções que ela deve desempenhar 
para que seja considerada moeda forte. Nessa unidade, também aprenderemos os fato-
res condicionantes da oferta e da demanda por moeda, ou seja, estudaremos o processo 
de criação dela, na economia, seu efeito multiplicador e a relação da demanda por mo-
eda com a taxa de juros da economia.
Conhecidos os determinantes da oferta e demanda por moeda, a Unidade III irá se concen-
trar em ensinar como o governo utiliza a Política Monetária para estimular o crescimento eco-
nômico e quais são os instrumentos que utiliza para alcançar tais objetivos. Por fim, apresen-
tarei a você os principais produtos financeiros que são negociados no mercado monetário.
A Unidade IV está focada na teoria clássica de determinação da produção, da renda e do 
emprego na economia, ou seja, a formação da Oferta Agregada. Aprenderemos sobre 
os principais postulados desta corrente teórica e o conceito de equilíbrio com pleno 
emprego. Desta forma, aprenderemos como é determinado o nível de emprego na eco-
nomia e o equilíbrio no mercado de trabalho. Também estudaremos como é formada a 
demanda agregada clássica e a relação entrepoupança, investimento e taxa de juros. 
Por último aprenderemos como se dá o equilíbrio macroeconômico entre a Oferta Agre-
gada e a Demanda Agregada clássica e os efeitos de política monetária e fiscal.
Na última unidade do livro, a Unidade V, apresentarei a teoria keynesiana de determi-
nação da renda, dos juros e do emprego. Aprenderemos quais são suas propriedades 
básicas e as principais divergências com a teoria clássica. Estudaremos como se dá o 
equilíbrio no mercado monetário, relacionando a renda e a taxa de juros para a constru-
ção da curva LM. Também estudaremos como se dá o equilíbrio no mercado de bens e 
serviços e quais são as diferentes combinações de taxa de juros e a renda que equilibra 
este mercado, dando origem à curva IS. Por fim, estudaremos o equilíbrio simultâneo do 
modelo IS-LM de Hicks e Hansen e os impactos da política econômica e fiscal na deter-
minação do equilíbrio. BOM ESTUDO!
APRESENTAÇÃO
MACROECONOMIA I
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
15 Introdução
16 Objetivos da Macroeconomia 
18 Evolução da Teoria Macroeconômica 
24 Contabilidade Nacional 
35 Balanço de Pagamento 
40 Considerações Finais 
45 Referências 
46 Gabarito 
UNIDADE II
SISTEMA MONETÁRIO: OFERTA E DEMANDA DE MOEDA
49 Introdução
50 As Funções da Moeda e sua Importância 
55 Oferta de Moeda 
65 Demanda por Moeda 
74 Considerações Finais 
80 Referências 
81 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
POLÍTICA MONETÁRIA E PRODUTOS FINANCEIROS
85 Introdução
86 A Moeda e a Taxa de Juros 
99 Objetivos de Política e a Política Monetária 
111 Produtos Financeiros 
125 Considerações Finais 
131 Referências 
132 Gabarito 
UNIDADE IV
MACROECONOMIA CLÁSSICA 
135 Introdução
136 A Oferta Agregada Clássica 
139 A Demanda e a Oferta de Trabalho no Modelo Clássico e Equilíbrio no 
Mercado
149 Oferta e Demanda Agregada Clássica 
155 Poupança, Investimento e Taxa de Juros no Modelo Clássico 
160 Equilíbrio Entre Oferta e Demanda no Modelo Clássico e Política Fiscal 
166 Considerações Finais 
175 Referências 
176 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
MACROECONOMIA KEYNESIANA E OS MODELOS IS-LM
179 Introdução
180 O Modelo Keynesiano 
196 Equilíbrio no Mercado de Bens e Serviços: A Curva IS 
208 Equilíbrio no Mercado Monetário: A Curva LM 
214 O Modelo IS – LM e o Efeito de Política Fiscal e Monetária 
226 Considerações Finais 
232 Referências 
233 Gabarito 
234 Conclusão
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N
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A
D
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Professora Dra. Juliana Franco Afonso
INTRODUÇÃO À 
MACROECONOMIA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Desenvolver, no aluno, uma visão panorâmica sobre a 
macroeconomia. 
 ■ Apresentar a evolução histórica das principais teorias 
macroeconômicas.
 ■ Conhecer os agregados monetários e sua forma de mensuração por 
meio do Sistema de Contabilidade Nacional.
 ■ Apresentar as contas que fazem parte do Balanço de Pagamento e 
suas especificidades.
Plano de Estudo
 ■ Objetivos da Macroeconomia
 ■ Evolução da Teoria Macroeconômica
 ■ Contabilidade Nacional
 ■ Balanço de Pagamento
Introdução
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INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), esta unidade introduzirá você ao estudo inicial da macroecono-
mia, que tem como objetivo estudar o comportamento das variáveis econômicas e 
as políticas utilizadas pelo governo, que afetam e determinam o nível de consumo 
e investimentos na economia, o câmbio e a balança comercial, os determinantes 
das variações de preços e salários, o controle do estoque de moeda, a definição 
do orçamento do governo por meio dos impostos, a formação das taxas de juros 
e a dívida pública.
É importante entendermos que nós estamos inseridos em um ambiente eco-
nômico, e que as variáveis econômicas influenciam nossas decisões correntes e 
futuras de gastos e investimentos o tempo todo. Qualquer leigo em economia 
sabe que pegar empréstimos quando a taxa de juros está alta é problema, que gas-
tar mais do que ganha pode levar à falência tanto pessoal como empresarial, que 
abrir uma empresa em plena recessão econômica é arriscado. Portanto, podemos 
concluir que a macroeconomia lida com os problemas do dia a dia.
Além de definir o que é macroeconomia, apresentarei a você, nesta unidade, 
a evolução histórica das principais teorias macroeconômicas, que vai desde o 
desenvolvimento da teoria clássica com Adam Smith, no século XVIII, até os 
dias de hoje, com as novas teorias contemporâneas. Também apresentarei os 
principais agregados macroeconômicos e como é determinado o produto nacio-
nal em suas três abordagens: do produto, da demanda e da renda. Estudaremos, 
por meio da apresentação do fluxo circular da renda, que estas três aborda-
gens são equivalentes.
Você já se perguntou como é contabilizado o dinheiro que entra e sai de nossa 
economia? Ou se tem mais dinheiro entrando ou saindo? Para responder a estas 
questões, estudaremos a estrutura do balanço de pagamentos, que representa o 
resumo contábil das transações econômicas de um país com o resto do mundo. 
Assim, espero que estude, com entusiasmo, esta unidade que foi elaborada 
especialmente para você. Tenha uma boa leitura!
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
OBJETIVOS DA MACROECONOMIA
Os agentes econômicos (pesquisadores, famílias, empresários, governantes, entre 
outros) tomam decisões baseadas em sua racionalidade e, por isso, necessitam 
se aprofundar no conhecimento, pela da busca incessante da verdade, baseada 
em informações que possam transcrever a realidade do objeto de estudo. Para 
isto, o agente econômico deve trabalhar sobre dados relacionados a diferentes 
situações, que, posteriormente, se refletirão em informações seguras para com-
parações e julgamentos.
Neste sentido, a macroeconomia é a parte da teoria econômica que trata do 
estudo sobre o comportamento da economia como um todo, buscando enten-
der como se dá o aumento do produto, da renda e do emprego ao longo de um 
determinado período de tempo.
De acordo com Dornbusch et al. (2006), a macroeconomia abrange as 
políticas que afetam o consumo das famílias, o investimento, a taxa de câmbio 
e a balança comercial, os determinantes das variações dos preços e salários, as 
Objetivos da Macroeconomia
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políticas fiscal e monetária, o volume de moeda em circulação, o orçamento do 
governo e a dívida pública e, por fim, o comportamento da taxa de juros. Assim, 
a macroeconomia busca entender o comportamento destas variáveis econômi-
cas e seus efeitos sobre o produto, a renda e a demanda agregada.
Na macroeconomia, estudamos os mercados, de forma agregada, ou seja, 
estudamos o mercado de bens e serviços como um todo, o mercado de trabalho 
como um todo e de forma específica, individual. A área da economia que trata 
os mercados de forma específica é chamado de microeconomia.
Segundo Dornbusch et al. (2006), as pesquisas macroeconômicas possuem 
três tópicos principais de análise: 
 ■ Primeiro - como explicaríamos períodos de desemprego alto 
e persistente?
 ■ Segundo - quais são as causas da inflação e como combatê-las? 
O que causa as hiperinflações?
 ■ Terceiro - o que determina a taxa de crescimento do produto? 
Por que alguns países crescem mais rapidamente que outros?
Para responder estas questões, várias teorias foram desenvolvidas com o objetivo 
de desmistificar as causas do desemprego, da inflação e do crescimento econô-
mico e definir quais políticas econômicas (política fiscal, monetária, cambial, 
comercial) deveriam ser adotadas pelo governo para alcançar determinado fim. 
Por exemplo, alguns estudiosos dizem que o governo não tem muito o que 
fazer para contero alto desemprego, e que o melhor a ser feito é a instituição de 
políticas de compensação apropriadas, como: seguro desemprego, bolsa família, 
entre outros. Por outro lado, outros estudiosos defendem o uso de uma polí-
tica fiscal especial, como o corte de impostos, a redução do IPI (Imposto Sobre 
Produto Industrializado) sobre os automóveis e eletrodomésticos, em 2009. Estes 
pontos de vista são sustentados por líderes das duas principais tradições inte-
lectuais da macroeconomia: a teoria clássica e keynesiana, que estudaremos nos 
próximos capítulos de nosso livro.
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
EVOLUÇÃO DA TEORIA MACROECONÔMICA
No século XVIII, surge, na Inglaterra, um economista, filósofo e professor de 
“Filosofia Moral”, na Universidade de Oxford, chamado Adam Smith, conside-
rado o precursor da moderna teoria econômica e o pai da escola clássica. Em 
1776, publicou a obra A Riqueza das Nações, na qual procurou demonstrar as 
principais diferenças entre economia política,  ciência política, jurisprudência 
e ética. Na obra, como é de se esperar, estão diversas e fortes críticas ao sistema 
mercantilista, devido à sua intervenção sem limites na economia.
Em sua obra, Smith procurou apresentar um modelo teórico para explicar 
o desenvolvimento econômico das nações: a divisão do trabalho. Segundo ele, 
seria a divisão do trabalho o responsável por garantir que os custos de produção 
fossem reduzidos e, assim, os preços das mercadorias, gerando um aumento de 
bem-estar para a população. Além da divisão do trabalho, a livre concorrência 
e a acumulação de capitais também são fontes importantes para o desenvolvi-
mento econômico (PINHO; VASCONCELLOS, 2004).
https://www.resumoescolar.com.br/geografia/ciencia-politica/
https://www.resumoescolar.com.br/geografia/ciencia-politica/
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Evolução da Teoria Macroeconômica
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Smith entendia que a atuação da livre concorrência, sem intervenção do 
governo nas decisões de mercado, levaria a sociedade ao crescimento econô-
mico guiado por uma “mão invisível”. Para ele, a iniciativa privada, buscando o 
lucro máximo, acaba gerarando um aumento da concorrência, que impacta na 
redução dos preços e promove o bem-estar de toda a comunidade. E é esta “mão 
invisível” que orienta todas as decisões da economia, não necessita da interfe-
rência do Estado, sendo este o princípio do liberalismo econômico.
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2008), a ideia de Smith era de que a 
produtividade da mão de obra era proveniente da divisão do trabalho, que passa 
a ser necessária por causa do aumento das trocas decorrentes da ampliação dos 
mercados. Assim, as economias de mercado tinham a capacidade de utilizar de 
maneira eficiente todos os recursos disponíveis, de forma a alcançar sempre o 
nível de pleno emprego, segundo o qual não existiria desemprego voluntário, 
e este seria garantido pela flexibilidade de preços e salários.
Para Smith, o Estado tem apenas como papel oferecer proteção à sociedade, 
criação e manutenção de instituições necessárias ao bom andamento do estado. 
As teorias desenvolvidas por ele foram estudadas e aprimoradas por vários segui-
dores, que contribuíram para a constituição do conjunto de obras que fazem 
parte da teoria clássica. Dentre seus principais seguidores, que se destacam pelas 
importantes contribuições à Ciência Econômica, estão: Thomas Malthus, David 
Ricardo, Stuart Mill e Jean Baptiste Say, todos de meados dos séculos XVIII e XIX. 
Jean Baptiste Say instituiu a chamada Lei de Say, supondo que tudo o que 
seria produzido seria vendido, ou seja, “a oferta cria sua própria demanda”. Desta 
forma as empresas produziam sem se preocupar com a demanda, concentrando-se 
apenas no modo de produção. Assim, a teoria clássica foi a base teórica do sis-
tema capitalista de produção, que se instituiu na Europa, em fins do século XVIII.
A partir de 1920, com o término da Primeira Guerra Mundial, surgem muitos 
debates sobre a aplicabilidade das teorias neoclássicas para explicar os proble-
mas da atividade econômica (alto nível de desemprego e recessão econômica). 
Estas críticas atingem o seu auge com a Crise de 1929, decorrente da quebra da 
Bolsa de Valores de Nova York, evidenciando a insuficiência da teoria clássica e 
neoclássica para solucionar a crise que os EUA e os países da Europa Ocidental 
estavam enfrentando.
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Neste cenário, a teoria macroeconômica ganha um novo impulso com o eco-
nomista inglês John Maynard Keynes e a publicação de sua obra Teoria Geral 
do Emprego, dos Juros e da Moeda, em 1936. A contribuição de Keynes teve um 
impacto tão grande em relação ao rompimento com a teoria clássica, que ficou 
conhecida como a revolução keynesiana. 
Ao contrário dos economistas clássicos, Keynes não acreditava que os paí-
ses capitalistas tinham a capacidade de promover, de forma automática, o pleno 
emprego, e que os preços e salários de uma economia não eram perfeitamente 
flexíveis, como diziam os clássicos - por exemplo, o mercado de trabalho é regu-
lado por contratos - assim, os trabalhadores não conseguem ajustar os seus salários 
de forma automática.
 De acordo com Keynes (1992), o poder dos sindicatos de trabalhadores 
faz com que os salários sejam rígidos, dando origem ao chamado desemprego 
involuntário, ou seja, a economia opera abaixo do pleno emprego. Este pos-
tulado significa que o emprego só aumenta, se o salário real dos trabalhadores 
(expresso em bens de consumo dos assalariados) diminuir, e as empresas pude-
rem obter mais lucros.
Keynes defendeu que, para que a economia pudesse ser elevada novamente 
ao pleno emprego, o governo deveria intervir por meio de políticas públicas que 
incentivassem o crescimento da demanda agregada por bens e serviços, reduzindo 
a capacidade ociosa das empresas e estimulando, com isso, mais contratações de 
mão de obra. Desta forma, a sua teoria inverte o sentido da Lei de Say ao enfatizar o 
papel da demanda agregada de bens e serviços como geradora do nível de emprego. 
Assim, para tirar uma economia que está em um estado de recessão econô-
mica, o governo deve intervir por meio de uma política de gastos públicos. Isto 
significa o fim da crença clássica no laissez-faire, como mecanismo de ajuste dos 
mercados ( PINHO; VASCONCELLOS, 2004).
Os argumentos da teoria keynesiana influenciaram muito a política econô-
mica dos países, após 1930, principalmente, nos anos que se seguiram à Segunda 
Guerra Mundial. Em 1937, John Hicks publicou um artigo com o nome Mr. 
Keynes and the classics: a suggested interpetation, que apresenta uma estrutura 
teórica conhecida como Modelo IS-LM, que foi a base para a formação da sín-
tese neoclássica, no período pós guerra (LOPES; VASCONCELLOS, 2000).
Evolução da Teoria Macroeconômica
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A síntese neoclássica constituiu-se em um movimento acadêmico que 
procurou introduzir os princípios da teoria keynesiana no pensamento da 
economia neoclássica. Inicialmente, foi desenvolvida por John Hicks, mas foi 
popularizada pelo economista matemático Paul Samuelson, com a publicação de 
seu livro Economics. A partir de então, as formulações de política são realizadas 
com base nessa estrutura teórica, que admitia que a economia poderia alcançar 
um equilíbrio com desemprego, abrindo espaço para a utilização de políticas 
monetárias e fiscais na promoção do pleno emprego.
No fim da década de 1950, surge a chamada curva de Phillips, que pro-
curarelacionar a inflação com a taxa de desemprego, sendo esta uma medida 
(proxi) do nível de atividade da economia. Segundo este modelo teórico, have-
ria um trade-off entre inflação e desemprego, uma vez que, quanto maior o 
desemprego, menor seria a taxa de inflação, e vice-versa. Desde o seu surgi-
mento, a teoria sofreu vários ajustes de acordo com a conjuntura econômica e 
questionamentos teóricos. Apesar de adaptações, a maneira como as variáveis 
desemprego e inflação relacionam-se varia de país a país e ao longo do tempo 
(BLANCHARD, 2007).
Assim durante a primeira metade da década de 1960, os formuladores de 
política tinham como instrumento o modelo IS-LM, que representa o equilíbrio 
no mercado de bens e serviços (IS) e no mercado monetário (LM), e, por isso, 
analisa os componentes da demanda agregada e a curva de Phillips que retrata 
as condições de oferta agregada.
De acordo com Blanchard (2007), a relação da curva de Phillips mostrou-se 
verdadeira até a década de 1970, quando os choques do petróleo de 1973 e 1979 
provocaram aumento no nível de preços, ou seja, a inflação subiu por razões não 
inerentes a custos relativos ao trabalho, mas sim por causa do aumento do preço 
do petróleo, sendo uma inflação de custo, e não de demanda.
As mudanças na conjuntura internacional fizeram com que as críticas dos 
economistas Edmund Phelps (1967) e Milton Friedman (1968) ganhassem noto-
riedade. Segundo eles, os indivíduos preocupam-se com a evolução das variáveis 
reais e não nominais, assim, as expectativas de evolução dos preços são impor-
tantes. Neste sentido, propõem a inclusão da expectativa da inflação na análise 
da curva de Phillips, que fica conhecida como curva de Phillips modificada.
https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Hicks
https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Hicks
https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Hicks
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Samuelson
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Samuelson
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IU N I D A D E22
Agora, o importante é considerar de que forma os agentes formam suas expec-
tativas. Friedman defendia as chamadas “expectativas adaptativas”, por meio das 
quais os agentes formulavam suas expectativas de inflação baseados na inflação 
passada. Por outro lado, Robert Lucas e Thomas Sargent defendem as “expecta-
tivas racionais”, nas quais os agentes possuem todas as informações e têm pleno 
domínio do instrumental macroeconômico, ou seja, inflação esperada é igual 
à inflação realizada. Neste sentido, surgem as análises da curva de Phillips com 
expectativas adaptativas e racionais, esta última chamada de versão aceleracio-
nista (BLACHARD, 2007).
De acordo com Pinho e Vasconcellos (2004), os grandes modelos macroeco-
nométricos foram desenvolvidos pelos autores adeptos à síntese neoclássica, com 
destaque para Jonh R. Hicks, Roy F. Harrod, James E. Meade, Franco Modigliane, 
Willian Phillips, entre outros. 
Durante as décadas de 1970 e 1980 surge a escola das expectativas racionais, 
também conhecida como novos clássicos. Esta escola defende que os agentes 
econômicos formam as suas expectativas sobre o comportamento futuro de uma 
determinada variável econômica, baseado nas informações passadas e presentes, 
assim, não cometem erros sistemáticos. Neste sentido, vão se formando quatro 
grandes escolas do pensamento macroeconômico: os keynesianos, os neoclás-
sicos, os novos clássicos e os pós-keynesianos.
Os pós-keynesianos surgem a partir da década de 1970 e fazem uma relei-
tura de Keynes. Defendem que as deficiências na demanda agregada é que são 
responsáveis pelos níveis de desemprego verificados em muitos países, pela redu-
ção da atividade econômica e desaceleração da taxa de crescimento do produto. 
A demanda agregada da economia é formada pelas despesas com bens de con-
sumo e pelos gastos com investimento realizados pelas empresas (gastos com 
bens de capital). No entanto estes dependem das expectativas dos empresários 
com relação à lucratividade do investimento e ao seu custo de oportunidade, ou 
seja, o empresário avaliará se vale mais a pena investir na empresa ou deixar o 
capital aplicado em ativos do mercado financeiro. Agindo assim o empresário 
está sendo racional.
Evolução da Teoria Macroeconômica
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Por outro lado, os gastos com bens de consumo dependem da renda auferida 
pela população. Quando maior a renda , maior o consumo. No entanto o rendi-
mento recebido depende do emprego. Em períodos de alto investimento, novos 
postos de trabalho são criados, estimulando a renda e o consumo. Assim, temos 
que o investimento determina o nível de emprego, o qual determina a renda e 
que, por sua vez, determina o consumo. Para os pós-keynesianos, quando há uma 
deficiência de demanda agregada, significa que há uma deficiência na geração de 
novos investimentos, assim, o governo deve atuar estimulando os investimentos.
 De acordo com Lopes e Vasconcellos (2000), os neoclássicos e os novos 
clássicos são frequentemente denominados de monetaristas, e os economistas 
pós-keynesianos podem ser distribuídos em três grupos: os neo-ricardianos, 
os fundamentalistas e regulacionistas.
Finalmente, devem ser lembrados os institucionalistas cuja principal carac-
terística é destacar em suas análises o papel das instituições e da tecnologia na 
formação dos preços e alocação de recursos. Eles entendem que a estrutura de 
poder e o controle das várias instâncias decisórias devem ser incorporadas à 
análise econômica.
Nos dias atuais, qual teoria macroeconômica é utilizada pelos governos dos 
países capitalistas?
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
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IU N I D A D E24
CONTABILIDADE NACIONAL 
Como o objetivo da macroeconomia é estudar a determinação e o comporta-
mento dos grandes agregados nacionais, este tópico concentrará as suas análises 
na medição das variáveis que representam o fluxo de bens e serviços da economia 
como um todo, que são medidos com base em um sistema contábil denominado 
sistema de contas nacionais.
DETERMINAÇÃO DO PRODUTO NACIONAL
A medida mais ampla da atividade econômica agregada é o Produto Interno 
Bruto (PIB), que pode ser mensurado pela abordagem do produto, da demanda 
e da renda. Os conceitos de produto, renda e despesas são equivalentes. Esta 
igualdade pode ser representada de forma simplificada com base no fluxo cir-
cular da renda representado pela Figura 1.
MERCADO DE
BENS E
SERVIÇOS
MERCADO DE
FATORES DE
PRODUÇÃO
EMPRESAS FAMÍLIAS
Receita (=PIB)
Bens e
serviços
vendidos
Despesas (=PIB)
Salários, aluguéis
e lucros (=PIB)
Renda (=PIB)
Bens e
serviços
comprados
Insumos
para a
produção
Fluxo de moeda
Fluxo de bens e serviços
Terra,
trabalho e
capital
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Figura 1 - Fluxo circular da renda
Fonte: Mankiw (2006). 
De acordo com a Figura 1, as empresas, ao produzirem bens e serviços, contra-
tam os fatores de produção que são fornecidos pelas famílias. Estes fatores, ao 
serem empregados no processo produtivo, são remunerados, gerando renda às 
famílias, que é, inicialmente, gasta na aquisição de bens e serviços fornecidos 
pelas empresas. Desta forma, as famílias geram renda para as empresas. Com 
base neste fluxo podemos estabelecer a seguinte identidade macroeconômica 
(MANKIW, 2006):
PRODUTO AGREGADO = DESPESA AGREGADA = RENDA AGREGADA
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
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IU N I D A D E26
Assim, o Produto Interno Bruto (PIB) pode ser medido sob a ótica da produ-
ção,da renda e da despesa agregada.
 ■ Produto Interno Bruto sob a ótica do produto agregado: é 
o valor total de mercado de todos os bens finais e serviços pro-
duzidos dentro de um país durante um dado período de tempo 
(MANKIW, 2006).
 ■ Produto Interno Bruto sob a ótica da renda agregada: repre-
senta a soma das rendas recebidas pelos produtores, incluindo os 
lucros e os impostos pagos ao governo, cujo conceito chave é a 
renda nacional (ABEL; BERNANKE; CROUSHORE,2008). Na 
renda nacional estão inclusos: 
 » salários dos empregados;
 » renda dos proprietários;
 » aluguel;
 » lucros empresariais;
 » juros líquidos;
 » impostos sobre a produção e as importações;
 » pagamentos (líquidos) de transferências correntes das 
empresas;
 » superávit corrente de empreendimentos governamentais.
 ■ Produto Interno Bruto sob a ótica da despesa agregada: 
representa a soma das despesas totais com bens e serviços finais 
(BLANCHARD, 2007). 
O PIB sobre a ótica da demanda/despesa agregada pode ser representado pela 
seguinte equação:
Y = C + I + G + X - M
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Em que,
Y = PIB = produção total = renda total = despesa total;
C = consumo;
I = investimento;
G = compras de bens e serviços pelo governo;
M = importações; 
X = exportações. 
Blanchard (2007) interpreta da seguinte forma os componentes do PIB na abor-
dagem da demanda agregada:
 ■ Consumo (C) - são os bens e serviços comprados pelos consu-
midores e que variam de alimentos a passagens aéreas, passando 
pelas férias, pelo carro novo e assim por diante. O consumo é o 
maior componente do PIB.
 ■ Investimento (I) - também chamado de investimento fixo. 
Pode ser não residencial, que é o gasto feito pelas empresas em 
estruturas, equipamentos e software; e residencial, que é o gasto 
na construção de novas casas e novos edifícios.
 ■ Gastos do Governo (G) - são os bens e serviços comprados 
pelos governos federal, estadual e municipal.
 ■ Exportações (X) - são as vendas de bens e serviços para o 
resto do mundo.
 ■ Importações (M) - são as compras de bens e serviços do resto 
do mundo.
De acordo com Mankiw (2006), as principais características do PIB são: 
 ■ a produção é valorada a preços de mercado;
 ■ registrar somente o valor dos bens finais, não dos bens inter-
mediários (o valor é contado somente uma vez);
 ■ incluir tanto bens tangíveis (alimentos, vestuário,carros) como 
intangíveis (serviços em geral);
 ■ não incluir transações envolvendo bens produzidos no passado;
 ■ medir o valor da produção dentro dos limites geográficos de 
um país. 
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
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IU N I D A D E28
Podemos verificar pela equação do PIB, sob a ótica da demanda agregada, que 
um aumento do consumo, do investimento, dos gastos do governo e das expor-
tações causam elevação no PIB e vice-versa, e que o aumento nas importações 
causam a redução. Assim, quando o governo quer estimular o crescimento eco-
nômico, ele pode adotar políticas que gerem aumento em uma das variáveis que 
compõem a fórmula do PIB, no entanto deve levar em consideração os impac-
tos que isto pode gerar na economia, como nos preços, mas estudaremos estes 
impactos em capítulos posteriores.
O que devemos entender é que, no Brasil, o governo está presente em inú-
meras atividades econômicas, seja como produtor de bens e serviços, como 
consumidor ou como regulador dos mercados. No caso de produtor de bens e 
serviços por meio das empresas estatais ou de economia mista, esta atividade é 
registrada na contabilidade nacional como se fosse uma empresa privada. Mas 
o que entraria na conta gastos do governo?
Na conta gastos do governo (G) são registradas as despesas com a oferta de 
bens públicos cujo fomento destas atividades provêm da arrecadação de impos-
tos, taxas e contribuições. Lopes e Vasconcellos (2000) definem bens públicos 
aqueles bens e serviços que não podem ser promovidos pelo mecanismo de 
mercado, como: justiça, segurança nacional, administração pública etc. Mas e 
a oferta de serviços educacionais e de saúde? Estes são providos pelo governo 
como forma de fazer uma redistribuição de renda. 
Os impostos arrecadados pelo governo podem ser distribuídos em duas 
categorias:
i. Impostos diretos - inclui os impostos que incidem diretamente 
sobre a renda e riqueza das pessoas jurídicas (empresas) e físicas 
(população). São eles: IRPJ, IRPF, CSLL, IPTU, ITR;
ii. Impostos indiretos - são aqueles que incidem sobre a produ-
ção e comercialização dos bens e serviços, como: IPI, ICMS, IX, 
IM, PIS, COFINS.
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Nesse sentido, a presença do governo na economia com a cobrança de impos-
tos faz com que a função consumo keynesiana no mercado de bens e serviço 
seja representada por (DORNBUSCH et al. , 2006) :
C = C0 + c(Y - T)
C = C0 + cYd
Em que,
C = consumo total;
C0 = consumo autônomo (que não depende da renda);
c = propensão marginal a consumir;
Y = PIB = renda total = produção total = despesa total;
Yd = renda disponível;
T = tributos.
Desta forma, percebemos que a carga tributária reduz a renda disponível, e é 
esta que devemos levar em consideração, quando analisamos o consumo agre-
gado da economia, pois é esta renda de que os consumidores realmente dispõe 
para gastar ou poupar. A função consumo keynesiana, diz-nos que ele depende 
do consumo autônomo, nível mínimo de consumo na economia que independe 
da renda e da propensão marginal a consumir da renda disponível (c). Esta pro-
pensão marginal a consumir varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 1 maior 
será a propensão marginal a consumir e, assim, maior será o impacto da renda 
na determinação do consumo. Por outro lado, quanto mais próximo de 0 for a 
propensão marginal a consumir da renda disponível, maior será a propensão 
marginal a poupar desta economia. Como temos a identidade de que poupança 
é igual a investimento, significa que nesta economia a demanda agregada acaba 
sendo incentivada mais pelo investimento do que pelo consumo em si. Mas estas 
são questões que estudaremos a partir da Unidade 3 de nosso livro. 
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
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Com a introdução do governo, podemos chegar a mais dois conceitos sobre o pro-
duto: produto a custo de fatores (Pcf) e o produto a preços de mercado (Ppm). 
Quando excluímos no cálculo do produto os impostos indiretos e incluímos 
os subsídios pagos pelo governo, temos o conceito de produto a custo de fato-
res (Pcf). Por outro lado, quando incluímos, no cálculo do produto, os impostos 
indiretos e excluímos os subsídios, estamos trabalhando com o conceito de pro-
duto a preços de mercado (Ppm). Neste sentido, temos a seguinte relação:
Ppm = Pcf + impostos indiretos - subsídios
Podemos verificar por esta relação que os impostos indiretos aumentam os preços 
de mercado dos produtos e serviços da economia e quem os paga são os consu-
midores. Por outro lado, quando o governo subsidia os custos de produção de 
determinados bens e serviços, os consumidores são beneficiados.
Sabemos que o governo não pode gastar (G) mais do que arrecada com im-
postos, taxas e contribuições (T). Quando G < T temos um superávit do go-
verno, quando os G > T temos um déficit público. No entanto o déficit deve 
ser financiado de alguma forma, senão alguém vai ficar sem receber. Mas 
quais as formas de financiamento do déficit público?
Algumas formas são:
 ■ lançamento e novos impostos, como a CPMF, o conhecido imposto do 
cheque;
 ■ aumento da carga tributária; 
 ■ lançamento de títulos da dívida pública, como Letras do Tesouro Nacio-nal, que podem ser compradas no site do Tesouro Direto.
Fonte: a autora.
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PIB REAL E PIB NOMINAL
O produto é medido em termos monetários e, em um país como o Brasil, que 
possui inflação, temos dificuldade de interpretar a sua evolução. Neste sentido, 
devemos saber diferenciar o PIB nominal do PIB real.
Valor nominal é o valor de um bem medido em reais na data em que o paga-
mento é efetuado. Assim, o PIB nominal é a produção de bens e serviços, avaliada 
a preços correntes. Devido à inflação ou à desvalorização da moeda, antes de 
fazermos qualquer comparação ou operação aritmética envolvendo o valor de 
um bem, é necessário uniformizar a unidade de medida, ou seja, é necessário 
calcular os valores reais ou a preços constantes. Neste sentido, o PIB real é a pro-
dução de bens e serviços avaliada a preços constantes, e são estes que utilizamos 
para verificar se houve, ou não, crescimento econômico.
Para tirar o efeito da inflação sobre a evolução dos agregados monetários, 
utilizamos os chamados índices de preços. No deflacionamento do PIB nominal, 
utilizamos o deflator implícito do PIB, que corresponde à razão entre a soma 
de todos os preços no período corrente (atual), multiplicados pelas quantidades 
do período corrente e a soma de todos os preços do período base, multiplicado, 
pelas quantidades do período base, veja (HOFFMAN, 2009):
Desta forma, o deflator do PIB também pode ser medido como sendo a razão 
entre o PIB nominal e o PIB real multiplicada por cem.
De�ator do PIB = x 100ΣQtPtΣQ0P0
De�ator do PIB = x 100PIB nominal
PIB real
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O valor real, portanto, responde à seguinte pergunta: quanto o valor teria subido 
em determinado período se os preços permanecessem os mesmos do ano-
-base? Para isso, deve-se excluir do valor nominal o efeito da inflação. Isto pode 
ser realizado por meio de algum índice que sirva de deflator para o período. 
Matematicamente, isso não é nada mais do que a seguinte fórmula:
O deflator implícito do PIB para o período de 1995 a 2011 está apresentado na 
tabela a seguir:
Tabela 1 - Deflator implícito do PIB, ano-base 1995.
ANO DEFLATOR DO PIB
1995 100
1996 118,13
1997 123,29
1998 129,49
1999 139,66
2000 148,00
2001 163,68
2002 183,91
2003 213,62
2004 228,76
2005 246,36
2006 255,93
2007 270,55
2008 297,45
2009 323,03
2010 354,14
2011 351,70
Fonte: adaptado de Ipeadata ([2018], on-line)1.
PIB real = x 100PIB nominal
De�ator do PIB
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Exemplo 1:
Segundo dados disponíveis no Ipeadata, o PIB nominal do Brasil para o 
período de 2008 a 2011, estão apresentados na Tabela 2. Dado que o deflator 
implícito do PIB para os anos de 2008, 2009, 2010 e 2011 são: 297,45; 323,03; 
254,14 e 351,70, calcule o PIB real para os períodos de 2008 a 2011, sendo 1995 
o ano-base, ou seja, calcule o PIB real a preços de 1995. 
Tabela 2 - PIB nominal brasileiro
ANO PIB NOMINAL (MILHÕES)
2011 4.376.382,00
2010 3.885.847,00
2009 3.333.039,00
2008 3.109.803,00
Fonte: adaptado de Ipeadata ([2018], on-line)1.
Solução: 
FÓRMULA
O Pib real de 2011 a 
preços de 1995 é:
PIB real = x 100 = 1.244.350,874.376.382,00351,70
O Pib real de 2010 a 
preços de 1995 é:
PIB real = x 100 = 1.097.262,953.885.847,00354,14
O Pib real de 2009 a 
preços de 1995 é:
PIB real = x 100 = 1.031.804,793.333.039,00323,03
O Pib real de 2008 a 
preços de 1995 é:
PIB real = x 100 = 1.045.487,653.109.803,00297,45
Assim podemos verificar que o valor do PIB real a preços de 1995, quando tira-
mos a inflação do período, é bem menor. Agora, podemos calcular o crescimento 
econômico, pela seguinte fórmula:
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Tabela 3 - Cálculo do crescimento real do PIB
ANO PIB REAL CRESCIMENTO
2008 1.045.487,65
2009 1.031.804,79 ∆% = [ -1] x 100 = -1,31%1.031.804,791.045.487,65
2010 1.097.262,95 ∆% = [ -1] x 100 = 6,34%1.097.262,951.031.804,79
2011 1.244.350,87 ∆% = [ -1] x 100 = 13,4%1.244.350,871.097.262,95
Fonte: a autora.
Assim, temos, em nosso exemplo, que a economia brasileira decresceu em 2009 
em relação a 2008, mas apresentou alta recuperação real nos anos subsequentes.
∆% = [ -1] x 100PIB real tPIB real t - 1
O deflator do PIB do Brasil é calculado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Ge-
ografia e Estatística. As séries históricas trimestral e anual do deflator implí-
cito estão disponíveis no site do Ipeadata disponível em: < www.ipeadata.
gov.br/>.
Fonte: a autora.
Balanço de Pagamento
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BALANÇO DE PAGAMENTO
Todo dinheiro estrangeiro ou divisas, que entra no Brasil e sai dele em um deter-
minado período, é contabilizado em uma demonstração financeira nacional 
chamada balanço de pagamentos, que representa o resumo contábil das transa-
ções econômicas de um país com o resto do mundo.
Na definição utilizada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o balanço de 
pagamentos é o registro sistemático das transações econômicas realizadas, durante 
determinado período de tempo, entre residentes e não residentes de um país.
Definem-se residentes as pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas em um 
país: indivíduos com residência fixa, mesmo imigrantes, filiais de empresas 
estrangeiras sediadas no país, funcionários em serviço no exterior, indivíduos 
que se encontram, transitoriamente, no exterior, entre outros. Este balanço de 
pagamentos é elaborado pelo Banco Central, tendo como referência as transa-
ções realizadas pelos residentes do país, no caso o Brasil, e os residentes de outros 
países. Toda entrada de divisas constitui um crédito, e toda saída de divisas cons-
titui um débito, veja o Quadro 1 a seguir:
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
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IU N I D A D E36
Quadro 1 - Entrada e saída de divisas
CRÉDITO DÉBITO
Exportação de bens e serviços Importação de bens e serviços
Entrada de divisas por meio de doa-
ções e indenizações de estrangeiros
Pagamentos de doações e indeniza-
ções a estrangeiros
Entrada de divisas por meio de em-
préstimos de estrangeiros Pagamentos de empréstimos
Venda de ativos financeiros para 
estrangeiros Compras de ativos estrangeiros
Recebimento de fretes Pagamento de fretes
Recebimento de royalties etc. Pagamento de royalties etc.
Fonte: adaptado de Lopes e Vasconcelos (2000).
Assim, todos os dias existem entradas e saídas de moeda estrangeira no 
Brasil. Quando as operações de crédito são superiores às operações de débito, o 
saldo do balanço de pagamento é superavitário, significando que está entrando 
mais moeda estrangeira do que saindo dólar, por exemplo, e o dólar desvalori-
za-se em relação ao real, ocasionando valorização na taxa de câmbio nominal.
Por outro lado, quando as operações de crédito são menores que as operações 
de débito, o saldo do balanço de pagamento é deficitário, significando que está 
saindo mais moeda estrangeira do que entrando, e o dólar valoriza-se em relação 
ao real, ocasionando desvalorização nominal da taxa de câmbio. Por isso, quando 
vemos, no noticiário, que a balança comercial é deficitária (exportações meno-
res que as importações), a taxa de câmbio tende a se desvalorizar e vice-versa.
De acordo com Feijó (2007), a estrutura do balanço de pagamento segue 
três contas analíticas: 
 ■ Transações correntes - referem-se à movimentação de mercadoriase de 
serviços (inclusive, os serviços de remuneração de capitais – juros e divi-
dendos) – pagamentos e recebimentos de rendas de capital e trabalho e 
transferências unilaterais de renda.
Balanço de Pagamento
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 ■ Conta capital – registra as transferências unilaterais de ativos reais, ati-
vos financeiros ou ativos intangíveis entre residentes e não residentes. 
 ■ Conta financeira – registra todos os tipos de fluxos de capitais entre o 
país e o resto do mundo. Diferentemente, a estrutura do balanço de paga-
mento é apresentada como se segue:
Quadro 2 - Estrutura do balanço de pagamentos
BALANÇO DE PAGAMENTOS
A. BALANÇA DE TRANSAÇÕES CORRENTES
I. Balanço comercial: exportações FOB* – importações FOB.
II. Balanço de serviços: transportes (fretes etc), seguros, viagens interna-
cionais, turismo, rendas de capital (juros, lucros, dividendos), envio de 
royalties, patentes, assistência técnica, comissões, aluguel de equipamen-
tos, entre outros.
III. Transferências unilaterais: remessas feitas por empregado migrantes e 
doações.
Saldo em transações correntes ( I + II + III)
B. BALANÇA MOVIMENTO DE CAPITAIS
IV. Investimentos: investimentos estrangeiros diretos.
V. Reinvestimentos.
VI. Empréstimos e financiamentos de médio e longo prazo.
VII. Empréstimos de curto prazo.
VIII. Amortizações.
IX. Capitais de curto prazo.
X. Erros e omissões. 
Saldo de capital (IV+ V+ VI +....+XI) 
C. ERROS E OMISSÕES
SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (A+ B+C)
D. TRANSAÇÕES COMPENSATÓRIAS
XI. Variações das reservas internacionais.
XII. Operações de regularização.
XIII. Atrasados comerciais.
Fonte: adaptado de Feijó (2007).
(*) FOB – Free on board. As despesas incluídas no valor das mercadorias são as 
incorridas até o embarque destas.
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E38
Assim, as contas do balanço de pagamentos contabilizam as diferentes transações 
internacionais de um país, sendo que os créditos entram com sinal positivo e o 
débito negativo. O saldo em transações correntes (TC) é chamado de poupança 
externa do país. Quando o saldo é positivo, dizemos que estamos transferindo 
bens e serviços para o resto do mundo, assim, a poupança externa é negativa. Por 
outro lado, quando há déficit no saldo em transações correntes, dizemos que a 
poupança externa é positiva, ou seja, estamos absorvendo recursos do resto do 
mundo para financiar o nosso consumo e nossos investimentos.
A conta movimento de capitais (MK) inclui as contas que representam direi-
tos e obrigações de residentes no país com não residentes, inclui os investimentos 
estrangeiros diretos, os reinvestimentos das empresas multinacionais já locali-
zados no país, os empréstimos e financiamentos de curto, médio e longo prazo, 
o pagamento de empréstimos (amortização), o capital especulativo direcionado 
às aplicações do mercado financeiros. 
A conta erros e omissões serve para arrumar erros no registro das operações, 
visto que muitas das transações com o exterior são lançadas com valores esti-
mados. O resultado do balanço de pagamentos deve estar em equilíbrio, e isto 
ocorre quando o total de créditos é igual ao total de débitos. Assim, temos que: 
 ■ se o SBP = 0, o BP está em equilíbrio;
 ■ se o SBP > 0, o BP está superavitário;
 ■ se o SBP < 0, o BP está deficitário.
O que ocorre quando o saldo do balanço de pagamentos não está em equilíbrio? 
A resposta a essa pergunta levanta a importância das contas que fazem parte das 
transações compensatórias. Quando o saldo do BP é positivo, significa que temos 
excesso de divisas ou ouro, e estas são direcionadas à conta denominada varia-
ção de reservas. Quando o saldo do BP é deficitário, este poderá ser coberto por 
uma saída de divisas ou de ouro da conta variação de reservas. 
E quando usamos as contas operações de regulamentação e atrasados 
comerciais?
A conta operações de regulamentação é utilizada quando são realizadas 
operações com instituições internacionais, como os empréstimos feitos com 
350000
300000
250000
200000
150000
100000
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Saldo da Balança Comercial
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o FMI (Fundo Monetário Internacional) para cobrir déficits de BP. Já a conta 
atrasados comerciais refere-se ao não pagamento de um compromisso no prazo, 
que também é uma forma de financiar o déficit do BP.
A balança comercial do Brasil tem grande importância para a geração de sal-
dos positivos do balanço de pagamento. Desta forma, a Figura 2 apresenta o saldo 
da balança comercial e o volume de exportações e importações brasileiras, no 
período de 1995 a 2016. Podemos verificar que, logo após a implantação do Plano 
Real, com a valorização do real em relação ao dólar, até 2001, a balança comer-
cial brasileira foi deficitária. Com a mudança do regime, de cambial para regime 
de câmbio flexível administrado, verifica-se que o saldo da balança comercial é 
superavitário até 2008, quando sofre uma queda decorrente da crise financeira 
de 2008 na economia internacional. 
(US$ milhões)
Figura 2 - Evolução do Saldo da Balança Comercial no período de 1995 a 2016
Fonte: adaptado de Banco Central ([2018], on-line)2. 
Verifica-se, na Figura 2, que o pior resultado foi em 2015, no auge da crise 
política do governo, que, mesmo com o câmbio desvalorizado, a balança 
comercial registrou um saldo negativo de US$ 54. 733 milhões, com recupe-
ração em 2016. 
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, aprendemos que a macroeconomia é a parte da teoria econô-
mica que trata do estudo sobre o comportamento da economia como um todo, 
buscando entender como se dá o aumento do produto, da renda e do emprego 
ao longo de um determinado período de tempo. Suas principais teorias origi-
naram-se no século XVIII, com o lançamento da obra A Riqueza das Nações, 
desenvolvida pelo economista inglês Adam Smith, considerado o precursor da 
teoria clássica. 
Também aprendemos que a medida da atividade econômica agregada de 
um país é definida pelo Produto Interno Bruto (PIB), que pode ser mensurado 
pela abordagem do produto, da demanda e da renda, sendo o mais utilizado nas 
análises de impacto de políticas, a definição do PIB pela ótica da demanda ou 
despesa agregada. No entanto, em um país como o Brasil, que possui inflação, 
devemos tirar o efeito desta do cálculo do PIB para que possamos interpretar 
corretamente a sua evolução, assim, na medição do crescimento econômico de 
um país utilizamos PIB real.
Vimos, pela equação do PIB sob a ótica da demanda agregada, que um 
aumento do consumo, do investimento, dos gastos do governo e das exporta-
ções causam elevação no PIB e vice-versa, e que um aumento nas importações 
causam redução.
Finalizamos esta unidade aprendendo como são contabilizados os recursos 
monetários que entram e saem de nossa economia, por meio da demonstra-
ção financeira denominada balanço de pagamentos, que é realizada pelo Banco 
Central e tem de estar em equilíbrio, ou seja, o total de créditos deve ser igual 
ao total de débitos, quando isto não acontece, o Balanço de Pagamentos está em 
desequilíbrio. Quando há um superávit, significa que há um excesso de divi-
sas (moeda estrangeira), que é então enviado para conta variação de divisas do 
Banco Central. Quando há déficit, significa que saiu mais divisas do que entrou, 
e o balanço de pagamentos precisa serfinanciado, o que pode ser feito de várias 
formas: entrada de divisas da conta variação de divisas, empréstimos de insti-
tuições internacionais, como o FMI, ou deixar de realizar algum pagamento. 
41 
1. Em 2015, o PIB do Brasil foi de X bilhões de reais. No entanto, em um cenário hi-
potético, no ano de 2016, todos os componentes do PIB mantiveram-se constan-
tes, exceto as importações, que cresceram 60%. Dessa forma, podemos afirmar 
que o PIB do Brasil, em 2016, em relação ao de 2015, iria:
a) Crescer.
b) Diminuir.
c) Manter-se igual.
d) Manter-se igual, em 2016, e variar, em 2017. 
e) Não é possível determinar.
2. Para fins de compreensão, digamos que, em determinado ano fictício, o Brasil 
apresentou a seguinte composição econômica:
Taxa de juros – 15% ao ano.
Consumo – R$ 305.000,00
Gastos do governo – R$ 250.000,00
Investimentos – R$ 115.000,00
Importações – R$ 75.000,00
Exportações – R$ 55.000,00
Dívida pública – R$ 120.000,00
Produção agrícola – R$ 80.000,00
Com base nos dados apresentados e no livro Macroeconomia I, marque a alter-
nativa que representa o valor CORRETO do Produto Interno Bruto (PIB):
a) R$ 1.000.000,00
b) R$ 850.000,00
c) R$ 800.000,00
d) R$ 690.000,00
e) R$ 650.000,00
42 
3. A política fiscal é uma das maneiras que o governo possui para intervir e regu-
lar a atividade econômica do país. Para isso, ele manipula seus próprios níveis 
de gastos e de arrecadação de tributos, adotando políticas expansionistas ou 
contracionistas. Dessa forma, caso o governo queira realizar uma política fiscal 
expansionista, ele poderá:
a) Aumentar os gastos e reduzir os tributos.
b) Aumentar os gastos e aumentar os tributos.
c) Reduzir os gastos e reduzir os tributos.
d) Reduzir os gastos e aumentar os tributos.
e) Aumentar ou reduzir os gastos e aumentar os tributos.
4. O PIB – Produto Interno Bruto – representa a soma de todos os bens e serviços 
finais produzidos no país em um determinado período de tempo. Sendo assim, 
com base nos indicadores abaixo, assinale a alternativa que apresenta a fór-
mula CORRETA para a determinação do PIB:
A Consumo E Exportações
B Importações F Investimento
C Gastos do governo G Produção agrícola
a) A+B+C+E+F+G.
b) A-B+C+E+F+G.
c) A+B+C-E+F.
d) A-B+C+E+F.
e) A+B+C-E.
5. Considere que o PIB nominal do Brasil para o ano de 2001 é de R$ 1.315.756 e 
que o deflator implícito é 164, em relação a 1995. Calcule o valor do PIB real a 
preço de 1995 e assinale a alternativa correta:
a) R$ 802.290,24.
b) R$ 803.292,42.
c) R$ 1.083.290,24.
d) R$ 1.292.803,42.
e) R$ 802.392,42.
43 
O texto abaixo faz parte da análise sobre a conjuntura brasileira para o primeiro trimes-
tre de 2017, realizada por Marcelo José Nonnenberg, do IPEA.
“O comércio exterior brasileiro parece estar 
entrando em um novo ciclo de preços. Nos 
últimos 12 meses, os preços das expor-
tações começam a dar mostras de forte 
recuperação. Esse aumento é mais intenso 
nas commodities, mas é observado tam-
bém nos demais produtos de exportação. 
Ao mesmo tempo, os preços das importa-
ções se mantêm constantes, causando uma 
expressiva melhora dos termos de troca. 
Por outro lado, a taxa de câmbio vem se 
valorizando, com efeitos opostos sobre as 
exportações e as importações. No acumu-
lado do ano até fevereiro, as exportações 
cresceram 23,6%, principalmente devido 
ao aumento de 41,7% dos básicos. Esse 
crescimento, por sua vez, reflete tanto um 
aumento generalizado dos preços de expor-
tação quanto um aumento das quantidades 
exportadas de básicos e semimanufatura-
dos. Já as importações cresceram 12% no 
acumulado do ano, devido basicamente ao 
aumento de 22,6% dos produtos interme-
diários, em especial dos produtos agrícolas 
e alimentícios. O déficit em transações cor-
rentes caiu fortemente entre 2015 e 2016, 
passando de US$ 59,4 bilhões para US$ 
23,5 bilhões. A queda do déficit corrente 
em 2016 foi devido, principalmente, ao 
aumento do superávit comercial em US$ 
27,4 bilhões, ao mesmo tempo em que o 
déficit da conta serviços experimentou uma 
redução de US$ 6,5 bilhões com relação a 
2015. Já o déficit da conta de renda primá-
ria manteve-se razoavelmente constante, 
alcançando US$ 41,0 bilhões em 2016. Em 
janeiro deste ano, esse valor foi um pouco 
superior ao verificado no mesmo mês do 
ano passado, atingindo US$ 5,3 bilhões. 
Em compensação, o ingresso líquido de 
capitais externos também caiu bastante 
em 2016, na comparação com o ano ante-
rior. O saldo da conta capital e financeira 
passou de US$ 55,6 bilhões em 2015 para 
US$ 16,4 bilhões em 2016, uma queda de 
US$ 39,2 bilhões. Apesar de essa queda ser 
maior do que a observada na conta de tran-
sações correntes, é preciso lembrar que a 
conta erros e omissões também cresceu 
fortemente em 2016.”
Fonte: Nonnenberg (2017, on-line)3.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Princípios de Macroeconomia, 6 edição
N. Gregory Mankiw 
Editora: Cengage Learning
Sinopse: o estudo de economia é um dos mais fascinantes 
e complexos de todas as ciências. Constitui-se, portanto, em 
estimulante desafio o domínio dos seus princípios fundamentais, 
conjugados com a necessidade do entendimento das inúmeras 
dificuldades com que a economia global vem se defrontando. 
Para melhor compreender o mundo e poder participar 
ativamente dele é preciso ter à mão um manual completo e 
atualizado. Esta obra, além dos ferramentais consagrados, dispõe também das mais recentes 
descobertas da economia e dos instrumentos de política econômica para utilizá-la. Pensando 
nisso, N. G. Mankiw escreveu, em linguagem clara e amigável, Introdução à economia, levando em 
conta três razões principais que, segundo ele, o estudante tem para aprender economia: entender 
o mundo em que vive; ser um participante mais perspicaz da economia; e compreender melhor os 
potenciais e os limites da política econômica.
REFERÊNCIAS
ABEL, A. B.; BERNANKE, B. S.; CROUSHORE, D. Macroeconomia. 6. ed. São Paulo: Pe-
arson Addison Wesley, 2008.
BLANCHARD, O. Macroeconomia. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2007.
DORNBUSH, R.; FISCHER, S.; STARTZ, R. Macroeconomia. São Paulo: McGraw-Hill do 
Brasil, 2006.
FEIJÓ, C. A. et al. Contabilidade Social. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
HOFFMANN, R. Estatística para Economistas. 4. ed. São Paulo: Cengage Learning, 
2009.
KEYNES, J. M. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. São Paulo: Atlas, 
1992. 
LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Macroeconomia Básico e Inter-
mediário. São Paulo: Atlas, 2000.
MANKIW, N.G. Macroeconomia. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
______. Introdução à Economia: princípios de micro e macroeconomia. 3. ed. Rio 
de Janeiro: Pioneira Thomson, 2006.
PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia. 5. ed. São Paulo: Sa-
raiva, 2004.
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 3. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2008.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1 Em: <www.ipeadata.gov.br/Default.aspx>. Acesso em: 15 fev. 2018.
2 Em: <www.bcb.gov.br/htms/infecon/seriehist_bpm6.asp>. Acesso em: 15 fev. 
2018.
3 Em: <www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/conjuntura/170310_CC34_
setor_externo.pdf>. Acesso em: 15 ev. 2018.
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GABARITO
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2. E
3. A
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5. A
GABARITO
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Professora Dra. Juliana Franco Afonso
SISTEMA MONETÁRIO: 
OFERTA E DEMANDA DE 
MOEDA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar as funções da moeda e sua importância para a atividade 
econômica.
 ■ Conhecer o processo de criação de moeda na economia e seu efeito 
multiplicador.
 ■ Conhecer os determinantes da demanda por moeda e sua relação 
com a taxa de juros.
Plano de Estudo
 ■ As funções da moeda e a sua importância
 ■ Oferta de moeda
 ■ Demanda por moeda
Introdução
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INTRODUÇÃO
Hoje, no século XXI, não conseguimos nem imaginar como era o mundo antes 
do aparecimento da economia monetária. Comoas pessoas faziam as trocas de 
bens e serviços?
Pois é, caro(a) aluno(a), o mundo não era tão fácil até o século XV, quando 
as primeiras moedas metálicas começam a aparecer. Antes, as trocas eram rea-
lizadas por um mecanismo denominado escambo, ou seja, trocas diretas de 
mercadorias. Mas para que a troca pudesse ser realizada, havia a necessidade 
de ocorrer uma coincidência de desejos entre dois indivíduos, o que dificultava 
muito as trocas, pois nem sempre isso acontecia. 
Com a evolução do comércio e com o aparecimento das cidades, no entanto, 
a sociedade começa a adotar a moeda mercadoria, ou seja, uma mercadoria com 
aceitação por toda a sociedade para servir como intermediária de troca. Agora, 
as trocas passam a ser realizadas de forma indireta. Várias mercadorias funciona-
ram como moeda, como o sal, em Roma, daí a denominação da palavra salário, 
visto que os trabalhadores eram remunerados com sal. A evolução deste meca-
nismo deu origem à moeda metálica de ouro e prata, que ganha rapidamente 
a aceitação do público e passa a ser utilizada em grande escala nas transações 
comerciais. Quando isso acontece, surge a economia monetária nos países que 
ainda estavam se formando. 
Diante do exposto, meu objetivo é apresentar a você como se deu o sur-
gimento da moeda e suas transformações, ao longo dos séculos, até chegar na 
moeda como a conhecemos, nos dias de hoje, e como isto foi importante para a 
evolução da sociedade. Além disso, apresentarei a definição de oferta de moeda, 
a sua mensuração e o processo de criação de moeda pelos bancos comerciais. 
Isso mesmo! Os bancos comerciais também têm o poder de criar moeda, e não 
apenas o Banco Central. A este processo de criação de moeda pelos bancos 
comerciais damos o nome de multiplicador da moeda, e estudaremos o impacto 
disso na economia.
Boa leitura!
SISTEMA MONETÁRIO: OFERTA E DEMANDA DE MOEDA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E50
AS FUNÇÕES DA MOEDA E SUA IMPORTÂNCIA 
Começarei este item apresentando a você como se deu a evolução da moeda, ao 
longo da história da humanidade, até chegarmos ao padrão que temos hoje. Em 
seguida, aprenderemos quais são as funções que a moeda deve desempenhar na 
economia para que seja considerada forte.
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA
A moeda é um objeto de aceitação geral, garantida por lei, que é utilizado na 
troca de bens e serviços. No entanto a história da humanidade revela-nos que, 
por muitos séculos, o homem fez trocas sem a presença da moeda, realizando 
escambo, ou seja, um indivíduo A troca as mercadorias que produz com exce-
dente por outras mercadorias produzidas pelo indivíduo B. Assim, o escambo 
era a troca direta de mercadoria, que apresentava várias barreiras à evolução das 
transações comerciais, visto que, para que a troca fosse realizada, era necessá-
rio que existisse uma contraparte que tivesse exatamente a necessidade oposta, 
tinha de haver coincidência de desejos, o que nem sempre acontecia. 
Outra dificuldade era quanto à divisibilidade do produto. Imagine um pecua-
rista que necessitasse de apenas dois quilos de trigo. Por causa destas dificuldades, 
As Funções da Moeda e sua Importância 
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a sociedade começa a buscar outras formas para agilizar as trocas e começam a 
aparecer as moedas – mercadorias, ou seja, começa a se utilizar uma mercadoria 
como moeda de troca. Agora, as trocas passam a ser indiretas. Veja o Esquema 1:
ESCAMBO: TROCA DIRETA
PRODUTO X PRODUTO Y
MOEDA MERCADORIA: TROCA INDIRETA
PRODUTO X MOEDA-MERCADORIA PRODUTO Y
Esquema 1 - Fluxo de Mercadoria
Fonte: a autora.
Quando a sociedade passa a definir uma mercadoria que servirá como inter-
mediária de troca, começa a surgir o conceito de moeda. Isso facilitou muito as 
transações comerciais que eram realizadas nas feiras dentro das áreas feudais, 
propiciando o surgimento das cidades. Várias mercadorias foram utilizadas como 
moeda: sal, arroz, trigo, peixe, entre outras, dependia da região e do momento 
histórico. Até a palavra salário teve sua origem pela utilização do sal, em Roma, 
para o pagamento de serviços prestados. Mas, mesmo tendo facilitado as tran-
sações comerciais, este tipo de moeda continuava a apresentar os problemas de 
perecibilidade, divisibilidade e estocagem, a evolução da moeda - mercadoria 
para a moeda metálica - era uma questão de tempo. 
As primeiras moedas metálicas utilizadas como instrumento monetário eram 
feitas com metais não preciosos, como o cobre, o bronze e o ferro. Mas como 
estes metais existiam em abundância, comprometiam uma das funções básicas 
da moeda, que é servir como reserva de valor, comprometendo a sua aceitação 
geral pela sociedade (LOPES; ROSETTI, 1998). 
A substituição de metais não nobres pelo ouro e pela prata ocorreu de forma 
progressiva. Como eles eram escassos, o seu valor mantinha-se relativamente está-
vel ao longo do tempo, favorecendo a sua aceitação irrestrita (LOPES; ROSETTI, 
1998). Assim, a existência de uma economia monetária só aparece de forma defi-
nitiva a partir do século XV, com a utilização da moeda metálica feita de ouro 
e prata, utilizada em grande escala como intermediária de troca. Até o século 
SISTEMA MONETÁRIO: OFERTA E DEMANDA DE MOEDA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E52
XIX, o crescimento da produção destes metais acompanhou a evolução e cres-
cimento dos negócios, pela descoberta de novas minas nas Américas, no século 
XVI, e na Austrália e África do Sul, no século XIX (LOPES; ROSSETTI, 1998).
Este tipo de moeda resolve o problema da perecibilidade e da divisibilidade, 
mas traz outros dois: o custo do transporte, decorrente de seu volume, e o risco 
de assaltos. Este último foi determinante para a decisão de se manterem as moe-
das em casas de custódia, em troca de certificados de depósito, os quais, por 
comodidade e segurança, começaram a circular no lugar dos metais monetários.
Tais certificados davam a seus titulares o direito de retirar o equivalente de 
ouro e prata junto às casas de custódia, a qualquer momento. Com o aumento 
da circulação dos certificados de depósito com lastro em ouro e prata, estava 
criada uma nova modalidade de moeda denominada moeda-papel, com garan-
tia de plena conversibilidade.
Com o aumento da utilização deste tipo de moeda pelos agentes, as casas de 
custódia verificaram que a conversão da moeda-papel em metais preciosos não 
era solicitada ao mesmo tempo por todos os seus detentores e, todos os dias, 
novos depósitos eram realizados. Diante disto, as casas de custódia começa-
ram a emitir certificados de depósito sem lastro de conversão, dando origem à 
moeda fiduciária ou papel-moeda.
A emissão de certificados sem lastro em metais preciosos permitiu às casas 
de custódia realizarem operações de empréstimos, mediante a cobrança de juros, 
emissão de títulos e ações. Com a evolução destas operações, os recibos de cus-
tódia passaram a ser fracionariamente conversíveis até chegarem aos dias atuais 
em que a moeda é de emissão privativa do Estado, e não há conversibilidade.
Segundo Lopes e Rossetti (1998), foi a partir da crise de 1929-1933, chamada 
Grande Depressão, que começou a quebra da bolsa de valores de Nova York, as 
moedas nacionais deixaram de ter garantias com lastro metálico proporcional, 
prevalecendo as seguintes características dos sistemas monetários: 
 ■ inexistência de lastro metálico;
 ■ inconversibilidade absoluta; 
 ■ monopólio estatal das emissões.
As Funções da Moeda e sua Importância 
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À medida que a sociedade evolui, as formas de pagamentos das transações comer-
ciais também se modificarame, ao lado do papel-moeda de emissão privativa do 
Estado, desenvolveu-se outra modalidade de moeda: a moeda bancária, escri-
tural ou invisível.
São as moedas criadas pelos bancos comerciais, por meio das operações de 
empréstimos, ou seja, transferência de recursos dos agentes superavitários para os 
agentes deficitários. Os bancos perceberam que era possível emprestar uma parcela 
dos depósitos à vista realizados pelo público, pois era improvável que todos sacas-
sem seus recursos ao mesmo tempo, passando a manter, sob a forma de encaixes, 
apenas uma parcela dos depósitos à vista, emprestando o valor restante. Fazendo 
isto os bancos criam moeda escritural, e o volume de meios de pagamentos torna-
-se muito superior ao saldo de papel-moeda emitido pelo Banco Central.
É importante destacar que o depósito do público, nos bancos comerciais, é 
considerado moeda, pois é uma promessa de pagar quando lhe for requerido. 
Já o cheque, por sua vez, é apenas o mecanismo de conversão do depósito em 
moeda manual, ou seja, nada mais é do que uma ordem de transferência de fun-
dos, da mesma forma o cartão de crédito.
CARTÃO DE CRÉDITO E OFERTA DE MOEDA
A evolução das formas de moeda está vinculada ao objetivo de tornar mais 
fáceis as transações entre os agentes econômicos e os aspectos relaciona-
dos à redução dos custos de transação.
Hoje a grande maioria das compras são realizadas por cartões de débito e car-
tões de crédito. O primeiro permite o acesso ao saldo da sua conta corrente, 
que faz parte da oferta monetária, mas o cartão de crédito permite que você 
tome dinheiro emprestado para realizar compras a prazo, neste sentido não 
representa oferta de moeda, pois é um passivo, ou seja, uma dívida. Seu crédi-
to disponível é a quantidade que você pode tomar emprestado. 
Fonte: Krugman e Wells (2007).
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AS DIFERENTES FUNÇÕES DA MOEDA 
Com a evolução econômica e social, as transações passaram das trocas dire-
tas (escambo) para as trocas indiretas. A mercadoria de aceitação geral pela 
sociedade para a realização das trocas indiretas é denominada moeda. Seu uso 
generalizado gerou consenso a respeito das funções que deve exercer. Segundo 
Krugman e Wells (2007), a moeda desempenha três funções principais na eco-
nomia moderna:
 ■ intermediária de trocas;
 ■ unidade de conta; 
 ■ reserva de valor.
a) Intermediária de trocas
É a razão principal de sua existência. Esta função possibilitou à sociedade passar 
de uma economia de escambo para uma economia monetária, visto que não há 
mais a necessidade de haver coincidência de desejos entre as mercadorias para 
que as trocas aconteçam. Segundo Lopes e Vasconcellos (2000), há vários bene-
fícios trazidos por esta função da moeda: permite mais especialização e divisão 
social do trabalho, reduz o tempo das transações e fornece à sociedade a liber-
dade de escolha do que e quando consumir. 
A existência de uma economia monetária, ao ajudar a sociedade a desco-
brir quais os bens de que necessita e em que quantidade, orienta as empresas a 
decidir o que produzir. 
b) Unidade de conta ou medida de valor
A moeda serve como uma unidade padrão de medida utilizada para comparar 
o valor de diversos bens e serviços que são expressos por meio dos preços. Além 
disso, é por meio da moeda que podemos somar itens distintos.
Oferta de Moeda
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c) Reserva de valor
Quando se recebe moeda por alguma transação que se tenha realizado, não é 
preciso gastar todo o dinheiro imediatamente. Pode-se guardá-lo para uso pos-
terior. Isto significa que a moeda serve como reserva de valor. Mas para que esta 
função seja cumprida é necessário que a moeda tenha o seu valor estável, possi-
bilitando que a pessoa que a possui consiga quantificar o seu poder de compra. 
Neste sentido a inflação leva à deterioração do valor da moeda e à perda de sua 
função como reserva de valor. 
OFERTA DE MOEDA
Neste item, aprenderemos como é realizada a oferta de moeda na nossa econo-
mia, ou seja, quais são os mecanismos utilizados pelo Banco Central, no processo 
de criação e emissão de moeda, assim como o processo de criação de moeda rea-
lizado pelos bancos comerciais. 
OFERTA MONETÁRIA
Para que possamos entender o processo de criação de moeda, definida como 
meios de pagamento, devemos conhecer o que estamos considerando como 
moeda. É importante esclarecer que, em um sistema cuja moeda é lastreada por 
uma determinada mercadoria (ouro, por exemplo), a sua circulação depende do 
estoque de ouro no país, mas, em um sistema sem lastro, onde temos a moeda 
fiduciária, o responsável pelo controle de oferta de moeda é o Banco Central, 
sendo este o único órgão emissor da moeda nacional. Assim, devemos enten-
der o que é oferta de moeda na visão do Banco Central. 
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Definimos como meios de pagamento o total de haveres monetários possuídos 
pelo setor não bancário, de liquidez imediata. O estoque de meios de pagamento 
(M) é representado por ( LOPES; VASCONCELLOS, 2000):
M PMPP DV= +
Sendo
M : estoque de meios de pagamento ou oferta de moeda
PMPP: papel-moeda em poder do público, emitido pelo Banco Central
DV: depósitos à vista, nos bancos comerciais
O papel-moeda em poder do público - PMPP é a moeda manual ( moeda metá-
lica + papel-moeda), e o depósito à vista - DV é a moeda escritural ou bancária, é o 
valor que o correntista tem depositado nos bancos comerciais. Mas o que dizer das 
aplicações financeiras (depósitos a prazo) que rendem juros e possuem alta liquidez? 
Segundo definição do Banco Central, as aplicações financeiras são denomi-
nadas quase-moeda cujo surgimento levou a novos conceitos sobre agregados 
monetários, classificados de acordo com seus graus de liquidez como afirmam 
Lopes e Vasconcellos (2000):
Oferta de Moeda
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 ■ M1 = Papel moeda em poder do público 
+ depósitos à vista
 ■ M2 = M1 + título público em poder do 
setor privado
 ■ M3 = M2 + depósitos de poupança
 ■ M4 = M3 + depósitos a prazo e outros 
títulos privados
O conceito M1 é o que utilizamos para mensurar o total de oferta de moeda na 
economia. Do total de moedas criadas pela Casa da Moeda, parte fica como 
caixa no Banco Central (reserva), e parte é emitida, veja:
Papel-moeda em circulação = Papel-moeda emitido - Caixa do Banco 
Central
Do papel-moeda em circulação, retiramos o dinheiro que fica na forma de 
reserva ou caixa nos bancos comerciais e chegamos ao conceito de papel-mo-
eda em poder do público:
Papel-moeda em poder do público = Papel-moeda em circulação - Caixa 
nos bancos comerciais.
O processo de criação de moeda
O Banco Central possui o monopólio da emissão de moeda na economia, 
mas os bancos comerciais também têm o poder de criar moeda, denominada 
moeda escritural. O processo de criação de moeda pelos bancos comerciais é 
resultado dos empréstimos de uma fração do dinheiro que é captado de seus 
correntistas sob a forma de depósitos à vista. Ao fazer isto, o banco abre novos 
depósitos, cria meios de pagamentos adicionais, gerando um efeito multipli-
cador da moeda.
Mas como se dá o processo de criação de moeda pelos bancos comerciais?
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Para responder esta pergunta, devemos primeiro entender as contas do sis-
tema bancário. O Quadro 1 apresenta o balanço patrimonial simplificado dos 
bancos comerciais:

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