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Curso de 
Sexualidade Humana 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
MÓDULO II 
 
 
IV- Sexualidade anormal e disfunções sexuais 
 
1- Introdução 
 
Sete categorias principais de disfunção sexual estão relacionadas no DSM-
IV: (1) transtornos do desejo sexual; (2) transtornos da excitação sexual; (3) 
transtornos orgásmicos; (4) transtornos de dor sexual; (5) disfunção sexual devido a 
uma condição médica geral; (6) disfunção sexual induzida por substância e (7) 
disfunção sexual sem outra especificação. 
 
2- Definição 
 
No DSM-IV, as disfunções sexuais são caracterizadas como transtornos do 
Eixo I. As síndromes estão relacionadas com a resposta sexual fisiológica. Como já 
vimos anteriormente, o ciclo de resposta sexual é dividido em quatro fases: desejo, 
excitação, orgasmo e resolução. 
O aspecto principal das disfunções sexuais é a inibição de uma ou mais 
fases, incluindo distúrbio na experiência subjetiva de prazer ou desejo ou distúrbio 
no desempenho objetivo. Cada tipo de distúrbio pode ocorrer isoladamente ou em 
combinação desses fatores. O diagnóstico de disfunções sexuais é feito apenas 
quando esses distúrbios são uma parte importante do quadro clínico. Pode 
apresentar-se ao longo de toda a vida ou ser adquirida – isto é, pode se desenvolver 
após um período de funcionamento normal. Ainda é possível que seja generalizada 
ou limitada a um parceiro específico ou a uma situação determinada. 
Os transtornos sexuais podem resultar ou ser causados por problemas de 
relacionamento, e os pacientes, na maioria das vezes, desenvolvem um medo 
crescente de fracasso e constrangimento com relação a seu desempenho sexual. 
 
 
 
 
 
27 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
Um transtorno sexual pode ser sintoma de problemas biológicos, conflitos 
intrapsíquicos, dificuldades interpessoais, ou de uma combinação desses fatores. A 
função sexual pode ser afetada por estresse de qualquer tipo, por transtornos 
emocionais ou por uma falta de conhecimento sexual. 
Ao considerar cada um dos transtornos, os clínicos precisam excluir 
condições médicas adquiridas e uso de substâncias farmacológicas que possam 
explicar ou contribuir para a disfunção. Em alguns casos, o paciente sofre de mais 
de uma disfunção – por exemplo, ejaculação precoce e transtorno erétil masculino. 
 
3- Transtorno do desejo sexual 
 
Os transtornos do desejo sexual de acordo com o DSM-IV são divididos em 
duas classes: 
 
- Transtorno do desejo sexual hipoativo: é caracterizado por deficiência 
ou ausência de fantasias sexuais ou de desejo por atividades sexuais. 
 
 
 
 
 
28 
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Critérios diagnósticos do DSM IV para transtorno de desejo sexual hipoativo 
 
A. Deficiência (ou ausência) persistente de fantasias ou desejo de ter 
atividade sexual. O julgamento de deficiência ou ausência é feito pelo 
clínico, levando em consideração fatores que afetam o funcionamento 
sexual, tais como idade e contexto de vida do indivíduo. 
B. A perturbação causa acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. 
C. A disfunção sexual não é mais bem explicada por outro transtorno do Eixo 
I (exceto por outra disfunção sexual), nem se deve exclusivamente aos 
efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo, droga de 
abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral. 
 
Especificar tipo: 
Tipo ao longo da vida 
Tipo Adquirido 
 
Especificar tipo: 
Tipo generalizado 
Tipo situacional 
 
Especificar tipo: 
Devido a fatores psicológicos 
Devido a fatores combinados 
Fonte: DSM IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
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- Caso clínico (Fonte: DSM IV casos clínicos) 
 
O Sr. E Sra. B. estão casados há 14 anos e têm três filhos com idades entre 
8 e 12 anos. Eles são ambos inteligentes e de boa instrução. A Sra. B. tem sido 
capaz de participar passivamente do ato sexual como um dever, mas nunca o 
apreciou desde que estão casados. 
Antes do casamento, embora eles tenham tido relações apenas duas vezes, 
a Sra. B. tinha sido altamente estimulada por beijos e carícias e achava que usara 
sua atratividade para seduzir seu marido ao casamento. 
Entretanto, ela sentira intensa culpa pelos dois episódios de relação sexual 
pré-conjugal; durante a lua-de-mel, começou a considerar o sexo uma tarefa que 
não podia ser prazerosa. 
Embora periodicamente se entregasse passivamente à relação sexual, ela 
quase não tinha desejo espontâneo por sexo. Nunca se masturbava, nunca tinha 
chegado ao orgasmo; considerava todas as variações, como sexo oral, 
completamente repulsivas; e estava preocupada com uma fantasia de como sua 
família a desaprovaria se alguma vez ela se envolvesse em uma atividade dessas. 
A Sra. B. estava quase totalmente certa de que nenhuma mulher que ela 
admirava, em qualquer geração, tinha apreciado o sexo, e que a despeito da “nova 
moda” da sexualidade, apenas mulheres vazias e grosseiras poderiam agir como 
animais. Tais opiniões tinham levado a um padrão de sexo regular, mas infrequente, 
que no máximo é acomodatício e dá pouco ou nenhum prazer a ela ou a seu marido. 
Sempre que a Sra. B. chega perto de ter uma sensação de excitação sexual, 
inúmeros pensamentos negativos lhe vêm à mente, como “O que eu sou, uma 
vagabunda?”, “Se eu gostar disso, ele simplesmente vai querer com mais 
frequência” ou “Como vou poder me olhar no espelho, depois de uma coisa como 
esta?” Tais pensamentos quase inevitavelmente são acompanhados por uma 
sensação de frieza e uma insensibilidade ao prazer sensual. Como resultado, o sexo 
é invariavelmente uma experiência infeliz. Qualquer desculpa, como cansaço ou 
estar ocupada, é suficiente para racionalizar a fuga do sexo. 
 
 
 
 
 
30 
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Contudo, intelectualmente, a Sra. B se pergunta, “Há alguma coisa errada 
comigo?” Ela está procurando ajuda para descobrir se é normal ou não. Seu marido, 
embora extraordinariamente tolerante à situação, é muito infeliz com sua vida 
sexual, mas tem esperanças de que possa haver uma solução. 
 
Discussão - Este casal busca ajuda para o problema sexual duradouro da 
esposa. Evidentemente, as dificuldades sexuais desta mulher derivam de muitas 
atitudes negativas com relação à sexualidade e não podem ser justificadas por um 
transtorno não sexual, como um transtorno depressivo maior. O diagnóstico de 
transtorno de aversão sexual precisa ser considerado. Embora certamente ela tenha 
uma aversão extrema e persistente ao contato sexual genital e talvez queira evitar a 
atividade sexual, na verdade ela tem relações regulares, embora com pouca 
frequência. A ausência persistente de fantasias sexuais e desejo de ter atividade 
sexual justificam o diagnóstico de transtorno do desejo sexual hipoativo, devido a 
fatores psicológicos, tipo ao longo da vida, generalizado. Quando ela tem relações 
sexuais, provavelmente não se torna sexualmente excitada, de modo que o 
diagnóstico adicional de transtorno da excitação sexual femininadeve ser 
considerado. O diagnóstico de orgasmo feminino inibido seria acrescentado apenas 
se houvesse muitas ocasiões, durante a atividade sexual, em que ela não 
conseguisse ter um orgasmo, mas não tivesse distúrbio na excitação sexual – o que 
é extremamente improvável neste caso. 
 
 
 
 
 
 
31 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
- Transtorno de aversão sexual: caracterizado por aversão ou esquiva do 
contato sexual genital com um parceiro sexual ou por masturbação. 
 
Critérios diagnósticos do DSM IV para transtorno de aversão sexual 
 
A. Extrema aversão ou esquiva persistente ou recorrente de todo (ou quase 
todo) contato sexual genital com um parceiro sexual. 
B. A perturbação causa acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. 
C. A disfunção sexual não é mais bem explicada por outro transtorno do Eixo 
I (exceto por outra Disfunção sexual). 
 
Especificar tipo: 
Tipo ao longo da vida 
Tipo adquirido 
 
Especificar tipo: 
Tipo generalizado 
Tipo situacional 
 
Especificar tipo: 
Devido a fatores psicológicos 
Devido a fatores combinados 
Fonte DSM IV 
 
O transtorno de desejo sexual hipoativo é mais comum que o transtorno de 
aversão sexual. Aparece mais em mulheres do que em homens. Estima-se que 20% 
das pessoas tenham transtorno sexual hipoativo. 
Uma variedade de fatores causais está associada aos transtornos do desejo 
sexual. Pacientes com esse tipo de problema, muitas vezes, usam a inibição como 
uma defesa para se proteger de medos inconscientes ligados ao sexo. 
 
 
 
 
 
32 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
Sigmund Freud conceituou o baixo desejo sexual como resultado da inibição 
durante a fase fálica do desenvolvimento e de conflitos edípicos não-resolvidos. 
Alguns homens fixados no estágio fálico do desenvolvimento têm medo da 
vagina e acreditam que serão castrados se aproximarem-se dela. Freud denominou 
vagina dentada: como os homens, de forma inconsciente, acreditam que a vagina 
possui dentes e evitam o contato com a genitália feminina. 
Da mesma forma, as mulheres podem sofrer de conflitos evolutivos não-
resolvidos que inibem o desejo. A ausência deste também pode resultar de estresse 
crônico, ansiedade ou depressão. 
Abstinência de sexo por um período prolongado, às vezes, resulta na 
supressão de impulsos sexuais. A perda do desejo também pode ser uma expressão 
de hostilidade em relação ao parceiro ou sinal de deterioração do relacionamento. 
Em um estudo com jovens casados que pararam de ter relações sexuais por 
dois meses, os conflitos conjugais eram a razão citada com maior frequência para a 
cessação ou a inibição da atividade sexual. 
A presença do desejo depende de diversos fatores: impulso biológico, 
autoestima adequada, capacidade de aceitar a si mesmo como uma pessoa sexual, 
boas experiências sexuais anteriores, disponibilidade de um parceiro apropriado e 
bom relacionamento com o parceiro em áreas não sexuais. Dificuldades em relação 
a qualquer um desses fatores ou sua ausência podem resultar em desejo diminuído. 
Ao fazer o diagnóstico, o profissional deve avaliar a idade do paciente, sua 
saúde geral e o nível de estresse, além de tentar estabelecer uma linha de base de 
interesse sexual antes do início do transtorno. Isto é, qual o interesse sexual antes e 
depois do transtorno. A necessidade de contato e a satisfação sexual variam entre 
as pessoas e ao longo do tempo. 
Em um grupo de 100 casais com casamentos estáveis, 8% relataram ter 
relações menos de uma vez por mês. Em outro grupo, um terço referiu falta 
episódica de relações sexuais por períodos médios de oito semanas. Casais têm 
relações sexuais três vezes por mês, em média. 
O diagnóstico não deve ser feito a não ser que a falta de desejo seja uma 
fonte de sofrimento para o paciente. 
 
 
 
 
 
33 
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- Caso clínico (Fonte: DSM IV casos clínicos) 
 
Um corretor da bolsa de valores, de 33 anos, procurou tratamento em virtude 
da “impotência”. Cinco meses antes, um amigo íntimo havia morrido de oclusão 
coronariana, e nas semanas seguintes o paciente desenvolvera uma ansiedade com 
relação à sua própria condição cardíaca. Sempre que seu coração batia rápido em 
função do esforço, ele ficava ansioso, pensando que estava prestes a ter um ataque 
cardíaco. Ele tinha sonhos perturbadores, dos quais despertava ansioso e incapaz 
de adormecer novamente. Ele parou de jogar tênis e correr. 
O paciente começou a evitar as relações sexuais, presumivelmente em 
razão de sua ansiedade com relação ao esforço físico, o que causou dificuldades 
com sua esposa, que achava que ele estava deliberadamente privando-a do sexo e 
também impedindo-a de ficar grávida. O que ela desejava muito. 
No mês anterior, embora não mais preocupado com seu coração, o paciente 
havia evitado as relações sexuais por completo. Ele alegava ainda ter algum desejo 
por sexo, mas quando a situação surgia, ele não se resolvia a fazê-lo. Ele se tornou 
tão perturbado por suas dificuldades sexuais que começou a ter problemas de 
concentração no trabalho. Ele se sentia um fracassado, tanto como marido quanto 
como homem. 
O paciente não havia tido qualquer experiência sexual anterior ao 
casamento e se masturbava esfregando o pênis nas roupas de cama, sem nunca 
tocá-lo com as mãos. Quatro anos antes, aos 29 anos e após três anos de 
casamento, ele procura tratamento com a queixa de que nunca tinha tentado ter 
uma relação sexual com sua esposa. A atividade sexual dele consistia em obter uma 
ereção sem que ele nem a esposa tocassem no seu pênis, e a ejaculação ocorria 
esfregando o pênis sobre o abdômen da esposa. Ele era incapaz de tocar a genitália 
da esposa com as mãos ou de permitir que seu pênis fosse colocado em qualquer 
lugar próximo da genitália da esposa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O tratamento tinha consistido de duas semanas de terapia de casais 
intensiva, com sucesso. A atividade sexual tornou-se frequente, com penetração 
vaginal e ejaculação. O marido começou a exibir o comportamento sensual em 
relação a outras mulheres, o que ocasionou algumas situações sociais 
embaraçosas, mas na promiscuidade. 
A ansiedade da esposa com relação à própria sexualidade e a adoção de 
um papel mais passivo levou-a a procurar tratamento por conta própria. Após um 
ano de psicoterapia, suas ansiedades foram mitigadas; a relação sexual e os 
relacionamentos interpessoais entre o paciente e sua esposa estavam em um nível 
satisfatório até o surgimento do problema atual. 
 
Discussão - A reação do homem à morte do amigo cinco meses antes 
envolveu severa ansiedade e restrição em suas atividades físicas devido ao medo 
de que ele pudesse ter um ataque cardíaco; tivesse ele sido avaliado naquela 
época, um diagnóstico apropriado teria sido de transtorno de ajustamento com 
humor ansioso. O que aconteceu a seguir foi que a ansiedade afetou seu 
funcionamento sexual, e foram as dificuldades sexuais que persistiram e 
ocasionaram esta avaliação. 
O problema sexual atual é uma recorrência do problema que o fez procurar 
terapia sexual quatro anos antes: esquiva da relação sexual em razão da ansiedade 
associada com ela. Embora ele se refira a seu problema como “impotência”, o 
diagnóstico de transtorno erétil masculino pressupõe a existência de atividade 
sexual durante a qual o homem não consegue alcançar ou manter uma ereção até a 
finalização da atividade sexual. Entretanto, o queeste homem demonstra é esquiva 
do intercurso sexual. Extrema aversão ou esquiva persistente ou recorrente de todo 
ou quase todo contato sexual genital com um parceiro é diagnosticado como 
transtorno de aversão sexual, devido a fatores psicológicos, adquirido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4- Transtornos da excitação sexual 
 
Os transtornos da excitação sexual são divididos pelo DSM-IV em duas 
classes. O diagnóstico leva em conta o foco, a intensidade e a duração da atividade 
sexual do paciente. Se a estimulação sexual for inadequada em foco, intensidade ou 
duração, o diagnóstico não deve ser feito. 
 
- Transtorno da excitação sexual feminina: é caracterizado pelo fracasso 
persistente ou recorrente, parcial ou completo, de obter ou manter a resposta de 
lubrificação-turgescência da excitação sexual até a finalização do ato sexual. 
 
Critérios diagnósticos do DSM-IV para transtorno da excitação sexual feminina 
 
A. Fracasso persistente para adquirir ou manter uma resposta de excitação 
sexual de lubrificação-turgescência até a consumação da atividade sexual. 
B. A perturbação causa acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. 
C. A disfunção não é mais bem explicada por outro transtorno do Eixo I 
(exceto por outra disfunção sexual), nem se deve exclusivamente aos 
efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo, droga de 
abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral. 
 
Especificar tipo: 
Tipo ao longo da vida 
Tipo adquirido 
Especificar tipo: 
Tipo generalizado 
Tipo situacional 
Especificar: 
Devido a fatores psicológicos 
Devido a fatores combinados 
Fonte DSM IV 
 
 
 
 
 
36 
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A prevalência do transtorno da excitação sexual feminina tende a ser 
subestimada. Mulheres que têm disfunção na fase de excitação, muitas vezes, 
também apresentam dificuldade em atingir orgasmos. 
Muitos fatores psicológicos (por exemplo, ansiedade, culpa e medo) estão 
associados ao transtorno da excitação sexual feminina. Em muitas, os transtornos 
da fase de excitação estão associados à falta de desejo. 
Estudos fisiológicos sobre disfunções sexuais indicam que um padrão 
hormonal pode contribuir para a responsividade naquelas com disfunção na fase de 
excitação. 
Algumas evidências indicam que mulheres com disfunções sexuais estão 
menos cientes da excitação fisiológica e experimentam menos calor ou menos 
sensibilidade nos genitais. 
 
- Transtorno erétil masculino: é caracterizado pelo fracasso recorrente e 
persistente, parcial ou completo, de obter ou manter a ereção para realizar o ato 
sexual. 
 
 
 
 
 
37 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
Critérios diagnósticos do DSM-IV para transtorno erétil masculino 
 
A. Incapacidade persistente ou recorrente de obter ou manter uma ereção 
adequada até a conclusão da atividade sexual. 
B. A perturbação causa acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoais. 
C. A disfunção erétil não é mais bem explicada por outro transtorno do Eixo I 
(outro que não disfunção sexual), nem se deve exclusivamente aos 
efeitos fisiológicos diretos de uma substancia (por exemplo, droga de 
abuso, medicamento), ou de uma condição médica geral. 
 
Especificar tipo: 
Tipo ao longo da vida 
Tipo adquirido 
 
Especificar tipo: 
Tipo generalizado 
Tipo situacional 
 
Especificar: 
Devidos a fatores psicológicos 
Devido a fatores combinados 
 
Fonte DSM IV 
 
 
O transtorno erétil masculino também é denominado disfunção erétil e 
impotência. O homem com tal condição ao longo da vida nunca foi capaz de obter 
uma ereção suficiente para a inserção vaginal. 
 
 
 
 
 
 
38 
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Se o transtorno foi adquirido, o homem já alcançou a penetração vaginal em 
algum momento de sua vida sexual, mas depois se tornou incapaz de fazê-lo. No 
tipo situacional, é capaz de ter coito em certas circunstâncias, mas não em outras; 
por exemplo, pode ter um desempenho satisfatório com uma prostituta, mas ser 
impotente com a esposa. 
Suas causas podem ser orgânicas ou psicológicas, ou ainda uma 
combinação de ambas, mas em homens jovens e de meia-idade a causa costuma 
ser psicológica. A obtenção da história detalhada é de importância primária para se 
determinar a causa da disfunção. Se o homem relata ter ereções espontâneas em 
momentos nos quais não planeja ter relação sexual, ereções matinais, boas ereções 
com masturbação ou com outras parceiras que não sua parceira habitual, as causas 
orgânicas da impotência podem ser consideradas insignificantes, e procedimentos 
diagnósticos dispendiosos podem ser evitados. 
O transtorno erétil masculino causado por uma condição médica geral ou por 
uma substância farmacológica será discutido mais à frente. 
Freud atribuiu um tipo de impotência à incapacidade de conciliar em relação 
à mulher, sentimentos de afeição com sentimentos de desejo por ela. Homens com 
tais sentimentos conflitantes podem funcionar somente com mulheres que veem 
como desvalorizadas. 
Outros fatores citados como influentes na impotência incluem um superego 
punitivo, incapacidade de confiar e sentimentos de inadequação ou sensação de não 
ser desejável como parceiro. O homem pode ser incapaz de expressar impulsos 
sexuais em virtude de medo, ansiedade, raiva ou proibições morais. 
Em um relacionamento estabelecido, a impotência pode refletir dificuldades 
entre os parceiros, em especial quando o homem não consegue comunicar suas 
necessidades ou raiva de forma direta e construtiva. Além disso, os episódios de 
impotência são reforçadores, com o aumento da ansiedade antes de cada encontro 
sexual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Caso clínico (Fonte: DSM IV casos clínicos) 
 
Paul e Petula estão morando juntos há seis meses e estão pensando em 
casar. Petula descreve o problema que os trouxe à clínica de terapia sexual. 
“Nos últimos dois meses ele não tem conseguido manter sua ereção após 
me penetrar”. 
O psiquiatra vira-se para Paul e pergunta como ele vê o problema. Paul, 
embaraçado, concorda com Petula e acrescenta: “Eu simplesmente não sei por 
que”. 
O psiquiatra fica sabendo que Paul, 26 anos, é um advogado recém-
formado, e que Petula, 24 anos, é uma gerente de compras bem sucedida de uma 
grande loja de departamentos. Eles cresceram em famílias educadas de classe 
média, conheceram-se por meio de amigos comuns, começaram a ter relações 
sexuais alguns meses após se conhecerem e não tinham tido problemas até então. 
Dois meses depois, Paul mudou-se da casa de sua família para o 
apartamento de Petula. Isso foi ideia dela, e Paul não tinha certeza se estava pronto 
para um passo tão importante. Dentro de poucos meses, Paul notou que, embora 
continuasse a ficar sexualmente excitado e quisesse ter relações, assim que 
penetrava a parceira, ele começava a perder sua ereção e não conseguia continuar 
o ato. Eles tentavam novamente, mas então seu desejo já havia diminuído, e ele era 
incapaz de conseguir uma nova ereção. 
Após isso ter acontecido algumas vezes, Petula tornou-se tão irritada que 
começou a golpeá-lo no peito e a gritar com ele. Paul, que pesa 90 Kg. 
Simplesmente se esquivava da parceira de 45 Kg, o que a enfurecia ainda mais. 
Ficou claro que o sexo não era a única área de problemas no 
relacionamento. Paulnão passava tempo suficiente com ela, preferindo ir a jogos de 
beisebol com seus amigos. Mesmo quando estava em casa, ele assistia a todos os 
eventos esportivos que passavam na TV e não se interessava em ir ao cinema, a 
museus ou ao teatro com ela. A despeito dessas diferenças, Petula estava ansiosa 
por casar com Paul e o estava pressionando para marcar uma data. 
 
 
 
 
 
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O exame físico do casal não revelou anormalidades e não havia evidências 
de que qualquer um dos parceiros fosse persistentemente deprimido. 
 
Discussão - Paul e Petula têm muitos problemas nos quais um profissional 
de orientação familiar gostaria de se concentrar, tais como a ambivalência de Paul 
em relação a comprometer-se em um relacionamento com Petula e os esforços 
frenéticos dela para conseguir tal compromisso. O efeito desses problemas sobre o 
funcionamento sexual de Paul é evidente: ele é incapaz de manter sua ereção até a 
conclusão da atividade sexual. 
Quando não há evidência de que o distúrbio seja causado exclusivamente 
por uma condição médica geral (tal como neuropatia diabética ou certas 
medicações), é feito o diagnóstico de transtorno erétil masculino, devido a fatores 
psicológicos. Observamos que transtorno é adquirido (início recente), não vitalício. 
 
5- Transtorno do orgasmo 
 
O transtorno do orgasmo é dividido pelo DSM IV em três classes: 
 
- Transtorno do orgasmo feminino: ou orgasmo feminino inibido, é 
caracterizado pela inibição frequente ou persistente do orgasmo feminino, 
manifestado pelo retardo habitual ou ausência de orgasmo, após uma fase de 
excitação sexual normal. 
 
 
 
 
 
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Critérios diagnósticos do DSM IV para transtorno do orgasmo feminino 
 
A. Atraso ou ausência persistente ou recorrente de orgasmo após uma fase 
normal de excitação sexual. As mulheres apresentam uma ampla 
variabilidade no tipo ou na intensidade da estimulação que leva ao 
orgasmo. O diagnóstico de transtorno do orgasmo feminino deve 
fundamentar-se no julgamento clínico de que a capacidade orgástica da 
mulher é menor do que a esperada para sua idade, experiência sexual e 
adequação da estimulação sexual que recebe. 
B. A perturbação causa acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. 
C. A disfunção orgástica não é mais bem explicada por outro transtorno do 
Eixo I (exceto por outra disfunção sexual). 
 
 
Especificar tipo: 
Tipo ao longo da vida 
Tipo adquirido 
 
Especificar tipo: 
Tipo generalizado 
Tipo situacional 
 
Especificar tipo: 
Devido a fatores psicológicos 
Devido a fatores combinados 
 
DSM IV 
 
 
 
 
 
 
 
42 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
O transtorno do orgasmo feminino é definido pela incapacidade de a mulher 
alcançar o orgasmo pela masturbação ou coito. Aquelas que conseguem alcançar o 
orgasmo por meio de um desses métodos não são, necessariamente, consideradas 
como anorgásticas, embora alguma inibição sexual pode ser detectada. 
Pesquisas sobre a fisiologia da resposta sexual feminina mostraram que os 
orgasmos causados pela estimulação do clitóris e aqueles causados pela 
estimulação da vagina são fisiologicamente idênticos. 
A teoria de Freud de que as mulheres devem abandonar a sensibilidade 
clitoriana em prol da vagina para alcançar a maturidade sexual atualmente é 
considerada equivocada; mas algumas mulheres relatam obter uma sensação 
especial de satisfação com o orgasmo propiciado pelo coito. Alguns estudiosos 
atribuem isso ao sentimento psicológico de intimidade engendrado pelo ato do coito, 
mas outros sustentam que o orgasmo gerado pelo coito é uma experiência 
fisiologicamente diferente. Muitas mulheres atingem o orgasmo durante o coito com 
uma combinação de estimulação manual do clitóris e da estimulação peniana 
vaginal. 
 
É considerado um transtorno orgástico primário ao longo da vida, quando a 
mulher jamais experimentou orgasmo por qualquer espécie de estimulação. Este 
transtorno é mais comum entre as mulheres solteiras do que entre as casadas. 
Um transtorno orgástico adquirido está presente, se a mulher experimentou 
orgasmo anteriormente, independentemente das circunstâncias ou tipo de 
estimulação, seja pela masturbação ou durante o sono, enquanto sonhava. 
Este transtorno é uma queixa comum em populações clínicas. Um centro de 
tratamento clínico descreveu as mulheres não-orgásticas como sendo quatro vezes 
mais comuns em sua prática clínica do que todos os demais casos de transtornos 
sexuais. Geralmente, a inibição da excitação e os problemas argásticos ocorrem 
juntos. 
O potencial de orgasmo aumenta com a idade. Esse aumento tem sido 
explicado com base na menor inibição psicológica, mais experiência sexual, ou 
ambas. 
 
 
 
 
 
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Numerosos fatores psicológicos estão associados com o transtorno 
orgástico feminino. Esses incluem, entre outros, rejeição pelo parceiro sexual, 
temores de danos à vagina; hostilidade para com os homens; e sentimentos de 
culpa com relação aos impulsos sexuais. 
Para algumas mulheres, o orgasmo é equivalente a uma perda do controle 
sobre si, ou a um comportamento agressivo, destrutivo ou violento. O temor desses 
impulsos pode ser expresso através da inibição da excitação ou do orgasmo. As 
expectativas culturais e restrições sociais que pesam sobre as mulheres também 
são relevantes. Muitas cresceram acreditando que o prazer sexual não é um direito 
natural das mulheres ditas “decentes”. 
As mulheres não-orgásticas podem não ter outros sintomas ou podem ter 
experiências frustrantes de várias maneiras, incluindo queixas pélvicas, como dor 
abdominal inferior e corrimento vaginal, bem como aumento da tensão, irritabilidade 
e fadiga. 
 
- Transtorno do orgasmo masculino: também chamado de orgasmo 
inibido ou ejaculação retardada, é caracterizado pelo atraso ou ausência persistente 
ou frequente de orgasmo, após uma fase normal de excitação sexual. 
 
 
 
 
 
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Critérios diagnósticos do DSM-IV para transtorno do orgasmo masculino 
 
A. Atraso ou ausência persistente ou recorrente de orgasmo após uma fase 
normal de excitação sexual durante a atividade sexual, que o clínico julga 
adequada em termos de foco, intensidade e duração, levando em 
consideração a idade da pessoa. 
B. A perturbação causa acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. 
C. A disfunção orgástica não é mais bem explicada por outro transtorno do 
Eixo I (exceto por outra disfunção sexual), nem se deve exclusivamente 
aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo, droga de 
abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral. 
 
Especificar tipo: 
Tipo ao longo da vida 
Tipo adquirido 
 
Especificar tipo: 
Tipo generalizado 
Tipo situacional 
 
Especificar tipo: 
Devido a fatores psicológicos 
Devido a fatores combinados 
 
Fonte: DSM IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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No transtorno do orgasmo masculino, o homem não alcança a ejaculação 
durante o coito ou o faz com grande dificuldade. 
Alguém com o tipo ao longo da vida nunca foi capaz de ejacular durante o 
coito. O transtorno diagnosticado como adquiridose desenvolve após um 
funcionamento anterior normal. 
Alguns pesquisadores pensam que orgasmo e ejaculação devem ser 
diferenciados, em especial no caso de homens que ejaculam, mas se queixam de 
sensação subjetiva de prazer diminuída ou ausente durante a experiência orgástica. 
A incidência deste transtorno é muito mais baixa do que a de ejaculação 
precoce ou impotência. O tipo ao longo da vida indica psicopatologia grave. O 
paciente pode pertencer a uma família rígida e puritana, pode perceber o sexo como 
pecaminoso e os genitais como sujos. Pode ainda, ter desejos incestuosos 
conscientes ou inconscientes e culpa. 
Em geral, apresenta dificuldade com a proximidade não apenas na relação 
sexual, mas também em outras áreas. Em alguns casos, a condição é agravada pelo 
transtorno de déficit de atenção, no qual a falta de concentração impede uma 
estimulação suficiente para a ocorrência do clímax. 
Em um relacionamento estabelecido, o transtorno do orgasmo masculino 
adquirido tende a refletir dificuldades interpessoais. O transtorno pode ser a forma 
de o homem enfrentar mudanças reais ou fantasiosas no relacionamento, tais como 
planos de gravidez, em relação ao qual está ambivalente, perda da atração sexual 
em relação à parceira ou exigências de mais comprometimento por parte desta, 
expressas no desempenho sexual. Em alguns casos, a incapacidade de ejacular 
pode ser também, a expressão de uma hostilidade não-expressa em relação à 
mulher. 
 
 
 
 
 
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- Ejaculação precoce: é caracterizada pelo alcance do orgasmo e a 
ejaculação antes do esperado de forma frequente ou persistente. 
 
Critérios diagnósticos do DSM IV para ejaculação precoce 
 
A. Ejaculação persistente ou recorrente com estimulação sexual mínima 
antes, durante ou logo após a penetração, antes que o indivíduo o deseje. 
B. A perturbação causa acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. 
C. A ejaculação precoce não se deve exclusivamente aos efeitos diretos de 
uma substância (por exemplo, abstinência de opioides). 
 
Especificar tipo: 
Tipo ao longo da vida 
Tipo adquirido 
 
Especificar tipo: 
Tipo generalizado 
Tipo situacional 
 
Especificar tipo: 
Devido a fatores psicológicos 
Devido a fatores combinados 
 
Fonte: DSM IV 
 
Não há um período determinado dentro do qual definir a disfunção; o 
diagnóstico é feito quando há ejaculação regularmente antes ou logo após penetrar 
a vagina. 
Os clínicos precisam levar em conta fatores que afetam a duração da fase 
de excitação, como idade, novidade da parceira sexual, frequência e duração do 
coito. Alguns autores conceituam o transtorno em termos do casal e consideram o 
 
 
 
 
 
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homem um ejaculador precoce quando não é capaz de controlar a ejaculação 
durante a penetração pelo tempo suficiente para satisfazer sua parceira em pelo 
menos metade de seus episódios de coito. 
Como as outras disfunções, a ejaculação precoce não é diagnosticada 
quando causada exclusivamente por fatores orgânicos ou quando é secundária a 
qualquer outra síndrome psiquiátrica. 
Alguns pesquisadores dividem os que são acometidos pela ejaculação 
precoce em dois grupos: aqueles que são fisiologicamente predispostos a um clímax 
rápido em razão do menor tempo de latência dos nervos e aqueles com uma causa 
psicológica. 
A dificuldade de controle ejaculatório pode estar associada à ansiedade em 
relação ao ato sexual, com medo inconsciente da vagina ou um aprendizado cultural 
negativo em relação ao coito. 
Homens cujos primeiros contatos sexuais ocorreram em grande parte com 
prostitutas que exigiram que o ato acontecesse rapidamente; ou em situações nas 
quais serem descobertos seria embaraçoso (por exemplo, no banco traseiro do 
carro) podem ter sido condicionados a atingir o orgasmo de forma mais rápida. 
Em jovens, o problema pode resolver-se com o tempo. Em relacionamentos 
estabelecidos, a parceira tem maior influência no ejaculador precoce, e um 
casamento estressante exacerba o transtorno. 
A história do desenvolvimento e a psicodinâmica, encontradas no transtorno 
de ejaculação precoce e na impotência são semelhantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6- Transtornos sexuais dolorosos 
 
- Dispareunia: caracteriza-se essencialmente pela dor genital, manifestada 
durante ou após o ato sexual. 
 
 
Critérios diagnósticos do DSM IV para dispareunia 
 
A. Dor genital recorrente ou persistente associada com o intercurso sexual 
em homem e mulher. 
B. A perturbação causa acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. 
C. A perturbação não é causada exclusivamente por vaginismo ou falta de 
lubrificação, não é mais bem explicada por outro transtorno do Eixo I 
(exceto por disfunção sexual), nem se deve exclusivamente aos efeitos 
fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo, droga de abuso, 
medicamento) ou de uma condição médica geral. 
 
Especificar tipo: 
Tipo ao longo da vida 
Tipo adquirido 
 
Especificar tipo: 
Tipo generalizado 
Tipo situacional 
 
Especificar tipo: 
Devido a fatores psicológicos 
Devido a fatores combinados 
Fonte: DSM IV 
 
 
 
 
 
 
 
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A dispareunia é a dor genital recorrente ou persistente que se manifesta 
tanto em homens como em mulheres, durante ou após o ato sexual. É muito mais 
comum em mulheres, e, muitas vezes, coincide com o vaginismo. Episódios 
repetidos de vaginismo podem levar à dispareunia, e vice-versa, e, em qualquer um 
dos casos, as causas somáticas devem ser descartadas. 
A dispareunia não deve ser diagnosticada quando for encontrada uma base 
orgânica para a dor ou quando for causada exclusivamente por vaginismo ou pela 
falta de lubrificação. 
Na maioria dos casos, os fatores dinâmicos são relevantes. A dor pélvica 
crônica é uma queixa comum em mulheres com história de estupro ou abuso sexual 
na infância. O coito doloroso pode resultar de tensão e ansiedade em relação ao ato 
sexual, que fazem com que os músculos vaginais sejam contraídos de forma 
involuntária. A dor é real e torna o ato sexual desagradável ou insuportável, e a 
antecipação dessa dor pode fazer com que a mulher evite o coito. Se o parceiro 
continua a relação sexual, a despeito do estado de prontidão da mulher, a condição 
é agravada. 
A dispareunia também pode ocorrer em homens, mas é incomum e costuma 
estar associada a uma condição orgânica, como herpes, prostatite ou doença de 
Peyronie, que consiste em placas escleróticas no pênis que causam sua curvatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Vaginismo: é a contratura muscular involuntária do terço externo da 
vagina que interfere na penetração peniana e no ato sexual. 
 
Critérios diagnósticos do DSM IV para vaginismo 
 
A. Espasmo involuntário, recorrente ou persistente da musculatura do terço 
inferior da vagina, que interfere no intercurso sexual. 
B. A perturbação causa acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. 
C. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno do Eixo I 
(por exemplo, transtorno de somatização), nem se deve exclusivamente 
aos efeitos fisiológicos diretos de uma condição médica geral. 
 
Especificar tipo: 
Tipo ao longo da vida 
Tipo adquirido 
 
Especificartipo: 
Tipo generalizado 
Tipo situacional 
 
Especificar tipo: 
Devido a fatores psicológicos 
Devido a fatores combinados 
Fonte: DSM IV 
 
 
Essa contratura muscular pode ocorrer também durante um exame 
ginecológico, quando a contração involuntária impede a introdução do espéculo. O 
diagnóstico não é feito quando a disfunção é causada exclusivamente por fatores 
orgânicos ou quando é sintomática de outro transtorno mental do Eixo I. 
 
 
 
 
 
 
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O vaginismo é menos prevalente do que o transtorno do orgasmo feminino. 
Com maior frequência, aflige mulheres escolarizadas ou membros de grupos 
socioeconômicos privilegiados. Mulheres com o transtorno podem desejar o coito de 
forma consciente, mas inconscientemente impedir a entrada do pênis. Um trauma 
sexual, como um estupro, pode causar a condição, pois mulheres com conflitos 
psicossexuais podem perceber o pênis como uma agressão. 
Em alguns casos, a dor, ou a sua antecipação, na primeira experiência 
causa vaginismo. Clínicos observaram que uma criação religiosa estrita na qual o 
sexo é associado ao pecado é frequente nestas pacientes. 
Outras mulheres têm problemas em relacionamentos duais e quando se 
sentem emocionalmente “abusadas” pelos parceiros, podem protestar 
inconscientemente, dessa forma não-verbal. 
 
7- Disfunção sexual devido a uma condição médica geral 
 
A categoria disfunção sexual devido a uma condição médica geral engloba 
disfunções sexuais que resultam em sofrimento acentuado e dificuldade 
interpessoal; a história, o exame físico, ou achados laboratoriais devem fornecer 
evidências de uma condição médica geral que é considerada a causa do problema. 
 
Critérios diagnósticos do DSM IV para disfunção sexual devido a uma 
condição médica geral 
 
A. Predomina no quadro clínico uma disfunção sexual clinicamente 
significativa que tem como resultado um acentuado sofrimento ou 
dificuldade interpessoal. 
B. Existem evidências, a partir da história, do exame físico ou de achados 
laboratoriais, de que a disfunção sexual é plenamente explicada pelos 
efeitos fisiológicos diretos de uma condição médica geral. 
C. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (por 
exemplo, transtorno depressivo maior). 
 
 
 
 
 
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Selecionar código e termos com base na disfunção sexual predominante: 
 
Transtorno de desejo sexual feminino hipoativo devido a... [indicar a condição 
médica geral]. Este termo é usado se, em uma mulher, a característica 
predominante é uma deficiência ou ausência de desejo sexual. 
Transtorno de desejo sexual masculino hipoativo devido a... [indicar a 
condição médica geral]. Este termo é usado se, em um homem, a característica 
predominante é uma deficiência ou ausência de desejo sexual. 
Transtorno erétil masculino devido a... [indicar a condição médica geral]. Este 
termo é usado se a característica predominante é uma disfunção erétil masculina. 
Dispareunia feminina devido a... [indicar a condição médica geral]. Este termo é 
usado se, em uma mulher, a característica predominante é dor associada ao 
intercurso. 
Dispareunia masculina devido a ... [indicar a condição médica geral]. Este 
termo é usado se, em um homem, a característica predominante é dor associada ao 
intercurso. 
Outra disfunção sexual feminina devido a... [indicar a condição médica geral]. 
Este termo é usado se, em uma mulher, predomina alguma outra característica (por 
exemplo, transtorno do orgasmo), ou nenhuma. 
Outra disfunção sexual masculina devido a... [indicar a condição médica geral]. 
Este termo é usado se, em um homem, predomina alguma outra característica (por 
exemplo, transtorno do orgasmo), ou nenhuma. 
 
Nota para codificação: Incluir o nome da condição médica geral no Eixo I, por 
exemplo, transtorno erétil masculino devido ao diabete melito; codificar também a 
condição médica geral no Eixo III. 
Fonte: DSM IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Disfunção erétil masculina devido a uma condição médica geral: a 
incidência do transtorno erétil masculino psicológico, em oposição ao orgânico, tem 
sido o foco de muitos estudos. Estatísticas indicam que entre 20 e 50% dos casos 
têm base orgânica. 
 
As causas orgânicas do transtorno erétil masculino são listadas a seguir: 
 
- Doenças infecciosas e parasitárias 
Elefantíase 
Caxumba 
 
- Doenças cardiovasculares 
Doença aterosclerótica 
Aneurisma da aorta 
Síndrome de Leriche 
Insuficiência cardíaca 
 
- Distúrbios renais e urológicos 
Doença de Peyronie 
Insuficiência renal crônica 
Hidrocele e varicocele 
 
- Distúrbios hepáticos 
Cirrose (geralmente associada à dependência de álcool) 
 
- Distúrbios pulmonares 
Insuficiência respiratória 
 
- Genéticas 
Síndrome de Klinefelter 
Anormalidades penianas estruturais e vasculares congênitas 
 
 
 
 
 
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- Distúrbios nutricionais 
Desnutrição 
Deficiência de vitaminas 
 
- Transtornos endócrinos 
Diabete melito 
Disfunção do eixo hiofisário-adrenal-testicular 
Acromegalia 
Doença de Addison 
Adenoma cromófobo 
Neoplasia adrenal 
Mixedema 
Hipertiroidismo 
 
- Distúrbios neurológicos 
Esclerose múltipla 
Mielite transversa 
Doença de Parkinson 
Epilepsia do lobo temporal 
Doenças traumáticas e neoplásicas da medula espinal 
Tumor no sistema nervoso central 
Esclerose lateral amiotrófica 
Neuropatia periférica 
Paresia geral 
 
- Fatores farmacológicos 
Álcool e outras substâncias indutoras de dependência (heroína, metadona, 
morfina, cocaína, anfetaminas e barbitúricos) 
Drogas prescritas (psicotrópicos, agentes anti-hipertensivos, estrógenos e 
antiandrógenos) 
 
 
 
 
 
 
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- Envenenamento 
Chumbo 
Herbicidas 
 
- Procedimentos cirúrgicos 
Prostatectomia 
Ressecção abdominal-perinal do colo 
Simpatectomia (frequentemente interfere na ejaculação) 
Cirurgia aortolíaca 
Cistectomia radical 
Linfadenectomia retroperitoneal 
 
- Outras 
Radioterapia 
Fratura pélvica 
Qualquer doença sistêmica grave ou condição debilitante 
 
 
- Dispareunia devido a uma condição médica geral: estima-se que 30% 
de todos os procedimentos cirúrgicos na área genital feminina resultem em 
dispareunia temporária. Além disso, 30 a 40% das mulheres com queixa atendida 
em clínicas de terapia sexual têm patologia pélvica. As anormalidades orgânicas que 
levam a dispareunia e ao vaginismo incluem restos himenais irritados ou infectados, 
cicatrizes de episotomia, infecção na glândula de Bartholin, várias formas de vaginite 
e cervicite e endometriose. 
Mulheres com miomas e endometriose relatam dor pós-coito, atribuída às 
condições uterinas durante o orgasmo. Aquelas na pós-menopausa podem 
apresentar dispaurenia resultante do afinamento da mucosa vaginal e redução da 
lubrificação. 
 
 
 
 
 
 
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- Transtorno do desejo sexual hipoativo devido a uma condição médica 
geral: o desejo costuma diminuir após uma doença grave ou cirurgia, em especial 
quando a imagem corporal é afetada por procedimentos como mastectomia, 
ileostomia, histerectomia e prostatectomia. 
Doençasque exaurem a energia da pessoa, condições crônicas que exigem 
adaptação física e psicológica e doenças sérias que causam depressão podem 
diminuir de forma acentuada o desejo sexual tanto em homens quanto em mulheres. 
Drogas que inibem o sistema nervoso central (SNC) ou reduzem a produção 
de testosterona podem diminuir o desejo. 
 
- Outras disfunções sexuais femininas devido a uma condição médica 
geral: algumas condições médicas – especificamente doenças endócrinas como 
hipotiroidismo, diabete melito e hiperprolactinemia primária – podem afetar a 
capacidade da mulher de ter orgasmos, assim como diversas drogas. 
Agentes hipertensivos, estimulantes do SNC, drogas tricíclicas, ISRSs e 
inibidores da monoaminoxidase (IMAOS) interferem na capacidade orgástica 
feminina. Um estudo com mulheres que usavam estes últimos, no entanto, constatou 
que, após 16 a 18 semanas de farmacoterapia, o efeito adverso do medicamento 
desaparecia, e elas eram capazes de experimentar orgasmos outra vez, embora 
continuassem utilizando a mesma dosagem. 
 
 
A seguir, algumas drogas psiquiátricas implicadas na inibição do orgasmo 
feminino: 
 
- Antidepressivos tricíclicos 
Imipramina (Tofranil) 
Clomipramina (Anafranil) 
Nortriptilina (Aventyl) 
 
 
 
 
 
 
 
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- Inibidores da monoaminoxidase 
Tranilcipromina (Parnate) 
Fenelzina (Nardil) 
Isocarboxazida (Marplan) 
 
- Antagonistas do receptor da dopamina 
Tioridazina (Mellaril) 
Trifluoperazina (Stelazine) 
 
- Inibidores seletivos da recaptação de serotonina 
Fluoxetina (Prozac) 
Paroxetina (Paxil) 
Sertralina (Zoloft) 
Fluvoxamina (Luvox) 
Citalopram (Celexa) 
 
 
A inter-relação entre disfunção sexual feminina e agentes farmacológicos 
não foi avaliada de forma tão extensa quanto às reações masculinas. Os 
anticoncepcionais orais diminuem a libido em algumas mulheres, e determinadas 
drogas com efeitos colaterais anticolinérgicos podem comprometer a excitação e o 
orgasmo. Foi relatado que os benzodiazepínicos diminuem a libido, mas em alguns 
casos a redução da ansiedade causada por estas drogas melhora a função sexual. 
Tanto o aumento quanto a diminuição da libido foram relatados com o uso 
de agentes psicoativos, e é difícil separar tais efeitos da condição subjacente ou da 
sua melhora. A disfunção sexual associada ao uso de um agente desaparece 
quando este é descontinuado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Outra disfunção sexual masculina devido a uma condição médica 
geral: quando outra característica disfuncional é predominante (por exemplo, 
transtorno do orgasmo) ou quando não há uma única característica mais evidente, é 
usada a categoria outra disfunção sexual masculina devido a uma condição médica 
geral. 
O transtorno do orgasmo masculino pode ter causas fisiológicas e ocorrer 
após cirurgias no trato geniturinário, como a prostatectomia. Também pode estar 
associado à doença de Parkinson e outros distúrbios neurológicos que envolvam a 
seção lombar ou sacral de medula espinal. 
A droga anti-hipertensiva monossulfato de guanetidina (Ismelin), a metildopa 
(Aldomet), fenotiazinas, as drogas tricíclicas e os inibidores seletivos da recaptação 
de serotonina (ISRSs), entre outros, foram implicados na ejaculação retardada. 
O transtorno do orgasmo masculino também deve ser diferenciado da 
ejaculação retrógada, na qual a ejaculação ocorre, mas o fluido seminal passa para 
a bexiga. Esta sempre tem causa orgânica, pode se desenvolver após uma cirurgia 
geniturinária e também está associada a medicamentos com efeitos anticolinérgicos 
adversos como as fenotiazinas, em especial a tioridazina (Mellaril). 
 
Alguns agentes farmacológicos implicados nas disfunções sexuais 
maculinas: 
 
Droga Prejudica 
Ereção 
Prejudica 
Ejaculação 
Drogas Psiquiatricas 
Antidepressivos cíclicos 
 
Impramina (Tofranil) + + 
Protriptilina (Vivactil) + + 
Desipramina (Pertofrane) + + 
Clomipramina (Anafranil) + + 
Amitriptilina (Elavil) + + 
Trazodona (Desyrel) - - 
 
 
 
 
 
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- Inibidores da monoaminoxidase 
Tranilcipromina (Parnate) + - 
Fenelzina (Nardil) + + 
Pargilina (Eutonyl) - + 
Isocarboxazida (Marplan) - + 
 
- Outras drogas com ação sobre o humor 
Lítio (Eskalith) + - 
Anfetaminas + + 
Fluoxetina (Prozac) - + 
 
- Antipsicóticos 
Flufenazina (Prolixin) + - 
Tioridazina (Mellaril) + + 
Clorprotixeno (Taractan) - + 
Mesoridazina (Serentil) - + 
Ferfenazina (Trilafon) - + 
Trifluoperazina (Stelazine) - + 
Reserpina (Serpasil) + + 
Haloperidol (Haldol) - + 
 
-Agente antiansiedade 
 Clordiazepóxido (Librium) - + 
 
-Drogas anti-hipertensivas 
Clonidina (Catapres) + - 
Metildopa (Aldomet) + + 
Espironolactona (Aldactone) + - 
Hidroclorotiazida + - 
 
 
 
 
 
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Guanetidina (Ismelin) + + 
 
- Substâncias de abuso comum 
Álcool + + 
Barbitúricos + + 
Cannabis + - 
Cocaína + + 
Heroína + + 
Metadona + - 
Morfina + + 
 
-Outras drogas 
Agentes antiparkinsoanos + + 
Clofibrato (Atromid-S) + - 
Digoxina (Lanoxin) + - 
Glutemida (Doriden) + + 
Indometacina (Indocina) + - 
Pentolamina (Regitine) - + 
Propanolol (Inderal) + - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8- Disfunção sexual induzida por substância 
 
A característica essencial da Disfunção Sexual Induzida por Substância é 
uma disfunção sexual clinicamente significativa que tem como resultado um 
acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. 
 
 
Critérios Diagnósticos do DSM IV para disfunção sexual induzida por substâncias 
 
A. Predomina no quadro clínico uma disfunção sexual clinicamente 
significativa, que tem como resultado um acentuado sofrimento ou 
dificuldade interpessoal. 
B. Existem evidências, a partir do histórico, do exame físico ou dos achados 
laboratoriais, de que a disfunção sexual é plenamente explicada pelo uso 
de uma substância, o que se manifesta por (1) ou (2): 
(1) Os sintomas no critério A desenvolveram-se durante ou dentro de um 
mês após a intoxicação por substância. 
(2) O uso de um medicamento está etiologicamente relacionado com a 
perturbação. 
C. A perturbação não é mais bem explicada por uma disfunção sexual não 
induzida por substância. As evidências de que os sintomas são mais bem 
explicados por uma disfunção sexual não induzida por substância podem 
incluir as seguintes: os sintomas precedem o início do uso ou a 
dependência da substância (ou o uso do medicamento ); os sintomas 
persistem por um período substancial de tempo (por exemplo, cerca de 1 
mês) após a cessação da intoxicação, ou excedem substancialmente 
aqueles que seriam esperados, dado o tipo ou a quantidade da 
substância usada ou a duração de seu uso; ou existem outras evidências 
sugerindo a existência de uma disfunção sexual independente, não 
induzida por substância (por exemplo, um histórico de episódios 
recorrente não relacionados a uma substância). 
 
 
 
 
 
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Nota: Este diagnóstico deve ser feito em vez de um diagnóstico de 
intoxicação com substância apenas quando a disfunção sexualexcede àquela 
habitualmente associada à síndrome de intoxicação e quando a disfunção é 
suficientemente grave a ponto de indicar atenção clínica independente. 
 
Codificar Disfunção sexual induzida por [substância específica]: 
(291.8 Álcool; 292.89 Anfetamina [ou substância assemelhada]; 292.89 
Cocaína; 292.89 Opioide; 292.89 Sedativos Hipnóticos e Ansiolíticos; 292.89 Outra 
substância [ou substância desconhecida]). 
 
Especificar se: 
Com prejuízo do desejo 
Com prejuízo da excitação 
Com prejuízo do orgasmo 
Com dor sexual 
 
Especificar se: 
Com início durante a intoxicação: se são satisfeitos os critérios para 
intoxicação com a substância e se os sintomas se desenvolvem durante a síndrome 
de intoxicação. 
Fonte: DSM IV 
 
 
O diagnóstico de disfunção sexual induzida por substância é usado quando 
evidências de intoxicação ou abstinência de uma substância são aparentes na 
história, no exame físico ou em achados laboratoriais. O problema deve ocorrer 
dentro de um mês da intoxicação ou abstinência significativa da substância. As 
substâncias especificadas incluem álcool, anfetaminas ou substâncias relacionadas, 
cocaína, opioides, sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos, bem como outras 
substâncias ou substâncias desconhecidas. 
 
 
 
 
 
 
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O abuso de substâncias recreativas afeta a função sexual de várias formas. 
Em pequenas doses, muitas delas melhoram o desempenho sexual, diminuindo a 
inibição ou a ansiedade ou causando uma elevação temporária do humor. Com o 
uso continuado, no entanto, a turgescência erétil, a capacidade orgástica e a 
capacidade ejaculatória se tornam comprometidas. 
O abuso de sedativos, ansiolíticos, hipnóticos e, particularmente, opiáceos e 
opioides quase sempre deprime o desejo. O álcool pode promover a iniciativa da 
atividade sexual removendo inibições, mas também afeta o desempenho. A cocaína 
e as anfetaminas produzem efeitos semelhantes. Ainda que não haja evidências 
diretas indicando que o impulso sexual é melhorado, os usuários, no início, têm 
sentimentos de maior energia e podem tornar-se sexualmente ativos. A disfunção 
surge com o tempo, sendo que os homens passam por dois estágios: a experiência 
de ereção prolongada sem ejaculação e, posteriormente, a perda gradual da 
capacidade erétil. 
Pacientes que estão se recuperando de dependência de substâncias podem 
necessitar de terapia para reconquistar a função sexual, em parte em virtude do 
reajustamento psicológico a um estado de não-dependência. 
Muitos abusadores de substâncias sempre tiveram dificuldades com 
interações íntimas. Outros, que passaram os anos cruciais do desenvolvimento sob 
a influência de uma substância, perderam as experiências que os teriam capacitado 
a aprender habilidades sociais e sexuais. 
 
- Agentes farmacológicos implicados na disfunção sexual 
 
Diagnóstico diferencial de disfunção induzida por drogas: 
- Problema após o início da terapia medicamentosa ou superdosagem. 
- O problema não é específico a uma situação ou parceiro. 
- Não é um problema ao longo da vida ou recorrente. 
- Nenhum precipitante não-farmacológico óbvio. 
- Desaparece com a descontinuação da droga. 
 
 
 
 
 
 
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Quase todos os agentes farmacológicos, em particular aqueles usados na 
psiquiatria, foram associados a efeitos na sexualidade. Em homens, esses efeitos 
incluem diminuição do impulso sexual, insuficiência erétil (impotência), diminuição do 
volume da ejaculação e ejaculação retardada ou retrógada. 
Em mulheres, pode ocorrer diminuição do impulso sexual, diminuição da 
lubrificação vaginal, orgasmo inibido ou retardado e diminuição ou aumento de 
contrações vaginais. 
As drogas também podem melhorar as respostas sexuais e aumentar o 
impulso sexual, mas isso é menos comum do que os efeitos adversos. 
 
Drogas psicoativas 
 
Drogas antipsicóticas – A maioria das drogas antipsicóticas é antagonista 
do receptor de dopamina e também bloqueia receptores adrenérgicos e colinérgicos, 
o que explica seus efeitos sexuais adversos. 
A clorpromazina (Thorazine), a tioridazina e a trifluoperazina (Stelazine) são 
anticolinérgicos potentes que comprometem a ereção e a ejaculação, fazendo com 
que o fluido seminal retorne para a bexiga em vez de ser expelido pela uretra. Os 
pacientes ainda têm a sensação prazerosa, mas o orgasmo é seco. Ao urinarem 
após o orgasmo, a urina pode ser leitosa e esbranquiçada, porque contém a 
ejaculação. Essa condição é desconcertante, porém inofensiva, e pode ocorrer em 
até 50% dos pacientes que utilizam essas drogas. 
 
Drogas antidepressivas – Uma vez que a depressão está associada à 
diminuição da libido, níveis variáveis de disfunção sexual fazem parte do processo 
da doença. 
Alguns pacientes relatam melhora do funcionamento sexual à medida que a 
depressão diminui como resultado da medicação antidepressiva. O fenômeno 
dificulta a avaliação dos efeitos colaterais sexuais, e estes também podem 
desaparecer com o tempo. 
 
 
 
 
 
 
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Os antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos têm efeitos anticolinérgicos que 
interferem na ereção e retardam a ejaculação. Como esses efeitos variam entre os 
antidepressivos cíclicos, aqueles com menos efeitos (por exemplo, desipramina 
[Norpramin]) produzem menos reações adversas. No caso dos tricíclicos e 
tetracíclicos, não foram documentados dados suficientes sobre mulheres, mas 
poucas parecem ter qualquer queixa. 
Alguns homens relatam maior sensibilidade da glande, que é prazerosa e 
não interfere na ereção, embora retarde a ejaculação. 
A venlafaxina (Effexor) e os ISRSs quase sempre têm efeitos adversos em 
função do aumento nos níveis de serotonina. A diminuição do impulso sexual e a 
dificuldade de chegar ao orgasmo ocorrem em ambos os sexos. 
Os IMAOs produzem comprometimento da ereção, ejaculação retardada ou 
retrógada, secura vaginal e inibição do orgasmo. 
 
Lítio – O lítio regula o humor e, no estado maníaco, pode reduzir a 
hipersexualidade, possivelmente por meio da atividade de antagonista da dopamina. 
Em alguns pacientes, foi relatado comprometimento da ereção. 
 
Simpaticomiméticos – Os psicoestimulantes, às vezes, são usados no 
tratamento da depressão e incluem anfetaminas, metilfenidato e pemolina (Cylert). A 
libido aumenta, mas com o uso prolongado, os homens podem experimentar perda 
do desejo e das ereções. 
 
Agentes antiansiedade – A principal classe de ansiolíticos é a dos 
benzodiazepínicos (por exemplo, [Valium]), que agem sobre os receptores do ácido 
y-aminobutírico (GABA), os quais se acredita estarem envolvidos na cognição, na 
memória e no controle motor. 
Como diminuem as concentrações plasmáticas de epinefrina, reduzem a 
ansiedade e, como resultado, melhoram a função sexual em pessoas inibidas. 
 
 
 
 
 
 
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Álcool – O álcool suprime de modo geral a atividade do SNC e, assim, pode 
produzir transtornos eréteis em homens. Seu efeito gonadal direto diminui os níveis 
de testosterona em homens, mas, de maneira paradoxal, pode produzir um ligeiro 
aumento nos níveis de testosterona das mulheres. Esse achado pode explicar os 
relatos femininos e aumento da libido após a ingestão de pequenas quantidades de 
álcool. 
O uso prolongado reduz a capacidade do fígado de metabolizar compostos 
estrógenos, o que nos homens produz sinais de feminilização (por exemplo,ginecomastia como resultado da atrofia testicular). 
 
Opioides – Assim como a heroína, têm efeitos sexuais adversos, como 
insuficiência erétil e diminuição da libido. A alteração da consciência pode aumentar 
a experiência sexual em alguns usuários. 
 
Alucinógenos – Estes incluem a dietilamida do ácido lisérgico (LSD), a 
fenciclidina (PCP), a psilocibina (de alguns cogumelos) e a mescalina (do cacto 
peiote). Além de induzirem alucinações, causam perda do contato com a realidade e 
expansão e aumento da consciência. 
Usuários relatam que a experiência sexual também melhora, mas outros 
experimentam ansiedade, delírios ou psicose, os quais interferem na função sexual. 
 
Cannabis – O estado alterado de consciência produzido por ela pode 
aumentar o prazer sexual para algumas pessoas. Seu uso prolongado deprime os 
níveis de testosterona. 
 
Barbitúricos e drogas de ação semelhante – Os barbitúricos e os 
sedativos hipnóticos de ação semelhante podem aumentar a responsividade sexual 
em pessoas com inibições sexuais como resultado da ansiedade. Não têm efeitos 
diretos nos órgãos sexuais, mas produzem uma alteração da consciência que 
algumas pessoas consideram prazerosa. Estão sujeitos a abuso e podem ser fatais 
quando combinados ao álcool ou a outros depressores de SNC. 
 
 
 
 
 
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9- Disfunção sexual sem outra especificação 
 
Esta categoria engloba as disfunções sexuais que não podem ser 
classificadas nas categorias já descritas. Os exemplos incluem pessoas que 
experimentam os componentes fisiológicos da excitação sexual e do orgasmo, mas 
relatam ausência de sensação erótica ou até mesmo anestesia (anedonia orgástica). 
Mulheres com condições análogas à ejaculação precoce em homens são 
classificadas aqui. As que são orgásticas e desejam experimentar orgasmos 
múltiplos, mas não conseguem, também podem ser classificadas sob essa rubrica. 
Transtornos de disfunção sexual excessiva, e não apenas inibida, como 
masturbação ou coito compulsivo (adicção sexual), ou ocorrência de dor genital 
durante a masturbação podem ser tratados neste tópico. 
Outros transtornos não-especificados são encontrados em pessoas que têm 
uma ou mais fantasias sexuais em relação às quais se sentem culpadas ou 
disfóricas, mas a gama de fantasias comuns é ampla. 
 
 
Disfunção sexual sem outra especificação de acordo com o DSM IV 
 
Esta categoria inclui disfunções sexuais que não satisfazem os critérios para 
qualquer disfunção sexual específica. Exemplos: 
 
1. Ausência de sensações eróticas subjetivas (ou sensações 
substancialmente diminuídas), apesar de excitação e orgasmo de outro 
modo normal. 
2. Situações nas quais se conclui que uma disfunção está presente, mas é 
impossível de determinar se ela é primária, devido a uma condição 
médica geral ou induzida por uma substancia. 
___________________________________________________________________ 
Fonte: DSM IV 
 
 
 
 
 
 
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- Orgasmo feminino prematuro: os dados sobre o orgasmo feminino 
prematuro são esparsos, e não há uma categoria própria para este transtorno no 
DSM IV. Foram relatados casos de pessoas que tomavam antidepressivos (por 
exemplo, fluoxetina e clomipramina) e experimentam orgasmos espontâneos 
associados a bocejos. 
 
- Cefaleia pós-coito: a cefaléia pós-coito, caracterizada por cefaleia logo 
após o coito, pode durar várias horas. Em geral, é descrita como um latejamento e 
está localizada na área occipital ou frontal. Sua causa é desconhecida. Pode haver 
implicações vasculares, psicogênicas ou ligadas à contração muscular (tensão). 
 
- Anedonia orgástica: a anedonia orgástica é uma condição na qual a 
pessoa não tem sensação física de orgasmo, muito embora o componente fisiológico 
permaneça intacto (por exemplo, ejaculação). Causas orgânicas como lesões 
cefálicas ou sacrais que interferem nas rotas aferentes da genitália para o córtex 
devem ser excluídas. 
As causas psíquicas costumam estar relacionadas à extrema culpa acerca 
do prazer sexual. Esses sentimentos produzem uma resposta dissociativa que isola 
da consciência o componente da experiência do orgasmo. 
 
- Dor masturbatória: algumas pessoas podem experimentar dor durante a 
masturbação. As causas orgânicas sempre devem ser excluídas; uma pequena 
laceração vaginal ou doença de Peyronie nos primeiros estágios podem produzir 
uma sensação dolorosa. A condição deve der diferenciada da masturbação 
compulsiva, na qual a pessoa pode se masturbar com tal frequência que chegue a 
causar danos físicos aos seus genitais e experimentar dor durante atos 
masturbatórios subsequentes. Esses casos constituem um transtorno sexual 
separado e devem ser assim classificados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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* Certas práticas resultam no que foi denominado asfixia autoerótica. Nesta, 
a pessoa masturba-se enquanto se enforca para aumentar as sensações eróticas e 
a intensidade do orgasmo por meio do mecanismo da hipoxia leve. Embora os 
praticantes tenham a intenção de libertar-se do laço após o orgasmo, estima-se que 
entre 500 e 1000 pessoas morram enforcadas acidentalmente a cada ano. A maioria 
dos praticantes são homens, o travestismo com frequência está associado a este 
hábito, e a maioria das mortes ocorrem entre adolescentes. Tais práticas 
masoquistas em geral estão associadas a transtornos mentais graves, como 
esquizofrenia e transtornos maiores de humor. 
 
10- CID-10 
 
Segundo a décima revisão da Classificação estatística internacional de 
doenças e problemas relacionados à saúde (CID-10), disfunção sexual refere-se à 
incapacidade de uma pessoa de “participar em uma relação sexual do modo como 
desejaria”. Essa disfunção se expressa de várias formas: falta de desejo ou de 
prazer ou incapacidade fisiológica de começar, manter ou completar a interação 
sexual. Como a resposta sexual é psicossomática, pode ser difícil determinar “a 
importância relativa de fatores psicológicos e/ou orgânicos”. 
Problemas como falta de desejo podem ocorrer em homens e mulheres, mas 
estas se queixam com maior frequência da “qualidade subjetiva” da experiência do 
que do “fracasso de uma resposta específica”. A CID-10 aconselha a “ir além da 
queixa apresentada para encontrar a categoria diagnóstica mais apropriada”. A 
seguir apresentaremos a tabela dos critérios diagnósticos da CID-10: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Critérios diagnósticos da CID-10 para disfunção sexual não causada por 
transtorno ou doença orgânica 
 
G1. O indivíduo é incapaz de participar de uma relação sexual do modo 
como desejaria. 
G2. A disfunção ocorre com frequência, mas pode estar ausente em 
algumas ocasiões. 
G3. A disfunção esteve presente por pelo menos seis meses. 
G4. A disfunção não é inteiramente atribuível a qualquer um dos outros 
transtornos mentais e comportamentais da CID-10, distúrbios físicos (como os 
endócrinos) ou tratamento medicamentoso. 
 
Comentários 
 
A mensuração de cada forma de disfunção pode se basear em escalas que 
avaliam a gravidade e a frequência do problema. Mais de um tipo de disfunção pode 
coexistir. 
 
Ausência ou perda de desejo sexual 
 
A. Os critérios gerais para disfunções sexuais devem ser satisfeitos. 
B. Existe ausência ou perda de desejo sexual, manifestada pela diminuição 
da busca de pistas sexuais, de pensamentos sobre sexo com sentimentos 
dedesejo ou apetite associados ou das fantasias sexuais. 
C. Existe uma falta de interesse em iniciar a atividade sexual, seja com um 
parceiro, seja com a masturbação solitária, resultando em uma frequência 
da atividade claramente mais baixa do que a esperada, levando em conta 
a idade e o contexto, ou em uma frequência muito reduzida em relação a 
níveis anteriores bem mais altos. 
 
 
 
 
 
 
 
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Aversão sexual e ausência de prazer sexual 
 
Aversão sexual 
 
A. Os critérios gerais para disfunção sexual devem ser satisfeitos. 
B. A perspectiva de interação sexual com um parceiro produz suficiente 
aversão, medo ou ansiedade para que a atividade sexual seja evitada ou, 
caso ocorra, seja associada a fortes sentimentos negativos e 
incapacidade de experimentar qualquer prazer. 
C. A aversão não é resultado de ansiedade de desempenho (reação a um 
fracasso anterior da resposta sexual). 
 
Ausência de prazer sexual 
 
A. Os critérios gerais para disfunção sexual devem ser satisfeitos. 
B. A resposta genital (orgasmo e/ou ejaculação) ocorre durante a 
estimulação sexual, mas não é acompanhada de sensações de prazer ou 
sentimentos de excitação prazerosa. 
C. Não há medo ou ansiedade manifestos e persistentes durante a atividade 
sexual (ver aversão sexual). 
 
Falha de resposta genital 
 
A. Os critérios gerais para disfunção sexual devem ser satisfeitos. 
Além disso, para homens: 
B. A ereção suficiente para o intercurso não ocorre quando este é tentado. A 
disfunção assume uma das seguintes formas: 
(1) A ereção completa ocorre durante os primeiros estágios do sexo, mas 
desaparece ou declina quando o intercurso é tentado (antes da 
ejaculação, caso esta ocorra). 
 
 
 
 
 
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(2) A ereção ocorre, mas somente nos momentos em que o intercurso 
não está sendo considerado. 
(3) Ocorre ereção parcial, insuficiente para manter o intercurso, mas não 
ereção completa. 
(4) Não ocorre qualquer tumescência peniana. 
Além disso, para mulheres: 
C. Há fracasso de resposta genital, experimentado como insuficiência da 
lubrificação vaginal, juntamente com tumescência inadequada dos lábios. 
A disfunção assume uma das seguintes formas: 
(1) Geral: a lubrificação é insuficiente em todas as circunstâncias 
relevantes. 
(2) A lubrificação pode ocorrer no início, mas não persiste pelo tempo 
suficiente para permitir a penetração peniania confortável. 
(3) Situacional: a lubrificação ocorre somente em algumas situações (por 
exemplo, com um parceiro, mas não com outro, durante masturbação 
ou quando o intercurso vaginal não está sendo cogitado). 
 
Disfunção orgásmica 
 
A. Os critérios gerais para disfunção sexual devem ser satisfeitos. 
B. Existe disfunção orgásmica (ausência ou retardo acentuado do orgasmo), 
que assume uma das seguintes formas: 
(1) o orgasmo nunca foi experimentado em qualquer situação. 
(2) a disfunção orgásmica se desenvolveu após um período de resposta 
relativamente normal: 
(a) geral: a disfunção orgásmica ocorre em todas as situações e 
com qualquer parceiro. 
(b) situacional: 
Para mulheres: o orgasmo ocorre em certas situações (por exemplo, durante 
masturbação ou com certos parceiros). 
 
 
 
 
 
 
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Para homens, um dos seguintes pode ocorrer: 
• o orgasmo acontece somente durante o sono, nunca durante o estado 
de vigília; 
• o orgasmo nunca ocorre na presença de parceira; 
• o orgasmo se dá na presença de parceira, mas não durante o 
intercurso. 
 
Ejaculação precoce 
 
A. Os critérios gerais para disfunção sexual devem der satisfeitos. 
B. Existe uma incapacidade de retardar suficientemente a ejaculação para 
ter prazer no ato sexual, manifesta por uma das seguintes situações: 
(1) ocorrência de ejaculação antes ou logo após o início do intercurso (se 
um limite de tempo for necessário: antes ou dentro de 15 segundos do 
início). 
(2) a ejaculação ocorre na ausência de ereção suficiente para tornar 
possível. 
C. O problema não é resultado de abstinência prolongada da atividade 
sexual. 
 
Vaginismo não-orgânico 
 
A. Os critérios gerais para disfunção sexual devem ser satisfeitos. 
B. Existe um espasmo dos músculos perivaginais suficiente para impedir a 
penetração ou torná-la desconfortável. A disfunção assume uma das 
seguintes formas: 
(1) a resposta normal nunca foi experimentada. 
(2) o vaginismo se desenvolveu após um período de resposta 
relativamente normal: 
(a) quando a penetração vaginal não é tentada, pode ocorrer uma 
resposta sexual normal; 
 
 
 
 
 
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(b) qualquer tentativa de contato sexual leva ao medo generalizado e 
ao esforço de evitar a penetração vaginal (por exemplo, espasmos 
dos músculos adutores das coxas). 
 
Dispareunia não-orgânica 
 
A. Os critérios gerais para disfunção sexual devem ser satisfeitos. 
 
Além disso, para mulheres: 
B. Experimenta-se dor na entrada da vagina, seja durante todo o intercurso 
sexual ou apenas quando ocorre a penetração profunda do pênis. 
C. O transtorno não é atribuído ao vaginismo ou a insuficiência de 
lubrificação, dispareunia de origem orgânica deve ser classificada 
segundo o transtorno subjacente. 
 
Além disso, para homens: 
D. Dor ou desconforto durante a resposta sexual (o momento de ocorrência 
da dor e a localização exata devem ser registrados com cuidado). 
E. O desconforto não é resultado de fatores físicos locais. Se estes forem 
identificados, a disfunção deve ser classificada de outra forma. 
 
Impulso sexual excessivo 
 
Não há critérios de pesquisa para esta categoria. Os pesquisadores que a 
estudam devem delinear seus próprios critérios. 
Outras disfunções sexuais não causadas por transtornos ou doença 
orgânica. 
Disfunção sexual não causada por transtorno ou doença orgânica não 
especificada. 
Fonte: CID-10 
 
 
 
 
 
 
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11- Compreensão Psicodinâmica das Disfunções Sexuais 
 
A compreensão psicodinâmica do paciente do sexo masculino e feminino 
que não deseja fazer sexo, ou do paciente do sexo masculino que deseja, mas não 
consegue atingir a ereção, começa com uma cuidadosa compreensão do contexto 
em que o sintoma se insere. 
Se o paciente está envolvido em um relacionamento íntimo, o clínico deve 
identificar se o problema do desejo ou excitação é específico a este parceiro ou se é 
generalizado a todos os potenciais parceiros sexuais. 
As dificuldades sexuais específicas do casal devem ser compreendidas no 
contexto da dinâmica interpessoal da díade, enquanto outras dificuldades, 
primariamente intrapsíquicas, ocorrem com qualquer parceiro. Entretanto, os clínicos 
devem lembrar que os problemas do desejo, como outros sintomas psicológicos, são 
determinados por múltiplos fatores. 
 
 
 
 
A pulsão tem raízes biológicas e pode ser afetada por fatores físicos, como 
os níveis hormonais, doenças físicas e medicações. 
O desejo está mais intimamente ligado a fatores cognitivos conscientes ou 
ideacionais. Por exemplo, na presença de um componente pulsional normal, um 
sujeito pode não querer fazer sexo em decorrência de proibições religiosas ou por 
medo de pegar AIDS. 
O terceiro elemento, o motivo, está intimamente relacionado a necessidades 
inconscientes de relações de objeto e

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