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ANÁLISE ORGANIZACIONAL DO ACIDENTE DE TRABALHO RONALDO.LIRA@MPT.MP.BR FERRAMENTAS LEGAIS • Mapa de Risco, Ordem de serviço, EPI, CA, EPC • PPRA, PCMSO, CIPA, CCIH, SIPAT, SESMT, SESTR, PCMAT, PPR, PPRAMAP, PPRPS • AVCB, Análise Ergonômica, LTCAT, LT (NR 15), NHO (Fundacentro), NB e NBR (ABNT) • TLVs (ACGIH), RDC (ANVISA), PELs (OSHA), RELs (NIOSH) • LINACH, CNEN CULTURA DA SEGURANÇA • O Erro Humano valida a teoria do Ato Inseguro ou Condição Insegura? • Acidente do ponto de vista do uso de EPI (visão micro) ou da Gestão de riscos (macro) • Organização do Trabalho – Fatores Organizacionais Patogênicos (Reason, Llory). Vulnerabilidades e Resiliência (Loory). A Loucura do Trabalho (Dejours) AFERIÇÃO DO SISTEMA DE SEGURANÇA Fornece EPI x Gestão de Riscos a) Defesa: Culpa Exclusiva da vítima (Falha Humana). Fichas de EPI, PPRA, treinamento, invoca experiência do trabalhador, Fatalidade. Oitiva testemunhas (Normas Álibi) b) Discussão limitada no raio do evento – conduta de pessoas, segundo as testemunhas e documentos juntados pelas partes = conclusão superficial do acidente (causa visível). c) Qual metodologia? Perícia? Outros recursos? . O ERRO HUMANO UMA EXPLICAÇÃO INSUFICIENTE (DANIELLOU) • Parar os meios de comunicação o erro humano é o principal fator para explicar acidentes • Evitar situações que geram ou aumentam erros torna-se uma prioridade na concepção e na organização de sistema de riscos – Acidentes em hospitais, sinais em inglês etc O ERRO HUMANO (DANIELLOU) • A maioria dos erros não traz consequência: são detectados ou recuperados antes das consequências graves – incidentes • Erros não estão desvinculados de “erros de concepção” ou “erros de organização”, que geram erros latentes → aumentam a probabilidade de comportamento inadequado • Algumas configurações técnicas e organizacionais possibilitam o risco de se enganar. Pressão no trabalho? Excesso de jornada? Estresse → Fadiga: Esquecimento/Falha AS CAUSAS PROFUNDAS DOS ACIDENTES ESTÃO ENRAIZADAS EM FATORES ORGANIZACIONAIS PATOGÊNICOS - JAMES REASON COMO CONTROLAR O RISCO? GESTÃO DE SEGURANÇA – NR 9 E 31 • NR 9 - 9.3.1 O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas: • a) antecipação e reconhecimento dos riscos; • b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; • c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; • d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; • e) monitoramento da exposição aos riscos; • f) registro e divulgação dos dados • 9.3.5.4 Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se à seguinte hierarquia: • a)medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; • b)utilização de equipamento de proteção individual -EPI NR 9 - 9.3.5.2 O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva deverá obedecer à seguinte hierarquia: a)medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde; b)medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho; a) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho. 9.3.5.3 A implantação de medidas de caráter coletivo deverá ser acompanhada de treinamento dos trabalhadores quanto os procedimentos que assegurem a sua eficiência e de informação sobre as eventuais limitações de proteção que ofereçam. FATORES ORGANIZACIONAIS PATOGÊNICOS • Pressões produtivas excessivas – assédio moral (organizacional) • Falta ou ineficácia do Retorno de Experiência (incidentes) • Insuficiência ou inexistência da cultura de segurança • Complexidade, obscuridade ou inadaptação da organização • Fragilidade dos organismos de controle - resiliência • Ausência de atualização dos estudos de riscos – estagnação RETORNO DE EXPERIÊNCIA • Aproveitar o incidente/acidente como oportunidade ímpar para o aprendizado organizacional (Llory). P.ex. Morte do Senna, jogador Serginho, Boate Kiss etc • Acidente Aéreo da Germanwings – Recomendação ANAC: duas pessoas na cabine - Azul • NR 31.5.1.2 As ações de melhoria das condições e meio ambiente de trabalho devem abranger os aspectos relacionados a: (...) b)investigação e análise dos acidentes e das situações de trabalho que os geraram CAIXA PRETA DO A.T: DADOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS • Inspeção no local: cronologia, (conhecer a organização do trabalho, ergonomia, sinais de deterioração, incidentes, relação pessoal, rigor da segurança, imagens, diálogo com empregados, sindicato, resiliência, retorno de experiência (REX), período de incubação: lançadores de alerta - Barry Turner (1978). Nave Challenger: 13 anos • NR 12: Manual do fabricante, uso da língua portuguesa, treinamentos, proteções, redundância, ordens de serviço, trabalho real • CAT dos últimos anos (afastamentos); subnotificação • Controle de Jornada, fluxo de produção – dias/mês de pico (pressão x segurança), pausas, trabalho por produção no corte de cana (disfunção organizacional) • Livro de inspeção, atas da CIPA, PPRA, PCMSO, laudos técnicos, AVCB • MTE/Cerest: histórico de termos de notificação e autos de infração • Análise de mudanças – Automação, inovações, chefia, turn over, redução do quadro INVESTIGAÇÃO DAS CAUSAS • Investigação da CIPA • Investigação da Empresa (Sesmt, Profissionais terceirizados) • Investigação do Ministério do Trabalho e Emprego (Análise de AT fatal) • Investigação da Vigilância Sanitária • Investigação do Ministério Público do Trabalho (IC) • Investigação do Corpo de Bombeiros (laudo técnico) • Investigação do IPT (laudo técnico) • Investigação Polícia Civil (IP, laudo pericial) • Investigação do Ministério Público Estadual (IP, IC) ACIDENTE DE TRABALHO • O acidente revela o fracasso da segurança do trabalho (Michel Llory). • Cada Acidente é por sua natureza um evento único (Rodolfo Vilela): Check List? • Diagnóstico prévio dos riscos e planejamento da segurança – Acidente previsível • Ponta do Iceberg – montanha de riscos submersos – Período de Incubação (An accident waiting to happen) O TRABALHADOR QUE APANHOU DO ROBÔ Perigo - Proibido o acesso à zona do robô IMAGEM INTERNA: ROBÔ DE SOLDA ANÁLISE DO ACIDENTE PELO SESMT • Trabalhador entra na zona de operação de robô de solda de pallets de aço • Área é protegida com cerca e portão eletrônico – Sinalização de perigo • Ao entrar na área do robô o trabalhador não viu o óleo no chão – escorrega, é atingido pelos braços do robô • Quebra o braço e sofre vários ferimentos • Conclusão do SESMT: Ato inseguro (desobedecer ordens de serviço), recomenda reforço no treinamento sobre regras de segurança • Empresa ameaça justa causa FALHA HUMANA ? ANÁLISE ORGANIZACIONAL • Solda do robô apresentava defeitos • Defeito na solda gera retrabalho, pois o robô executa solda e o empilhamento das peças • Portão aberto não parava o robô (erosão da segurança) • Área era gargalo de produção • Os trabalhadores entravam habitualmente na zona do Robô para checar os defeitos e retirar a peça para conserto manual (Trabalho real – período de incubação) • Chefia imediata era ciente desta situação (resiliência) • Vários já haviam levado ‘tapas’ do robô (quase acidente; retorno de experiência?) REFLEXÕES • Os trabalhadores tiveram que se ajustar à situação precária para produzir • Este ajuste era feito há muito tempo com sucesso e com “segurança” (mas era uma situação frágil, pessoas já haviam levado tapas do robô) • A “Burla” só é conhecida no chão da fábrica ouvir os trabalhadores • Conceito de Regra Álibi: útil para a defesa e não para prevenção • Trabalho prescrito e real • Controle de qualidade da segurança: Abismo entre Segurança dePapel (Regras e programas obrigatórios) e a Segurança Real (Gestão: planejamento e implementação) METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO DE AT • Ato inseguro e condição insegura – análise de causas imediatas, desenvolvimento mecânico do acidente. Não permite compreender a gênese do acidente. Modelo superado pela doutrina, eliminado da NR1. • Acidente organizacional - Não apenas o domínio da técnica. Reconstituição histórica do evento, mapear relações, localizar tomada de decisões, o papel do gerentes etc. Abordagem compreensiva baseada na noção de intersubjetividade: não dissociação dos aspectos técnicos e organizacionais (ciências humanas/sociais: implementação). O operador está no último elo da cadeia. (James Reason, Llory). • MTE – IN. nº 88 de 30.11.2010 + Guia de Análises de AT (2010) PROPOSTAS DE ENUNCIADOS SOBRE PERÍCIAS PROGRAMA TRABALHO SEGURO 2. PERÍCIA EM ACIDENTES DE TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS. VISTORIA NO LOCAL E NO POSTO DE TRABALHO. ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. I -Nas perícias para avaliação do nexo causal em acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, é necessária a vistoria no local e no posto de trabalho, a análise da organização do trabalho , a verificação dos dados epidemiológicos, os agentes de risco aos quais se encontram submetido o trabalhador... 11.ACIDENTE DO TRABALHO. SUPERAÇÃO DO ATO INSEGURO. RECONHECIMENTO DA CONDIÇÃO INSEGURA DE TRABALHO. A análise da ocorrência de acidente laboral deve ter enfoque na multiplicidade de elementos próprios da condição de trabalho, relacionadas à exposição do trabalhador a riscos laborais, restando superada a visão tradicional do ato inseguro em face da alteração da NR 1 com a nova redação dada ao item 1.7, alínea “b”, pela Portaria nº 84, de 04/3/2009, da SIT do MTE. http://www.tst.jus.br/documents/1199940/d7285609-5ca5-4ffa-80b1-800acf081dd3 OBRIGADO! análise organizacional do acidente de trabalho ferramentas legais cultura da segurança ���AFERIÇÃO DO sistema de segurança � . o Erro Humano UMA EXPLICAÇÃO INSUFICIENTE (daniellou) o Erro Humano (daniellou) � �������� �����������As causas profundas dos acidentes estão enraizadas em fatores organizacionais patogênicos - james Reason� Número do slide 9 ������������COMO CONTROLAR O RISCO? Gestão de Segurança – nr 9 e 31 Número do slide 11 �� FATORES ORGANIZACIONAIS PATOGÊNICOS Retorno de experiência Caixa preta do a.t: dados objetivos e subjetivos Investigação das causas ACIDENTE de TRABALHO o Trabalhador que apanhou do robô Imagem interna: Robô de Solda Análise do acidente pelo sesmt ANÁLISE ORGANIZACIONAL reflexões Metodologia de investigação de at Propostas de ENUNCIADOS SOBRE PERÍCIAS � PROGRAMA TRABALHO SEGURO ����� �� Obrigado!
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