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DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3 Dengue A Dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da dengue. No Brasil, as condições socioambientais favoráveis à expansão do Aedes aegypti possibilitaram a dispersão do vetor desde a sua reintrodução, em 1976, e o avanço da doença. Programas essencialmente centrados no combate químico, com baixíssima ou mesmo nenhuma participação da comunidade, sem integração entre setores e com pequena utilização do instrumental epidemiológico mostraram-se incapazes de conter um vetor com altíssima capacidade de adaptação ao novo ambiente criado pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos. A dengue é uma doença viral grave transmitida por mosquitos do gênero Aedes. Ela causa febre alta, manchas na pele e dores no corpo, na cabeça e nos olhos. A dengue é uma doença viral que todos os anos acomete milhares de pessoas em nosso país e em várias outras regiões tropicais do planeta. Essa doença, transmitida pela picada de um mosquito, é considerada um grave problema de saúde pública, e os números sempre crescentes dos casos da doença tornam a sua erradicação um desafio cada vez maior. A doença é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. No Brasil, a transmissão ocorre através do A. aegypti, chamado popularmente de mosquito-da-dengue. Apesar da existência em território nacional do A. albopictus, não há registros que esse artrópode transmita a dengue no nosso país, entretanto, ele é um importante vetor nos países asiáticos. Normalmente o Aedes pica no início da manhã e no final da tarde, uma vez que possui hábitos diurnos. É um mosquito muito bem adaptado ao ambiente urbano, portanto, pode ser encontrado facilmente no interior das residências, principalmente em locais escuros, como atrás de armários e sofás. Somente a fêmea do mosquito pica os humanos, sendo ela, portanto, a responsável pela transmissão do vírus. O vírus causador da dengue é do gênero Flavivírus e pertence à família Flaviviridade. No Brasil, existem quatro sorotipos virais diferentes da doença: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A dengue pode apresentar diferentes formas clínicas, dentre elas, podem ser destacadas a dengue clássica, a dengue com complicações, a dengue hemorrágica e a síndrome do choque da dengue, que é a forma mais preocupante. A dengue clássica é a mais comum e destaca-se por causar febre alta (superior a 39°), dores de cabeça, no corpo, nas articulações e nos olhos; fraqueza, vômitos, manchas na pele e coceira. Geralmente esses sintomas não persistem por tempo superior a uma semana, entretanto, em alguns casos, pode ocorrer evolução para formas graves da doença. Nas formas mais graves da dengue, alguns sintomas podem ser observados, como dores abdominais, vômitos constantes, tonturas, acúmulo de líquidos e hemorragias, principalmente no nariz e gengivas. Ao perceber qualquer um desses sintomas, deve-se procurar imediatamente os postos de saúde. O diagnóstico da dengue é feito através de exames sorológicos ou então de detecção viral. Os testes sorológicos são os mais utilizados, mas só devem ser realizados após cinco dias de doença, uma vez que antes desse período nosso corpo ainda não possui anticorpos contra o vírus e o resultado será, portanto, negativo. Não existe tratamento específico para a dengue, por isso, recomendam-se apenas repouso e hidratação. Em casos mais graves, medidas especiais devem ser tomadas, tais como internação e hidratação venosa. É importante frisar que durante todo o período de tratamento não devem ser utilizados medicamentos que possuam ácido acetilsalicílico, uma vez que podem desencadear hemorragias por alterarem o mecanismo de coagulação. DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4 Para prevenir-se da dengue, devemos lutar contra o mosquito, destruindo os criadouros da doença. É importante evitar o acúmulo de água parada, limpar sempre as caixas d’água e mantê-las fechadas, trocar a água de vasos de plantas aquáticas, secar os pratinhos dos vasos de plantas, limpar os ralos, tratar a piscina com cloro e nunca descartar lixo de maneira inadequada. Agente Etiologico Da Dengue Dengue Aspectos Epidemiológicos O Dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral e de evolução benígna na forma clássica, e grave quando se apresenta na forma hemorrágica. O dengue é hoje a mais importante arbovirose que afeta o homem e constitui-se em sério problema de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor. Agente Etiológico: o vírus do dengue é um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) pertencente à família Flaviviridae que inclui aproximadamente 70 vírus, sendo que cerca de 30 causam doenças ao homem. Alguns exemplos desta família incluem os vírus da febre amarela, Encefalite do Oeste do Nilo, Encefalite de St. Louis, Encefalite Japonesa e Rocio. Vetores Hospedeiros: os vetores são mosquitos do gênero Aedes. Nas Américas, o vírus do Dengue persiste na natureza mediante o ciclo de transmissão homem - Aedes aegypti - homem. O Aedes albopictus, já presente nas Américas e com ampla dispersão na Região Sudeste do Brasil, é o vetor de manutenção do Dengue na Ásia, mas até o momento não foi associado à transmissão do vírus do Dengue nas Américas. A fonte da infecção e hospedeiro vertebrado é o homem. Foi descrito na Ásia e na África um ciclo selvagem envolvendo o macaco Aedes Aegipti Aedes Albopictus DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5 Ciclo evolutivo: os mosquitos adultos não apresentam grande dispersão, os machos costumam permanecer próximos aos criadouros, onde ocorre o acasalamento. As fêmeas apresentam hábitos diurnos e para maturação dos ovos, praticam hematofagia, apresentando de dois a três ciclos gonotróficos durante a vida e podem ovipor de 100 a 200 ovos por vez. Após a eclosão dos ovos, passam por quatro estágios larvais e a fase final de desenvolvimento aquático é representada pelas pupas. Em condiçðes ótimas, acredita-se que o período larvário pode completar-se em 5 dias, ou estender-se por semanas, em condições inadequadas. Aedes-Larva Aedes-ovos Modo de Transmissão: a transmissão se faz pela picada dos mosquitos Aedes aegypti, no ciclo homem - Aedes aegypti - homem. Após um repasto de sangue infectado, o mosquito está apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação extrínseca. A transmissão mecânica também é possível, quando o repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro susceptível próximo. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento. Período de Incubação: varia de 3 a 15 dias, sendo em média de 5 a 6 dias. Período de Transmissibilidade: a transmissão ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do homem (período de viremia). Este período começa um dia antes do aparecimento da febre e vai até o 6º dia da doença. Distribuição Nas Américas: o Dengue tem sido relatado nas Américas há mais de 200 anos. Na década de 50, a Febre Hemorrágica do Dengue - FHD foi descrita, pela primeira vez, nas Filipinas e Tailândia. Após a década de 60, a circulação do vírus do Dengue intensificou-se nas Américas. A partir de 1963, houve circulação comprovada dos sorotipos 2 e 3 em vários países. Em 1977, o sorotipo 1 foi introduzido nas Américas, inicialmente pela Jamaica. A partir de 1980, foram notificadas epidemias em vários países, aumentando consideravelmente a magnitude do problema. Cabe citar: Brasil (1982/1986-1996),Bolívia (1987), Paraguai (1988), Equador (1988), Peru (1990) e Cuba (1977/1981). A FHD afetou Cuba em 1981 e foi um evento de extrema importância na história do Dengue nas Américas. Essa epidemia foi causada pelo sorotipo 2, tendo sido o primeiro relato de Febre Hemorrágica do Dengue ocorrido fora do Sudoeste Asiático e Pacífico DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6 Ocidental. O segundo surto ocorreu na Venezuela, em 1989, e, em 1990/1991, alguns casos foram notificados no Brasil (Rio de Janeiro), bem como em 1994 (Fortaleza - Ceará). No Brasil: há referências de epidemias em 1916, em São Paulo, e em 1923, em Niterói, sem diagnóstico laboratorial. A primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1981-1982, em Boa Vista - Roraima, causada pelos sorotipos 1 e 4. A partir de 1986, foram registradas epidemias em diversos estados. A mais importante ocorreu no Rio de Janeiro onde, pelo inquérito sorológico realizado, estima-se que pelo menos 1 milhão de pessoas foram afetadas pelo sorotipo DEN 1, nos anos 1986/1987. Outros estados (Ceará, Alagoas, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) notificaram surtos no período de 1986/1993. A introdução do sorotipo 2 foi detectada em 1990, no estado do Rio de Janeiro. Posteriormente, foi identificado também em Tocantins, Alagoas e Ceará. Atualmente existe transmissão de dengue em 20 Estados, com circulação simultânea dos sorotipos Den 1 e Den 2 em 14 deles. Os casos de FHD registrados no estado do Rio de Janeiro após a introdução do sorotipo 2 (foram confirmados 462 casos e 8 óbitos em 1990/91), de uma forma geral, não apresentaram manifestações hemorrágicas graves, não necessitando portanto de internação hospitalar. O atendimento ambulatorial permitiu acompanhar os pacientes e orientá-los em relação à procura de assistência médica. A faixa etária mais atingida foi a de maiores de 14 anos. Aspectos Clínicos Descrição: a infecção por dengue causa uma doença cujo espectro inclui desde infecções inaparentes até quadros de hemorragia e choque, podendo evoluir para o êxito letal. Dengue Clássico: o quadro clínico é muito variável. A primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°), de início abrupto, seguida de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo. Hepatomegalia dolorosa pode ocorrer, ocasionalmente, desde o aparecimento da febre. Alguns aspectos clínicos dependem, com freqüência, da idade do paciente. A dor abdominal generalizada pode ocorrer principalmente, nas crianças. Os adultos podem apresentar pequenas manifestações hemorrágicas, como petéquias, epistaxe, gengivorragia, sangramento gastrointestinal, hematúria e metrorragia. A doença tem uma duração de 5 a 7 dias. Com o desaparecimento da febre, há regressão dos sinais e sintomas, podendo ainda persistir a fadiga. Febre Hemorrágica do Dengue (FHD): os sintomas iniciais são semelhantes aos do Dengue Clássico, porém evoluem rapidamente para manifestações hemorrágicas. Os casos típicos da FHD são caracterizados por febre alta, fenômenos hemorrágicos, hepatomegalia e insuficiência circulatória. Um achado laboratorial importante é a trombocitopenia com hemoconcentração concomitante. A principal característica fisiopatológica associada ao grau de severidade da FHD é a efusão do plasma, que se manifesta através de valores crescentes do hematócrito e da hemoconcentração. Nos casos graves de FHD, o choque geralmente ocorre entre o 3º e 7º dia de doença, geralmente precedido por dores abdominais. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular seguida de hemoconcentração e falência circulatória. É de curta duração e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida após terapia anti-choque apropriada. Tratamento Dengue Clássico: não há tratamento específico. A medicação é apenas sintomática, com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona). Devem ser evitados os salicilatos, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas e acidose. Febre Hemorrágica do Dengue - FHD: os pacientes devem ser observados cuidadosamente para identificação dos primeiros sinais de choque. O período crítico será durante a transição da fase febril para a afebril, que geralmente ocorre após o terceiro dia da doença. Em casos menos graves, quando os vômitos DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7 ameaçarem causar desidratação ou acidose, ou houver sinais de hemoconcentração, a reidratação pode ser feita em nível ambulatorial. Alguns sinais de alerta precisam ser observados: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, hepatomegalia dolorosa, derrames cavitários, sangramentos importantes, hipotensão arterial (PA sistólica £ 80 mm Hg em < 5 anos; PA sistólica £ 90 mm Hg em > 5 anos), diminuição da pressão diferencial (PA sistólica - PA diastólica £ 20 mm Hg), hipotensão postural (PA sistólica sentado - PA sistólica em pé > 10 mm Hg), diminuição da diurese, agitação, letargia, pulso rápido e fraco, extremidades frias, cianose, diminuição brusca da temperatura corpórea associada à sudorese profusa, taquicardia, lipotímia e aumento repentino do hematócrito. Aos primeiros sinais de choque, o paciente deve ser internado imediatamente para correção rápida de volume de líquidos perdidos e da acidose. Durante uma administração rápida de fluidos é particularmente importante estar atento a sinais de insuficiência cardíaca. Histórico Do Dengue A doença foi relatada entre 1779 e1780, tendo ocorrido epidemias na Ásia e na América do Norte e também na Africa, indicando que há mais de 200 anos, tanto o vetor como as populações de vírus apresentavam ampla distribuicão nos trópicos. No século XX, a epidemia global teve início no Sudeste Asiático, após a Segunda Guerra Mundial, tendo sido agravada nos últimos quinze anos. Nas Américas, a partir da década de 1960, passam a ocorrer epidemias de dengue. Observou-se, em 1963, transmissão no Caribe e na Venezuela, por sorotipo DEN 3. Anteriormente, em 1953, o sorotipo DEN 2 havia sido isolado na região de Trinidad e Tobago, em situação não epidêmica. Em 1968, ocorreram epidemias na região do Caribe com circulação dos sorotipos DEN 2 e 3. Em 1977, o sorotipo DEN 1 chegou às Américas e se expandiu para a maioria das ilhas do Caribe. Durante a década de 1980, ocorreram epidemias explosivas na Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Belize, Honduras, El Salvador, Guatemala e México. Embora, até então, todos os sorotipos tenham sido assinalados, nas Américas, houve predominância dos sorotipos DEN 1 e 4. Houve, também, ocorrência de epidemias em países, até então, sem histórico de dengue, como: Bolívia (1987), Paraguai (1988), Equador (1988), Peru (1990) e Panamá e Costa Rica (1993). Em 1994, o sorotipo 3 foi reintroduzido no Panamá, Nicaraguá e México. Mapa centro e sul-americano do vírus da dengue e seu mosquito vetor, Aedes aegypti Mapas de países centro e sul americanos mostrando a distribuição de Aedes aegypti e a distribuição de febre hemorrágica do dengue confirmada laboratorialmente No Brasil, a primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente, ocorreu em 1982, em Boa Vista (RR), com circulação dos sorotipos 1 e 4. A partir de 1986, foram registradas epidemias em diversos estados. A mais importante ocorreu no Rio de Janeiro onde, pelos inquéritos sorológicos realizados, estima-se que pelo menos um milhão de pessoas foram afetadas pelo sorotipo 1, nos anos de 1986 e 1987. Nesse mesmo ano, houve expansão das áreas de transmissão e foram registradas epidemias de dengue em outros estados. Na década de 1990, houve agravamento do quadro epidemiológico nacional e DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8 a introdução e expansão, em várias regiões do país, do sorotipo 2. Nos últimos anos, a transmissãode dengue ocorreu de forma generalizada. Em 1997, 1998 e 1999 foram notificados, respectivamente, 254.987, 543.507 e 213.405 casos. (Fundação Nacional de Saúde - FNS - dados não publicados e provisórios para 1999). Em 1999, foram confirmados 70 casos de FHD, em nove estados brasileiros, dos quais três óbitos foram registrados. Situação Atual Da Doença A dengue tem sido objeto de uma das maiores campanhas de saúde pública realizadas no país. O mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, que havia sido erradicado de vários países do continente americano nas décadas de 50 e 60, retorna na década de 70, por falhas na vigilância epidemiológica e pelas mudanças sociais e ambientais propiciadas pela urbanização acelerada dessa época. Atualmente, o mosquito transmissor é encontrado numa larga faixa do continente americano, que se estende desde o Uruguai até o sul dos Estados Unidos, e houve registro de surtos importantes de dengue em vários países como Venezuela, Cuba, Brasil e, recentemente, no Paraguai. As dificuldades de erradicar um mosquito domiciliado, que se multiplica nos vários recipientes que podem armazenar águas de chuvas, produzidos nos lixos das cidades (garrafas, latas, pneus), têm exigido um esforço substancial do setor saúde, com um gasto estimado em R$ 1 milhão por dia. Esse trabalho próprio do setor saúde necessita ser articulado com outras políticas públicas, como a limpeza urbana, além de uma maior conscientização e mobilização social sobre a necessidade das comunidades manterem seu ambiente livre do mosquito para que possamos manter e aprofundar a tendência de redução do número de casos observada entre 1998 e 2000, de 559 mil para cerca de 238 mil casos registrados, representando uma diminuição de cerca de 57%.TABELA 1 - Casos de dengue no Brasil, de 1986 a 2000. Ano Número de casos 1986 47.370 1987 89.394 1988 180 1989 5.334 1990 40.642 1991 97.328 1992 3.215 1993 7.086 1994 66.618 1995 126.776 1996 183.418 1997 254.942 1998 534.307 1999 213.405 DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9 2000 227.363 2001 Medidas De Controle A notificação dos casos suspeitos, a investigação do local provável de infecção, bem como a busca ativa de casos, são medidas importantes. A única garantia para que não exista o dengue é a ausência do vetor. A OMS preconiza que há maior probabilidade de ser deflagrada uma epidemia quando os índices de infestação predial (número de imóveis com focos positivos de Aedes aegypti sobre o total de imóveis inspecionados vezes 100) estão acima de 5%. No entanto, não existe nível "limite" abaixo do qual se possa ter certeza de que não ocorrerão surtos de dengue. Em áreas com Aedes, o monitoramento do vetor deve ser realizado constantemente, para conhecer as áreas infestadas e desencadear as medidas de combate. Entre as medidas de combate constam: • manejo ambiental: mudanças no meio ambiente que impeçam ou minimizem a propagação do vetor, evitando ou destruindo os criadouros potenciais do Aedes; • controle químico: consiste em tratamento focal (elimina larvas), peri-focal (em pontos estratégicos de difícil acesso) e por ultra baixo volume (elimina alados). Este último deve ter uso restrito em epidemias, como forma complementar de interromper a transmissão de dengue, ou quando houver infestação predial acima de 5% em áreas com circulação comprovada de vírus; • melhoria de saneamento básico; • participação comunitária no sentido de evitar a infestação domiciliar do Aedes, através da redução de criadouros potenciais do vetor (saneamento domiciliar). • Educação em Saúde e Participação Comunitária: é necessário promover, exaustivamente, a Educação em Saúde até que a comunidade adquira conhecimentos e consciência do problema para que possa participar efetivamente. A população deve ser informada sobre a doença (modo de transmissão, quadro clínico, tratamento etc.), sobre o vetor (seus hábitos, criadouros domiciliares e naturais) e sobre as medidas de prevenção e controle. Devem ser utilizados os meios de comunicação de massa pelo seu grande alcance e penetração social. Para fortalecer a consciência individual e coletiva, deverão ser desenvolvidas estratégias de alcance nacional para sensibilizar os formadores de opinião para a importância da comunicação/educação no combate ao dengue; sensibilizar o público em geral sobre a necessidade de uma parceria governo/sociedade com vistas ao controle do dengue no país; enfatizar a responsabilidade social no resgate da cidadania numa perspectiva de que cada cidadão é responsável por si e pela sua comunidade. Medidas de controle mecânico e alternativo com utilização de produtos caseiros para evitar a criação de larvas de Aedes aegypti O conjunto de recomendações, que consta a seguir, é de fácil execução, ou seja, são cuidados que podem e devem ser adotados pela população em suas residências e locais de trabalho para evitar a criação de larvas de Aedes aegypti. Para reunir este numeroso conjunto de cuidados recomendados, a SUCEN contou com a experiência de seus funcionários e das Secretarias Municipais de Saúde, especialmente daquelas que têm buscado mais insistentemente soluções para as diversas situações encontradas, restringindo substancialmente o uso de larvicidas no controle de criadouros. RECIPIENTE RECOMENDAÇÕES Pratos de vasos de plantas e flores c/ terra Eliminar os pratos, principalmente os localizados na área externa. Utilizar pratos justapostos Substituir pratos, por outros menores justapostos, remanejando os já existentes. DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10 Furar os pratos. Adicionar areia nos pratos (ver orientação) Emborcar os pratos sob os vasos. Eliminar a água acumulada nos pratos depois de regar as plantas, e de preferência, também escovar os pratos e a parede externa dos vasos. Vasos de plantas e flores c/ água Colocar a planta em vaso com terra. Lavar e guardar o antigo vaso emborcado, ou seco ao abrigo da chuva. Trocar a água 2 vezes por semana e, de preferência escovar a parede interna dos vasos e lavar com água corrente as raízes das plantas. Floreiro - remover as flores e trocar a água 2 vezes por semana e, de preferência, lavar o vaso. Plantas em água para criar raiz - vedar a boca do vaso com algodão, tecido ou papel alumínio, ou trocar a água 2 vezes por semana e, de preferência, lavar o vaso. Pingadeira Eliminar as pingadeiras, principalmente as localizadas em área com piso frio ou terra. Adicionar areia até a borda. Colocar ½ colher (sopa) de sal, toda vez que esvaziar a pingadeira. Eliminar a água acumulada na pingadeiras depois de regar as plantas, e de preferência escovar a pingadeira. Filtros ou Potes d' água Mantê-los bem tampados com tampa própria, com pires ou pratos e, sempre que não ficarem bem vedados, cobri-los com um pano embaixo da tampa, pires ou prato. Caixa d' água Mantê-la sempre tampada ou pelo menos telada, enquanto estiver sendo providenciada a tampa, e de preferência realizar sua limpeza (conforme folheto de orientação). Tambor, bombona, barril e latão Em períodos sem uso: emborcar bombonas, barrís e latões. Os tambores devem de preferência ser guardados em local coberto e quando mantidos ao relento devem ficar emborcados e ao sol. Em períodos em uso: cobri-los com tampa ou "touca" (confeccionada com tela de mosquiteiro ou tecido) ou trocar a água 2 vezes por semana. Bebedouro Reduzir o número de bebedouros. Trocar a água 2 vezes por semana e de preferência escovar o bebedouro, quando de tamanho pequeno. Colocar peixes lavófagos ou lavar e trocar a água 2 vezes por semana quando o bebedouro for de tamanho grande e/ou fixo. Pneus Guardá-los secos em local coberto. Quando precisarem permanecer ao relento, tratá-los com sal (1 copo cheio). Retirá-los do imóvel, entregando-os em pontos de coleta de pneus, ou agendando seu recolhimento pela Prefeitura Municipal.Furá-los, no mínimo em 6 pontos eqüidistantes, mantendo-os na posição vertical. Quando utilizados para balanço, é suficiente um único orifício no seu nível mais baixo. DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11 Material Removível (latas, garrafas de vidro ou plástico, potes de iogurte, margarina ou maionese, calçados e brinquedos velhos, etc.) Colocá-los no cesto ou saco de lixo, para a coleta rotineira da Limpeza Pública. Garrafas de vidro retornáveis ou outras inclusive de plástico de utilidade para o responsável pelo imóvel Guardá-las secas em local coberto e de preferência emborcadas ou tampadas. Se ao relento, deixá-las emborcadas ou tampadas, especialmente as de plástico. Baldes ou bacias sem uso diário. Mantê-los emborcados, de preferência em local coberto ou secos ao abrigo da chuva. Bandejas de Geladeira e de Aparelhos de Ar Condicionado Lavar a bandeja da geladeira 2 vezes por semana. Colocar mangueira ou furar a bandeja do aparelho de ar condicionado. Piscina Em períodos de uso: Efetuar o tratamento adequado incluindo cloro. Em períodos sem uso: Reduzir o máximo possível o volume d'água e aplicar água sanitária conforme tabela anexa, semanalmente, considerando o volume d'água que permaneceu. Para piscina sem sistema de filtragem de água, pode-se optar pela adição de sal conforme tabela anexa, não sendo necessário repetir o tratamento. Lona para proteção da água ou Segurança de piscina Instalar bóias (câmaras de ar de pneus) sob a lona, no centro da piscina, para facilitar o escoamento da água de chuva. Piscina Infantil Em períodos de uso: Lavar e trocar a água pelo menos semanalmente. Em períodos sem uso: Escovar, desmontar e guardar em local coberto. Vaso sanitário sem uso Mantê-los sempre tampados. Caso não possua tampa, acionar a válvula 2 vezes por semana. Adicionar 2 colheres (sopa) de sal, sempre que for acionada a descarga. Caixa de descarga sem tampa e sem uso diário. Tampá-la com filme de polietileno. Acionar a descarga 2 vezes por semana . Plástico ou lona para cobrir equipamentos, peças e outros materiais. Cortar o excesso, de modo a permitir que o plástico ou a lona fique rente aos materiais cobertos, evitando sobras no solo/piso e, sempre que houver pontos de acúmulo de água, retirar o plástico ou lona e refazer a cobertura Cobrir as bordas do plástico ou lona com terra ou areia e, sempre que houver pontos de acúmulo de água, retirar o plástico ou lona e refazer a cobertura Cacos de vidro no muro Quebrar os gargalos e fundos de garrafas e/ou colocar massa de cimento, nos locais que acumulem água. Ocos de árvore e cercas de bambu Cortar o bambu na altura do nó. Preencher os ocos com massa de cimento, terra ou areia. Calhas Mantê-las sempre limpas, desentupidas e sem pontos de DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12 acúmulo de água (limpeza periódica, poda de árvores, nivelamento adequado). Lajes Mantê-las sempre limpas, com os pontos de saída de água desentupidos, e sem depressões que permitam acúmulo de água (limpeza periódica, poda de árvores, nivelamento com massa de cimento ou temporariamente com areia). Ralos para água de chuva (subsolo e áreas externas) com rebaixamento (caixa para acúmulo de areia). Telá-los . Adicionar sal (ver tabela) após cada chuva ou após escoamento de água de lavagem do local. Adicionar água sanitária, ou qualquer outro desinfetante, sabão em pó ou detergente semanalmente. Ralo de esgoto sifonado sem uso diário. Utilizar ralo com tampa "abre-fecha" nas áreas internas. Telá-lo ou tampá-lo com algum objeto. Adicionar água sanitária ou qualquer outro desinfetante (1/3 de copo), sabão em pó ou detergente semanalmente. Caiaque e Canoa Guardá-los secos em local coberto, ou caso precisem ficar ao relento, guardá-los virados para baixo. Aquários Mantê-los tampados ou telados ou com peixes larvófagos. Copo de água do Santo Tampar o copo com pano ou pires. Bromélia Regar abundantemente com mangueira sob pressão, 2 vezes por semana. Armadilha para formiga do tipo vasilhame com água Completar a água da armadilha utilizando sempre água com sal (0,5 colher de sal para cada copo d'água) Fosso de elevador (construção) Esgotar a água, por bombeamento, pelo menos duas vezes por semana Masseira (construção) Furar lateralmente no seu ponto mais baixo quando em uso e desobstruir o orifício, sempre que necessário, ou quebrar a masseira eliminando suas laterais, quando em desuso. Técnica De Utilização De Areia Grossa - Adicionar areia úmida no prato, em torno do vaso até a borda ou furo existente. - Em caso de pratos com correntes, utilizar o mesmo procedimento, nivelando a areia no prato até a altura dos orifícios de sustentação da corrente. Tabela Para Uso De Sal De Cozinha No Controle De Larvas De Aedes Aegypti QUANTIDADE DE ÁGUA QUANTIDADE DE SAL 1 copo 0,5 colher de sopa 1 litro 2 colheres de sopa 5 litros 10 colheres de sopa (1 copo) 50 litros 1 Kg DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13 100 litros 2 Kg 200 litros 4 Kg 300 litros 6 Kg 400 litros 8 Kg 500 litros 10 Kg Concentração - 2% (20 g de sal/litro de água) Quantidade de água sanitária em função da concentração de cloro ativo: 2,0%, 2,5% e 5% a ser colocada em recipientes fixos e com água não destinada para consumo humano, e piscina desativada para obtenção de concentração inicial de 50mg/litro Volume de água (litros) QUANTIDADE DE ÁGUA SANITÁRIA 2,0% Medida (*) 2,5% Medida (*) 5,0% Medida (*) 5 12,5 1,0 colher de sopa 10,0 1,0 colher de sopa 5,0 0,5 colher de sopa 25 62,5 6,0 colheres de sopa 50,0 5,0 colheres de sopa 25,0 2,5 colheres de sopa 50 125,0 0,5 copo 100,0 0,5 copo 50,0 5,0 copos 100 250,0 1,5 copos 200,0 1,0 copo 100,0 0,5 copo 150 375,0 2,0 copos 300,0 1,50 copos 150,0 1,0 copo 200 500,0 2,5 copos 400,0 2,0 copos 200,0 1,0 copo 250 625,0 3,0 copos 500,0 2,5 copos 250,0 1,5 copos 300 750,0 4,0 copos 600,0 3,0 copos 300,0 1,5 copos 350 875,0 4,5 copos 700,0 3,5 copos 350,0 2,0 copos 400 1000,0 1 frasco 800,0 4,0 copos 400,0 2,0 copos 450 1125,0 1 frasco + 0,5 copo 900,0 4,5 copos 450,0 0,5 frasco 500 1250,0 1 frasco + 1,0 copo 1000,0 1,0 frasco 500,0 0,5 frasco 1000 2500,0 2 frascos + 2,5 copos 2000,0 2,0 frascos 1000,0 1,0 frasco Agente Etiológico É um vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivirus, pertencente à família Flaviviridae. São conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4. Reservatório DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14 A fonte da infecção e reservatório vertebrado é o ser humano. Foi descrito na Ásia e na África um ciclo selvagem envolvendo macacos. Vetores São mosquitos do gênero Aedes. A espécie Aedes aegypti é a mais importante na transmissão da doença e também pode ser transmissora da febre amarela urbana. O Aedes albopictus, já presente nas Américas, com ampla dispersão nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, é o vetor de manutenção da dengue na Ásia, mas até o momento não foi associado à transmissão da dengue nas Américas. Modo De Transmissão A transmissão se faz pela picada dos mosquitos Aedes aegypti, no ciclo ser humano-Aedes aegypti-ser humano. Após um repasto de sangue infectado, o mosquito está apto a transmitir o vírus depois de 8 a 12 dias de incubação extrínseca. A transmissão mecânica também é possível, quando o repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro susceptível próximo. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com pessoa sadia, nem por intermédio de água ou alimento. Período De Incubação Varia de 3 a 15 dias, sendo em média de 5 a 6 dias. Período De Transmissibilidade O período de transmissibilidade da doença compreende dois ciclos: um intrínseco, que ocorre no ser humano, e outro extrínseco, que ocorre no vetor. A transmissão do ser humano para omosquito ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do ser humano (período de viremia). Este período começa um dia antes do aparecimento da febre e vai até o 6º dia da doença. No mosquito, após um repasto de sangue infectado, o vírus vai se localizar nas glândulas salivares da fêmea do mosquito, onde se multiplica depois de 8 a 12 dias de incubação. A partir deste momento, é capaz de transmitir a doença e assim permanece até o final de sua vida (6 a 8 semanas). Imunidade E Susceptibilidade A susceptibilidade ao vírus da dengue é universal. A imunidade é permanente para um mesmo sorotipo (homóloga). Entretanto, a imunidade cruzada (heteróloga) existe temporariamente. A fisiopatogenia da resposta imunológica à infecção aguda por dengue pode ser primária e secundária. A resposta primária ocorre em pessoas não expostas anteriormente ao flavivírus, e o título dos anticorpos se eleva lentamente. A resposta secundária ocorre em pessoas com infecção aguda por dengue, mas que tiveram infecção prévia por flavivírus, e o título de anticorpos se eleva rapidamente, atingindo níveis altos. A susceptibilidade, em relação à FHD, não está totalmente esclarecida. Três teorias mais conhecidas tentam explicar sua ocorrência: • teoria de Rosen – relaciona o aparecimento de FHD à virulência da cepa infectante, de modo que as formas mais graves sejam resultantes de cepas extremamente virulentas; • teoria de Halstead – relaciona a FHD com infecções seqüenciais por diferentes sorotipos do vírus da dengue, após um período de 3 meses a 5 anos. Nessa teoria, a resposta imunológica, na segunda infecção, é exacerbada, o que resulta numa forma mais grave da doença; DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15 • teoria integral de multicausalidade – tem sido proposta por autores cubanos, segundo a qual se aliam vários fatores de risco às teorias de infecções seqüenciais e de virulência da cepa. A interação desses fatores de risco promoveria condições para a ocorrência da FHD: • fatores individuais – menores de 15 anos e lactentes, adultos do sexo feminino, raça branca, bom estado nutricional, presença de enfermidades crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia falciforme), preexistência de anticorpos, intensidade da resposta imune anterior; • fatores virais – sorotipos circulantes e virulência das cepas; • fatores epidemiológicos – existência de população susceptível, circulação simultânea de dois ou mais sorotipos, presença de vetor efi ciente, alta densidade vetorial, intervalo de tempo calculado entre 3 meses e 5 anos entre duas infecções por sorotipos diferentes, seqüência das infecções (DEN-2 secundário aos outros sorotipos), ampla circulação do vírus. Manifestações A infecção causada por qualquer um dos quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus do dengue produz as mesmas manifestações. A determinação do tipo do vírus do dengue que causou a infecção é irrelevante para o tratamento da pessoa doente. As manifestações do dengue, quando ocorrem, em geral aparecem (período de incubação) entre 3 e 15 dias (mais comumente entre 3 e 6 dias) após a picada de um mosquito infectado. O dengue é uma doença que, na grande maioria dos casos (mais de 95%), causa desconforto e transtornos, mas não coloca em risco a vida das pessoas. As manifestações iniciais são febre alta, dor de cabeça, muita dor no corpo e, às vezes, vômitos. É freqüente que, 3 a 4 dias após o início da febre, ocorram manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou rubéola, e prurido ("coceira"). Também é comum que ocorram pequenos sangramentos (nariz, gengivas). A maioria das pessoas, após quatro ou cinco dias, começa e melhorar e recupera-se por completo, gradativamente, em cerca de dez dias. Em alguns casos (a minoria), nos três primeiros dias depois que a febre começa a ceder, pode ocorrer diminuição acentuada da pressão sangüínea. Esta queda da pressão caracteriza a forma mais grave da doença, chamada de dengue "hemorrágico". Esta designação é imprecisa e pode fazer com que se pense que sempre ocorrem sangramentos, o que não é verdadeiro. A gravidade está relacionada, principalmente, à diminuição da pressão sangüínea, que deve ser tratada rapidamente, uma vez que pode levar ao óbito. O dengue grave pode acontecer mesmo em quem tem a doença pela primeira vez. O doente se recupera, geralmente sem nenhum tipo de problema. Além disto, fica imunizado contra o tipo de vírus (1, 2, 3 ou 4) que causou a doença. No entanto, pode adoecer novamente com os outros tipos de vírus do dengue. Em outras palavras, se a infecção foi com o tipo 2, a pessoa pode ter novamente DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16 o dengue causado pelos vírus dos tipos 1, 3 ou 4. Em uma segunda infecção, o risco da forma grave é maior, mas não é obrigatório que aconteça. As manifestações iniciais do dengue são as mesmas de diversas outras doenças (febre amarela, malária, leptospirose). Também não servem para indicar se o dengue vai ser mais grave. Por isto é importantesempre procurar rápido um Serviço de Saúde, para uma avaliação médica. A meningite meningocócica pode ser muito parecida com o dengue grave, mas a pessoa piora muito mais rápido (logo no primeiro ou segundo dia de doença). O dengue pode se tornar mais grave apenas quando a pessoa começa a melhorar, e o período mais perigoso vai até três dias depois que a febre desaparece. O diagnóstico inicial de dengue é clínico (história + exame físico da pessoa) feito essencialmente por exclusão de outras doenças. É muito importante, por exemplo, saber se a pessoa não está com doença meningocócica ou leptospirose, que são tratáveis com antibióticos. A comprovação sorológica do diagnóstico de dengue poderá ser útil para outras finalidades (vigilância epidemiológica, estatísticas) e é um direito do doente, mas o resultado do exame comumente estará disponível apenas após a pessoa ter melhorado, o que o torna inútil para a condução do tratamento. O exame sorológico também não permite dizer qual o tipo de vírus que causou a infecção (o que é irrelevante) e nem se o dengue é "hemorrágico". Feito o diagnóstico clínico de dengue, alguns exames (hematócrito, contagem de plaquetas) podem trazer informações úteis quando analisados por um médico, mas não comprovam o diagnóstico, uma vez que também podem estar alterados em várias outras infecções. A comprovação do diagnóstico, se for desejada por algum motivo, pode ser feita através de sorologia (exame que detecta a presença de anticorpos contra o vírus do dengue), que começa a ficar reativa ("positiva") a partir do quarto dia de doença. A "prova do laço" é um procedimento (obsoleto) realizado com o aparelho de pressão, na tentativa de verificar fragilidade dos capilares (pequenos vasos sangüíneos) e, por vezes, recomendado como critério para identificar casos de dengue "hemorrágico". Além do dengue, a "prova do laço" pode estar positiva em diversas outras doenças (meningococcemia, leptospirose, rubéola etc) e até em pessoas saudáveis. Também pode estar negativa nos casos de dengue, inclusive nos mais graves ("hemorrágicos"). Não ajuda, portanto, a concluir se a pessoa está ou não com dengue ou se o dengue é mais grave. Formas De Transmissão Quem pica os seres humanos é fêmea do mosquito Aedes. Para haver transmissão da doença, o mosquito precisa estar contaminado com vírus. Isto significa que nem todo Aedes aegyptitransmite a dengue. Portanto, se você foi picado por um Aedes, só haverá risco de desenvolver dengue se este mosquito estiver transportando o vírus consigo. Além de estar contaminado pelo vírus, o mosquito da dengue só transmite a doença se tiver contraído o vírus há mais de duas semanas. Isto porque o vírus da dengue precisa de 10 a 14 dias dentro do mosquito para se tornar viável para transmissão. Portanto, se um Aedes aegyptipicar alguém infectado e minutos ou horas depois picar você, não há nenhum risco de transmissão da dengue,a não ser, obviamente, que o mosquito já estivesse previamente infectado com o vírus há vários dias. A dengue não é transmitido diretamente de humano para humano. Familiares de um paciente com dengue não precisam de nenhum tipo de cuidado. A doença não se transmite pelo beijo, abraço, aperto de mãos, talheres, toalhas, etc. Como existem 4 sorotipos do vírus da dengue, é possível se contaminar 4 vezes. O paciente que já teve o DEN-1 1, pode voltar a ter a doença se o Aedes aegypti que o picar estiver contaminado com os tipos 2,3 ou 4. Prevenção A medida mais importante na prevenção da dengue é combater o mosquito, suas larvas e ovos. Para isso, é importante não deixar recipientes que possam acumulas água ao ar livre. Isto inclui, latas, pneus, baldes, vasos de plantas, garrafas, etc. DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17 Tanques de água que fiquem ao ar livre devem ser lavados semanalmente para se retirar os ovos que possam estar grudados nas suas laterais. Os pratos dos vasos de plantas devem receber terra para evitar acumular água parada. Não deixe água sobre a laje e retire folhas das calhas para que a água possa fluir. O uso de carros “fumacê” só está indicado nos períodos de epidemia, pois ele só mata o mosquito, não interferindo nas larvas e ovos. O fumacê, portanto, não impede o surgimento das epidemias, mas ajuda a controlar temporariamente a população de mosquitos durante uma. Complicações A epidemia de dengue no Brasil já ultrapassou 745 mil casos só neste ano, segundo o Ministério da Saúde. Este índice é 243% maior se comparado ao mesmo período no ano passado, quando foram registrados 223 mil casos. Já os casos graves da doença passaram de 400, quase o dobro de 2014. De janeiro a abril de 2015, 229 pessoas já morreram em consequência da doença, sendo 169 só no Estado de São Paulo. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, pessoas com idade avançada, doenças crônicas, cardiopatias e problemas pulmonares são mais suscetíveis às complicações das formas mais graves da doença, como a dengue hemorrágica ou choque da dengue. “A insuficiência renal aguda (IRA) é uma complicação que pode ocorrer nos quadros mais graves d a doença, como o dengue hemorrágica e a síndrome de choque associado à dengue”, alerta a presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Dra. Carmen Tzanno. Segundo ela, cerca 2% a 5% dos casos podem evoluir para IRA. E, em alguns, pode ser necessária a terapia renal substitutiva (diálise). Outras complicações também são miocardite, hepatite, insuficiência hepática, quadros neurológicos, hemorragias graves e choque. É importante ficar atento aos primeiros sintomas da dengue, que são febre alta (39° a 40°) de uma hora para outra com duração de até 48 horas, dores de cabeça, musculares, na barriga, presença de manchas vermelhas no corpo, náusea, desmaio e dificuldade na ingerir líquidos. Eles aparecem entre 3 a 15 dias após ser picado pelo mosquito. Como é caracterizada com um quadro inflamatório nos vasos sanguíneos, a dengue deixa-os mais permeáveis para a saída de sangue e este quadro pode ou não evoluir para o choque hemorrágico, que é a perda aguda de sangue no organismo. Para confirmar se é dengue, é necessário realizar um exame de sangue de sorologia, diagnóstico clínico, medição de plaquetas e de hematócito, e “Prova do Laço”. A partir do diagnóstico e da gravidade do caso, o paciente poderá ser internado ou liberado para tratamento em casa. Nos casos mais graves, a internação é fundamental para evitar maiores complicações. Hidratação e alimentação deverão ser indicadas pelo médico e remédios como ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios não devem ser tomados por favorecerem o aparecimento de hemorragias. Sobre a SBN – Fundada em agosto de 1960, a Sociedade Brasileira de Nefrologia atua no apoio aos profissionais, incentivo a projetos científicos, educacionais e na colaboraçÍ o com a s demandas das sociedades médicas e instituições governamentais para garantir a universalização do acesso à saúde renal. Com mais de três mil nefrologistas filiados, a SBN tem o reconhecimento do corpo médico e científico no Brasil e no exterior. A instituição congrega médicos e profissionais da saúde em torno da Nefrologia e promove o desenvolvimento da especialidade. A diretoria eleita para o biênio 2015-2016 atua à frente de 18 regionais, 7 comitês e 11 departamentos. Com 100 mil pacientes em diálise, o Brasil é uma das cinco nações com maior número de tratamentos de terapia renal substitutiva e transplantes renais no mundo. Sobre a Dra Carmen Tzanno – Médica nefrologista com ampla experiência em pesquisa e diagnóstico. Doutora em Nefrologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1993), é especialista na Área de Imunologia de Tran splantes. Fez especialização na Unidade de Metabolismo Ósseo da Universidade de Oviedo, Espanha, e estágio na Unidade de Transplante da Universidade de Oxford, Inglaterra. Pós-Graduada em Gestão de Saúde pelo INSPER, estuda o envelhecimento, as alterações neurológicas e as interações medicamentosas em pacientes em diálise. Integrante da Sociedade Brasileira de Nefrologia, ela assumiu a presidência da instituição para o biênio 2015-2016. É a primeira mulher a assumir a presidência ao longo dos 54 anos de existência da SBN. DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18 Recomendações De Notificação De Dengue, Chikungunya Ou Zika A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) e o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM- PR) reiteram a todos os médicos a importância da notificação das doenças conforme as novas Portarias GM nº 204 e 205, de 17 de fevereiro de 2016, neste momento com especial ênfase a todos os casos suspeitos de infecção pelo vírus Zika, Dengue ou Chikungunya, bem como às Síndromes Neurológicas pós-infecciosas (Portaria GM Nº 204, de 17 de fevereiro de 2016). Esta notificação visa poder auxiliar no mapeamento da real circulação destes vírus; determinar a existência de uma possível relação causal entre vírus Zika (e/ou de outros fatores ou co-fatores) em situações clínicas anteriormente raras como a microcefalia congênita e a Síndrome de Guillain-Barré, assim como responder às preocupações da população, aumentar a participação da comunidade, melhorar a comunicação, o controle de vetores e medidas de proteção individual. Desde 03 de fevereiro deste ano o Laboratório Central do Estado (Lacen-PR) implantou a técnica de RT- PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para diagnóstico molecular de arboviroses pelo método multiplex (diagnóstico simultâneo de Dengue, Zika e Chikungunya), permitindo, além de agilizar o tempo para confirmação dos resultados, também ampliar a capacidade para o processamento e análise das amostras de sangue. Portanto, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-PR) informa a comunidade médica do Paraná sobre a disponibilidade do Lacen-PR para realizar a pesquisa diagnóstica por método molecular para os casos suspeitos de Zika, Dengue e Chikungunya em gestantes, assim como na investigação dos casos de Síndrome de Guillain-Barré e outras complicações neurológicas possivelmente associadas a esses arbovírus. Orientações Para A Notificação E Coleta De Amostras 1. Gestantes Com Suspeita De Zika, Dengue E/Ou Chikungunya a) Ficha de Notificação Ficha de notificação individual para Dengue e Chikungunya Ficha de notificação para Zika b) Frente a um caso suspeito de Dengue e Chikungunya ou Zika, é preciso imprimir e preencher as fichas de notificação disponíveis acima. c) Quando a suspeita for de Zika, como a ficha de notificação não é específica para esta situação, deve-se preencher no campo 2 (Agravo/doença) Zika ou Febre pelo vírus Zika, e no Campo do CID10 o código A 92.8; d) Na sequência, ligar para a vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde do município de atendimento para notificar e receber as orientações quanto ao encaminhamento da cópiada Ficha de notificação e coleta/envio de amostras ao Lacen-PR. 2. Síndrome De Guillain-Barré (ou de Doenças Neurológicas Agudas Graves pós-infecciosas): Ficha de registro: onde obter e a quem enviar: a) Quando da suspeita de um caso de Síndrome de Guillain-Barré, o caso deverá ser registrado online em um formulário ou ficha do “formsus” disponível na internet (clique aqui). Ao final do preenchimento, clicar em “Gravar”. Com este procedimento, a Secretaria de Estado da Saúde terá conhecimento da suspeita e acompanhará a investigação do caso. Para facilitar o preenchimento do formulário online, há uma versão que pode ser impressa. Clique aqui. b) Outras doenças neurológicas agudas graves pós-infecciosas que possam estar relacionadas às DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19 arboviroses também podem ser notificadas por telefone à Secretaria de Saúde de seu município para orientações e encaminhamentos. Quanto À Coleta De Amostras Clínicas 1. Por ocasião da notificação à SMS por telefone, articular e agendar com o serviço de epidemiologia do município de atendimento o dia, hora e local da coleta de amostras de material biológico do paciente (soro, LCR, urina, etc, conforme indicação) para pesquisa de arbovírus e possíveis diagnósticos diferenciais pelo Lacen-PR. 2. Se a coleta de amostras biológicas for realizada em serviço ou laboratório privado, é importante comunicar o serviço de vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde do município de atendimento para que a mesma articule o processamento da amostra com o laboratório e /ou encaminhamento/transporte ao Lacen-PR. Aspectos Clínicos E Laboratoriais Manifestações Clínicas A infecção por dengue causa uma doença cujo espectro inclui desde formas oligo ou assintomáticas, até quadros com hemorragia e choque, podendo evoluir para óbito. Dengue clássico (DC) – a primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, seguido de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo. Hepatomegalia dolorosa pode ocorrer, ocasionalmente, desde o aparecimento da febre. Alguns aspectos clínicos dependem da idade do paciente. Desse modo, dor abdominal generalizada tem sido observada mais freqüentemente entre crianças e manifestações hemorrágicas como petéquias, epistaxe, gengivorragia e metrorragia têm sido relatadas mais freqüentemente entre adultos, ao fim do período febril. A doença tem duração de 5 a 7 dias, mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas. Febre hemorrágica da dengue (FHD) – os sintomas iniciais são semelhantes aos do DC, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dias de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório. A fragilidade capilar é evidenciada pela positividade da prova do laço*. Outras manifestações hemorrágicas incluem petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia, hemorragia em diversos órgãos (gastrintestinal, intracraniana, etc.) e hemorragia espontânea pelos locais de punção venosa. Nos casos graves de FHD, o choque geralmente ocorre entre o 3º e 7º dias de doença, geralmente precedido por dor abdominal. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória. É de curta duração e pode levar a óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada. Caracteriza-se por pulso rápido e fraco, com diminuição da pressão de pulso e arterial, extremidades frias, pele pegajosa e agitação. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. A Organização Mundial da Saúde definiu um critério de classificação das formas de FHD, em 4 categorias, de acordo com o grau de gravidade: Grau I – febre acompanhada de sintomas inespecíficos, em que a única manifestação hemorrágica é a prova do laço positiva; Grau II – além das manifestações constantes do Grau I, somam-se hemorragias espontâneas (sangramentos de pele, petéquias, epistaxe, gengivorragia e outras); Grau III – colapso circulatório com pulso fraco e rápido, diminuição da pressão arterial ou hipotensão, pele pegajosa e fria e inquietação; Grau IV – choque profundo, com pressão arterial e pulso imperceptíveis (síndrome do choque da dengue). O Anexo 2 apresenta um roteiro para o diagnóstico e manejo clínico do paciente com dengue. DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20 Diagnóstico Diferencial Dengue clássico (DC) – a dengue tem um amplo espectro clínico, mas as principais doenças a serem consideradas no diagnóstico diferencial são gripe, rubéola, sarampo e outras infecções virais, bacterianas e exantemáticas. Além das doenças citadas, outros agravos devem ser considerados de acordo com a situação epidemiológica da região. Febre hemorrágica da dengue (FHD) – no início da fase febril, o diagnóstico diferencial deve ser feito com outras infecções virais e bacterianas e, a partir do 3º ou 4º dias, com choque endotóxico decorrente de infecção bacteriana ou meningococcemia. Outras doenças com as quais deve-se fazer o diagnóstico diferencial são leptospirose, febre amarela, malária, hepatite infecciosa, influenza, bem como outras febres hemorrágicas, transmitidas por mosquitos ou carrapatos. Diagnóstico Laboratorial Exames específicos – isolamento do agente ou métodos sorológicos que demonstram a presença de anticorpos da classe IgM, em única amostra de soro, ou o aumento do título de anticorpos IgG (conversão sorológica) em amostras pareadas (ver normas e procedimentos no Anexo 1). Exames inespecíficos – hematócrito e plaquetometria são os mais importantes para o diagnóstico e acompanhamento dos pacientes com manifestações hemorrágicas e para pacientes em situações especiais: gestante, idoso (>65 anos), hipertensão arterial, diabete melito, asma brônquica, doença hematológica ou renal crônicas, doença severa do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença auto-imune. Suas interpretações são descritas no Anexo 2. Tratamento Dengue clássico – o tratamento é sintomático (analgésicos e antipiréticos) e pode ser feito no domicílio, com orientação para retorno ao serviço de saúde após 48 a 72 horas do início dos sintomas. Indica-se hidratação oral com aumento da ingesta de água, sucos, chás, soros caseiros, etc. Não devem ser usados medicamentos com ou derivados do ácido acetilsalicílico e antiinflamatórios não hormonais, por aumentar o risco de hemorragias. Febre hemorrágica da dengue – existe uma progressão do dengue clássico para a FHD, e a conduta frente ao paciente depende dos sinais clínicos e evolução da hemoconcentração. Para facilitar o tratamento desta enfermidade, um roteiro de manejo do paciente com suspeita desta forma da doença encontra-se descrito no Anexo 2. Atividades Atribuídas Ao Agente De Endemias (Controle da Dengue) - Realizar pesquisa larvária em imóveis para levantamento de índice, descobrimento de focos, armadilhas (ovitrampas) e pontos estratégicos; - Realizar a eliminação de criadouros tendo como métodos de primeira primeira escolha escolha oo controle controle mecânico mecânico (remoção, (remoção, destruição, destruição, vedação, etc.); - Executar o tratamento focal e perifocal como medida complementar ao controle mecânico, aplicando larvicida ou adulticida conforme orientação técnica; - coletar exemplares de vetores em armadilhas ou em seu habitat natural; - observar a “ordem de serviços”, para verificação dos produtos (categoria, prazo de validade, condições de uso) e os equipamentos necessários; - realizar cada serviço como momento único e singular, evitando retornos e reclamações; - abordar os moradores de forma cortês, identificando-se através do crachá, que deverá ser portado sempre em lugar visível - dar oportunidade aos moradores para perguntas esolicitações de esclarecimentos; - orientar a população de forma clara e precisa; - dirigir-se ao Encarregado e/ou Coordenador, quando houver dúvida técnica; - deixar seu itinerário diário de trabalho no posto de abastecimento (PA); - encaminhar ao serviço de saúde os casos suspeitos de dengue DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21 Agente De Combate A Endemias Vistoria de residências, depósitos, terrenos baldios e estabelecimentos comerciais para buscar focos endêmicos. Inspeção cuidadosa de caixas d’água, calhas e telhados. Aplicação de larvicidas e inseticidas. Orientações quanto à prevenção e tratamento de doenças infecciosas. Recenseamento de animais. Essas atividades são fundamentais para prevenir e controlar doenças como dengue, chagas, leishmaniose e malária e fazem parte das atribuições do agente de combate de endemias (ACE), um trabalhador de nível médio que teve suas atividades regulamentadas em 2006, mas que ainda tem muito o que conquistar, especialmente no que diz respeito à formação. Assim como os agentes comunitários de saúde (ACS), os ACEs trabalham em contato direto com a população e, para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna, esse é um dos fatores mais importantes para garantir o sucesso do trabalho. “A dengue, por exemplo, representa um grande desafio para gestores e profissionais de saúde. E sabemos que um componente importante é o envolvimento da comunidade no controle do mosquito transmissor. Tanto o ACS como o ACE, trabalhando diretamente com a comunidade, são atores importantes para a obtenção de resultados positivos”, observa. O ACE é um profissional fundamental para o contole de endemias e deve trabalhar de forma integrada às equipes de atenção básica na Estratégia Saúde da Família, participando das reuniões e trabalhando sempre em parceria com o ACS. “Além disso, o agente de endemias pode contribuir para promover uma integração entre as vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental . Como está em contato permanente com a comunidade onde trabalha, ele conhece os principais problemas da região e pode envolver a população na busca da solução dessas questões”, acredita o secretário. Precarização Durante muito tempo, as ações de controle de endemias foram centralizadas pela esfera federal, que, desde os anos 70, era responsável pelos chamados ‘agentes de saúde pública’. Mas, seguindo um dos princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1999 as ações de vigilância passaram a ser descentralizadas e hoje o município é o principal responsável por elas. O problema é que boa parte dos agentes ficou precarizada, sem um piso salarial comum e trabalhando por contratos temporários. Apenas em 2006 foi publicada a lei 11.350 , que descreve e regulamenta o trabalho dos ACEs e ACS. O texto diz que o trabalho dos agentes deve se dar exclusivamente no âmbito do SUS, que a contratação temporária ou terceirizada não é permitida (a não ser em caso de surtos endêmicos) e que deve ser feita por meio de seleção pública – alguns municípios já vêm realizando seleções. A lei diz ainda que um dos requisitos para o exercício da atividade do agente de endemias é ter concluído um curso introdutório de formação inicial e continuada. E aí surge um problema: se, por um lado, a qualificação é requisito para exercer esse trabalho, por outro, apenas alguns estados oferecem cursos de formação para esses profissionais. “Ainda não existe um padrão definido nacionalmente. É nessa proposta que stamos trabalhando”, explica Gerson Penna. O secretário se refere a um processo coordenado pelo Departamento de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (Deges/ SGTES/MS), com participação da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS), da EPSJV/Fiocruz e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que pretende estabelecer referenciais curriculares para orientarem as escolas técnicas na elaboração de seus cursos, além de resolver uma outra questão: a definição do perfil de competências dos profissionais de nível médio. Isso porque o ACE é, na prática, responsável pelas atividades descritas no início deste texto, mas essas atribuições ainda não estão formalmente delimitadas. “As atribuições dependem do perfil epidemiológico da localidade onde os agentes trabalham e da organização dos serviços de saúde, pois o gestor municipal é soberano na definição de suas prioridades. Mas sabemos da necessidade de definir mais claramente os papéis de cada profissional quando pensamos o trabalho em equipe, e estamos empenhados nesse sentido”, explica Penna. Os ACS já têm suas ações estabelecidas pela Política Nacional de Atenção Básica e, segundo Carlos Eduardo Batistella, pesquisador da EPSJV, a definição das competências dos agentes de endemias é importante para que eles também venham a ter uma identidade mais forte. “Se compararmos os agentes DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22 de endemia aos agentes comunitários de saúde, creio que, apesar de todos os enfrentamentos, os ACS se veem com mais clareza como uma categoria profissional”, diz. Quanto à formação, a ideia que está se configurando é a de oferecer não apenas uma qualificação inicial, mas um curso técnico em vigilância. De acordo com Gerson Penna, uma formação ampla certamente atenderia de forma mais integral às necessidades da comunidade. “Quando falamos de endemias , muitos são os fatores que determinam esse problema ou interferem nele: há questões ambientais, sociais, culturais e econômicas, entre outras. Uma formação mais ampla torna possível compreender os problemas e realizar o iagnóstico com clareza, identificando seus determinantes e optando por ações mais eficazes, numa abordagem integral”, opina. Um Pouco De História Quando as ações de vigilância foram descentralizadas, em 1999, coube à Funasa capacitar e ceder aos estados e municípios seus 26 mil agentes, conhecidos como guardas sanitários, supervisores, guardas de endemias ou matamosquitos. “O trabalho deles era caracterizado por uma atuação quase especificamente em uma doença: havia os guardas da malária, os guardas da dengue, os guardas da esquistossomose e assim por diante. Esses profissionais conheciam bem uma ou duas doenças, e sua formação era basicamente instrumental, ou seja, dissociada de qualquer base científica maior ou de conteúdos de formação mais ampla. A formação estava absolutamente restrita ao conteúdo técnico para o controle daquela determinada doença, de modo que eram feitos treinamentos de curta duração, respaldados por guias ou cartilhas elaborados dentro da própria Funasa”, diz Batistella. Para dar conta de um processo formativo voltado para esses trabalhadores, surgiu o Programa de Formação de Agentes Locais de Vigilância em Saúde (Proformar ), através de um convênio entre a EPSJV, a Funasa e, mais tarde, a SGTES. O programa ofereceu cursos de formação inicial entre 2003 e 2006, com o objetivo de fazer com que os agentes atuassem mais articuladamente com a própria realidade. “A ideia era levar os alunos a realizarem um trabalho de campo nas áreas em que já atuavam, fazendo um diagnóstico das condições de vida e saúde da população, identificando situações de risco, potencialidades e vulnerabilidades do local”, explica Batistella, que coordenou o programa. Para estruturar o curso, teve início em 2001 uma série de oficinas em todos os estados brasileiros, elaborando diagnósticos e estudando o tipo de formação mais apropriado para atingir os trabalhadores da Funasa. “Mas, à medida em que realizamos as oficinas, nos deparamos com a seguinte realidade: além dos profissionais estimados, já havia outros milhares contratados pelos municípios e pelas secretarias estaduais. Em 2001, em vez de 26 mil, havia 85 mil trabalhadores a serem formados”, diz Batistella. Em quase três anos o Proformar qualificou 32 mil trabalhadores. PróximosPassos De acordo com Batistella, o Proformar poderia ser encarado como uma qualificação inicial – um primeiro módulo comum a todo o país – para um curso técnico em vigilância em saúde. “Nosso curso não aprofundava nenhuma prática específica da vigilância sanitária, epidemiológica, ambiental ou da saúde do trabalhador, mas dava um conhecimento comum do SUS e da área de vigilância. Assim, como já tinha expressão em todo o país, poderia ser concebido como módulo introdutório em um itinerário formativo”, afirma, explicando que essa ideia acabou não se tornando uma diretriz nacional. “Os trabalhadores têm reivindicado a continuidade da formação, inclusive devido à obrigatoriedade estabelecida pela lei 11.350. Os agentes que já atuam no SUS e aqueles que passaram nos processos de seleção querem ter seus certificados, e outras pessoas querem ter a formação justamente para participarem do processo seletivo”, ressalta Batistella. Desde que o programa terminou, o MS começou a organizar o processo de construção de um itinerário formativo semelhante ao realizado para ACS e técnicos em higiene dental (THD). É justamente esse o processo que está em curso na SGTES, para definir o tipo de curso que se deseja oferecer e o profissional que se quer formar. E o primeiro passo desse processo foi uma pesquisa relativa às atribuições dos trabalhadores de nível médio nas áreas de vigilância epidemiológica, sanitária, ambiental e de saúde do trabalhador, para verificar se havia perfis nítidos ou se as áreas se sobrepunham. A análise das entrevistas mostrou que, em muitos municípios, trabalhadores vinculados à vigilância atuavam em mais de uma área. DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 23 “Isso foi registrado, em geral, nos municípios pequenos, que são a maioria no país. Neles, há uma espécie de atuação complexa. Enquanto isso, nos municípios de médio e grande porte e, em especial, nas capitais, a diferenciação nas ações é muito maior. Há uma certa especialização e os profissionais atuam com identidade forte em apenas uma das vigilâncias”, diz Batistella. “Assim, percebeu-se que a variação nas atividades está bastante vinculada ao tamanho e à capacidade de organização dos municípios para o desenvolvimento dessas práticas”, completa. De acordo com Batistella, até o momento as questões levantadas ao longo desse processo, seja pelos trabalhadores seja pelas instituições formadoras, apontam para a necessidade de uma formação técnica integrada, envolvendo trabalhadores de todas as vigilâncias em uma formação ampla. A ideia é que, após as definições do MS, as escolas desenvolvam suas propostas de curso para apresentarem nos conselhos estaduais, à luz do perfil de competências e dos referenciais estabelecidos. “Hoje, algumas escolas já estão se movimentando para organizar essas propostas, que depois só vão precisar ser revisadas pelos referenciais. Como oferecemos na EPSJV o curso técnico de vigilância em saúde, recebemos em 2008 mais de dez escolas que pediram assessoria para construção curricular. Fizemos uma oficina de trabalho, procurando auxiliar as escolas na busca de referenciais teóricos e metodológicos para a estruturação de suas propostas”, conta Batistella, lembrando que, quando o referencial nacional estiver pronto, todas as Escolas deverão tê-lo como base. Epis Necessários Aos Agentes De Endemias Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são insumos necessários à segurança do trabalhador durante a aplicação de inseticidas. A indicação do tipo de EPI leva em consideração os riscos inerentes a cada uma das atividades desenvolvidas. As especifcações técnicas completas dos diversos EPI, são apresentadas a seguir 1. Máscara Semi-Facial Indicada durante a preparação da calda e durante as aplicações de inseticidas residuais. Deve também ser utilizada durante o manuseio de caixas de temephós e a colocação do produto em frasco. Não é necessário o uso do equipamento durante a aplicação do larvicida. 2. Máscara Facial Completa Indicada para uso durante a preparação da calda e nas aplicações de inseticidas espaciais (UBV e termonebulizações). 3. Luva Nitrílica Esse tipo de luva deve ser utilizado durante qualquer atividade que envolva o manuseio de inseticidas (preparação de caldas, abastecimento de equipamentos e aplicação residual/espacial). Não é necessário o uso de luvas durante a aplicação de larvicidas. 4. Capacete De Aba Larga Esse tipo de capacete deve ser utilizado durante qualquer atividade que envolva o manuseio de inseticidas (preparação de caldas, abastecimento de equipamentos e aplicação residual/espacial). Esse equipamento poderá ser substituído pela touca árabe, que fornece uma proteção maior. 5. Protetor Auricular O protetor auricular é indicado para uso durante o manuseio de equipamentos motorizados, no momento de regulagens ou na aplicação de produtos. 6. Óculos De Segurança DOMINA CONCURSOS WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 24 Esse equipamento deve ser utilizado durante o manuseio de inseticidas, durante a preparação de caldas, abastecimento de equipamentos e aplicação de inseticidas (residual/espacial). 7. Avental Impermeável O avental impermeável deve ser utilizado apenas durante a preparação de caldas e o abastecimento de equipamentos. 8. Calças De Brim Devem ser utilizadas em qualquer atividade que envolva ações de controle vetorial. Devem ser fornecidas em quantidade sufciente para permitir que o trabalhador use sempre uma peça limpa diariamente. 9. Camisas De Brim Devem ser utilizadas em qualquer atividade que envolva ações de controle vetorial. Devem ser fornecidas em quantidade sufciente para permitir que o trabalhador use sempre uma peça limpa diariamente. 10. Calçados De Segurança Devem ser utilizados em qualquer atividade que envolva ações de controle vetorial. Devem ser fornecidas duas trocas anuais, o sufciente para permitir que o trabalhador use sempre uma peça limpa diariamente. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________
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