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Educação Física e Saúde

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Prévia do material em texto

2019
Educação Física E saúdE
Prof.ª Denise de Castro Insaurriaga
Prof.ª Erika Alessandra Rodrigues
Prof.ª Paula Dittrich Correa
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Denise de Castro Insaurriaga
Prof.ª Erika Alessandra Rodrigues
Prof.ª Paula Dittrich Correa
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
IN59e
 Insaurriaga, Denise de Castro
 Educação física e saúde. / Denise de Castro Insaurriaga; Erika 
Alessandra Rodrigues; Paula Dittrich Correa. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 203 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0277-8
1. Educação física - Aspectos da saúde. – Brasil. 2. Hábitos de saúde. 
– Brasil. I. Insaurriaga, Denise de Castro. II. Rodrigues, Erika Alessandra. 
III. Correa, Paula Dittrich. IV. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 613.7
Impresso por:
III
aprEsEntação
Prezado(a) acadêmico(a)!
Bem-vindo(a) à disciplina Educação Física e Saúde. Este Caderno 
de Estudos foi elaborado com o objetivo de contribuir para a realização de 
seus estudos e para a ampliação de seus conhecimentos sobre a educação 
física e a sua relação com a qualidade de vida. Faremos uma reflexão sobre o 
processo de inserção e desenvolvimento da educação física, e as perspectivas 
da saúde no espaço educacional em geral, com o objetivo de levar os alunos 
a incorporarem um estilo de vida ativo e saudável. 
 
 Ao longo da leitura deste caderno, você irá adquirir conhecimentos 
sobre os valores fundamentais que permitem ao profissional desenvolver 
atividades que devem ser utilizadas para proporcionar a proteção e o 
melhoramento da qualidade de vida e saúde dos seus alunos, mediante um 
maior entendimento da criança na compreensão do seu corpo. 
Você, também, irá compreender a importância de criar hábitos 
saudáveis desde a infância até a vida adulta. Para tanto, é necessário adotar 
uma alimentação equilibrada, juntamente com a realização de atividades 
física diárias, que assegurem a manutenção da saúde. Neste contexto, nós 
ressaltamos o papel do professor de educação física ao desenvolver o conceito 
de saúde, impactando positivamente a vida dos cidadãos, tanto individual, 
como socialmente. 
Neste Caderno de Estudos, veremos também a respeito da saúde 
pública; analisaremos o conceito de saúde e qual a sua relação com a escola, 
pois a promoção da saúde na escola pode ser um dos veículos de informação 
mais eficazes para abordar a saúde.
 
Desejamos a você, um bom trabalho e que aproveite ao máximo o 
estudo desta disciplina. Bons estudos!
Prof.ª Denise de Castro Insaurriaga 
Prof.ª Erika Alessandra Rodrigues
Prof.ª Paula Dittrich Correa
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – EDUCAÇÃO FÍSICA E A RELAÇÃO COM A SAÚDE – RELAÇÃO ESCOLA, 
PROFESSOR E A SAÚDE ........................................................................................... 1
TÓPICO 1 – EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA .............................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA ................................................................................................... 4
3 A EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO ESCOLAR ................................................................... 16
4 A ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA .......................................................... 22
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 25
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 26
TÓPICO 2 – PROMOÇÃO DA SAÚDE .............................................................................................. 27
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 27
2 A EDUCAÇÃO FÍSICA E A PROMOÇÃO DA SAÚDE ............................................................... 27
3 CONCEITO DE SAÚDE ...................................................................................................................... 29
4 COMO POSSO PROMOVER SAÚDE NAS DIFERENTES ATUAÇÕES ................................. 39
5 SAÚDE NA EDUCAÇÃO INFANTIL, FUNDAMENTAL E MÉDIO ......................................... 42
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 46
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 47
TÓPICO 3 – RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSOR E A SAÚDE ....................................................... 49
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 49
2 O PROFESSOR COMO INCENTIVADOR DA SAÚDE .............................................................. 49
3 AS PROPOSTAS DE ATIVIDADES TENDO O PROFESSOR COMO INCENTIVADOR 
 NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA ............................................................................... 50
4 A INTERDISCIPLINARIDADE DA EDUCAÇÃO FÍSICA E A SAÚDE .................................. 52
5 HIGIENE ................................................................................................................................................. 55
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 59
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 66
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 67
UNIDADE 2 – QUALIDADE DE VIDA E HÁBITOS SAUDÁVEIS – A SAÚDE, DOENÇAS E 
SUAS CAUSAS, PREVENÇÃO ................................................................................. 69
TÓPICO 1 – QUALIDADE DE VIDA E HÁBITOS SAUDÁVEIS ................................................. 71
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 71
2 CONCEITUANDOA QUALIDADE DE VIDA .............................................................................. 71
2.1 QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE ............................................................................................... 72
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 75
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 77
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 78
TÓPICO 2 – O CORPO SAUDÁVEL ................................................................................................... 81
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 81
sumário
VIII
2 NUTRIENTES E ALIMENTAÇÃO .................................................................................................... 81
2.1 COMPOSTOS ORGÂNICOS .......................................................................................................... 81
2.1.1 Carboidratos ............................................................................................................................ 81
2.1.2 Proteínas ................................................................................................................................... 87
2.1.3 Lipídios ..................................................................................................................................... 92
2.1.4 Compostos inorgânicos .......................................................................................................... 97
2.1.5 Vitaminas ................................................................................................................................. 98
2.1.6 Sais minerais ............................................................................................................................ 99
2.1.7 Água ......................................................................................................................................... 101
2.1.8 Alimentação saudável ............................................................................................................ 102
2.1.9 Distúrbios alimentares ........................................................................................................... 108
2.1.10 Obesidade .............................................................................................................................. 108
2.1.11 Desnutrição ............................................................................................................................ 110
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 112
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 114
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 115
TÓPICO 3 – APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE ......................................................................................... 117
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 117
2 DESAFIOS DA SOCIEDADE ATUAL ............................................................................................. 117
3 ATIVIDADE FÍSICA, APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE ..................................................................... 118
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA ................................................................................... 121
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 124
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 127
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 128
UNIDADE 3 – SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR ....................................................................... 131
TÓPICO 1 – SAÚDE PÚBLICA ............................................................................................................. 133
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 133
2 HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA .................................................................................................... 133
2.1 RELAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA COM EDUCAÇÃO E ESCOLA ........................................ 135
3 PROGRAMAS DE ATENÇÃO À SAÚDE ....................................................................................... 136
3.1 PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER (PAISM) ...................... 137
3.2 PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA (PAISC) ..................... 138
3.3 PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADOLESCENTE (PROSAD) ............................ 138
3.4 PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO ADULTO (PAISA) ........................ 140
3.5 PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO IDOSO (PAISI) ............................. 140
3.6 PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR .............................................. 141
4 PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA ................................................................................................. 142
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 144
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 145
TÓPICO 2 – IMUNOBIOLÓGICOS .................................................................................................... 147
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 147
2 CONCEITO ............................................................................................................................................ 147
3 HISTÓRICO ........................................................................................................................................... 149
4 VACINAS NO BRASIL ........................................................................................................................ 150
4.1 COMPOSIÇÃO DAS VACINAS .................................................................................................... 152
4.2 VIAS DE APLICAÇÃO ................................................................................................................... 153
4.3 ATUAÇÃO DAS VACINAS NO ORGANISMO E ATIVIDADE FÍSICA ................................ 156
4.4 VACINAÇÃO NAS ESCOLAS ...................................................................................................... 159
IX
4.5 CLASSIFICAÇÃO DAS VACINAS ............................................................................................... 160
5 PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO ............................................................................. 161
5.1 PRINCIPAIS VACINAS .................................................................................................................. 162
5.2 CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO ................................................................................................ 164
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 169
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................170
TÓPICO 3 – DROGAS E O AMBIENTE ESCOLAR ......................................................................... 171
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 171
2 CONCEITO DE DROGAS .................................................................................................................. 171
3 CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS ................................................................................................... 173
4 DROGAS E JUVENTUDE ................................................................................................................... 174
5 TIPOS DE DROGAS MAIS COMUNS ............................................................................................ 176
5.1 MACONHA ...................................................................................................................................... 176
5.2 HAXIXE ............................................................................................................................................. 177
5.3 LSD ..................................................................................................................................................... 178
5.4 HEROÍNA ......................................................................................................................................... 178
5.5 ANFETAMINAS............................................................................................................................... 179
5.6 COCAÍNA E OXI ............................................................................................................................. 181
5.7 ÁLCOOL ........................................................................................................................................... 183
5.8 TABACO ............................................................................................................................................ 184
5.9 CRACK ............................................................................................................................................... 187
6 A EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA COMO AGENTE DE PREVENÇÃO NO COMBATE 
 ÀS DROGAS ......................................................................................................................................... 190
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 192
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 194
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 195
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 197
X
1
UNIDADE 1
EDUCAÇÃO FÍSICA E A RELAÇÃO 
COM A SAÚDE – RELAÇÃO ESCOLA, 
PROFESSOR E A SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• analisar o processo histórico da educação brasileira;
• compreender o processo de inserção e desenvolvimento da Educação Físi-
ca na escola;
• reconhecer a importância da Educação Física na promoção da qualidade 
de vida.
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles você 
encontrará atividades que o auxiliarão a fixar os conhecimentos estudados.
TÓPICO 1 – EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA
TÓPICO 2 – PROMOÇÃO DA SAÚDE
TÓPICO 3 – RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSOR E A SAÚDE
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA
1 INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que a tarefa maior da escola seria a de possibilitar o acesso 
universal ao saber. O exercício desta função, porém, apresenta variações temporais 
e contextuais. Costuma-se dizer que a escola foi a instituição que a humanidade 
criou para socializar o saber sistematizado. 
Na realidade, é preciso dizer que esta não é essencialmente a sua função, 
uma vez que, visto desta forma, pode-se dizer que a escola não contribuirá para 
a construção deste saber. Ao contrário, sabe-se que a escola é a fonte de todas as 
transformações tanto das pessoas, quanto da sociedade e do próprio saber. Não 
será a escola ventríloqua de outras instituições, mas a mentora de novos fazeres, 
posturas e compreensões acerca do mundo em que se vive, desenvolvendo o ser 
humano da forma mais plena possível. 
Para cumprir seu papel de contribuir para o pleno desenvolvimento do 
sujeito e da sociedade, estabelecem-se metas e diretrizes através de leis em cada 
contexto social (cidade, estado ou país). 
Assim, no Brasil as incumbências da educação são definidas pela LDB 
e Constituição Federal, pelo Plano Nacional de Educação, e nos estados e 
municípios pela sua Constituição ou Lei Orgânica e respectivos Planos de 
Educação. Na elaboração deste aparato documental e legal é preciso ousar para 
não excluir e promover o sucesso de todos.
Esta não é uma preocupação gratuita, uma vez que, historicamente, se 
percebe que a educação esteve associada a determinada categoria. Assim, por 
exemplo, em Roma e na Grécia antigas havia a preocupação com a instrução 
àqueles que iriam ser a camada dirigente. 
Caro(a) acadêmico(a), neste tópico nossa intenção é conduzir você ao 
conhecimento de como se deu o desenvolvimento dos sistemas de ensino e a 
introdução da Educação Física na escola.
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A RELAÇÃO COM A SAÚDE – RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSOR E A SAÚDE
4
2 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
A organização do ensino começou pelas universidades, surgidas há cerca 
de um milênio. Porém, após a Revolução Industrial e com a Revolução Francesa 
e a Independência americana, a educação passou a ser considerada importante 
também para os trabalhadores. Estes fatos históricos intensificaram a busca pela 
democracia e a consolidação de preocupações ligadas a questões sociais, sindicais 
e de organizações diversas. 
Enquanto na Europa e parte da América Latina as mudanças e a expansão 
do ensino atendiam as camadas populares, no Brasil continuava elitista e 
preferencialmente masculina. Pode-se dizer que a universalização do ensino e 
sua atenção voltada a todos os cidadãos vem sendo percebida no final século XX 
e início do século XXI.
A educação no Brasil começou oficialmente com os jesuítas, que foram 
trazidos ao país com o propósito de catequisar nativos. Porém, depois de algum 
tempo percebeu-se que os nativos utilizaram-se dos ensinamentos jesuítas para 
se organizar e articular, a exemplo do que ocorria com os trabalhadores europeus. 
Ao longo de cerca de três séculos a educação brasileira era direcionada quase que 
exclusivamente à elite, a qual enviava seus filhos à Europa.
Para uma nação essencialmente agrícola, cuja mão de obra se baseava na 
escravidão, não havia necessidade de formar os trabalhadores.
Com a Constituição do Império (1824) determinou-se que a educação 
primária seria gratuita a todos os cidadãos. Novas mudanças apenas seriam 
vistas na República, durante as décadas de 20 e 30 do século XX. Por isso, é 
correto afirmar que a verdadeira educação pública e gratuita é uma conquista da 
República do século XX. Assim, pode-se dizer que a escola em que trabalhamos não 
está solta no espaço, mas encontra-se articulada e acompanhando os movimentos 
da história da educação como um todo.
O acesso ao conhecimento é crucial quando se reflete a função social da 
escola. Nas décadas de 20 e 30 do século XX, passou-se a dar maior importância 
à vida urbana (cidades). Vive-se um processo de urbanização marcado pela 
industrialização e imigração. Os imigrantes vindos de várias partes do mundo, 
especialmente da Europa, trouxeram consigo a necessidade de trabalhar para 
reestruturar suas vidas, pois haviam sido praticamente expulsos de suas nações.
Em 1932 é divulgado o Manifesto dos Pioneiros (Anísio Teixeira,Fernando de Azevedo e Lourenço Filho), que defende a ideia de uma nova 
educação pública, gratuita e laica para todos os cidadãos brasileiros. Desta época 
é que se tem notado pessoas sensíveis que se identificam na aproximação entre a 
escola, a família e outros parceiros.
TÓPICO 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA
5
2 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA Passa-se a compreender a escola como parte integrante e determinante da 
sociedade como um todo.
Estas ideias da chamada Escola Nova são incorporadas à Constituição de 
1934, que estabeleceu a gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário. Nos 
anos 40 são organizados os sistemas estaduais de ensino primário. Em 1961 é 
promulgada a primeira LDB (Lei nº 4.024/61). O regime militar estabelece novas 
leis:
• Lei nº 5.540/68, que desencadeou a Reforma Universitária, tornando a 
universidade um centro de excelência em formação técnica, distanciando-a da 
formação social, humana e política dos períodos anteriores. As universidades 
brasileiras construídas a partir da década de 1930 tinham como propósito a 
formação complexa e diversificada tal qual se via na Europa. Como o país 
encontrava-se sob a égide do regime ditatorial militar, foi preciso adaptar a 
universidade aos seus interesses desenvolvimentistas tecnicistas. Grandes 
líderes estudantis e acadêmicos foram sumariamente perseguidos, professores 
aposentados e expulsos do país;
• Lei nº 5.692/71, que reformulou o ensino primário e secundário, ampliou a 
obrigatoriedade do ensino de quatro para oito anos e instituiu o 1º e 2º graus 
profissionalizantes. Este nível de ensino deveria se encarregar da formação 
da grande massa trabalhadora. Disciplinas humanas (Filosofia, Sociologia, 
Psicologia) foram substituídas por disciplinas técnicas (preparação para 
o trabalho) ou de incentivo à prática do civismo (Educação Moral e Cívica, 
Organização Social e Política do Brasil). Estabeleceu-se uma verdadeira 
hierarquia disciplinar, privilegiando disciplinas consideradas básicas (Língua 
Portuguesa, Matemática, Língua Estrangeira e Ciências) e complementares de 
caráter secundário (Artes, História, Geografia, Educação Física).
Já nos anos 50 o crescimento do número de vagas era insuficiente e a 
qualidade do ensino apresentava problemas. As camadas baixas da população 
superlotam as salas de aula e o professorado não está preparado para esta nova 
realidade. 
A busca pela escolarização se dá pelo fato de que há uma migração da 
população rural para as grandes cidades. Pessoas vindas da agricultura precisam 
ser treinadas para abastecer o mercado de trabalho nas indústrias e organizações 
urbanas.
O ganho histórico é que um maior número de pessoas passou a frequentar 
a escola, porém, no interior da escola passou-se a produzir a cultura do fracasso 
escolar, um problema de gestão há décadas. O sucesso era um mérito exclusivo 
do educando e um grande contingente de excluídos (que nunca tiveram acesso ou 
não puderam permanecer na escola) fez com que se estabelecesse uma verdadeira 
“seleção natural”.
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A RELAÇÃO COM A SAÚDE – RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSOR E A SAÚDE
6
Em 1996 tínhamos 29 milhões de pessoas entre sete e 14 anos na escola e 
2,7 milhões fora dela. Paralelamente aos problemas de acesso, é preciso considerar 
o baixo rendimento de nossa escola, associado a problemas de repetência e evasão. 
Os governos municipais e estaduais vêm criando modelos, como as classes 
de aceleração e os ciclos, para amenizar o problema. A Constituição, no seu artigo 
205, diz que a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, e 
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade.
O desafio básico de uma gestão escolar bem-sucedida é promover o pleno 
desenvolvimento de todos os educandos. A população, por sua vez, reivindica 
escola, que é um dos direitos garantidos no artigo 6º da Constituição, conforme 
se verifica:
Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, 
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 26, de 2000).
Encontram-se também na Constituição as principais determinações 
gerais sobre educação (cap. III, seção I, artigos 205 a 214). A LDB complementa a 
Constituição nos artigos de 1º a 5º orientando a organização da educação nacional 
e a educação escolar nos diferentes níveis. 
A Constituição, no artigo 205, apresenta a educação como sendo a 
responsável pelo pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para a cidadania 
e sua qualificação para o trabalho. Quando se fala em pleno desenvolvimento, 
se está falando não apenas do ensinar, mas também de formar um ser humano 
perfeito, completo e feliz.
Este conceito é, pois, uma grande utopia, porém, não se pode deixar de 
considerá-lo, uma vez que cabe à educação eticamente comprometida com o ser 
humano aproximá-lo da perfeição, da completude e da felicidade.
A nova LDB (Lei nº 9.394/96) estabelece incumbências para a União, 
estados e municípios e também para a escola e docentes. Uma das características 
da LDB é a sua flexibilidade, permitindo que em diferentes realidades seja possível 
articular uma educação de verdade, atenta às verdadeiras demandas humanas. 
Em seu artigo 23, a LDB prevê autonomia para melhor atender às 
necessidades locais, considerando aspectos históricos, sociais, políticos e 
humanos de cada contexto. Já o artigo 24 reza sobre a aceleração, aproveitamento 
dos estudos e recuperação, vistos como parte fundamental das preocupações de 
todo o educador, especialmente do gestor escolar.
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos 
semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não 
TÓPICO 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA
7
seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma 
diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem 
assim o recomendar.
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de 
transferências entre estabelecimentos situados no país e no exterior, tendo como 
base as normas curriculares gerais.
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, 
inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, 
sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei.
Art. 24. A educação básica, nos níveis Fundamental e Médio, será 
organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas 
por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo 
reservado aos exames finais, quando houver;
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do 
Ensino Fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série 
ou fase anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação 
feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do 
candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme 
regulamentação do respectivo sistema de ensino;
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, 
o regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que 
preservada a sequência do currículo, observadas as normas do respectivo 
sistema de ensino;
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries 
distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino 
de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares;
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com 
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados 
ao longo do período sobre os deeventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação 
do aprendizado;
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8
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos 
ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem 
disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto 
no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a 
frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para 
aprovação;
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, 
declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão de 
cursos, com as especificações cabíveis.
Percebe-se, neste sentido, uma preocupação do legislador em estabelecer 
na lei elementos que possam garantir direitos e dar credibilidade legal a atos que 
efetivamente promovam condições favoráveis à permanência do educando na 
escola. Por outro lado, otimiza tempo e privilegia o aproveitamento de elementos 
que fazem progredir o educando de forma processual.
A chamada sociedade do conhecimento é uma definição bastante 
complexa, que envolve o conceito de espaço e tempo do saber. O espaço entendido 
como contexto em que as relações humanas se estabelecem para a geração do 
saber e tempo no sentido de que tudo o que se sabe ou se produz em termos 
de conhecimento deriva de uma série de passos históricos através dos quais é 
possível compreender que nada é fruto do acaso.
No artigo 22 a LDB estabelece como função da educação básica utilizar o 
conhecimento sistematizado como meio para atingir a finalidade de desenvolver 
o educando de maneira plena. No referido artigo temos a seguinte determinação:
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, 
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e 
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Avaliá-la diante desta premissa é verificar o cumprimento desta função, e 
quando se verifica o contrário é preciso exigir que isto se torne possível.
O ideal de colocar todos na escola está previsto em lei há muito tempo, 
mas nunca foi atingido totalmente. Apesar de termos a grande maioria dos 
jovens na escola, muitos são reprovados por ela ou a abandonam. Assim, é 
preciso compreender que estar na escola não significa necessariamente sentir-se 
nela, acolhido por ela. Eis que se apresenta um grande desafio ao gestor escolar: 
promover na escola um acolhimento solidário a todos e a todas que a procuram.
TÓPICO 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA
9
Como já foi mencionado, até meados do século XVIII o trabalho era 
essencialmente agrícola, o que caracterizou a primeira fase do processo histórico 
de construção da escola que temos. A segunda fase tem início com a Revolução 
Industrial, marcada pelo surgimento da máquina a vapor. O trabalho industrial 
se liberta do ciclo da natureza e se adapta à linearidade do relógio. A produção em 
série aumenta o volume da produção e inicia um processo de especialização por 
subáreas. O capital assentado no lucro e na mais-valia torna-se o fator principal 
de produção.
O terceiro momento relativo ao modo de produção da humanidade se 
dá a partir da segunda metade do século XX, tendo por base a tecnologia e os 
meios de comunicação. As informações se acumulam, se modificam, se reciclam, 
exigindo uma formação contínua e permanente nos conhecimentos específicos e 
gerais.
Por isso, pensar a função social da escola exige que se reflita sobre sua 
relação com esses equipamentos e meios de comunicação. A sociedade cobrará 
do jovem formado não apenas o diploma, mas também a excelência do seu 
conhecimento. Esta excelência não é medida pela capacidade de acumular tais 
saberes, mas pela habilidade de encontrar ou onde procurar informações de 
credibilidade.
Neste sentido, a ciência vem exigindo da escola novos campos e domínios 
do saber, como a informática e a divulgação rápida do conhecimento continuamente 
elaborado. O próprio Papa João Paulo II afirmava que a preocupação (em termos de 
produção) deve se centrar no homem e no seu conhecimento. Esta visão exige, por 
sua vez, uma nova forma de gestão da escola e do conhecimento, fazendo-a mais 
democrática, mais sensível, mais solidária e mais ética. 
O conhecimento passa a assumir um papel fundamental na vida das 
pessoas, sendo valorizado mais do que os bens materiais. Se antes nações e 
organizações desejavam possuir terras, dominar pessoas para fazê-las escravas, 
atualmente o que há de importante é a possibilidade de partilhar saberes para 
(re)construí-los. Como nem todos têm o mesmo acesso ao conhecimento, pode-se 
afirmar que a globalização marginaliza povos e países que têm sido excluídos das 
redes de informação, uma vez que, segundo a ONU, menos de 15% da população 
mundial estão inseridos no mundo digital. Para romper este limite que impõe 
desigualdade é preciso rever o jeito de fazer escola.
Considerando esta afirmativa, é possível dizer que o uso das mídias no 
processo educativo é um fator de exclusão e privilégio. Como se pode supor, em 
função de custos, o uso das tecnologias na educação será mais promissor entre 
pessoas das classes média e alta. O gestor da educação necessita considerar este 
aspecto assumindo uma postura comprometida em favor de acesso ao saber por 
parte de todos os seres humanos encontrados na escola. É uma questão ética e 
não de mera distribuição de materiais, porém, é pela ética que políticas públicas 
podem e devem atingir a todos com mais intensidade e constância.
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A RELAÇÃO COM A SAÚDE – RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSOR E A SAÚDE
10
As novas contribuições da escola fizeram surgir os quatro pilares da 
educação:
1. Aprender a conhecer: não apenas adquirir saberes, mas dominar os 
instrumentos do conhecimento. A gestão do conhecimento, neste sentido, 
exige que se ofereça ao educando a oportunidade de identificar os caminhos 
para se chegar ao saber, uma vez que tais caminhos são muitos, diversos e com 
características muito peculiares.
2. Aprender a fazer: não apenas a qualificação profissional, mas preparar a 
pessoa a enfrentar situações variadas preconizando a prática de trabalhos 
em equipe. Uma excelente forma de desenvolver esta prática é a estratégia 
dos projetos, através dos quais se estabelece uma relação de cumplicidade e 
comprometimento entre indivíduos, sujeitos de sua própria aprendizagem.
3. Aprender a conviver: tanto a descoberta do outro como a participação em 
projetos coletivos é importante, conforme afirmamos. Porém, além do fato 
“acidental” de estar junto, é preciso conviver. Neste sentido, compreende-se a 
necessidade de as pessoas estabelecerem vínculos, afetivos, éticos e solidários 
em favor de uma formação complexa, dinâmica e respeitosa. O convívio exige 
tolerância, convergência e um profundo respeito à diversidade.
4. Aprender a ser: é construir para o desenvolvimento total da pessoa. O ser 
(verbo) é uma condição essencial para que cada sujeito exerça sua função e 
possa apresentar-se como autor e ator de sua própria existência. Pode-se dizer 
que é a essência da cidadania e do compromisso que a sociedade tem e deve 
estabelecer com cada sujeito. Passa a assumir a condição de indivíduo, de ente 
e partícipe do que chamamos de sociedade.
A educação, assim concebida, indica uma função da escola voltada para a 
realização plena do ser humano, alcançada pela convivência e pela ação concreta, 
qualificadas pelo conhecimento. Esta qualificação, entretanto, não é apenas 
aferida por processos avaliativos tradicionais e convencionais, mas através de 
estimativas em torno de resultados práticos de intervenção social que cada 
processo educativoalcança. A qualidade é, pois, um instrumento de análise de 
processos educativos através dos quais será possível perceber a necessidade de 
mudar e transformar estratégias pedagógicas de gestão.
A qualidade é, pois, um indicador das providências a serem adotadas 
por gestores (educadores, administradores, educandos e famílias) no sentido de 
introduzir novas estratégias de ação pedagógica. Qualificação profissional, cidadã 
e humana são partes de um conceito complexo e de difícil mensuração, porém, 
devem ser considerados para que a educação e o processo de sua construção 
sejam arquitetados considerando sua relevância social.
TÓPICO 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA
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Outro aspecto a ser considerado é o cuidado com os conceitos e conteúdos 
escolares. Apesar de não se desejar centralizar a educação em torno de conceitos e 
conteúdos, estes jamais poderão ser esquecidos, pois será através deles que cada 
cidadão poderá dar sua contribuição à sociedade. 
Assim, pode-se dizer que eles que vão ser sustentados pelos pilares 
descritos. Conceitos e conteúdos deverão ser articulados para que cada sujeito-
cidadão possa, por sua vez, oferecer condições em favor dos pilares fundamentais 
à educação. Em seu artigo 9º a LDB norteia os currículos e conteúdos mínimos a 
serem propostos em todas as escolas, conforme veremos no quadro abaixo:
Art. 9º A União incumbir-se-á de:
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do 
sistema federal de ensino e o dos Territórios;
III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino 
e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função 
redistributiva e supletiva;
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino 
Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos 
mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no 
Ensino Fundamental, Médio e Superior, em colaboração com os sistemas de 
ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do 
ensino;
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de 
educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade 
sobre este nível de ensino;
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, 
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os 
estabelecimentos do seu sistema de ensino.
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A RELAÇÃO COM A SAÚDE – RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSOR E A SAÚDE
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§ 1º Na estrutura educacional haverá um Conselho Nacional de Educação, 
com funções normativas e de supervisão e atividade permanente, criado por lei.
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá 
acesso a todos os dados e informações necessários de todos os estabelecimentos 
e órgãos educacionais.
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos 
Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de educação 
superior.
Uma das virtudes desta lei, conforme já mencionamos, é sua flexibilidade, 
pois atribui obrigações, mas permite que cada ente as cumpra conforme sua 
possibilidade. Esta flexibilidade provém do conceito de autonomia, através do 
qual será possível que cada organização escolar seja responsável por avaliar 
permanentemente seu papel junto à sociedade. Trata-se da necessidade de se 
considerar aspectos do contexto temporal, local e histórico na organização do 
processo educativo.
A democracia pressupõe a possibilidade de uma vida melhor para todos, 
independentemente da condição social, econômica, raça, religião e sexo. É uma 
forma de fazer com que os diferentes tenham oportunidades iguais para exercer 
sua diferença, sem que um se beneficie em detrimento do prejuízo de outro. 
A democracia se estabelece através da eleição de representantes que 
exercerão, em nome da coletividade, um poder que é transitório, que em verdade 
pertence aos representados. Apesar dos diferentes sinais de deturpação do 
processo democrático, este ainda é o meio mais eficiente de estabelecer a quem 
deve ser atribuído o dever de representar e exercer o poder.
A escola democrática é tomada por conceitos como cidadania e 
solidariedade, onde a criança deixa de pertencer apenas à família e torna-se 
membro de um corpo ainda maior.
Visto desta forma, o processo educativo e a própria escola é onde o nós 
aflora e deve ser cultivado. É nela que nos construímos individual e coletivamente 
como cidadãos deste mundo. Mas não é por isso que deve ser concebida como 
espaço de formatação de pessoas em favor de uma postura social estabelecida ou 
como mera geradora de transformações sociais, sem um comprometimento em 
relação ao que se espera de um cidadão formado numa perspectiva complexa e 
ética.
Esta complexidade da escola pode ser identificada quando se percebe 
que é nela que atuam os mais variados grupos e vontades: administradores, 
professores, especialistas, corpo técnico e alunos. 
TÓPICO 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA
13
Todos estes entes são gestores, pois, em algum momento devem ter 
garantidos os direitos de intervenção em relação ao processo pedagógico. São 
sujeitos que, no exercício da democracia, estabelecem suas necessidades e 
consolidam seus compromissos pessoais e coletivos. 
Lembremos também que as famílias fazem parte desta comunidade 
e necessitam ter um espaço de decisão e especialmente de ação. Em momento 
algum a escola poderá ser considerada substituta da família. 
Não se podem estatizar as obrigações e compromissos que cabem à família, 
que é vista na Constituição, em seu art. 205, como corresponsável pela educação. 
Vejamos:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, 
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao 
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho.
Esta parceria estabelece, portanto, que há funções próprias para cada ente 
sem que, no entanto, haja sobreposição de atribuições. Cada qual deverá fazer 
cumprir a função do outro e estabelecer estratégias para que, juntos, todos os 
entes produzam um processo educativo de qualidade.
Outro aspecto a ser considerado na discussão da gestão pedagógica, social 
e humana da educação é o fato de que a troca sistemática de conhecimentos e 
a construção de novos conceitos não ocorre exclusivamente em sala de aula. A 
própria escola, como espaço de celebração da convivência, é um ambiente que 
favorece este processo, uma vez que, na atual conjuntura, é nela que os diferentes 
se encontram, se articulam e se aceitam. 
Costuma-se por isso dizer que a escola é um importante espaço de 
convivência humana, de socialização, descoberta e de encontro. Esta riqueza 
de virtudes deste espaço requer uma ampla e articulada ação pedagógica para 
transformá-la em ações efetivas em favor de uma educação promotora de seres 
humanos comprometidos com o seu entorno (sociedade, natureza, planeta).
Por muito tempo a escola se distanciou deste entorno, sendo este 
afastamento compreendido como sua meta. Entendia-se que era necessário 
estabelecer um distanciamento entre o ser humano e todos os entes dos quais 
se originara. A noção de que cabe ao ser humano construir uma nova realidade, 
distante de seus princípios biológicos, sociais e políticos, construiu dicotomias 
brutais e desumanizadoras. 
Como se percebe, praticamente toda a comunidade tem sua escola, a qual 
não está solta no espaço. Assim como cada escola possui sua própria demanda,seus interesses e obrigações, cada sujeito nela contido apresenta as suas. Não 
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A RELAÇÃO COM A SAÚDE – RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSOR E A SAÚDE
14
há como considerar o ser humano um mero elemento figurativo num contexto 
padronizado e preestabelecido. 
Esta ruptura de paradigmas consolida-se pela emergente necessidade 
de se consolidar o ser humano como responsável por sua existência nas mais 
variadas dimensões. 
Assim, cada escola se constitui numa parte importante de um universo 
social específico, através do qual diferentes seres humanos celebram sua 
individualidade e sua virtuosa relação coletiva. 
Mas tê-la não é o mais importante, é preciso primar pela qualidade do 
trabalho realizado. Esta qualidade implica a capacidade que a escola tem de 
intervir na comunidade em que se situa. 
Não é uma questão meramente geográfica, mas tem suas razões históricas, 
filosóficas e humanas de ser. Educar é também um ato político, cultural, ético e 
crítico. O sujeito partícipe do processo educativo é também um sujeito capaz de 
tomar decisões, analisar, duvidar e se lançar ao desafio do novo e do diferente.
Para cumprir sua função social a escola necessita, portanto, estar em 
ligação com o seu entorno. Não se pode dizer que um seja apêndice do outro, 
mas, ao contrário, são instituições que haverão de se unir para atingir propósitos 
comuns e complementares. 
Esta relação se fortalece à medida que se nota que a comunidade 
permanece naquele local, ligada àquela instituição por gerações, por isso é dela 
a escola. Cada geração, evidentemente, demanda propósitos diferentes, únicos 
e exclusivos. Por isso, caberá ao gestor acompanhar esta mudança e estabelecer 
tais propósitos coletivos, fazendo com que a escola e o entorno se relacionem de 
forma comprometida e parceira.
Na vivência da realidade escolar é possível compreender uma série de 
obstáculos na relação entre a escola e seu entorno. Destacamos os seguintes:
1. Há um distanciamento entre a escola e a comunidade por causa de 
expectativas não atendidas de ambas as partes. A escola costuma lamentar a 
falta de compromisso da comunidade em relação à educação elementar das 
crianças e adolescentes e a sociedade denuncia constantemente a incapacidade 
da escola de atender às demandas de mercado na formação de trabalhadores, 
por exemplo.
2. A escola é um verdadeiro mistério para os pais. Por muito tempo a família via 
na escola uma instituição autossuficiente, capaz de formar o sujeito no todo. 
A exemplo dos antigos pedagogos, os professores eram vistos como os únicos 
capazes de orientar e estabelecer caminhos para os filhos da sociedade. A 
TÓPICO 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA
15
escola, por sua vez, percebia a família como mera geradora de pessoas, as quais 
deveriam ser construídas num espaço social adequado pelo qual ela responde.
3. A escola não tem se preocupado em envolver a família, até por não acreditar 
que esta teria o que dizer a ela. O que se percebe é que o portão da escola 
estabelece a divisão em dois mundos. A família e a escola são dois universos 
diferentes, entre os quais não seria possível estabelecer qualquer relação. Não 
se trata de imaginar uma mescla institucional, mas de estabelecer um diálogo 
permanente no sentido de promover uma construção dialética de propostas e 
ações transformadoras de seres humanos.
4. Os alunos sabem da importância, mas a escola não valoriza a socialização 
fomentada em seu interior. Os espaços de socialização não são explorados para 
este fim, mas, ao contrário, são vistos como de pouca aprendizagem e até de 
conflitos. O pouco aproveitamento destes espaços gera conflitos, indisciplina e 
dificuldade na compreensão do papel socializador da escola.
Não é difícil imaginar um ambiente em que as famílias e a escola se 
ignoram e, como resultado, ambas perdem por isso. Como já mencionamos, 
não se trata de sobrepor funções e atribuições, mas de fomentar uma relação de 
complementações e compromisso, através da qual o sujeito se perceba capaz de 
dialogar com os diferentes. Não há como a escola tentar apresentar a necessidade 
dos diferentes se relacionarem, se ela não tolera ou aceita a existência destes.
Eis mais um grande desafio ao gestor: mediar o diálogo entre escola 
e sociedade. Mais do que mediar, participar como instrumento de ação e 
consolidação de práticas dialéticas através das quais seja possível estabelecer, 
entre escola e sociedade, uma relação de comprometimento, humildade e 
solidariedade.
Costuma-se dizer que esta relação se fortalece ou não por fatores culturais, 
através dos quais seja possível compreender os reais interesses de cada grupo 
social. Porém, deve-se tomar certos cuidados no uso do termo cultural, pois certos 
hábitos se caracterizam mais por vícios do que por elementos culturais.
Entende-se por cultura todo o modo de vida de uma sociedade, e se refere 
à forma como as pessoas e os grupos sociais produzem sua própria existência 
a partir das influências que recebem. Assim, é possível dizer que a cultura 
interfere, sim, no processo de consolidação de ações sociais coerentes, integradas 
e articuladas à realidade de cada sujeito. 
As supostas verdades presentes no discurso de setores que se consideram 
superiores da sociedade ou praticados em determinados lugares têm que passar 
pelo julgamento e pelo “sim” dos indivíduos e dos grupos, no cotidiano de suas 
vidas. Assim, um projeto pedagógico articulado em favor de questões culturais 
precisa ter à frente gestores condicionados a compreender, a analisar com certa 
propriedade as características básicas dos elementos culturais da sociedade em 
que a escola se situa.
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A RELAÇÃO COM A SAÚDE – RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSOR E A SAÚDE
16
Como cultura é essencialmente criação, caberá à escola fomentar, através 
dela, ações que possam estimular e articular no interior da escola, através de 
projetos efetivos de ação humanizadora e cultural. 
Há situações em que o poder criativo encontrado nas escolas é 
menosprezado pelas pessoas, quando a escola é vista como fonte de repasse 
de saberes historicamente sistematizados e o educador visto como um mero 
mediador. Assim, o gestor deve contribuir para que surjam espaços e formas para 
que educadores, educandos e famílias discutam estas questões e tomem posse de 
suas ações.
A cultura escolar conta também com a constância de valores, posturas, 
costumes, saberes e crenças que desenham a cultura da comunidade e da escola. 
A escola deve representar a identidade do coletivo não do(a) diretor(a) da escola 
ou de uma determinada corrente teórica ou cultural. É preciso fomentar a partilha, 
para se criar uma cultura positiva na escola.
3 A EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO ESCOLAR
A Educação Física atual pode ser dividida em quatro vertentes: 
RENDIMENTO - ESCOLAR - FITNESS - PROMOÇÃO DA SAÚDE E 
QUALIDADE DE VIDA.
Geralmente, supõe-se que o esporte, por si só, proporcionará os benefícios 
educacionais esperados no desenvolvimento de habilidades motoras, aptidão 
física, desenvolvimento social e pessoal, e um estilo de vida ativo, nas aulas de 
Educação Física. O problema é que, na maioria das vezes, o esporte (o meio) passa 
a ser considerado como um fim em si próprio, ou seja, não é utilizado com uma 
perspectiva desenvolvimentista, havendo, apenas, o jogar pelo jogar, resultando 
no desinteresse e exclusão dos alunos menos aptos, pouco habilidosos ou menos 
dotados geneticamente, que são, exatamente, aqueles que mais deveriam se 
beneficiar das aulas. 
 
No entendimento da maioria das pessoas, a prática esportiva com fim em 
si mesma pode se dar fora do ambiente escolar e, portanto, não representa uma 
atividade educacional exclusiva e necessária a ponto de justificar a existência 
de uma disciplina escolar específica. Deve-se ter em mente que esportes e jogos 
são componentes fundamentais dos currículos de Educação Física, mas não 
podem ser entendidos como substituições para um programa como um todo.A Educação Física escolar é responsável por uma variedade de objetivos, 
mas dispõe de condições estruturais e tempo muito abaixo do ideal para atingi-
los. Portanto, é preciso estabelecer prioridades para cada faixa etária ou série, 
de acordo com as características e necessidades de cada grupo. Sem diminuir 
a relevância dos demais objetivos, os currículos devem enfatizar os objetivos 
centrais da Educação Física: o desenvolvimento de habilidades motoras e a 
TÓPICO 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA
17
3 A EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO ESCOLAR
promoção de atividades físicas relacionadas à saúde. Para atingir esses e outros 
objetivos da Educação Física, os alunos precisam ser fisicamente ativos, na 
escola e fora dela (NAHAS, 2006, p.152).
O Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) nos traz o documento: 
RECOMENDAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR. 
Deste texto podemos destacar o seguinte:
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
É o componente curricular obrigatório em todos os níveis da Educação 
Básica, caracterizado pelo ensino de conceitos, princípios, valores, atitudes e 
conhecimentos sobre o movimento humano na sua complexidade, nas dimensões 
biodinâmica, comportamental e sociocultural. 
Essas dimensões constituem a base para uma nova compreensão sobre 
a abrangência e interfaces que fundamentam a Educação Física na escola, seja 
na perspectiva do movimento, inclusão, diversidade, cidadania, educação, lazer, 
esporte, saúde e qualidade de vida. Essa compreensão se alia à Declaração do 
Conselho Internacional para a Ciência do Esporte e a Educação Física (ICSSPE, 
2010), reafirmada na V Conferência Internacional de Ministros e Altos Funcionários 
Responsáveis pela Educação Física e o Esporte (MINEPS V, 2013), que define a 
Educação Física como uma disciplina dos currículos escolares que se refere ao 
movimento humano, à aptidão física e à saúde. 
Concentra-se no desenvolvimento da competência física, de modo que 
todas as crianças possam movimentar-se de forma eficiente, eficaz e segura, 
bem como entender o que fazem. Que a Educação Física é essencial para o pleno 
desenvolvimento e realização, e para a participação na atividade física por toda 
a vida. 
A importância da Educação Física no contexto escolar deve-se ao fato de 
a escola ser a maior agência educativa, depois da família, com capacidade para 
influenciar os alunos na aquisição de hábitos e atitudes que contribuem para um 
harmonioso desenvolvimento pessoal e social. 
Nesse sentido, está comprometida com a solidariedade, a cooperação, 
a tolerância, a inclusão e o respeito pelo outro. Estes aspectos são essenciais à 
formação dos alunos e devem ser repassados por meio de uma Educação Física 
bem orientada, alicerçada no conhecimento científico, na qualidade técnica, na 
ética, no compromisso social dos docentes e no envolvimento com a comunidade 
escolar. 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, documento norteador da 
proposta de reorientação curricular da educação escolar no país, ao referir-se à 
Educação Física, evidencia-a como uma área de conhecimento que introduz e 
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A RELAÇÃO COM A SAÚDE – RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSOR E A SAÚDE
18
integra o aluno na cultura sobre o movimento humano, tendo em vista a formação 
do cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o 
para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em 
benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida. 
Nesse contexto, é importante reafirmar o caráter formativo da Educação 
Física, assegurando as condições objetivas para o acesso a este campo do saber 
aos alunos atendidos na Educação Básica, independente de condições físicas, 
gênero e condição social. 
Desse modo, a Educação Física se apresenta como um componente 
curricular singular, sendo a única que promove diretamente as várias linguagens 
do movimento humano e promove a saúde por meio do ensino de estilo de vida 
ativo e saudável, além de desenvolver os aspectos motores, cognitivos, afetivos 
e sociais. 
As referências sociais e culturais da Educação Física já estão presentes 
nos hábitos, valores, práticas, no lazer e nas tradições das sociedades modernas, 
constituindo-se numa representação social das atividades físicas e esportivas. 
Portanto, deve compor, desde cedo, o currículo escolar, de modo a refletir a 
cultura social em que está inserida. 
OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
A Educação Física, enquanto componente curricular, contribui para a 
formação dos alunos por meio da apreensão dos conhecimentos específicos 
que favorecem a aquisição de competências motoras, a ampliação do repertório 
de movimentos e o hábito da prática regular de atividades físicas, integrados 
a conhecimentos gerais contextualizados às temáticas sobre atualidades sociais, 
políticas, econômicas, tecnológicas e ambientais. 
Nessa perspectiva, a proposta para a Educação Física escolar considera os 
seguintes objetivos: 
• Proporcionar a aquisição de conhecimentos específicos relacionados ao 
movimento corporal; 
• Proporcionar o desenvolvimento de competências e habilidades motoras que 
proverão o indivíduo de capacidade e autonomia que lhe permita escolher ou 
organizar a própria atividade física; 
• Estimular hábitos favoráveis à adoção de um estilo de vida ativo e saudável; 
• Promover a formação de uma cultura esportiva e de lazer; 
• Estimular a participação efetiva da comunidade escolar, em especial a família; 
• Discutir questões relacionadas à sustentabilidade ambiental; 
• Relacionar conhecimentos sobre aspectos socioculturais, políticos e econômicos; 
• Promover a harmonia interdisciplinar com outras áreas do conhecimento; 
• Estimular a autonomia e o protagonismo social; 
TÓPICO 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA
19
• Conhecer e aplicar as novas tecnologias à Educação Física; 
• Promover a cultura da paz e respeito às diversidades; 
• Refletir sobre os valores e princípios éticos e morais. 
As estratégias utilizadas para alcançar esses objetivos devem reforçar 
a busca permanente ao pleno conhecimento por meio da qualificação e 
aperfeiçoamento profissional, bem como, da participação efetiva da família, do 
despertar de uma nova cultura política de participação democrática, de respeito 
e preservação ambiental, de acesso aos bens culturais, científicos e tecnológicos 
produzidos pela humanidade. 
Para concretizar seus objetivos, a Educação Física escolar se utiliza de 
uma característica que a diferencia dos demais componentes curriculares, que, 
em sua especificidade, assume caráter vivencial. 
Os conteúdos são abordados por meio de práticas corporais com 
atividades sistemáticas constantes no desenvolvimento de um programa de 
conteúdos. Estes devem ser organizados em conformidade com as fases, séries, 
anos ou ciclos de ensino, com base nas necessidades motoras, desenvolvidas e 
aplicadas em progressão e grau de complexidade. 
A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
Ao longo dos anos, a Educação Física passou de mero instrumento de 
preparação do corpo humano para um processo de formação psicomotora e 
sociocultural, sendo responsável não só pela formação do indivíduo, mas também 
como facilitadora de uma necessária integração social. 
A história sobre o desenvolvimento da Educação Física envolve uma 
longa trajetória de discussões, contradições e ressignificações sobre sua natureza 
e propriedade. Particularmente, em relação à sua vinculação com a atividade 
escolar, revelam-se aspectos relacionados à apropriação do corpo e aplicabilidade 
de suas práticas, bem como suas múltiplas representações enquanto componente 
curricular. 
De certa maneira, essa ampliação dimensional sobre suas aplicabilidades 
vem consolidando o caráter formativo com que a Educação Física tem se 
apresentado em sua função no ambiente escolar. 
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), Resolução Nº 4 CNE/CEB, 
de 13 de julho de 2010, definem para a Educação Básica uma proposta de: 
Educaçãosequencial e articulada das etapas e modalidades da Educação 
Básica, baseando-se no direito de toda pessoa ao seu pleno desenvolvimento, 
à preparação para o exercício da cidadania e à qualificação para o trabalho, na 
vivência e convivência em ambiente educativo, e tendo como fundamento a 
responsabilidade que o Estado brasileiro, a família e a sociedade têm de garantir 
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A RELAÇÃO COM A SAÚDE – RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSOR E A SAÚDE
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a democratização do acesso, a inclusão, a permanência e a conclusão com sucesso 
das crianças, dos jovens e adultos na instituição educacional, a aprendizagem 
para continuidade dos estudos e a extensão da obrigatoriedade e da gratuidade 
da Educação Básica. (DCN, 2010). 
No artigo 14 desta mesma resolução, as atividades físicas e corporais 
constituem a base de conhecimentos, corroborando a Educação Física como 
componente curricular obrigatório da base nacional comum a toda a Educação 
Básica, que compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino 
Médio. 
Tal intencionalidade está pautada no desenvolvimento das habilidades 
indispensáveis ao exercício da cidadania, em ritmo compatível com as etapas do 
desenvolvimento integral do cidadão. Nas DCN, a Educação Básica está pautada 
em três dimensões: a orgânica, que observa as especificidades de cada sistema 
educativo; a sequencial, que compreende as aprendizagens em cada etapa do 
processo formativo; e a articulação entre a dimensão orgânica e sequencial, que 
coordena e integra o conjunto da Educação Básica. 
Diante do exposto, a Educação Física escolar deverá acompanhar esta 
tendência que norteia a construção do projeto político-pedagógico de cada 
unidade escolar, observando a realidade de cada aluno. Neste sentido, o artigo 20 
desta resolução estabelece: 
O respeito aos educandos e a seus tempos mentais, socioemocionais, 
culturais e identitários é um princípio orientador de toda a ação educativa, 
sendo responsabilidade dos sistemas a criação de condições para que crianças, 
adolescentes, jovens e adultos, com sua diversidade, tenham a oportunidade de 
receber a formação que corresponda à idade própria de percurso escolar. (DCN, 
2010). 
Desse modo, hoje a prática da Educação Física escolar deve observar a 
aplicação dos conteúdos obrigatoriamente em progressão, de modo que os alunos 
percebam o aumento do grau de complexidade das atividades e apresentem 
níveis satisfatórios de aprendizagem. Sobretudo, por sua natureza motora, 
interativa e estimuladora da criatividade, a atividade corporal é fator importante 
que proporciona: 
- Estímulo ao raciocínio, quando os alunos participam de experiências dinâmicas 
que envolvem a tomada de decisão, estratégia, organização do pensamento e 
atitudes com objetivos definidos; 
- Vivência de conflitos, pelo fato de divergências de ideias e comportamentos 
serem constantes e de forma salutar vividas com a intermediação do professor 
que utiliza esses momentos a fim de educar para a convivência; 
TÓPICO 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA
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- Experiências práticas do cotidiano, ao possibilitar que aluno e professor façam 
as devidas conexões com o que se ensina e aprende na escola e a aplicação para 
a vida, criando atmosfera real à aprendizagem significativa; 
- Concentração e participação, fato constatado quando o interesse pela atividade 
se evidencia na motivação da turma, causando pouca dispersão e sentimento 
de autoeficácia no aluno com reflexos no bom andamento e participação efetiva 
nas aulas; 
- Prazer no aprendizado, vivenciado em ambiente lúdico que alimenta as 
aulas de Educação Física, proporcionando o aprendizado de forma prazerosa, 
contemplando orientações pedagógicas eficientes para o ensino, não podendo 
ser confundida com passatempo ou brincadeira;
- Incorporação de hábitos saudáveis, quando promove mudanças de atitude em 
sintonia com os efeitos fisiológicos do exercício e sua relação com suas próprias 
condições físicas, despertando a consciência de que um estilo de vida ativo e 
saudável é fundamental para níveis aceitáveis de saúde e bem-estar. 
Nesse contexto, os professores devem atuar com base em princípios 
pedagógicos e de equidade, possibilitando a aquisição das competências e 
habilidades necessárias à participação em atividades físicas e esportivas dentro e 
fora do ambiente escolar, incorporando essas experiências ao seu estilo de vida. 
A ênfase de valores a serem praticados socialmente no processo de 
ensino-aprendizagem é uma ação fundamental para a formação e exercício da 
cidadania. É a partir do acesso à educação formal que o aluno inicia o processo 
de inter-relação dos princípios e valores vivenciados no ambiente familiar com os 
difundidos pelo professor na escola. 
Essas experiências são bases fundamentais para o exercício da cidadania 
e integração social, pois fomentam processos de aprendizagens estruturantes 
na formação individual e coletiva para o convívio em sociedade. Assim, o aluno 
constrói, durante a sua formação, conceitos, atitudes e valores em seu processo de 
desenvolvimento como sujeito. 
O Conselho Federal de Educação Física – CONFEF reconhece que as 
possibilidades e potencialidades formativas da Educação Física se efetivam na 
relação do aluno com o professor, com seus pares, com o conteúdo aprendido, 
com a família e com o ambiente no contexto de vivência com o real.
FONTE: RECOMENDAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR - CONFEF, 2014. Disponível 
em: <http://www.confef.org.br/>. Acesso em: 20 set. 2015.
Assim, é importante a construção de um currículo que atenda às 
necessidades dos educandos, tanto as atuais como as futuras. Se um dos objetivos 
é fazer com que os alunos venham a incluir hábitos de atividades físicas como 
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parte integrante de seu estilo de vida, é fundamental que compreendam os 
conceitos básicos relacionados com a saúde e aptidão física, que sintam prazer na 
prática de exercícios e que desenvolvam habilidades motoras.
Esta é uma função educacional relevante e de responsabilidade 
preponderante da Educação Física Escolar (NAHAS, 2006).
Alonso (2000) apud Pereira (2011) completa que a função e o papel social 
da Educação Física escolar é o de proporcionar a autonomia do livre exercício 
crítico, por uma prática corporal que advogue um movimento em que se apresente 
a intencionalidade. É necessário ter um ato de ensinar, em que se planeje e 
execute o processo ensino-aprendizagem, a partir das questões socioculturais do 
ambiente em que se dá a aprendizagem, por meio de um constante diálogo entre 
educador e educando, para um melhor entendimento de sua prática corporal, 
envolvendo a compreensão dos aspectos cognitivos, motores, afetivo-sociais de 
forma prazerosa e consciente.
 
Não podemos ignorar como um dos princípios da Educação Física escolar 
o que Morin (2002) considera como a compreensão da tarefa da educação do 
futuro, sendo esta, ao mesmo tempo, meio e fim da comunicação humana.
“O planeta necessita, em todos os sentidos, de compreensões mútuas. 
Dada a importância da educação para a compreensão, em todos 
os níveis educativos e em todas as idades, o desenvolvimento da 
compreensão necessita da reforma planetária das mentalidades”. 
(MORIN, 2002, p. 104).
Que nossos atores sociais (alunos e professores) tenham um conhecimento 
não fragmentado, mas a capacidade para compreender a realidade do mundo 
que oferece, de forma equivocada, inúmeras possibilidades de manifestações das 
relações humanas.
4 A ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
O professor de Educação Física só tornará sua prática pedagógica 
realmente significativa para o aluno quando tiver a consciência da sua efetiva 
função na escola e sua real importância no sistema educacional e no processo 
de ensino e aprendizagem, e, também, quando reconhece, no seu conhecimento, 
fatores transformadores do contexto educacional.
 
Para tanto deve: 
• Serum pesquisador para qualificar e legitimar seu trabalho; 
• Coletar dados por meio de testagem, que comprovem a eficácia do processo 
ensino/aprendizagem, bem como a capacidade física dos alunos e seus níveis 
de desenvolvimento; 
TÓPICO 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A ESCOLA
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4 A ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
• Refletir permanentemente sobre os Processos de Ensino nas fases pré-
interativa (planejamento das aulas em conformidade com o programa de 
conteúdos), interativa (durante as aulas no estabelecimento de relações com 
os alunos) e pós-interativa (avaliação da aula e da aprendizagem dos alunos); 
• Selecionar e organizar previamente recursos materiais a serem utilizados nas 
aulas; 
• Utilizar metodologia que favoreça o aproveitamento do tempo de aula em 
atividades dinâmicas, mantendo a participação ativa dos alunos em ritmo 
constante com intensidade, de moderada a vigorosa; 
• Relatar as práticas pedagógicas por meio de registros de acompanhamento 
(procedimentos, ocorrências relevantes e resultados); 
• Avaliar os alunos considerando os aspectos cognitivo, afetivo, biológico e 
motor; 
• Apresentar os resultados das avaliações em ficha própria, para que os alunos 
e responsáveis tenham um feedback de suas necessidades no que se refere ao 
aprendizado, conduta social, aptidão física e saúde; 
• Definir em seu plano de aula temáticas relacionadas à promoção de estilo de 
vida ativo e saudável; 
• Proporcionar experiências práticas acompanhadas de significado com base 
teórica, que estimule a participação dos alunos com segurança e autonomia; 
• Considerar aspectos da diversidade humana, respeitando as características 
individuais dos alunos; 
• Interatuar com outras áreas do conhecimento humano, desenvolvendo 
atitudes interdisciplinares; 
• Tornar a Educação Física escolar significativa à formação dos alunos, 
defendendo sua permanência no currículo.
FONTE: RECOMENDAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR - CONFEF, 2014. Disponível 
em: < http://www.confef.org.br/> Acesso em: 20 set. 2015.
Mas, de acordo com Libâneo (1994), não são suficientes o amor e a 
aceitação, para que os alunos adquiram o desejo de estudar mais e progredir. 
A função do professor é a de intervir para levar o aluno a acreditar nas suas 
possibilidades para ir mais longe, a prolongar a experiência vivida.
Machado (1995) salienta que o professor, no exercício da profissão, 
poderá deixar marcas significativas nos alunos em formação, sendo responsável 
por descobertas e experiências, boas ou não. Deve ter conhecimentos suficientes 
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A RELAÇÃO COM A SAÚDE – RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSOR E A SAÚDE
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para trabalhar seus aspectos físicos e motores e, também, os componentes 
socioculturais e psicológicos.
Isso significa que, além da capacidade de ensinar conhecimentos 
específicos, é também papel do professor transmitir, de forma consciente ou 
não, valores, normas, maneiras de pensar e padrões de comportamento para se 
viver em sociedade. Fica claro que não se pode transmitir todos esses aspectos 
descartando o aspecto afetivo – a interação professor-aluno (CUNHA, 1996 
apud GALVÃO, 2002, p. 67).
Podemos, ainda, refletir sobre a prática pedagógica sob o olhar da Dimensão 
dos Conteúdos, contida nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998). 
Nessa perspectiva, temos três dimensões dos conteúdos escolares: Conceitual, 
Procedimental e Atitudinal. 
A Dimensão Conceitual - o que saber? - regras, histórico, fundamentos, 
técnicas e, ainda, reflexões a respeito da ética, estética, desempenho, satisfação, 
eficiência.
A Dimensão Procedimental - o que saber fazer? - conteúdos trabalhados 
em aula e sua organização.
A Dimensão Atitudinal - Como fazer? - comportamento em relação às 
normas, valores e atitudes durante as aulas.
Parece difícil encontrar professores que revelam no seu cotidiano todos 
esses aspectos e, segundo Silva (1995), é indiscutível que o professor que reunir a 
maior parte dessas características dificilmente falhará em sua prática pedagógica. 
Entretanto, a concretização de todos esses aspectos depende também do contexto 
escolar em que se encontra esse professor. (GALVÃO, 2002, p. 68).
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Neste tópico você viu que:
• As novas contribuições da escola fizeram surgir os quatro pilares da educação: 
Aprender a conhecer; Aprender a fazer; Aprender a conviver e Aprender a ser.
• Na vivência da realidade escolar é possível compreender uma série de 
obstáculos na relação entre a escola e seu entorno.
• A Educação Física atual pode ser dividida em quatro vertentes: Rendimento - 
Escolar - Fitness - Promoção da saúde e qualidade de vida.
• A importância da Educação Física no contexto escolar deve-se ao fato de a 
escola ser a maior agência educativa, depois da família, com capacidade para 
influenciar os alunos na aquisição de hábitos e atitudes que contribuem para 
um harmonioso desenvolvimento pessoal e social. 
• O professor de Educação Física só tornará sua prática pedagógica realmente 
significativa para o aluno quando tiver a consciência da sua efetiva função na 
escola e sua real importância no sistema educacional e no processo de ensino e 
aprendizagem.
RESUMO DO TÓPICO 1
26
1 Podemos refletir sobre a prática pedagógica sob o olhar da Dimensão dos 
Conteúdos, contida nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Disserte sobre 
as três dimensões dos conteúdos escolares.
AUTOATIVIDADE
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TÓPICO 2
PROMOÇÃO DA SAÚDE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Acordar cedo e ir para o trabalho - essa é a rotina da maioria dos adultos. 
Nosso dia a dia é sempre corrido, a rotina é pesada e há pouco tempo para 
fazermos o que precisamos, parecendo não sobrar momentos para o lazer e a 
prática de atividades físicas.
O que leva alguém ao lazer ativo é a motivação. As pessoas não têm o 
hábito da prática de exercícios e, mesmo valorizando a atividade física, não 
praticam sistematicamente.
Neste tópico veremos como a Educação Física na escola e o professor 
devem atuar na promoção de atividades físicas e sua relação com a saúde.
2 A EDUCAÇÃO FÍSICA E A PROMOÇÃO DA SAÚDE
Durante o início do século XX, os estudos da fisiologia têm demonstrado 
que os exercícios físicos regulares podem modificar a estrutura e o funcionamento 
orgânico em diversos aspectos. 
Atividades físicas regulares reduzem o risco de uma pessoa desenvolver 
diversas doenças crônicas, especialmente as cardiovasculares (principais causas 
de morte e de dependência funcional no Brasil e em todo o mundo).
Segundo Coelho e Burini (2009), essas doenças crônicas requerem um 
acompanhamento constante de médicos de diversas especialidades, internações 
e intervenções cirúrgicas frequentes, e requerem que grandes recursos materiais 
e humanos sejam despendidos, gerando encargos ao sistema público e social. No 
Brasil significa, aproximadamente, 70% de todos os recursos gastos com a saúde.
Como podemos observar no Quadro 1, a adoção de um estilo de vida 
ativo pode:
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E A RELAÇÃO COM A SAÚDE – RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSOR E A SAÚDE
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QUADRO 1 - BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA
• reduzir o risco de morte prematura por todas as causas;
• reduzir o risco de morte por doenças cardíacas;
• reduzir o risco de desenvolver diabetes;
• reduzir o risco de desenvolver hipertensão;
• ajudar no controle da pressão arterial em pessoas hipertensas;
• reduzir a sensação de depressão e ansiedade;
• manter a autonomia e independência do idoso;
• auxiliar no controle do peso corporal;
• auxiliar no desenvolvimento e manutenção dos ossos, músculos e articulações 
saudáveis;
• ajudar indivíduos idosos a manter a força muscular e o equilíbrio, dando-
lhes mobilidade e reduzindo as quedas;
• promover o bem-estar psicológico e a autoestima.
FONTE: NAHAS (2006, p. 134)
Nenhuma outra forma de estímulo pode atuar de forma direta ou 
indiretamente em tantos órgão e sistemas (cardiovascular, muscular, ósseo, 
endócrino e nervoso).
Entretanto, segundo Nahas (2006), apenas uma pequena parcela da

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