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6 - AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO

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0 
 
 
 
AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO 
EDUCACIONALEDUCACIONAL 
 
1 
 
 
ELOANE COIMBRA LIMA 
 
 
 
AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO 
 
 
 
 
Fonte: https://robertodearaujocorreia.wordpress.com/2010/07/26/convivencia-em-equipe/ 
 
 
 
 
 
 
 
ÁGUA BRANCA-PI 
2019 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diretor Geral 
Eloan Coimbra Lima 
 
Diretora Acadêmica 
Eloane Coimbra Lima 
 
Secretária Acadêmica 
Ginoã das Graças Coimbra Lima 
 
Coordenação do Curso 
Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira 
 
Coordenação do Nead 
Tiago Soares da Silva 
 
LIMA, Eloane Coimbra. 
 Avaliação e Planejamento Educacional. 1ª ed. Água Branca; Isepro – 
Cursos de Graduação. 80p. 
Bibliografia 
 
1. Pedagogia 2. Educação 3. Título. 
 
Ficha Catalográfica 
Todos os direitos em relação ao design deste material são reservados à ISEPRO. 
Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material são reservados ao autor. 
Todos os direitos de Copyright deste material didático são à ISEPRO. 
 
 
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UNIDADE 03 
AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO ESCOLAR 
 3.1 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE E OS 
FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO................................................... 
3.2 PLANEJAMENTO E AÇÃO PEDAGÓGICA: DIMENSÕES 
TÉCNICAS E POLÍTICAS DO PLANEJAMENTO..................................... 
3.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, QUALIDADE TOTAL E 
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO.......................................................... 
ATIVIDADES............................................................................................. 
FÓRUM....................................................................................................... 
 
 
 
ATIVIDADES..............................................................................................35 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação do curso ..................................................................... 06 
Apresentação da disciplina................................................. 
08 
14 
23 
05 
06 
UNIDADE 01 
INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO 
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 
ATIVIDADES............................................................................................. 
FÓRUM............................................................................................................. 
UNIDADE 02 
AVALIAÇÃO COM BASE EM ALGUNS AUTORES................................. 
2.1 JUSSARA HOFFMAN........................................................................ 
2.2 PHILIPPE PERRENOUD................................................................... 
2.3 CIPRIANO LUCKESI......................................................................... 
2.4 ANTONI ZABALA............................................................................... 
2.5 OUTROS........................................................................................... 
ATIVIDADES............................................................................................ 
FÓRUM.................................................................................................... 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 04 
AVALIAR E PLANEJAR 
4.0 AVALIAR................................................................................................ 
4.1 ATITUDE DO PROFESSOR................................................................. 
4.2 A AVALIAÇÃO..................................................................................... 
4.3 AVALIAÇÃO X RESISTÊNCIA A MUDANÇAS.................................. 
4.2.2 TIPOS E NÍVEIS DE PLANEJAMENTO............................................ 
4.2.3 PLANO É UM DOCUMENTO UTILIZADO PARA O 
REGISTRO DE DECISÕES DO TIPO......................................................... 
4.2.4 NO PLANEJAMENTO DE ENSINO, PODEMOSDESTACAR: 
O PLANO DE CURSO E O PLANO DE AULA............................................ 
4.3.1.0 PLANEJAMENTO DE AULA OU PLANO DE 
AULA........................................................................................................ 
ATIVIDADE................................................................................................. 
FÓRUM..................................................................................................... 
 
 
 
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47 
 
4 
 
UNIDADE 06 
TÉCNICAS E INTRUMENTOS DE AVALIÇÃO 
6.1 TECNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ................ 
6.2 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO....................................... 
6.2.1 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA........................................... 
6.2.2 AVALIAÇÃO FORMATIVA............................................ 
6.2.3 AVALIAÇÃO SOMATIVA..................................................... 
6.3 OBSERVAÇÃO E REGISTRO PELO PROFESSOR............. 
6.3.1 PROVAS..................................................................... 
6.3.2 LISTA DE VERIFICAÇÃO OU CHECKLIST...................... 
6.3.3 RELATÓRIO........................................................................ 
6.3.4 AUTO-AVALIAÇÃO............................................................. 
6.3.5 PORTFÓLIO................................................................... 
6.3.6 CONSELHO DE CLASSE.............................................. 
ATIVIDADES................................................................................ 
FÓRUM........................................................................................ 
REFERENCIAS............................................................................ 
 
 
43 
54 
UNIDADE 05 
CONSTRUÇÃO DA CULTURA AVALIATIVA MEDIDORA 
5.1 CONSTRUÇÃO DA CULTURA AVALIATIVA MEDIDORA............. 
5.2 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO ......................................................... 
5.2.0 OS 10 CRITÉRIOS DA MEDIAÇÃO............................................. 
5.2.1 INTENCIONALIDADE E RECIPROCIDADE............................... 
5.2.2 SIGNIFICADO............................................................................. 
5.2.3 TRANSCEDÊNCIA...................................................................... 
5.2.4 COMPETÊNCIA.......................................................................... 
5.2.5 AUTO-REGULAÇÃO E CONTROLE DO 
COMPORTAMENTO......................................................................... 
5.2.6 COMPARTILHAMENTO........................................................... 
5.2.7 INDIVIDUAÇÃO........................................................................ 
5.2.8 PLANEJAMENTO DE OBJETIVOS.......................................... 
5.2.9 DESAFIO.................................................................................. 
5.2.11 AUTOMODIFICAÇÃO............................................................ 
5.3 MODALIDADES DE AVALIAÇÃO................................................ 
5.3.1 DIAGNÓSTICA.......................................................................... 
5.3.2 FORMATIVA............................................................................. 
5.3.4 SOMATIVA................................................................................ 
5.3.4 TAREFAS DE AVALIAÇÃO...................................................... 
5.4 AS CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO ESCOLAR.................. 
ATIVIDADES...................................................................................... 
FORUM.............................................................................................. 
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5 
 
 
 
A concretização de um curso superiorem Pedagogia na modalidade à 
distância tem como meta o atendimento às necessidades de toda comunidade 
quanto ao acesso e atendimento ao um ensino superior de qualidade. Desse modo, 
propõe-se a importância para o curso de Pedagogia numa perspectiva histórico-
cultural, tendo como eixo articulador a interdisciplinaridade e a busca da construção 
de um currículo integrador. 
As disciplinas pedagógicas que formulam o currículo foram moldadas para 
uma sociedade cujo princípio da qualidade torna-se prioridade a partir da relação 
teoria-prática de um trabalho docente de qualidade que procure satisfazer as 
necessidades de aprendizagem, enriquecendo as experiências do educando no 
processo educativo. 
É dentro desta ideia que o curso de Pedagogia do ISEPRO na modalidade à 
distância constitui-se de uma base comum formada pelos conhecimentos de 
ciências humanas aliadas a tecnologia, de uma parte diversificada com uma 
ampliação dos fundamentos na leitura do fazer pedagógico dentro da escola e da 
sociedade e uma parte complementar com o objetivo de trabalhar os problemas 
educativos da realidade educacional em vista a qualificação do professor com novas 
formas de intervenções como aplicações de ferramentas metodológicas. 
O ISEPRO tem como recurso didático-educacional o uso de materiais como 
apostilas/livros, plataformas virtuais, internet, vídeos e principalmente um excelente 
sistema de acompanhamento à distância através de tutores e monitores. É válido 
salutar que este curso otimiza sempre seus resultados pelas experiências existentes 
e atendem a ampla procura de profissionais da área educacional. 
Os profissionais da área da educação serão orientados a sempre desenvolver 
a capacidade de intervenção científica e técnica assegurando a reflexão critica 
permanente sobre sua prática e realidade educacional historicamente 
contextualizada. O que espera deste docente é sua capacidade de (re) construir seu 
projeto pessoal e profissional a partir da compreensão da realidade histórica e 
profissional diante das políticas que direcionam as práticas educativas na sociedade. 
6 
 
 
 A disciplina de avaliação destina-se a estudantes da área da licenciatura 
sendo fundamental para o mecanismo que orienta e acompanha o processo 
educativo, tornando-se inevitável a reflexão sobre a ação que o educador deve ter 
frente o ato avaliativo. 
 A avaliação se faz presente em todos os domínios da atividade humana. O 
“julgar”, o “comparar”, isto é, “o avaliar” faz parte de nosso cotidiano, seja por meio 
das reflexões informais que orientam as habituais opções do dia-a-dia ou, 
formalmente, através da reflexão formada e sistemática que define a tomada de 
decisões. 
 Compreenderemos nessa disciplina a conceituação de avaliação nas 
perspectivas de alguns atores; avaliação e planejamento, a cultura avaliativa 
mediadora; modalidades de avaliação nas dimensões de análise do desempenho do 
aluno, do professor e de toda a situação de ensino que se realiza no contexto 
escolar, o planejamento de aula, o plano de aula, e por fim, técnicas de instrumentos 
avaliativos. 
 O material foi pensado para que você estudante tenha um entendimento 
aprimorado de avaliação. Sinta-se à vontade para adentrar no processo de 
avaliação da aprendizagem. 
 
BONS ESTUDOS! 
Eloane Coimbra Lima 
Licenciado em Pedagogia e Bacharelado em Psicologia 
Mestre em Psicologia Universidade de Fortaleza 
Especialista em Docência do Ensino Superior e Psicopedagogia 
Professora do Instituto Superior de Educação Programus 
7 
 
 
UNIDADE 01 
INTRODUÇÃO A 
AVALIAÇÃO 
 
 Fonte: https://www.escolaaberta.com.br/?product=avaliacao-educacional 
9 
 
 
Educação Inclusiva 
 
1.0 INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO 
 
 Ao falarmos de avaliação, logo associasse a esta prática termos que 
nos foram instruídos desde cedo como notas, diagnósticos, controle, 
classificações, seleções, continuidade, retenção, medos e tantos outros 
elementos pré-estabelecidos neste termo. 
 Segundo Almeida (1992, 1997), a palavra avaliação possui diversos 
significados advindos de muitas concepções e, como por exemplo, 
apreciação, análise, estimação, determinação de valor, diagnóstico, 
controle, classificação, entre outros. 
 
 
 
 
 O processo de avaliação permeia a constituição da sociedade 
desde registros antigos da evolução do homem, visto que sempre 
estivemos sendo classificados por algum critério pela estética, pela etnia, 
por profissões ou por outros pressupostos impostos pela sociedade em que 
vivemos em especial no contexto educacional. 
 Deste modo percebemos que a avaliação não ocorre apenas em 
um momento específico, e sim que está presente em todo o processo 
educacional, tornando-se um instrumento que se concebe desde o início até 
a finalização do trabalho do professor. 
 Ainda como uma prática pedagógica, o professor não deve se abster 
de seu papel como avaliador no processo de ensino e de aprendizagem, de 
10 
 
 
Avaliação Educacional 
 
forma que este instrumento torne-se um elemento presente em seu 
cotidiano, assim como afirma Chueiri: 
[...] a avaliação, como prática escolar, não é uma atividade 
neutra ou meramente técnica, isto é, não se dá num vazio 
conceitual, mas é dimensionada por um modelo teórico de 
mundo, de ciência e de educação, traduzida em prática 
pedagógica. (2008, p. 52) 
 Percebe-se que o ato de avaliar é amplo e não se restringe ao único 
objetivo, vai além da medida, posicionando-se favorável ou desfavorável à 
ação avaliada, propiciando uma tomada de decisão. Sob a ótica de Sant’Anna 
avaliação é: ‘’Um processo pelo qual se procura identificar, aferir, investigar e 
analisar as modificações do comportamento e rendimento do aluno, do 
educador, do sistema, confirmando se a construção do conhecimento se 
processou, seja este teórico (mental) ou prático.’’ (SANT’ANNA, 1998, p.29, 
30). 
 Para Kraemer (2006), avaliação vem do latim, e significa valor ou 
mérito ao objeto em pesquisa, junção do ato de avaliar ao de medir os 
conhecimentos adquiridos pelo individuo. È um instrumento valioso e 
indispensável no sistema escolar, podendo descrever os conhecimentos, 
atitudes ou aptidões que os alunos apropriaram. Sendo assim a avaliação 
revela os objetivos de ensino já atingidos num determinado ponto de percurso 
e também as dificuldades no processo de ensino aprendizagem. 
 
Nossas decisões a respeito da avaliação da aprendizagem não são 
isoladas ou neutras. Elas se vinculam as nossas concepções sobre educação, 
sobre escola, sobre aprendizagem, ou seja, a forma como realizamos a 
avaliação irá refletir uma visão conservadora de educação e sociedade. 
 
 
 
 
 
11 
 
 
Avaliação Educacional 
 
1.2 O quadro abaixo nos permite elaborar uma comparação mais 
evidente entre ambos os modos de compreensão da aprendizagem e da 
Fonte: Roffmann (1994, p. 58, grifo do autor) 
 
Avaliação é um instrumento permanente do trabalho docente, tendo 
como propósito observar se o aluno aprendeu ou não, podendo assim refletir 
sobre o nível de qualidade do trabalho escolar, tanto do aluno quanto do 
professor, gerando mudanças significativas. Para Vasconcellos (1995) “a 
avaliação é, na prática, um entulho contra o qual se esboroam muitos esforços 
para pôr um pouco de dignidade no processo escolar”. Diante dessa colocação, 
é significativa a percepção de uma avaliação pautada numa perspectiva 
transformadora, tendo como pano de fundo resgatar seu papel no contexto 
escolar. 
 
 
 
APRENDER AVALIAR 
Aprendizagem significa modificação de 
 Comportamento que alguém que ensina 
 produz em alguém que aprende. 
• Avaliação significa o controle permanentemente 
exercido sobre o aluno no intuito de ele chegar a 
demonstrar comportamentos definidos comoideais pelo 
professor; 
•. Dialogar é perguntar e ouvir respostas; 
•. Acompanhar significa estar 
sempre junto para observar e registrar resultados. 
 
 
Aprendizagem significa descobrir a razão das 
coisas e pressupõe a organização das 
 experiências vividas pelos sujeitos 
numa compreensão progressiva das noções. 
• Avaliação significa ação provocativa do 
professor, desafiando o educando a refletir sobre as 
situações vividas, a formular e a reformular hipóteses, 
encaminhando-se a um saber enriquecido; 
•. Dialogar é refletir em conjunto (professor e aluno) 
sobre o objeto de conhecimento. 
Exige aprofundamento em teorias de conhecimento e nas 
diferentes áreas do saber. 
• Acompanhar é favorecer o “vir a ser”, desenvolvendo 
ações educativas que possibilitem novas descobertas. 
 
12 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresente duas definições de avaliação segundo autores da apostila e explique 
quais pontos são relevantes na atuação do professor no processo ensino 
aprendizagem? 
 
Segundo Almeida (1992, 1997), a palavra avaliação possui diversos 
significados advindos de muitas concepções e, como por exemplo, 
apreciação, análise, estimação, determinação de valor, diagnóstico, 
controle, classificação, entre outros. Nessa perspectiva comente o 
PARA QUÊ? E POR QUÊ? O processo avaliativo? 
 
13 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
UNIDADE 02 
AVALIAÇÃO COM 
BASE EM ALGUNS 
AUTORES 
 
Fonte: https://imageimage.eu 
14 
 
 
Avaliação Educacional 
 
2. AVALIAÇÃO COM BASE EM ALGUNS AUTORES 
 
 2.1 Jussara Hoffmann 
 
A avaliação é essencial à educação. Inerente e indissociável enquanto 
concebida como problematização, questionamento, reflexão sobre a ação. Um 
professor que não avalia constantemente a ação educativa, no sentido 
indagativo, investigativo do termo, constrói sua docência em verdades 
absolutas, pré-moldadas e terminais. A avaliação é reflexão transformada em 
ação. Ação essa que nos impulsiona para novas reflexões. Reflexão 
permanente do educador sobre a realidade, e acompanhamento, passo a 
passo do educando, na sua trajetória de construção de conhecimento. 
A avaliação mediadora propõe um modelo baseado no diálogo e 
aproximação do professor com o seu aluno de forma que as práticas de ensino 
sejam repensadas e modificadas de acordo com a realidade sociocultural de 
seus alunos, nesta perspectiva de avaliação o erro é considerado como parte 
do processo na construção do conhecimento e não como algo passível de 
punição, na visão mediadora o professor é capaz de criar situações 
desafiadoras que tornem capaz a reflexão e ação tornando a aprendizagem 
mais significativa. 
Segundo HOFMANN (2000) a avaliação mediadora se desenvolve em 
beneficio ao educando e dá-se fundamentalmente pela proximidade entre 
quem educa e quem é educado. Através da avaliação mediadora é possível 
compreender que cada aprendizagem tem o seu momento próprio e é 
diferenciada em cada aluno, propiciando tanto ao professor quanto ao aluno 
momentos de reflexões sobre as práticas pedagógicas utilizadas. 
 
 Em uma entrevista ao Senai HOFMANN diz: 
 
‘’ As transformações de avaliação são multidimensionais. Uma grande questão é que 
avaliar envolve valor, e valor envolve pessoa. Nós somos o que sabemos em múltiplas 
dimensões. Quando avaliamos uma pessoa, nos envolvemos por inteiro - o que 
sabemos, o que sentimos, o que conhecemos desta pessoa, a relação que nós temos com 
ela. E é esta relação que o professor acaba criando com seu aluno. Então, para que ele 
15 
 
 
Avaliação Educacional 
 
transforme essa sua prática, algumas concepções são extremamente necessárias. Em 
primeiro lugar, o sentimento de compromisso em relação àquela pessoa com quem está 
se relacionando. Avaliar é muito mais que conhecer o aluno, é reconhecê-lo como uma 
pessoa digna de respeito e de interesse. Em segundo lugar, o professor precisa estar 
preocupado com a aprendizagem desse aluno. Nesse sentido, o professor se torna um 
aprendiz do processo, pois se aprofunda nas estratégias de pensamento do aluno, nas 
formas como ele age, pensa e realiza essas atividades educativas. Só assim é que o 
professor pode intervir, ajudar e orientar esse aluno. É um comprometimento do 
professor com a sua aprendizagem - tornar-se um permanente aprendiz. Aprendiz da 
sua disciplina e dos próprios processos de aprendizagem. Por isso a avaliação é um 
terreno bastante arenoso, complexo e difícil. Eu mudo como pessoa quando passo a 
perceber o enorme comprometimento que tenho como educador ao avaliar um aluno.’’ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 PHILIPPE PERRENOUD 
 Philippe Perrenoud em sua Avaliação: da excelência à regulação das 
aprendizagens, entre duas lógicas afirma que na prática da avaliação da 
aprendizagem não só se classificam os alunos na sala de aula, também, 
estas práticas possuem um efeito social muito mais definido: a avaliação 
cria as hierarquias sociais que consolidam a sociedade atual. 
 
Sugestão de Leitura! 
 Avaliação Mediadora: Uma Relação 
Dialógica na Construção do 
Conhecimento 
Disponível em: 
http://www.crmariocovas.sp.gov.b
r/pdf/ideias_22_p051-059_c.pdf 
16 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A escola conformou-se com as desigualdades do êxito por tanto tempo quanto elas 
pareciam “na ordem das coisas”. É verdade que era importante que o ensino fosse 
corretamente distribuído e que os alunos trabalhassem, mas a pedagogia não pretendia 
nenhum milagre, ela não podia senão “revelar” as desigualdades das aptidões. Dentro dessa 
perspectiva, uma avaliação formativa não tinha muito sentido: a escola ensinava e, se 
tivessem vontade e meios intelectuais, os alunos aprendiam. A escola não se sentia 
responsável pelas aprendizagens, limitava-se a oferecer a todos a oportunidade de aprender: 
cabia a cada um aproveita-la! A noção de desigualdades das oportunidades não significou, 
até um período recente, nada, além disto: que cada um tenha acesso ao ensino, sem 
entraves geográficos ou financeiros, sem inquietação com seu sexo ou sua condição de 
origem. 
O que há de novo nessa ideia? Não se servem todos os professores da avaliação 
durante o ano para ajustar o ritmo e o nível global de seu ensino? Não se conhece muitos 
professores que utilizam a avaliação de modo mais individualizado, para melhor delimitar as 
dificuldades de certos alunos e tentar remedia-las? Toda ação pedagógica repousa sobre 
uma parcela intuitiva de avaliação formativa, no sentido de que, inevitavelmente, há um 
mínimo de regulação e função das aprendizagens ou, ao menos, dos funcionamentos 
observáveis dos alunos. Para se tornar uma prática realmente nova, seria necessário, 
entretanto, que a avaliação formativa fosse a regra e se integrasse a um dispositivo da 
pedagogia diferenciada. É esse caráter metódico, instrumentado e constante que a distancia 
das práticas comuns. 
Portanto, não se poderia, sob risco de especulação, afirmar que o professor faz 
constantemente avaliação formativa, ao menos não no pleno sentido do termo. Se a 
avaliação formativa nada mais é do que uma maneira de regular a ação pedagógica, por que 
não é uma prática corrente? Quando um artesão modela um objeto, não deixa de observar o 
resultado para ajustar seus gestos e, se preciso for, “corrigir o alvo”, expressão comum que 
designa uma faculdade humana universal: a arte de conduzir a ação pelo olhar, em função 
de seus resultados provisórios e dos obstáculos encontrados. Cada professor dispõe dela, 
como todo mundo. 
 Ele se dirige, porém, a um grupo, e regula sua ação em função de sua dinâmica de 
conjunto, do nível global e da distribuição dos resultados, mais do que das trajetórias de cada 
aluno. A avaliação formativa introduz uma ruptura, porque propõe deslocaressa regulação 
ao nível das aprendizagens e individualizá-las. Nenhum núcleo se preocupa em classificar 
seus pacientes, do menos doente ao mais gravemente atingido. Nem mesmo pensa em lhes 
administrar um tratamento coletivo. Esforça-se para determinar, para cada um deles, um 
diagnóstico individualizado, estabelecendo uma ação terapêutica sob medida. Mutatis 
mutandis, a avaliação formativa deveria ter a mesma função em uma pedagogia diferenciada. 
 
Perrenoud, Phillipe. Avaliação - Da excelência á regulação das aprendizagens - entre duas lógicas. 
Porto Alegre. Artes Médicas. Rio Grande do Sul, 1999. 
17 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
2.3 CIPRIANO LUCKESI 
 
 
 
Avaliar x Examinar. 
 
 LUCKESI (2006), quando fala de avaliação da aprendizagem, prefere 
defini-la como sendo um juízo de qualidades sobre dados relevantes tendo 
em vista uma tomada de decisão, o juízo de qualidade é produzido por um 
processo comparativo entre o objeto que está sendo ajuizado e o padrão 
ideal de julgamento. Com muita frequência verificamos o termo avaliação 
associado a outros, como nota, exame, promoção e repetência, sucesso e 
fracasso e a avaliação sendo vista como um processo que determina o 
grau de aprendizagem dos alunos. 
 
 Nas escolas a avaliação tem assumido uma função seletiva, de 
exclusão daqueles que costumam ser rotulados como “incapazes”, pois o 
modelo de avaliação atualmente utilizado nas escolas é baseado no 
processo classificatório. Para LUCKESI (2006) a avaliação praticada nas 
escolas é a avaliação da culpa e as notas praticadas são utilizadas para 
classificar os alunos, onde são comparados desempenhos e não os 
objetivos que se pretende atingir. 
 
 Esta prática de avaliação se explícita por uma relação autoritária e 
conservadora que permite ao professor manter a disciplina e atenção dos 
alunos, desta forma a avaliação da aprendizagem torna-se um instrumento 
18 
 
 
Avaliação Educacional 
 
de controle que tudo pode. Nesta concepção é possível perceber que a 
avaliação tem sido utilizada como um instrumento estático e freador do 
processo de crescimento, com o objetivo de desempenhar um papel 
disciplinador tornando o padrão de exigência critério do professor que ao 
planejar suas aulas não estabelece um mínimo de necessário a ser 
aprendido pelos alunos e utiliza-se de “médias” de notas para estabelecer a 
competência do aluno. 
 Avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista 
reorientá-la para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é 
classificatória, nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. 
Examinar é classificatório e seletivo, e por isso mesmo, excludente, já que 
não se destina à construção do melhor resultado possível, e sim a 
classificação estática do que é examinado. São situações opostas entre si, 
porém, nossos professores, em seu cotidiano, não percebem tal distinção, 
e quando dizem que estão avaliando, na verdade estão examinando. O ato 
de avaliar é um ato de investigar. Porém, o objeto da investigação em 
avaliação é diferente de outras investigações científicas. 
 A Avaliação é uma investigação que se caracteriza por trabalhar com 
a qualidade do fenômeno que estuda, ou seja, investigação sob a ótica de 
sua qualidade. Na prática avaliativa, também poderemos operar com o 
olhar unidirecional ou sistêmico (a depender dos fundamentos 
epistemológicos com os quais trabalhamos), mas tendo sempre como foco 
de investigação a qualidade que emerge das características da realidade, e 
não, em primeiro lugar, sua constituição e operação. 
“A média então é realizada a partir da quantidade e não da qualidade, não 
garantindo o mínimo de conhecimento”. (LUCKESI, 2006). 
 
Esta forma de avaliação retira dos alunos a espontaneidade, a 
criatividade e a criticidade, gerando insegurança e medo, o aluno passa a 
ser conduzido a estudar em função da nota e não pela obtenção do saber, 
a aprendizagem deixa de ser algo prazeroso e passa a ser um processo 
desmotivador, contribuindo para a seletividade social. 
19 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
 
2.4 ANTONI ZABALA 
 
 
 
O livro de Antoni Zabala objetiva “oferecer determinados 
instrumentos que ajudem [os professores] a interpretar o que acontece na 
aula, conhecer melhor o que pode se fazer e o que foge às suas 
possibilidades; saber que medidas podem tomar para recuperar o que 
funciona e generalizá-lo, assim como para revisar o que não está tão claro” 
(p.24). Para o autor, a avaliação é o elemento-chave de todo o processo de 
ensinar e aprender (...); com idoneidade(...); com auto-avaliação 
(profissionais e alunos). Um olhar, um gesto, uma expressão de alento ou 
de confiança, uma recusa, um não levar em conta o que se fez, uma 
manifestação de afeto, tudo isto merece ser considerado como indicadores 
para a avaliação de um aluno. 
 
 
 
20 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para Zabala, no processo avaliativo, a pergunta inicial é: “por que temos que 
avaliar?”. Essa pergunta é necessária para que se entenda qual deve ser o objeto e o 
sujeito da avaliação, e demora um pouco a ser respondida. A proposta elimina a ideia da 
avaliação apenas do aluno como sujeito que aprende, e propõe também uma avaliação 
de como o professor ensina. Elabora a ideia de que devemos realizar uma avaliação 
que seja inicial, reguladora (prefere esse termo ao invés de formativa, por entender que 
explica melhor as características de adaptação e adequação, ou seja, é capaz de 
acompanhar o progresso do ensino), final e integradora. 
 Esta divisão é empregada como necessária para se continuar fazendo o que se 
faz, ou o que se deve fazer de novo, o que é mais uma justificativa para a avaliação, o 
por quê avaliar. Em o que avaliar, propõe a avaliação de fatos, conceitos, procedimentos 
e atitudes, chegando a justificar a prova escrita para fatos e conceitos, seja-a do tipo 
mais rápido ou exaustivo. 
Uma nota importante diz respeito à observação de que os conceitos podem ser 
mais bem avaliados quando a expressão verbal é possível, e não apenas a escrita, da 
mesma forma que vê nas pessoas a necessidade de uma expressão de gestos, citando 
o exemplo do uso das mãos que os indivíduos fazem para explicar melhor esses 
conceitos. Esclarece que os procedimentos só podem ser avaliados enquanto um saber 
fazer, propondo uma avaliação sistemática em situações naturais ou artificialmente 
criadas. 
Afirma que os conteúdos atitudinais implicam na observação das atitudes em 
diferentes situações e levanta a possibilidade das pessoas não darem o devido valor às 
atitudes enquanto um conteúdo, pelo fato das mesmas não poderem ser quantificadas. 
Utiliza a metáfora do médico que não possui instrumentos para medir dor, enjôo ou 
estresse e, nem por isso deixa de diagnosticar e medicar. 
 
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Editora Artes Médicas 
Sul Ltda., 1998. 
21 
 
 
Avaliação Educacional 
 
Para o educador espanhol, as técnicas para ensinar crianças pequenas 
deveriam ser conhecidas de todos os professores. Monitorar os alunos que 
trabalham em grupos, observar suas reações e evoluções durante a 
aprendizagem e fazer relatórios de desenvolvimento são alguns dos 
caminhos para ser fazer uma avaliação formativa. 
 Em entrevista à NOVAESCOLA, Antoni Zabala (2000) considera a 
nossa legislação ao afirmar: Educação Infantil inspira avaliação formativa. 
Diz ele: 
As técnicas para atender a diversidade estão na Educação Infantil. O que 
fazem as crianças lá? Ficam sentadas umas atrás das outras, escutando o 
mestre? Não, elas fazem coisas. E não fazem sozinhas. Estão sempre com os 
colegas, em pares ou trios. Um olha o outro e aprende com ele. (...) A professora 
não transmite conhecimento, ela ajuda a todos, cobrando tarefase querendo 
saber por que motivo não as executaram, quais as dificuldades. O modelo de 
avaliação também está lá. Os professores não sancionam seus alunos, dizendo 
que não sabem isso ou aquilo. Eles tentam averiguar o que eles não sabem para 
orientá-los. (ZABALA, 2000). 
Outros autores 
A avaliação educativa é um processo complexo, que começa com a 
formulação de objetivos e requer a elaboração de meios para obter 
evidências de resultados, interpretação de resultados pra saber em que 
medida foram os objetivos alcançados e formulação de um juízo de valor. 
 (SARABBI,1971) 
Avaliação em educação significa descrever algo em termos de atributos 
selecionados e julgar o grau de aceitabilidade do que foi descrito. O algo, 
que deve ser descrito julgado, pode ser qualquer aspecto educacional, mas 
é, tipicamente: (a) um programa escolar, (b) um procedimento curricular ou 
(c) o comportamento de um indivíduo ou de um grupo. 
 (THORNDIKE & HAGEM, 1960) 
22 
 
 
Avaliação Educacional 
 
Avaliação significa atribuir um valor a uma dimensão mensurável do 
comportamento em relação a um padrão de natureza social ou cientifica. 
 (BRADFIELD & MOREDOCK, 1963) 
É um processo contínuo, sistemático, compreensivo, comparativo, 
cumulativo, informativo e global, que permite avaliar o conhecimento do 
aluno. 
 (MARQUES, Juracy C., 1976) 
Nas definições selecionadas sobre avaliação, constatamos a ênfase ao 
desempenho do aluno. Nosso pensamento é que, enquanto a avaliação 
estiver voltada exclusivamente para o aluno, isto é, enquanto não houver 
um despertar, uma conscientização da necessidade de uma nova 
metodologia para o aluno e inclusão da própria escola no processo, a 
qualidade do ensino permanecerá comprometida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá-la 
para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é classificatória, 
nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. Conforme o exemplo 
de caso a seguir, comente a atuação do professor no processo avaliativo 
na perspectiva de LUCKESI. 
Como a auto avaliação docente pode contribuir com a realização da 
proposta pedagógica da escola, com o aperfeiçoamento das práticas 
pedagógicas / avaliativas e, em especial, com a aprendizagem dos 
educandos? 
 
24 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
UNIDADE 03 
 
AVALIAÇÃO E 
PLANEJAMENTO 
ESCOLAR 
 
Fonte: https://canalcederj.cecierj.edu.br/recurso/16822 
25 
 
 
Avaliação Educacional 
 
3.AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO ESCOLAR 
 
 3.1 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE E OS 
FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO 
 
O planejamento é um processo de sistematização e organização das 
ações do professor. É um instrumento da racionalização do trabalho 
pedagógico que articula a atividade escolar com os conteúdos do contexto 
social (LIBÂNEO, 1991). O ato de planejar está presente em todos os 
momentos da vida humana. A todo o momento as pessoas são obrigadas a 
planejar, a tomar decisões que, em alguns momentos, são definidas a partir 
de improvisações; em outros, são decididas partindo de ações previamente 
organizadas (KENSKI, 1995). 
 • O significado do termo ‘planejamento’ é muito ambíguo, mas no seu 
uso trivial ele compreende a ideia de que sem um mínimo de conhecimento 
das condições existentes numa determinada situação e sem um esforço de 
previsões das alterações possíveis desta situação nenhuma ação de 
mudança será eficaz e eficiente, ainda que haja clareza dos objetivos dessa 
ação. 
Nesse sentido trivial, qualquer indivíduo razoavelmente equilibrado é um 
planejador [...]. Não há uma ‘ciência do planejamento’ nem mesmo há 
métodos de planejamentos gerais e abstratos que possam ser aplicados a 
tantas variedades de situações sociais e educacionais principalmente se 
considerarmos a natureza política, histórica, cultural, econômica etc. 
(AZANHA, 1993, p. 70-78). 
• Planejamento é um processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, 
entre recursos e objetivos, na busca da melhoria do funcionamento do 
sistema educacional. Como processo o planejamento não corre em um 
momento do ano, mas a cada dia. A realidade educacional é dinâmica. Os 
problemas, as reivindicações não têm hora nem lugar para se 
26 
 
 
Avaliação Educacional 
 
manifestarem. Assim, decide-se a cada dia a cada hora (SOBRINHO, 1994, 
p.3). 
• Planejamento é um “processo de tomada de decisão sobre uma ação. 
Processo que num planejamento coletivo (que é nossa meta) envolve 
busca de informações, elaboração de propostas, encontro de discussões, 
reunião de decisão, avaliação permanente” (MST, 1995, p.5). 
• Planejamento é processo de reflexão, de tomada de decisão [...] 
enquanto processo, ele é permanente (VASCONCELOS, 1995, p.43). Em 
síntese, o planejamento é uma tomada de decisão sistematizada, 
racionalmente organizada sobre a educação, o educando, o ensino, o 
educador, as matérias, as disciplinas, os conteúdos, os métodos e técnicas 
de ensino, a organização administrativa da escola e sobre a comunidade 
escolar. 
 O planejamento da educação é composto por diferentes níveis de 
organização. Assim, podemos pensar em nível macro no Planejamento do 
Sistema de Educação, que corresponde ao planejamento da educação em 
âmbito nacional, estadual e municipal. Este planejamento elabora, 
incorpora e reflete as políticas educacionais. O planejamento global da 
escola corresponde às ações sobre o funcionamento administrativo e 
pedagógico da escola; para tanto, este planejamento necessita da 
participação em conjunto da comunidade escolar. 
O planejamento curricular é a organização da dinâmica escolar. É um 
instrumento que sistematiza as ações escolares do espaço físico às 
avaliações da aprendizagem. O planejamento de ensino envolve a 
organização das ações dos educadores durante o processo de ensino, 
integrando professores, coordenadores e alunos na elaboração de uma 
proposta de ensino, que será projetada para o ano letivo e constantemente 
avaliada. 
 O planejamento de aula organiza ações referentes ao trabalho na sala 
de aula. É o que o professor prepara para o desenvolvimento da 
27 
 
 
Avaliação Educacional 
 
aprendizagem de seus alunos coerentemente articulado com o 
planejamento curricular, com o planejamento escolar e com o planejamento 
de ensino. 
3.2 PLANEJAMENTO E AÇÃO PEDAGÓGICA: DIMENSÕES 
TÉCNICAS E POLÍTICAS DO PLANEJAMENTO 
 Todo planejamento deve retratar a prática pedagógica da escola e do 
professor. No entanto, a história da educação brasileira tem demonstrado 
que o planejamento educacional tem sido uma prática desvinculada da 
realidade social, marcada por uma ação mecânica, repetitiva e burocrática, 
contribuindo pouco para mudanças na qualidade da educação escolar. 
 Por isso, ao estudar esta unidade, reflita sobre a importância do 
planejamento como uma prática crítica e transformadora do pedagogo; por 
isso, faz-se necessário que você compreenda as duas dimensões que 
constituem o planejamento: 
Dimensão política – toda ação humana é eminentemente de uma ação 
política. O planejamento não pode ser uma ação docente encarada como 
uma atividade neutra, descompromissada e ingênua. Mesmo quando o 
docente “não” planeja, ele traduz uma escolha política. A ação de planejar é 
carregada de intencionalidades, por isso, o planejamento deve ser uma 
ação pedagógica comprometida e consciente. 
Dimensão técnica – o saber técnico é aquele que permite viabilizar a 
execução do ensino, é o saber fazer a atividade profissional. No caso da 
prática do planejamento educacional, o saber técnico determina a 
competência para organizar as ações que serão desenvolvidas visando à 
aprendizagem dos alunos. Cabe ao professorsaber fazer, elaborar e 
organizar a prática docente. 
 Verifique que a dimensão técnica é a segunda aprendizagem: aprender 
a fazer - para poder agir sobre o meio envolvente. Considerando, então, 
essa condição do professor, como avaliador, de atribuir sentidos e 
significados à avaliação, cabe-nos questionar: que concepções 
28 
 
 
Avaliação Educacional 
 
pedagógicas subjazem à atual prática de avaliação do processo de ensino 
e de aprendizagem no contexto escolar? 
 
Para compreender o enfoque do planejamento e realidade, é necessário 
um prática transformadora numa ação aqui e agora, isso inclui uma 
dialética entre o ‘’deve ser’’ e o ‘’ser’’, entre o pensar e o agir. 
No campo do planejamento, pensar mais a realidade é promissor. Faz 
com que as pessoas se inclinem para ações mais concretas para política 
de estratégicas conscientes. (Gandin, 1994, p. 39). Pensando conforme o 
autor o planejamento e a realidade devem estar intrinsicamente ligadas na 
atuação docente. 
É necessário compreender que a construção de uma realidade ocorre 
paralelamente as ações existentes, entre o planejar e o realizar, ou seja, o 
planejamento é justamente a inteligência que da eficácia ao processo de 
construção da realidade. 
Conforme Gandin, 1994, a realidade pode ser concebida através de três 
modelos: Global, Campo de ação e Instituição. 
 Global, inclui todo complexo sócio-econômico-cultural; ela é assim 
classificada por abranger a totalidade, tanto de conteúdo natural e 
humano como de espaço. 
 Campo de ação, se restringe a educação, ao sindicalismo, a 
saúde ou qualquer outro setor de atividade humana dentro do que 
opera a instituição ou o grupo que planeja. 
 Instituição, realidade restrita e especifica do processo planejado. 
PLANEJAMENTO 
REALIDADE 
29 
 
 
Avaliação Educacional 
 
Ao falar das duas visões desejada e executada, definimos um conjunto 
de ideias e ações advindas de um planejamento na proposta de uma 
ação consciente entre teoria e pratica. 
 Desejada 
A proposta da ação do planejamento desejada, se refere a um conjunto de 
ações objetivando a transformação da realidade em uma direção escolhida. 
 Executada 
Ação mediadora do planejamento, consiste na transformação da proposta do 
desejado, que age sobre a realidade existente e busca determinar fins a 
serem executados para a construção de uma nova realidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESEJADA 
GLOBAL 
DESEJADA 
 CAMPO DE AÇÃO 
 
 
 
DESEJADA 
INSTITUIÇÃO 
EXECUTADA 
GLOBAL 
EXCUTADA 
CAMPO DE AÇÃO 
EXECUTADA 
INSTITUIÇÃO 
 REALIDADE 
30 
 
 
Avaliação Educacional 
 
3.3 Planejamento estratégico, qualidade total e planejamento 
participativo. 
1- A contemporaneidade da crise enquanto povo e humanidade – estamos 
num momento de julgamento, de decisão, de reencaminhamento. 
Os valores são permanentes e se reorganizam em nova escala, assim a 
participação passa a estar mais evidente para resolver problemas da 
humanidade do que a ordem. A crise está em que nem todos aceitam a mesma 
hierarquia de valores. 
2- A nova crise – A riqueza, o novo modelo (científico) de interpretação da 
realidade, o novo modo de vida criam um novo tempo, uma nova 
sociedade e põe –se em cheque a igreja, uma força que acentua a 
mudança. Organiza-se uma nova globalidade; coloca-se no centro para 
desenvolvimento humano o próprio homem. 
3- A contribuição do planejamento – No planejamento aparecem três 
linhas: 
a) Planejamento de qualidade total – é o que mais dá continuidade 
ao desenvolvimento, é o que mais apresenta caráter conservador. 
Parte da premissa de que o mundo é um processo econômico. È 
uma dessas coisas comuns da sociedade pela qual as instituições 
organizam um discurso com uma tendência e vivem sem 
percebe-lo. 
b) Planejamento estratégico – está vinculado a um processo de 
compreensão da necessidade de rever fins para os quais esta 
gastando energia. A questão da qualidade e participação estão 
contempladas neste modelo. 
c) Planejamento participativo – Parte de uma idéia de que nossa 
realidade é injusta e de que essa injustiça se deve à falta de 
participação de todos nos níveis e aspectos de atividade humana. 
Para a construção de uma sociedade nova, mais justa, com 
superação de crise, só acontece se passar pela participação de 
todos. 
31 
 
 
Avaliação Educacional 
 
A função essencial do planejamento é transformar a realidade numa 
direção escolhida. ‘’O bom plano é aquele que se amolda dialeticamente ao 
real, transformando-o.’’ (FUSARI,1984, p. 35) 
O planejamento só tem sentido quando colocado numa perspectiva 
de mudança. Por isso ‘’não há dúvidas de que planejar significa 
transformar, revolucionar. Só consegue seus objetivos quem realmente 
assume um processo de planejamento.’’ (DALMÁS,2008, p. 25). 
A ideia de avaliar, não só para medir mudanças comportamentais, 
mas também a aprendizagem, portanto para quantificar resultados, 
encontra-se apoiada na racionalidade instrumental preconizada pelo 
Positivismo. Coerente com essa visão de quantificação de resultados, a 
avaliação é conceituada como a sistemática de dados por meio da qual se 
determinam as mudanças de comportamento do aluno e em que medida 
estas mudanças ocorrem (Bloom et al., 1975, p. 23). Portanto, ela visa a 
comprovar o rendimento do aluno com base nos objetivos 
(comportamentos) predefinidos e, desse modo, a avaliação é reduzida à 
medida e separa o processo de ensino de seu resultado (Caldeira, 2000, p. 
23). 
O termo “contínua” também é uma referência para o número de 
instrumentos de verificação que complementam essa observação. Uma ou 
duas provas parecem recursos insuficientes para a avaliação discente. 
Fazer a média entre estes dois instrumentos, aplicados no final do primeiro 
e do segundo mês dos bimestres, equivale a ensinar aos alunos que todo o 
resto (a interação nas aulas, a realização de exercícios, as respostas às 
questões orais do professor…) não vale coisa alguma. Distribuir a avaliação 
em diversos instrumentos de medida, para além das provas, e incluir a 
observação diária, senão para obter notas, como registro qualitativo do 
processo, são maneiras de realizar uma avaliação contínua. 
Fica claro que o processo da avaliação adquire finalidades que vão 
além da promoção ou reprovação dos alunos, e se dirigem para os 
cuidados de uma educação integral. 
32 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Planejamento e realidade é um dos principais fundamentos 
da avaliação. Após sua leitura nesta unidade elabore uma síntese 
comentado os pontos de visão entre a realidade desejada e 
executada? 
 
O planejamento só tem sentido quando colocado numa perspectiva 
de mudança. Por isso não há dúvidas de que planejar significa 
transformar, revolucionar. Só consegue seus objetivos quem 
realmente assume um processo de planejamento.’’ (DALMÁS,2008, 
p. 25). Apresente sua opinião sobre o que o autor fala de transformar 
e revolucionar. 
 
33 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
UNIDADE 04 
 
AVALIAR E 
PLANEJAR 
 
34 
 
 
Avaliação Educacional 
 
4. AVALIAR 
 
 
 O termo avaliação nos remete automaticamente ao processo 
de ensino e aprendizagem porque se constituem em articulações indissociáveis 
e inquietantes na práxis pedagógica dos docentes. Tal momento de avaliar a 
aprendizagem do aluno não deve ser o ponto de chegada, mas uma 
oportunidade de parar e observar se a caminhada está ocorrendo com a 
qualidade previamente estabelecida para esse processo de ensino e 
aprendizagem para retomar a prática pedagógica de forma mais adequada, 
uma vez que o objeto da ação avaliativa, no caso a aprendizagem, é dinâmico, 
e, com a função classificatória, a avaliação não auxilia o avanço e o 
crescimento para a autonomia. (LUCKESI, 2005). 
Visão tradicional – aluno passivo; professorcomo detentor e transmissor do 
saber; objetivo: recepção e retenção dos conteúdos da aprendizagem, sem 
criticidade da realidade que o cerca. 
Visão atual – aluno ativo; professor mediador; ênfase na exploração e na 
descoberta; objetivo: apropriação e compreensão dos conteúdos das 
aprendizagens e no desenvolvimento do raciocínio e do pensamento. 
 
 Gasparin (2005) destaca também que a avaliação da 
aprendizagem na concepção dialética do conhecimento, é a manifestação de 
quanto o aluno se apropriou das soluções para a resolução dos problemas e 
das questões levantadas, ou seja, do conhecimento adquirido. 
 Sendo a avaliação uma das etapas da atividade escolar, é 
necessário que esteja sintonizada com a finalidade do processo ensino e 
aprendizagem e como possibilidade de perceber nos sujeitos escolares suas 
fragilidades, seus avanços e desta forma, mediar o processo de apropriação do 
conhecimento e consequentemente, com a função social da escola que é a de 
promover o acesso aos conhecimentos socialmente produzidos pela 
humanidade a fim de possibilitar ao aluno condições de emancipação humana. 
Deste modo, a educação ofertada pela instituição escolar deve possibilitar o 
processo dialético de trabalho pedagógico para formar alunos autônomos em 
35 
 
 
Avaliação Educacional 
 
sua aprendizagem e em seu desenvolvimento humano, produtores de 
conhecimento crítico e significativo, conscientes e compromissados com a 
melhoria do seu meio social. 
 O ato de avaliar importa coleta, análise e síntese dos dados, 
que são objeto da avaliação acrescidos de um juízo de valor ou qualidade. 
A avaliação, diferentemente da verificação, envolve decisão sobre o que fazer 
ante ou com o objeto avaliado. 
Avaliar – a valere : dar valor (Quantitativa) 
Verificar – verum facere : fazer verdadeiro (Qualitativa) 
 O ato de avaliar é pontual, não inclui processo, geralmente tem 
hora e data marcada no calendário, consiste basicamente em um processo 
seletivo e classificatório onde a aprendizagem do aluno é submetida a testes e 
provas que verificam se o aluno “gravou” ou não tudo aquilo que o professor 
expôs em aula. 
 O processo de avaliação da aprendizagem deve ser praticado 
com esta perspectiva dialética do conhecimento, mas os critérios e 
procedimentos de avaliação muitas vezes não condizem com a realidade vivida 
pelo aluno no processo de construção do conhecimento, levando-o ao fracasso 
escolar. Vasconcellos (2005) propõe que o papel que se espera da escola é 
que possa colaborar com a formação do cidadão pela mediação do 
conhecimento científico, estético, filosófico. Para o autor, Os alunos, desde 
cedo, precisariam ser orientados para dar um sentido ao estudo; [...] na tríplice 
articulação entre compreender o mundo em que vivemos, usufruir do 
patrimônio acumulado pela humanidade e transformar este mundo, qual seja, 
colocar este conhecimento a serviço da construção de um mundo melhor, mais 
justo e solidário (p.69). Hoffmann (1994) explica que a contradição entre o 
discurso e a prática de alguns educadores e sua ação classificatória e 
autoritária exercida, encontra explicação na concepção de avaliação do 
educador, reflexo de sua história de vida como aluno e como professor. Muitos 
professores reproduzem em sua prática pedagógica em sala de aula, 
influências de sua formação desenvolvida numa visão tradicional e 
classificatória da avaliação. 
36 
 
 
Avaliação Educacional 
 
4.1 Atitude do professor 
• Coletar, analisar e sintetizar, da forma mais objetiva possível, as 
manifestações das condutas cognitivas, afetivas e psicomotoras dos 
educandos, produzindo configuração do efetivamente aprendido. 
• Atribuir uma qualidade a esta configuração da aprendizagem a partir de um 
padrão preestabelecido; 
• Tomar decisão sobre condutas discentes e docentes a serem seguidas, tendo 
em vista o que for necessário, como: reorientação imediata da aprendizagem ( 
caso sua qualidade se mostre insatisfatória e o conteúdo seja de vital 
importância) ou encaminhamento para passos subsequentes de aprendizagem 
( caso os educandos atinjam um nível satisfatório de qualidade). 
Reafirmando ideias: 
 
4.2 A Avaliação 
• Não é pontual, é diagnóstica, inclusiva, democrática e dialógica. 
• Examinar e avaliar são práticas completamente diferentes. 
• Avaliar significa subsidiar a construção do melhor resultado possível e não 
pura e simplesmente aprovar ou reprovar alguma coisa. Os exames, através 
das provas, engessam a aprendizagem; a avaliação a constrói fluidamente. 
 • O ato de avaliar a aprendizagem implica em acompanhamento e reorientação 
permanente da aprendizagem. 
 
 Segundo Vasconcellos (2005), deve-se avaliar para mudar o 
que tem que ser mudado. A avaliação deve ter efeito prático, ou seja, para o 
professor mudar a forma de trabalhar retomando conteúdos, explicando de 
outra maneira, mudando a forma de organizar o trabalho em sala de aula e dar 
atenção especial aos alunos que apresentam maior dificuldade; quanto à 
escola, proporcionar mais condições de estudo, criar espaço para recuperação, 
rever o currículo, incentivar a integração entre professores e desenvolver 
sempre alternativas para melhoria do processo de ensino e aprendizagem, 
envolvendo o coletivo escolar. 
 
37 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
4.3 Avaliação X Resistência a Mudanças 
 São três as principais razões da resistência dos professores 
com relação às mudanças: 
 A Psicológica (biográfica, pessoal) tem a ver com o fato de que 
os educadores e as educadoras foram educados assim. Repete 
automaticamente, em sua prática educativa, o que aconteceu com eles. 
 A Histórica, decorrente da própria história da educação. Os 
exames escolares que praticamos hoje foram sistematizados no século 
XVI pelas pedagogias jesuíticas e camoniana. Somos herdeiros desses 
modelos pedagógicos, quase que de forma linear. 
 A Atual, uma vez que vivemos hoje num modelo de sociedade 
excludente e os exames expressam e reproduzem esse modelo de 
sociedade. Trabalhar com avaliação implica em ter um olhar de 
inclusão, mas a sociedade é excludente. Daí uma das razões das 
dificuldades em mudar. Mudar a concepção de avaliação para 
desenvolver uma prática avaliativa mediadora O professor necessita de 
compreender o que é avaliar e, ao mesmo tempo, praticar essa 
compreensão no cotidiano escolar. Repetir conceitos de avaliação é 
uma atitude simples e banal; o difícil é praticar a avaliação. Isso exige 
mudanças internas do educador e do sistema de ensino. 
 Ao abordar as concepções pedagógicas que permeiam a 
avaliação no contexto escolar, pudemos verificar, inicialmente, que avaliar e 
examinar se equivalem. Esteban (2004, p. 86) declara: embora muito criticada, 
a avaliação do desempenho escolar, como resultado do exame que o professor 
ou professora realiza sobre o aluno ou aluna, ainda é predominante. Observa-
se também que avaliar tem-se confundido com a possibilidade de medir a 
quantidade de conhecimentos adquiridos pelos alunos e alunas, considerando 
o que foi ensinado pelo professor ou professora. Nesse sentido, Gatti (2003) 
afirma: É preciso ter presente, também, que medir é diferente de avaliar. Ao 
medirmos um fenômeno por intermédio de uma escala, de provas, de testes, 
de instrumentos calibrados ou por uma classificação ou categorização, apenas 
38 
 
 
Avaliação Educacional 
 
estamos levantando dados sobre uma grandeza do fenômeno. (...) Mas, a partir 
das medidas, para termos uma avaliação é preciso que se construa o 
significado dessas grandezas em relação ao que está sendo analisado quando 
considerado com um todo, em suas relações com outros fenômenos, suas 
características historicamente consideradas, o contexto de sua manifestação, 
dentro dos objetivos e metas definidos para o processo de avaliação, 
considerando os valores sociais envolvidos. (p. 110) 
 
 
 
Fonte: https://bloguniversidadelivrepampedia.com4.2.1 PLANEJAR 
 Planejar consiste em um ato conjunto de diálogos 
participativos, momento de expor as ideias e ideais em uma tomada de 
decisão, criar um plano para otimizar o alcance de um determinado objetivo. 
 No contexto educacional, planejar se refere ao planejamento 
que será executado na prática e no dia a dia das instituições de ensino. 
 O planejamento de um sistema educacional é feito em nível 
sistêmico, isto é, em nível nacional, estadual e municipal. Consiste no processo 
de análise e reflexão das várias facetas de um sistema educacional, para 
delimitar suas dificuldades e prever alternativas de solução. O planejamento de 
https://bloguniversidadelivrepampedia.com/
39 
 
 
Avaliação Educacional 
 
um sistema educacional reflete a política de educação adotada (HAYDT, 2006, 
p. 95). 
 
 O planejamento escolar engloba o processo de reflexão, de 
decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da 
instituição. “É um processo de racionalização, organização e coordenação da 
ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto 
social”. (LIBÂNEO, 1992, p. 221). 
 
4.2.2 Tipos e Níveis de Planejamento 
 Não se pretende, aqui, explorar e esgotar todos os tipos e níveis de 
planejamento, mesmo porque, como aponta Gandin (2001, p. 83), é impossível 
enumerar todos tipos e níveis de planejamento necessários à atividade 
humana. Vamos nos deter, então, nos que são essenciais para a educação: 
 Planejamento Educacional – também denominado Planejamento do 
Sistema de Educação, “[...] é o de maior abrangência, correspondendo 
ao planejamento que é feito em nível nacional, estadual ou municipal. 
Incorpora e reflete as grandes políticas educacionais. 
(VASCONCELLOS, 2000, p.95). 
 Planejamento Escolar ou Planejamento da Escola – atividade que 
envolve o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o 
funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. "É um processo 
de racionalização, organização e coordenação da ação docente, 
articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social." 
(LIBÂNEO, 1992, p. 221). 
 Planejamento Curricular – é o "[...] processo de tomada de decisões 
sobre a dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada 
de toda a vida escolar do aluno. Portanto, essa modalidade de planejar 
constitui um instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a 
preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem 
40 
 
 
Avaliação Educacional 
 
que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos 
componentes curriculares." (VASCONCELLOS, 1995, p. 56). 
 Planejamento de Ensino – é o "[...] processo de decisão sobre a 
atuação concreta dos professores no cotidiano de seu trabalho 
pedagógico, envolvendo as ações e situações em constante interações 
entre professor e alunos e entre os próprios alunos." (PADILHA, 2001, 
p. 33). 
 
 
 
 
 
 
 
4.2.3 Plano é um documento utilizado para o registro de decisões do 
tipo: 
 
 
 
 
 Para existir plano é necessária a discussão (planejamento) sobre fins e 
objetivos, culminando com a definição dos mesmos, pois somente desse modo 
é que se pode responder as questões indicadas acima. Segundo Padilha 
(2001), o plano é a "apresentação sistematizada e justificada das decisões 
tomadas relativas à ação a realizar." Plano tem a conotação de produto do 
É importante esclarecer 
que 
do planejamento resultar
á o plano. Ficou confuso? 
Vamos esclarecer! 
 
O QUE SE 
PENSA FAZER 
COMO 
FAZER 
QUANDO 
FAZER 
COM QUE 
FAZER 
COM QUEM 
FAZER 
 
41 
 
 
Avaliação Educacional 
 
planejamento. Ele é na verdade um guia com a função de orientar a prática, é a 
formalização do processo de planejar. 
 Dentro da categoria plano, devemos, ainda, dar uma atenção especial ao 
plano global da instituição: o PPP - Projeto Político-Pedagógico que é também 
um produto do planejamento. A sua construção deve envolver e articular todos 
os que participam da realidade escolar: corpo docente, discente e comunidade. 
Segundo Vasconcellos (1995, p.143), "[...] é um instrumento teórico-
metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só 
que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é 
essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita 
resinificar a ação de todos os agentes da instituição." 
 No planejamento escolar podemos incluir o PPP da escola. O 
planejamento do ano letivo, por exemplo, constitui um momento privilegiado 
para a reflexão coletiva sobre as ações no interior da escola e de integração da 
equipe de trabalho. Ele dá um suporte à elaboração, ao desenvolvimento e à 
avaliação de planos de ensino e ao preparo de aulas. 
 Traduz-se em uma atitude ou instrumentos a vivência do trabalho 
pedagógico, possibilitando ou antecipando possibilidades para a construção de 
projeto educacional. 
 Planejamento de ensino é o processo de decisão sobre atuação 
concreta dos professores no cotidiano de seu trabalho pedagógico. Envolvem 
as ações e situações em constantes interações entre professor e alunos e 
entre os próprios alunos. (PADILHA, 2001). 
 Esse nível de planejamento trata da estruturação/organização das 
atividades do professor em relação ao ensino e ao que se espera da 
aprendizagem do aluno. É a elaboração intencional de estratégias que atuam 
no contexto das situações de ensino aprendizagem. 
 
 
 
42 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 4.2.4 No planejamento de ensino, podemos destacar: o plano de 
curso e o plano de aula. 
 
 » Plano de curso: é a organização de um conjunto de disciplinas e suas 
especificidades que serão desenvolvidas, em dada instituição educacional, 
durante o período de duração de um determinado curso. Segundo 
Vasconcellos (1995, p. 117), esse tipo de plano é a “sistematização da 
proposta geral de trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área 
de estudo, numa dada realidade”. 
 
 » Plano de ensino: o plano de ensino prevê um “plano da aula” específico. 
 O plano de aula surge a partir da organização do plano de curso ou do projeto 
pedagógico a ser desenvolvido com o grupo de alunos. Ele operacionaliza a 
ação pedagógica e escolar, em que o professor prevê todos os elementos que 
são essenciais, tais como objetivos, metodologia, recursos estratégias, critérios 
de avaliação e cronograma de execução. Estas ações, nas escolas, podem ser 
desenvolvidas por meio de várias modalidades de intervenção pedagógica, 
dependendo da proposta da escola, que por sua vez dependerá da concepção 
de educação prevista no projeto político pedagógico. No seu plano de ensino, o 
professor irá definir a forma de organização do trabalho pedagógico, que 
veremos mais adiante. O plano de ensino é diferente de projeto de ensino ou 
projeto de trabalho. Pensando nesta diferença é importante saber elaborar um 
plano de ensino. 
» Projeto Político Pedagógico: é o planejamento geral que envolve o 
processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a 
proposta pedagógica da instituição. É um processo de organização 
e coordenação da ação dos professores. Ele articula a atividade escolar e o 
contexto social da escola. É o planejamento que define os fins do trabalho 
pedagógico. (MEC, 2006) 
» Plano de Aula: é a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia 
letivo. (“...) É a sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no 
43 
 
 
Avaliação Educacional 
 
período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de 
ensino-aprendizagem.” (PILETTI, 2001, p.73) 
 
Os conceitos apresentados têm por objetivo mostrar para o professor a 
importância, a funcionalidade e principalmente a relação íntima existente entre 
essastipologias. Segundo Fusari (2008, p.45), “Apesar de os educadores em 
geral utilizarem, no cotidiano do trabalho, os termos “planejamento’’ e “plano” 
como sinônimos, estes não o são. ” 
 
 Segundo Libâneo (1991), o plano é um guia de orientações, pois nele 
são estabelecidos as diretrizes e os meios de realização do trabalho docente. 
Como a sua função é orientar a prática, ele não pode ser um documento rígido 
e complexo, pois uma das características do processo de ensino é estar em 
constante movimento, sofrendo modificações cotidianamente. 
 
O plano de ensino é um roteiro organizado das unidades didáticas para 
um ano ou semestre. É denominado também de plano de curso, plano anual, 
plano de unidades didáticas e contém os seguintes componentes: ementa da 
disciplina, justificativa da disciplina em relação ao objetivos gerais da 
escola e do curso; objetivos gerais; objetivos específicos, conteúdo (com 
a divisão temática de cada unidade); tempo provável (número de aulas 
do período de abrangência do plano); desenvolvimento metodológico 
(métodos e técnicas pedagógicas específicas da disciplina); recursos 
tecnológicos; formas de avaliação e referencial teórico (livros, documentos, 
sites, etc.). 
Exemplo: 
Ementa: É uma descrição discursiva que resume o conteúdo conceitual ou 
conceitual/procedimental de uma disciplina. 
 
 
Justificativa: A justificativa deverá responder a três questões básicas do 
processo didático: o por quê? O para quê e o como. 
44 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
Objetivos: É a descrição clara do que se pretende alcançar como resultado da 
nossa atividade. Os objetivos nascem da própria situação: da comunidade, da 
família, da escola, da disciplina, do professor e principalmente do aluno. Os 
objetivos, portanto, são sempre do aluno e para o aluno. Os objetivos 
educacionais ou gerais são as metas e os valores mais amplos que a escola 
procura atingir a longo prazo, e os objetivos instrucionais, também chamados 
de específicos, são proposições mais específicas referentes às mudanças 
comportamentais esperadas para um determinado grupo-classe. 
 
Conteúdo: Refere-se à organização do conhecimento em si, com base nas 
suas próprias regras. Abrange também as experiências educativas no campo 
do conhecimento, devidamente selecionadas e organizadas pela escola. O 
conteúdo é um instrumento básico para poder atingir os objetivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREPARAR 
ACOMPANHAR PLANEJAR 
REVISAR 
 
45 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
 
 
 
 
4.3.1.0 PLANEJAMENTO DE AULA OU PLANO DE AULA 
 
A forma predominante de organização didática do processo de ensino é 
a aula. É na aula que ocorre a organização e criação de situações docentes, 
isto é, as condições e meios necessários para que os alunos assimilem 
ativamente conhecimentos, habilidades e desenvolvam suas capacidades 
cognoscitivas. 
O plano de aula é o plano de ensino em uma visão mais detalhada, as 
unidades e subunidades que antes haviam sido previstos em linhas de forma 
geral, agora aparecem mais especificadas e sistematizadas para a realidade. 
Isso se torna uma tarefa indispensável, tal como o plano de ensino, que devem 
resultar em um documento escrito que será pata apoio das ações do cotidiano 
dos professores, assim como também para possibilitar as revisões e melhora 
de ano para ano. 
Uma elaboração de plano de aula, deve levar em consideração que a 
aula é um período de tempo variável, ou seja, dificilmente completaremos em 
uma só aula todo o desenvolvimento de uma unidade programada, levamos 
também em consideração a absorção e acompanhamento da turma e dos 
alunos em particularidade. Contando que uma aula deve haver as seguintes 
fases: 
 Preparação e apresentação dos objetivos, conteúdos e tarefas. 
 Desenvolvimento da matéria nova. 
 A fixação, exercícios, revisão e sistematização. 
 Aplicação da síntese. 
 Avaliação. 
Isso quer dizer que dizer que não devemos preparar uma aula, mas sim 
um conjunto de aulas. 
46 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
Para exemplificar, veremos um modelo de plano de aula.: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://aosmestredaeducacao.blogspot.com/2012/05/plano-de-aula-modelo-de-jose-carlos.html 
 
 
 
 
 
https://aosmestredaeducacao.blogspot.com/2012/05/plano-de-aula-modelo-de-jose-carlos.html
47 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 
http://images.comunidades.net/mos/mosqueteirasliterarias/investimento_educacao_debate_eed_entrevista_2.jpeg 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escolha uma disciplina de sua afinidade e elabore um plano de curso. 
Utilize o exemplo desta unidade como modelo. 
 
Planejamento de ensino é o "[...] processo de decisão sobre a atuação 
concreta dos professores no cotidiano de seu trabalho pedagógico, 
envolvendo as ações e situações em constante interações entre professor e 
alunos e entre os próprios alunos." (PADILHA, 2001, p. 33). Comente sobre 
a atuação docente que não utiliza o planejamento de ensino. 
 
http://images.comunidades.net/mos/mosqueteirasliterarias/investimento_educacao_debate_eed_entrevista_2.jpeg
48 
 
 
Avaliação Educacional 
 
1. 
UNIDADE 05 
 
CONSTRUÇÃO DA 
CULTURA AVALIATIVA 
MEDIADORA 
FONTE: http://oenem.com.br 
 
49 
 
 
Avaliação Educacional 
 
5.1 CONSTRUÇÃO DA CULTURA AVALIATIVA MEDIADORA 
 
Para desenvolver uma cultura da avaliação mediadora os educadores 
e a escola necessitam de praticar essa forma avaliativa e essa prática 
realimentará novos estudos e aprofundamentos de tal modo que um novo 
entendimento e um novo modo de ser vai emergindo dentro do espaço 
escolar. O que vai dar suporte à mudança é a prática refletida, investigada. 
O futuro da prática da avaliação da aprendizagem no país é 
aprendermos a praticá-la tanto do ponto de vista individual de nós 
educadores, assim como do ponto de vista do sistema e dos sistemas de 
ensino. Avaliação não virá por decreto, emergirá solidamente da prática dos 
educadores. 
Diferenças entre medir (examinar) e AVALIAR 
Medir: 
 • Verificação QUANTITATIVA da extensão dos conteúdos 
adquiridos pelo aluno; 
• Verificação momentânea. 
 Avaliar: 
• Verificação, tanto QUANTITATIVA como QUALITATIVA, ou apenas 
QUALITATIVA do aluno como um todo (aspectos cognitivos, sócioafetivos e 
psicomotores); • Medida + Juízo de valores; 
• Tem caráter subjetivo; 
• É contínua; 
 • Mais abrangente do que a medida. 
50 
 
 
Avaliação Educacional 
 
5.2 Funções da Avaliação 
• Selecionar 
A seleção possibilita a escolha do melhor método a ser utilizado para a 
aprendizagem dos diferentes conteúdos ou tarefas requeridas para sua 
realização. 
• Diagnosticar 
O diagnóstico permite julgar a causa provável (certa ou hipotética) de um 
problema de aprendizagem ocorrido, e definir o melhor procedimento para 
superação. 
 • Antecipar 
A avaliação antecipatória possibilita orientar para uma certa direção ou 
meta buscada. Isto é, define as regras de um jogo, dá as coordenadas, 
antecipa problemas, fornece parâmetros para a boa realização de algo que 
se deseja alcançar. 
• Orientar 
Orientar significa: direcionar, nortear, ajustar-se ou voltar-se para uma certa 
direção, conduzir. Na avaliação como orientação, avaliar e intervir ocorrem 
simultaneamente, de modo relacional e não causal. 
• Certificar 
Certificação é o momento em que se recebe “algo” (uma confirmação) que 
indica que se completou minimamente certa exigência. 
 • Regular 
51 
 
 
Avaliação Educacional 
 
A função da avaliação como regulação é permitir uma avaliação 
formativa ou contínua. Ela informa e permite corrigir, antecipar e confirmar 
o que está acontecendo no processo / na direção pretendida. 
Essas funções atuam de forma interdependente, não podendo ser 
consideradasisoladamente. 
A função pedagógico-didática está referida aos próprios objetivos do 
processo de ensino e diretamente vinculada às funções de diagnóstico e de 
controle. A função diagnóstica se torna esvaziada se não estiver referida à 
função pedagógicodidática e se não for suprida de dados e alimentada pelo 
acompanhamento do processo de ensino que ocorre na função de controle. 
A função de controle, sem a função de diagnóstico e sem seu significado 
pedagógico didático, fica restrita à simples tarefa de atribuição de notas e 
classificação. 
5.2.0 Os 10 critérios da Mediação 
 
 A aprendizagem mediada é um segundo tipo de aprendizagem, é 
indispensável para assegurar um aprendizado efetivo. Feuerstein, em uma 
formula criada por Piaget, inclui o homem como mediador entre o mundo de 
estimulos, o organismo e a resposta, ao desenvolver a formula de Piaget, 
52 
 
 
Avaliação Educacional 
 
sua nove para a aprendizagem mediada se torna S-H-O-H-R, onde o H 
representa o mediador homem. Por sua vez, o mediador é aquele que se 
interpõe entre o organismo que aprende, e o mundo dos estimulos, servindo 
como uma pomte de intergligação dos dois. 
‘’Quando uma criança não interage efetivamente com o ambiente ou 
experimenta dificuldades na aprendizagem, desenvolve o que Feuerstein 
chama de dedo em riste: o dedo indicador é apontado em direção a criança 
mostrando que a falha ou o problema esta rigidamente fixado nele. Na 
mediação, entretanto, a aprendizagem é uma interação da criança com um 
mediador, assim o dedo aponta para ambas direções.’’ (APRENDIZAGEM 
MEDIADA, p., 19). A seguir estudaremos cada um dos dez critérios da 
mediação. 
 
5.2.1 INTENCIONALIDADE E RECIPROCIDADE 
 
 
O processo de ensino e aprendizagem não pode acontecer de uma forma 
“amadora”. Para planejar suas atividades de docência, o docente deve ter a 
intencionalidade, já premeditando qual direção a ser seguida, qual ação a ser 
executada. A partir da intencionalidade o mediador orienta premeditadamente a 
interação numa direção escolhida, selecionando, moldando e interpretando estímulo 
específico. 
 Já a reciprocidade ocorre quando existem respostas do mediado e uma 
indicação de que ele está receptivo e envolvido no processo de aprendizagem. 
 Nas ocorrências em sala de aula, podem existir alguns obstáculos quanto a 
intencionalidade e a reciprocidade, como por exemplo, o professor pode esperar que o 
aluno inicie uma interação, acreditando que não é importante iniciar a interação do 
estimulo com o aluno. 
 
 
 
53 
 
 
Avaliação Educacional 
 
Os principais elementos que influenciam e que estão ligados a intencionalidade e 
reciprocidade são: 
1. O mediador, cuja linguagem, ritmo e gestual podem ser variados para destacar 
a intencionalidade. 
2. O mediado, cujo foco de sua atenção, nível de interesse, disponibilização e 
interação afetam diretamente a reciprocidade. 
3. O estimulo, que pode ser variado em termos de amplitude, modalidade, 
repetição, etc.…, com intenção de ampliar a intencionalidade e a reciprocidade. 
 
 
5.2.2 SIGNIFICADO 
 
A mediação do significado ocorre quando o mediador traz significado e 
finalidade a uma atividade. O mediador explicita o significado de determinada 
atividade, imprimindo valor nesta, tornando-a relevante para o mediado. 
 É como se o mediador desse a chave para a compreensão do 
significado do estímulo. A mediação do significado, abre e interpreta o contexto 
cultural no qual o mediado está situado. 
 O significado é mediado tanto no nível cognitivo (intelectual) quanto no 
afetivo (emocional): 
■ valores e crenças são comunicados no nível cognitivo; 
■ energia e entusiasmo são comunicados no nível afetivo. 
Em casa 
 Uma pessoa que esteja cuidando da criança media a intencionalidade e 
a reciprocidade quando prepara o seu banho abrindo a água e ajudando-a a se 
vestir. A pessoa media a significação encorajando a ter prazer com a água e 
 
54 
 
 
Avaliação Educacional 
 
oferecendo os motivos para aquela experiência. Dessa forma, a pessoa ajuda a 
criança a se divertir com a atividade e a compreender seu significado. 
 Em resposta aos críticos que perguntam se é certo o mediador impor 
seus valores ao mediado, Feuerstein responde com a pergunta sobre se é 
certo não o fazer. Considere o seguinte: 
■ quando uma mãe dá significado a tudo que faz, a criança começa a desejar e 
a precisar de significado em todos os aspectos da vida; 
■ o processo de dar significado estimula a criança a fazer perguntas e a 
estabelecer a base para prospecções mais profundas, para futuros desafios e 
para a possível rejeição daquele significado; 
■ sem uma firme compreensão de seu ambiente, uma criança não terá a força 
necessária para responder a ele - para aceitá-lo ou para transformá-lo; 
■ sem mediação do significado, a criança é privada do acesso a estímulos 
enriquecidos cognitiva e afetivamente. 
Por esses motivos, Feuerstein acredita que é direito de todo mediado 
receber experiências de aprendizagem mediada e que é dever do mediador 
proporcioná-las. 
Embora os mediadores possam optar por não impor conscientemente 
seus valores ao mediado, é inevitável que isso ocorra em alguma extensão. 
Nenhuma situação está totalmente livre de valores. Entretanto, se a mediação 
do significado não for explícita, a capacidade do mediado de perceber 
significado como valor e de avaliar criticamente as situações ficará reduzida. 
"O significado é o princípio energético e emocional que exige do 
mediador a garantia de que o estímulo que está apresentando atinge a criança. 
É a agulha que passa a linha pelo tecido."(H. Sharron.) 
 
 
55 
 
 
Avaliação Educacional 
 
 5.2.3 TRANSCEDÊNCIA 
 
 
A transcendência acontece quando uma interação vai além da 
necessidade direta e imediata, consequentemente ampliando e diversificando o 
sistema de necessidades do mediado. O mediador, por meio da 
transcendência, incentiva que o mediado consiga ligar uma atividade específica 
com outras. 
Por meio da transcendência há o desenvolvimento do pensamento 
reflexivo, da formação de relações entre as coisas, aquisição de princípios, 
conceitos ou estratégias que podem ser generalizados para situações além do 
problema. 
Lembre-se, a mediação da transcendência envolve: 
■ encontrar uma regra geral que se aplicam as situações correlatas; 
■ ligar eventos no presente com eventos futuros e passados; 
■ engajar-se num pensamento reflexivo para alcançar a compreensão do que 
está subjacente na situação; 
■ pensar lateralmente sobre experiências e conclusões. 
 
 
 5.2.4 COMPETÊNCIA 
 
 
 A partir da mediação da competência o mediador auxilia o mediado a ter 
autoconfiança para desenvolver as atividades, não focando somente no 
sucesso, mas principalmente possibilitando que o mediado, perceba que está 
 
 
56 
 
 
Avaliação Educacional 
 
tendo sucesso, tenha mais confiança em si mesmo e sinta-se encorajado por 
buscar realizar os objetivos. 
O mediador, ao mediar a competência, instiga em seu mediado uma boa 
postura mental, uma crença positiva em sua capacidade, a motivação para 
tentar, e a determinação para perseverar. 
‘’Talvez a causa mais importante do sucesso ou da falha de uma pessoa 
no processo educativo tenha a ver com o que ela acredita acerca de si 
mesma’’. (Artur W. Combs) 
 
 
 5.2.5 AUTO-REGULAÇÃO E CONTROLE 
 DO COMPORTAMENTO 
 
 
 A mediação da Auto regulação e do Controle 
do Comportamento acontece quando o mediado passa a ter consciência de 
seu aprendizado e passa a se auto monitorar. A mediação da auto regulação e 
do controle do comportamento faz com que o aluno consiga pensar sobre sua 
própria forma de pensar (metacognição) e sobre seu comportamento. 
 Esse critério de mediação, envolve ajudar a criança a analisar a tarefa 
para ajudar seu comportamento apropriadamente. Exemplificando,

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