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TCC - Elenice

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ESCOLA ZONA SUL EIRELI - EPP
ESCOLA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL CAIO FERNANDO ABREU - SEG
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ESTRESSE OCUPACIONAL NOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DA BELEZA
 Elenice Moreira dos Santos
TSTP 03
Professora Orientadora: Márcia Ferreira
Santiago, maio de 2016.
1. TEMA:
Este trabalho é uma pesquisa descritiva relacionada ao estresse ocupacional e as doenças que o mesmo desencadeia nos profissionais da área da beleza, assim como também irá propor medidas preventivas e de controle, pois a relação entre trabalhador e as condições de trabalho, podem gerar o surgimento de patologias e psicopatologias relacionadas ao exercício da profissão.
2. JUSTIFICATIVA DO TEMA:
Trabalhador autônomo é todo aquele que exerce sua atividade profissional sem vínculo empregatício, por conta própria e com assunção de seus próprios riscos. A prestação de serviços é de forma eventual e não habitual. 
Também podemos dizer que os autônomos possuem um nível de estresse superior aos subordinados, pois além de se preocuparem com as tarefas que executam, há uma preocupação pela falta de estabilidade, medo da mudança e de não crescerem em suas carreiras.
Glowinkowski e Cooper (1987), inclui aspectos relacionados à falta de estabilidade no trabalho, ao medo de obsolescência frente às mudanças e às poucas perspectivas de promoções e crescimento na carreira.
Estresse é, na verdade, uma noção tomada da física que significa tensão. Então, estresse ocupacional é um conjunto de perturbações (alto padrão de exigência pessoal, medo e frustração) que caracterizam o desequilíbrio físico e psíquico, que ocorrem no ambiente de trabalho, incluindo os profissionais autônomos da área da beleza. O mesmo é responsável por desencadear muitas doenças que atingem várias categorias profissionais. 
Porém o estresse não é o único responsável por desencadeá-las, movimentos repetitivos e contínuos, esforço excessivo, carga horária excessiva, má postura, condições desfavoráveis de trabalho, excesso de trabalho, medo de obsolescência, pressão por resultados entre outros também contribuem.
Através desses conceitos, o referente trabalho tem como justificativa a contribuição para o desenvolvimento de novos olhares sobre este profissional, por relatos de experiência de trabalhadores autônomos da área da beleza e o desenvolvimento das doenças desencadeadas pelo estresse. 
3. OBJETIVOS QUE NORTEARÃO O TRABALHO:
OBJETIVO GERAL
Investigar o estresse nos profissionais da área da beleza dentro dos salões enfatizando como este profissional percebe e lida com o estresse nos dias de hoje, o nível do mesmo e se as medidas de controle utilizadas foram eficientes.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Definir estresse ocupacional, e as doenças desencadeadas pelo mesmo e as medidas de controle aplicáveis.
b) Identificar os principais fatores estressores percebidos pelos profissionais da área da beleza.
4. AÇÕES:
Para a construção deste trabalho, foram feitas conversas informais para auxiliar com dados amostrais como por exemplo, a avaliação do estresse no trabalho, das medidas de controle de estresse, procedimentos de coleta de dados sobre conceitos de trabalho autônomo, estresse, profissionais da beleza e também foram feitas pesquisas com o auxilio da internet, noticiários, entrevistas e experiência própria.
Kahn e Byosiere (1992) concordam que a percepção do indivíduo é fundamental para a avaliação de demandas organizacionais como estressores.
Esta amostragem faz referência aos processos de vida tal como ocorrem. A fim de garantir o anonimato e idade das pessoas entrevistadas, foram contatados através de e-mail, forma presencial e através de telefone, profissionais da beleza que trabalhavam ou prestavam serviços dentro de organizações ou autônomos. Os mesmos, responderam a uma pesquisa (conforme anexo 1) relacionada ao estresse ocupacional neste ramo. 
5. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES:
	ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA
	2015
	2016
	
	Ago
	Set
	Out
	Nov
	Dez
	Fev
	Mar
	Abr
	Mai
	1. Escolha do tema
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	2. Revisão de literatura
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	3. Justificativa
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	4. Formulação do problema
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	5. Determinação de objetivos
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	6. Metodologia
	
	
	
	X
	
	
	
	
	
	7. Coleta de dados
	
	
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	8. Análise e discussão dos resultados
	
	
	
	
	X
	X
	
	
	
	9. Conclusão da análise dos resultados
	
	
	
	
	
	
	X
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	10. Redação e apresentação do trabalho científico
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
6. REFERENCIAL TEÓRICO:
6.1. Trabalho, Saúde e segurança do trabalho:
6.1.1. Trabalho:
 “Trabalho: aplicação de forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim, e/ou, atividade coordenada, de caráter físico e/ou intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento”. Ferreira (1999, p1980).
O trabalho é a capacidade de produzir e criar algo ou alguma coisa em troca de benefícios para suprir as necessidades humanas. Também contribui para a integração social na vida das pessoas buscando estabelecer relações sociais dentro e fora do ambiente de trabalho.
6.1.2. Saúde no trabalho:
A palavra saúde origina-se do latim Salute = salvação, conservação da vida. Para a Organização Mundial de Saúde – OMS, saúde é um estado de completo bem estar, físico, mental e social.
Alguns autores também tem sua definição de saúde como Dejours (1998) citado por Dias (1995) que entende que saúde é liberdade, autonomia e apropriação de meios para se alcançar estados de bem estar. Dentro desta concepção de Dejours o trabalho ganha destaque pelo modo como é organizado, muitas vezes não permitindo a autonomia, a liberdade do trabalhador, prejudicando a conservação da vida.
Dejour (1992), relata que estudos vêm demonstrando que as pressões do trabalho colocam em risco ao equilíbrio a saúde mental do trabalhador devido à estruturação das organizações.
O sofrimento do trabalhador não se restringe apenas ao espaço físico do ambiente de trabalho e suas relações, ele espalha-se em todas as suas relações pessoais e sociais. O adoecimentento no trabalho provoca inúmeras alterações na vida do trabalhador e estas alterações repercutirão psicossocialmente afetando toda a vida do trabalhador.
6.1.3. O trabalho e a saúde do trabalhador: 
Com o passar dos anos o trabalho tem sofrido várias mudanças. Iniciando pela economia de subsistência onde o homem produzia apenas o que era necessário para o seu consumo e em seguida com os trabalhos artesanais que eram produzidos manualmente e vendidos em uma escala menor, até chegar ao mercado capitalista que vivemos em nossos tempos atuais.
No início do século XX, Henry Ford, irá propor a aplicação de uma teoria voltada para a eficiência e controle da produção do trabalhador. Este período é marcado pela produção de carros em grande escala e pelo consumo desenfreado. Este modelo organizacional irá perdurar até a década de 70, quando o mercado de trabalho apresentar mudanças com o aumento da competição, queda nos lucros da empresa, mão-de-obra excedente gerando desemprego, principalmente devido à implantação de novas tecnologias no setor industrial.
A partir desse momento as mudanças irão apresentar-se não somente na área econômica e social, mas também irão refletir na saúde do trabalhador. SATO (1994) propõe o conceito de penosidade relacionado à falta de controle no processo de trabalho levando o trabalhador ao sofrimento, não sendo permitido questionar as alterações feitas no processo de trabalho.
Para que o trabalhador possa ter certo controle sobre suas condições de saúde é fundamental que suas necessidades básicas sejam atendidas. Tanto no trabalho, quanto no que este mesmo pode oferecer a sua vida privada. Assim, o trabalho deve proporcionar uma alimentação saudável, moradia adequada, meios de transportes, saúde e educação eficientes, direitos básicos à condição humana.
A saúde do trabalhador se complica, quando o mesmo começa a exercer uma função que exija horários excessivos dentro da empresa gerando a fadiga e o desgasteprofissional. Sintomas que podem gerar danos psicológicos.
A moderna organização capitalista do processo de trabalho iniciou a era das doenças provocadas pela grande exigência de adaptação do homem ao trabalho, um reflexo do esforço que o trabalhador emprega para adaptar-se a esta situação anormal (SIVIERI, 1994).
Essas exigências afetam o ritmo físico, psíquico e psicológico do indivíduo gerando as doenças de trabalho, pois são cobrados excessivamente, sempre no intuito de superar a capacidade de adaptação profissional.
No entanto, pode-se constatar que a carga excessiva de trabalho, o nível de instabilidade no emprego e a competição exagerada no ambiente de trabalho, irá provocar um aumento de estresse no trabalhador.
Segundo DEJOURS (1987), pode-se entender estresse associado ao trabalho como um conjunto de perturbações psicológicas ou sofrimento psíquico, associado às experiências de trabalho, desencadeando o chamado estresse ocupacional.
6.2. A origem do conceito de estresse: 
As primeiras menções à palavra estresse significando aflição e adversidades datam do século XIV (Lazarus e Lazarus, 1994 apud Lipp, 1996). De acordo com Cooper, Cooper e Eaker (1988) e Arnold, Robertson e Cooper (1995), estresse é uma palavra derivada do latim stringere, que significa tração apertada, ou seja, “espremer”. 
A palavra estresse foi empregada popularmente no século XVII significando fadiga, cansaço. A partir dos séculos XVIII e XIX, o termo aparece relacionado com força, esforço e tensão. O conceito foi usado na área de saúde, pela primeira vez em 1926, por SELYE (1926), que notou que muitas pessoas sofriam de várias doenças físicas, e reclamavam de alguns sintomas em comum. Suas pesquisas foram decisivas para propor as primeiras explicações inerentes ao processo de estresse e, seus conceitos ainda hoje, representam apoio teórico para a maioria das pesquisas desenvolvidas nesta área (GUIMARÃES, 2000).
O estresse vem tornando-se um problema com dimensões cada vez maiores nas organizações incluindo o ramo da beleza. Horários cada vez mais exigentes, insegurança devido a falta de estabilidade; a sensação de falta de reconhecimento de esforços; entre outros, aumentam cada vez mais o estresse nos profissionais e por vezes, podem provocar impactos importantes na saúde do trabalhador, desgastando-o através de distúrbios psíquicos, orgânicos ou ambos, que afetam de forma relevante sua qualidade de vida.
Os problemas pessoais do trabalhador não podem simplesmente serem esquecidos ao chegar em seu trabalho. A história de vida das pessoas está junto a elas em todos os momentos de sua vida. Os conflitos, frustrações, desavenças conjugais, preocupação com os filhos, necessidades pessoais e a falta de equilíbrio entre o trabalho e a família, continuam com a pessoa.
SELYE (1926) utilizou o termo estresse, para denominar aquele “conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para a adaptação”. Segundo HOLMES & RAHE (1976), estresse ou estressores podem ser definidos como qualquer demanda interna ou social, que requer do indivíduo um ajuste de seu padrão de comportamento habitual. Cada pessoa possui uma quantidade especifica de energia adaptativa e esta energia é limitada. Durante um prolongado estresse a pessoa torna-se vulnerável ao aparecimento de doenças, pois pode ter ultrapassado a reserva de energia adaptativa que possuía, ocorrendo um desequilíbrio orgânico em resposta às influências, tanto internas quanto externas.
Ainda, segundo Arroba e James (1988, p.13), "todos nós temos um limite certo para suportar a pressão. Quando ela não está no nível favorável, o resultado é o estresse". Os autores destacam que o estresse ocorre nos dois extremos, ou seja, quando existe uma pressão muito grande e quando existe uma pequena pressão ou inexiste, levando assim o individuo a construir um quadro de ansiedade, medo, frustração, entre outros.
Embora a palavra estresse esteja atualmente carregada de certo negativismo, o fenômeno não é uma reação nova exclusiva dos tempos modernos, mas um mecanismo de defesa do ser humano, como uma forma de garantir a sobrevivência (MENDES e LEITE, 2004). Atualmente, sabe-se que o estresse não é bom, nem ruim. É um recurso importante para se enfrentar as diferentes situações da vida cotidiana.
É importante destacar, além do conceito de estresse, definido nesta pesquisa como um relacionamento particular entre a pessoa e o ambiente, que pode estar sendo avaliado pela pessoa como sobrecarregado ou excedendo seus recursos, o que implica em risco ao seu bem estar (LAZARUS e FOLKMAN, 1984), a definição de fatores estressores. 
Com esses conceitos, entende-se o estresse como algumas situações nas quais seu ambiente de trabalho torna-se ameaçador à suas necessidades de realização pessoal e profissional e/ou a sua saúde física ou mental, ocasionando danos na interação desta com o ambiente de trabalho e, à medida que há um aumentando das exigências, a pessoa não possui forças para enfrentá-las. 
6.3. Possíveis causas do estresse:
Episódios consideráveis na vida de uma pessoa, como por exemplo, um novo emprego, casamento, separação, morte, nascimento, doenças graves entre outros podem ser considerados fatores que causam estresse. Porém, quase sempre, o estresse é desencadeado devido ao acúmulo de fatores estressores, assim sendo, é de extrema importância descobrir quais são as causas do mesmo.
Segundo Santos (1995), um único estressor não pode levar o indivíduo ao estresse, mas sim a combinação e o acúmulo de vários agentes. Neste sentido, avaliar a incidência destes eventos pode ser uma forma de tomar conhecimento da frequência com que determinada pessoa desencadeia uma resposta de estresse (MARGIS et al., 2003).
Além dos episódios impactantes da vida, os eventos diários de menor impacto, como aguardar em filas, locais barulhentos, engarrafamentos, entre outros, também são causadores do estresse, a maneira de ser, agir, reagir, pensar e ainda alguns sentimentos como ciúme, raiva, inveja, frustração, medo, dúvida, mágoa, culpa, entre outros, podem contribuir para gerar situações de estresse, pois suas causas possuem efeito cumulativo.
Segundo Lipp (1984), o estresse pode ser originado de fontes externas e internas. As fontes internas estão relacionadas com a maneira de ser do indivíduo, tipo de personalidade e seu modo típico de reagir à vida. Muitas vezes, não é o acontecimento em si que possa ser estressante, mas a maneira como é interpretado pela pessoa. Ainda segundo Lipp (2003), “valores muito rígidos, culpas indevidas, percepções enviesadas por experiências passadas, competição, incertezas, pressa, perfeccionismo, mágoas antigas e expectativas exageradas para si e para os outros estão entre as causas mais comuns do estresse”. As externas independem do modo de funcionamento do individuo e podem estar relacionadas a uma mudança de emprego, acidentes ou qualquer outro evento que ocorra fora do corpo e da mente da pessoa (LIPP, 1996).
Percebe-se que existem muitos fatores como fortes exigências físicas ou mentais devido a conflitos no trabalho ou até mesmo a um problema pessoal e que podem causar o estresse. De acordo com Fiamoncini (2003) as várias causas do estresse são:
· Pressão para manter a produção, responsabilidade, conflitos e outras fontes de insatisfação no trabalho; 
· O estresse decorre de uma percepção individual da sua capacidade em atender a demanda do trabalho ou terminá-lo dentro de um prazo acordado; 
· Condições desfavoráveis, projeto inadequados de posto de trabalho, obrigando a manter uma postura inadequada; 
· Comportamentos dos chefes e supervisores que podem ser demasiadamente exigentes e críticos, além das questões do salário, carreira, horários de trabalho, horas extras e turnos; 
· Questões de dinheiro, e a forte pressão exercida p ela sociedade de consumo são elementos de frequentes preocupações.
6.4. Estresse ocupacional: 
COOPER (1993) define o estresse ocupacional como um problema de natureza perceptiva, resultanteda incapacidade em lidar com as fontes de pressão no trabalho, tendo como consequências, problema na saúde física, mental e na satisfação no trabalho, afetando não só o indivíduo como as organizações.
Esse estresse ocorre quando o trabalhador percebe a sua dificuldade para atender as demandas do trabalho, causando sofrimento, mal-estar e um sentimento de incapacidade para enfrentá-las. Assim, quando se tem um organismo sobre situação de “stress”, resultam-se distúrbios emocionais, mudanças de comportamento, distúrbios gastrintestinais, distúrbios de sono, sintomas psicopatológicos, com sofrimento psíquico e outros.
6.4.1. ESTRESSE OCUPACIONAL E SEUS FATORES DESENCADEADORES:
Na economia, o impacto negativo do fenômeno estresse tem sido estimado com base na suposição de que trabalhadores estressados diminuem seu desempenho e aumentam os custos das organizações com problemas de saúde, com o aumento do absenteísmo (falta ao trabalho), da rotatividade e do número de acidentes no local de trabalho (JEX, 1998).
Lazarus (1995) cita que o estresse ocupacional acontece quando o indivíduo percebe as demandas do trabalho como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui. Por exemplo, enquanto um programador de computador pode estar estressado pelo excesso de sistemas para serem entregues, outro pode não perceber este excesso de demanda como prejudicial naquele momento, mas sim como um fator motivacional.
As fontes de tensão e de estresse são mediadas pelas diferenças próprias a cada indivíduo, ou seja, em uma mesma situação de trabalho, elementos negativos e estressantes não atingem de forma homogênea todas as pessoas (MORAES, 1995).
O estresse ocupacional, segundo Couto (1987), interfere na qualidade de vida modificando a maneira como o indivíduo interage nas diversas áreas da sua vida. Devido ao excesso de atividades, a pressão por praz os e outros fatores geradores de estresse, estes indivíduos podem gerar na sua vida familiar ou social situações de desajuste, devido ao estresse que o mesmo está vivenciando. 
6.4.2. Fontes de estresse nas organizações:
Arroba e James (1988 p. 182) citam que as principais fontes de estresse nas organizações são “remuneração, perspectivas incertas de carreira, muito trabalho, reuniões terríveis, colegas difíceis e atmosfera de trabalho”.
Já Couto (1979) organizou uma lista de fatores existentes em uma organização que podem gerar o estresse:
· Chefia insegura: o indivíduo vulnerável que tem entusiasmo excessivo ou insegurança latente, ou ainda nível intelectual mais alto, vai encontrar-se diante de um agente estressor se ele percebe um chefe inseguro. 
· Responsabilidade mal delegada: delegar tarefas sem identificar se o empregado está preparado ou mesmo confundir delegação com transferência de responsabilidade. 
· Conflito entre chefias: é o caso de chefias cujos pensamentos não estão bem identificados e isso é percebido pelos funcionários. Os que são vulneráveis se sentirão inseguros; 
· Falta de correlação adequada entre capacidade, responsabilidade e salário: é um dos agentes estressores mais comuns n o trabalho e pode ser evitado ou diminuído por uma avaliação de desempenho adequada. 
· Falta de motivação no trabalho: é um agente estressor que acomete praticamente todos os trabalhadores. Geralmente, o trabalhador passa por uma sensação de inutilidade. 
· Trabalho monótono: no início deste tipo de trabalho, ocorre aumento de produtividade e melhoria da qualidade, pelo desenvolvimento no cérebro de um padrão de estimulação bem definido. Muitos se adaptam a ele, mas a maioria, com o tempo, passa a apresentar lentidão no desenvolvimento das operações, redução da sensibilidade da análise virtual e motora, com consequente perda da produtividade e precisão. 
· Trabalho com alta concentração mental: o que leva à fadiga é o trabalho no qual um erro pode causar danos físicos grandes ou comprometimento da segurança de outras pessoas. 
· Relações humanas inadequadas: o problema das relações humanas inadequadas como agente estressor existe em dois sentidos: vertical (por parte dos chefes) e horizontal (entre os colegas de trabalho). 
· Fatores ligados ao ambiente físico: o alto nível de ruído, a má-iluminação, o calor excessivo, a vibração, todos esses fatores podem atuar como estressores e desencadear o estresse e, consequentemente, a fadiga psíquica. 
6.4.3. Sinais e sintomas do estresse ocupacional:
As tensões nos locais de trabalho diminuem a eficiência das pessoas e, consequentemente, da produtividade, gerando pressa, conflitos interpessoais, desmotivação, agressividade, isolamento, enfim, um ambiente humano destrutivo, com presença de greves, atrasos constantes nos prazo de entrega, ociosidade, sabotagem, absenteísmo, alta rotatividade de funcionários, altas taxas de doenças, baixo nível de esforço, vínculos entre as pessoas empobrecidas e relacionamentos entre funcionários caracterizados por rivalidade, desconfiança, desrespeito e desqualificação (FRANÇA & RODRIGUES, 1999).
TAYLOR (1986) relacionou como os principais agentes estressores ocupacionais, a sobrecarga, tanto quantitativa como qualitativa, pressão, responsabilidades por pessoas, ambiguidade de papel, inabilidade para desenvolver relacionamentos satisfatórios, percepção inadequada do desenvolvimento da carreira.
Situações inadequadas de trabalho podem desencadear crises mentais agudas, neuróticas e psicóticas. As síndromes neuróticas incluem a fadiga crônica (a patológica, a industrial), sendo classificada pela Estatística Internacional de Doenças e problemas relacionados à Saúde (CID-10, 2000), no item F48 (neurastenia); a síndrome do esgotamento profissional e estafa “burnout”, a síndrome residual pós-traumática, os quadros neuróticos pós-traumáticos e as síndromes depressivas e paranoides (TAYLOR, 1986).
6.4.4. Algumas doenças provocadas pelo estresse ocupacional:
Quando o episódio estressante é muito longo, as consequências sobre o organismo podem ser mais intensas, levando ao desgaste progressivo e esgotamento, o que evidentemente compromete o desempenho da pessoa.
Este aspecto foi descrito por SELYE (1936), demonstrando que os distúrbios da relação do homem, com seu ambiente de trabalho, envolvendo aspecto físico e psicossocial, que segundo FRANÇA & RODRIGUES (1999), podem gerar emoções desprazerosas e propiciar reações de vários tipos, inclusive doenças.
Nesse sentido, pode-se entender como as principais síndromes e doenças associadas e/ ou provocadas pelo estresse ocupacional as somatizações, fadiga, distúrbios do sono, depressão, entre outros.
· SÍNDROME DA FADIGA
Segundo, FRANÇA & RODRIGUES (1999), cerca de 50% da população queixa-se de fadiga e 2,6% da população apresenta a síndrome da fadiga crônica. Apresenta-se como um problema de saúde dos mais difíceis de ser tratados, pois são inúmeras condições que podem desencadear esse estado. 
· DISTÚRBIOS DO SONO 
É
apresentado por SOUZA (2002), como um dos sintomas mais comum que a pessoa pode apresentar quando passa por uma situação que exija dela esforço, embora este não seja o único fator etiológico deste problema. 
· DEPRESSÃO
Momentos de tristeza são reações comuns a qualquer pessoa e podem emergir em situações cotidianas, que são desencadeadas por situações de perda, luto, e decepções importantes. São limitadas, no tempo e na intensidade e não devem ser confundidos com quadro clínico de depressão. Segundo FRANÇA & RODRIGUES, (1999), necessitam de tratamento médico especializado e psicólogo, por muitas vezes afetar o afetar o humor, com graus variáveis de tristeza e até de melancolia, afetar a disposição e o estado de ânimo, a qualidade e as perspectivas de vida, o comportamento e até o funcionamento do corpo.
Este estado, geralmente, compromete a atividade profissional e o indivíduo não consegue desenvolver as suas funções adequadamente e, por vezes, nem conseguem trabalhar, pois tem dificuldade de concentração e cansaço excessivo.
6.5. A IMPORTÂNCIA DA PERCEPÇÃO DO INDIVÍDUO NA ORIGEM DO ESTRESSE:
Independentemente da fonteque origina o estresse no indivíduo, é a forma como este a percepciona que está verdadeiramente na origem do estresse. Ou seja, o que é fonte de estresse para um indivíduo poderá não ser para outro.
Esta percepção do indivíduo é influenciada por vários fatores, entre os quais a sua personalidade, as suas experiências de vida ao lidar com situações iguais ou semelhantes, a sua capacidade para resolver a situação. A influência destes fatores definirá se uma determinada fonte é sentida como desafiante ou estressante. Com esta percepção, será mais fácil de o indivíduo ter uma noção de como lidar com a situação.
6.6. PESQUISAS SOBRE ESTRESSE OCUPACIONAL NA ÁREA DA BELEZA:
O número de pesquisas sobre o estresse ocupacional em profissionais da área da beleza ainda é bastante precário, por não ter como evidência o fator estressor principal, identificado em pesquisas do referente trabalho, que o principal fator gerador de estresse é a sobrecarga de trabalho. Segundo Glowinkowski e Cooper (1987), estressores intrínsecos ao trabalho referem-se a aspectos como repetição de tarefas, pressões de tempo e sobrecarga.
Ainda, alguns pontos são relevantes dentro do contexto do estresse nos profissionais da beleza, a profissional do sexo feminino é mais estressado do que o profissional do sexo masculino devido à sobreposição de papéis (casa, filhos, marido e trabalho). As mulheres possuem maior número de horas de trabalho doméstico, quando comparadas aos profissionais do gênero masculino (Kandolin, 1997; Lundberg, Mardberg, Frankenhauser, 1994). 
Estas questões mostram a importância do estudo do estresse e das medidas de controle para a melhoria da qualidade de vida do profissional da beleza. Espera-se que a partir dessa pesquisa, os profissionais deste ramo, tenham acesso a essas informações sobre o estresse e suas medidas de controle assim tendo condições de compreender os motivos e causas do mesmo para buscar em si e em sua vivência, maneiras para diminuir os efeitos nocivos do mesmo.
Segundo Traviños (1995) e Selltiz, Wrightsman e Cook (1987) apud Junior (2005), um survey tem o objetivo de estudar a distribuição de uma variável, fazendo referência aos processos de vida tal como ocorrem.
Os dados foram analisados para confirmar os fatores estressores. Com relação às características pessoais observou-se que a maioria dos participantes era do sexo feminino, o estado civil predominante foi dos casados. Com relação à idade, a maioria tinha entre 20 e 55 anos. Sobre o tempo que trabalham na área da beleza, a maioria dos profissionais trabalham entre 5 e 20 anos.
Em relação à atividade principal que exerce dentro da área a maioria atua como chefia ou autônomos. Sobre o tipo de vinculo que possuíam com a organização, a minoria possuía vinculo empregatício. Sobre o tamanho da organização que trabalhavam ou prestavam serviço, a maioria dos profissionais trabalhavam em uma organização de pequeno ou médio porte. 
O mercado brasileiro de beleza está em terceiro lugar no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e o Japão. A profissão de cabeleireiro normalmente nascia na informalidade, por influência de alguém da família que atuava na área.
Há pelo menos cinco anos, um número expressivo de pessoas sem opção de trabalho resolveu entrar nesse mercado devido ao retorno rápido e à fácil capacitação. A explicação foi dada por Carlos Oristânio, coordenador do curso de estética e cosmética da Universidade Cruzeiro do Sul, primeira instituição no estado de São Paulo a ter um curso de graduação voltado para a área.
6.10. ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO:
De acordo com Kessler, Prince e Wortman (1985), grande parte dos indivíduos que são expostos a estressores não desenvolvem problemas de ordem psicológico, tendo em vista que os efeitos do estresse pode ser minimizado com a utilização de processos psicológicos que atenuam a sensação da severidade do estresse (LUTGENDORF e COSTANZO, 2003).
Uma importante estratégia de enfrentamento diz respeito a pratica de atividades físicas. A atividade física regular é reconhecida como um dos principais elementos para a melhora fisiológica do organismo. Segundo Pires (2004), além dos benefícios fisiológicos adquiridos com a prática da atividade física, os adeptos dessa prática também obtêm benefícios psicológicos e sociais.
No campo do suporte social, as fortes relações como acontece dentro das famílias e entre amigos são de fundamental relevância para a manutenção da saúde e têm um papel importante na redução do estresse (SWICKERT et al., 2002; BALBIN, IRONSON e SOLOMON, 1999; LUTGENDORF e CONSTANZO, 2003).
Segundo Dejours (1994) existem seis estratégias defensivas utilizadas pelo indivíduo, quando o mesmo está em sofrimento no ambiente de trabalho:
1ª) Desvencilhar-se das responsabilidades e não tomar novas iniciativas;
2ª) Assumir atitude de isolamento máximo, de silêncio frente ao superior hierárquico e, em alguns casos, frente aos colegas;
3ª) Adotar postura de desconfiança sistemática, com sentimento de perseguição e hostilidade dos outros para consigo;
4ª) Passar diretamente ao nível superior, ao invés de dirigir-se a seu superior imediato;
5ª) Enfrentar o sofrimento em silêncio; e
6ª) Recusar-se a cumprimentar os colegas, como forma de evitar o sofrimento.
Dessa forma, o indivíduo procura ocultar o sofrimento, evitar o conflito e as ocasiões em que o conflito possa acontecer.
O confronto são estratégias ofensivas e em certas circunstâncias agressivas para o enfrentamento da situação, isto é, são estratégias nas quais a pessoa apresenta uma atitude ativa em relação ao estressor. Diferentemente das estratégias de confronto, o afastamento corresponde a estratégias defensivas, onde o individuo evita confrontar-se com a ameaça, não modificando a situação. O autocontrole diz respeito aos esforços da pessoa em buscar o controle das emoções frente aos estímulos estressantes. Ter autocontrole denota, também, não fazer nada apressadamente ou seguir um primeiro impulso.
O suporte social é uma estratégia de enfrentamento que está relacionada ao apoio encontrado nas pessoas e no ambiente, sendo este um fator psicossocial positivo, que pode ajudar o profissional a lidar com o efeito indesejado do estresse. Ao utilizar a estratégia de aceitação de responsabilidade, o profissional aceita a realidade e engaja-se no processo de lidar com a situação estressante.
O comportamento de fuga e esquiva consiste em fantasiar sobre possíveis soluções para o problema sem, no entanto, tomar atitudes para de fato modificá-las. Podemos descrevê-la como os esforços para escapar e/ou evitar o fator estressante.
A estratégia de resolução de problemas pressupõe o planejamento adequado para lidar com os estressores. Ao invés de anular ou afastar a situação estressante de seu cotidiano, o profissional de beleza opta por resolver seu problema, modificar suas atitudes, sendo capaz de lidar com as pressões das pessoas e do ambiente ao seu redor, diminuindo ou eliminando a fonte geradora de estresse. A reavaliação positiva é uma estratégia de enfrentamento dirigida para o controle das emoções que estão relacionadas à tristeza como forma de reinterpretação, crescimento e mudança pessoal a partir da situação conflitante. Ainda segundo os autores, a reavaliação positiva são tentativas cognitivas de analisar e reavaliar um problema de forma positiva, aceitando a realidade da situação. 
6.10.1. O FATOR ESTRESSOR UTILIZADO FAVORÁVELMENTE
A vida é um processo dinâmico, e todos nós, numa altura da nossa vida passamos pela sensação de sermos impotentes ou de estarmos sem forças, necessitando sempre novas formas de adaptação e de agir, onde o campo de trabalho ocupa uma boa parte do nosso tempo, exigindo sempre atualizações e investimentos, para que possa suprir as exigências e necessidades do ser humano preservando o bem-estar e a saúde. Com isso, deparamos com o estresse em nossas vidas.
Compreendendo o que é o estresse, quais seus sintomas e quais suas fases, podemos utilizar favoravelmente o fator estressor, pois é quaseimpossível evitá-lo em nossas vidas, mas podemos mudar as atitudes perante os problemas para enfrentá-los de maneira mais adequada e inteligente.
O estresse ocupacional pode surgir de fontes internas (relacionadas apenas com o indivíduo, enquanto pessoa) ou de fontes externas (condições a que o indivíduo está sujeito), também pode ser provocado pela existência de conflitos ou ainda de estilos de gestão de conflitos pouco eficientes ou podem estar relacionadas com as mudanças sociais, econômicas, tecnológicas, contato e relacionamento interpessoal e as características inerentes ao próprio indivíduo.
As tensões nos locais de trabalho diminuem a eficiência das pessoas e, consequentemente, da produtividade, gerando um ambiente humano destrutivo, com presença de greves problemas.
O presente trabalho revelou que os profissionais da área da beleza, apresentavam um nível moderado de estresse. Isso responde um dos objetivos do estudo, ou seja, verificar se o nível de estresse dos profissionais pesquisados pode ser considerado alto.
O segundo objetivo era a identificação dos principais estressores, esse resultado foi que, a fonte de estresse mais frequente entre os profissionais avaliados foi relativa ao excesso de trabalho, o que confirma que os profissionais desta área estão sobrecarregados. Neste ponto podemos sugerir uma melhor divisão de horários, com intervalos e ginástica laboral entre um cliente e outro, além de verificar a necessidade de contratação de mão-de-obra e capacitação continua para todos os profissionais da beleza.
Outro objetivo deste trabalho era verificar as estratégias de enfrentamento cujo resultado foi que, profissionais que utilizaram como estratégia de enfrentamento o confronto e a fuga são os que apresentaram o maior nível de estresse o que se pode supor que não são eficazes como elementos reguladores do estresse.
No que se relaciona ao objetivo de se verificar a influencia do sexo, estado civil, faixa etária, tempo de serviço, atividade, tipo de organização, tipo de vinculo e tamanho da organização sobre o estresse e as estratégias de enfrentamento. O resultado foi que, em relação ao sexo, as profissionais do sexo feminino são mais estressadas do que os profissionais do sexo masculino devido a dupla jornada de trabalho (trabalho e casa.
Os profissionais autônomos, ou seja, sem vinculo empregatício, apresentaram um nível de estresse superior aos profissionais com carteira assinada o que pode ser um indicativo importante da necessidade do aumento da formalização deste tipo de mão-de-obra.
Os profissionais da beleza menos experientes, ou seja, que possuem entre 1 e 5 anos apresentaram o estresse em nível mais elevado e aqueles com 6 e 10 anos de experiência foram os que mais utilizaram estratégias de confronto e afastamento como estratégias de enfrentamento. Sugere-se uma atenção especial para treinamentos na administração de estresse e qualidade de vida desses profissionais.
Os jovens profissionais, com até 35 anos de idade, são os que mais utilizaram estratégias de afastamento, que se caracteriza como fuga diante de problema. Estes profissionais precisam entender que esta não é a melhor maneira de se lidar com um problema e sim encarar o problema e tentar resolve-lo da melhor forma possível.
No cotidiano o estresse provoca uma série de problemas que interferem em nossa saúde. Sendo este problema aplicável à realidade, é necessário identificá-lo e avaliá-lo, a fim de intervir na saúde dos trabalhadores, criar e implementar estratégias preventivas e corretivas adequadas, para eliminar ou controlar estes fenômenos que afetam cada vez mais a nossa sociedade.
6.11. PREVENÇÃO, CONTROLE E TRATAMENTO PARA O TRABALHO DO TST:
O stress profissional é determinado por um número vasto de fatores. Por isso, existe para cada nível – indivíduo, grupo, organização - um conjunto de soluções diversas que ajudam a enfrentar as distintas fontes de pressão, mobilizando também os recursos necessários à sua atenuação e controle, com isso torna-se indispensável a participação do TST nas diversas soluções atenuando o desgaste individual e da organização.
Na esfera individual:
Não existe um método exato para enfrentar o stress na organização, tudo depende da pessoa, da situação e do contexto em que ocorre. Eis algumas sugestões que o TST pode vir a abordar juntamente com seus colaboradores:
· Admitir os erros e fracassos e aprender com eles; 
· Aprender a dizer assertivamente NÃO, quando nos exigem demasiado; 
· Criar ligações intimas (construir uma vida familiar feliz e um circulo de amigos é uma boa forma de evitar o stress); 
· Diversificar as atividades, criando hobbies e outras atividades de interesse, para além do contexto do trabalho. 
· Encarar os problemas discutindo-os em vez de fugir deles; 
· Evitar levar trabalho para casa; 
· Pedir ajuda se necessário: ninguém é um super-herói; 
· Praticar exercício físico; 
· Praticar uma alimentação equilibrada; 
· Rir, tentando encarar as situações indutoras de stress com humor, que é segundo o ditado popular o melhor remédio; 
Na esfera organizacional:
No que se refere ao bem estar de uma organização, há que ter em conta que um diagnóstico de stress efetuado num grupo de profissionais pode ajudar a detectar sintomas, descobrindo-se assim as causas, de maneira a que se possam desenvolver, ações eficazes para o não desenvolvimento da doença ocupacional ou de um acidente de trabalho, O TST pode vir a elaborar estratégias que venham colaborar com a solução para a complexidade deste problema, que é hoje em dia o stress profissional. Assim o TST deve promover:
· A aplicação de questionários: recolhendo dados dos trabalhadores que possam, ou não, induzir às fontes de stress (para que a informação daqui recolhida seja válida, os dados deverão ser sujeitos a um correto tratamento).
· A discussão informal com os trabalhadores: incentivando a comunicação na empresa e através do diálogo detectar as fontes de stress; 
· A realização de entrevistas, questionando os indivíduos acerca do seu trabalho; 
· Grupos formais de discussão: através de técnicas como o brainstorming (lança-se o stress como tema de discussão e tenta obterem-se informações mais detalhadas sobre esse fenómeno na empresa); 
· O controle através de indicadores como: absentismo, atrasos, acidentes de trabalho,... Podendo à posteriori fazer-se uma estimativa das consequências do stress; 
· O controlo através de exames médicos; 
O TST deve introduzir técnicas de intervenção no âmbito organizacional para gestão do estresse profissional:
· Alterações nas condições, nos instrumentos, utensílios e tecnologia de trabalho. 
· Compromisso da gestão na efetiva redução do estresse profissional 
· Criação de segurança no trabalho e de esquemas de desenvolvimento da carreira 
· Diminuição da pressão no trabalho
· Elevação do nível de competências 
· Melhorar organização de carreira e formação 
· Melhorar os processos de comunicação 
· Organização de turnos de trabalho 
· Participar no processo de tomada de decisões 
· Produção de mudanças na autonomia e controle dos profissionais 
· Recorrer a: apoio social, medicina do trabalho, apoio e aconselhamento individual. 
· Reforço do apoio social 
7. CONCLUSÃO:
Referindo-se ao objetivo geral deste trabalho, ou seja, de investigar os profissionais da área da beleza analisando como estes profissionais reconhecem e lidam com o estresse e as doenças relacionadas à ele, o nível de estresse e as estratégias de enfrentamento, estes dados obtidos não revelaram um quadro extremamente preocupante sobre o estresse nos profissionais desta área, porém devido a sua sobrecarga de trabalho, torna-se fundamental atenção para treinamentos da administração do estresse e programas de qualidade de vida e uma maior atenção dos intervalos e ginásticas laborais que devem ser elementos minimizadores da pressão.
Espera-se que este trabalho possa ser utilizado por profissionais da área da beleza e organizações que trabalham com estes profissionais, como uma oportunidadede reflexão no sentido de melhoria da qualidade de vida dentro dos salões de beleza.
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9. ANEXO 1:
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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