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Fichamento dos teóricos Durkheim, Marx e Weber

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FACULDADE BAIANA DE DIREITO E GESTÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Gabriele Evangelista Martins 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fichamento dos teóricos: Durkheim, Marx e Weber 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
2020 
 
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Maria Gabriele Evangelista Martins 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fichamento dos teóricos: Durkheim, Marx e Weber 
 
 
 
 
 
 
 
Fichamento apresentado para a disciplina de 
Sociologia Jurídica, no curso de Direito, da 
Faculdade Faculdade Baiana de Direito e Gestão 
– FBDG. 
 
Prof. Carolina Grant 
 
Prazo: 10/04/2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 SALVADOR 
 2020 
 
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 Fichamento: Émile Durkheim 
 
Émile Durkheim, nascido em 1858 -197, era conhecido como um dos grandes 
pensadores da sociologia, conhecidos como pai da sociologia. Ele estudou direito e 
economia e usou dessa junção para interpretar as sociedades. Ele foi professor na 
sorbonne, uma das maiores e primeiras universidades do mundo, fica localizada na 
França em Paris. Na Sorbonne ele fundou a Escola sociológica Francesa. Durkheim 
tinha uma influência no positivista, pois ele tinha se inserido em um momento de 
positivismo filosófico de augusto Comte. Era influenciado também pela filosofia 
racionalista de Kant, do darwinismo, do organicismo alemão e do socialismo de 
cátedra. Durkheim buscava compreender a mudança de uma sociedade primitiva 
para uma sociedade mais complexa. 
 
Durkheim procurava a entender a sociedade francesa após o marco da revolução 
francesa (que foi quando houve o nascimento do estado moderno e mudanças nos 
âmbitos sociais e econômicos com a criação de novas classes), da revolução 
industrial (devido o surgimento de industrias, dos operários e de novos meios de 
produção) e a lei do progresso (na Europa pós-revolução existia uma ideia de que o 
destino da sociedade era o progresso). Com isso, ele resolveu adotar os fatos 
sociais como seu objeto de estudo, visto que naquela época o estudo científico 
precisava de um objeto de pesquisa. 
 
Sobretudo, ele pensava que a vida social poderia ser regida por leis e cabe a 
sociologia encontrar essas leis que vão regi a sociedade.Tendo uma grande 
influência nos métodos do positivismo, que foi apresentada um estudo de ciência 
clássica, métodos científicos aplicados na sociedade.Os fatos sociais tinham em 
decorrência de uma síntese comportamental coletiva. Ou seja, ele existe 
independente dos indivíduos. Com por exemplo: a economia da sociedade é 
resultado de uma síntese comportamental. 
 
 O fato social tem como sua característica, sua exterioridade (exterior e 
independente do indivíduo), coercitiva (gera uma consequência social a uma não 
adequação ao fato social) e generalidade (o fato social vale para todo e qualquer 
indivíduo e independe de manifestações individuais). O fato social ele pode 
funcionar ou ser explicada através da maneiras de ser (são os fatos mais ou menos 
consolidados, ou seja, com a capacidade de se transformar/modificar, como 
exemplo, a religião- grau de consolidação) e maneiras de agir (tem um grau de 
consolidação menor e mais fluidez. A capacidade de mudança/transformação é 
maior, como exemplo a moda. 
 
 Se compararmos com a sociedade moderna, os fatos sociais com alto grau de 
consolidação são sempre os mesmo, como exemplo, atual a rede social (exterior, 
coercitiva, geral e maneira de agir).O que denominamos hoje como cultura, nada 
mais é que fatos sociais transmitidos de geração em geração produzindo 
representações coletivas e dessa forma a sociedade é compreendida da melhor 
forma. São a forma de expressão da própria sociedade, mantendo assim aspectos 
culturais de certa sociedade, criando a tradição, com o exemplo das festas 
 
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populares. É tudo aquilo que é acúmulo de conhecimentos transmitidos de geração 
a geração, ou seja, eles produzem uma cultura da sociedade. 
 
 Todos esses fatos sociais produzem valores na sociedade, porém elas tem 
conseqüência que geram valores positivos/negativos na sociedade. Durkheim 
considera que esses valores sociais podem ser e são substituídos. A depender da 
maneira que eles são postos na sociedade, podem demorar mais o menos para 
serem substituídos. 
 
Durkheim acreditava que os lanços sociais eram mantidos pela consciência coletiva, 
que era denominada por ele de solidariedade mecânica, é a repetição de 
comportamentos semelhantes, sendo um fenômeno típico de sociedades primitivas 
ou bastantes homogeneizadas, como por exemplo, das tribos indígenas isoladas. 
Tendo como característica o conjunto de crenças e comportamentos comuns aos 
indivíduos de dada sociedade. 
 
Podemos relacionar a solidariedade mecânica com o direito penal, tendo um efeito 
repressivo/punitivo. E mantidos pela consciência individual que era denominada por 
Durkheim de solidariedade orgânica, que é a diferença de comportamentos e 
pensamentos, um precisa do outro, por exercerem diferentes funções 
sociais/especializações. Característico de sociedades complexas e gera o 
surgimento de personalidade. Nessa sociedade a dessemelhança é o fator de 
coesão. A dessemelhança ocorre devido à especialização e a grande quantidade de 
culturas. 
 
A solidariedade Orgânica pode se relacionar ao direito contratual, pois tem a 
capacidade de congregar diferenças. Uma observação importante apresentada por 
Durkheim é que quanto mais complexa a sociedade, a consciência coletiva perde 
força e a consciência individual se manifesta mais ainda. Visto que a sociedade 
moderna adota um modelo organizado, com presença de divisão e especialização 
de tarefas, movimento que em excesso enfraquece os laços sociais, chegando ao 
estado social da anomia, que consiste em um estado de desregramento social, um 
status de patologia da sociedade. Quase sempre conseqüência da ausência, 
ineficácia da norma ou do multiculturalismo. 
 
O estado de desregramento pode decorrer da ausência de regras ou pode existir 
uma regra ineficaz. A medida que existe uma especialização em excesso, vai 
existindo uma individualização maior. Sendo assim, a super especialização leva a 
um enfraquecimento de laços sociais. Para Durkheim, o fenômeno do suicídio seria 
uma prática decorrente da coercitividade dos fatos sociais e não necessariamente o 
resultado de causas biológicas. Durkheim estudará as tipologias de suicídio e a 
influência da sociedade nas práticas suicidas em sua obra clássica “o suicídio”. Para 
desenvolver sua tese, ele utilizou uma classificação etiológica (referente ás causas), 
do suicídio, ao invés de uma classificação morfológica (referente ao tipo). 
 
De acordo com a teoria de durkheim, o que garantia a vida em coletivo e a 
coexistência em sociedade era ligação entre as pessoas por meio de uma 
 
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solidariedade social; essa solidariedade social proporcionaria a necessária coesão 
social que manteria o grupo unido, e serve de fundamento à sua teoria social. Dentro 
desse contexto, é compreensível pensar que o suicídio é um fato individual, e não 
social. E, de fato, é. Mas os fatores que levam ao suicídio são fatos sociais, e 
Durkheim, divide os suicídios em três tipos:egoísta, altruísta e anômico. 
 
O suicídio egoísta está fortemente ligado ao isolamento social, quando o indivíduo 
se encontra sem integração com a sociedade e, portanto, seus próprios interesses 
valem mais do que os da sociedade. O suicídio egoísta ocorre quando o indivíduo 
tira a própria vida para acabar com seus próprios problemas e pôr um fim ao seu 
próprio sofrimento. O suicídio altruísta, por outro lado, está relacionado a uma 
sensação de pertencimento á um grupo, a algo maior. 
 
Ocorre quando o indivíduo está ligado à força coercitiva e à obediência de um certo 
e prioriza os interesses desse grupo acima de sua própria vida, como por exemplo, 
membros do exército, embora alistar-se não seja considerado exatamente um 
suicídio, é uma forma de sacrificar-se em prol de um interessemaior. 
 
Já o suicídio anômico, que está ligado a tempos de crise social (anomalia), quando a 
sociedade se vê acometida por problemas como desemprego em massa; epidemias; 
caos;desordem; anarquia; ou simplesmente quando o indivíduo passa por mudanças 
sociais muito bruscas.Se relacionarmos o conceito da anomia nos dias atuais, ela 
ganha uma certa independência do pensamento de Durkheim, como por exemplo, a 
ineficácia da norma (estado de desregramento social), Ausência de poder/Estado (a 
ausência do estado na sociedade produz uma anomia) e multiculturalismo (tornaria 
um estado anômico em um sentido positivo porque a sociedade absorve as 
diferenças para manter a paz social). 
 
 
Outro fato importante é a religião e moral, na obra “um toque de clássicos” podemos 
ver a explicação de como a religião ocupa um espaço importante na obra de 
Durkheim. Para ele os fenômenos religiosos são de duas espécies: as crenças, que 
são estados de opinião, representações, e os ritos, que exprimem modos de 
conduta. No seu conceito “o fato religioso ainda traz visível o sinal de suas origens”, 
mostrando os elementos comuns a todas as sociedades. Ou seja, a sociedade 
envolve os indivíduos na religião e pelos ritos, torna-se mais viva nas vidas dos 
indivíduos. Durkheim pensava na sociedade, na justiça social, em uma reforma da 
sociedade, consenso e à integração do sistema social. 
 
A contribuição sociológica de Durkheim inspiraram também estudos recentes sobre 
a desintegração de padrões tradicionais de interação devidos aos processos de 
urbanização, além de pesquisas sobre a família, a profissão e a socialização, 
através da unilateralidade, utopia (pelo fato do tipo ideal não corresponder a 
realidade humana) e racionalização. 
 
 
 
 
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 Max Weber 
 
Max Weber, alemão, nascido em 1864-1920. Se formou em direito e deu muita 
importância para história e economia. Vive o mesmo momento histórico que 
Durkheim, contudo, principalmente devido a sua nacionalidade, apresenta uma nova 
visão social. Weber trabalha em uma perspectiva de conexão entre história, política, 
economia, etc. Diferentemente de Marx, que verticaliza essas ciências e de 
Durkheim que objetiva criar uma ciência social e formular normas para o estudo dos 
fenômenos da sociedade. Ou seja, tanto para Marx quanto weber enfatizam no fator 
da economia. Entretanto, para Marx tudo é conseqüência da economia, ou seja, as 
relações econômicas produzem um efeito dominó. 
 
Já Weber fala que a economia interage com outros elementos, como história, direito, 
política. Ele não dá a economia uma condição de proeminência, para ele, a 
economia interage com outros fatores sociais.Para ele a compressão da sociedade 
necessita do entendimento de como esses fenômenos vem sendo afirmados ao 
longo da história. Ou seja, o mergulho no passado é fundamental para entender-se o 
presente.Como Durkheim, Max Weber dá muito valor a constatação de que as 
coisas são transmitidas através das gerações (tradições). Embora ele proponha 
fazer uma ciência social, assim como Durkheim, mas não consegue entender essa 
ciência social como algo que possa ser explicado por leis ou regras (diferentemente 
de Durkheim). 
 
Suas maiores influências foram Delthey, defensor do método compreensivo, tenta 
entender fenômenos atuais a partir da interpretação histórica (retrospectiva de fatos), 
e Rickert que defendia a ideia de sociologia da sociedade, pois em sua visão o 
objetivo do sociólogo consistia em observar o espaço que reside, sociologia da 
realidade.Weber não dá um conceito ao objeto da ciência social porque, para ele, o 
objeto da ciência social não existe por inteiro, já que ele é sempre fragmentado pelo 
olhar do sociólogo, como por exemplo, estudar religião. 
 
Weber partia do pressuposto que não seria possível entender a realidade em sua 
totalidade, portanto a necessidade de formulação de um tipo ideal, que tinha como 
recurso de análise das questões sociais. O tipo ideal nada mais é que uma forma de 
análise sociológica da realidade, é uma indução da realidade completa que o 
sociólogo não alcança toda a realidade social, e que é necessário haver o tipo ideal 
como recurso de análise. Com por exemplo, a religião é um tipo ideal(visto como 
fenômeno sociológico). O sociólogo observa a realidade e abstrai as características 
que são comuns nas demais religiões,como, templo, ritual, simbolismo... 
 
Weber também abordava a denominação legítima a procura do entendimento da 
sociedade. Na denominação legítima o sujeito é denominado, entretanto desprovido 
de consciência. Toda forma de denominação que o dominado não se percebe nessa 
condição. A pessoa incorpora, de tal maneira, a vontade do dominante, que ela 
naturaliza aquilo como se fizesse parte da sua própria existência. Não há o 
 
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sentimento de obrigação nem uma força atuante sobre o sujeito; não há excesso; o 
individuo incorpora. 
 
 Ela pode ser tradicional, muito utilizada por famílias, religiões e monarquias. 
Carismática, onde há uma relação de adoração, admiração, como por exemplo, 
Mahatma Gandhi, que conquista seu espaço através de uma adoração do povo 
mulçumano e Hitler. E racional-legal (burocracia), exercida pelo estado através das 
leis. Modo de denominação que incorporamos comportamentos sem percebemos, 
porém através das normas. 
 
Para Weber a modernidade trouxe a racionalização dos processos sociais. E a 
dominação Racional-legal é o instrumento para isso. Para ele, não conseguiríamos 
viver em uma sociedade moderna sem a racionalização legal. A burocracia surge a 
partir da denominação racional-legal, algo a ser objetivado pelo estado, exemplo da, 
revolução francesa e estado moderno. Para alcançar cargos estatais a seleção é 
feita por meritocracia e competência. A divisão de competências estatais faz parte 
do processo burocrático de weber. 
 
Ocorre a organização do Estado para definição de procedimentos. Weber 
conceituou a burocracia no sentindo de algo positivo, para acabar com privilégios do 
estado, como exemplo, competências funcionais, estabelecimentos de 
procedimentos estatais, ingresso no estado deveria ser meritório. O escalonamento 
de poderes é uma forma de organização burocrática. Esse conceito não é 
considerado o mesmo atualmente. 
 
Weber discute a relação entre direito, economia e Estado em seu livro “Economia e 
sociedade: ordens jurídicas e ordens sociais”. Para ele os três elementos 
estabelecem uma relação de causa e efeito. No capítulo “ordens sociais e ordens 
jurídicas”, Weber traz o direito como forma de denominação típica da modernidade e 
vai comentar sobre as relações existentes entre direito, economia e o estado. Entre 
o direito e a economia há uma relação de causa e efeito. 
 
No capítulo “direito como instrumento de racionalização das relações sociais”, Max 
Weber estuda nesse capítulo como o direito interfere nas relações econômicas, ele 
observa que a modernidade trouxe o modelo capitalista de economia, que onde a 
riqueza é lastreada em valores/dinheiro. Antes da economia capitalista havia a 
economia mercantilista, em que a riqueza era lastreada em metais preciosos. 
 
O sociólogo percebe que o direito é necessário para a economia capitalista porque 
esta economia não tem lastro material a única coisa que garante isso são os 
contratos (instrumentos de garantia jurídica), ou seja, toda relação econômica só é 
possível porque há o direito (contrato). Já como a economia interfere no universo 
jurídico, a economia sendo ela um objeto da sociedade, ela tem uma velocidade de 
se transformar muito mais ágil que o direito. Como a economia é mais rápida e 
dinâmica, o direito terá que se adequar a ela. 
 
 
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O direito atua como uma garantia a economia capitalista, visto que a riqueza no 
mundo moderno circula mesmo sem que a vejamos a olho nu, ou seja, o direito 
oferece estabilidade econômica. Já a economia funciona como causa para o direito 
efeito quando a dinâmica econômica obrigao direito a se recondicionar. A 
capacidade das relações econômicas se recondicionarem induz o direito a 
acompanhá-la. Weber vê essa relação entre eles pelo sistema de causa e efeito. 
 
Max Weber crítica Kelsen, pois ele pensa o direito como uma via intermediária 
(terceira via), entre os postulados de kelsen e os postulados da escola de direito 
livre. Seria um direito acrescido da sociologia. Nem o direito puro, nem como mera 
ramificação da sociologia.A diferença entre eles é que kelsen nega toda a noção de 
validade empírica, para ele, o direito resume-se à validade ideal. A eficácia não é 
condição para determinar a norma. O único ponto em comum entre kelsen e weber é 
que ambos reconhecem os planos de “ser e “dever ser”, como planos existentes. 
 
 O direito não ocorre somente de uma validade ideal, seria uma mistura das 
validades real e ideal. Para Weber ambas devem coexistir, sendo a validade 
empírica (é a validade em termos concretos, uma norma deve possuir validade na 
realidade concreta. - eficácia social) e a validade ideal ou formal (que é a validade 
da norma perante as outras normas – validade de kelsen). O método lógico está 
ligada a validade ideal, analisa-se a posição das normas. É próprio da dogmática 
jurídica. Método empírico causal está ligado a validade empírica, esse método é uma 
análise a partir do caso concreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Karl Marx 
 
Cronologicamente Marx é o primeiro entre os sociólogos estudados. Contudo, 
diferentemente de Durkheim e Weber, Marx não se preocupava em fazer ciência 
social, mas acaba fazendo-a de forma indireta. Karl Marx, nasceu na Alemanha em 
1818 e morreu 1883. Alemão de classe média, formado em direito, dedicado ao 
estudo da filosofia e economia. O autor não possui a preocupação em formular uma 
teoria sociológica, entra como sociólogo na história, pois busca compreender a 
existência das classes sociais. Marx não possui teses sobre o direito, mas critica o 
sistema jurídico em obras esparsas. 
 
Marx influenciou o pensamento da esquerda; foi o autor do manifesto comunista. 
Marx nunca teve a pretensão de escrever uma ciência social, nem de escrever uma 
teoria do direito. Diferente de Weber e Durkheim, Marx entende a economia como 
um fator que determina as várias modalidades de relações sociais. Ele era um crítico 
da realidade, critica o modelo contemporâneo sem que seja necessário fazer uma 
teoria do direito. 
 
Marx tem como referências Feuerbach como a essência do cristianismo, ou seja, a 
religião é um instrumento de alienação criado pelo próprio homem devido a uma 
necessidade de uma entidade a qual se remeter no momentode alienação. Feurbach 
propõe a contemplação da natureza. Feuerbach, conhecido também pela sua 
concepção da alienação humana proviniente da influência religiosa, principalmente 
das igrejas católicas. Marx utiliza o conceito de alienação (o homem tende a alienar-
se), porém, critica Feuerbach por propor uma alternativa também de cunho 
ideológico para substituir a alienação religiosa. 
 
Nesse viés, Marx traz a alienação humana para o contexto do capitalismo. Em sua 
visão, a lógica do capital aliena o indivíduo, retirando sua capacidade de reconhecer 
aquilo que é realmente necessário do supérfluo. Marx acreditava que o capitalismo 
alienava o homem criando meios para que ele fuja da realidade material. Hegel 
também era uma referência, Marx mergulhava na filosofia de Hegel para 
fundamentar seu materialismo histórico. 
 
Para cada experiência vivida na filosofia hegeliana, tem-se uma transformação na 
consciência do indivíduo, ou seja, pode-se assim dizer que o conhecimento é 
processual. Na dialética hegeliana o processo de conhecimento (como adquirimos 
conhecimento) não é algo pontual. A cada momento que você vivencia uma 
experiência sua consciência vai sendo transformada e essa transformação nos leva 
a uma nova experiência (entender/ver coisas que não lemos/vimos da primeira vez). 
O conhecimento é processual onde vá realizando um movimento entre sua 
consciência e as experiências que você vive. Essa relação entre consciência e 
experiência é um movimento constante (realizam trocas). Como por exemplo, o 
nascimento, assim que nascemos começamos a produzir nossas experiências. 
 
 
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Marx então utiliza a dialética hegeliana para fundamentar sua teoria a respeito da 
relação entre homem e ambiente. A partir desse pensamento de Hegel, Marx vai 
dizer que é necessário transferir a dialética para a vida humana. Enquanto Hegel 
produz sua teoria sem aplicação prática, Marx a traz para o mundo real. Para o 
sociólogo alemão o homem modifica o ambiente em que vive através de seu 
trabalho, da sua capacidade de interferir na natureza. E assim novas necessidades 
são criadas, á medida que essas capacidades são florescidas. 
 
Marx não tem uma teoria, ele constrói uma serie de criticas a algumas 
características do direito. Ele aponta o direito como um mecanismo de preservação 
das classes dominantes. Ou seja, o direito seria feito pela classe dominante e para a 
classe dominante. Há uma manipulação ideológica do direito para preservar a 
condição de classe dominante. Ele defende que o direito se evidencia como um 
instrumento de manipulação ideológica. 
 
Um instrumento da classe dominante e não um instrumento de transformação social. 
Já em relação a propriedade privada, Marx vai dizer que ele é contra a propriedade 
como forma de acumulação de riquezas. Para ele, a propriedade devia ser algo para 
suprir as necessidades do indivíduo; devia haver uma relação de equilíbrio entre 
aquilo que eu precise e aquilo que eu tenho. 
 
Outra crítica marxista consiste na declaração francesa dos direitos dos homens e 
cidadãos (1793), afirmando que essa nada mais é que um instrumento de 
favorecimento da classe burguesa. Marx publica um texto que critica essa 
declaração Francesa. O titulo da declaração francesa já é a representação da 
divisão existente na sociedade (“por que homem e cidadão se não uma pessoa só?), 
porque os homens estão superprotegidos por um sistema, enquanto o cidadão está 
massacrado, reduzindo a alguns poucos artigos. 
 
Para Marx o próprio titulo já revela uma auto divisão da sociedade, visto que o 
homem e o cidadão são um só. Além disso, também critica o lema da revolução. 
Para ele a liberdade defendia não garante um equilíbrio social. Quanto a igualdade, 
evidencia-se utópica, visto que não existe na prática. E por fim, a fraternidade não se 
concretiza na medida que a miséria continua a ser uma realidade. Marx classificava: 
homens como a classe burguesa, que ascendeu o poder, possuíam uma série de 
direitos garantidos, e cidadão que o direito garantido ao cidadão é o direito que vai 
alcançar a coletividade. Sendo, portanto, o direito que a plebe, por exemplo, ia ter 
acesso. 
 
Esse processo revolucionário só serviu para derrubar a monarquia, mas ele produz 
todos os vícios que o próprio revolucionário dizia acontecer. “Liberdade, igualdade e 
fraternidade”, Marx procurava desconstruir esse leme, mostrando que o que houve 
foi uma alienação desse processo em nome de uma classe recém emergente 
(burguesa). Para ele a liberdade defendida não garante um equilíbrio social. Quanto 
a igualdade, evidencia-se utópica, visto que não existe na prática. E por fim, a 
fraternidade não se concretiza na medida que a miséria continua a ser uma 
 
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realidade. E com isso, Marx introduz a teoria da emancipação humana, ou seja, a 
capacidade de escolha desvinculada de um sistema de coerção. 
 
O marxismo analítico surge nos anos 80 para tentar salvar a ideologia de Marx. A 
crise do sistema soviético colocou em duvida a teoria de Marx, porém, o problema 
era a desatualização da teoria. O grupo de setembro são os teóricos do pensamento 
marxista que se reuniam para pensar e discutir o pensamento de Marx e propor 
atualizações e alternativas para a manutenção do comunismo. A base do marxismoanalítico se dá no conceito de justiça (não) apresentado por Marx. E a abordagem 
da classe trabalhadora que não é somente a classe operária, essa observação 
apontada pelo marxismo analítico é essencial para a manutenção do pensamento 
marxista, pois, este deve estar em consonância com os fenômenos do presente. 
 
O direito como instrumento de controle social tem a pretensão de manter a ordem 
social e a convivência (a outra possibilidade seria a autoregulação, mas haveria 
conflito em algum momento). Para atingir, ou tentar atingir a ordem social, o direito 
se vale de alguns instrumentos. Como os controles sociais, primário, secundário e 
pelo direito. Tendo como razão a institucionalização, o uso da sanção e 
interpretação, e aplicação da lei pelo estado, com isso entramos no pluralismo 
jurídico, os tipos são, estatal, não estatal, comunitário e ilegítimo. Os movimentos 
sociais tinham como objetivo a ação coletiva, sujeitos históricos e conflitos sociais 
(sobre idéias, espaços, sociedade e realização de acordos políticos).

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