BEETHOVEN 250 ANOS DE HISTORIA

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AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BEETHOVEN 250 ANOS DE 
HISTÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1Profª Florinda Cerdeira Pimentel 
 
1 Flautista e Educadora Musical, formada em Licenciatura em Música pela Escola de Música e Belas Artes 
do Paraná e Especialização em Educação Musical pela mesma instituição (UNESPAR – EMBAP); Atuou como 
flautista na Orquestra Sinfônica de Limera – SP e também atuou como flautista na Orquestra Filarmônica 
da Universidade Federal do Paraná e a Orquestra Pró-Música Sacra de Curitiba. Atuou como professora no 
projeto Guri em São Paulo, tem uma vasta experiência no âmbito de ensino da música. Atualmente é 
professora no curso de Licenciatura em Música no Centro Universitário Internacional UNINTER. 
 
 
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BEETHOVEN 250 ANOS DE HISTÓRIA – REFLEXOS DA SUA OBRA NA 
ATUALIDADE 
 
Biografia 
Ludwig Van Beethoven nasceu em Bonn, reino da Prússia, atual Alemanha em 
dezembro de 1770. Comemora-se seu aniversário no dia 16 de dezembro, pois 
foi o dia de seu batizado, porém não se sabe exatamente o dia em que nasceu. 
Filho de Johann e Maria van Beethoven, teve sete irmãos e um meio irmão por 
parte de mãe que ficou viúva antes de se casar com Johann. 
 Iniciou seus estudos de música em casa com o pai que era tenor na capela 
da corte e praticava piano e violino. Desde cedo demonstrou grande habilidade 
musical, porém seu pai severo o obrigava a praticar por muitas horas, inclusive o 
acordava pela madrugada para força-lo a estudar, com a intensão de torna-lo um 
“novo Mozart”. Com oito anos de idade os estudos de Beethoven foi confiado ao 
mais importante mestre de cravo da colônia, Chrintian Neefe, que não aceitava os 
improvisos do garoto, pois possuía um método de ensino musical bastante 
sistemático. 
 Apenar de nunca ter um estudo musical muito aprofundado, Beethoven aos 
dez anos de idade já dominava toda obra de Johann Sebastian Bach e com onze 
anos já escrevia composições e era considerado o novo Mozart da sua geração. 
Em 1787, Beethoven vai para Viena para estudar, mas retorna logo devido ao 
falecimento de sua mãe. Em 1789 se inscreve então na Universidade de Bonn 
para cursar letras e lá tem contato com pensadores iluministas que o fazem 
despertar para os seus ideais revolucionários. 
 Aos vinte e um anos retorna a Viena definitivamente e lá passa a ser aluno 
de Haydn. Alguns autores afirmam que neste período o jovem Beethoven chegou 
a conhecer Mozart um pouco antes de sua morte e que o próprio Mozart disse: 
“Fiquem de olho nele; um dia ele vai dar o que falar ao mundo”. (MORRIS, p.45) 
Entre os anos de 1800 a 1812 o compositor produz as suas seis primeiras 
sinfonias, e muitas outras obras importantes como a ópera Fidélio, Quartetos de 
 
 
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cordas, Sonatas para piano como a Appassionata, Sonata ao Luar e muitas 
outras. Em 1812 Beethoven trabalhou em suas 7ª e 8º sinfonias e então não 
escreveu mais sinfonias por quase uma década até que escreveu a sua maior e 
mais importante obra que teve sua estreia em Viena em 7 de maio de 1824. 
O compositor tinha o hábito de se inspirar na natureza, existem muitas obras que 
retratam o compositor no meio da floresta e uma de suas Sinfonias a 6º chamada 
“Pastoral” em Fá Maior demonstra claramente a paisagem sonora campestre que 
ele representava em sua música: 
Allegroma non troppo (em forma-sonata) - "Despertar de sentimentos alegres 
diante da chegada ao campo" 
Andante moltomosso - "Cena à beira de um regato" 
Allegro - "Dança campestre" 
Allegro - "A tempestade" 
Allegretto - Hino de ação de graças dos pastores, após a tempestade. 
 
A legendária Sinfonia Nº 5 – A Sinfonia do Destino 
Ta-ta-ta-taaaa. O motivo com quatro notas sem melodia era inovador, ultrajante 
para a época! Ela foi composta entre 1804 e 1808 e hoje, é a marca registrada de 
Beethoven, e a "Sinfonia do Destino" é uma das obras eruditas mais conhecidas 
na música ocidental. No entanto, na sua estreia, em 1808, a "Sinfonia nº 5 em Dó 
menor Opus 67" não foi bem recebida: os sons incomuns deixaram o público 
perplexo. Além disso a orquestra não estava bem preparada e a apresentação 
deixou a desejar. 
É a primeira sinfonia a traçar, de maneira sistemática, o progresso do modo 
menor (Dó menor) para a maior. tudo que se desenrola no desenvolvimento da 
Quinta de Beethoven passa por toda uma série de fases: de um tremendo impulso 
para a frente que varre tudo em seu caminho, até momentos de indecisão e 
desespero, levando ao último movimento com seu brilho glorioso de triunfo. 
 
A Sinfonia nº 5 é composta pelos seguintes movimentos: 
Allegro con brio: Forma Sonata (A-B-A) Narrativa “O destino bate à porta. 
Acontece o diálogo entre dois temas: um heroico e glorioso e outro suavemente 
 
 
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lírico. Beethoven brinca com os temas propondo um duelo. Durante a sonata 
ocorrem mudanças de tonalidade, intensidade até que finalmente o tema principal, 
o inevitável Destino vence a batalha. 
Andante con moto: é um movimento mais lento e intimista, no caso da 5ª é um 
pouco mais triste, retratando uma cena pós batalha. 
Scherzo – Allegro: É a esperança diante da tristeza. Geralmente neste 
movimento as sinfonias vêm em forma de dança. 
Allegro: Também é uma dança, mas ainda mais rápida. Na Quinta Sinfonia, é a 
parte mais emotiva da composição e tem um tom triunfal. 
A surdez 
Em 1798 surgem os primeiros sintomas de congestão dos centros auditivos 
internos. Consultou vários médicos, inclusive o médico da corte de Viena. Fez 
curativos, usou cornetas acústicas, realizou balneoterapia, mudou de ares, mas 
os seus ouvidos permaneciam arrolhados. Desesperado, entrou em profunda 
crise depressiva e pensou em suicidar-se. Aos 46 anos Beethoven estava 
completamente surdo. Últimas pesquisas apontam que a provável causa da 
surdez e da morte do compositor foi envenenamento por altos níveis de chumbo. 
 
A obra de Beethoven 
Ludwig van Beethoven compôs ao todo: 
• Nove sinfonias, dentre elas a Nona, sua última sinfonia, a que mais se 
consagrou no mundo inteiro 
• Cinco concertos para piano 
• Concerto para violino 
• "Concerto Tríplice" para piano, violino, violoncelo e orquestra 
• 32 sonatas para piano 
• 16 quartetos de cordas´ 
• 1 septeto de cordas para piano 
• Dez sonatas para violino e piano 
• Cinco sonatas para violoncelo e piano 
• Doze trios para piano, violino e violoncelo 
• "Bagatelas" (Klenigkeiten) para piano, entre as quais a famosíssima 
Bagatela para piano "Für Elise" ("Para Elisa") 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Viena
https://pt.wikipedia.org/wiki/Suic%C3%ADdio
 
 
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• Missa em Dó Maior 
• Missa em Ré Maior ("Missa Solene") 
• Oratório "ChristusamÖlberge", op. 85 ("Cristo no Monte das Oliveiras") 
• "Fantasia Coral", op. 80 para coro, piano e orquestra 
• Aberturas: “Leonora”, “Egmont”, “Coriolano”, “As ruínas de Atenas” 
• O balé “As criaturas de Prometeu” 
• Ópera “Fidelio” 
• Lieders e arranjos de cantos escoceses, galeses e irlandeses. 
Por volta de 1815 Beethoven enfrenta muitas adversidades na vida pessoal, 
pede a mão de Theresa Malfatti em casamento e é recusado, ele conhece outras 
moças que também não aceitam se casar com ele. Inicia-se o processo de tutela 
de seu sobrinho Karl que em 1826 tenta suicídio, sua saúde se agrava com 
afecções reumáticas, pulmonares, oculares, além de grande piora na surdez, 
levando o compositor ao isolamento e a um forte quadro de depressão. 
Em 26 de março de 1827 Beethoven morre, provavelmente de cirrose 
hepática, porém, até hoje a causa certa de sua morte é um mistério. Recentes 
pesquisas mostram pelas amostras de cabelo um percentual muito alto de 
chumbo. Seu funeral foi grandioso e acompanhado por cerca de 20 mil pessoas. 
Seu túmulo é um monumento que está no cemitério central em Viena, junto de 
outros grandes compositores como Schubert e Mozart. Os compositores Czerny 
e Schubert estavam presentes entre osque levavam os círios fúnebres. 
 
Seu legado e os reflexos na música e na profissão do músico na atualidade 
 
Beethoven é considerado hoje um dos pilares da música clássica. Sua obra 
marcou a transição entre os períodos Clássico ao Romântico. (início século XIX) 
O Príncipe Lichnowsky, príncipe da Prússia e amigo de Beethoven, certa vez 
hospedado em seu palácio se recusou a tocar para um grupo de pessoas que 
bebia, riam e conversavam. Beethoven foi advertido e acabou rompendo a 
amizade com o príncipe. Episódios assim ocorreram diversas vezes. Por 
consequência disso, as pessoas aprenderam a ficar em silêncio e prestar atenção 
enquanto a orquestra de Beethoven tocava. Hoje temos este formato de plateia 
que aprecia um espetáculo e aplaude em momentos estratégicos. 
 
 
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Em Viena Beethoven já era um músico autônomo e é considerado o 
primeiro na história, pois até então o músico era um serviçal da corte assim como 
copeiros e cozinheiros. Conta-se, inclusive que Beethoven aos 21 anos era 
disputado para ser hospedado por príncipes em Viena, diferente de Mozart que 
poucos anos antes comia com os camareiros. 
Sua maior e mais importante obra foi a Sinfonia nº 9 em Ré menor, opus 
125, onde pela primeira vez que alguém introduziu um grande coro dentro de uma 
sinfonia. Esta composição assombrou a humanidade com o grande coro cantando 
o texto a Ode à Alegria de Schiller, que ele conhecia desde 1792. 
Beethoven permaneceu em pé, de costas para o salão, absorvido na 
partitura diante dele. Um dos solistas, a soprano adolescente Caroline 
Unger, o pegou gentilmente pela manga do casaco e fez com que se 
voltasse para a plateia para que pudesse ver o tumulto.(MORRIS, 2007, 
p. 251). 
A confusão foi tamanha que a polícia precisou intervir pedindo calma a 
plateia, pois o público interrompeu a sinfonia quatro vezes com suas ovações. 
(MORRIS, 2007, p. 251) 
 
REFERÊNCIAS 
 
CANDÉ, Roland de. História Universal da Música. Vol. 2 Tradução Eduardo 
Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
MORRIS, Edmund. Beethoven: O Compositor Universal. Coleção Breves 
Biografias. Tradução Marisa Motta. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.