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apostila didatica

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Prévia do material em texto

DiDática ii 
*Profª Ms. Rony Gladys A. Lins Melo
* Rony Gladys Albuquerque Lins Melo possui graduação em Pedagogia pela Faculdade de Ciências e 
Letras Geraldo Rezende (1980), especialização em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade 
Braz Cubas (1991) e mestrado em Educação (Psicologia da Educação) pela Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo (1995). Atualmente é Professora Adjunto da Sociedade Civil de Educação 
Braz Cubas (UBC - Universidade Braz Cubas). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em 
Fundamentos da Educação.
33 Sumário
Sumário
APRESENTAÇÃO 7
INTRODUÇÃO 9
U n i d a d e i 
A AÇÃO DIDáTIcA: PAPEl DO PROfESSOR ENqUANTO AgENTE 
mOTIvADOR 11
1.1 A AÇÃO DIDÁTICA 11
1.2 O pApel DO prOfessOr nA fOrmAÇÃO DOs sujeITOs 14
1.2.1 um pOuCO De hIsTórIA 16
1.2.2 méTODO mOnTessOrI 17
1.2.2.1 eDuCAÇÃO, vIDA e eDuCAÇÃO pArA A vIDA 17
1.3 O COmprOmIssO reflexIvO, sOCIAl e éTICO DOs prOfessOres 19
1.4 mOTIvAÇÃO e suA relAÇÃO COm A eDuCAÇÃO 24
1.4.1 A mOTIvAÇÃO pArA AprenDer 32
1.4.2 A mOTIvAÇÃO e As neCessIDADes 33
1.4.3 mOTIvAÇÃO e O prOCessO ensInO-AprenDIzAgem 37
1.5 COnsIDerAÇões DA unIDADe I 41
U n i d a d e i i 
PlANEjAmENTO 45
2.1 A AÇÃO DIDÁTICA 46
2.1.1 vIsÃO gerAl DO plAnejAmenTO DIDÁTICO 47
2.1.1.1 DefInInDO O plAnejAmenTO 49
2.1.2 resumO: vIsÃO gerAl DO plAnejAmenTO DIDÁTICO 49
2.2 CArACTerÍsTICAs e vAnTAgens DO plAnejAmenTO – O resgATe 
4 Sumário
DO TODO 51
2.2.1 resumO: CArACTerÍsTICAs e vAnTAgens DO plAnejAmenTO 53
2.3 plAnejAmenTO e A AÇÃO DIDÁTICA 55
2.3.1 COnCeITO 55
2.3.2 ImpOrTânCIA DO plAnejAmenTO 58
2.3.3 hIsTórIA DO plAnejAmenTO nA eDuCAÇÃO esCOlAr 58
2.3.4 DImensÃO InDIvIDuAl - COleTIvA DO plAnejAmenTO e DA elAbOrAÇÃO 
De plAnOs 59
2.4 TIpOs De plAnejAmenTOs 61
2.4.1 plAnejAmenTO eDuCACIOnAl Ou De um sIsTemA eDuCACIOnAl 62
2.4.2 plAnejAmenTO esCOlAr e prOpOsTA eDuCACIOnAl 62
2.4.2.1 prOpOsTA eDuCACIOnAl 62
2.4.2.2 plAnejAmenTO esCOlAr Ou gesTOr 64
2.4.3 plAnejAmenTO CurrICulAr 66
2.4.4 plAnejAmenTO De CursO 66
2.4.5 plAnejAmenTO De ensInO Ou De DIsCIplInA 67
2.4.6 plAnejAmenTO De AulA 68
2.4.7 prOjeTO DIDÁTICO 69
2.4.8 prOjeTO pOlÍTICO-peDAgógICO 71
2.5 COnsIDerAÇões DA unIDADe II 74
U n i d a d e i i i 
ObjETIvOS DE ENSINO 79
3.1 A fOrmulAÇÃO DOs ObjeTIvOs 79
3.2 Os COmpOnenTes DO prOCessO DIDÁTICO 81
3.3 ObjeTIvO gerAl 83
3.4 ObjeTIvOs espeCÍfICOs 84
3.4.1 verbOs que pODem AuxIlIAr nA COnsTruÇÃO DOs ObjeTIvOs 85
55 Sumário
3.4.2 ClAssIfICAÇÃO DOs ObjeTIvOs De AprenDIzAgem 88
3.4.3 Os pCns e A COnsTruÇÃO DOs ObjeTIvOs 94
3.4.3.1 ObjeTIvOs De ensInO 94
3.4.4 resumO DAs funÇões DOs ObjeTIvOs espeCÍfICOs 102
3.4.5 fATOres que Influem nA DeTermInAÇÃO DOs ObjeTIvOs 102
3.5 seleÇÃO De COnTeÚDOs 105
3.5.1 CrITérIOs pArA A seleÇÃO DOs COnTeÚDOs: 106
3.5.2 Os pCns e A seleÇÃO DOs COnTeÚDOs 110
3.6 meTODOlOgIA DO ensInO 112
3.6.1 resumO: meTODOlOgIA De ensInO 114
3.7 reCursOs DIDÁTICOs 118
3.7.1 reCursOs vIsuAIs e AuDIOvIsuAIs 118
3.7.1.1 mOnTAgem DOs reCursOs AuDIOvIsuAIs 120
3.7.1.2 COmO AvAlIAr um reCursO AuDIOvIsuAl 121
3.7.1.3 COnfeCÇÃO De reCursOs AuDIOvIsuAIs 122
3.7.2 umA AbOrDAgem sObre sIsTemA mulTImeIOs em TreInAmenTOs 122
3.8 COnsIDerAÇões DA unIDADe III 124
U n i d a d e i V 
AvAlIAÇÃO EDUcAcIONAl 127
4.1 COnsIDerAÇões DA unIDADe Iv 135
REfERêNcIAS 137
ANExO 145
77 ApresentAção
APrESENTAÇÃo 
Olá, eu sou a Profª. Rony Melo e estaremos juntos nesta disciplina na busca de 
construirmos novos conhecimentos e refletirmos sobre a profissão de ser professor. 
Garanto a você que é uma experiência apaixonante mas, ao mesmo tempo, 
desgastante, pois trabalhamos eminentemente com a formação de seres humanos, 
não importando a idade. Nosso objetivo sempre será o de transformar, mudar pessoas 
para melhor e isso, convenhamos, não é uma tarefa fácil. 
No nosso caminhar, encontraremos pessoas de todos os tipos e com diferentes 
sonhos, com diferentes visões de mundo. Porém, uma coisa é certa, precisamos ter 
vontade, estar abertos e sermos muito criativos, bem como estarmos atentos, sem 
perder o foco no objetivo: a mudança para o melhor. 
Para isso, estar preparado é fundamental, assim como amar o que fazemos 
também é. Com esse espírito, vamos começar o nosso caminhar. 
Primeiramente, vamos traçar nossos passos, afinal, estamos trabalhando com 
diferentes ferramentas e diferentes linguagens. 
O que precisamos fazer?
A educação à distância precisa de sujeitos com um novo pensar sobre a 
educação. Você escolherá a hora e o lugar no qual fará suas leituras, e essas serão 
essenciais. 
Você precisará desenvolver o hábito de ler e registrar, em forma de resenha ou 
resumo, suas pesquisas. Você não estará sozinho nunca, ao contrário, fará parte de 
um grupo interativo.
O ambiente virtual será a nossa sala de aula, por onde você me enviará 
mensagens, participará de Fóruns, responderá as atividades e assistirá as teleaulas. 
8 ApresentAção
A participação nos debates, no fórum e nos chats serão fundamentais; 
Atrelada à teoria aprendida, você fará pesquisas em escolas, observando, 
participando e até mesmo construindo atividades diferenciadas. 
Você pode e deve enviar sugestões, que serão sempre bem-vindas. 
A EAD (educação a distância) depende muito de nossas interações, um desafio 
que, sem sombra de dúvida, venceremos se estivermos todos engajados. Não se 
esqueça: você faz parte de um grupo - professores, tutores, colegas de disciplina. 
Durante todo o mês você terá atividades para participar, todas de cunho 
obrigatório. Algumas pautadas no material didático, outras propostas por mim e 
aplicadas pela tutoria, aquelas propostas em tarefas da plataforma, além dos exercícios 
baseados nas teleaulas e nas observações apontadas em outras oportunidades. Sendo 
assim desenvolva uma atitude investigativa, relacionando as teorias apreendidas nas 
diferentes disciplinas e a prática proposta na Didática II. 
Na avaliação serão computadas todas as atividades realizadas: dinâmica 
presencial (no polo), participações e atividades na plataforma de estudos - AVA e 
uma avaliação presencial. Toda avaliação deve ocorrer no processo e nunca de forma 
estanque. 
Para melhor se posicionar, você tem em mãos o programa da disciplina 
contendo todas as unidades a serem trabalhadas. Porém, não se esqueça de planejar 
os estudos. Afinal, planejar é a maneira ideal de se otimizar os recursos de qualquer 
empreendimento, do mais simples ao mais complexo. 
 
 
99 Introdução
iNTroDuÇÃo 
“O encargo de aprender repousa sobre a pessoa que deseja fazê-lo, e 
não sobre aquela que quer ensinar”
(Theodore Roosevelt). 
 A linha mestra que norteia qualquer ação na educação está relacionada às 
experiências da vida humana. A excelência humana é construída independente de 
qualquer tipo de conhecimento visto que traz, em si, a possibilidade de diálogo. 
É nesse contexto que o educador atua na mediação da relação dialógica entre 
o conhecimento e a vontade de aprender, de transformar os espaços e contribuir para 
o desenvolvimento das pessoas. É nessa diversidade de campos de atuação que ele se 
organiza com foco na intencionalidade dos objetivos propostos, ou seja, a organização 
do trabalho pedagógico. 
A organização do trabalho pedagógico - a preparação de planos e projetos - tem 
suas bases alicerçadas por diferenciadas áreas do saber, fundamentada em estudos 
pedagógicos que auxiliam no entendimento do processo de ensino-aprendizagem. 
Podemos dizer que para a organização do nosso trabalho pedagógico estaremos 
nos relacionando com: 
•	 A Didática.
•	 O entendimento do currículo escolar.
•	 A estruturação de planejamentos, planos e projetos educativos. 
•	 O discernimento sobre as metodologias de ensino. 
10 Introdução
•	 Os recursos didáticos e a avaliação da aprendizagem.
Enfim, com todos os conhecimentos das áreas que favorecem a prática 
pedagógica, bem como a elaboraçãode ações que interfiram na realidade em que os 
alunos estejam inseridos. 
A discussão a respeito da relação professor aluno é essencial, educar é muito 
mais que ensinar. É aprender junto através de uma metodologia que propicie um 
clima facilitador da aprendizagem. São apresentados temas para discussões, buscando 
alternativas auxiliares no processo ensino-aprendizagem, através de um diálogo entre 
teóricos, sobre a importância do planejamento e organização de suas aulas com 
criatividade. 
Primeiramente, vamos identificar qual é o papel da Didática na formação do 
professor. Libâneo e Alarcão nos ajudarão a entender o papel do professor no século 
XXI e as contribuições da Didática. 
Em seguida, discutiremos autores como Rogers e Maslow, na busca de 
relacionarmos a motivação enquanto instrumento necessário para um bom 
aprendizado. Por fim, vamos refletir sobre a importância do planejamento e identificar 
todas as suas etapas, conhecimento essencial para nos tornarmos professores eficientes 
e conscientes do nosso papel na formação do sujeito autônomo e crítico. Afinal, se 
não soubermos aonde queremos chegar, não chegaremos a lugar algum. 
 
 
1111Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
1U n i d a d e i 
A AÇÃo DiDáTicA: PAPEl 
Do ProfESSor ENquANTo 
AgENTE moTivADor
 OBJETIVOS DA UNIDADE
•	 Estabelecer	a	 relação	entre	a	Didática,	a	 formação	do	professor	e	a	
motivação	para	uma	docência	de	qualidade;	
•	 Analisar	a	importância	do	papel	do	professor	enquanto	um	mediador,	
um	incentivador	no	processo	ensino-aprendizagem;
•	 Discutir	 a	 importância	 da	 reflexão	 e	 da	 motivação	 enquanto	
instrumentos	facilitadores	da	aprendizagem.
 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
•	 Fundamentação	teórica	sobre	a	prática	e	o	saber-fazer	do	pedagogo;
•	 Compreensão	da		ação	didática;	
•	 Envolvimento		dos	alunos	em	suas	aprendizagens	e	em	seu	trabalho;
•	 Estímulo	do	aprender,	explicitar	a	relação	com	o	saber,	o	sentido	do	
trabalho	escolar	e	o	desenvolvimento	da	capacidade	de	autoavaliação.
1.1 A AÇÃo DiDáTicA 
A Didática é um ramo da Pedagogia que se ocupa dos fundamentos, das 
condições, dos modos de realização no processo de construção do conhecimento, do 
desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes. 
12 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
Fica fácil entender que, para a Didática ganhar qualidade, deve estender suas 
fronteiras rumo à Psicologia, Sociologia, Política e Filosofia, o que a torna uma ciência 
multidimensional. 
Baseados em uma concepção de homem e sociedade, assim como em uma 
concepção da tarefa educativa, é importante salientar os papéis do educador e do 
educando enquanto sujeitos e agentes do processo de construção do conhecimento. 
A partir dos anos 80 e 90, o estudo da Didática tornou-se mais intenso, e 
nos permitiu compreender qual é seu objeto no contexto educacional: o processo de 
ensino. 
 Nesse processo estão envolvidos professores, alunos, gestores, comunidade, 
onde somamos ainda o contexto social, político e a própria época na qual vivemos. 
Para Libâneo (1999), as formas que assumem a prática educativa, sejam não 
intencionais ou intencionais, formais ou não formais, escolares ou extra-escolares, se 
interpenetram. O processo educativo, onde quer que se dê, é sempre contextualizado 
1313Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
social e politicamente; há uma subordinação à sociedade, que lhe faz exigências, 
determina objetivos e lhe proporciona condições e meios de ação. 
Para atender essa diversidade do campo educacional, o educador, independente 
de sua área de atuação, necessita organizar suas ações, com intencionalidade. 
Entendendo que o objeto da Didática é o ensino, com intenção de produzir 
aprendizagem e o mediador, o incentivador do processo é o professor. 
Vimos até agora que a Didática é uma Ciência que tem como foco o processo 
ensino-aprendizagem e, consequentemente, as formas de desenvolver esse processo, 
ou seja, a estruturação coerente e de qualidade dos planos, projetos e programas. 
Ao refletirmos sobre o significado da Didática no processo de ensino-
aprendizagem, é salutar lembrar que o homem, em sua ação, busca alternativas para 
atender seus objetivos, suas necessidades, além de se preparar para acompanhar as 
mudanças que ocorrem na sociedade. 
Nesse contexto, as instituições e espaços educativos permanecem como um 
local propício para o desenrolar dessas mudanças. Ao pensarmos na Escola e no papel 
do professor, automaticamente pensamos na Didática. É ela que dará o subsídio para 
todo o processo ensino-aprendizagem, envolvendo desde os espaços da escola, a 
formação de professores e a construção de diversos instrumentos necessários para o 
desenvolvimento de uma prática educativa de qualidade. 
Ainda segundo Libâneo (1999), para quem lida com a educação tendo em 
vista a formação humana dos indivíduos, vivendo em contextos sociais determinados, 
é imprescindível que se desenvolva a capacidade de descobrir as relações sociais 
reais implícitas em cada acontecimento, em cada situação real da sua vida e da sua 
profissão, em cada matéria ensinada; como também nos discursos, nos meios de 
comunicação de massa, nas relações cotidianas na família e no trabalho. 
Ao mesmo tempo em que cumpre objetivos e exigências da sociedade 
conforme interesses de grupos e classes sociais que a constituem, o ensino cria 
condições metodológicas e organizativas para o processo de transmissão/assimilação 
de conhecimentos, desenvolvendo as capacidades intelectuais e os processos mentais 
dos alunos, tendo em vista o entendimento crítico dos problemas sociais. 
14 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
Para que você compreenda a importância da Didática é preciso interagir, refletir 
com os assuntos abordados. Isto posto, então vamos começar... 
 CONHEçA MAIS
Fórum de discussão:	 Entre	 na	 plataforma	 de	 estudos/AVA	 e	
participe	dando	sua	opinião	quanto	a	importância	da	ação	didática	
de	acordo	com	a	questão	levantada	abaixo:
Você	sabia	que	Libâneo(1990)	critica	o	conceito	de	ensino	quando	
visto	apenas	como	a	transmissão	da	matéria	aos	alunos,	realização	
de	exercícios	repetitivos,	memorização	de	definições	e	fórmulas?
1.2 o PAPEl Do ProfESSor NA formAÇÃo DoS 
SujEiToS 
Como vimos, a Didática está embasada em fundamentos teóricos que sustentam 
a prática pedagógica do educador. 
Seus estudos passeiam por diversas áreas do conhecimento e buscam explicar o 
desenvolvimento dos seres humanos: Psicologia, Filosofia, Antropologia, entre outras.
A Didática faz parte da vida, permeia nosso dia a dia. Ao provocar reflexões 
sobre seus pressupostos, os métodos de ensino, os papéis no processo educativo, 
os conhecimentos das diferenciadas abordagens pedagógicas são considerados 
fundamentais para o saber fazer docente, pois esse posicionamento teórico irá 
direcionar todo o processo de aprendizagem. 
Todo professor precisa ter claro qual teoria sua prática está atrelada: 
•	 Tecnicista, escolanovista ou interacionista? 
•	 Acredita que seu aluno é um ser passivo ou um ser interativo? 
•	 É o responsável pela construção de seu conhecimento? 
1515Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
•	 Pensa em ministrar aulas eminentemente expositivas? 
•	 Acredita na importância do uso de metodologias diferenciadas? 
A Didática está intimamente ligada à Teoria da Educação e à Teoria da 
Organização Escolar e, de modo muito especial, vincula-se à Teoria do Conhecimento 
e à Psicologia da Educação. 
Acreditamos que uma das competências mais importantes do professor é ser 
um investigador, um pesquisador e estar em constante formação. É preciso buscar o 
novo, mas só rompemos paradigmas se conseguirmos construir novos conhecimentos. 
Outra preocupação da Didática sobre aformação do professor recaí na 
necessidade de ele ser um excelente planejador, conhecer diferentes técnicas e saber 
ousar, ser um inovador. Deve ser papel do professor apresentar aos alunos estímulos e 
incentivos que lhe favoreçam determinado tipo de conduta, tornando a aprendizagem 
mais eficaz e mais prazerosa.
Uma pesquisa realizada pela revista norte-americana Times revelou que os 
melhores professores não eram aqueles que utilizavam as melhores técnicas, ou 
mesmo aqueles que tinham maior conhecimento do conteúdo, mas sim aqueles que 
possuíam mais alegria e entusiasmo, logicamente atrelados ao saber. Outro fator 
importante para que o professor consiga motivar seus alunos é sem dúvida alguma 
ter um firme posicionamento teórico. 
Precisamos ter conhecimento a respeito de como o sujeito se desenvolve e o 
que os estudos nesta área vêm apontando a respeito de como ele aprende. 
Percebeu como a Didática, todo o nosso caminhar enquanto estudante modifica 
e modificará nossas vidas? E como a Didática esta intimamente relacionada as outras 
ciências?
Por exemplo, a Psicologia da Educação estuda importantes aspectos do processo 
de ensino e aprendizagem, como as implicações das fases de desenvolvimento dos 
alunos conforme a idade e os mecanismos psicológicos presentes na assimilação ativa 
de conhecimentos e habilidades. 
A psicogênese vem nos explicando sobre o desenvolvimento infantil e suas 
16 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
diferentes necessidades em diferentes idades. A teoria epistemológica de Jean Piaget 
explica a evolução da inteligência por meio de saltos qualitativos, os estágios. Cada 
criança consegue ao agir sobre os objetos levantar suas hipóteses e se superar, mas 
para o autor é necessário ter maturidade. Nada ocorre antes do tempo, porém, é 
preciso estimular, incentivar para que ela busque novas respostas. Por exemplo, não 
podemos ensinar matemática para uma criança de seis ou sete anos sem utilizarmos 
materiais concretos e sem conhecermos o método montessoriano. 
Todos nós já ouvimos falar do Material Dourado, material estruturado para o 
ensino da matemática composto de 1 cubo grande, barrinhas das dezenas e cubos 
pequenos para as unidades. A criança aprende a sequenciar, seriar, adicionar, subtrair 
com o auxílio desse material. 
	“O	potencial	de	aprender	está	em	cada	um	de	nós.”
(Maria	Montessori	)
1.2.1 um Pouco DE hiSTóriA 
 A ideia de que a escola deveria girar em torno do aluno, ao invés do aluno girar 
em torno da instrução arbitrária, já tem mais de duzentos anos. 
Mas foi só na primeira metade do Século XX que alguns médicos que também 
eram educadores reuniram as condições essenciais para a realização de talreforma 
nos métodos de educação. Em seus trabalhos, Itard, Séguin, Montessori e Decroly 
consideraram as fases do desenvolvimento infantil e as diferenças individuais de cada 
criança, preocupando-se não apenas com sua formação física e psíquica, mas também 
com seu processo de adaptação à vida social. Para tanto, partiram do conhecimento 
da criança nos vários aspectos de sua personalidade, criando condições para que ela 
pudesse se libertar interiormente.
 
1717Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
Maria Montessori (Itália, 1870-1952) foi a primeira mulher a se formar em 
Medicina em seu país, e foi também pioneira na área da Pedagogia. 
Particularmente interessada nos estudos do médico francês Édouard Séguin, 
um dos desbravadores dos mecanismos do aprendizado infantil, criou sua filosofia 
e seu método com o objetivo de desenvolver o potencial criativo desde a primeira 
infância, associando-o à vontade de aprender que existe em cada um de nós. 
1.2.2 méToDo moNTESSori 
1.2.2.1 EDucAÇÃo, viDA E EDucAÇÃo PArA A viDA 
Especialmente voltado para a educação pré-escolar, o Método Montessori tem 
como principais objetivos as atividades motoras e sensoriais da criança, num trabalho 
individual que abrange também o aspecto da sociabilização. Partindo do concreto 
para o abstrato, está baseado no fato de que as crianças aprendem melhor pela 
experiência direta de procura e descoberta do que pela imposição do conhecimento. 
Para Montessori, o espírito da criança se forma a partir de estímulos externos que 
precisam ser determinados. Em seu método de ensino a criança é livre, mas livre 
apenas para escolher os objetos sobre os quais possa agir. Por isso, Montessori criou 
materiais didáticos simples e muito atraentes, projetados especialmente para provocar 
o raciocínio e auxiliar em todo tipo de aprendizado, do sistema decimal à estrutura da 
linguagem, tornando todo o processo muito mais rico e interessante.
Os objetivos individuais que o método propõe são fazer com que a criança 
encontre um lugar no mundo, desenvolva um trabalho gratificante e nutra paz e 
densidade interiores, para ter capacidade de amar. Esses são os fundamentos de 
qualquer comunidade pacífica, formada por indivíduos independentes e responsáveis. 
Neste contexto, o papel do educador é criar condições para que a criança atinja essas 
metas e desenvolva sua personalidade integral por intermédio do trabalho, do jogo, 
18 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
de atividades prazerosas e da formação artística e social. 
No Método Montessori, a escola não é apenas um lugar de instrução, mas 
também de educação, de vida e de educação para a vida. 
 CONHEçA MAIS
Para	 saber	 mais	 sobre	 os	 trabalhos	 de	 Montessori,	 visite	 o	 site	
sobre	 o	 método	 Montessori:	 http://www.eeibougainville.com.br/
metodomontessori.html
 
Teóricos como Bruner e Ausubel (Bock, 2009) nos apontam a importância de 
uma aprendizagem significativa. De acordo com esses teóricos, cabe ao professor 
trabalhar primeiro com grandes conceitos, os conceitos ligados ao senso comum, 
afinal entendemos de tudo um pouco. 
Após essa visão significativa do fato ou conceito a ser trabalhado ter sido 
entendido pelo aluno, o professor poderá se aprofundar na construção de novos 
conhecimentos, o que demonstra a preocupação em atrelar a construção do 
conhecimento aos já existentes num processo contínuo de ancoragem. 
A isso chamamos de aprendizagem significativa, a qual está subjacente em 
todos os documentos legais, tais como PCN e nos materiais pedagógicos trabalhados 
no sistema educacional. 
 DICA DE LEITUrA
Para	 você	 compreender	 mais	 as	 ideias	 de	 Bruner	 e	 Ausubel,	 consulte	
o	 livro	 na	 nossa	 Biblioteca	 Virtual:	 Aprendizagem	 Significativa	 de	 A.	
A.	 Moreira,	 1992.	 Ed.	 Cultrix.	 Sinopse:	 Apresenta	 a	 diferença	 entre	
aaprendizagem	mecânica,desconexa	e	longe	das	experiências	vivenciadas	
e	 a	 aprendizagem	 significativa,	 ligada	 ao	 contexto	 real,	 apontada	 nos	
PCNs,	sempre	atrelada	à	realidade.	Mapas	conceituais.
Ou	 ainda	 o	 capítulo	 8,	 p.117,	 ”Psicologia	 da	 Aprendizagem”,	 do	 livro	
de	A.M.	BOCK,	2010,	da	Ed.	Scipione,	que	discute	as	diferenças	entre	a	
aprendizagem	significativa	e	a	mecânica.
1919Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
Libâneo (1999) aponta que, na prática, o professor estabelece objetivos e 
expectativas de desempenho a partir do limite superior de possibilidades reais de 
desenvolvimento e aproveitamento escolar dos alunos; a partir de um diagnóstico 
do nível de preparo prévio dos alunos para acompanhar a matéria. Conforme o 
desenvolvimento mental estabelece-se padrões de desempenho para a maioria da 
classe, podendo-se daí para frente exigir tudo o que se pode esperar deles. 
Podemos perceber que só faremos escolhas adequadas se tivermos 
conhecimento, daí a importância do professor refletir sobre si mesmo, sobre sua prática 
e principalmente elaborar pesquisas para tornar suas aulas atraentes, significativas, 
tendo como consequência um bom aprendizado por parte de seus alunos. 
Todas essas informaçõesnos são dadas pelas diferentes Ciências, mas 
principalmente pela Didática. 
Com as ideias de Libâneo, podemos concluir então que:
A ciência que investiga a teoria e a prática da educação nos seus vínculos com 
a prática social e global é a Pedagogia. (LIBÂNEO, 1999). 
Sendo a Didática uma disciplina que estuda os objetivos, os conteúdos, os 
meios e as condições do processo de ensino tendo em vista finalidades educacionais, 
que são sempre sociais, ela se fundamenta na Pedagogia: é, assim, uma disciplina 
pedagógica. 
Através da ação educativa o meio social exerce influências sobre os indivíduos 
e estes, ao assimilarem e recriarem essas influências tornam-se capazes de estabelecer 
uma relação ativa e transformadora em relação ao meio social. 
1.3 o comPromiSSo rEflExivo, SociAl E éTico 
DoS ProfESSorES 
De acordo com Libâneo (1999), o trabalho docente constitui o exercício 
profissional do professor e este é o seu primeiro compromisso com a sociedade. Sua 
20 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
responsabilidade é preparar os alunos para se tornarem cidadãos ativos e participantes 
na família, no trabalho, nas associações de classe, na vida cultural e política. É uma 
atividade fundamentalmente social, porque contribui para a formação cultural e 
científica do povo, tarefa indispensável para outras conquistas democráticas. 
A característica mais importante da atividade profissional do professor é a 
mediação entre o aluno e a sociedade, papel que cumpre provendo as condições e os 
meios (conhecimentos, métodos, organização do ensino) que assegurem o encontro 
do aluno com as matérias de estudo. Para isso, planeja, desenvolve suas aulas e avalia 
o processo de ensino. 
O sinal mais indicativo da responsabilidade profissional do professor é seu 
permanente empenho na instrução e educação dos seus alunos, dirigindo o ensino 
e as atividades de estudo de modo que estes dominem os conhecimentos básicos e 
as habilidades, e desenvolvam suas forças, capacidades físicas e intelectuais, tendo 
em vista equipá-los para enfrentar os desafios da vida prática no trabalho e nas lutas 
sociais pela democratização da sociedade. 
O compromisso social, expresso primordialmente na competência profissional, 
é exercido no âmbito da vida social e política. Como toda profissão, o magistério é um 
ato político porque se realiza no contexto das relações sociais onde se manifestam os 
interesses das classes sociais. 
O compromisso ético-político é uma tomada de posição frente aos interesses 
sociais em jogo na sociedade. Quando o professor se posiciona, consciente e 
explicitamente do lado dos interesses da população, ele insere sua atividade profissional 
- ou seja, sua competência técnica - na luta ativa por esses interesses: a luta por 
melhores condições de vida e de trabalho e a ação conjunta pela transformação das 
condições gerais (econômicas, políticas, culturais) da sociedade. 
Estas considerações justificam a necessidade de uma sólida preparação 
profissional face às exigências colocadas pelo trabalho docente. (Resumo de Libâneo. 
J C Didática. Cortez. p 27. 28 e 47, 48). 
Outra discussão atual é quanto a escolha do paradigma educacional pelos 
professores. Para Isabel Alarcão - Profa Dra da Universidade de Aveiro (Portugal), em 
2121Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
seu livro .Professores Reflexivos e Uma Escola Reflexiva., procuramos encontrar hoje a 
nossa identidade perdida e precisamos reaprender a pensar. 
Ainda segundo a autora, o professor reflexivo precisa ter a capacidade de utilizar 
o pensamento como atribuidor de sentido e para isso faz da sua prática um campo 
de reflexão teórica, estruturadora da ação, seu papel é ativo e não apenas técnico. É 
preciso conhecer para escolher. É preciso conhecer para intervir. 
Conclui que a informação precisa ser organizada para ser interiorizada, para 
tornar seu o conhecimento, o seu saber. O conhecimento tem de ser um bem comum, 
a aprendizagem um direito de todos. 
Para Alarcão (1999), nossa sociedade, denominada =sociedade da informação, 
do conhecimento e da aprendizagem, exige competência de acesso, avaliação e 
gestão da informação oferecida. Nela, o homem deve ter a capacidade de transformar 
as informações em conhecimento. O pensamento e a compreensão são fatores de 
desenvolvimento pessoal, social, institucional, nacional e internacional. Para saber 
viver nela é preciso que o sujeito tenha competência. Além da informação e do saber, 
deve desenvolver certas capacidades: saber-fazer, aprender a aprender, aprender a 
conviver e aprender a ser e,também, para ser um ator crítico, deve desenvolver a 
competência da compreensão e a capacidade de utilizar as várias linguagens, inclusive 
a da informática. 
As novas competências exigidas pela sociedade da informação é a de 
possuir uma formação holística e integrada, não podemos mais trabalhar de forma 
fragmentada, pois todo cidadão deve estar preparado para encontrar a informação 
necessária, decidir sobre sua relevância e fidedignidade. 
Outra proposta é a de se desenvolver um trabalho numa dimensão coletiva. O 
professor não pode agir isoladamente. Seus planos e projetos devem atingir a todos 
os alunos e, para isso, é preciso vencer as inércias para se tornarem seres intelectuais 
capazes de gerir sua ação profissional. 
Algumas ideias pertencentes a essa visão do professor reflexivo: 
•	 Não basta saber, mas sim, usar e aplicar este saber em contextos específicos. 
22 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
•	 Mais importante que recordar conceitos é entender sua função. 
•	 É preciso organizar o pensamento para compreender e reagir. 
•	 Uso da informática - nova competência = Como não gerar um fator de 
exclusão social? Como distinguir o válido do não válido? 
•	 É preciso aprender autonomamente. 
•	 Só o pensamento organiza o conhecimento. 
•	 Reafirma-se a necessidade da reflexão crítica pelos professores. 
•	 A reflexão não ocorre do nada, precisa ser sistemática = utilizar metodologias 
de pesquisa - ação, aprendizagem experiencial e abordagem reflexiva. 
A autora aborda também que todo professor deve ter: 
•	 Conhecimento científico / pedagógico - Como seleciona, organiza e aplica 
os conteúdos para torná-lo mais compreensível ao aluno. 
•	 Conhecimento do conteúdo disciplinar - domínio da matéria. 
•	 Conhecimento do currículo. 
•	 Conhecimento do aluno e suas características. 
•	 Conhecimento dos contextos. 
•	 Conhecimento dos fins educativos. 
Alarcão nos aponta a importância de gerir uma escola reflexiva. Discute a 
organização da escola com vista à criação de condições de reflexibilidade individuais 
e coletivas e de requalificação profissional e institucional. 
Conceito de escola reflexiva: 
•	 As características da liderança institucional. 
•	 A centralidade do currículo precisa ser menos engessada e mais 
2323Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
interdisciplinar. 
•	 Papel dos professores e alunos – deve ser interativo, reflexivo. 
•	 A interação com a comunidade. 
•	 A permanente qualificação profissional. 
•	 Desenvolvimento institucional. 
•	 Professor reflexivo - Saber fazer sólido, teórico e prático. 
•	 A escola reflexiva - que pensa a si própria, na sua missão social, na sua 
•	 organização, no seu processo formativo e avaliativo. 
•	 Autonomia da escola - elaboração do PROJETO DE ESCOLA - orientador da 
ação. Do trabalho coletivo, carta de definição político educativo. 
O que é gerir uma escola reflexiva com professores reflexivos? 
•	 É ser capaz de liderar e mobilizar as pessoas. 
•	 Saber agir em situação-problema. 
•	 Nortear-se pelo PROJETO DE ESCOLA. 
•	 Assegurar a participação democrática.
•	 Pensar e escutar antes de decidir. 
•	 Saber avaliar e deixar-se avaliar. 
•	 Ser consequente.
•	 Decidir.•	 Acreditar que todos e a própria escola se encontram em um processo de 
desenvolvimento e aprendizagem. 
Para a autora, o resultado de gerir uma escola reflexiva é ter a certeza de que 
24 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
o poder para organizar a educação não reside nas mãos individuais, mas sim num 
trabalho coletivo, participativo, num trabalho que respeite os limites de seus alunos e 
professores.
 
 CONHEçA MAIS
Ronca	 (1996)	 fez	 a	 seguinte	 afirmação:	 A	 expressão	 “dar	 aula”	 é	
frutoda	 era	 do	 “mundo	 pronto”.	 Essa	 idéia	 foi	 bem	 discutida	 no	
artigo	deSantos(2009),o	qual	vocês	encontrarão	no	link	abaixo:
O papel do professor na promoção da aprendizagemsignificativa. 
Júlio César Furtado dos Santos:www.famema.br/...	
papelprofessorpromocaoaprendizagemsignificativa.
1.4 moTivAÇÃo E SuA rElAÇÃo com A EDucAÇÃo 
Objetivo: Identificar a importância da motivação para a aprendizagem. 
Relacionar a Didática com a motivação e o papel do professor ...mire, veja: 
o mais importante e bonito do mundo é isto; que as pessoas não estão sempre 
iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou 
desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. 
(João Guimarães Rosa, em “Grande Sertão: Veredas”) 
A motivação tem sido um tema muito estudado no campo da Educação. 
O que gerou esse interesse entre nós educadores foi a sua relação com a 
mobilização e manutenção do comportamento das pessoas em direção a suas metas. 
Os educadores são unânimes em reconhecer a motivação como um elemento 
decisivo no processo de construção do conhecimento. 
É importante que o educando, por determinado tempo e num dado contexto, 
2525Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
dedique seu pensamento, sua atenção, suas energias, seus sentimentos, seu interesse, 
seu fazer e, sobretudo, seu querer fazer a determinado objeto de conhecimento, que, 
em princípio, pode ser o objeto de conhecimento proposto pelo educador. 
Sabemos ser necessário que o educador conheça o nível de interesse de seu 
aluno, sempre relacionado com sua idade, afinal somos todos diferentes, mas em 
alguns pontos, somos iguais. 
 A cada idade corresponde a uma forma de vida que tem valor, equilíbrio, 
coerência que merece ser respeitada e levada a sério; a cada idade correspondem 
problemas e conflitos reais (....), pois o tempo todo, ela (a criança) teve de enfrentar 
situações novas.(....) Temos de incentivá-la a gostar da sua idade, a desfrutar do seu 
presente. (SNYDERS) 
Precisamos atrelar os conhecimentos a serem trabalhados ao interesse do aluno, 
seja ele de qualquer idade. 
A escola tem uma finalidade clara – transformar sujeitos em cidadãos. 
Afinal, a motivação é a responsável pela intensidade, direção e persistência dos 
esforços de uma pessoa para o alcance de determinadas metas. 
Em segundo lugar, precisamos lembrar ainda que todo comportamento humano 
é gerado por algo que o motiva. Como o próprio termo sugere, motivação significa 
motivo para a ação. 
Para Bock (2008), a motivação continua sendo um complexo tema para a 
Pedagogia e para a Psicologia e, particularmente, para as teorias de aprendizagem e 
ensino. Atribuímos à motivação tanto a facilidade quanto a dificuldade para aprender. 
Atribuímos às condições motivadoras o sucesso ou o fracasso dos professores ao 
tentar ensinar algo a seus alunos. E, apesar de dificilmente detectarmos o motivo que 
subjaz a algum tipo de comportamento, sabemos que sempre há algum. 
Compete ao educador, especificamente, articular teoria (entendimento do 
desenvolvimento da criança) e prática (utilização de metodologias diferenciadas que 
irão de encontro aos interesses das crianças), durante todo o processo de mediação 
de conhecimentos com os alunos. 
26 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
É nesse contexto que o papel do professor torna-se fundamental, visto que 
trata da reflexão sobre a prática, com embasamento teórico no contexto do trabalho 
pedagógico. 
É preciso que ele una: conteúdo, prazer, interesse, motivação, direção e 
mudança comportamental por meio da participação ativa do educando. 
Surge novamente a importância da motivação, de se estar aberto para as 
possibilidades que se apresentam. 
Com essas observações podemos inferir que: 
Primeiro: a motivação é a responsável pela intensidade, direção e persistência 
dos esforços de uma pessoa para o alcance de determinadas metas. 
Em segundo lugar, precisamos lembrar ainda que todo comportamento humano 
é gerado por algo que o motiva. Como o próprio termo sugere, motivação significa 
motivo para a ação. 
Ora, sabe-se muito bem que, apenas raramente, os educandos já se encontram 
espontaneamente mobilizados para os objetos das diferentes aprendizagens. Via de 
regra, cabe ao educador, após verificar o clima da sala, ouvir um pouco o que seus 
alunos comentam, para buscar favorecer as condições para a necessária mobilização. 
Como começar o assunto do dia, por exemplo,falando sobre o jogo de ontem,ou 
outro assunto,tendo como base as conversas entre eles. 
Podemos dizer que a motivação é um processo que relaciona necessidade, 
ambiente e objeto, e que predispõe o organismo para a ação em busca da satisfação 
da necessidade. E, quando esse objeto não é encontrado, falamos em frustração. 
Ainda segundo Bock (2008), o estudo da motivação considera três tipos de 
variáveis: 
•	 O ambiente. 
•	 As forças internas ao indivíduo, como necessidade, desejo, vontade, 
interesse, impulso, instinto. 
•	 O objeto que atrai o indivíduo por ser fonte de satisfação da força interna 
2727Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
que o mobiliza. 
A motivação é, portanto, o processo que mobiliza o organismo para a ação, 
a partir de uma relação estabelecida entre o ambiente, a necessidade e o objeto 
de satisfação. Isso significa que, na base da motivação, está sempre um organismo 
que apresenta uma necessidade (para nós, o aluno), um desejo, uma intenção, um 
interesse, uma vontade ou uma predisposição para agir. 
Na motivação está também incluído o ambiente que estimula o organismo e 
que oferece o objeto de satisfação. E, por fim, na motivação está incluído o objeto 
que aparece como a possibilidade de satisfação da necessidade. 
Mas para você o que é motivação? 
Registre em suas anotações e ao final da leitura verifique seu nível de 
entendimento. 
Segundo Paul Spector (2002), motivação é um estado interior que conduz uma 
pessoa a assumir determinados tipos de comportamentos. Para o autor .Motivação 
envolve direção, intensidade e persistência de um comportamento, ou seja: 
a) Direção: escolha de comportamentos específicos entre uma série de 
comportamentos possíveis. 
Por exemplo: um trabalhador pode decidir ir trabalhar, em vez de telefonar 
alegando que está doente e ficar assistindo televisão; 
b) Intensidade: esforço que uma pessoa gasta na realização de uma tarefa. 
Por exemplo: um trabalhador que precisa fazer um levantamento de estoque 
pode empenhar um grande esforço para realizar a tarefa em pouco tempo e 
corretamente, ou não querer se esforçar, fazendo a empreitada vagarosamente; 
c) Persistência: empenho contínuo e engajado no desempenho de determinado 
tipo de comportamento ao longo do tempo. 
 Mas afinal, o que nos motiva? O que nos leva, por exemplo, a fazer um curso 
a distância, ou arrumar um novo emprego, por fim, o que nos leva a sonhar, a almejar 
mudanças? 
28 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
Todos nós temos muitas necessidades que competem entre si para serem 
satisfeitas. Por exemplo, neste momento sua necessidade de sono pode estar 
competindo com sua necessidade de continuar estudando. Também, nem todas as 
necessidades são igualmente importantes. Os motivos se diferem em prioridade eforça 
relativa, sendo que as necessidades mais prementes (tais como fome e sede) devem 
ser satisfeitas antes de o indivíduo voltar sua atenção para necessidades superiores, 
tais como autorrealização. 
 Segundo Maslow, dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de cinco 
necessidades. São elas: Fisiológicas: fome, sede, sexo e outras necessidades corporais 
necessárias à manutenção do equilíbrio do organismo. 
Proteção: sentir-se seguro e protegido, procurar prazer e evitar danos físicos 
e emocionais. Sociais: interagir afetivamente com outras pessoas, ser aceito, dar 
e receber atenção. Estima: duas versões: externa (o desejo de ter o respeito dos 
outros, a necessidade de status, reconhecimento, atenção, apreciação) e interna 
(autor respeito, incluindo sentimentos como confiança, competência, capacidade de 
realização, independência e liberdade). 
Autorrealização: necessidade de desenvolver competências e realizar o seu 
potencial. Cada um dessas necessidades ocupa uma hierarquia para atingirmos a 
autorrealização, ou seja, a pessoa move-se para o topo da pirâmide. 
2929Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
Escala de necessidades 
Fonte: Adaptada de Huffman (2003) 
Para você entender melhor, saiba mais sobre esse teórico:
30 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
3131Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
 CONHEçA MAIS
Para	conhecer	mais	sobre	Maslow,	visite:
http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Maslow_Biografia.
htm.
De acordo com Maslow, à medida que cada necessidade é atendida, a próxima 
aparece. A teoria sugere que, embora nenhuma necessidade humana seja satisfeita 
em sua totalidade, uma necessidade satisfeita extingue a motivação. 
As necessidades fisiológicas e as de proteção e segurança são consideradas de 
nível baixo; as sociais e as relacionadas à estima e à autorrealização são de nível alto. 
A diferenciação entre os níveis parte da premissa de que as necessidades de 
nível baixo são satisfeitas externamente, no contexto do trabalho (por meio dos 
salários e da estabilidade no emprego). 
A hierarquia das necessidades de Maslow apresenta que uma pessoa com 
muita fome iria primeiramente à busca do alimento, a seguir se preocuparia com a 
segurança, com amor e reconhecimento, e assim por diante. 
Porém, é importante lembrarmos que os críticos a essa teoria argumentam que 
alguns aspectos da teoria não foram amplamente pesquisados. As pessoas algumas 
32 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
vezes buscam a satisfação de níveis mais altos. Assim, não é correto afirmar-se que o 
educador motiva. o educando, assim como se dizer que o educando é o responsável 
pela sua motivação. 
1.4.1 A moTivAÇÃo PArA APrENDEr 
	Ninguém	motiva	ninguém...	
(Rogers)	
 
A motivação é um elemento decisivo no processo da Construção do 
Conhecimento. 
 Rogers chocou os participantes de um encontro de educadores, há cerca de 5 
anos, com o tema de sua conferência: Ninguém motiva ninguém. 
Trata-se de uma questão mais complexa, que envolve muitas variáveis. 
No contexto de uma relação pedagógica construtivista, pode-se dizer que a 
motivação para aprender é resultante de um processo de interações entre os agentes 
desse processo (educador-educando, educando - educador, educando - educando), os 
objetos do conhecimento (temas/assuntos) e o contexto em que se inserem (sala de 
aula, instituição, comunidade, realidade em geral). 
Desta maneira, a motivação pode ser desencadeada (e mantida): 
•	 Por estímulos internos do próprio educando, pelas relações interpessoais 
existentes entre os diversos agentes do processo, pela forma como o tema/
assunto é trabalhado; 
•	 Pela mobilização do próprio educador em relação à ação proposta; 
•	 Pelo contexto e pelas condições favorecedoras para a aprendizagem. 
3333Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
 Compete ao professor ao preparar suas aulas ter claro o que irá ensinar e 
porque, bem como escolher metodologias adequadas para tornar sua aula motivadora. 
Pode por exemplo optar por uma aula passeio ou aula da descoberta, visitando o 
entorno da escola e pedindo em seguida que seus alunos façam uma descrição do 
que observaram. Dessa forma todos os alunos prestariam mais atenção. 
A manutenção da atenção, do desejo de descobrir depende significativamente 
do educando, pois decorre de sua relação consciente, intencional e ativa com o objeto 
do conhecimento; isso exige querer, exige responsabilidade pessoal pela construção 
autônoma do seu conhecimento. 
Trata-se, portanto, de um desafio para o educador: 
•	 Criar, intensificar e diversificar o desejo de aprender; 
•	 Buscar as melhores formas para provocar, estimular a atenção do educando; 
•	 Mantê-la em nível adequado e satisfatório para que seja reforçado o desejo 
de aprender; 
•	 Ficar atento para não desestimular o aluno. 
1.4.2 A moTivAÇÃo E AS NEcESSiDADES 
Como vimos anteriormente, diferentes estudos sobre a motivação humana 
relacionam-na com as necessidades. 
Necessidade é o estado de insatisfação, combinado à tensão interna de um 
desequilíbrio do organismo. Como se sabe, todo o sistema vivo está em permanente 
busca de equilíbrio. 
Jean Piaget descreveu em sua teoria que para haver aprendizagem o sujeito 
tem que se desequilibrar, entrar em conflito, para daí buscar, pensar, construir 
conhecimentos para encontrar o equilíbrio novamente. 
34 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
Ruy Mattos apresenta uma série de necessidades humanas, classificando-as, 
conforme é apresentado a seguir: 
NEcESSIDADES fISIOlÓgIcAS 
E mATERIAIS
NEcESSIDADES fISIOlÓgIcAS 
E mATERIAIS
NEcESSIDADES
TRANScENDENTAIS/mÍSTIcAS
NEcESSIDADES POlÍTIcAS
NEcESSIDADES SOcIAIS
•	 Alimento
•	 Sexo
•	 Abrigo
•	 Defesa
•	 Sono (descanso)
•	 Movimentação
•	 Lazer
•	 Segurança
•	 Orientação
•	 Criação
•	 Qualificação
•	 Desenvolvimento
1. Desenvolvimento espiritual
2. Desenvolvimento místico
•	 Engajamento
•	 Legitimidade
•	 Representatividade
•	 Igualdade
•	 Autodeterminação
•	 Associação
•	 Reconhecimento
•	 Afeto
•	 Respeito
•	 Prestígio
•	 Realização
•	 Responsabilidade
•	 Autoconhecimento
•	 Auto e 
heterocontrole
Esta classificação é apenas uma dentre outras possíveis e, certamente, não 
estará completa, mas permite uma visão ampla da maioria das necessidades humanas. 
Somos seres inacabados, entendendo o prefixo .in. com negação. 
Também somos insatisfeitos, há situações e circunstâncias que acabam por 
3535Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
amortecer ou enfraquecer sua vontade de fazer, seu desejo de ser, sua vontade de 
mudar para melhor, sua necessidade de criar. 
Ao viver nos deparamos com inúmeras dificuldades, algumas superáveis outras 
não, porém todas elas nos deixam marcas. 
Segundo Amaral (2007), alguns desses fatores podem encontrar-se, por exemplo, 
em relações desestruturadas na família e na escola, nas relações interpessoais, no 
autoritarismo, no egocentrismo, na alienação produzida pela ideologia do consumo, 
na cultura crescente da lei do menor esforço, e outras tantas mais. 
Ainda para a autora, o ciclo motivacional poderia ser assim representado: 
cIclO mOTIvAcIONAl
Equilíbrio AçãoEquanidade frustração
Satisfação
volta ao Equilíbrio
compensação
Alívio da tensão
Tensão
Ansiedade
Desconforto
Para você entender melhor, saiba mais sobre esse teórico: 
36 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
3737Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
Carl Rogers, estudando o processo da motivação para aprender, concluiu, 
confirmando essas teorias, que: se o educando sentir-se ajustado, em equilíbrio, não 
tem consciência da necessidade de aprender. Noentanto, se ele sentir-se desajustado, 
insatisfeito, carente ou inadequado em relação a essa necessidade, ficará estimulado. 
Ele pode também não tomar consciência de sua inadequação; nesse caso, não há 
desajuste, nem desequilíbrio. Portanto, para sentir-se estimulado, o educando 
precisa tomar consciência de um estado de incongruência ou inadequação, para 
ficar vulnerável, em desequilíbrio, em tensão. Quando isso ocorre, se os estímulos 
para aprender forem adequados, representando uma pequena ameaça à mudança, 
o estudante motiva-se para mudar ou aprender; no entanto, se a ameaça for muito 
forte, defende-se, fecha-se, resiste, não se motiva e, portanto, não aprende. 
Para os seguidores das abordagens humanista, sócio-cultural, construtivista e 
por competências, a aprendizagem mais útil, significativa, capaz de gerar mobilização 
e autonomia é o aprender a aprender. 
1.4.3 moTivAÇÃo E o ProcESSo ENSiNo-APrENDizAgEm 
 Se para aprendermos precisamos estar motivados, como o professor poderia 
fazer? 
Após a análise das ideias de Maslow, Rogers e Piaget, entre outros, elencamos 
algumas ideias, tais como: 
1. Saber quem é o seu aluno, quais são seus interesses, o que ele faz no intervalo. 
2. Aplicando algumas dinâmicas de grupo, procura descobrir seus interesses. 
Para Piaget, o professor deve criar espaços para que seus alunos levantem 
hipóteses,questionem, dêem suas opiniões. Para esse teórico, o professor nunca deve 
dar uma resposta, mas gerar desequilíbrios. 
Bruner, seguidor de Piaget, é defensor desta proposta. O aluno deve ser 
desafiado, para que deseje saber, e uma forma de criar este interesse é dar a ele a 
38 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
possibilidade de descobrir. 
Atualmente Coll, em seu livro “O Construtivismo em Sala de Aula” discute 
muito bem esse assunto. 
Outra alternativa é a de desenvolver nos alunos uma atitude de investigação, 
uma atitude que garanta o desejo mais duradouro de saber, de querer saber sempre. 
Para isso as aulas deverão ser dinâmicas e nunca expositivas. 
As aulas deveriam sempre ser iniciadas com assuntos instigadores ou 
amostragem ou ainda a apresentação de filmes relacionados ao tema a ser estudado. 
Desejar saber, investigar, ser curioso, deve passar a ser um estilo de vida. 
Essa atitude pode ser desenvolvida com atividades muito simples, que começam 
pelo incentivo à observação da realidade próxima ao aluno — sua vida cotidiana —, os 
objetos que fazem parte de seu mundo físico e social. Essas observações sistematizadas 
vão gerar dúvidas (por que as coisas são como são?) e aí é preciso investigar, descobrir. 
Freinet nos deixou um legado muito grande de como dar aulas motivadoras. 
Criou por exemplo técnicas que instigavam os alunos a querer ler e escrever. Técnicas 
como: jornal na sala de aula: os alunos, com o auxílio de uma impressora escreviam as 
notícias; o jornal mural: os alunos afixavam as notícias ou recados importantes para 
eles; a aula passeio ou como é conhecida hoje, a técnica da descoberta: os alunos 
saíam fora da sala para pesquisar tipos de plantas, frutas, contar rebanhos. 
Os alunos precisam se comunicar entre si. Cabe ao professor construir um 
contrato questionando os alunos qual a melhor hora para se fazer isso. 
Todas as regras deveriam ser criadas em conjunto com os alunos. O professor 
por sua vez deve ter uma linguagem acessível e os exercícios e tarefas deverão ter um 
grau adequado de complexidade. Tarefas muito difíceis, que geram fracasso, e tarefas 
fáceis, que não desafiam, levam à perda do interesse. 
Compreender a utilidade, o significado, estabelecer relações do que se está 
aprendendo é também fundamental. Não é difícil para o professor estar sempre 
retomando em suas aulas a importância e utilidade que o conhecimento tem e poderá 
ter para o aluno. 
3939Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
Compreendendo a razão, o significado do que esta aprendendo e a sua utilidade 
a aprendizagem torna-se prazerosa. 
Afinal, o que é mais interessante é estarmos sempre reinventando, 
criando,descobrindo que a vida não é parada,estanque, mas sim um movimento de 
descobertas constante. 
Estamos diferentes agora, em relação a algumas horas atrás. Você já pensou 
sobre isso? 
O psiquiatra e psicoterapeuta de jovens e família, o autor Içami Tiba (1996), 
diz que professor bem preparado consegue também tornar sua aula interessante e 
prazerosa. 
Segundo este autor, o professor deve ter muita criatividade para tornar sua 
aula apetitosa. Os temperos fundamentais são: alegria, bom humor, respeito humano 
e disciplina. Quanto maior a interação do professor com a classe, maior será o 
domínio sobre os alunos. O aluno é peça-chave para a disciplina escolar e sucesso do 
aprendizado. Atualmente, a maior dificuldade que se encontra é a desmotivação. (p. 
124)
 
E	você,	o	que	mais	te	motiva?	Do	que	realmente	gosta?	O	que	você	
espera	ao	se	tornar	professor?
Um dos nossos objetivos é que você desenvolva uma atitude investigativa e isso 
começa com o nosso próprio conhecimento, com a visão que temos de nós mesmos. 
Ao nos conhecermos nos tornamos mais críticos, mais criativos e porque não,mais 
ousados.
 DICA DE FILME
1.	Admirável		Mrs	Holland	
40 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
2.	Motivação	–	Youtube	
Assim,	 procure	 ler	 	 os	 livros	 e	 artigos	 indicados	 e	 assista	 ao	 filme	 –	
Motivação	no	Youtube,	postado	em		5/04/2009.	Você	ira	gostar	muito.
4141Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
1.5 coNSiDErAÇõES DA uNiDADE i
A ação didática, principalmente na visão de Libâneo, o qual nos aponta a 
importância do processo educacional, seja em qualquer instância.
Fizemos um rápido sobrevôo no caminhar da educação.
Apontamos ideias de Montessori, Ausubel e Bruner, enquanto educadores 
inovadores. Discutimos também as ideias de Alarcão e dos estudiosos portugueses 
que vêm reforçando a ideia de uma postura reflexiva.
Cabe ao professor, segundo esses autores, refletir sobre sua prática antes, 
durante e após suas ações. Por fim, buscamos nos estudos da escola nova, algumas 
ideias de Maslow e Rogers sobre a motivação.
Eu particularmente acredito muito na sua importância. Penso que se tivermos 
curiosidade, se estivermos abertos, aprenderemos muito mais e com mais prazer.
Chegamos ao final de nossas atividades da Unidade I. Esperamos que as 
discussões, os filmes assistidos, a participação no Fórum, as realizações das atividades 
propostas ao longo dessas semanas de estudo tenham contribuído para o seu 
desenvolvimento.
Lembre-se de assistir à primeira teleaula e reler o material sempre que surgirem 
as dúvidas e registre tudo: ansiedades, reflexões... pois elas serão úteis para o nosso 
caminhar.
42 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
TESTE SEU CONHECIMENTO
4343Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
44 Unidade i - a ação didática: papel do professor enqUanto agente motivador
rESPOSTAS COMENTADAS
1. A resposta será postada no AVA.
2. Todas são verdadeiras.
 DICA DE FILME
Sugestão de Filmes:
O	preço	do	desafio	–Filme	comercial
Motivação	–	youtube	em	05/06/2000
Admirável	Mrs	Holland	–	filme	comercial
Sugestão de Filmes / Ebooks:
http://www.novaescola.abril.com.br
http://www.centrorefeducacional.com.br
http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Maslow_Biografia.htm
4545UNIDADE II - plANEjAmENto 45
2U n i d a d e i i 
PlANEjAmENTo
 OBJETIVOS DA UNIDADE
•	 Analisar	os	pressupostos	da	Didática	sob	o	ponto	de	vista	 técnico	e	
humano;
•	 Identificar	a	estrutura	e	a	utilização	dos	diferentes	planos;	
•	 Analisar	os	dispositivos	 legais	que	sustentam	o	fazer	pedagógico	da	
escola;
•	 Identificar		os	diferentes	tipos	de	Planos	e	sua	aplicabilidade;
•	 Estruturarum	plano	de	ensino	(apenas	a	estrutura		do	Plano);
•	 Identificar	 a	 importância	 da	 seleção	 dos	 conteúdos	 e	 sua	 relação	
direta	com	os	objetivos	e	com	os	recursos	disponíveis.
 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
•	 Fundamentação	teórica	sobre	a	prática	e	o	saber-fazer	do	pedagogo;
•	 Compreensão	da	ação	didática;
•	 Envolvimento	dos	alunos	em	suas	aprendizagens	e	em	seu	trabalho;
•	 Estímulo	do	aprender,	explicitar	a	relação	com	o	saber,	o	sentido	do	
trabalho	escolar	e	o	desenvolvimento	da	capacidade	de	autoavaliação.
46 UNIDADE II - plANEjAmENto46
2.1 A AÇÃo DiDáTicA
A Didática é um ramo da Pedagogia que se ocupa dos fundamentos, das 
condições, dos modos de realização no processo de construção do conhecimento, do 
desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes.
Fica fácil entender que, para a Didática ganhar qualidade, deve estender suas 
fronteiras rumo à Psicologia, Sociologia, Política e Filosofia, o que a torna uma ciência 
multidimensional.
4747UNIDADE II - plANEjAmENto 47
2.1.1 viSÃo gErAl Do PlANEjAmENTo DiDáTico
O	ser	humano	-	o	animal	com	o	cérebro	mais	desenvolvido	-	éacima	
de	tudo	um	organismo	que	aprende.	Ele	é	concebido	para	aprender.	
Como	ele	o	faz?	E	sob	quais	circunstâncias	e	cenários	ele	o	faz	
melhor?	Acredito	ao	pensar	o	futuro,	ao	planejar.	(Edward	Hall	-	
Antropólogo)
Nestas últimas décadas, em comparação com o que ocorreu desde o homem 
primitivo até os nossos dias, houve uma vertiginosa e fulminante aceleração no 
processo do desenvolvimento mundial. 
Essa mudança veio a exigir intensificação das relações humanas, aumento de 
atividade e necessidade de maiores conhecimentos. Passamos a nos interessar pelo 
outro. 
O homem tem se esforçado para viver melhor e atingir seus objetivos ou mesmo 
suas necessidades, entendemos que as mudanças são rápidas e que não podemos 
parar nunca. 
Estamos compreendendo que para isso precisamos reaprender a viver em 
grupo, em sociedade, deixando para o lado o individualismo. Hoje buscamos uma 
visão holística, global e não mais fragmentada. 
Para tanto precisamos aprender a refletir mais sobre nossas ações e planejar 
mais. Pela reflexão conseguimos nos conhecer melhor, conhecer mais o que existe a 
nossa volta, o que favorece uma conduta inteligente em situações novas de vida. 
Pelo planejamento, o homem organiza e disciplina a sua ação, partindo sempre 
para realizações mais complexas. Não há nada que façamos que tenhamos planejado 
antecipadamente, só que não são formalizadas, ficam apenas no pensar. 
Para as atividades diárias raramente delineamos etapas concretas de ação. Isto 
porque sua consecução está ligada a um processo rotineiro ou mesmo tradicional: 
diariamente as realizamos da mesma forma. 
48 UNIDADE II - plANEjAmENto48
Já, no entanto, quando nos propomos a realizar una atividade diferenciada, na 
qual não temos total domínio, buscamos racionalizá-la através de objetivos, métodos 
ou reflexões de como agir, como caminhar para finalmente agir.
Por exemplo, quando nos propomos a fazer uma série de compras inicialmente 
determinamos quais os artigos que desejamos adquirir e, conforme as mercadorias 
pretendidas, estabelecemos um itinerário X que favorecerá esta realização. Nesta 
segunda etapa temos uma série de alternativas a decidir e o que fazer e como 
fazer para realizar as compras. Em um momento posterior realizamos a ação, isto é 
percorremos o itinerário pré-estabelecido para realizar as compras. Após, verificamos 
qual o resultado obtido, ou melhor, das compras desejadas verificamos o que realmente 
conseguimos adquirir e temos oportunidade de constatar se os meios adotados foram 
os mais adequados ao que desejávamos realizar. 
Assim, também, ocorrem-nos diversos campos da atividade humana. Para a 
obtenção de êxito, o planejamento se impõe como medida básica. Todas as nossas 
ações, conscientemente ou não, são planejadas. 
Em educação, o planejamento didático é uma necessidade indiscutível, se 
quiser assegurar eficiência de desempenho. 
Permite antecipar comportamentos a longo e a curto prazos, pensar em como 
agir e com quais recursos e construir formas de avaliar, mesmo que seja de acordo 
com os objetivos traçados. Não resta dúvida que o ato de planejar é inerente ao ser 
humano. 
Se pensarmos antecipadamente as nossas ações, prevendo erros e acertos o 
desgaste é muito menor e, consequentemente, os erros também o serão. Precisamos 
sempre saber o que queremos e aonde queremos chegar, caso contrário não 
chegaremos a nenhum lugar. 
É importante, no entanto, compreender que o planejamento não deve ter 
como foco o engessamento de maneira definitiva das pessoas envolvidas no processo. 
 
4949UNIDADE II - plANEjAmENto 49
2.1.1.1 DEfiNiNDo o PlANEjAmENTo 
 Vejamos duas definições de Planejamento: 
Ato ou efeito de planejar. Trabalho de preparação para qualquer 
empreendimento, segundo roteiro e métodos determinados. Processo que leva ao 
estabelecimento de um conjunto coordenado de ações, visando à consecução de 
determinados objetivos (Dicionário Aurélio, 2004). 
O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das 
atividades didáticas em termos de sua organização e coordenação em face dos objetivos 
propostos, quanto sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. O 
planejamento é um meio para se programar as ações docentes, mas é também um 
momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação. (LIBÂNEO, 1994, p. 
221) 
PLANEJAR é uma necessidade principalmente para o professor, pois ele trabalha 
com a mudança de comportamento de outras pessoas. 
Planejar é um desafio permanente, pois os dados em que o planejamento se 
apóia estão em constante mudança, bem como os elementos de que ele é formado, 
pois planejar requer um amplo conhecimento da área da ciência ou da técnica que 
se ensina, da própria técnica de planejar e ainda dos avanços quanto à metodologia 
educacional. Por isso só um PROFESSOR ATUALIZADO PLANEJA BEM. 
2.1.2 rESumo: viSÃo gErAl Do PlANEjAmENTo DiDáTico 
1 – Desenvolvimento mundial nas últimas décadas: 
•	 Intensificação das relações humanas. 
•	 Aumento de atividade. 
•	 Necessidade de maiores conhecimentos. 
50 UNIDADE II - plANEjAmENto50
2 – Homem: 
•	 Esforço para adaptar-se ao seu semelhante. 
•	 Relacionamento: amenizar tensões, conflitos e antagonismos. 
•	 Favorecer a participação, a colaboração e a cooperação. 
•	 Necessidade Básica: reflexão e planejamento. 
3 – Reflexão: 
•	 Desenvolver discernimento, compreensão e julgamento da realidade. 
•	 Favorecer a conduta inteligente em situações novas de vida. 
4 – Planejamento: 
•	 Organiza e disciplina a sua ação. 
•	 Dia-a-dia: situações que requerem planejamento, só que não são 
formalizadas. 
•	 Processo rotineiro ou mesmo tradicional. Ex: compras. 
•	 Atividade não comum: planejamento sistematizado. 
5 – Educação: 
•	 Planejamento: uma necessidade indiscutível se quiser assegurar eficiência 
de desempenho. 
5151UNIDADE II - plANEjAmENto 51
6 – Planejamento:
•	 Define os resultados que se pretende alcançar, em que espaço de tempo, com 
que recursos materiais e humanos e mediante que objetivos procedimentos, 
ou técnicas e recursos adequados. 
•	 Atividade inerente à função do professor. 
2.2 cArAcTErÍSTicAS E vANTAgENS Do 
PlANEjAmENTo – o rESgATE Do ToDo 
“Só	posso	compreender	um	todo	se	conheço,	especificamente,	suas	
partes.	Mas	só	posso	compreender	as	partes,	se	conheço	o	todo”.	
(Pascal,	filósofo)	
O planejamento é importante na educação porque garante ao professor 
um progressivo aperfeiçoamento, abrindo-lhe novas e ricas perspectivas quanto a 
descrição dos objetivos, ou seja, o que se pretende alcançar, quanto a seleção de 
conteúdos, quanto a escolha das metodologias apropriadas e os recursos necessários, 
bem como as formas de avaliar o que foi realizado. 
Torna o ensino construtivo e eficaz, reajustando-o continuamenteao progresso 
das ciências, às necessidades reais dos alunos e às exigências da vida social, em 
constante evolução. 
De acordo com Haydt (2006), existem vários aspectos que caracterizam um 
planejamento: 
1 – Unidade: 
•	 Desenvolvimento do plano de ensino em torno de uma ideia fundamental 
52 UNIDADE II - plANEjAmENto52
e unificadora. Consiste em fazer convergir todas as atividades para os 
objetivos visados, fazendo com que todo o trabalho obedeça a uma diretriz 
geral e única. 
2 – Continuidade: 
•	 Consiste na sequência natural, lógica e coerente do planejamento devendo 
prever a continuidade do desenvolvimento do aluno, a continuidade de uma 
série para a outra. Esta característica se reveste da maior importância, pois, 
ao observá-la, o professor está garantindo a formação de pré-requisitos no 
desenvolvimento do aluno. Não observar rigorosamente a continuidade do 
plano significa promover hiatos na formação do aluno, que muitas vezes 
ocasionam danos irreversíveis. 
3 – Flexibilidade: 
•	 Nenhum planejamento em educação deve ser rígido, pois são destinados às 
pessoas que não apresentam rigidez de comportamentos. Por outro lado, 
esta característica adquire uma dimensão social, na medida em que permite 
reajustamento resultante das mudanças que ocorrem aceleradamente 
à nossa volta. Um planejamento que goza desta característica permite o 
replanejamento, caso o professor constate que a clientela escolar não reage 
bem às atividades propostas. 
4 – Objetividade: 
•	 Consiste em basear-se em condições reais e imediatas de tempo, lugar e 
recursos. Muitos planejamentos permanecem arquivados na gaveta do 
professor, porque ao serem elaborados, prevê-se material não disponível 
e inacessível *a realidade concreta; se o professor dispuser apenas de um 
quadro de giz e algumas gravuras, é com isso que deve contar se não 
puder providenciar algo melhor, pois PLANEJAR é, antes de mais nada, 
5353UNIDADE II - plANEjAmENto 53
a organização de um trabalho para uma realidade concreta e não para 
cumprir formalidades. 
5 – Precisão e Clareza: 
•	 Conter indicações exatas, sugestões concretas e simplicidade, pois um 
trabalho que somente o planejador leia e interprete não tem condições de 
ser contínuo. Quanto mais reduzida for a faixa de imprecisão, tanto mais 
seguro e eficaz o plano de ensino e para ser claro, o plano não deve ser uma 
obra de erudição, mas conter somente as palavras necessárias para exprimir 
as ideias e os fatos mais importantes, tomando o plano claro e simples, 
limitando interpretações que podem levar a erros. 
2.2.1 rESumo: cArAcTErÍSTicAS E vANTAgENS Do 
PlANEjAmENTo 
 l – Características: 
 1. Unidade: 
•	 Ideia fundamental e unificadora. 
•	 Convergir todas as atividades para os objetivos visados, fazendo com que 
todo o trabalho obedeça a uma diretriz geral e única. 
2 – Continuidade: 
•	 Sequência natural, lógica e coerente do planejamento. 
•	 Continuidade do desenvolvimento do aluno. 
•	 Continuidade de uma série para outra. 
54 UNIDADE II - plANEjAmENto54
•	 Formação de pré-requisitos. 
•	 “Hiato” na formação do aluno (danos irreversíveis). 
3 – Flexibilidade: 
•	 Não há rigidez no planejamento. 
•	 Reajustamento resultante das mudanças que ocorrem aceleradamente à 
nossa volta. 
•	 Permite o replanejamento. 
 4 – Objetividade: 
•	 Condições reais e imediatas de tempo, lugar e recursos. 
•	 Realidade concreta e não cumprir formalidades. 
5 – Precisão e clareza: 
•	 Conter indicações exatas. 
•	 Sugestões concretas. 
•	 Simplicidade. 
•	 Limita interpretações que podem levar a erros. 
Registre em suas anotações: 
1 - Em sua opinião, por que as palavras “reflexão” e “planejamento” são 
importantes? 
5555UNIDADE II - plANEjAmENto 55
2 - Escolha três características do planejamento que você julga mais importante 
e explique por quê? 
2.3 PlANEjAmENTo E A AÇÃo DiDáTicA 
2.3.1 coNcEiTo 
Planejamento educacional é, antes de tudo, aplicar à própria educação 
aquilo que os verdadeiros educadores se esforçam por inculcar a seus alunos: uma 
abordagem racional e científica dos problemas. Tal abordagem supõe a determinação 
dos objetivos e dos recursos disponíveis, a análise das conseqüências que advirão das 
diversas atuações possíveis, a escolha entre essas possibilidades, a determinação de 
metas específicas a atingir em prazos bem definidos e, finalmente, o desenvolvimento 
dos meios mais eficazes para implantar a política escolhida. Assim concebido, o 
planejamento educacional significa bem mais que a elaboração de um projeto: é um 
processo contínuo que engloba uma série de operações interdependentes (UNESCO, 
1968 apud MENEGOLLA; SANT‘ANNA, 1991,p. 32). 
 Portanto, planejamento é o processo de análise crítica que o educador faz de 
suas ações e intenções buscando ampliar sua consciência em relação: 
•	 Aos problemas do cotidiano pedagógico. 
•	 A origem deles. 
•	 À conjuntura na qual aparecem. 
•	 Quais as formas de superá-los. 
56 UNIDADE II - plANEjAmENto56
Objetivo: 
•	 Aperfeiçoar a ação do processo ensino-aprendizagem. 
•	 Superação das altas taxas de evasão e retenção. 
•	 Avanço do processo de democratização da educação escolar. 
Pressuposto: 
•	 Com consciência crítica. 
Educador :
•	 Comprometido com o processo de transformação da educação escolar e da 
sociedade. 
•	 Com competência técnica e compromisso político. 
É necessário que o educador saiba: 
•	 O quê FAZ.
•	 Por que FAZ.
•	 Como FAZ. 
•	 Para que FAZ. 
•	 Para quem FAZ. 
Como deve ser feito: 
Planejamento não é elaboração mecânica de planos, projetos e programas. 
5757UNIDADE II - plANEjAmENto 57
•	 PLANEJAMENTO = Reflexão contínua da práxis pedagógica. 
•	 PLANO = Formalização dos diferentes momentos desse processo 
•	 Documento. 
 Reflexões para se fazer ao Planejar: 
Conteúdo a ser analisado no processo de planejamento: 
•	 A sociedade brasileira e seus problemas. 
•	 As relações da educação escolar com a sociedade. 
•	 Funções da educação escolar na construção da cidadania do homem 
brasileiro. 
•	 Objetivos da educação básica. 
•	 Conteúdos da educação escolar e sua função na formação do cidadão. 
•	 Relações entre objetivos, conteúdo, metodologia, técnicas e recursos de 
ensino. 
•	 Teorias de ensino e aprendizagem. 
•	 Quem é o aluno que freqüenta a escola. 
Quando é realizado: 
•	 No início do ano. 
•	 No decorrer de todo o ano. 
•	 No final do ano. 
58 UNIDADE II - plANEjAmENto58
•	 No início do próximo ano... 
2.3.2 imPorTâNciA Do PlANEjAmENTo 
Educação escolar - PROCESSO: sistemático, coerente, organizado, intencional, 
crítico; da passagem dos conhecimentos universais para os educandos, através da 
mediação do educador. 
2.3.3 hiSTóriA Do PlANEjAmENTo NA EDucAÇÃo EScolAr 
 ANOS 50 e 60 - planejamento feito em cadernos, fichas e apontamentos 
pessoais do professor. 
ANOS 70 - tecnicismo influenciando o planejamento 
Planejar = preenchimento de formulários, com esquemas rígidos na forma 
desse preenchimento consequência ->burocracia inócua. 
O que se busca hoje -> RESGATE do planejamento como forma de: 
•	 Superar os problemas do cotidiano da educação escolar. 
•	 Superar o improviso, a má ou ausência de preparação das atividades 
docente.
 Estabelecer prioridades - condições da situação existencial concreta em que 
vive homem.
5959UNIDADE II - plANEjAmENto 59
2.3.4 DimENSÃo iNDiviDuAl - colETivA Do PlANEjAmENTo 
E DA ElAborAÇÃo DE PlANoS 
PLANEJAMENTO - Processo coletivo de identificação dos problemas do ensino 
-aprendizagem, estudo de suas raízes e proposta de formas para sua superação. 
PLANO - A partir da reflexão coletiva, o educador individualmente ou em 
pequenos grupos documentam o que pretendem, e como. 
Em educação o coletivo não é a soma mecânica das partes, mas a tentativa 
contínua do trabalho pedagógico escolar ser coerente, articulado, sistemático e 
orgânico. 
Quando pensamos em planejar a educação,é necessário que esse exercício 
venha acompanhado de reflexão sobre como realizar e organizar o trabalho escolar. 
Isso significa: 
•	 Encarar de frente os problemas da escola em que trabalhamos e do contexto 
do sistema educacional; 
•	 Assumir também a escola como instância social, com o compromisso de 
gerar aprendizagens e formar cidadãos. 
Quando nos propomos a realizar e pensar o planejamento, formalizando-o 
em: plano da escola/plano gestor, plano de ensino e plano de aula, significa que 
precisamos exercer uma atividade engajada, intencional, científica, de caráter político 
e ideológico e isento de neutralidade. 
“Planejar ou burocratizar”? 
De acordo com Fusari (1994), o ato de planejar não é só técnica. Além dessa 
dimensão ele é fundamentalmente: 
A instância de decisões políticas (pensar), capazes de consolidar e dinamizar 
ações que venham ao encontro dos interesses de uma coletividade; 
60 UNIDADE II - plANEjAmENto60
O resultado de decisões políticas de indivíduos e/ou o conjunto destes, as 
quais serão implementadas por meio de ações pedagógicas (o nosso fazer) no âmbito 
educacional. 
O planejamento não é uma tarefa neutra, mas ideologicamente comprometida 
com os fins pretendidos por aquele grupo ou instituição. 
Isso significa dizer que o planejamento: 
•	 É um processo constituído de vários atores que compõem esse planejar; 
•	 É uma atividade que subsidia o ser humano no encaminhamento de suas 
ações e na obtenção de resultados desejados. 
 Ainda para o autor, ao tratarmos de planejamento em uma escola, os seguintes 
aspectos devem ser considerados: 
•	 O coletivo de indivíduos que desempenham inúmeras atividades, as quais 
por natureza própria requerem um processo de planejamento que possibilite 
a participação efetiva desse conjunto de pessoas, que a princípio deve tomar 
decisões pertinentes aos fins a que se propõe uma instituição educacional; 
•	 O planejamento como uma ferramenta viabilizadora de um processo que 
contribua para o desenvolvimento de todos aqueles que estejam direta ou 
indiretamente vinculados à educação; 
•	 Os inúmeros desafios a enfrentar quando falamos de processo de 
planejamento como um procedimento viabilizador de um direito público 
que é a educação. 
No contexto educacional, tem havido certa confusão entre o processo de 
planejamento e os documentos (plano, programa ou projeto) decorrentes desse 
processo. Tal situação tem levado os profissionais da educação a encararem o 
planejamento como algo que mais atrapalha do que ajuda na inovação do ensino e 
da aprendizagem. (JARBAS,1985) 
Texto resumido: http://www.ufpe.br/daepe/n3_3.htm
 
6161UNIDADE II - plANEjAmENto 61
2.4 TiPoS DE PlANEjAmENToS 
Observe o fluxograma a seguir: 
PlANEjAmENTO EDUcAcIONAl mEc/cfE/cEE/cmE
INSTITUIÇÃOPlANEjAmENTO cURRIcUlAR
PlANEjAmENTO DE cURSO
PlANO DE DIScIPlINA
PlANO DE AUlA
 
Como vimos, o planejamento educacional é de responsabilidade do Ministério 
da Educação - MEC, Conselho Nacional de Educação – CNE, em âmbito federal, do 
Conselho Estadual de Educação – CEE, em âmbito estadual e, do Conselho Municipal 
de Educação – CME, na esfera municipal. 
Em cada uma das esferas, são fixados currículos mínimos, carga horária e, 
definidos critérios para o funcionamento das instituições públicas. 
62 UNIDADE II - plANEjAmENto62
2.4.1 PlANEjAmENTo EDucAcioNAl ou DE um SiSTEmA 
EDucAcioNAl 
Planejamento educacional: 
Consiste na tomada de decisões sobre a educação no conjunto do 
desenvolvimento geral do país. A elaboração desse tipo de planejamento requer a 
proposição de objetivos em longo prazo que definam uma política da educação. É o 
realizado pelo Governo Federal, através do Plano Nacional de Educação e da legislação 
vigente. 
Os Estados e Municípios também poderão construir seu Planejamento tendo 
como base a legislação vigente. 
A partir das constatações feitas,o governo traçará suas metas, definindo 
prioridades. 
Esse tipo de planejamento reflete a política de educação adotada. 
2.4.2 PlANEjAmENTo EScolAr E ProPoSTA EDucAcioNAl 
É o planejamento geral de uma escola, é o processo de tomada de decisões.
Resultará em PROPOSTA EDUCACIONAL OU NO PROJETO POLÍCO 
PEDAGÓGICO, bem como no Planejamento Escolar. 
2.4.2.1 ProPoSTA EDucAcioNAl 
É o maior documento da escola e deverá refletir sua cara.
Nesse documento busca-se a integração efetiva entre a escola e a realidade 
6363UNIDADE II - plANEjAmENto 63
social, ressaltando a relação teoria e prática. As atividades educativas deveriam ser 
planejadas tendo como ponto de referência a problemática sociocultural, econômica 
e política do contexto escolar em que a escola está inserida. 
Deve ocorrer a participação da comunidade escolar: professores, alunos, 
especialistas e demais pessoas envolvidas neste processo, que seria o ponto essencial 
para as propostas de atuação da escola e as formas de produção do conhecimento. 
Deve conter os objetivos nacionais da educação e os objetivos gerais da escola: 
•	 Identificação. 
•	 Caracterização. 
•	 Pressupostos filosóficos. 
•	 Pressupostos psicológicos. 
•	 Objetivos.
•	 Missão. 
•	 Planejamento Curricular. 
•	 Planejamentos de Ensino. 
•	 Projeto Pedagógico. 
•	 Metodologias utilizadas. 
•	 Formas de Avaliação. 
•	 Direito e deveres dos Professores. 
•	 Direito e deveres dos Alunos. 
•	 Calendário. 
•	 Atividades docentes e discentes –ADD. 
•	 Plano de Formação continuada dos professores. 
64 UNIDADE II - plANEjAmENto64
•	 Horário de atendimento aos pais. 
•	 Projetos de Recuperação. 
Todas as atividades desenvolvidas pela escola, suas parcerias... Enfim todas as 
suas realizações deverão constar na sua Proposta Educacional,que tem a duração 
quadrienal. 
2.4.2.2 PlANEjAmENTo EScolAr ou gESTor 
É	um	processo	de	racionalização,	organização	e	coordenação	da	ação	
docente,	articulando	a	atividade	escolar	e	a	problemática	do	contexto	
social.	(LIBÂNEO,	1992,	p.	221-2).	
Fase l - Estudo real da escola em suas relações com o contexto social em que 
se insere. O estudo deverá ser feito deforma global, analisando as circunstâncias 
socioculturais, econômicas e políticas dos diferentes níveis presentes nas relações escola 
e sociedade (universo sociocultural dos alunos, seus interesses e suas necessidades, 
identificar o que já conhecem, o que aspiram e como vivem). O resultado desse 
primeiro momento do planejamento participativo seria um diagnóstico sincero da 
realidade concreta do aluno, elaborado de forma consciente e comprometida com 
seus interesses e necessidades. 
Fase II - Após primeira fase, devamos proceder à organização do trabalho 
didático. A definição dos objetivos a serem perseguidos, a sistematização do conteúdo 
programático e a seleção dos procedimentos de ensino a serem utilizados são as ações 
básicas dessa segunda fase. 
Na definição dos objetivos, portanto, será essencial a especificação dos 
diferentes níveis de aprendizagem a serem atingidos: a aquisição, a reelaboração 
dos conhecimentos aprendidos e a produção de novos. Assim, os objetivos deverão 
expressar ações, tais como reflexão crítica, a curiosidade científica, a investigação e a 
6565UNIDADE II - plANEjAmENto 65
criatividade. 
Resumo das etapas do Planejamento Escolar:
1. Sondagem e diagnóstico da realidade da escola. 
1.1 Características da comunidade. 
1.2 Características da clientela escolar. 
1.3 Levantamento dos recursos humanos e materiais disponíveis. 
1.4 Avaliação da escola como um todo: evasão do ano anterior, repetência, 
aceleração dos estudos, reclassificação, porcentagem de aprovação e de alunos 
recuperados. 
Para ficar mais claro: 
Sondagem= é o levantamento de dados e fatos importantes de uma realidade; 
Diagnóstico = é a análise e interpretação objetiva dos dados coletados. 
2. Definição dos objetivos e prioridades da escola. 
3. Proposição da organização geral da escola.
3.1 Quadro curricular: 
Análise dos PCNs, Referencial

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