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História da Música_ Classicismo ao Contemporâneo

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Indaial – 2019
História da Música: 
classicisMo ao 
conteMporâneo
Prof. Luiz Roberto Lenzi
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. Luiz Roberto Lenzi
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
L575h
 Lenzi, Luiz Roberto
 História da música: classicismo ao contemporâneo. / Luiz Roberto Lenzi. 
– Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 224 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0357-7
1. História da música. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 780
III
apresentação
Prezado acadêmico!
Você tem em mãos o Livro Didático da História da Música: Classicismo 
ao Contemporâneo, e assim terá acesso a um conteúdo que lhe fornecerá 
dados históricos e também tendências artísticas que influenciaram o mundo 
ocidental. Grandes eventos e revoluções, assim como figuras importantes 
marcaram seu lugar na história e mudaram a maneira de ser das pessoas, 
delineando o caminho da vida social, econômica e cultural no mundo que 
conhecemos. Obviamente a música está inserida neste contexto e será o nosso 
personagem principal.
Nosso ponto de partida nesta viagem histórica situa-se em 1750, com 
o estabelecimento de uma nova estética artística alicerçada pelos costumes 
sociais na Europa. O classicismo musical europeu tem seu marco inicial nesta 
época e, contudo, configura-se como um curto período, repleto de mudanças 
estéticas no qual os compositores procuraram expor as novas tendências. No 
entanto, apesar de tamanha produção em termos de composição musical 
na segunda metade do século XVIII em toda a Europa, os proeminentes 
nesta área são, sem sombra de dúvida, os compositores austríacos Joseph 
Haydn e Wolfgang Amadeus Mozart e o alemão Ludwig van Beethoven, que 
caracterizaram o estilo clássico da música.
Nossa viagem continua e na Unidade 2 você mergulhará no 
romantismo musical, do início do século XIX. Após as guerras napoleônicas, 
as sociedades começaram a se reorganizar politicamente e as tempestuosas 
revoltas populares em toda a Europa fizeram eclodir um sentimento 
nacionalista, de amor à pátria, da valorização do indivíduo, em que a 
imaginação e a fantasia teriam lugar de destaque nas belas artes. Uma das 
figuras centrais da literatura alemã e que influenciou compositores também de 
outros países, deu-se na pessoa de Johann Wolfgang von Goethe, sobretudo 
na obra Fausto, um dos marcos do pensamento romântico do século XIX. 
Da mesma forma, as lendas nacionais e os heróis de cada nação foram uma 
riquíssima fonte de inspiração para os compositores, e países como a Rússia, 
a Noruega, a Polônia e tantos outros, tiveram sua identidade impressa na 
música e apreciada amplamente.
O século XX é tema da Unidade 3 e você constatará que se trata de uma 
época repleta das mais intensas mudanças em termos de concepção estética da 
arte. Na transição do século XIX para o século XX, o compositor Gustav Mahler 
mostrou-se como o cerne artístico que ampliou a orquestra aos limites jamais 
vistos e abriu as portas para a atonalidade. Caro acadêmico, as concepções 
estéticas da arte neste período farão você questionar-se sobre os limites 
artísticos, ou melhor, sobre o que é música e todas as suas possibilidades. 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
Em um século de tantas inovações tecnológicas, a música deveria seguir 
igualmente com suas inovações e, neste quesito, encontraremos a música 
serial, a música atonal e a enigmática música dodecafônica, além de várias 
experiências eletrônicas. Ao que parece, no século XX, tudo foi inventado 
e não sobrou mais nada aos compositores da atualidade que não seja uma 
releitura de tendências passadas.
No entanto, estamos apenas no primeiro quarto do século XXI. 
Alguma coisa já apareceu neste século em termos de música, mas nada que 
surpreenda os nossos ouvidos. Por outro lado, uma sinfonia clássica requer 
muito refinamento artístico musical para ser interpretada e da mesma forma 
a música romântica, que exige a herança clássica, requer uma compreensão 
da imaginação. Só assim entenderemos o que é a música moderna do século 
XX e essa bagagem cultural pode ajudar-nos a entender um pouco mais da 
música que nos cerca nos dias de hoje e tudo o que ainda vamos vivenciar.
Desejo a você uma boa leitura!
O autor.
NOTA
V
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VI
VII
UNIDADE 1 – CLASSICISMO (1750-1810) ........................................................................................ 1
TÓPICO 1 – UMA NOVA LINGUAGEM MUSICAL ...................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 O SURGIMENTO DE UM NOVO ESTILO .................................................................................... 4
2.1 A FORMAÇÃO DE UM NOVO PÚBLICO E SUA INFLUÊNCIA NA MÚSICA .................. 9
2.2 O CLASSICISMO VIENENSE ........................................................................................................ 15
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 21
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 23
TÓPICO 2 – PERSONAGENS DO CLASSICISMO: OS COMPOSITORES ............................... 25
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 25
2 A PRIMEIRA ESCOLA DE VIENA ................................................................................................... 25
2.1 FRANZ JOSEPH HAYDN (1732-1809) .......................................................................................... 26
2.2 WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756-1791) ....................................................................... 34
2.3 LUDWIGVAN BEETHOVEN (1770-1827)................................................................................... 41
3 OUTROS REPRESENTANTES DO CLASSICISMO MUSICAL ................................................ 44
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 46
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 48
TÓPICO 3 – A PRODUÇÃO MUSICAL NO PERÍODO CLÁSSICO ........................................... 51
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 51
2 GÊNEROS E FORMAS MUSICAIS .................................................................................................. 51
2.1 GÊNEROS E FORMAS BARROCAS ............................................................................................. 54
2.2 FORMA SONATA ............................................................................................................................ 56
2.3 O QUARTETO DE CORDAS ......................................................................................................... 58
2.4 A SINFONIA..................................................................................................................................... 58
2.5 A ÓPERA ........................................................................................................................................... 60
2.6 O CONCERTO ................................................................................................................................. 61
3 ALÉM DOS GÊNEROS E FORMAS CLÁSSICAS ......................................................................... 62
3.1 MÚSICA PARA PIANO .................................................................................................................. 62
3.2 A ESCOLA DE MANNHEIM ....................................................................................................... 63
3.3 A ORQUESTRA CLÁSSICA ........................................................................................................... 63
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 66
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 68
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 70
UNIDADE 2 – ROMANTISMO (1810-1900) ....................................................................................... 73
TÓPICO 1 – A ESTÉTICA ROMÂNTICA .......................................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
2 O CONTEXTO DA MÚSICA NO INÍCIO DO SÉCULO XIX ..................................................... 75
2.1 EFEITOS DA REVOLUÇÃO FRANCESA E INVASÕES NAPOLEÔNICAS ......................... 77
2.2 CARACTERÍSTICAS DA MÚSICA ROMÂNTICA .................................................................... 78
suMário
VIII
2.3 O PARADOXO ROMÂNTICO, A AUSÊNCIA DA MELODIA ................................................ 82
2.4 BEETHOVEN: TRANSIÇÃO PARA O ROMANTISMO ........................................................... 85
2.5 FRANZ SCHUBERT: O DESENVOLVIMENTO DO LIED ALEMÃO ..................................... 90
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 95
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 97
TÓPICO 2 – UMA NOVA GERAÇÃO DE COMPOSITORES ....................................................... 99
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 99
2 COMPOSITORES DA VIRADA PARA O SÉCULO XIX ...........................................................100
3 O DESENVOLVIMENTO DA ORQUESTRA ...............................................................................103
3.1 O REGENTE ROMÂNTICO .........................................................................................................104
3.2 A MÚSICA PARA PIANO ............................................................................................................105
4 A NOVA GERAÇÃO ..........................................................................................................................107
4.1 FRANZ LISZT (1811-1886) ...........................................................................................................107
4.2 FRÉDÉRIC CHOPIN (1810-1849) ................................................................................................110
4.3 ROBERT SCHUMANN (1810-1856) ............................................................................................112
4.4 RICHARD WAGNER (1813-1883) ...............................................................................................114
4.5 HECTOR BERLIOZ (1803-1869) ..................................................................................................116
4.6 FELIX MENDELSSOHN BARTHOLDY (1809-1847) ...............................................................118
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................119
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................121
TÓPICO 3 – A SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX ...............................................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 MÚSICA NACIONALISTA ..............................................................................................................123
3 O CENTRO DA MÚSICA OCIDENTAL E A ÓPERA ITALIANA ...........................................128
3.1 A ÓPERA ITALIANA ....................................................................................................................130
4 OS FILHOS DO SÉCULO XIX: OS PÓS-ROMÂNTICOS .........................................................131
4.1 JOHANNES BRAHMS (1833-1897) .............................................................................................132
4.2 ANTON BRUCKNER (1824-1896) ...............................................................................................133
4.3 PIOTR ILITCH TCHAIKOVSKY (1840-1893) ............................................................................134
4.4 JACQUES OFFENBACH (1819-1880) E GEORGES BIZET (1838-1875) .................................136
4.5 GUSTAV MAHLER (1860-1911) ...................................................................................................138
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................141
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................145
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................147
UNIDADE 3 – MÚSICA MODERNA (1900 – ATUALIDADE) ...................................................149
TÓPICO 1 – O ROMANTISMO TARDIO E O RETORNO AO CLÁSSICO .............................151
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................1512 OS LIMITES DA EXPANSÃO ROMÂNTICA .............................................................................151
2.1 RICHARD STRAUSS (1864-1949) ................................................................................................153
2.2 NOVAS CONCEPÇÕES ESTÉTICAS .........................................................................................154
3 PRELÚDIO DO MODERNISMO ....................................................................................................157
3.1 DEBUSSY E AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES...............................................................................158
3.2 O NEOCLÁSSICO COMO REAÇÃO .........................................................................................161
3.3 POLITONALIDADE......................................................................................................................163
3.4 A CORRENTE NACIONALISTA NO SÉCULO XX .................................................................164
IX
4 PERSONALIDADES DO INÍCIO DO SÉCULO XX....................................................................165
4.1 MAURICE RAVEL (1875-1937) ....................................................................................................165
4.2 COMPOSITORES DA TRADIÇÃO .............................................................................................166
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................169
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................171
TÓPICO 2 – NOVAS LINGUAGENS MUSICAIS ..........................................................................173
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................173
2 A SEGUNDA ESCOLA DE VIENA .................................................................................................173
2.1 MÚSICA ATONAL, DODECAFÔNICA E SERIAL ..................................................................174
2.2 ARNOLD SCHOENBERG (1874-1951) .......................................................................................177
2.3 ALBAN BERG (1885-1935) E ANTON WEBERN (1883-1945) .................................................181
3 A MÚSICA ALÉM DA EUROPA .....................................................................................................183
3.1 HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959) ..........................................................................................184
3.2 IGOR STRAVINSKY (1882-1971) .................................................................................................187
3.3 MÚSICA NORTE-AMERICANA ................................................................................................189
4 O CULTO DO MAESTRO ................................................................................................................190
4.1 KONZERTMEISTER/KAPELLMEISTER X MAESTRO ...........................................................190
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................193
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................194
TÓPICO 3 – A MULTIPLICIDADE MUSICAL ...............................................................................197
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................197
2 PRÓLOGO DA MÚSICA CONTEMPORÂNEA ..........................................................................197
2.1 PAUL HINDEMITH (1895-1963) .................................................................................................198
2.2 OLIVIER MESSIAEN (1908-1992) ...............................................................................................200
2.3 MILTON BABBITT (1916-2011) ...................................................................................................202
3 O NASCIMENTO DA MÚSICA ELETRÔNICA ..........................................................................202
3.1 EDGAR VARÈSE (1883-1965) .......................................................................................................203
3.2 JOHN CAGE (1912-1992) ..............................................................................................................205
3.3 PIERRE SCHAEFFER (1910-1995) E A MÚSICA CONCRETA ...............................................207
4 MÚLTIPLAS TENDÊNCIAS ............................................................................................................209
4.1 PIERRE BOULEZ (1925-2016) ......................................................................................................211
4.2 KARLHEINZ STOCKHAUSEN (1928-2007) .............................................................................212
4.3 PERSPECTIVAS ..............................................................................................................................214
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................216
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................218
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................220
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................223
X
1
UNIDADE 1
CLASSICISMO (1750-1810)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar e compreender os fatores históricos da segunda metade do 
século XVIII, que contribuíram para o desenvolvimento de uma nova 
linguagem musical;
• aprofundar acerca de dados históricos e biográficos dos três principais 
nomes do classicismo musical e conhecer seu contexto social;
• compreender os diferentes aspectos formais que constituem as obras 
musicais do período clássico.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – UMA NOVA LINGUAGEM MUSICAL
TÓPICO 2 – PERSONAGENS DO CLASSICISMO: OS COMPOSITORES
TÓPICO 3 – A PRODUÇÃO MUSICAL NO PERÍODO CLÁSSICO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
UMA NOVA LINGUAGEM MUSICAL
1 INTRODUÇÃO
Você pode perceber, nos tempos atuais, que diversas tendências musicais 
surgem de maneira tão rápida, assim como também desaparecem. As mídias não 
se cansam de oferecer produtos artísticos em uma demanda tão rápida quanto 
são esquecidos. Trata-se de um comércio, no qual alguns ritmos estão na moda, 
são os chamados “hits do momento”. Normalmente são músicas muito simples, 
de fácil memorização, exatamente para um consumo rápido.
Por outro lado, existe um tipo de música que não deixou de ser apreciada 
ou mesmo interpretada nas diversas culturas em todos os continentes. São obras 
musicais que permanecem vivas atravessando dezenas de anos e até mesmo 
séculos. Estamos falando aqui da música erudita, ou se você preferir outro 
sinônimo, a música clássica.
Neste tópico, mostraremos a você, caro acadêmico, por exemplo, como 
obras musicais compostas há mais de 250 anos permanecem no repertório das 
grandes e pequenas orquestras – e muitas vezes, bem perto de você, em sua 
cidade. Para assimilarmos melhor estas questões, mergulharemos na história 
de vida de alguns personagens principais e entenderemos o contexto histórico 
em que tais obras estão inseridas. É fundamental este olhar histórico, no qual 
conheceremos um pouco sobre este contexto e, assim, entendermos melhor 
osentido das obras que atravessam séculos e que continuam com releituras e 
interpretações magníficas.
Para que você tenha uma ideia de onde estaremos nos situando, 
apresentamos o quadro a seguir com os diferentes períodos históricos pelos 
quais a música se desenvolveu, desde os primórdios da civilização até os 
tempos atuais.
UNIDADE 1 | CLASSICISMO (1750-1810)
4
FIGURA 1 – PERÍODOS DA HISTÓRIA DA MÚSICA NO CONTEXTO DA HISTÓRIA GERAL
FONTE: Pires e Lenzi (2016, p. 75)
2 O SURGIMENTO DE UM NOVO ESTILO
O termo “clássico” no sentido popular é utilizado quando queremos dizer 
que determinado compositor ou determinada obra musical possui qualidades 
estéticas e culturais que permanecem na memória dos ouvintes e que podem 
atravessar gerações (DOURADO, 2004). Podemos afirmar que a música Aquarela 
Brasileira, de Ary Barroso (1903-1964), é um clássico do samba, assim como o 
compositor Tom Jobim (1927-1994) é considerado um clássico da bossa nova, ou 
mesmo a banda Led Zeppelin é considerada como um clássico do rock.
Por outro lado, “música clássica” é também considerada como a música 
de concerto, independentemente de período histórico, executada em teatros ou 
igrejas, que não está em um contexto popular ou mesmo folclórico. É comum 
utilizar os dois termos, ou seja, música clássica e música erudita. Porém, ao 
sermos mais específicos, estaremos utilizando o termo “música clássica” para o 
período histórico que compreende aproximadamente os anos de 1750 até 1810.
O período histórico/musical que antecede o nascimento do classicismo 
é considerado pelos historiadores como da música barroca, que vai do ano de 
1600 até 1750. É importante observar que o período da música barroca possui 
aproximadamente 150 anos, enquanto que o período da música clássica abrange 
apenas 60 ou 70 anos. Vamos entender melhor algumas características do período 
barroco, para então entender melhor os caminhos do desenvolvimento da música. 
Segundo Dourado (2004, p. 44), o barroco é o
Período da música europeia situado aproximadamente entre o início 
do século XVII e meados do século XVIII. É caracterizado pelo emprego 
do baixo contínuo, pelo surgimento de tonalidades maiores e menores 
e pelos contrastes: claro-escuro, forte-piano e suas variações, além dos 
contrastes timbrísticos, de ornamentações, registrações e movimentos. 
O período foi extremamente fértil para a música por ter marcado o 
surgimento da ópera, com Monteverdi, e pela volumosíssima obra 
de compositores como Schütz, Scarlatti, Bach, Vivaldi, Rameau, 
Tellemann, Händel e muitos outros, que se consagraram com diversos 
gêneros característicos da época, como a cantata, o concerto grosso, as 
paixões e as suítes.
TÓPICO 1 | UMA NOVA LINGUAGEM MUSICAL
5
O período barroco da música é marcado pelo estabelecimento de 
tonalidades em modo maior e/ou menor, o que caracteriza a música tonal. A 
tradição do contraponto, tão comum no período do Renascimento, dá lugar a uma 
ênfase na melodia, acompanhada por instrumentos harmônicos em progressão 
de acordes. Era uma prática comum e tradicional escrever um sistema de cifras 
na linha do baixo, orientando o instrumentista a tocar os acordes desejados pelo 
compositor e, assim, uma função de preenchimento harmônico se estabeleceu 
(BENNETT, 1986b).
Quando se fala em “baixo”, estamos nos referindo a uma das vozes. Normalmente 
os compositores escrevem em duas, três, quatro ou mais vozes. As vozes principais são (do 
grave para o agudo) baixo, tenor, contralto e soprano.
NOTA
Normalmente esta linha de baixo era tocada por um violoncelo ou 
contrabaixo, mas também se utilizava um cravo (instrumento de teclado, 
antecessor do piano) ou um alaúde (antecessor do violão), tocando os acordes 
indicados e enriquecendo assim a melodia. Esta técnica ficou conhecida como 
baixo contínuo e consolidou-se como uma das grandes características da 
música barroca.
FIGURA 2 – CIFRA BARROCA E A CIFRA POPULAR ATUAL
FONTE: Pires e Lenzi (2016, p. 101)
UNIDADE 1 | CLASSICISMO (1750-1810)
6
A tradição de música para ser tocada na corte, entre os príncipes e 
a nobreza, foi algo que se estendeu ao período clássico. Havia música para as 
ocasiões mais diversas, como nos casamentos, nos funerais, e em todo tipo de 
solenidade. Compositores como Georg Friedrich Händel (Inglaterra) e o próprio 
Johann Sebastian Bach (Alemanha) dedicaram muitas obras à música da nobreza 
(MASSIN, 1997). No século XVIII, em paralelo à vida musical da corte europeia, 
uma música começa a surgir com a ascensão da burguesia, que também passa 
a ser tocada e cantada em público. A ópera séria, tão tradicional no barroco, 
abre espaço para a ópera cômica e uma cultura musical mais ampla e complexa 
começou a surgir em meio aos grandes centros da Europa. Trata-se de uma 
música que estaria se adaptando à classe média.
O público burguês estava em plena ascensão e, no entanto, não possuía 
uma cultura musical que se pudesse comparar à tradição do público aristocrático. 
Havia muito interesse popular, mas muitas vezes mostrava-se um interesse 
medíocre e até mesmo vulgar (MASSIN, 1997). Para o aristocrata, a música era 
tratada como arte, com finalidade em si própria e até mesmo os empregados 
possuíam conhecimento musical para tal contemplação. Porém, para o burguês, a 
música deveria aliviar o estresse do dia a dia e também proporcionar certo status, 
pois assim se sentiria mais elevado socialmente. Para o burguês, os valores sociais 
eram mais intensos que os próprios valores estéticos da obra musical como obra 
de arte em si. Não obstante, no último quarto do século XVIII, a cultura já era 
algo que estava ao alcance de todos: “as peças de teatro começavam a retratar 
pessoas comuns, com emoções comuns. Até as maneiras e indumentárias foram 
afetadas: no início do século, a burguesia macaqueava a aristocracia; em 1780 
já era a aristocracia que macaqueava as classes inferiores” (GROUT; PALISCA, 
1988, p. 478).
A promoção de concertos públicos entrou em moda, afinal, é algo que até 
então era prática dominante da aristocracia e eventos desse tipo acrescentavam 
muito à vida simples da burguesia. Organizadores e também compositores 
preparavam todo tipo de material musical, por exemplo, a execução de diversos 
fragmentos de melodias escritas em sequência ao que deram o nome de pot-
pourri, assim como cortes de partes mais complexas de obras maiores, a fim de 
simplificar, tornar mais acessível ao público comum (MASSIN, 1997).
O piano, um instrumento tão completo pelo seu alcance na altura dos 
sons – que vai das notas muito graves às mais agudas, tornou-se um símbolo de 
prosperidade da sociedade burguesa. Casas onde se pudesse encontrar um piano 
seria um símbolo de status e ascensão social. Da mesma forma, o estudo deste 
instrumento era prática comum, como sinal de boa educação. Esta tendência 
contribuiu para o crescimento de uma classe de músicos amadores, principalmente 
na Alemanha do século XVIII. No entanto, já data do século XVI uma educação 
musical voltada aos cantores de coros de música sacra. Porém, no classicismo, 
esta prática intensificou-se também no âmbito instrumental, trazendo grande 
benefício social e cultural para as comunidades. 
TÓPICO 1 | UMA NOVA LINGUAGEM MUSICAL
7
Tamanho movimento musical trouxe também o nascimento da atividade 
crítica musical: na segunda metade do século XVIII, pensadores já se manifestavam 
a respeito de determinados compositores e determinadas obras, com julgamentos 
estéticos. Tais críticas eram publicadas em jornais em Londres, Paris e também 
pela Alemanha, o que contribuiu para o desenvolvimento da música como uma 
arte independente, repleta de valores estéticos e culturais. Destacamos que no 
último quarto do século XVIII surgiram também diversas manifestações de 
filósofos europeus acerca da problemática da estética e o belo da arte.
Sem dúvida, o desenvolvimento da ópera no período clássico contribuiu 
para que a música alcançasse definitivamente sua importância artística, pois 
somentea música iria unir as artes cênicas e plásticas. Segundo Massin (1997, 
p. 415), a “função social da ópera mostra-se, no caso, mais uma vez, de singular 
importância: a ópera não era apenas um divertimento para as classes superiores; 
também era o cenário de uma luta entre diversas ideias filosóficas e estéticas, entre 
diversos gostos, além de solicitar toda uma série de outras atividades, como a dos 
pintores, dos dançarinos, dos coreógrafos etc.”. A ópera cômica tornou-se gênero 
musical muito apreciado pela classe burguesa, um público completamente novo 
fiel durante todo o século.
No classicismo, burgueses e aristocratas já se sentavam lado a lado para 
a apreciação de óperas e a música foi a grande responsável por este fenômeno 
social. A alta burguesia frequentava os salões da nobreza e juntos apreciavam 
música. Não somente os nobres desempenhavam o papel de mecenas dos artistas, 
como também uma elite burguesa se preocupou em ocupar este espaço como 
promotores das belas artes.
Os acontecimentos que antecedem a Revolução Francesa, principalmente 
nos anos de 1770 e 1780, agravaram a situação econômica principalmente 
na França, trazendo profundas mudanças na vida social musical. Estes fatos 
históricos acabaram por contribuir para que a música evoluísse “da condição 
de ofício semifeudal, a serviço da Igreja, da cidade e da corte, à de profissão de 
livre iniciativa, voltada predominantemente ao mercado burguês” (MASSIN, 
1997, p. 418).
No período em que ocorreu a Revolução Francesa, precisamente entre 
os anos de 1789 até 1799, novas concepções de linguagem seriam produzidas 
entre ideias e a criação de novas instituições. Neste período turbulento, poucos 
compositores que fizeram alusão à Revolução aparecem no cenário musical, 
principalmente na França. São eles: Berton (1767-1844), Catel (1773-1830), Méhul 
(1763-1817), entre outros cuja produção musical revolucionária mostra-se em 
quantidade reduzida (MASSIN, 1997). Um dos elementos que chamam nossa 
atenção acerca do perfil dos compositores revolucionários reside no fato de serem 
estrangeiros e, assim, teriam aderido ao movimento não somente por convicção, 
mas também por oportunismo. Outro aspecto importante se traduz no fato de 
que a Revolução trazia consigo novos ares de possibilidades para a emancipação 
UNIDADE 1 | CLASSICISMO (1750-1810)
8
dos músicos e, desta forma, uma tão sonhada independência, a exaltação de uma 
profissão estaria com plenas possibilidades de surgir. Esta independência viria 
dos lucros de concertos públicos e não mais da dependência de alguma instituição 
religiosa, ou uma vida assalariada.
FIGURA 3 – A REVOLUÇÃO FRANCESA E O ILUMINISMO
FONTE: <http://www.salom.com.tr/haber-103536-sag_ve_solun_olumu.html; http://www.
librairiedobree.com/entretien-avec-xavier-martin/philosophes-de-lumieres>. Acesso em: 
18 out. 2018.
Nos momentos que precedem a Revolução, novas instituições já tendiam 
a eclodir como uma sociedade de concertos, mantidas pela própria sociedade, 
principalmente na França. Isto foi um importante aspecto no que diz respeito 
à independência dos compositores e músicos e seu viés musical percorria pelo 
gosto do público. Os benefícios foram significativos também no número de 
integrantes das orquestras: “a Loge Olympique empregava aproximadamente 
setenta músicos de altíssima qualidade, um número duas vezes e meio maior do 
que aquele com que contava Joseph Haydn na corte dos Estherhazy” (MASSIN, 
1997, p. 584). Como veremos mais adiante, as orquestras neste período começaram 
a aumentar consideravelmente seu tamanho, em virtude também da introdução 
de novos instrumentos (com novos timbres), o que também contribuiu para 
uma linguagem musical durante a Revolução Francesa. No entanto, a partir de 
1791, estas mesmas sociedades entraram em colapso pelas ações e movimentos 
oriundos da Revolução.
Assim, a atividade dos mecenas começa a entrar em declínio. Se até então 
os compositores dedicavam suas obras aos seus patrocinadores, agora estariam 
voltados aos concertos públicos e a um comércio que estaria em expansão. 
A frequência às casas dos aristocratas tende a diminuir em contrapartida à 
crescente expansão dos concertos públicos. Há uma linha crescente no que diz 
respeito à criação de empresas de difusão artística, na popularização da música 
para o público consumidor. As cópias manuscritas tendem a diminuir, dando 
espaço para a indústria da impressão (MASSIN, 1997). Dessa forma, os próprios 
compositores, para que pudessem sobreviver como tal, buscavam conceber suas 
obras de acordo com o mercado estabelecido pelos editores. Não demorou muito 
TÓPICO 1 | UMA NOVA LINGUAGEM MUSICAL
9
para que os próprios compositores encontrassem os próprios meios para que 
pudessem imprimir suas obras, tornando-se cada vez mais artistas independentes.
Neste período, fatos interessantes também aconteceram, no que diz 
respeito à “pirataria”: editores gananciosos publicavam obras sem repasse de 
remuneração aos compositores e, por vezes, chegavam a assinar o nome de algum 
compositor de prestígio em qualquer obra, com a finalidade de vendê-la mais 
rapidamente. Ou seja, não havia qualquer proteção quanto à autoria das obras 
artísticas. De fato, as edições contribuíram para que determinadas obras musicais 
fossem conhecidas em vários espaços. Antes disso, as obras eram destinadas a 
uma única ocasião social. Ao final do século XVIII, os compositores já não sabiam 
para que qualidade técnica de orquestra suas obras seriam interpretadas e 
desconheciam os locais onde as obras seriam tocadas.
O período clássico marca os primeiros passos para a independência, 
principalmente, dos compositores, mas este caminho ainda seria árduo, como 
veremos no Tópico 2 desta unidade, analisando a vida de compositores famosos 
deste período. Veremos a seguir alguns fatores que contribuíram e direcionaram 
os caminhos da música neste fascinante momento histórico que é o classicismo.
2.1 A FORMAÇÃO DE UM NOVO PÚBLICO E SUA 
INFLUÊNCIA NA MÚSICA
Como você já viu, um dos principais fatores sociais na segunda metade 
do século XVIII foi a ascensão da burguesia. Em um movimento em paralelo à 
Revolução, o Iluminismo trouxe uma mudança no pensamento espiritual em 
conflito com o pensamento da Igreja e a religião sobrenatural. O Iluminismo 
pregou a valorização da natureza, a moral prática e o senso comum. Foi favorável 
à liberdade do indivíduo, “em prol da igualdade de direitos e da instrução 
universal” (GROUT; PALISCA, 1988, p. 475).
Todo este movimento influenciou a maneira de pensar, estabelecendo 
as ideias principais, como a da eficácia do conhecimento aplicado à prática em 
favor à experimentação e à crença nos sentimentos naturais, que são universais 
a todas as pessoas. Esta maneira de pensar direciona os sistemas éticos e morais, 
influencia na criação de leis pelo Estado e, naturalmente, vai exercer influência no 
campo das artes, e assim, no campo da música.
O século XVIII, no entanto, foi uma época em que as diferenças nacionais 
não eram importantes. É o que se chama de uma era cosmopolita, pois “eram 
numerosos os monarcas de origem estrangeira: reis alemães na Inglaterra, na 
Suécia e na Polônia, um rei espanhol em Nápoles, um duque francês na Toscânia, 
uma princesa alemã (Catarina II) como imperatriz da Rússia” (GROUT; PALISCA, 
1988, p. 477). Esta internacionalização da sociedade e da maneira de pensar 
também teve seus reflexos na música, em que alguns pensadores já afirmavam 
que uma música universal e comum a todos já estava presente em toda a Europa.
UNIDADE 1 | CLASSICISMO (1750-1810)
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As luzes foram ainda, além de cosmopolitas, humanitárias. Os 
governantes não só protegiam as artes e as letras, como se empenhavam 
em programas de reformas sociais. O século XVIII foi a era dos 
déspotas iluminados: Frederico, o Grande, da Prússia, Catarina, a 
Grande, da Rússia, José II da Áustria e (na primeira parte do reinado) 
Luís XVI da França. Os ideais humanitários, o anseio pela fraternidadehumana universal, foram encarnados pelo movimento da maçonaria, 
que se difundiu rapidamente pela Europa ao longo do século XVIII e 
contou entre seus membros desde reis (Frederico, o Grande) até poetas 
(Goethe) e compositores (Mozart) (GROUT; PALISCA, 1988, p. 478).
 Um novo público surge, com muita vontade de apreender arte e, 
sobretudo, apreender a música. Os cômodos da nobreza ainda receberiam os 
concertos particulares, afinal, esta prática não cessou, no entanto, a burguesia 
sentiu a necessidade de criar espaços onde também pudesse desfrutar da boa 
cultura musical. Concertos particulares e públicos tornaram-se uma constante, 
onde se podia pagar para frequentar estes espaços que até então eram privados 
de música.
A edição de partituras não era uma novidade, pois já existia no início do 
século XVI. Porém, pouco de obras musicais foi editado até o período barroco. 
Sabe-se que após a morte do compositor Johann Sebastian Bach, apenas quatro de 
suas obras estavam editadas. Isto porque simplesmente não era prática comum 
na época e também pelo fato de que Bach dedicou grande parte de sua obra para a 
música religiosa em cerimoniais específicos. Por outro lado, já no período clássico, 
várias obras de um único compositor, por exemplo, o austríaco Joseph Haydn, 
eram publicadas em vários países da Europa. Segundo Massin (1997), cerca de 
150 mil sinfonias dos mais variados compositores foram escritas na Europa na 
segunda metade do século XVIII.
O trabalho das editoras foi muito intenso e seus proprietários não 
mediam esforços para obter lucros. Haydn já gozava de grande reputação pela 
qualidade estética e formal de suas obras e os editores sabiam muito bem disso. 
O compositor austríaco escreveu 106 sinfonias, mas tomou conhecimento de que 
algumas de suas obras já estavam publicadas e vendidas apenas anos mais tarde, 
não obstante, sem qualquer remuneração. Os editores não hesitavam em colocar 
a assinatura de Haydn em obras de compositores de qualidade inferior a fim de 
obter um rápido lucro. Transcrições também eram encomendadas e, por
“muitas vezes, os editores mutilavam as obras musicais, sabendo o 
que faziam. Em 1773, por exemplo, Venier publicou uma sinfonia 
composta por Haydn em 1764, a Sinfonia número 22 de Haydn, dita 
O Filósofo, só que o fez sem o primeiro movimento e sem o minueto; 
mas, para compensar, com um movimento suplementar de que ainda 
hoje se ignora a origem. Para o cúmulo do absurdo, uma parte escrita 
para trompas foi substituída por flautas. Uma sinfonia de Haydn em 
quatro movimentos foi, assim, transformada num subproduto de três 
movimentos, dos quais apenas dois – e com uma orquestração bem 
mais convencional, eram de sua autoria!” (MASSIN, 1997, p. 517).
TÓPICO 1 | UMA NOVA LINGUAGEM MUSICAL
11
Esta relação entre compositores e editores era algo que carecia de clareza 
e regras para as questões de autenticidade e direitos autorais. Por outro lado, 
o compositor também austríaco Wolfgang Amadeus Mozart passou a catalogar 
suas obras a partir de 1784, assinalando a data final de suas composições, com 
o objetivo de assegurar a autenticidade. No entanto, é a partir desta mesma 
época que Haydn passou “ele próprio a vender suas obras a diferentes editores”, 
prometendo exclusividade (MASSIN, 1997, p. 518), em Viena, Paris e Londres. 
Todo este movimento comercial auxiliou na difusão da música neste período em 
toda a Europa, algo que até então acontecia de forma branda.
FIGURA 4 – PARTITURAS DE JOSEPH HAYDN E O HINO NACIONAL DA ÁUSTRIA
FONTE: <https://osbmss146.files.wordpress.com/2010/08/haydn_salomon.jpg?w=237&h=300> 
e < https://haydn2009.files.wordpress.com/2008/11/02_reinschrift_hymne.jpg>. Acesso em: 
29 out. 2018.
Por outro lado, a independência social dos músicos compositores ainda 
estava em seus primórdios. Johann Sebastian Bach sempre foi mestre de capela, 
era sua função principal e não tinha permissão para dispensa de seus trabalhos. 
Haydn conheceu outro país depois dos seus 50 anos e sempre foi empregado do 
príncipe Estherházy. O jovem Mozart, nos anos de 1772 até 1781 viveu um regime 
de semiescravidão pelo arcebispo Colloredo, em Salzburgo. Sua tão sonhada 
independência viria anos mais tarde, por um curto período de tempo.
A classe burguesa carecia de uma herança cultural que sustentasse 
uma tradição requintada no que diz respeito às belas artes. A contemplação da 
obra de arte pelo burguês que teve a sua vida socialmente elevada se deu pela 
simplicidade e pela subjetividade. A sociedade passa a valorizar a linha melódica 
e os sentimentos. Quando falamos em melodia, devemos imaginar uma linha 
horizontal, uma sucessão de notas em contrapartida à harmonia, que é justamente 
a sobreposição de notas, ou seja, um olhar vertical, pois várias notas são tocadas 
UNIDADE 1 | CLASSICISMO (1750-1810)
12
ao mesmo tempo, formando os sons combinados. Ao falar de melodia, pensamos 
de forma sucessiva e não simultânea. Este movimento melódico e horizontal 
caracteriza o pensamento clássico, pois a melodia caminha também por contrastes. 
Estes contrastes se referem às emoções e, por isso, a subjetividade se faz presente 
na maneira de compor as obras musicais no período clássico.
ESTUDOS FU
TUROS
Você verá mais adiante, no Tópico 3, os aspectos formais das obras mais comuns 
criadas neste período, com os contrastes de movimentos rápido-lento-rápido, mudanças de 
tonalidades e formas musicais.
Como você viu, apenas no gênero chamado sinfonia, mais de 150 mil 
obras deste gênero foram compostas em um período de aproximadamente 50 
anos. Porém, um número muito inferior é conhecido pelo grande público e até 
mesmo pelos mais aficionados classicistas da atualidade. Talvez este fenômeno se 
justifique pela genialidade de apenas três compositores que são o cerne musical 
definitivo do período clássico: Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart 
e o jovem Ludwig van Beethoven. A estes três compositores são atribuídos os 
aspectos mais primorosos no que se refere à forma e estrutura da música, assim 
como aos valores estéticos de sua época. Trata-se de uma música escrita com 
extrema competência e qualidade, em que se observa a excelência da simplicidade 
e subjetividade. Não que outros compositores não tivessem êxito notório, mas, 
principalmente com Haydn e Mozart, o estilo clássico consolidou-se “expressivo 
e elegante, marcado pela preocupação tanto com os detalhes quanto com a 
concepção de conjunto e de efeitos dramáticos por vezes surpreendentes, mas 
logicamente motivados” (MASSIN, 1997, p. 525).
A dramaticidade seria algo que iria fundamentar o estilo musical no 
último quarto do século XVIII. A representação do sentimento não seria mais 
suficiente para a expressividade musical, seria necessária uma ação dramática 
para o sentimento. As formas musicais no período barroco fluíam de forma 
uniforme enquanto que os compositores do estilo clássico passam a compor em 
episódios articulados e contrastantes (ROSEN, 1986). Percebe-se, ao longo das 
composições do período clássico, uma periodicidade das frases musicais e um 
conflito dramático articulado pelas mudanças de tonalidade e textura.
TÓPICO 1 | UMA NOVA LINGUAGEM MUSICAL
13
A textura em música refere-se às mudanças de timbre nas passagens musicais. 
Imagine uma melodia sendo tocada pelos violinos e um acompanhamento feito por trompas 
e clarinetes. Uma mudança de textura poderia ser a melodia sendo tocada pelos clarinetes e 
trompas, com acompanhamento pelos violinos. Textura refere-se a combinações de timbres.
NOTA
Nos primeiros anos do período clássico, o estilo é caracterizado pelo que 
ficou conhecido como estilo galante (BENNETT, 1986b). Trata-se de um estilo 
agradável, elegante, com a preocupação de agradar ao ouvinte, mas que, no 
entanto, sentiu-se uma falta de profundidade. O aspecto melódico ainda estava 
em desenvolvimento nesse momento e nesse sentido a contribuição de Carl 
Philip Emanuel Bach e Johann Christian Bach vem para elevar este quesito. Da 
mesma forma,o refinamento aparece nas primeiras obras de Joseph Haydn e 
Amadeus Mozart.
Sobre os aspectos de dramaticidade e expressividade, Rosen (1986) 
explica que os anos 1755 até 1775 configuram uma transição para o novo estilo 
que estaria surgindo. Os compositores optavam ou pela surpresa dramática ou 
pela perfeição formal. Se fizessem uso de passagens elegantes, estas careciam 
de expressividade, dificilmente estes diferentes aspectos eram combinados. 
Assim, experiências foram uma constante, com bons acertos e também resultados 
insatisfatórios. A genialidade de Mozart e Haydn, no entanto, produziu obras 
repletas de efeito dramático, combinando elegância e expressividade, perfeição 
formal e surpresa dramática. Seguindo a lógica do pensamento horizontal, 
na periodicidade das frases musicais, uma das principais preocupações foi a 
continuidade, a superposição de frases, com o objetivo de manter a atenção da 
plateia.
Em paralelo à ascensão da burguesia, no período de transição de 1750 
até 1780, outros movimentos intelectuais influenciaram os caminhos da música, 
estabelecendo o estilo clássico. Na França, a influência do estilo Rococó, o que 
na música é o que se chama de estilo galante, e também o “Empfindsamer Stil” 
(estilo sentimental), e ainda, na Alemanha, o surgimento do “Sturm und Drang” 
(Tempestade e tensão). Este último é caracterizado pelo pensamento voltado à 
natureza e à valorização da subjetividade, o ser humano individual, em que o 
filósofo Wolfgang von Goethe (1749-1832) configura como o maior representante 
(CHAIM, 1998). 
Todo esse movimento intelectual culmina para uma supervalorização da 
melodia, onde até então, na música barroca, a melodia era caracterizada em uma 
simultaneidade de vozes, praticamente com igual importância. No classicismo, a 
predominância de uma das vozes, a melodia, passa a ser acompanhada por toda 
UNIDADE 1 | CLASSICISMO (1750-1810)
14
a estrutura da orquestra. No chamado período de transição, o desenvolvimento 
do conceito melódico foi intenso, apoiando-se em melodias curtas extraídas da 
música popular e os resultados não foram satisfatórios, mostrando uma “falta 
de fôlego e de unidade” (MASSIN, 1997, p. 545). Johann Christian Bach, um dos 
representantes do Empfindsamkeit, aprimorou este conceito e juntamente com 
Mozart contribuiu para estabelecer o estilo melódico.
Ao contrário da música barroca, a melodia classicista passou a ser 
periódica e articulada, ou seja, de maneira geral se mostra em frases de quatro ou 
oito compassos, com relações coerentes e que oferecem aspectos que permitem a 
geração de novas frases, continuidade com unidade. Exemplo disso – entre uma 
infinidade de outros – pode ser conferido na introdução da sinfonia número 104, 
de Haydn, denominada Sinfonia “Londres” (1795). A melodia possui dezesseis 
compassos divididos em dois períodos de oito compassos e estes podem 
ainda ser subdivididos em mais metades. Esta análise mais profunda permite 
perceber elementos que Haydn utilizou para compor toda a sequência, em 
diferentes maneiras. Mais especificamente, Haydn utilizou uma célula rítmica 
e melódica de dois compassos e que serviu de base sólida para a construção de 
todo o primeiro movimento da sinfonia Londres. “O material melódico de uma 
obra ‘clássica’, mesmo submetido às mais radicais modificações, conserva sua 
identidade para o ouvinte, graças principalmente a certa constância do ritmo” 
(MASSIN, 1997, p. 546).
DICAS
Ouça na plataforma Youtube esta obra de Joseph Haydn. Basta procurar por 
“sinfonia 104 Haydn” e você terá várias interpretações de diferentes orquestras e regentes. 
Compare estas performances e perceba as nuances de ritmo, intensidade, características 
subjetivas de cada regente na interpretação da mesma obra.
O tratamento melódico foi também alicerçado por um novo uso no que 
diz respeito à tonalidade. Mozart e Haydn aperfeiçoaram esta linguagem em que, 
com eficaz coerência, podia-se modular, sair temporariamente da tonalidade e 
caminhar para qualquer tom, sem que se perdesse o sentido da tonalidade geral. 
Estes dois compositores estabeleceram a hierarquia das tonalidades na progressão 
da tônica para a dominante, ou seja, uma progressão de sustenidos (aumento de 
tensão) e também pela progressão da tônica para a subdominante, uma progressão 
de bemóis (distensão ou introspecção). Assim, a articulação entre tonalidades 
contribuiu para o efeito dramático nas melodias de maneira notável. O resultado 
são efeitos surpreendentes conduzindo o público a surpresas harmônicas aliadas 
à métrica melódica. Em grande parte, este artifício se traduz no humor de Haydn 
em suas sinfonias, assim como o êxito de Mozart em suas óperas (MASSIN, 1997).
TÓPICO 1 | UMA NOVA LINGUAGEM MUSICAL
15
Quase toda a música começava na tônica e terminava também na tônica, 
por exemplo, se a música começasse em Dó maior, terminaria em Dó maior, se 
fosse na tonalidade de Sol menor, terminaria em Sol menor. Isto é chamado de 
tonalidade principal. No decorrer da música, as frases poderiam terminar seus 
períodos na dominante – no caso da tonalidade de Dó maior, terminar um período 
em Sol maior. Os compositores Haydn e Mozart fizeram amplo uso deste artifício, 
colocando em plena evidência. Até o período barroco, o esquema harmônico era 
tônica-dominante e dominante-tônica, ou seja, o início da melodia (A) na tônica e 
terminando o período na dominante seguido de uma nova seção (B), partindo da 
dominante e terminando na tônica. Assim temos um esquema A-B/B-A.
Com Haydn e Mozart, estas passagens foram enriquecidas de um grande 
efeito dramático, tornando-as ainda mais claras, em que eles trataram de
Articular dramaticamente tanto a passagem à dominante como a 
volta à tônica; em outras palavras, em transformar com clareza, ainda 
que provisoriamente, a dominante em nova tônica, e a reafirmar com 
força a tônica depois de transcorridos dois terços da peça musical, às 
vezes até a partir da metade, e o mais tardar de três quartos. Estas 
duas dramatizações – sobretudo a segunda – explicam a impressão 
tripartida (não mais bipartida) deixada pela maioria das peças 
musicais do final do século XVIII, definindo-se as três partes não pelo 
seu comprimento, que não é obrigatoriamente o mesmo, mas pela 
articulação e, em última instância, pela função de cada uma delas 
(MASSIN, 1997, p. 548).
O subjetivismo em ascensão na segunda metade do século XVIII foi 
fundamental para o nascimento e desenvolvimento do estilo clássico. Esta nova 
concepção não somente da música, mas também como uma mudança causada 
por acontecimentos políticos e intelectuais, encontra residência num dos grandes 
centros artísticos da Europa, a capital da Áustria, Viena. Ali seria o grande destino 
musical desejado por célebres compositores.
2.2 O CLASSICISMO VIENENSE
Um conceito que transparece no cenário em que a música clássica está 
inserida é a ideia de um ambiente cosmopolita, ou seja, um ambiente que 
“não reconhece a diferença entre as nações e considera o mundo como pátria” 
(OLINTO, 2001, p. 136). Cosmopolita refere-se a uma pessoa ou lugar que é de 
todos os países, algo universal.
Da mesma forma, uma grande cidade, um grande centro comercial e 
cultural tem sua trajetória trilhada pelo caráter de seus habitantes e também 
pela situação geográfica. Assim, de maneira geral, é como a cidade se manifesta 
quanto às influências exteriores, não obstante, influenciada também pelo seu 
regime político.
UNIDADE 1 | CLASSICISMO (1750-1810)
16
A capital austríaca Viena corresponde ao grande centro das atenções na 
Europa no século XVIII e se caracteriza no modo cosmopolita de viver. Ao contrário 
de outros centros onde as comunidades estrangeiras viveram e continuam a manter 
sua identidade original, diferente da cultura do ambiente em que escolheram 
viver, a Viena já no século XVIII abraçou todos os estrangeiros constituindo um 
povo harmonioso entre as diferentes culturas que ali se instalavam. Viena é plena 
de uma história quecontribuiu para o fenômeno cosmopolita e configurou-se 
como o “grande centro das investidas militares rumo ao Oriente e feira perpétua 
para onde convergiam comerciantes de todas as regiões do Império Romano, 
Viena consolidou-se por toda a Idade Média e seu destino verdadeiramente 
imperial” (BRION, 1991, p. 12).
Viena era governada por José II e seus habitantes viviam em harmonia e até 
mesmo com bom humor, quaisquer que fossem suas nacionalidades, ao contrário 
da França, por exemplo, com um comportamento de zombaria com os próprios 
conterrâneos. A grande aristocracia era formada por sobrenomes como Lobkowitz, 
Pallavicini, Kinsky, Liechtenstein, Harrach, Czernin, Estherhazy, Schwarzenberg 
e tantos outros e, por outro lado, famílias de comerciantes com os sobrenomes 
“Demetríades, Apfelgrün, Truka, Schwarzbrod, Benvenisti, Srp, Zuckerkandl, 
Vytlacil, Vertery von Vertesalja... isto é, a Hungria, a Tchecoslováquia, a Itália, o 
Oriente, a Alemanha” (BRION, 1991, p. 15), e todos esses nomes e muitos outros 
constituem a identidade e o estilo vienense.
No que diz respeito ao movimento intelectual e espiritual, Viena mantinha 
uma devoção ao catolicismo, reconhecendo assim a autoridade da Igreja com todas 
suas práticas religiosas, o que incluía inúmeras festividades. O povo vienense, 
no entanto, não vivia a religião de uma maneira puritana, mas sim de maneira 
cordial, em um aspecto familiar de religiosidade. Observa-se que neste período 
a franco-maçonaria era um aspecto presente e que não se caracterizava como 
um movimento anticristão. “Se a Igreja via com inquietação a difusão das seitas 
iluministas, cujo poderio crescente seria capaz de um dia derrubar sua própria 
autoridade, os soberanos mostravam-se, em geral, mais tolerantes” (BRION, 
1991, p. 26). O próprio Mozart frequentava assiduamente as peregrinações 
católicas como ao mesmo tempo frequentava duas lojas maçônicas, assim como o 
imperador José II. As pessoas mais esclarecidas e prudentes compreendiam que 
estes movimentos espirituais deveriam caminhar em harmonia, visto que esta 
época estava a um passo da Revolução Francesa.
Os prazeres da cidade incluíam, além da grande preferência do vienense 
pelos passeios no campo, também os numerosos cafés no centro. Estes locais 
eram bem diferentes dos também numerosos salões de baile, pois se sentiam 
muito à vontade para estarem sozinhos ou acompanhados, em conversas com os 
vizinhos, jogando cartas ou xadrez, bebendo vinho para manter leve o espírito 
de longa conversa. Estes “Cafés”, como eram conhecidos os estabelecimentos 
vienenses, possuíam as mais diversas características, desde os mais sofisticados, 
os quais a alta burguesia e a aristocracia frequentavam e, assim, decorados com 
refinada mobília e disponibilizando alta gastronomia, até os mais simplórios e 
TÓPICO 1 | UMA NOVA LINGUAGEM MUSICAL
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de baixo nível, vendendo cerveja e recebendo os marinheiros do rio Danúbio. O 
vienense se mostrava um apreciador do bom vinho, o gosto pela cerveja ainda 
seria algo para gerações posteriores.
Em Viena, houve cafés ilustres: alguns desapareceram, outros 
mantiveram durante muito tempo sua velha reputação; os mais 
apreciados eram aqueles em que as pessoas se encontravam depois 
do teatro, onde os frequentadores tinham oportunidade de ver 
sentado à mesa vizinha o ator ou cantor, que fora o herói da noite e 
que continuava, naturalmente, a interpretar o seu papel na vida diária 
(BRION, 1991, p. 63).
Um importante personagem no campo das artes cênicas no cotidiano 
vienense figura na pessoa de Emmanuel Schikaneder, imortalizado pelo seu 
libreto da ópera A flauta mágica, de Mozart. Este organizador de espetáculos 
conhecia o gosto do vienense pela magia e pela música e combinou estes 
elementos na atuação das companhias de teatro que administrava. Os atores 
por ele contratados eram habilidosos em multitarefas; além de atuar, cantavam, 
dançavam e representavam peças diferentes todas as noites (BRION, 1991). O 
próprio Schikaneder interpretava diversos papéis que iam de galã, trágico ou 
camponês. Oferecia exatamente o que o público desejava com o objetivo de obter 
mais lucro e auditórios cheios: artifícios de grande efeito como fanfarras militares, 
engenhocas e as mais variadas fantasias. Por outro lado, interpretava os grandes 
autores da época, como Lessing, Shakespeare, Schiller e Voltaire.
Brion nos conta sobre a habilidade de Schikaneder em lidar com o público 
vienense:
Sem dúvida, ele hesitava em tomar liberdades com os grandes autores, 
como fez com um drama de Toning, Agnès Bernauer. Nessa peça, o 
ator Wellerschenk, que interpretava o ‘traidor’, fazia tão bem o seu 
papel, com tal convicção, que chegava a ser insultado na rua e quase 
foi morto num albergue, de tal forma o público o identificava com 
seu personagem, Vicedom. A cena que provocava maior impacto era 
aquela em que Agnès era atirada de cima da ponte e se afogava. Certa 
noite, o público não pôde mais suportar a visão da morte da inocente 
e pôs-se a gritar: ‘Ajudem-na! Afoguem Vicedom!’ Diante da gritaria, 
Schikaneder, sempre disposto a quaisquer concessões para manter 
a ordem e o sucesso de seu teatro, subiu ao palco e anunciou que 
naquela noite, excepcionalmente, para contentar o público, o afogado 
seria Vicedom e não a doce Agnès, o que lhe valeu hurras e aplausos 
(BRION, 1991, p. 100-101).
Na sua atuação com Mozart na ópera A flauta mágica, Schikaneder usou 
cenários de um Egito mágico e fantástico que impressionou mais que a própria 
música. Ele mesmo aparecia na ópera, interpretando Papageno, um personagem 
extremamente carismático e encantador.
Existia uma tendência do povo vienense a encarar o mundo como um 
espetáculo e esta característica pode ser fundamentada pelos traços latinos 
UNIDADE 1 | CLASSICISMO (1750-1810)
18
mesclados ao espírito germânico e italiano de viver. Domadores de cães e 
saltimbancos circulavam pelas ruas vienenses apresentando seus pequenos 
espetáculos, competindo com cenas pitorescas entre brigas de cocheiros, as 
conversas dos comerciantes ambulantes e pastoras de cabras. Sempre alvo de 
atenção de qualquer transeunte, as atrações deste grande centro cosmopolita 
variavam desde a troca da guarda imperial até as manobras treinadas dos cães e 
seus adestradores em plena rua (BRION, 1991).
Em outro aspecto, o espetáculo promovido pelos animais, principalmente 
o desfile do gado bovino pelas ruas com destino aos açougues vienenses, 
promovia uma verdadeira festa regada a trompetes e tímpanos, anunciando a 
“marcha” dos bois pelas ruas da cidade. O povo, ignorando as recomendações de 
fechar suas portas e janelas, dirigia-se às ruas com toda a família para apreciar a 
chegada destes animais, principalmente bois advindos da Hungria. Como todo 
povo espetaculoso, a esperança era de que acontecesse algo repentino, como por 
vezes acontecia com algum animal desgarrado fugindo pelas ruas vienenses.
Tal espetáculo sanguinário era alvo de atenção das comunidades, 
assim como na França e Inglaterra, onde os burgueses pagavam caro por uma 
cadeira para apreciar o enforcamento de alguma pessoa condenada por motivo 
pífio (BRION, 1991). Como você pode conferir, algo de instinto selvagem e que 
atravessa os séculos reside nas multidões até os tempos atuais. No século XVIII 
havia espetáculos nos quais animais como leões, ursos e lobos mutilavam-se até 
a morte. Esta cruel tradição que remonta à Idade Média e talvez por isso tenha 
se fixado de forma tão natural entre o povo, encontrou seu fim com o Imperador 
Francisco I.
Em Viena, a comunidade podia apreciar animais exóticos em vários 
zoológicos. Os próprios jornais noticiavam a chegada de novos espécimes com a 
mesma intensidade que se anunciava uma nova ópera. Em 1752, uma das grandes 
atrações de um zoológico era um elefante e as famílias visitavam os zoológicos 
e organizavam piqueniques regados a vinho e pão para o grande paquiderme. 
Quando este adoeceu, as pessoas acompanhavam as notícias de seu quadrode 
saúde no jornal local e sua morte provocou comoção nacional. Esta paixão pelos 
animais esteve presente no espírito vienense, pois não somente nos zoológicos 
estes animais eram exibidos, mas também nas feiras, em vários bairros pela 
cidade e até mesmo nas óperas cômicas.
A música, no entanto, ocupa um lugar mais importante que o prazer ou 
mesmo pura diversão; mostra-se como uma necessidade cultural, pois em Viena 
a música penetra em todas as classes sociais. No último quarto do século XVIII, 
Viena era repleta de músicos cantores e instrumentistas, que, incansavelmente, 
buscavam lugar de prestígio entre o grande número de concorrentes a um posto 
em alguma das várias orquestras.
A principal atividade musical era constituída pela Hofmusikkapelle, ou 
seja, a orquestra da corte que era formada por integrantes de um coro de igreja, 
TÓPICO 1 | UMA NOVA LINGUAGEM MUSICAL
19
músicos de orquestra, artistas de teatro lírico e de conservatório. Além disso, 
integravam também crianças talentosas e dentre os alunos estaria mais tarde o 
compositor Franz Schubert (1797-1828). A Hofmusikkapelle constitui uma das 
mais importantes instituições da Europa e sua fundação vem da época do reino 
de Maximiliano I, em meados de 1498. O próprio nome “capela” demonstra a 
origem eclesiástica da instituição.
FIGURA 5 – IMPERADOR JOSÉ II E VIENA NO ANO DE 1780
FONTE: <https://geneall.net/images/album/name/p10424_3.jpg> e <http://www.edition-wh.
at/wordpress/wp-content/uploads/2013/08/Edition-Winkler-Hermaden-Das-Alte-Wien-07.jpg>. 
Acesso em: 18 out. 2018.
Não somente a Hofmusikkapele, mas também outra instituição, o chamado 
Stadtkonvikt, recebia e educava crianças com vocação para música, direcionando-
as para o canto ou algum instrumento. Tal ensino era proporcionado de forma 
gratuita e, assim, toda a comunidade teria acesso à música. Crianças com bom 
desempenho já conseguiam algum serviço nas orquestras de Viena. Brion (1991) 
nos mostra que nesta época os concertos públicos ainda eram raros. A nobreza 
ostentava suas orquestras como símbolo de status e mantinha rivalidade entre a 
posse do maior número de artistas, sejam músicos ou bailarinos, em um culto à 
vaidade, ou apenas para si mesmos, em apresentações particulares para a família, 
amigos e convidados. Neste aspecto, encontramos o jovem Mozart, empregado 
do arcebispo Colloredo, que em suas visitas a Viena exibia o talento do jovem 
compositor nas festas oficiais. Destes fatos, brigas ocorreram entre Mozart e seu 
empregador, como veremos no Tópico 2 desta unidade.
Não obstante, os nobres eram os protetores dos artistas, pois ali poderiam 
garantir uma vida com estabilidade financeira e assim poderiam manter seu ofício, 
como instrumentistas ou compositores. No entanto, este ofício não era algo de 
humilhante para o artista, havia o sentimento de que todos são iguais, visto que a 
própria formação educacional da nobreza permitia um relacionamento amigável 
e respeitoso para com os empregados, minimizando as distâncias sociais.
UNIDADE 1 | CLASSICISMO (1750-1810)
20
De fato, a nobreza do século XVIII possuía uma tradição cultural com 
um bom relacionamento com os artistas. “Os Lobkowitz, os Schwarzenberg, os 
Estherhazy, os Lichnowsky são conhecidos, antes de tudo, pelas suas relações 
com Mozart, Haydn e Beethoven” (BRION, 1991, p. 85), e o gosto pelas belas 
artes destes nobres contribuiu para que os compositores pudessem ter condições 
mais favoráveis a uma vasta produção musical. Estes três últimos compositores 
a quem citamos receberam o abraço da cidade e foram acolhidos como filhos 
legítimos. Talvez a Viena do último quarto do século XVIII não seria a mesma 
sem a presença dos três, diante de tamanha criação musical, e da mesma forma 
estes compositores não teriam o destino comum não fosse a magia da capital 
cosmopolita.
21
Neste tópico, você aprendeu que:
• Música clássica é considerada como música de concerto, independentemente 
de período histórico. O termo também se refere ao período histórico que 
compreende aproximadamente os anos de 1750 até 1830.
• A tradição de fazer música na corte esteve presente também no período clássico, 
em todo tipo de solenidade. No entanto, a música passa a ser feita também em 
público, com a ascensão da burguesia.
• A ópera cômica passa a ter grande importância, atendendo às vontades da 
burguesia.
• Para a nobreza, a música era tratada como arte, com finalidade em si própria. 
Para o burguês, a música deveria aliviar o estresse do dia a dia e também 
proporcionar certo status, pois assim se sentiria mais elevado socialmente.
• Organizadores e compositores preparavam todo tipo de material musical, 
entre estes, os populares pot-pourris: diversos fragmentos de melodias escritas 
em sequência, assim como cortes de partes mais complexas de obras maiores, 
a fim de tornar mais acessível ao público comum.
• O piano seria um símbolo de ascensão social na burguesia.
• A alta burguesia frequentava os salões da nobreza e juntos apreciavam música. 
Não somente os nobres desempenhavam o papel de mecenas dos artistas, 
como também uma elite burguesa se preocupou em ocupar este espaço como 
promotores das belas artes.
• A Revolução Francesa trazia consigo novos ares de possibilidades para a 
emancipação dos músicos e, desta forma, uma tão sonhada independência, a 
exaltação de uma profissão estaria com plenas possibilidades de surgir no final 
do século XVIII.
• Após a Revolução, a atividade dos mecenas começa a entrar em declínio. 
A frequência às casas dos aristocratas tende a diminuir em contrapartida à 
crescente expansão dos concertos públicos. Há uma linha crescente no que diz 
respeito à criação de empresas de difusão artística, na popularização da música 
para o público consumidor.
• A edição de partituras ganha força e um movimento comercial das obras dos 
compositores começa a crescer. No entanto, os direitos autorais estariam longe 
de proteger a autenticidade das obras.
RESUMO DO TÓPICO 1
22
• O Iluminismo contribuiu para uma nova maneira de se pensar a música, 
estabelecendo as ideias principais, na crença nos sentimentos naturais, que 
são universais a todas as pessoas. Assim, os pensadores já imaginavam uma 
música também universal e comum em toda a Europa.
• O movimento melódico e horizontal caracteriza o pensamento clássico, 
alicerçado pelos contrastes. Estes contrastes se referem às emoções e, por isso, 
a subjetividade se faz presente na maneira de compor as obras musicais no 
período clássico.
• Haydn, Mozart e Beethoven são os responsáveis pelos aspectos mais primorosos 
no que se refere à forma e estrutura da música, assim como os valores estéticos 
de sua época.
• As composições do período clássico são caracterizadas pela periodicidade 
das frases musicais e um conflito dramático articulado pelas mudanças de 
tonalidade e textura. Mozart e Haydn produziram obras repletas de efeito 
dramático, combinando elegância e expressividade, perfeição formal e surpresa 
dramática.
• O movimento “Sturm und Drang” (Tempestade e Tensão) é caracterizado pelo 
pensamento voltado à natureza e à valorização da subjetividade, o ser humano 
individual, em que o filósofo Wolfgang von Goethe (1749-1832) configura 
como o maior representante.
• Viena caracterizou-se no grande centro musical da Europa no século XVIII pela 
sua característica cosmopolita, que coincide com o movimento do Iluminismo 
e mais tarde com os reflexos da Revolução Francesa.
• O povo vienense encarava o mundo como um espetáculo, tinha predileção 
pelo campo, pelos bosques e cultuava a música como elemento essencial para 
o convívio em sociedade, em todas as classes sociais.
• Em Viena, a principal atividade musical era constituída pela Hofmusikkapelle, 
ou seja, a orquestra da corte que era formada por integrantes de um coro de 
igreja, músicos de orquestra, artistas de teatro lírico e de conservatório.
• O gosto pelas belas artes da nobreza contribuiu para que os compositores 
pudessem ter condiçõesmais favoráveis a uma vasta produção musical, visto 
que a independência artística viria a acontecer somente nas décadas posteriores.
23
1 O período clássico da história da música compreende os anos entre 1750 
até aproximadamente 1810, embora alguns autores defenderem os anos 
de 1820 como final do período. Não obstante, este representa o período 
mais curto na história da música e no entanto está repleto de inovações, 
devido às mudanças estilísticas como resultados em movimentos como o 
Iluminismo e a Revolução Francesa. Caracterizado pela simetria, pela clareza 
e predominância da linha melódica, o surgimento deste novo estilo define o 
perfil de uma nova classe social que emerge na sociedade: a classe burguesa.
 
Diante destes fatos, assinale a alternativa correta:
a) ( ) As desavenças entre a burguesia e a nobreza culminaram na 
popularização e simplificação em técnicas próprias do período barroco, 
como o contraponto, o baixo contínuo e promoveram a ascensão da 
ópera cômica.
b) ( ) A burguesia apreciava a música, principalmente os pot-pourris nos 
concertos públicos e a simplificação de obras mais complexas. Por outro 
lado, a nobreza mantinha restrições, não se envolvendo com o público 
burguês. 
c) ( ) Tendências como uma sociedade cosmopolita, principalmente em Viena, 
contribuíram para uma universalização da música. Neste sentido, 
nobreza e burguesia concordavam em aspectos como a moral prática e o 
senso comum.
d) ( ) Após o ano de 1791, a atividade dos mecenas tende a decair e os 
compositores começam uma busca pela independência como artista. Os 
direitos autorais favoreceram o compositor, principalmente em Viena e 
Mannheim.
e) ( ) A sociedade passa a valorizar a melodia e os sentimentos. Na busca 
do controle emocional, compositores tendem a reprimir a expressão 
dramática, valorizando assim os aspectos subjetivos característicos do 
classicismo.
2 Assinale a opção que completa a sequência correta no texto a seguir:
Nos primeiros anos do período clássico, o estilo é caracterizado pelo 
que ficou conhecido como _________________ (BENNETT, 1986b). Trata-se 
de um estilo agradável, elegante, com a preocupação de agradar ao ouvinte, 
mas que, no entanto, sentiu-se uma falta de profundidade. A prática de tocar 
diversos fragmentos de melodias escritas em sequência tornou-se muito 
popular e a isto se chamou __________________, assim como cortes de partes 
mais complexas de obras maiores, a fim de simplificar, tornar mais acessível ao 
público comum (MASSIN, 1997). No classicismo, a predominância de uma das 
AUTOATIVIDADE
24
vozes, a ___________________, passa a ser acompanhada por toda a estrutura 
da orquestra. A genialidade de _____________________________ durante o 
classicismo produziu obras repletas de efeito dramático, combinando elegância 
e expressividade, perfeição formal e surpresa dramática.
a) ( ) Estilo galante, ópera, melodia, Mozart e Salieri.
b) ( ) Estilo galante, ópera, harmonia, Mozart e Salieri.
c) ( ) Baixo contínuo, pot-pourri, melodia, Haydn e Bach.
d) ( ) Baixo cifrado, ópera, melodia, Mozart e Haydn.
e) ( ) Estilo galante, pot-pourri, melodia, Mozart e Haydn.
3 A capital austríaca, Viena, corresponde ao grande centro das atenções na 
Europa no século XVIII, se caracteriza no modo cosmopolita de viver e 
abraçou todos os estrangeiros, constituindo um povo harmonioso entre as 
diferentes culturas que ali se instalavam. Este movimento coincide com o 
processo de universalização da música. Este movimento teve seus reflexos na 
música, em que alguns pensadores já afirmavam que uma música universal 
e comum a todos já estava presente em toda a Europa. Assim, considere as 
seguintes afirmativas:
I – Viena era governada pelos Estherhazy nos tempos de Haydn e Mozart.
II – Nobres de vários países habitavam a Áustria, vivendo em harmonia.
III – Os vienenses adoravam espetáculos, até mesmo os mais cruéis.
IV – A Hofmusikkapele era a principal orquestra militar de José II, em Viena.
V – A nobreza ostentava suas orquestras, símbolo de status e vaidade.
Assinale a opção correta:
a) ( ) Somente as alternativas I, III e V estão corretas.
b) ( ) Somente as alternativas II, III e IV estão corretas.
c) ( ) Somente as alternativas II, III e V estão corretas.
d) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
e) ( ) Somente as alternativas I e III estão corretas.
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TÓPICO 2
PERSONAGENS DO CLASSICISMO: OS 
COMPOSITORES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A história da música obviamente é marcada pelas obras musicais, que 
graças a seus registros na forma de partituras, sobrevivem ao tempo e atravessam 
os séculos, pelo trabalho dos musicólogos que buscam a autenticidade destas, sua 
proveniência, seu estilo e todo o contexto cultural e social a que elas pertencem. 
Porém, é importante lembrar que a história é feita por pessoas que fizeram algo 
diferente, desafiador e por este motivo seus nomes permanecem, juntamente 
com sua obra. Coisas comuns são corriqueiras e rotineiras, fazem parte do dia a 
dia e por isso passam despercebidas. Para fazer história, faz-se necessária uma 
mudança e toda e qualquer mudança gera desconforto.
Não podemos estudar esta história somente nas obras musicais, o que 
por si só já é campo de intensa análise em um acervo gigantesco que oferece 
possibilidades teóricas e históricas em diversas correntes de estudo. Porém, 
é importante conhecer a vida das pessoas que nos deixaram todo esse legado 
musical que é a música clássica e que permanece vivo há mais de 200 anos. Vamos 
conhecer um pouco sobre a vida dos três principais compositores deste período e 
o contexto histórico que permeia suas obras.
2 A PRIMEIRA ESCOLA DE VIENA
Aos 22 anos de idade, Beethoven deixou sua cidade natal para em Viena 
realizar seus sonhos como compositor. Um destes sonhos foi o de conhecer o 
genial Wolfgang Amadeus Mozart e, obviamente, obter lições valiosas com o 
compositor de Salzburgo. Porém, Mozart havia falecido um ano antes, isto é, em 
1791. Assim, com a orientação de seu mecenas, o conde Wallstein, Beethoven iria 
para Viena encontrar nas mãos de Joseph Haydn o espírito de Mozart (ROSEN, 
1986). De fato, entre Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig van 
Beethoven, apenas Haydn conhecera os outros dois, com afinidade. Alguns 
historiadores argumentam sobre algum encontro entre Mozart e Beethoven, 
outros discordam sobre o assunto, dizendo que este encontro nunca aconteceu.
UNIDADE 1 | CLASSICISMO (1750-1810)
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Os três compuseram em uma grande variedade de gêneros: Haydn se 
destaca nas sinfonias e nos quartetos de cordas, Mozart, sobretudo na ópera, e 
Beethoven é o único dos três que vive a transição do classicismo e o romantismo 
e por isso, apenas ele segue na Unidade 2 deste caderno. Beethoven elevaria a 
forma sonata ao máximo e, após sua morte, seus compositores contemporâneos 
compreenderiam que o pleno desenvolvimento da música naquele período 
residia no talento dele. Caberia a eles prosseguir com a responsabilidade. Os 
críticos do final do século XVIII não hesitaram em considerar os três “vienenses” 
– apesar de nenhum deles ter nascido em Viena, mas assim eram considerados – 
como as três maiores figuras da música de sua época. Assim concordava E. T. A 
Hoffmann, um dos críticos musicais mais acirrados da época, que escrevera em 
1814 que os três idealizaram “uma nova arte” (ROSEN, 1986, p. 23). Hoffmann 
complementa ainda que os três representam os novos “românticos”. Desta forma, 
Haydn, Mozart e Beethoven passariam a ser conhecidos como a primeira escola 
de Viena, não por terem criado alguma instituição, algo em conjunto, nem por 
terem acordado sobre questões de composição, mas pelo fato de os três, de maneira 
isolada, terem criado uma nova linguagem, uma nova e coerente concepção de 
composição. Iremos, a seguir, conhecer um pouco sobre cada um deles.
2.1 FRANZ JOSEPH HAYDN (1732-1809)
Franz Joseph Haydn nasceu em uma região que faz fronteira entre a 
Áustria e a Hungria. Sua família

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