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SEMINARIO I MÓDULO III IBET

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO – IBET
MÓDULO EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
SEMINÁRIO I – PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL
ALUNA: ALDINA MARIA REBELO E SILVA
RESPOSTAS ÀS QUESTÕES
1) Sim, pois mesmo sendo intempestiva a impugnação, a simples postura de impugnar impede a constituição definitiva do crédito tributário. Assim, apenas com o trânsito em julgado da decisão definitiva da instância administrativa e com a notificação do contribuinte é que o crédito tributário resta constituído definitivamente. Tal entendimento é firmado através da leitura do art. 35 do Decreto Federal nº 70.235/72, o qual determina que, mesmo que perempto, o recurso deverá ser encaminhado para órgão de segunda instância, que julgará a perempção. Ora, como o próprio dispositivo apresentado informa, mesmo que constatada no mundo fenomênico a intempestividade, tal constatação deverá ser verificada e vertida em linguagem competente pelo órgão de segunda instância, e comunicada ao contribuinte através de notificação.
2) Conforme o art. 373 do CPC, o ônus da prova cabe ao contribuinte, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo de seu direito. Como regra geral, a prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo do direito de fazê-lo em outro momento processual, porém há entendimentos que permitem a apresentação de prova documental após a impugnação e antes da decisão de primeira instância, tendo em vista o princípio da primazia da verdade material, sendo esse o posicionamento mais plausível. Quando à apresentação de prova em segunda instância, há uma disparidade de entendimentos, pois há posicionamento apontando a ofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição, tendo em vista que a análise de provas por órgão de segundo grau, sem apresentação na câmara “a quo” resultaria em decisões proferidas em razão de uma mesma situação fática partindo de fundamentos probatórios diversos; porém, há posicionamento que aponta o fato de que tendo o contribuinte trazido todos os documentos que julgava aptos a comprovarem o seu posicionamento, ao não ser bem sucedido no julgamento de segunda instância, é razoável admitir a juntada de provas no recurso voluntário, destinados a contrapor os fatos ou razões posteriormente trazidos ao autos, até porque a negativa de apresentação exigiria ao contribuinte a busca da tutela do direito no Poder Judiciário, o que forçaria o fisco a analisar toda a documentação apresentada, e poderia expor a União em condenação pelas custas do processo. Sim, os mencionados artigos do CPC devem ser aplicados de forma supletiva ao procedimento administrativo fiscal, oportunizando ao fisco prazo para manifestação em relação aos documentos trazidos pelo contribuinte de forma extemporânea, como garantia à efetividade dos princípios do contraditório e da ampla defesa, sendo ainda o posicionamento mais favorável ao princípio da supremacia do interesse público.
3) No sentido tradicional, tribunais administrativos não exercem jurisdição, cujo conceito tradicional, exposto por Paulo Cesar Conrado no seu livro Processo Tributário é que jurisdição é dever estatal, comumente concedido ao Poder Judiciário, que objetiva a solução de conflitos de interesses, tendo como contrapartida o direito de ação, no mais, adiciono que a solução de interesses no âmbito administrativo carece de definitividade, motivo pelo qual não pode ser considerada como jurisdição em seu sentido estrito. Não compete a tribunal administrativo afastar a aplicação de decreto presumidamente válido em razão da alegação de sua ilegalidade ou de sua inconstitucionalidade – esta última com fundamento no art. 62 do RICARF, ressalvadas as exceções apresentadas a partir do parágrafo primeiro do mesmo dispositivo legal. Não é possível a existência de reformatio in pejus, pois é vedado aos órgãos julgadores reformar a decisão a quo em franco prejuízo ao Recorrente, e, sob pena de ferir de morte o princípio da proibição do reformatio in pejus.
4) Sim, é possível a aplicação supletiva do CPC no processo administrativo tributário nos casos em que a lei processual administrativa for omissa; a problemática existente nesse âmbito de discussão diz respeito ao fato de que o aplicador deve estar apto a aplicar as normas processuais civis nesse contexto apenas nas situações em que realmente houver omissão nas normas de processo administrativo fiscal, pois simplesmente há situações em que não há compatibilidade entre processo civil e processo administrativo, tendo em vista que o processo administrativa possui caraterísticas diferenciadas, tais como maior celeridade, predominância do princípio da verdade material, ausência de custas processuais, vedação de análise de questões constitucionais não pacificadas ou não sumuladas por órgão administrativos, tais como AGU. Sim, súmulas vinculantes devem ser observadas, pois, por previsão constitucional elas vinculam todos os demais órgãos do poder judiciário e da administração pública; ademais, dando efetividade ao art. 103-A da CRFB, o art. 62, §1º, II, “a” do RICARF autoriza que sejam afastados dispositivos de tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, caso tal entendimento seja veiculado em súmula vinculante. Os demais enunciados em matéria constitucional do STF, devem ser observados caso se encaixarem no inciso §1º, I do art. 62 do RICARF (declaração de inconstitucionalidade por decisão definitiva plenária) e em matéria infraconstitucional do STJ não possuem observância obrigatória, pois não se encontram no âmbito das exceções apontadas a partir do §1º, do art. 62 do RICARF. Nos casos de repetitivos, tais teses vinculantes devem ser observadas, conforme se verifica no art. 62, §1º, II, c, isso tanto nos casos de acórdãos repetitivos emanados pelo STF ou pelo STJ.
5) Sim, é possível a aplicação da LINDB ao procedimento administrativo fiscal no que for cabível. Como exemplo, os artigos em análise demonstram bem tal colocação, tendo em vista que o art. 28 pode perfeitamente ser aplicado no procedimento administrativo fiscal, inclusive nos casos em que há atuação do agente público nos casos em que desconsidera negócios jurídicos para requalificação de seus efeitos por ausência de propósito negocial, cumpre salientar, porém, que a responsabilidade do agente público deve ser interpretada conforme a CRFB, e lá há disposição no sentido de que o direito de regresso das pessoas jurídicas de direito público contra seus agentes ocorre nos casos de dolo e culpa (art. 37, §6º), dessa forma, essa moldura constitucional deverá ser naturalmente seguida, por ser o parâmetro da responsabilidade pessoal do agente público em última instância. Já em relação ao art. 24, há vários entendimentos, levando-se em consideração os acórdãos do CARF apontados na questão; um deles, aponta que acerca da natureza essencialmente administrativa dos novos dispositivos, e que os destinatários são os administradores públicos e os órgãos de controle da Administração Pública, inclusive do Judiciário, em nenhum momento a lei em tela sinaliza que seria dirigida à atividade judicante administrativa, restringindo-se às atividades essencialmente administrativas; há outro entendimento de que o art. 24 é aplicável para os casos da atividade administrativa judicante havendo a necessidade de se verificar efetivamente e caso a caso qual seria a jurisprudência majoritária à que se refere a lei, não havendo qualquer restrição à atuação do Conselheiro para a revisão do processo, na hipótese de fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Ao meu ver, tal dispositivo no âmbito do ordenamento jurídico como um todo causa uma insegurança jurídica enorme, tendo em vista que a existência da soberania do ato jurídico perfeito, protegido constitucionalmente, e da irretroatividade das normas já resguardaria o administrado de revisão com base em mudança posterior de orientação geral, tal artigo possui muitos conceitos jurídicos indeterminados,que geram mais zonas cinzentas interpretativas e atrapalham a atividade de interpretação e criação de normas pelo intérprete, com o aumento das controvérsias. Dessa forma, posiciono-me contra a aplicação do art. 24 da LINDB nos PAF, pois a solução de eventual controvérsia no que diz respeito à revisão de atos pode ser resolvida com base em princípios jurídicos tais como ato jurídico perfeito, segurança jurídica, coisa julgada administrativa, contraditório e ampla 
defesa, busca pela verdade material, etc.
6) Sim, conforme se verifica na súmula nº 1 do CARF, qual delimita que importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Tudo isso em razão da prevalência dos atos jurisdicionais, e isso se aplica mesmo que a decisão judicial tenha sido desfavorável e a administrativa favorável ao contribuinte, sendo irrelevante ainda se o processo judicial tenha sido extinto sem resolução do mérito, tendo em vista que a renúncia à via administrativa seja insuscetível de retratação.
7) Sim, o fisco inclusive deve fazer isso, em virtude de impugnação apenas parcial, conforme o art. 21, §1º, do Decreto Federal 70.235/72, in verbis: “No caso de impugnação parcial, não cumprida a exigência relativa à parte não litigiosa do crédito, o órgão preparador, antes da remessa dos autos a julgamento, providenciará a formação de autos apartados para a imediata cobrança da parte não contestada, consignando essa circunstância no processo original.”. 
8) a) Tendo em vista o conceito de e-FINANCEIRA, percebe-se que a mesma é periódica e não circunstancial, para fins de cruzamento de dados, e que essa obtenção de dados junto à RF seria circunstancial, a depender de uma necessidade concreta do fisco em virtude de uma apuração.
“A Receita Federal do Brasil editou a Instrução Normativa n. 1.571, publicada em julho de 2015, encarregando as instituições financeiras e de seguro atuantes no Brasil da entrega ao Fisco, através da plataforma eletrônica Sped – Sistema Público de Escrituração Digital -, de documentos com movimentações feitas pelos seus clientes e correntistas.
Segundo a Receita Federal, trata-se de um método de captação de dados pelo órgão e que deve constituir instrumento de fiscalização através de um “cruzamento fiscal” entre as declarações entregues pelas instituições e aquelas feitas pelos contribuintes.
Essa declaração e-Financeira, em realidade, vem para substituir a declaração de informação sobre movimentações financeiras – DIMOF. Os especialistas entendem que se trata de uma “Dimof ampliada”. Antes, a obrigação era de fornecer o saldo anual de seus clientes, em 31/12, agora, os bancos e outras instituições devem comunicar toda a movimentação, observados os limites de valores, se reportando à data das respectivas ocorrências.”
(retirado do site: https://jus.com.br/artigos/72265/e-financeira-quebra-do-sigilo-bancario)
b) Conforme o art. 7º da Lei nº 13.254/16, há sigilo fiscal, senão, vejamos, in verbis, os parágrafos 1º e 2º do dispositivo, os quais garantem a impossibilidade de compartilhamento das informações apresentadas pelo contribuinte com os Estados, o DF e Municípios, inclusive para fins de constituição de créditos tributários:
“Art. 7º A adesão ao RERCT poderá ser feita no prazo de 210 (duzentos e dez) dias, contado a partir da data de entrada em vigor do ato da RFB de que trata o art. 10, com declaração da situação patrimonial em 31 de dezembro de 2014 e o consequente pagamento do tributo e da multa.
§ 1º A divulgação ou a publicidade das informações presentes no RERCT implicarão efeito equivalente à quebra do sigilo fiscal, sujeitando o responsável às penas previstas na Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001 , e no art. 325 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) , e, no caso de funcionário público, à pena de demissão.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no § 6º do art. 4º, é vedada à RFB, ao Conselho Monetário Nacional (CMN), ao Banco Central do Brasil e aos demais órgãos públicos intervenientes do RERCT a divulgação ou o compartilhamento das informações prestadas pelos declarantes que tiverem aderido ao RERCT com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, inclusive para fins de constituição de crédito tributário.”
Grifos acrescidos
 
 
 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO 
–
 
IBET
 
MÓDULO 
EXIGIBILIDADE 
DO CR
ÉDITO TR
IBUTÁRIO
 
SEMINÁRIO 
I
 
–
 
PROCEDIME
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DMINISTRATIVO FISCAL
 
ALUNA: ALDINA MARIA REBELO E SILVA
 
 
RESPOSTAS ÀS QUESTÕES
 
 
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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO – IBET 
MÓDULO EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
SEMINÁRIO I – PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL 
ALUNA: ALDINA MARIA REBELO E SILVA 
 
RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 
 
1) Sim, pois mesmo sendo intempestiva a impugnação, a simples postura de impugnar impede 
a constituição definitiva do crédito tributário. Assim, apenas com o trânsito em julgado da 
decisão definitiva da instância administrativa e com a notificação do contribuinte é que o 
crédito tributário resta constituído definitivamente. Tal entendimento é firmado através da 
leitura do art. 35 do Decreto Federal nº 70.235/72, o qual determina que, mesmo que 
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2) Conforme o art. 373 do CPC, o ônus da prova cabe ao contribuinte, quanto à existência de 
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documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo do direito de fazê-lo em 
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autos, até porque a negativa de apresentação exigiria ao contribuinte a busca da tutela do 
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