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O problema do paradigma geográfico da Geografia As três geografias RUY, Moreira. Geografia e práxis: a presença do espaço na teoria e na prática geográficas. São Paulo. Contexto. 2012. p. 39-57. Raimundo dos Santos Nascimento. O texto 11 corresponde a dois capítulos do livro: Geografia e práxis: a presença do espaço na teoria e na prática geográficas de Ruy Moreira. O primeiro capítulo apresenta maior dificuldade de entendimento, refere-se ao modelo que a ciência geográfica deve seguir, afirma que ela perdeu a sua estrutura. A geografia nasce na Europa, como ciência natural, porém, predominava na época (último terço do século XIX) a perspectiva neokantista e positivista (baseado na observação, experimentação e comprovação, buscando o lucro com o comércio cada vez mais internacionalizado) e a mesma não tarda a se adaptar a essa ótica. A configuração do espaço é tomada como uma forma geográfica de todo o processo, partindo da relação homem-natureza e o ponto final é a relação do homem no espaço. Ratzel reiterava que a antropogeografia era o relacionamento da humanidade com o meio ambiente. Sorre elaborou a sintaxe na ciência geográfica de diversos geógrafos (meio ambiente, os gênero de vida e de solo-espaço-vivido). A plenitude surgiu com a estrutura de Tricart e a relação homem-espaço de George. Tricart abordou a oposição dos agentes endógenos com fundamentação geológica e os exógenos com base climática para a formação da superfície terrestre. George voltou a apontar a distribuição dos organismos vivos de Ritter. Além disso, dizia que o trabalho e a técnica dos homens qualificava o espaço. O espaço geográfico passou a ser um conceito essencial entre 1940 a 1960 e buscou a sua integralidade, fundamentada no marxismo dialético. Milton Santos expressou a definição da formação socioespacial e Harvey abordou o conceito da valorização do espaço. A geografia crítica denunciava a exploração do trabalhador e a desigualdade social. O Brasil é um dos países com maior desigualdade no mundo, pois aqui existe uma enorme exploração da mão de obra, consequência do longo processo da escravatura. O homem ao interagir com a natureza, a modifica, geralmente buscando interesses econômicos e, há também uma metamorfose do próprio. No capítulo correspondente às três geografias, há três tipos da ciência geográfica: a empírica, a teórica e acadêmica. Na primeira, as características do meio técnico-científico-informacional: produção flexível; a informática, a biotecnologia, a microeletrônica, a nanotecnologia destacando-se; as transnacionais organizando-se em redes e sobrepondo-se ao Estado-nação; a especialização dos países quanto à divisão internacional do trabalho; fim das fronteiras para o capital; junção da agricultura com a indústria; busca de outras fontes de energia menos poluidoras e sustentáveis; maior interdisciplinaridade e etc. Na segunda geografia, a partir de 1950, os espaços públicos onde havia em certa medida, diálogos e produção científica deixam de existir, paulatinamente, até sobram somente os centros universitários. A ditadura militar no Brasil, 1964 a 1985, impossibilitou também o desenvolvimento em território nacional (expulsou vários intelectuais, dentre eles, Milton Santos); a geografia crítica destaca-se e influência à produção geográfica brasileira. Na terceira geografia, percebe-se a discordância de Milton Santos e Lacoste os discursos conservadores da geografia oficial (neopositista); surgiram as ONGs para debater os interesses da sociedade civil. O tecnicismo centrava-se na preparação para o mercado de trabalho e não atento às questões socioeconômicas é o destaque dos anos 1970 e a geografia, objetivava uma percepção crítica para transformar a realidade para se obtenção maior justiça social.
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