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CASO 3 .MIRANDA

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AO JUIZO DE DIREITO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE MANHUAÇU/MG 
 
 
 
 
 
 
 João dos Santos, brasileiro, casado, comerciário, portador da carteira de identidade nº ........., inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, CTPS nº 0123, série nº....., PIS nº 11.11, residente e domiciliado à Rua 1, nº 2, bairro 3, na cidade de Manhuaçu/MG, CEP: 36.900-00, vem através de sua advogada, perante este douto juízo propor 
 
 
AÇÃO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA SOB O RITO SUMARÍSSIMO 
 
 
Contra a Empresa Padaria Doce Pão LTDA,CNPJ 222.222.0001.02 situada na Rua 10, nº 20, no Bairro 4, em Manhuaçu, CEP 36.900-00, o que faz de acordo com os fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos: 
 
I – DA GRATUIDADE A JUSTIÇA 
 O requerente não possui condições financeiras para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 4º da lei 1.060/50. 
 
II – DOS FATOS 
O requerente foi admitido na data de 15/01/2018 pelo reclamado para exercer a função de padeiro, recebendo a quantia de meio salário mínimo o equivalente a R$ 477,00 (quatrocentos e setenta e sete reais), com jornada de trabalho de 04:00h as 16:00h, sem intervalo para as refeições, bem como havendo o revezamento de 1 domingo ao mês. 
Tendo em vista os argumentos jurídicos a seguir apresentados, interpõe-se a devida reclamação trabalhista no intuito de serem satisfeitos todos os direitos do reclamante. 
 
III – DA CTPS 
O reclamante trabalhou para o reclamado entre a data do dia 15/01/2018 até 15/02/2020, sem que o reclamado anotasse sua CTPS, tal caso se encontra com violação do direito do reclamante e como violação do art. 29 da CLT. 
 
IV – DA COMPLEMENTAÇÃO E DO SALDO DE SALÁRIO 
O reclamante laborou para o reclamado recebendo meio salário mínimo, tal condição viola o art. 76 da CLT, bem como o art. 7, inciso IV da CF, onde e garantido a todos salário mínimo. 
Sendo assim o reclamante faz jus ao complemento de salário, uma vez que durante o seu trabalho recebeu verba inferior ao mínimo legal, como dispõe o art. 118 da CLT. 
O reclamante trabalhou até a data de 15/02/2020, não tendo recebido os salários vencidos, tendo também como último mês de referência salaria o mês de dezembro, desta forma o requerente faz jus ao recebimento dos salários atrasados com a devida correção. 
A legislação vigente em seu art. 4º da CLT, da como tempo de serviço efetivamente trabalhado pelo empregado, integrando-se os dias trabalhados ante de sua dispensa injusta a seu patrimônio jurídico, diante disto pode ser demonstrado que o requerente tem direito adquirido de acordo com o inciso IV do art. 7º e incido XXXVI do art. 5º, ambos da CF/88, desde modo o mesmo faz jus ao saldo de salário. 
 
Complementação de salário referente a 15/01/2018 até 15/01/2019 = 5.724,00 
(cinco mil, setecentos e vinte e quatro reais) 
Complementação de salario referente a 15/01/2019 até 15/01/2020 = 5.988,00 
(cinco mil, novecentos e oitenta e oito reais) 
Saldo de salário = 1.045,00 (um mil e quarenta e cinco reais) 
 
VI – DA JORNADA DE TRABALHO, INSALUBRIDADE E HORA EXTRA 
O reclamante trabalhava das 04:00h às 16:00h, resultando assim uma jornada de 11 horas normais, numero de horas que e superior ao permitido pela legislação vigente, como tendo ainda 1h e 14 de hora noturna. 
Dentre a sua jornada de trabalho, o reclamante tem 3 horas extras diárias, dando 15h semanais e somando ao total de 450 mensais, diante de tal situação fica evidente que o reclamante faz jus a todo o recebimento das determinadas horas. 
 Com relação a hora noturna o reclamante faz jus ao acréscimo de 20% sobre o saldo de salário, conforme entendimento do art. 71 caput da CLT.
VALOR DAS HORAS NOTURNAS: 9.386,90 (nove mil trezentos e oitenta e seisreais e noventa centavos) 
VALOR DAS HORAS EXTRAS: 2.299,00 (dois mil, duzentos e noventa e nove reais) 
 
VII – DA INSALUBRIDADE 
 Durante o tempo que o reclamante trabalhou para o reclamado, o mesmo teve que entrar em câmera fria para a obtenção de matéria prima para os seus trabalhos, diante do que se foi exposto e conforme a legislação vigente em seu art. 253 da CLT o reclamante faz jus ao descanso a cada 20m a cada 1h e 40m de permanência dentro da câmera. 
O trabalho em câmara fria quando não observados os requisitos necessários para o trabalho, pode causar futuramente doenças , que podem vir a prejudicar a condição de vida do trabalhador. 
Desta forma cabe ao reclamante o adicional de insalubridade sobre sua jornada de 
trabalho. 
 
VIII – DO PERÍODO DE DESCANSO 
O reclamante durante o período que trabalhou para o reclamado, não teve em sua jornada de trabalho período de descanso, uma vez que estabelecido que para as jornadas de trabalho que exceda 6 horas è garantindo ao trabalhador um descanso de no mínimo 1 hora. 
Sendo assim, o reclamante faz jus ao recebimento indenizado das horas de trabalho acrescidas de 50% sobre o valor da remuneração. 
 
IX – DAS FÉRIAS VENCIDAS E PROPORCIONAIS 
Durante o período de trabalho do requerente para com o reclamado o requerente fez direito a duas férias vencidas sendo elas compreendidas entre o período de 15/01/2018 à 15/01/2019, como também de férias vencidas do período de 15/01/2019 à 15/01/2020. 
Ainda sim o reclamante ainda faz jus a receber 1/12 sobre o mês trabalhado ante de sua dispensa imotivada. 
VALOR DE 1.393,33 ( mil trezentos e noventa e três reais e trinta e três centavos) 
 
X- DO 13 º VENCIDOS E PROPORCIONAIS 
 É entendido pela legislação vigente lei 4090/62 e lei 4.749/65 que o décimo terceiro salário será pago até o dia 20 de dezembro de cada ano, no caso hora analisado o reclamante faz jus as décimos terceiros que se encontra em atraso bem como o proporcional a época de sua demissão. 
13º PROPORCIONAIS : 261,25 (duzentos e sessenta e um reais e vinte e cinco centavos) 
 
XI – DO FGTS + MULTA DE 40% 
A legislação vigente determina que cabe ao empregador o dever de depositar o FGTS do empregado em sua conta vinculada a importância correspondente a 8% de sua remuneração devida no mês anterior. 
Como já e sabido o reclamado desde a admissão do reclamante não anotou sua CTPS e consequentemente não ocorreu depósitos de FGTS, entres os períodos de 15/01/2018 até 15/02/2020, desta requer a este juízo que o reclamado recolha o FGTS bem como as contribuições previdenciárias devidas do período acima mencionados. 
Além disso, por conta da rescisão indireta do contrato de trabalho, deverá ser paga a multa de 40% sobre o valor total a ser depositado a título de FGTS, em entendimento com o §1º do art. 18 da lei 8.036/90 c/c art. 7º, I, CF/88. 
 FGTS COM JUROS = 2.184,71 (dois mil, cento e oitenta e quatro reais e setenta e um centavos) 
MULTA DE 40% = 897,27 (oitocentos e noventa e sete reais e vinte e sete centavos) 
 
Total de 5.325,17 (cinco mil trezentos e vinte e cinco reais e dezessete centavos) 
 
XII – DA MULTA DO ART. 467 DA CLT 
O reclamado deverá pagar ao reclamante, no ato da audiência, todas as verbas incontroversas, sob pena de acréscimo de 50%, conforme entendimento do art. 467 da CLT. 
 
XIII – DOS PEDIDOS 
Ante exposto requer; 
a) Que seja deferida o pedido de gratuidade de justiça, uma vez que o requerente e pobre na acepção legal, não tendo condições de arcar com as custas processuais sem prejudicar seu sustento; 
b) Que seja imposto ao reclamado em prazo estipulado que o mesmo faça as 
devidas anotações na CTPS do reclamante; 
c) Que o reclamado faça o pagamento dos complementos de salario referente aos períodos de 15/01/2018 ate 15/01/2019 e dos períodos de 15/01/2019 até 15/02/2020; 
D)Que seja feita os pagamentos das horas extras e das horas noturnas trabalhadas pelo requerente; 
d) Seja acolhido o pedido de insalubridade, onde o mesmo seja adicionado sobre sua jornada de trabalho; 
e) Que seja feita os pagamentos das férias vencidas e do proporcional trabalhado pelo requerente; 
f) Seja imposto os pagamentosdos 13º salários vencidos e dos proporcionais; 
g) Seja também imposto que seja recolhido o FGTS e da multa de 40%, sobre os anos trabalhados, bem como seja liberado para o reclamante as devidas guias e que ainda seja recolhido as contribuições previdenciárias devidas do período mencionado; 
h) Que não havendo cumprimento das medidas impostas por este juízo que seja aplicada multa sobre o dia de atraso. 
 
 
Dar-se a o valor da causa de 34.505,63 
 
 
Neste termos, Pede deferimento. 
 
 
 
Manhuaçu, 13 de abril de 2020. 
 
 
Advogado/ OAB

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