Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PCM Uma introdução ao planejamento e controle de manutenção POR NEWANDERSON GOMES • Sua equipe não consegue ter um desempenho satisfatório na hora de executar as atividades de manutenção? • Faltou o material? • O mantendor foi escalado para dois serviços ao mesmo tempo? • A máquina não foi liberada para a manutenção executar os serviços? Se você já se deparou com essas situações, é por que o setor ou departamento de manutenção da sua empresa está precisando melhorar ou até mesmo implementar uma área/processo de PCM. PCM é a sigla para Planejamento e Controle da Manutenção e em algumas empresas se adota também a sigla PPCM, ou seja, acrescenta-se mais um P para Programação. A área de PCM pode ser considerada como a mais importante dentro do macro- processo de Gestão de Ativos dentro da organização, pois por ela tem-se uma visão geral em curto e longo prazo do que é necessário realmente ser feito pela manutenção para manter as máquinas, equipamentos e processos produtivos em plena capacidade de operação. Introdução O PCM dentro do Departamento de Manutenção é responsável por garantir o cumprimento do planejamento das atividades de manutenção pré-estabelecidas no seu cronograma ou carteira de serviços como: • Disponibilização dos recursos humanos; • Disponibilização dos recursos materiais; • Disponibilização dos recursos de serviços especializados ou terceirizados; • Disponibilização dos recursos de ferramentas especiais para a execução dos serviços; • Disponibilidade dos ativos, acordado junto à área de Planejamento e Controle de Produção; • Autorização da área de Segurança do Trabalho para a execução dos serviços (Permissão de Trabalho de Segurança); • Monitoramento e Controle dos serviços em andamento e encerrados; • Fornecimento de relatórios e indicadores para avaliação gerencial da manutenção. A estrutura de uma área de PCM e suas respectivas atividades e tarefas dentro de um macro-processo de Gestão de Ativos varia muito de empresa para empresa e essa variação se dá em virtude do tamanho, de quanto é investido e da percepção dos gestores quanto a sua importância. Apesar dos resultados, é muito comum encontrar empresas cujos gestores negligenciam a importância do PCM para melhores resultados na área de manutenção. O PCM dentro da estrutura de manutenção Segundo Teles (2017), 65% do tempo disponível para execução dos serviços é perdido com outras questões, como podemos verificar no gráfico a seguir. Resta então somente 35% deste tempo como efetivamente produtivo, o que é muito baixo para os padrões mundiais atuais. Tempo Produtivo x Improdutivo Tempo produtivo de trabalho Tempo gasto com deslocamento da equipe até o equipamento Tempo gasto com obtenção de ferramentas Tempo gasto com atrasos no início da atividade Tempo gasto com instruções Ociosidade Ociosidade por excesso de mão-de-obra Início tardio término adiantado Interrupção da atividade Tipos de tempo analisados 35% 15% 12% 10% 8% 5% 5% 5% 5% O organograma funcional a seguir exemplifica bem uma estrutura típica de como a área de PCM se encaixa dentro do departamento de manutenção, ou seja, geralmente ela é subordinada a uma gerência de manutenção e independente das outras áreas que compõem o departamento, a fim de garantir a sua isonomia. Em empresas de menor porte e investimentos, geralmente a área ou função de PCM é exercida por um planejador ou programador ligado diretamente ao Supervisor de Manutenção, o que pode não ser o melhor modelo. Fonte: Adaptado do livro Manutenção Lean de João Paulo Pinto Diretoria Industrial Gerência de Manutenção PCMEngenharia de Manutenção Execução (operacional) Planejamento e ProgramaçãoMétodos e Processos Execução de Manutenção Planejada Gestão de RecusosEstudos e Desenvolvimentos Execução de Manutenção Não Planejada Gestão de ServiçosMelhoria Contínua Controle e Apontamento de Ações Monitoramento e ControleQualidade Qualidade Avaliação de ResultadosSegurança Atendimento as Normas No macro processo de Gestão de Ativos e Serviços (Manutenção) podemos afirmar que o PCM é o ELO entre a gerência de manutenção e as áreas de manutenção, com o objetivo de fazer com que os serviços planejados a partir de demandas de clientes internos sejam realmente autorizados e alinhados com a Estratégia de Manutenção e de Negócio. Fonte: Manutenção Lean – Joao Paulo Pinto - Macro Processo de Gestão de Ativos e Serviços Estratégia da Manutenção Dados Mestre Base de Dados de equipamentos e instalações Programa de manutenção (ações e rotinas) Registro do histórico de manutenção Solicitação dos Clientes Solicitações da área operacional ou outros Ações de Manutenção Planejada (Engenharia de Manutenção) Ações de Manutenção Não Planejada - MCE Planejamento da Manutenção Programação da Manutenção Execução Controle Backlog (OS’s Pendentes) Preparação do trabalho Registro de Dados Tratamento de Dados Disponibilidade de Recursos Humanos de manutenção Disponibilidade de materiais, serviços e ferramentas especiais Informação ao(s) cliente(s) Avaliação e correção, se necessário Estratégia de Negócio Emissão das Ordens de Serviço Gestão da Manutenção Assistida por Computador Monitoramento dos Trabalhos O que é necessário para implementar área de PCM e suas atividades, e como verificar se a sua área de PCM está bem implementada? O que caracteriza uma boa área de PCM? 1. Cadastro de todas as posições operacionais e dos ativos A manutenção deverá ter mapeado e cadastrado toda a hierárquia de posições do seu site até chegar no ativo e seus dados inseridos em um sistema, de preferência informatizado. 2. Classificação dos ativos Seguindo um procedimento já pré-estabelecido pela Engenharia de Manutenção e validado pelo Gerente de Manutenção, todos os ativos deverão ser classificados para determinar qual a melhor política de manutenção que será adotada para cada um. O ideal é que o programador trabalhe sempre com uma margem de 4+1 semanas a frente da semana atual, por exemplo, 4 semanas de carteira de serviços já aprovada mais 1 semana em aprovação. 3. Elaborar os planos de trabalho dos ativos Nesta etapa, em conjunto com a Engenharia de Manutenção são definidos quais os Planos de Trabalho serão elaborados para cada família de ativos ou para algum ativo específico, como por exemplo: • Manutenção Preventiva Elétrica; • Manutenção Preventiva Mecânica; • Inspeção Preventiva ou Preditiva (Rotas); • Plano de Lubrificação (Rotas); Esses planos deverão seguir os padrões estabelecidos no Procedimento Geral de Manutenção, prevendo quais tarefas serão necessárias para cada tipo de família de ativo, além dos recursos de Mão-de-obra, Materiais (consumíveis e/ou peças sobressalentes), Serviços Externos Especializados e Ferramentas Especiais e por fim o tempo previsto para execução de cada tarefa. 4. Definição de um macro-cronograma anual de manutenção Com o cadastro e classificação dos ativos e agora em posse de quais são os planos de trabalho para cada ativo, o PCM elabora um macrocronograma anual de manutenção ou o famoso ‘Calendário de 53 Semanas de Manutenção’, onde serão definidas datas ou períodos planejados de intervenção da manutenção nos ativos. 5. Aprovação do macro-cronograma anual de manutenção Em posse de todas as informações e do planejamento de manutenção definido, o PCM convoca uma reunião com a área de PCP e ambas aprovam em conjunto o calendário de manutenção para o próximo ano, definindo em comum acordo as datas e tempos de parada previstos para cada ativo. 6. Programação e disponibilidade dos recursos Com a etapa do planejamento definida até este ponto, será a hora do programador de manutenção garantir que todos os recursos sejam contratados e adquiridos no tempo certo para a execução dos serviços, a mão-de-obra para execução dos serviços seja disponibilizadapela área de execução, bem como a programação de parada dos ativos autorizada pelo PCP e permissões de trabalho aprovadas pela área de segurança. 7. Comunicação da efetivação da carteira de serviços com a área de execução O programador de manutenção, já com a visão anual dos trabalhos a serem executados, cria carteiras de serviços (janelas de manutenção) com uma visão mais detalhada dos serviços (microcronograma). À medida em que todos os recursos e dados sejam confirmados, ele determina em conjunto com a área de PCP a priorização de execução e que a carteira de serviços pode ser executada. Todas as OSs são emitidas e encaminhadas para a área de execução de manutenção (área operacional ou oficina de manutenção). As Ordens de Serviço (OSs) que compõem a carteira de serviços que serão executadas na janela geralmente são do tipo planejada e tem como origem o próprio plano de trabalho estabelecido, corretivas planejadas e até melhorias determinadas pela engenharia de manutenção, conforme podemos ver no quadro ao lado. Manutenção Não Planejada Manutenção Planejada MCE Manutenção Corretiva de Emergência MP Manutenção Preventiva/Preditiva MPS Manutenção Preventiva/ Preditiva/Inspeções Sistemática MC Manutenção Condicionada (Monitoramento de Condições) MCP Manutenção Corretiva Planejada Tipos de Manutenção 8. Monitoramento e controle dos serviços É muito importante que o programador de ma- nutenção esteja engajado em monitorar os tra- balhos que estão em andamento pela manuten- ção, a fim de garantir os prazos acordados, bem como suprir qualquer necessidade que a equipe possa vir a ter e que não tenha sido prevista. Também é necessário que seja feito o controle das carteiras de serviços quanto ao seu encerramento, para que seja possível registrar todos os dados dos serviços executados ou não. 9. Análise crítica do planejamento, programação e execução da carteira de serviços executada É de suma importância que ao término de cada janela de manutenção a carteira de serviços seja analisada quanto ao índice de cumprimento da programação e dos resultados alcançados. Os serviços que não foram executados na janela de manutenção recém-encerrada, deverão ser reprogramados em caráter de urgência e inseridos nas carteiras de serviço das próximas janelas de manutenção de acordo com a sua criticidade. O PCM deverá propor também nesta fase, se necessário, melhorias no planejamento dos trabalhos, a fim de corrigir quaisquer falhas ocorridas na programação e execução dos serviços. A partir daí, é necessário fazer o devido tratamento destes dados com a inten- ção de determinar a eficá- cia dos serviços através da elaboração de indicadores e relatórios operacionais e gerenciais. Você já ouviu a célebre frase, ‘O que não é medido, não pode ser gerenciado’? Para podermos verificar a eficácia e garantir que as atividades estejam sendo conduzidas de forma correta, é importante que a gerência de manutenção em conjunto com as áreas de engenharia, PCM e execução de manutenção determinem quais os indicadores (KPI) e relatórios serão necessários para acompanhamento e análise dos serviços. Os Indicadores (KPIs) podem ser divididos em Econômicos e Gerenciais conforme citados a seguir. Indicadores e relatórios de PCM • Índice de cumprimento da carteira de serviços; • Índice de aproveitamento do HH em serviços planejados - (% em relação ao HH total disponível); • HH Manutenção Planejada X HH Manutenção; • Corretiva - (% por tipo de manutenção); • Custo Total de Manutenção pelo Faturamento; • Custo de Manutenção em serviços planejados x não planejados; • MTBF – Tempo Médio Entre Falhas; • MTTR – Tempo Médio de Reparo; • MWT – Tempo Médio de Espera; • Backlog (Carteira de Serviços Pendentes); • Disponibilidade ou OEE. Indicadores operacionais: • Custo de Manutenção/Custo Total de Produção; • Custo Total de Manutenção/Peça ou Kg Produzido; • Custo Total de Manutenção/Faturamento; • Custo dos Trabalhos Contratados/Custo Total de Manutenção; • Custo Total de Manutenção/Total de Hs da Manutenção; • Custo de Manutenção Planejada/Custo Total de Manutenção; • Custo de Manutenção Não Planejada/Custo Total de Manutenção; • Custo de Manutenção Não Planejada/ Número de Avarias. Indicadores econômicos: • Relatório de OS Aguardando Material/Serviço; • Contratado; • Relatório de Disponibilidade de Mão-de-Obra; • Relatório de Máquina Parada x Setor; • Cronograma de Manutenção – Calendário 53 semanas; • Relatório da Carteira de Serviços programados por semana (S+5 Semanas); • Relatório de MTBF por Ativo ou Área; • Relatório de MTTR por Ativo ou Área; • Relatório de Disponibilidade por Ativo ou Área. Relatórios: Os principais papéis (funções) dentro da área de PCM de um setor ou departamento de manutenção Cada profissional tem um papel importante a desempenhar para que todo o planejamento possa ser executado com o mínimo ou a total falta de imprevistos. Em outras publicações vamos explanar com maiores detalhes cada papel/função apresentada neste tópico. Funções na área de PCM • Gerente de Manutenção; • Supervisor ou Coordenador de PCM; • Planejador/Inspetor de Manutenção; • Programador de Manutenção; • Planejador ou Programador de Materiais; • Analista de Manutenção. Com as melhores práticas de manutenção alinhadas a uma boa área/processo de PCM implementado, podemos obter os seguintes ganhos: Principais objetivos de uma área/ processo de PCM implementados • Melhor conservação dos equipamentos, assegurando uma vida útil mais longa e preservando o investimento em relação a máxima utilização da capacidade instalada; • Aumento na disponibilidade do ativo; • Redução de custo com a otimização dos serviços; • Redução de custo com desperdícios de materiais, peças sobressalentes, pessoal, ferramentas e o tempo de serviço; • Redução de custo com horas extras, tanto da manutenção como produção; • Melhor aproveitamento do HH alocado; • Maior execução de serviços planejados em relação aos não planejados, ou seja, atuação mais forte na prevenção da quebra e não em intervenção reativa; • Melhoria no apontamento de dados, gerando um histórico confiável para análise; • Melhor aproveitamento da garantia do equipamento, com acionamento do fabricante/representante. Este conteúdo em face da importância da área de PCM de um Departamento de Manutenção tem como objetivo dar uma introdução ao tema e auxiliá-lo nos primeiros passos para alcançar ou até melhorar o seu planejamento e controle de manutenção. Vamos publicar outros materiais complementares a este e que com certeza irão ajudar ainda mais a entender a importância e as melhores práticas deste processo. Em nosso blog você encontra diversos artigos sobre o tema. Conclusão /maxinstBR /maxinstBR Maxinst Maxinst @maxinstBR(31) 4063-8378 contato@maxinst.com maxinst.com.br https://maxinst.com.br/blog/ https://www.facebook.com/maxinstBR/ http://www.maxinst.com.br https://twitter.com/maxinstbr http://www.maxinst.com.br https://www.linkedin.com/company/2251620 http://www.maxinst.com.br https://www.youtube.com/channel/UCaRcA3wiytabWcqE3dLewpA http://www.maxinst.com.br https://www.instagram.com/maxinstbr/ http://www.maxinst.com.br http://www.maxinst.com.br mailto:contato%40maxinst.com?subject= http://www.maxinst.com.br https://maxinst.com.br http://www.maxinst.com.br www.maxinst.com.br https://maxinst.com.br http://www.maxinst.com.br
Compartilhar