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Analise do REnovabio em usina teórica

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão de Negócios – 2018
	
Sustentabilidade inserida na usina de cana-de-açúcar e seus reflexos no custo
Carlos Antonio Sales Sodré1; Andressa Santanna Natel2
	
1 Nome da Empresa ou Instituição (opcional) – Titulação ou função ou departamento – Endereço completo – Bairro – CEP _____-___ – Cidade (Estado), País
2 PECEGE, USP - Doutora em Ciências – Rua Padre João Manoel da Silva, 413, Nova América, SP, 13417-770, Piracicaba (SP), Brasil.
Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão de Negócios – 2018
	
Monografia apresentada para obtenção do título de especialista em _________ (Nome do curso) – Ano ____ (ano da defesa)
	
1
Sustentabilidade inserida na usina de Cana de Açúcar e seus reflexos no custo
Resumo
	
Nos tempos atuais, com a assinatura e ratificação do acordo de Paris, ficou evidente a preocupação mundial em torno das questões provenientes do aquecimento global e seus desdobramentos. Com o acordo assinado alguns países começaram a elaborar mecanismo para gerenciar e controlar suas emissões e o Brasil não seria diferente. Nesse cenário o trabalho consiste em utilizar os custos médios de uma usina do centro sul, com uma moagem de quatro milhões de toneladas de cana/mês, e aplicar as tecnologias e práticas mais sustentáveis para a usina e analisar qual o impacto no resultado financeiro. As tecnologias simuladas para redução da emissão de gases foi o uso de nitrogênio de fixação biológica e o biodiesel B20. Nesse estudo foi considerado como receita adicionou o valor da venda de certificados de redução de carbono [CBIOS], de acordo com o plano proposto no RenovaBio, provenientes da produção de etanol carburante. Para a simulação dos dados e geração do fluxo de caixa da usina foi utilizado dados do relatório de safra de cana divulgado pelo Pecege/CNA. Os resultados da simulação demonstraram que as tecnologias vindouras são promissoras e podem aumentar a competitividade da indústria sucroalcooleira.
Palavras-chave: crédito de carbono, etanol, indústria sucroalcooleira, RenovaBio
Introdução
Empresas, governos e outros atores reconhecem que o caminho para minimizar os impactos da mudança do clima está na transição para uma economia de baixo carbono.
Para apoiar este processo, mecanismos de precificação de carbono vêm ganhando destaque, uma vez que visam refletir nas decisões financeiras os custos sociais, ambientais e econômicos da mudança do clima. De forma mandatória, governos de mais 40 países e 20 jurisdições subnacionais precificam o carbono ou já definiram precificar no curto prazo (Banco Mundial; Ecofys, 2016).
Em linhas gerais, a precificação mandatória impõe um preço fixo a ser pago/recebido por cada tonelada de carbono emitida (tributação), ou criando um título de permissão de emissão, que pode ser negociado em bolsas de valores ou mercados voluntários.
Em reflexo dos mecanismos de precificação de carbono regulados pelo mercado, cresce o número de empresas que, de forma voluntária, adotam um preço interno para o carbono, utilizando-o em sua gestão de riscos e oportunidades. 
Esta prática empresarial surge, geralmente, como meio de se preparar para o possível impacto do preço do carbono sobre investimentos, operações e cadeia de valor, além de fomentar a implementação de medidas de menor intensidade carbônica. Desta forma, a mudança climática passa a ser atrelada à estratégia empresarial e análises do mercado financeiro.
No setor de geração de energia a condição brasileira chama atenção, o país é pioneiro no uso de fontes renováveis. Atualmente, cerca de 40% da matriz nacional é composta por fontes renováveis, a bioenergia que representa aproximadamente 18% do total, no setor de transportes, os biocombustíveis também já substituem 10% da necessidade de óleo diesel e cerca de 40% do consumo de gasolina, sendo utilizada apenas 0,6% do terriório nacional para cultivo de cana destinada a produção de biocombbustível (Farina e Rodrigues, 2018).
Buscando incentivar e promover investimento na produção nacional destinada a biocombustíveis, em dezembro de 2017 foi instituída a Política Nacional de Biocombustíveis [RenovaBio], o referido instrumento legal propõe um mecanismo arrojado para promover segurança energética e reduzir emissões de Gases de Efeito Estufa [GEE] por meio de uma definição do nível máximo de emissão de GEE por unidade de energia consumida nesse setor (UNICA, 2017).
O dióxido de carbono [CO2] que deixar de ser emitido, pela substituição da energia fóssil por energia renovável, poderá ser comercializado, essa proposta de valoração do CO2 contemplada pelo RenovaBio será colocada em prática pela comercialização do certificado de redução de emissão [CBio] emitido na venda do biocombustível pelo produtor, cada CBios representará uma tonelada de CO2 reduzido na produção do biocombustivel. O preço do CBio, por sua vez, será determinado pelas condições de mercado, com ajustes imediatos realizados em um processo transparente de comercialização em bolsa (Farina e Rodrigues, 2018).
Para complementar o programa, será atribuída as emissões de acordo com o ciclo de vida de produção de cada biocombustível, o que representará a eficiência energética-ambiental da produção. Produtores mais eficientes, terão um maior número de CBios, consequentemente, uma maior renda com a venda dos mesmos no mercado de carbono.
O mercado de carbono tem crescido mundialmente, tendendo a se tornar “commodity”, assim o RenovaBio será um mercado interessante para renda variável nas Usinas. Espera-se que os créditos de descarbonização, ou CBios, já passem a ser acumulados pelas Usinas a partir de 2019. Carneiro (2017), secretária executiva do Comitê do Pacto Global, destacou em entrevista que o preço pago pela tonelada de CO2 é de US$ 100,00, sendo a precificação um caminho sem volta.
Diante deste cenário, o objetivo desse trabalho é identificar oportunidades/riscos na indústria sucroalcooleira e precificar esses valores através de informações divulgadas pelo governo (Relatório do comitê Renovabioe taxas de carbono para o Brasil (Material FIESP) e introduzir esses impactos nos custos de entrada e saída das usinas de cana-de-açúcar brasileiras.
Material e Métodos 
	
A condução da pesquisa foi realizada uma busca de dados na literatura disponíveis na biblioteca da USP. Os dados disponíveis que estavam fora do ano base de 2018 foram inflacionados, afim de manter o mais real possível a analise.
O trabalho foi desenvolvido em duas etapas. Na primeira etapa foi realizada uma atualização de valores de custo de produção e receita de usinas de cana de açúcar e uma projeção destes valores safra a safra até projeções da safra 2027/2028, totalizando uma analise ao longo de 10 anos. 
Atualizando e projetando os dados estabeleceu-se um cenário financeiro ao longo dos próximos 10 anos para o setor sucroalcooleiro. Desta forma, na etapa dois, foi desenvolvido um fluxo de caixa para analisar o impacto que as novas tecnologias, referente a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), surtirá sobre as finanças de uma usina típica.
Atualização e projeções de dados financeira
Para a análise do balanço dos dados de uma usina foram utilizados as informações do relatório “Custo de Produção de Cana De Açúcar, Etanol e Bio no Brasil” (Pecege/ CNA, 2015) conforme pode ser visualizado na Tabela 1, 2 e 3. 
Tabela 1. Indicadores médios PECEGE 2014/15 para indústria sucroalcoleira
	Descrição
	Região
	
	Tradicional
	Expansão
	Nordeste
	Área estimada de produção de cana própria (ha)
	24.262
	27.524
	15.018
	Área colhida na safra (%)
	89,1%
	89,8%
	89,8%
	Área plantada na safra (%)
	17,8%
	18,0%
	18,0%
	Área arrendada (%)
	74,1%
	79,2%
	44,1%
	Produtividade da cana própria (t/ha)
	76,45%
	78,44%
	61,58%
	Particiapção da cana própria (%)
	63,3%
	73,0%
	63,0%
	Processamento total da cana (t)
	2.611280
	2.550.864
	1.318.265
	Número de cortes antes do replantio da cana
	5
	5
	5
	Participação de cana de ano e meio61%
	57%
	57%
	Participação de colheita mecanizada
	94%
	99%
	18%
	Participação de plantio mecanizado
	56%
	88%
	6%
	Utilização de mudas no plantio (t/ha)
	16,65
	18,08
	14,28
	ATR* cana processada (Kg/t)
	134,87
	131,60
	128,64
	ATR cana fornecedor (Kg/t)
	137,72
	134,77
	129,77
	ATR padrão (Kg/ t cana)
	121,97
	121,97
	114,09
	Preço do ATR (R$/Kg)
	0,4763
	0,4763
	0,5435
	Valor do arrendamento (t/ha/ano)
	18,0
	12,0
	10,2
	Preço do arrendamento (R$/ha/ano)
	1.047,17
	699,65
	629,78
Fonte: Pecege/CNA (2015)
Nota: *ATR: açucar total recuperável
	
Tabela 2. Principais indicadores de cana de açúcar PECEGE 2014/15
	Descrição
	Região
	
	Tradicional
	Expansão
	Nordeste
	Nível de utilização de capacidade instalada
	87%
	85%
	87,9%
	Perdas Industriais
	
	
	
	 Perdas industriais comuns
	8,3%
	7,5%
	10,3%
	 Rendimento de fermentação
	88,8%
	89,7%
	88,0%
	 Rendimento de destilação
	99,6%
	99,7%
	99,3%
	Produtividade Industrial
	
	
	
	 Açúcar branco (kg/ t cana)
	128,8
	126,6
	123,8
	 VHP* (kg/ t cana)
	129,3
	127,3
	124,1
	 Etanol anidro (L/ t cana)
	77,8
	77,5
	73,7
	 Etanol hidratado (L/ t cana)
	82,0
	82,7
	77,7
	 Produção eletricidade (KWh/ t)
	58,3
	71,7
	29,0
	Mix Produção
	
	
	
	Açucar
	55,1%
	29,7%
	65,9%
	 Açucar Branco
	47,3%
	21,7%
	30,4%
	 Açucar VHP
	52,7%
	78,3%
	69,6%
	Etanol
	44,9%
	70,3%
	34,1%
	 Etanol Anidro
	31,6%
	40,0%
	77,8%
	 Etanol Hidratado
	48,4%
	60,0%
	22,1%
Fonte: Pecege, CNA (2015)
Nota: *VHP: “very high polariza”
Tabela 3 – Custos de produção de cana e açúcar em R$/ tonelada
	Descrição
	Região
	
	Tradicional
	Expansão
	Nordeste
	Matéria Prima
	82,89
	83,24
	88,12
	COE
	62,57
	59,41
	65,35
	 Cana de Fornecedor
	26,53
	17,18
	27,63
	 Pagamento CONSECANA*
	24,07
	15,41
	26,10
	 Bonificação
	2,46
	1,77
	1,54
	 COE cana própria
	36,04
	42,23
	37,71
	Depreciação
	13,05
	26,26
	13,86
	Remuneração do capital e terra
	7,26
	7,57
	8,91
	Industrial
	27,93
	28,34
	28,86
	 Operação Industrial
	14,49
	14,58
	15,55
	 Mão-de-obra
	6,05
	5,83
	6,69
	 Insumo
	2,35
	2,63
	3,77
	 Químico 
	1,29
	1,51
	1,93
	 Diversos
	0,54
	0,69
	0,73
	 Embalagem
	0,52
	0,43
	1,11
	 Manutenção
	5,15
	4,80
	4,30
	 Administração
	0,94
	1,32
	0,78
	Deprecisação
	4,14
	4,23
	4,10
	Custo de Capital
	9,31
	9,53
	9,22
	Administrativo
	12,30
	12,91
	12,36
	 Mão de obra
	2,69
	3,01
	3,25
	 Insumo e Serviço
	3,11
	3,40
	3,69
	 Capital de giro
	6,50
	6,51
	5,33
	Custo Total
	123,11
	124,49
	129,34
Fonte: PECEGE/ CNA (2015) 
Nota: *COE: Certificado de Operações Estruturadas; CONSECANA: Conselho de Produtores de cana de açúcar
As informações apresentados nas Tabelas foram utilizadas como base para o estudo, os dados utilizados como base foram os de produção de expansão.. Na primeira etapa, os dados foram corrigidos para o valor presente conforme Índice Geral de Preços do Mercado da Fundação Getúlio Vargas [IGP-M/FGV]. Nesta etapa foi utilizado as informações do site do Banco Central1. , que calculou uma inflação de 17,9% no período de abril/2015 a abril/18. A partir de 2018 os custos foram inflacionados numa taxa de 4% para estimar os valores a longo prazo. 
Para o calculo da receita na safra 2018/2019 foram utilizados os dados de preço do Centro de Estudos Avançado em Economia Aplicada do Universidade de São Paulo (CEPEA/ USP) obtidos na SAFRA 2017/2018, com objetivo de criar uma tendência para a safra do ano seguinte.
Para calcular o preço do anidro (R$) foi considerado um prêmio de 11% em relação ao hidratado. 
Para a projeção da análise do fluxo financeiro de longo prazo, período estimado para 10 anos, foi utilizado os custos com uma inflação constante de 4%.
Para finalizar a análise financeira inicial foi reunida em uma única planilha as projeções de despesas e receitas utilizando com base a média de usinas da área de expansão apresentadas nas tabelas 1 e 2. Para o calculo do juros foi utilizado uma taxa de 9% e para a dívida um valor médio de R$ 120,00 por tonelada de produto , a amortização foi calculada sobre depreciação de 20 anos. Não foi considerada a tomada de novos empréstimos para o fluxo e uma projeção de Imposto de Renda [IR] Efetivo médio de 26%. O custo do “Capital Expediture” [Capex] total foi considerado de 500 milhões de reais para cálculo do Retorno sobre o Patrimônio Líquido [ROE].
Novas tecnologias geradoras de renda
O Ministério de Minas e Energia [MME] estabeleceu um plano de descarbonização, conhecido como RenovaBio, o programa está alinhado aos compromissos de Paris, e contempla ganhos econômicos, sociais e especialmente ambientais (Farina e Rodrigues, 2017).
A criação dessa nova tecnologia (RenovaBio) representa um mar de oportunidades para o setor sucroalcooleiro. O programa foi lançado em 2016 com objetivo de estimular a produção de biocombustíveis no país, sendo eles etanol, biodiesel, biogás e bioquirosene de aviação.
Novas tecnologias de plantio também vem ganhando destaque no setor, como o uso de mudas pré-brotadas, cana-de-açúcar transgênica resistente a insetos também deverá ser uma realidade comercial nos próximos anos, variedades resistente a seca, e redução do uso de nitrogênio sintético pelo aproveitamento de fixação natural.
Fixação biológica de nitrogênio [FBN]
As plantas utilizam o nitrogênio na formação de algumas estruturas e, em seguida, o disponibilizam a todos os indivíduos da cadeia alimentar. Algumas espécies de leguminosa interagem com uma bactéria da família Rhizobiaceae presente nos nódulos de suas raizes, fixadoras de nitrogênio, que auxiliam na retirando diretamente do ar o nitrogênio - em forma gasosa - e transformando-o em formas absorvíveis. 
Já se sabe que, além das bactérias fixadoras de nitrogênio nas raízes das leguminosas, as bactérias fixadoras de nitrogênio [N2] endofíticas também atuam no interior de algumas plantas, como cana-de-açúcar, cereais e gramíneas forrageiras. 
A fixação biológica de nitrogênio pelas plantas leguminosas pode suprir a adubação mineral dependendo da espécie e sistema de cultivo. Em culturas de espécies não-leguminosas ou com sistema de baixa eficiência de FBN pode ser realizado o cultivo consorciado com culturas eficientes em FBN. Outra alternativa para o agricultor é o plantio de adubos verdes antes do cultivo da cana-de-açúcar, no momento da reforma do canavial. Contudo, essa tecnologia ainda não é disponibilizada.
A redução do nitrogênio sintético, além de representar uma economia financeira, resulta em uma produção mais sustentável, ou seja, numa redução de emissão de gases de efeto estufa [GEE] para atmosfera. De acordo com o plano proposto pelo RenovaBio, há um mecanismo de valorização do carbono equivalente [CO2-eq] que deixou de ser emitido (Farina e Rodriges, 2018). Estes autores explanam que a remuneração será dada pela comercialização do certificado de redução de emissões (CBio) emitido na venda do biocombustível pelo produtor, que será comprado pela distribuidora. O preço do CBio será determinado pelo mercado, por comercialização na bolsa.
Simulando a utilização destas novas tecnologias, FBN e CBios, foi projetado o aumento de receita na usina em virtude de sua eficiência sustentável.
Para a projeção dos cálculos estimou-se que ao aderir a tecnologia da FBN, ocorrerá uma redução inicial de 50% na aplicação de nitrogênio sintético. A recomendação do RenovaBio é a utilização de aproximadamente 1,1 kg N/tonelada de cana [TC] (RenovaCalc, 2017). A fonte de N utilizada será a Ureia, principal fertilizante nitrogenado utilizado no Brasil, apresentando uma composição de 45% de nitrogênio e um custo de aproximadamente R$ 1400,00 /t.
Considerando ainda, como base de calculo para área de expansão, uma produtividade de 2.550.864 t (Tabela 1). E para a venda dos CBios, que equivalem a uma tonelada de CO2-eq reduzida durante o processo produtivo, foi considerado um valor de mercado deR$34,00/CBio (Banco Mundial, 2016). 
Biodiesel B20
O biodiesel é um combustível renovável obtido a partir de um processo químico denominado transesterificação. Por meio desse processo, os triglicerídeos presentes nos óleos e gordura animal reagem com um álcool primário, metanol ou etanol, gerando dois produtos: o éster e a glicerina. O primeiro somente pode ser comercializado como biodiesel, após passar por processos de purificação para adequação à especificação da qualidade, sendo destinado principalmente à aplicação em motores de ignição por compressão (ciclo Diesel).
Os primeiros estudos para a criação de uma política para o biodiesel no Brasil iniciaram em 2003, com a criação da Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel [CEIB] e do Grupo Gestor [GG] pelo governo federal. Em dezembro de 2004, o governo federal lançou o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), com o objetivo inicial de introduzir o biodiesel na matriz energética brasileira. Com enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional, o principal resultado dessa primeira fase foi a definição de um arcabouço legal e regulatório.
A sua mistura ao diesel fóssil teve início em 2004, em caráter experimental e, entre 2005 e 2007, no teor de 2% de biodiesel, a comercialização passou a ser voluntária. A obrigatoriedade veio no artigo 2º da Lei n° 11.097/2005, que introduziu o biodiesel na matriz energética brasileira. Em janeiro de 2008, entrou em vigor a mistura legalmente obrigatória de 2% de biodiesel ao diesel [B2], em todo o território nacional. 
O B2 é formado por 98% de diesel de petróleo e 2% de biodiesel (combustível renovável e biodegradável produzido através de plantas e gordura animal). Apesar da baixa porcentagem de biodiesel, essa substância é bem menos poluente se comparada ao diesel puro. Com o amadurecimento do mercado brasileiro, esse percentual foi sucessivamente ampliado pelo CNPE até o atual percentual de 10%. O governo estuda a ampliação dessa mistura para 15% até 2025, isso depois de obter os resultados dos testes práticos.
Sabendo que a adição de biodiesel ao diesel contribui para a redução de emissão de poluentes, como hidrocarbonetos e monóxido de carbono, foi utilizada a metodologia do projeto Renovabio para simular a contribuição financeira em CBios que o uso de biodiesel B20 gera para a usina. 
Para isso foi utilizado o valor pago pelo diesel A e pelo biodiesel e em seguida simulado a variação na produção de CO2-eq com o uso das tecnologias para calcular o valor (R$) com a venda dos CBios gerados. 
Todos os dados foram calculados com auxílio de planilhas eletrônicas do Microsoft Excel®.
Resultados e Discussão
	A partir das informações coletadas de custo de produção de cana de açúcar Tabela 3 (Pecege/CNA, 2015) foi calculado os custos de produção para valores presentes e realizado uma projeção para os próximos 10 anos. O valor presente, partindo do valor de abril/2015, foi corrigido conforme IGP-M/FGV com taxa de inflação de 17,9% para período de abril/ 2015 a abril/ 2018, a partir do calculo do valor presente foi calculada a projeção até 2027 utilizando uma taxa de inflação de 4% ao ano [aa] (Tabela 4). 
Tabela 4. Custos de produção de cana de açúcar presente e projetada para próximos 10 anos
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Nota: *COE: Certificado de Operações Estruturadas; CONSECANA: Conselho de Produtores de cana de açúcar
Podemos observar que o custo atual da cana de açúcar, Abril /2018 (conforme atualização dos dados partindo de abril/2015), foi de R$146,77/ tonelada [t], para 2027 esse custo chegou a R$ 208,90/ t. A partir dos custos de produção foi calculada a receita que as unidades terão no ano safra 18/19, usando como base a receita da safra 17/18 (Cepea/USP, 2018). Na Figura 1 pode ser observada a equação da tendência (y=0,0144x2 – 0,9323 x +1456,2) da safra 17/18. Para a projeção dos preços da safra 18/19 foi utilizado o valor de R$ 1.702/ m3, que é o valor de 18/05/2018, dia de referência para os cálculos.
Figura 1. Preço do etanol hidratado em R$/m3 (linha azul) e equação de tendência do preço (linha azul tracejada) para o período de março de 2017 a março de 2018
Fonte: Cepea/ USP, 2018
	Utilizando a equação de tendência, uma valor de R$ 1,702/ m3 e um prêmio de 11% para o anidro em relação ao hidratado, foi estimado um valor de anidro para a safra 18/19 de R$ 2.115,28/ m3. Os valores médios estimados podem ser observado na Tabela 5.
Tabela 5. Valores médios estimado para os produtos de cana-de-açúcar da safra 18/19
	Produto
	Unidade
	Valor 
	Hidratado
	R$/m3*
	1.905,66
	Anidro
	R$/m3*
	2.115,28
	VHP*
	R$/t*
	1.200,00
	Energia 
	R$/ MWh*
	200,00
Fonte: Resultados originais de pesquisa
Nota: *Açúcar VHP = “very high polariza”; R$/m3= R$ por metro cúbico; R$/t = reais por tonelada; R$/MWh = R$ por megawatt-hora
A indústria da cana-de-açúcar gera como produto final o álcool etílico hidratado [AEH], o açúcar cristal “very high polariza” [VHP], o álcool etílico hidratado carburante [AEHC], o álcool etílico anidro carburante [AEAC] e energia. 
O AEH é utilizado em bebidas e para fins industriais e o açúcar VHP é o açúcar bruto, sem refino, que pode ser transformado em diferentes tipos de açúcar para utilizar no consumo. 
O AEHC é utilizado em carros, possui 7% de água, e não é aditivo para gasolina (Vista Alegre, 2018), este produto é renovável e limpo contribuindo para a redução dos gases de efeito estufa [GEE], auxilia na diminuição da poluição do ar e minimiza impacto na saúde pública. Já o AEAC é utilizado em mistura com gasolina, capaz de reduzir a poluição, e possui um valor de venda mais elevado (Tabela 5).
A geração de energia elétrica (megawatt-hora) é produzida através da biomassa da cana de açúcar, ou seja, da queima do bagaço e da palha de cana, resultando em agregação de valor ao resíduo da cadeia produtiva do açúcar e etanol. A energia gerada geralmente é utilizada nos processos produtivos da planta industrial e o excedente comercializado em conformidade com os órgãos reguladores (Vista Alegre, 2018).
Foi realizada a avaliação financeira por meio da projetado o fluxo de caixa de longo prazo, 10 anos. Para os cálculos dos custos de produção da cana foi utilizado uma taxa de inflação constante de 4%aa (Tabela 6).
Tabela 6. Valores de longo prazo, projeção das safras de 10 anos, para os produtos da cana de açúcar
Fonte: Resultados originais de pesquisa
Nota: *Açúcar VHP = “very high polariza”; R$/m3= R$ por metro cúbico; R$/t = reais por tonelada; R$/MWh = R$ por megawatt-hora
Para o fluxo de caixa foram utilizados os valores de custo de produção de usinas da área de expansão apresentados nas Tabelas 1 e 2. A partir dos dados de referencia foi projetado para safra dos próximos 10 anos as despesas, receitas, Lucro antes de Juros e Imposto de Renda [LAJIR], Lucro da empresa [LAIR] e o Retorno sobre o Patrimônio Líquido [ROE], conforme apresentado na Tabela 7. 
Para calculo do juros foi utilizado uma taxa de 9%aa e para a dívida um valor médio de R$ 120/t, a amortização foi feita com depreciação de 20 anos. Não foi considerada a tomada de novos empréstimos para o fluxo financeiro e o imposto de renda [IR] Efetivo médio de 26%. O custo do “capital expenditure”  [Capex] total foi considerado de 500 milhões de reais para cálculo do ROE.
Tabela 7. Projeção do Fluxo financeiro para a sacra dos próximos 10 anos
Fonte: Resultados originais de pesquisa
Nota: *LAJIR: Juros e Imposto de Renda; LAIR: Lucro da empresa; IR: Imposto de renda; ROE: Retorno sobre o Patrimônio Líquido
A partir do fluxo financeiro pode ser observado que o ativo, ao longo do tempo, tende a se torna bastante rentável chegando a uma taxa de 14,5% na safra 27/28. O que demonstra a eficiência das usinas em produzir lucro, uma empresa saudável produz um ROE de 13% a 15% (Reis, 2018), embora o ROE seja um indicador útil para identificar empresas com vantagem competitiva, é sempre necessário observar os demais índices financeiro para uma visão completa do negócio.
ProjeçãoFinanceira para uso de Novas Tecnologias
Para uma projeção do balanço financeiros das usinas em expansão com uso de novas tecnologias, FIB e CBio, inicialmente foi calculados a redução dos custos e a receita gerada com o uso destas tecnologias.
Simulando uma produção de 2.550.864 t de cana (Tabela 1), com o uso de nitrogênio sintético de 1,1 kg N/ TC (RenovaCalc), a fonte de N ser a uréia com 45% de N e negociada a R$ 1400,00/t a economia gerada seria de aproximadamente R$ 2 Milhões (Tabela 8) apenas com a redução de aplicação de fertilizantes nitrogenados, sem contar com a venda de CBios, gerados pela redução de emissões de CO2-eq. 
Tabela 8. Calculo de receito simulando a redução de nitrogênio sintético de acordo com o plano do RenovaBio
	RenovaBio
	Hidratado
	Anidro
	 Sem FBN* (gCO2-eq/MJ)*
	21,69
	21,41
	 Com FBN(gCO2-eq/MJ)
	18,84
	18,56
	Variação (gCO2-eq/MJ)
	2,85
	2,85
	Volume (L*)
	104.202.794
	98.845.980
	PC* (MJ/L)
	21,34
	22,35
	Valor CBio (R$)
	34,00
	34,00
	Receita R$ (CBios)
	215.705
	214.352
Fonte: Resultados originais de pesquisa
Nota: *FBN:Fixação Biológica de Nitrogênio; *gCO2-eq/MJ: fator de emissão; L: Litros; PC:poder calorífico; CBio: certificado de redução 
Para a receita proveniente da venda de CBio, foi estipulado um valor de venda de R$34,00/ CBio (Banco Mundial, 2016), considerando que o uso de FBN resultou em uma redução de 2,85 e 2,85 gCO2eq/MJ, para produção de hidratado e anidro, respectivamente, a soma resultou em receita superior a R$ 430.000,00. O uso e ambas as tecnologias favoreceu o fluxo financeiro e a rentabilidade (Tabela 9).
 
Tabela 9. Simulação do fluxo financeiro proveniente da utilização de novas tecnologias do plano RenovaBio
Fonte: Resultados originais de pesquisa
Nota: *FBN: Fixação Biológica do nitrogêno; LAJIR: Juros e Imposto de Renda; LAIR: Lucro da empresa; IR: Imposto de renda; ROE: Retorno sobre o Patrimônio Líquido
Ao comparar as tabelas de fluxo financeiro (Tabela 7 vs Tabela 9) podemos observar uma aumento na ROE da safra 27/28 de 0,6 pontos percentuais, ultrapassando os 15%. Uma vez que a geração de renda não mudou, pois não foi incluído nesta tabela a venda com CBios, houve uma redução significativa nas despesas. 
Utilização da mistura de Biodiesel B20
Foi realizada uma simulação para o uso da mistura de niodiesel de 20% ao diesel para calcular a receita advinda dos CBios. Na analisa foi levantado os custos com o diesel A e o biodiesel, Conforme a Tabela 10.
Tabela 10. Calculo de receita simulando a redução de poluentes com o uso de biodiesel B20 de acordo com o plano do RenovaBio
	RenovaBio
	Hidratado
	Anidro 
	Total
	 B8*
	21,69
	21,41
	
	 B20*
	21,26
	20,98
	
	Variação (gCO2-eq/MJ*)
	0,43
	0,43
	
	Volume (L*)
	104.202.794
	98.845.980
	203.048.774
	PC* (MJ/ L)
	21,34
	22,35
	21,34
	CBio* (R$)
	34,00
	34,00
	
	Receita/ CBio (R$)
	32.302
	32.099
	64.401
Fonte: Resultados originais de pesquisa
Nota: *B8:; B20:; gCO2-eq/MJ: fator de emissão; L: Litros; PC:poder calorífico; CBio: certificado de redução 
Os dados calculados na Tabela 10 demonstram que a receita advinda da comercialização de CBios para uma comercialização de biodiesel B8 e B20 pode chegar R$ 64.000,00. 
Se simularmos uma usina utilizando o biocombustível B10, que possua 4 milhões de toneladas de capacidade, a qual consome, de acordo com o Renovabio, 3,18 litros de diesel / TC, é chegado a um consumo anual de 12,72 milhões de litros de diesel. Se este combustível for trocado pelo B20, pode ser observada uma diferença no custo (Tabela 11).
Tabela 11. Simulação do custo de produção de usina substituindo o combustível B10 por B20 ao longo de seis meses
	Mês
	Diesel B10
	Diferença com Diesel B20
	Custo/ Economia
	Fevereiro
	1,84
	0,09
	90.588
	Março
	1,87
	0,08
	80.132
	Abril
	2,03
	0,06
	62.428
	Maio
	2,21
	0,02
	23.334
	Junho
	2,07
	0,04
	39,152
Fonte: Resultados originais de pesquisa
A partir dos resultados da Tabela 10 e 11 é possível percebe que o uso de Biodiesel gera uma receita anual de R$ 64.401,00, enquanto só em fevereiro o custo pela troca do biodiesel B10 pelo B20 foi de R$ 90.588,00.
Conclusão
O trabalho possibilitou inferir que a indústria sucroalcooleira é uma alternativa economicamente viável e prontamente disponível para suprir de forma sustentável a demanda crescente do mercado nacional, por meio de oportunidades que vem surgindo, a longo proazo, a partir de novas tecnologias, como a fixação biológica de nitrogênio e do plano RenovaBio.
Contudo, a tecnologia de fixação biológica de nitrogênio tem uma barreira tecnológica para ser viável tecnicamente assim impossibilitando sua utilização imediata e o Biodiesel apesar de ser viável tecnicamente, tem uma barreira financeira.
O fixação biológica de nitrogênio é uma tecnologia muito promissora, que tem a possibilidade de se tornar uma técnica de ruptura, podendo colocar os custos da indústria sucroalcooleira num patamar muito competitivo perante as outras culturas competidoras. Esbarra na falta de investimentos e visão de futuro que ela tem
O biodiesel pode se tornar promissor, sendo necessário que sua analise seja mais aprofundada, para analise de impacto do frete a menor, novas legislações que possam vir a baixar o custo do biocombustível e a mudança de modelo comercial, tendo uma mudança de leilões para o livre comércio que já existe no setor sucroenergético.
Agradecimento
Queria agradecer a Minha Esposa, Graziela Rehem de Abreu Sodré, que em todos os momentos me estimulou a fazer o melhor para concluir esse curso da melhor maneira possível. Aos meus pais por me proporcionarem a melhor educação possível e sempre me estimularem a ser o melhor possível. A Paciência e perseverança da minha orientadora Andressa Natel.
Referências
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18
Descriçãoabr/15abr/18abr/19abr/20abr/21abr/22abr/23abr/24abr/25abr/26abr/27
Matéria-prima83,2498,14102,06 106,15 110,39 114,81 119,40 124,18 129,14 134,31 139,68 
COE59,4170,0472,85 75,76 78,79 81,94 85,22 88,63 92,17 95,86 99,69 
Cana de fornecedores17,1820,2621,07 21,91 22,78 23,70 24,64 25,63 26,65 27,72 28,83 
Pagamento CONSECANA15,4118,1718,89 19,65 20,44 21,25 22,10 22,99 23,91 24,86 25,86 
Bonificações1,772,092,17 2,26 2,35 2,44 2,54 2,64 2,75 2,86 2,97 
COE cana própria42,2349,7951,78 53,85 56,01 58,25 60,58 63,00 65,52 68,14 70,87 
Depreciações16,2619,1719,94 20,73 21,56 22,43 23,32 24,26 25,23 26,24 27,29 
Remuneração do capital e terra7,578,929,28 9,65 10,04 10,44 10,86 11,29 11,74 12,21 12,70 
Industrial28,3433,4134,75 36,14 37,58 39,09 40,65 42,28 43,97 45,73 47,56 
Operação industrial14,5817,1917,88 18,59 19,34 20,11 20,91 21,75 22,62 23,53 24,47 
Mão-de-obra5,836,877,15 7,43 7,73 8,04 8,36 8,70 9,05 9,41 9,78 
Insumos2,633,103,22 3,35 3,49 3,63 3,77 3,92 4,08 4,24 4,41 
Químico1,511,781,85 1,93 2,00 2,08 2,17 2,25 2,34 2,44 2,53 
Diversos10,690,810,85 0,88 0,92 0,95 0,99 1,03 1,07 1,11 1,16 
Embalagem0,430,510,53 0,55 0,57 0,59 0,62 0,64 0,67 0,69 0,72 
Manutenção4,85,665,89 6,12 6,37 6,62 6,89 7,16 7,45 7,74 8,05 
Administração1,321,561,62 1,68 1,75 1,82 1,89 1,97 2,05 2,13 2,22 
Depreciação4,234,995,19 5,39 5,61 5,83 6,07 6,31 6,56 6,83 7,10 
Custo de Capital9,5311,2411,69 12,15 12,64 13,14 13,67 14,22 14,79 15,38 15,99 
Administrativo12,9115,2215,83 16,46 17,12 17,81 18,52 19,26 20,03 20,83 21,66 
Mão-de-obra3,013,553,69 3,84 3,99 4,15 4,32 4,49 4,67 4,86 5,05 
Insumos e serviços3,44,014,17 4,34 4,51 4,69 4,88 5,07 5,28 5,49 5,71 
Capital de giro6,517,687,98 8,30 8,63 8,98 9,34 9,71 10,10 10,50 10,92 
Custo Total124,49146,77152,64 158,75 165,10 171,70 178,57 185,71 193,14 200,87 208,90 
Produto
18/19
19/20
20/21
21/22
22/23
23/24
24/25
25/26
26/27
27/28
Hidratado 
(R$/m
3
)
1.905,66
1.981,89
2.061,16
2,143,61
2.229,35
2,318,53
2,411,27
2.507,72
2.608,03
2.712,35
Anidro 
(R$/ m
3
)
2.115,28
2.199,89
2,287,89
2,379,40
2,474,58
2,573,56
2,676,51
2,753,57
2,894,91
3.010,71
VHP(R$/t)
1.200,00
1,248,00
1,297,92
1,349,84
1,403,83
1,459,98
1.518,38
1,579,12
1,642,28
1,707,97
Energia 
(R$/MWh)
200
208
216,32
224,97
233,97
243,33
253,06
263,19
173,71
284,66
R$ MM18/1919/2020/2121/2222/2323/2424/2525/2626/2727/28
Receita444,2 462,0 480,5 499,7 519,7 540,5 562,1 584,6 608,0 632,3 
Etanol Hidratado198,6 206,5 214,8 223,4 232,3 241,6 251,3 261,3 271,8 282,6 
Etanol Anidro209,1 217,5 226,1 235,2 244,6 254,4 264,6 275,1 286,2 297,6 
Energia Elétrica36,6 38,0 39,6 41,1 42,8 44,5 46,3 48,1 50,1 52,1 
Despesas374,4 389,4 404,9 421,1 438,0 455,5 473,7 492,7 512,4 532,9 
Matéria-prima250,3 260,4 270,8 281,6 292,9 304,6 316,8 329,4 342,6 356,3 
Industrial85,2 88,6 92,2 95,9 99,7 103,7 107,8 112,2 116,6 121,3 
Administrativo38,8 40,4 42,0 43,7 45,447,2 49,1 51,1 53,1 55,3 
LAJIR69,8 72,6 75,5 78,6 81,7 85,0 88,4 91,9 95,6 99,4 
Juros ( 9%, divida R$ 120/tc)27,5 26,2 24,9 23,6 22,4 21,3 20,3 19,2 18,3 17,4 
Amortização15,3 14,5 13,8 13,1 12,5 11,8 11,3 10,7 10,2 9,6 
LAIR27,0 31,9 36,9 41,8 46,8 51,8 56,9 62,0 67,2 72,4 
IR ( 26%)0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 
Resultado27,0 31,9 36,9 41,8 46,8 51,8 56,9 62,0 67,2 72,4 
ROE5,4%6,4%7,4%8,4%9,4%10,4%11,4%12,4%13,4%14,5%
R$ MM18/1919/2020/2121/2222/2323/2424/2525/2626/2727/28
Receita444,2 462,0 480,5 499,7 519,7 540,5 562,1 584,6 608,0 632,3 
Etanol Hidratado198,6 206,5 214,8 223,4 232,3 241,6 251,3 261,3 271,8 282,6 
Etanol Anidro209,1 217,5 226,1 235,2 244,6 254,4 264,6 275,1 286,2 297,6 
Energia Elétrica36,6 38,0 39,6 41,1 42,8 44,5 46,3 48,1 50,1 52,1 
Despesas372,0 386,9 402,4 418,5 435,3 452,7 470,8 489,7 509,3 529,7 
FBN2,39- 2,47- 2,55- 2,64- 2,73- 2,82- 2,92- 3,01- 3,12- 3,23- 
Matéria-prima250,3 260,4 270,8 281,6 292,9 304,6 316,8 329,4 342,6 356,3 
Industrial85,2 88,6 92,2 95,9 99,7 103,7 107,8 112,2 116,6 121,3 
Administrativo38,8 40,4 42,0 43,7 45,4 47,2 49,1 51,1 53,1 55,3 
LAJIR72,2 75,1 78,1 81,2 84,4 87,8 91,3 94,9 98,7 102,6 
Juros ( 9%, divida R$ 120/tc)27,5 26,2 24,9 23,6 22,4 21,3 20,3 19,2 18,3 17,4 
Amortização15,3 14,5 13,8 13,1 12,5 11,8 11,3 10,7 10,2 9,6 
LAIR29,4 34,4 39,4 44,5 49,5 54,6 59,8 65,0 70,3 75,6 
IR ( 26%)0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 
Resultado29,4 34,4 39,4 44,5 49,5 54,6 59,8 65,0 70,3 75,6 
ROE5,9%6,9%7,9%8,9%9,9%10,9%12,0%13,0%14,1%15,1%

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