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Traqueia: localizada na linha média e centralizada nos processos espinhosos. Ligeiro desvio a direita na região do arco aórtico. Na presença de atelectasia (especialmente dos lobos superiores) pode se deslocar em direção ao lado afetado. Coração: pelo menos 1 cm da borda direita se projeta à direita da coluna vertebral. Na presença de atelectasia (principalmente nos lobos inferiores) a borda cardíaca se desloca à esquerda e sobrepõe a coluna ou a borda esquerda se aproxima da linha média quando há deslocamento à direita. Importante no Raio-X entendermos as estruturas móveis do tórax, então temos: Conceito: É a redução parcial ou completa da inflação pulmonar, ou seja, diminuição do ar intrapulmonar associado a volume pulmonar reduzido. Trata-se de uma lesão secundária, sendo na realidade, uma consequência, e não a doença em si. Fissura horizontal: separa o lobo superior direito do lobo médio Fissura oblíqua: Direita: separa o lobo médio do inferior Esquerda: separa o lobo superior do inferior Nas atelectasias as fissuras tem um papel importante na suspeita diante de um Raio-X. Deslocamento das Cissuras (quanto maior o colapso maior o deslocamento) - seta preta Perda da aeração pulmonar (redução da transparência) - seta vermelha Aproximação dos vasos pulmonares e brônquios no local atelectasiado. Sinais diretos: ATELECTASIA Posição normal das cissuras Essas são imagens com um pouco de espessamento para dar para ver melhor as fissuras. A 2ª tem atelectasia Redução do volume pulmonar: dependendo dolocal de acometimento: segmento, lobo ou pulmão inteiro. PADRÕES DE COLAPSO NA ATELECTASIA: Dependente da localização do segmento ou lobo atelectasiado e tempo de evolução. Em geral os lobos colapsam em uma configuração em leque ou triangular, com base ancorada na superfície pleural e o vértice no hilo. Se houver massa hilar (compressão extrínseca do brônquio do lobo superior) a direita produzindo atelectasia do lobo superior, a combinação massa hilar + deslocamento da cissura menor produz a imagem característica na Radiografia em PA chamada de "Sinal S de Golden". . Sempre que é observada uma imagem de hipotransparência sem um broncograma aéreo, sem clínica que sugira um processo infeccioso, é importante levantar a possibilidade de uma obstrução da luz do brônquio. Elevação das cúpulas frênicas Desvio das estruturas do mediastino para o lado da atelectasia Aproximação do gradil costal para o lado da atelectasia Deslocamento do hilo para a região atelectasiada Sinais indiretos: sinais da perda de volume pulmonar Atelectasia do lobo superior direito: Radiografia em PA - deslocamento da cisura menor para cima e deslocamento da traqueia para a direita. Radiografia em Perfil - deslocamento da cissura menor para cima e da cissura maior para frente Essa imagem mostra uma hipotransparência no lobo superior direito, a cissura horizontal lá para cima fazendo uma concavidade, a traqueia um pouco desviada e a cúpula diafragmática elevada, com diminuição volumétrica do pulmão direito em relação ao esquerdo. Essa é uma TC de tórax com janela de mediastino (parênquima pulmonar fica preto), a seta mostra a bifurcação da traqueia com um estoque nessa região, com uma atelectasia do lobo superior direito provavelmente por uma lesão dentro da luz do brônquio. Essa é uma janela de pulmão que mostra do lado direito uma imagem de baixa densidade que faz com que a cissura suba e empurre a cissura oblíqua. Uma atelectasia do lobo superior (ainda vejo a traqueia, não bifurcou ainda). Na segunda imagem da para ver um stop no brônquio. Radiografia em PA - área mal definida de aumento da densidade em torno do hilo pulmonar esquerdo. Deslocamento da traqueia para a esquerda. Pode haver elevação da cúpula diafragmática esquerda. Radiografia em Perfil - deslocamento da cissura maior para frente e o lobo superior opacificado forma uma faixa de densidade aumentada que continua paralelamente ao esterno. A hiperinsuflação do lobo inferior esquerdo (compensatória) pode fazer com que o segmento superior se prolonge até o ápice. Atelectasia do lobo superior esquerdo: Radiografia em PA - formação de densidade triangular, com ápice no hilo e base na porção mediana do diafragma. Elevação da cúpula diafragmática no lado afetado. O coração pode se deslocar para o lado onde houver perda de volume. Deslocamento da cissura maior/oblíqua para baixo Radiografia em perfil - deslocamento tanto para baixo quanto para posterior da cissura maior até o lobo inferior completamente colapsado formar uma pequena densidade triangular no seio costofrênico posterior. Atelectasia do lobo inferior direito: Pode-se pensar, mas isso não pode ser uma condensação? sempre lembrar da clínica do paciente. Normalmente o paciente com atelectasia vai ter a clínica da doença que está causando a atelectasia - ex: tumor: vai ter uma tosse persistente, emagrecimento. E mesmo que tenha um processo infeccioso tem também a atelectasia demonstrada pela cissura deslocada. Imagem da silhueta no lobo superior esquerdo, e a cúpula diafragmática esquerda elevada. Nessa imagem já começa a ter um velamento discreto do seio costofrênico direito. Imagem em esquadro, bem triangular e começa a ter um deslocamento do mediastino. Vai se apresentar no PA como uma imagem que borra o contorno do coração. Porque não é uma Pneumonia? Porque no Perfil tem uma estrutura atelectásica, fibrótica, as cissuras estão puxadas tendendo a se aproximar uma da outra. Radiografia em PA - densidade triangular com base aparecendo como silhueta na borda cardíaca direita e ápice apontando para a parede torácica lateral. A cissura menor está deslocada para baixo. Atelectasia do lobo médio: Vai puxar as estruturas para a esquerda e se for uma atelectasia muito grande pode ver a coluna. Imagem retrocardíaca triangular. Vai puxar a cissura oara baixo. Atelectasia do lobo inferior esquerdo: Radiografia em Perfil - densidade triangular com base direcionada para a frente e ápice no hilo. A cissura pode ser deslocada para baixo e a maior para cima Radiografia em PA - opacificação do pulmão atelectasiado. Sinal da silhueta entre o diafragma e o pulmão atelectasiado Deslocamento das estruturas mediastinais para o lado comprometido. Radiografia em Perfil - Sinal da silhueta com identificação de apenas uma cúpula diafragmática Atelectasia de todo o pulmão: Puxa o mediastino para esquerda e começa a ser possível ver a coluna vertebral, não consegue ver o contorno do coração. Atelectasia Obstrutiva: Por obstrução do lúmen brônquico, ocasionando a absorção do ar distalmente a essa obstrução Tumores endobrônquicos: carcinoma broncogênico, especialmente de células escamosas, metástases, tumores carcinoides Tampão mucoso (arrolhamento de secreção): pacientes acamados/pós-operatório, pacientes com fibrose cística Aspiração de corpo estranho Estenose brônquica: sequela de tuberculose, lesão iatrogênica MECANISMOS DE ATELECTASIA: 1. Atelectasia redonda: Usualmente identificada na periferia das bases pulmonares e se desenvolve pela combinação de doença pleural anterior que cursa com espessamento pleural (ex: exposição ao amianto e tuberculose) associado a derrame pleural que produz atelectasia compressiva adjacente, Quando o derrame regride, a doença pleural adjacente sequestra o parênquima pulmonar impede a adequada reexpansão. Isso produz uma lesão em forma de nódulo. Perda volumétrica devido a compressão passiva do pulmão Causada por derrame pleural, pneumotórax, herniação abdominal ou lesão pulmonar/pleural ocupando espaço 2. Atelectasia compressiva: Broncoscopia com uma lesão vegetante dentro da luz do brônquio. Obstrução do brônquio do pulmão esquerdo com a atelectasia correspondente Atelectasia por um tumor na saída do brônquio causando a atelectasia desse pulmão esquerdo. Nessa imagem tem a atelectasia com Sinal do S de Golden e na TC a presença da massa no brônquio direito Pneumotóraxno pulmão esquerdo (não tem parênquima). Atelectasia - seta vermelha. TC na janela de mediastino. Na parte posterior do pulmão tem um derrame pleural bilateral com atelectasia compressiva. O coração parece estar aumentado. Por ser bilateral pode ser de causa sistêmica e as vezes pode ser resolvido com um diurético. Nessas imagens tem espessamento da pleura, e tem placas de calcificação - abestose Ocasionada pela restrição de movimento em função de dor torácica Exemplos: trauma, fratura de costela, dor pleurítica, cirurgia de abdome superior. Atelectasia laminar/ subsegmentar/ discoide: Produz densidades lineares variáveis, geralmente paralelas ao diafragma, mas comumente identificadas nas bases pulmonares. Não há perda volumétrica significativa para provocar deslocamento de estruturas torácicas. Principalmente pacientes com respiração curta (não inspiram profundamente) - pós-operatório ou dor pleurítica Desaparece em poucos dias com a retomada de respiração normal (diferente de cicatrizes lineares) 3. Atelectasia por deficit de movimentação do esqueleto torácico: Fratura de costela Essa imagem já seria uma faixa mais densa Nessa já tem a tração do diafragma para cima Essa deficiência causa colapso pulmonar. É encontrada na Síndrome de angústia respiratória do RN e na SDRA (síndrome do desconforto respiratório do adulto), na embolia pulmonar e na pneumonite actínica. - temos isso com o vírus SARS-Cov2. 4. Atelectasia por deficiência de surfactante: Vários graus de Doença da Membrana Hialina SDRA: alvéolos colapsados e cheios de infiltrado inflamatório Paciente com Covid-19 que evoluiu para SARA Pneumonite actínica (por radiação), dependendo da intensidade vai ter imagens menores ou maiores com um certo grau de atelectasia fibrosante. TUBERCULOSE 5. Atelectasia por sequela/cicatrização: Caso clínico: Homem de 57 anos com febre e tosse há uma semana. Hemograma com aumento de leucócitos, aumento de bastões e segmentados e PCR positivo. Ao observar o Raio-X vemos uma imagem de hipotransparência no lobo superior direito e parece que tem repuxamento da cissura horizontal para cima Mas a clínica do paciente está nos dizendo outra coisa Imagem com lesões bilaterais. Do lado direito tem um repuxamento da cissura horizontal para cima, mas não é uma imagem tão homogênea, mostrando uma imagem cavitária que parece ser de uma TB crônica que está reativando Atelectasias quase que total do pulmão esquerdo, traqueia toda desviada para o lado da lesão, não é possível ver a área cardíaca, elevação da cúpula diafragmática. Sequela de tuberculose Atelectasia pendente ou de decúbito. São pequenas áreas fibróticas que acontecem quando o paciente deita, pelo peso. Fibrose pulmonar com atelectasia por distorção do parênquima. Tem brônquios repuxados, cistos. É uma fase final do paciente com fibrose pulmonar idiopática A imagem da direita é uma imagem de atelectasia do lobo superior direito, a cissura faz uma concavidade e a hipotransparência é mais homogênea. A imagem da esquerda, do caso clínico, é mais heterogênea e não tem o formato de concavidade como na atelectasia. Na verdade esse paciente tem uma Pneumonia no lobo da ázigos (lobo acessório). Quando a pneumectomia é indicada? A pneumectomia é a melhor alternativa terapêutica quando o tumor maligno se localiza na parte central do pulmão ou quando a massa tumoral abrange um percentual significativo das veias pulmonares ou dos brônquios - tem que escolher muito bem o paciente porque em alguns casos o paciente não vai ter boa resposta e vai acabar evoluindo para óbito em pouco tempo. A operação também pode ser útil para tratar casos em que o paciente foi gravemente ferido na região do tórax. Caso clínico: Paciente, sexo masculino, 13 anos, caucasiano, natural de Manaus-AM. Mãe relata que desde os dois anos apresenta episódios frequentes de infecção pulmonar. Nos últimos quatro anos apresentou pneumonia em cinco ocasiões, sempre no lobo inferior direito - investigar quando sempre no mesmo lugar!! Ao exame tomográfico do tórax observou-se área de condensação pulmonar em lobo inferior e ocupação da luz do brônquio intermediário. PNEUMECTOMIA A pneumectomia ou pneumonectomia consiste na remoção cirúrgica de todo um pulmão. Para tanto, é feita a secção independente da artéria, veias e brônquios para o pulmão. Usada cada vez menos para câncer de pulmão (diagnóstico precoce) Retira o pulmão e com o passar do tempo as estruturas vão se acomodando, tendo um velamento total no hemitórax com redução do volume desse hemitórax. Imagem de trauma, no pulmão esquerdo vemos uma faixa hipertransparente nas partes moles ao lado do pulmão esquerdo que é um enfisema subcutâneo, pneumotórax e no centro do pulmão tem uma laceração do pulmão. Tumores grandes em que não tem a possibilidade de ser feita uma segmentectomia. É feita por toracotomia: Compreende-se qualquer abertura da cavidade torácica visando examinar as estruturas expostas cirurgicamente, seja para a coleta de material para diagnóstico laboratorial ou remoção/correção de partes lesadas. Pode ser feita por vídeo ou cirurgia robótica. . Caso clínico: Paciente, sexo feminino, 21 anos, com dispneia e chiado no peito há dois anos. Ela está acima do peso, tem SOP e atualmente está em uso de contraceptivos orais. Ela não fuma. A paciente relatou que três radiografias nos últimos 6 meses revelaram consolidação na base do pulmão esquerdo. Durante esse período, foram utilizados esquemas de tratamento para pneumonia, sem melhora clínica ou radiológica. Na ausculta, roncos e sibilos eram audíveis na base do hemitórax esquerdo. Os exames laboratoriais não apontaram nenhuma anormalidade. A broncoscopia rígida revelou lesão tumoral endobrônquica que ao exame histopatológico revelou população celular atípica. O exame imuno-histoquímico foi compatível com carcinoma mucoepidermoide de baixo grau - evolução indolente. O paciente foi submetido à bilobectomia do lobo médio e inferior por videolaparoscopia. A evolução pós-operatória foi satisfatória e sem intercorrências. Uma nova radiografia de tórax mostrou perda de volume no lobo inferior esquerdo com opacidade retrocardíaca basal triangular, ápice direcionado para o hilo ipsilateral e base próxima à cúpula diafragmática. TC de tórax, janela mediastinal, sem meio de contraste (A e C) e depois da administração de contraste (B e D), revelando massa pulmonar intra-hilar esquerda causando atelectasia subsegmentar do lobo inferior ipsilateral, com componente nodular exofítico saliente no lúmen dos brônquios subsegmentares principais e inferiores esquerdos. Após a broncoscopia, que confirmou a lesão endobrônquica, a investigação anatomopatológica e imuno- histoquímica do material de biópsia transbrônquica mostrou um tumor carcinóide bem diferenciado (típico). Rastreamento de metástases foi negativo. Submetida a uma pneumectomia total esquerda. Causas com redução volumétrica: Atelectasia total (obstrução brônquica) Pneumectomia Agenesia de pulmão Destruição pulmonar por processo infeccioso (TB) Velamento de todo o hemitórax Necessário avaliar como está o volume do hemitórax afetado (reduzido, normal ou aumentado), assim como a posição da traqueia, coração e diafragma. Achados radiográficos: redução/aumento dos espaços intercostais, elevação ou retificação da cúpula frênica e desvio mediastinal CAUSAS DE HEMITÓRAX OPACO:
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