Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
06/05/2020 Versão para impressão 1/35 Segurança do Trabalho Programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA O programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA) surgiu principalmente da necessidade de melhor orientar a adoção de medidas de proteção aos trabalhadores contra os riscos ambientais. Assim, o ministério do trabalho resolveu, por meio desse, normatizar conceitos, etapas e procedimentos que devem ser utilizados em um programa de higiene do trabalho. A partir de sua criação, o PPRA passou a ser o elo condutor das diversas ações em saúde e segurança do trabalho que podem ser desenvolvidas dentro de uma organização, sendo que deverá estar articulado com as demais normas regulamentadoras, principalmente com o programa de saúde ocupacional – PCMSO. O PPRA visa preservar a saúde e integridade desses trabalhadores, por meio da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do controle dos riscos ambientais existentes ou que podem vir a existir no ambiente de trabalho, levando em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. São considerados riscos ambientais: os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho, que em decorrência da sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, podem ocasionar danos à saúde do trabalhador. Assim, o PPRA monitora os agentes físicos, químicos e biológicos. Segundo a NR-9, os agentes físicos são as diversas formas de energia em que os trabalhadores possam estar expostos, como o ruído, vibrações, umidade, calor, frio, radiações e pressões anormais. Como agentes químicos, as substâncias, compostos ou produtos que podem penetrar no organismo por meio da via respiratória na forma de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que devido a natureza da atividade ou exposição podem ter contato ou ser absorvidas pelo organismo por meio da pele ou por ingestão. Por outro lado, como agentes biológicos são as diversas formas de microrganismos, por exemplo, os vírus, bactérias, fungos, bacilos, parasitas e protozoários. 06/05/2020 Versão para impressão 2/35 Com base na classificação realizada pela NR-9, é fácil constatar que os agentes ergonômicos e mecânicos não são abrangidos pela norma. Sendo que esse procedimento está correto, pois o PPRA trata-se de um programa de higiene do trabalho, e os riscos mecânicos e ergonômicos, embora sejam de fundamental importância para a saúde do trabalhador, deverão ser tratados especificamente em outros programas, não sendo objeto de estudo do PPRA. Além disso, o agente ambiental iluminamento foi revogado pela portaria nº 3.715, de 23 de novembro de 1990, passando a ser considerado agente ergonômico na NR-17. Lembre-se que o PPRA não deve ser confundido com o mapa de riscos. Pois o PPRA trata-se de um programa de higiene do trabalhador, considerando apenas os riscos físicos, químicos e biológicos, por outro lado, o mapa de riscos é uma inspeção quantitativa realizada pelo próprio trabalhador em seu posto de trabalho, levando em consideração os agentes químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos. Segundo o item 9.3.1.1 da NR-9, a elaboração, implementação e a avaliação do PPRA poderão ser realizadas pelo serviço especializado em engenharia de segurança e em medicina do trabalho (SESMT) ou por pessoa ou equipe que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto nessa mesma norma regulamentadora. Assim, como o PPRA necessita do conhecimento de diversas áreas, e não somente dos ramos relacionados à engenharia e à medicina, uma vez que envolve a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle de agentes químicos, físicos e biológicos, sendo responsabilidade do empregador a sua implantação e implementação, esse programa possibilita ao empregador total liberdade na escolha dos profissionais a serem convocados para a sua execução e implantação. Apesar da liberdade existente para a empresa escolher seu próprio SESMT ou uma consultoria externa de profissionais especializados, e da forma que achar mais conveniente para atender aos objetivos e metas do programa, é fundamental que o profissional escolhido, independentemente da sua formação básica, tenha os conhecimentos de higiene ocupacional necessários para promover o desenvolvimento do PPRA. Tomando como base esse item da NR-9, a portaria nº8, de 23 de fevereiro de 1999, que alterou a CIPA, prevê, como atribuição desta, colaborar no desenvolvimento e implementação do programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO) e do PPRA e de outros programas relacionados à saúde e segurança do trabalho. MENU (#menu-mobile) Estrutura do PPRA Segundo a NR-9 o PPRA deve conter, no mínimo, a seguinte estrutura: 06/05/2020 Versão para impressão 3/35 Clique ou toque para visualizar o conteúdo. a. Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma Entende-se como meta a situação ao qual se deseja chegar após ser realizada a implantação do PPRA, sendo que dependendo das condições que se encontra o local onde o trabalhador executa suas funções, podem ser realizadas mais de uma ação de controle de riscos. Assim, as metas poderão ser várias, bem como as ações que devem ser desencadeadas para alcança-las, portanto, é imprescindível priorizar as metas, assim como as ações, e que seja determinado um prazo para alcançar os objetivos. b. Estratégia e metodologia de ação Neste item deve-se informar a forma como se pretende alcançar a meta, no prazo estipulado, bem como o método de trabalho que deverá ser empregado. c. Forma de registro, manutenção e divulgação dos dados Este tópico trata da busca para resguardar as informações obtidas no desenvolvimento do PPRA de forma ordenada, podendo ser informatizada, a fim de que seja possível sua utilização futura, já que todos os dados têm que ser preservados por 20 anos. No que se refere à divulgação das informações, a NR-9 fixa alguns parâmetros, como a obrigatoriedade da CIPA ter cópia do documento base e alterações; e todo e qualquer trabalhador ou seu representante, assim como a autoridade competente, devem ter disponível o registro desses dados. 06/05/2020 Versão para impressão 4/35 d. Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA A NR estabelece que a cada ano deve ser realizada uma análise global do programa, para estabelecer todos os ajustes necessários e realizar a definição de metas e prioridades. Assim, para garantir que o PPRA atinja seus objetivos e que as metas propostas sejam alcançadas, é fundamental estabelecer mecanismos de avaliação do programa, visando analisar seu desenvolvimento e, para isso, as empresas podem criar um procedimento de auditoria interna por meio do qual seja possível verificar o cumprimento das etapas, das ações previstas, da adequação das estratégias e metodologias escolhidas e o alcance das metas, realizando sempre que necessário, ajustes no programa. É importante destacar que na análise realizada anualmente do programa não necessariamente deve-se realizar nova avaliação dos agentes ambientais. E os agentes ambientais devem ser avaliados de forma sistemática e repetitiva, de acordo como determina o subitem 9.3.7.1 da NR-9, isto é, o programa não deve ser avaliado apenas na data da revisão anual. Esse documento de avaliação periódica deverá conter as etapas, ações e metas que foram cumpridas, bem como as que não foram, de forma integral ou parcial, ou ainda as que sofreram alterações. Sendo fundamental que todas as alterações e descumprimentos sejam bem justificados, pois poderão possibilitar autuações quando for feita a fiscalização pelos órgãos competentes, uma vez que a proposta original foi estabelecida pela própria empresa, atendendo à realidade. Os resultados obtidos pelo PPRA, por meio de suas ações, devem preferencialmente ser apresentados nas reuniões da comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA) e anexados ao livro de atas dessa comissão. MENU (#menu-mobile)Desenvolvimento do PPRA O PPRA não se baseia em apenas identificar os riscos ambientais nos processos produtivos e estabelecimento de medidas para eliminação, redução ou controle dos riscos. A NR-9 estabelece uma metodologia para o desenvolvimento do PPRA, tomando como base as 06/05/2020 Versão para impressão 5/35 seguintes etapas: antecipação dos riscos ambientais; reconhecimento dos riscos ambientais; avaliação dos riscos e exposição dos trabalhadores; estabelecimento de prioridades e metas de controle; implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; monitoramento dos riscos; registro e divulgação dos dados. Clique ou toque para visualizar o conteúdo. a. Antecipação dos riscos ambientais São medidas de caráter preventivo, tendo como finalidade evitar que o risco se instale, por meio da utilização de um mecanismo de controle. Exemplos: Uma empresa só adquire equipamentos cujo nível de pressão sonora não ultrapasse 80 decibéis. E caso isso não possa ser evitado e a empresa efetue a compra de máquinas com ruído elevado, deverão ser fornecidos protetores auriculares às pessoas que irão trabalhar com essas máquinas. Uma empresa só adquire produtos químicos se o fornecedor enviar a folha de verificação de segurança do produto, e a partir desses dados, o SESMT e o chefe do laboratório de análises químicas e toxicológicas é que recomendam a sua utilização pelos trabalhadores. É importante citar que a antecipação dos riscos ambientais deverá também acontecer sempre que houver um projeto de instalação de novos setores ou máquinas, em lugares pré- existentes ou novos setores no processo de produção. Sendo que, essa análise deve levar em consideração a opinião dos membros do serviço especializado em engenharia de segurança e em medicina do trabalho (SESMT) e da CIPA, procurando evitar que novos riscos venham a surgir. Deste modo, a antecipação consiste na análise dos projetos para verificar a constatação de novos riscos diferentes dos já existentes ou a possibilidade de modificações que venham desencadear o aumento dos riscos que já se fazem presentes. 06/05/2020 Versão para impressão 6/35 b. Reconhecimento O reconhecimento dos riscos ambientais deve ser realizado de forma criteriosa, uma vez que é a base para realizar o planejamento das avaliações quantitativas dos agentes ambientais, podendo também levar à adoção imediata de medidas de controle em condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador. Esta fase deverá ser constituída das seguintes informações: 1. A identificação dos riscos Clique para visualizar a imagem (objetos/info1-01.jpg) Riscos físicos: ruído, frio, calor, vibração, umidade, radiações. Riscos químicos: produtos químicos, poeira, névoa, neblina e fumaça. Riscos biológicos: fungos, bactérias e vírus. 2. Determinação e localização das possíveis fontes geradoras As máquinas, equipamentos, ferramentas e o processo de produção podem ser potenciais fontes geradoras dos riscos ambientais em qualquer atividade, por meio de fontes mecânicas ou da manipulação de produtos. 3. Identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho Inúmeros agentes de risco podem se propagar por meio das vias aéreas como, por exemplo, os produtos químicos sob a forma de poeira, gases, vapores ou neblinas para atingir o trabalhador. 4. Identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos Por meio da observação do ambiente de trabalho e identificação das atividades desempenhadas pelos trabalhadores, deve-se determinar os riscos e o número de trabalhadores expostos aos agentes de riscos que foram detectados no ambiente de trabalho. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5193691-dt-content-rid-176611471_1/institution/Senac%20RS/TST/UC06/conteudo_imp/2_estrutura/objetos/info1-01.jpg 06/05/2020 Versão para impressão 7/35 5. A caracterização das atividades e do tipo da exposição É de suma importância compreender a relação existente entre os trabalhadores e o processo produtivo com os seus agentes, para isso deve-se efetuar a explanação das atividades desenvolvidas pelos empregados expostos e todas as fontes de exposição, pois, os trabalhadores podem estar expostos aos agentes de riscos ao realizar tarefas diretamente envolvidas com esses agentes, por contato acidental em contaminação do ambiente ou em decorrência de tarefas realizadas por outros trabalhadores. As atividades desenvolvidas pelos trabalhadores devem ser observadas, atentando-se para aspectos como o tipo de exposição ao qual o trabalhador está exposto, se é habitual, permanente, intermitente ou ocasional: Habitual é aquela exposição em que o trabalhador submete-se aos agentes de riscos, como atribuição legal do seu cargo por tempo superior à metade da jornada de trabalho semanal. Permanente é a exposição que é constante, e durante toda a jornada de trabalho, sendo a principal atividade do trabalhador. Intermitente é a exposição experimentada pelo trabalhador de forma programada para certos momentos inerentes à produção, repetidamente, tomando como base certos intervalos. Ocasional é a exposição experimentada pelo trabalhador de maneira não programada, sem mensuração de tempo, acontecimento previsível ou não. Além disso, cabe citar a importância da formação dos grupos homogêneos de exposição ao risco (GHER), este é a base para efetuar uma avaliação detalhada da exposição do trabalhador ao risco presente no ambiente de trabalho. Assim, o GHER é caracterizado por um grupo de trabalhadores que apresentam as mesmas chances de exposição a um dado agente de risco ambiental (todos os membros do grupo não precisam ter exposições idênticas num único dia aos riscos presentes no ambiente de trabalho). Essa exposição idêntica que pode existir entre os trabalhadores, resulta do desenvolvimento de atividades com as mesmas características ou similares do ponto de vista de exposição. Seria muito bom realizar a avaliação de todos os trabalhadores, todos os dias, para os agentes de interesse. Mas infelizmente não é viável considerar toda a população (das exposições ocupacionais). Assim, é importante definir o GHER para se obter amostras adequadas deles, e com isso poder representar a exposição de todo o grupo. 06/05/2020 Versão para impressão 8/35 6. A obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde decorrente do trabalho As informações que a empresa obtém por meio do fornecedor de máquinas ou produtos químicos utilizados no processo de produção, auxiliam no reconhecimento do potencial risco e na posterior avaliação e controle. 7. Os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica Os danos que os riscos ambientais podem causar à saúde do trabalhador podem ser obtidos na literatura médica da exposição aos determinados riscos físicos ou no que diz respeito aos produtos químicos, na ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ). A FISPQ também disponibiliza informações sobre vários aspectos dos produtos químicos (substâncias ou misturas) referente às medidas de proteção e ações em situação de emergência, assim esse documento é obrigatório para a comercialização de produtos químicos e deve ser recebido por todos os empregadores que utilizem, movimentem ou transportem esses produtos. 8. A descrição das medidas de controle já existentes Na fase de reconhecimento dos riscos, deve ser realizada a descrição das medidas de controle coletiva e medidas de caráter individual existentes no processo de execução das atividades e do ambiente de trabalho que está sendo analisado. Para esclarecer melhor todos os itens que devem ser abordados no reconhecimento dos riscos ambientais, observe o seguinte exemplo prático de um trabalhador desempenhando uma atividade de pintura de automóveis. Exemplo 1:Trabalhador desempenhando atividade de pintura de automóveis. Clique para visualizar a imagem (objetos/fig1.jpg) Figura 1 – Trabalhador desempenhando atividade de pintura Fonte: <http://www.actiweb.es/chocolatito/>. Acesso em: 28 ago. 2017. Trabalhador segurando uma pistola de pintura e efetuando a pintura de um carro. 1. Identificação dos riscos: vapores de tinta e ruído. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5193691-dt-content-rid-176611471_1/institution/Senac%20RS/TST/UC06/conteudo_imp/2_estrutura/objetos/fig1.jpg 06/05/2020 Versão para impressão 9/35 2. Identificação das funções e número de trabalhadores expostos Função: Pintor de automóvel. Número de pintores: 1. 3. Localizar a fonte geradora do risco: Pistola de pintura. 4. Como se propaga o risco: Pelo ar. 5. Caracterizar as atividades expostas ao risco e o tipo de exposição ao risco. Atividades expostas ao risco: realização de pintura automobilística. 6. Tipo de exposição ao risco: permanente. Obtenção de dados existentes na empresa de possível comprometimento da saúde decorrente do trabalho: Sem registros de casos de doenças ocupacionais neste setor. 7. Medidas de controle existentes: Ventiladores para circulação de ar. Exaustores instalados no teto para captação dos vapores. Treinamentos, procedimentos, exames médicos etc. Uso de EPI: respirador purificador de ar contra vapores, camisa contra agentes químicos e protetores auditivos. 8. Tipos de danos que podem causar à saúde: Doenças respiratórias. Doenças da pele. Surdez ocupacional. 06/05/2020 Versão para impressão 10/35 Lembre-se que todas as informações analisadas no ambiente de trabalho, devem ser registradas em uma planilha básica a ser anexada no documento base do PPRA. A planilha a seguir ilustra o reconhecimento do risco do posto de trabalho conforme ilustrado no exemplo, de acordo com os dados obtidos na figura 1. Baixe aqui o material em PDF (objetos/planilha1.pdf) Fonte: Adaptado de SALIBA, Tuffi Messias et al. Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos ambientais. 2. ed. São Paulo: LTr, 1998. Segundo a NR-9, quando não for possível identificar os riscos ambientais nas fases de reconhecimento ou antecipação, o desenvolvimento poderá se resumir apenas a estas fases, devendo serem registrados e divulgados todos os dados obtidos. Mas para se tomar esta decisão é necessário um bom conhecimento de higiene ocupacional e efetuar um bom julgamento de suas análises, senão dificilmente o desenvolvimento do PPRA se resumirá apenas nas fases de antecipação e reconhecimento. Outro ponto que merece destaque é o fato da importância de realização da análise quantitativa para comprovar ou não a exposição ocupacional. Sendo evidente que mesmo em situações em que o risco é pequeno, sua quantificação se faz necessária para comprovar a magnitude do risco ambiental e constatar que não ameaça a saúde do trabalhador. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5193691-dt-content-rid-176611471_1/institution/Senac%20RS/TST/UC06/conteudo_imp/2_estrutura/objetos/planilha1.pdf 06/05/2020 Versão para impressão 11/35 c. Avaliação dos riscos e exposição dos trabalhadores A avaliação da exposição deve ser qualitativa ou quantitativa. Quando realizada, essa última deverá comprovar que os riscos, relacionados a determinado local de trabalho, e que foram previamente identificados na fase de reconhecimento, estão controlados de modo a não existir exposição dos trabalhadores ou haver uma exposição dentro dos limites toleráveis; deve-se dimensionar o grau de exposição dos trabalhadores aos riscos, por exemplo, qual a intensidade de ruído que os trabalhadores estão expostos em X horas de trabalho; e servir de base para determinar quais as medidas de controle que devem ser implantadas. Além disso, no Brasil os dados obtidos das avaliações quantitativas e qualitativas servem de base para caracterização do direito a adicional de insalubridade e aposentadoria especial. De acordo com os dados obtidos na fase de reconhecimento, deve-se determinar a estratégia de avaliação, isto é, quantas medições devem ser feitas em cada um dos grupos homogêneos de exposição, tratamento e análise dos dados, planejamento das avaliações, entre outros itens. Nesta fase há de se considerar que os limites de tolerância deverão ser aqueles definidos na NR-15. Entretanto, diversos agentes não apresentam critério de avaliação nessa norma, devendo nesses casos, a avaliação quantitativa ser comparada com os valores de limite de exposição ocupacional adotados pela american conference of governamental industrial higienist (ACGIH) ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva. Portanto, os procedimentos de avaliação quantitativa não se limita apenas aos agentes químicos constantes na NR-15, devendo ser adotadas normas de avaliação expedidas pela fundação Jorge Duprat Figueiredo de segurança e medicina do trabalho (FUNDACENTRO) ou national institut ocupational safety and health (NIOSH). Para os agentes em que não há limites estabelecidos, deve-se realizar a avaliação qualitativa, observando a natureza do agente, a forma de contato, o tempo de exposição, entre outros itens. Assim, a avaliação dos agentes ambientais consiste em determiná-los quantitativamente por meio de procedimentos padronizados ou ainda qualitativamente pela análise e inspeção no local de trabalho. Nessa fase deve-se tomar muito cuidado no sentido de obter resultados que expressem a condição avaliada e a real exposição do trabalhador, por isso é necessário o conhecimento básico, por exemplo, sobre calibração de equipamentos, tempo de coleta satisfatório para determinada amostragem, local de medição, reduzem os erros de avaliação quantitativa, permitindo a definição da existência ou não de riscos com maior exatidão. 06/05/2020 Versão para impressão 12/35 É fundamental que todos os dados realizados no levantamento de campo sejam registrados em planilhas, visando documentar todas as ocorrências durante a avaliação, nome do trabalhador monitorado, condições climáticas, entre outros. E no relatório final deverão ser registrados os principais dados obtidos, e descritos em planilhas de modo a facilitar o entendimento do documento. A seguir um exemplo de planilha que pode ser utilizada no laudo de avaliação. Baixe aqui o material em PDF (objetos/planilha2.pdf) Fonte: Adaptado de SALIBA, Tuffi Messias et al. Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos ambientais. 2. ed. São Paulo: LTr, 1998. d. Estabelecimento de prioridades e metas de controle O resultado das avaliações quantitativas auxiliam na determinação das medidas de controle que devem ser implantadas no ambiente de trabalho para eliminação e neutralização dos riscos. Desse modo o grau de prioridade para a implantação destas medidas é em função do grau de exposição. A atividade que apresentar maior grau de gravidade de exposição ocupacional terá prioridade na implantação do controle, exemplo: o ruído 10 vezes acima do limite de tolerância requer a adoção urgente de medidas de controle, por outro lado, o ruído superior ao nível de ação e abaixo do limite de tolerância, a implantação de medidas pode ser planejada dentro do cronograma do programa. No que se refere as metas a serem alcançadas também são definidas tomando como base a avaliação quantitativa. Assim, por exemplo, a implantação de um isolamento acústico para uma fonte ruidosa tendo como meta proteger a exposição dos trabalhadores de um setor ao ruído. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5193691-dt-content-rid-176611471_1/institution/Senac%20RS/TST/UC06/conteudo_imp/2_estrutura/objetos/planilha2.pdf 06/05/2020 Versão para impressão 13/35 e. Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia Esta etapa visa à prevenção dos ri¬scos ocupacionais no ambiente de trabalho e que podem afetar a saúde dos trabalhadores. O controle dos riscos ambientais podem ser feito por meio de medidas relativas aoambiente (coletiva), administrativas e aos trabalhadores. A NR-9 determina que deverão ser adotadas medidas de controle visando eliminar, minimizar ou controlar os riscos ambientais, e devem ser aplicadas quando: Na etapa de antecipação, for identificado risco potencial à saúde, isto é, que há possibilidade da ocorrência de um dano à saúde do trabalhador. Na fase de reconhecimento for constatado risco evidente à saúde. Os resultados das avaliações quantitativas de exposições dos trabalhadores excederem os valores previstos na NR-15 ou na ausência destes, os valores de limite de exposição que são definidos na ACGIH, ou aqueles que forem estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que apresentem um rigor maior que os critérios técnico-legais estabelecidos. Quando no controle médico da saúde, ser constatado que os danos causados à saúde dos trabalhadores têm relação com a situação de trabalho que eles estão expostos. É importante citar que as prioridades são: o controle da fonte ou trajetória, e por último deve- se pensar no equipamento de proteção individual (EPI) nos trabalhadores. Os EPIs devem ser utilizados em serviço de curta duração, nas situações emergenciais, quando for comprovado que não é possível instalar um equipamento de proteção coletiva ou enquanto a medida de proteção coletiva estiver em fase de estudo ou implementação, e também quando medidas administrativas ou de organização do trabalho não forem suficientes. Exemplo: em um local de trabalho que apresenta níveis de ruído elevado, antes da obrigação do uso de protetores auditivos, devem ser adotadas todas as medidas capazes de reduzir ou eliminar o ruído como, por exemplo, o enclausuramento do equipamento ruidoso. Medidas de proteção coletivas Segundo a NR-9, o desenvolvimento e a implantação de medida de proteção coletiva deverão obedecer a seguinte hierarquia: 06/05/2020 Versão para impressão 14/35 Medidas que efetuem a eliminação ou redução da utilização ou formação de agentes prejudiciais à saúde; essas medidas atuam na causa para geração do risco, por exemplo: substituição de tintas à base de solventes, por tintas à base de água; substituição de areia seca em operação de jateamento (portaria n° 99/04 do ministério do trabalho e emprego – MTE). Medidas para prevenir a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente, por exemplo: isolamento ou barreira acústica em fontes geradoras de ruído. Medidas que reduzam os níveis ou concentração desses agentes no ambiente. Por exemplo: sistema de ventilação geral diluidora e/ou exaustora (introduzir ar novo e retirar ar contaminado do ambiente). Lembre-se que a NR-9 cita apenas as principais medidas coletivas que podem ser aplicadas no ambiente de trabalho, pois o detalhamento de quais medidas devem ser implantadas é possível apenas com o estudo preciso do ambiente em que se deseja controlar os riscos existentes. Além disso, a norma cita a importância do treinamento para os trabalhadores, essa medida de controle é importante para conscientizar os trabalhadores de como os agentes de risco a que estão expostos podem causar danos à saúde. Também permitem que eles aprendam como se proteger desses agentes. Medidas de caráter administrativo ou organização do trabalho As medidas administrativas mostram-se eficientes na redução da exposição ao risco quando aplicadas adequadamente. Entretanto, como muitas vezes a aplicação de tais medidas podem interferir no processo produtivo, sua adoção esbarra na resistência dos administradores. Logo, para que estas medidas obtenham êxito, é necessário o comprometimento da alta gerência com a proteção dos trabalhadores. Como medidas administrativas destacam-se: 06/05/2020 Versão para impressão 15/35 Limitação de tempo de exposição: sabe-se que o limite de tolerância é definido em função do tempo de exposição ao agente, além da probabilidade do dano à saúde do trabalhador. Então, a limitação de exposição aos riscos, pode-se tornar uma solução efetiva e econômica em muitos casos críticos. São exemplos típicos desse procedimento: o controle da exposição ao calor intenso, a vibração e a radiação, uma vez que o controle de EPI nesses agentes é limitado. Então, o tempo de execução das atividades, pausa de descanso, estabelecimento de rodízios podem reduzir a exposição a limites de tolerância. Procedimentos adequados: o conhecimento e adoção de métodos seguros de trabalho também se mostra eficiente no controle dos riscos. Para a implantação destas medidas, é necessário treinamento e conscientização dos trabalhadores na execução segura do trabalho. Deste modo, por exemplo, assegurar a todos os empregados o direito de adiar a realização de qualquer atividade onde as medidas de segurança detectadas pela análise de risco não estejam satisfeitas é um procedimento que se mostra eficaz na prevenção de danos à saúde do trabalhador. Equipamentos de proteção Individual Os EPI que devem ser fornecidos aos trabalhadores é de responsabilidade do empregador, sendo que a definição quanto ao qual EPI deverá ser utilizado pelo empregado, irá depender da função exercida e os riscos ao qual cada um está exposto. A definição de qual EPI deverá ser utilizado pelo empregado da empresa, é realizada com base nos riscos identificados no PPRA. Os profissionais de saúde e segurança da empresa, preferencial profissionais do SESMT da empresa, irão definir os EPIs adequados para diminuir ou neutralizar os riscos identificados. Segundo a NR-9, o PPRA deve prever a seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está exposto e à atividade exercida, levando em consideração a eficiência necessária para o controle da exposição ao risco e o conforto oferecido segundo a avaliação do trabalhador usuário. Assim, por exemplo, para os trabalhadores expostos ao risco ruído de uma determinada empresa, conforme registro no PPRA, o SESMT da empresa determinará a entrega de protetores auriculares a estes trabalhadores. São considerados EPIs apenas aqueles listados no anexo I a NR-6, intitulado “lista de equipamento de proteção individual”. 06/05/2020 Versão para impressão 16/35 A NR-9 também estabelece, que a partir da caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, sejam determinados os respectivos EPIs, tomando como base os riscos ambientais identificados. Sendo fundamental a realização de um programa de treinamento dos trabalhadores quanto à correta utilização dos EPIs e orientações sobre as limitações de proteção que o equipamento oferece. Esse treinamento pode ser conduzido em grupo ou individualmente. Deve ser realizada as manutenções regulares dos EPIs, pois sem a devida manutenção, a efetividade de um EPI não pode ser garantida. Essa manutenção deve incluir inspeção, cuidado, limpeza, reparo e armazenamento adequado. Então, é necessário o estabelecimento de procedimentos para substituir peças de EPIs danificados e mantê-los limpos, pois, o uso desses equipamentos com defeito ou com um baixo padrão de manutenção pode ser perigoso, uma vez que os trabalhadores pensam que estão protegidos quando, na verdade, não estão. Assim, é preciso que o PPRA estabeleça critérios e mecanismos de avaliação da eficácia das medidas de proteção implantadas, levando em consideração os dados obtidos nas avaliações realizadas e no controle médico da saúde previsto na NR-7 e também dos itens da NR-6. Controle médico O PPRA deverá ser articulado com as demais normas regulamentadoras, principalmente o programa de controle médico e saúde ocupacional (PCMSO). Os dados de avaliação quantitativa e qualitativa são a base para o médico coordenador estabelecer o controle médico dos trabalhadores. Além disso, os exames médicos constituem um importante critério de avaliação da eficácia das medidas de controle adotadas, principalmente quando o controle dos riscos é realizado com o uso do EPI. Nível de ação O nível de ação é o valor acima do qual devem ser iniciadas as ações preventivas de modo a minimizara probabilidade de que as exposições aos agentes ambientais ultrapassem os limites de tolerância. Desse modo, é necessário o monitoramento periódico da exposição, 06/05/2020 Versão para impressão 17/35 informar os trabalhadores sobre a importância de métodos seguros de trabalho, o controle médico do trabalhador exposto, além de outras medidas preventivas a critério do responsável técnico pela implementação do PPRA. A NR-9 apenas define nível de ação para os agentes químicos (concentração superior à metade do limite de exposição ocupacional) e ruído (dose acima de 0,50 ou 50% que corresponde ao nível equivalente de 80,0 dB (A)). f. Monitoramento dos riscos Após serem implantadas as medidas de controle, é importante que o profissional responsável pelo PPRA realize constantemente a avaliação e monitoramento dos riscos, para avaliar se as medidas de controle são eficazes ou se são necessárias novas adequações. Assim, com os dados do monitoramento inicial, o responsável pelo PPRA deve estabelecer a frequência de monitoramento dos agentes, com a repetição das medições e seu tratamento adequado, tendo como objetivo definir com mais exatidão a existência ou não do risco e por consequência, efetuar o planejamento adequado do monitoramento. Então, temos como situações que exigem o monitoramento: a introdução de medidas de controle, mudança no processo de trabalho, mudança no leiaute, entre outras. Vale ressaltar que muitas vezes o empregador tende a realizar o monitoramento por ocasião da análise global do programa e, dessa forma, o monitoramento acontece no mesmo período. Mas esta prática é incorreta, pois, não contempla as variações de intensidade ou a concentração dos agentes ao longo do tempo. 06/05/2020 Versão para impressão 18/35 g. Registro e divulgação dos dados De acordo com a NR-9, deve ser mantido pelo empregador ou instituição um registro de dados, estruturado de forma a constituir um histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA. Então, o documento-base, a avaliação global e as alterações do PPRA serão arquivados no estabelecimento por um período mínimo de 20 anos, bem como aqueles documentos inerentes ao tema, como laudos técnicos de avaliação de riscos ambientais. A CIPA terá acesso ao documento-base, a avaliação global e alterações para analisar, discutir e validar, sendo que uma cópia deverá ser anexada na ata da reunião. O registro dos dados deverá estar disponível aos trabalhadores interessados ou representantes, bem como as autoridades competentes. O histórico das avaliações dos riscos e a evolução das medidas de controle é importante para determinar a eficiência dessas medidas e a exposição ocupacional ao longo do tempo. Deste modo, a possível ocorrência de doença do trabalho poderá ser ou não comprovada pelas autoridades competentes, peritos, e dentre outros especialistas na matéria, por meio do histórico do programa. Os dados coletados no PPRA podem ser divulgados aos funcionários dos setores analisados por meio de treinamentos específicos, boletins e jornais internos, reuniões setoriais etc. Além disso, para se obter êxito na aplicações das ações do PPRA, é fundamental a elaboração de um cronograma, por meio desse documento tem-se uma ideia do que será realizado mês a mês. Exemplo de cronograma: Baixe aqui o material em PDF (objetos/planilha3.pdf) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5193691-dt-content-rid-176611471_1/institution/Senac%20RS/TST/UC06/conteudo_imp/2_estrutura/objetos/planilha3.pdf 06/05/2020 Versão para impressão 19/35 Cronograma - Ano 2017 Meses Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Formação equipe do PPRA X Análise preliminar dos riscos X Elaboração plano de ação X Elaboração documento - base X Aprovação documento - base X Implementação PPRA X X X Implementação Medidas de controle X X X Programa de treinamento X X X X X X X X X X X X Avaliação ambiental X Análise crítica periódica X Fonte: Adaptado de Campos (2014). Diante do que foi exposto e para melhor entendimento da estrutura do programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA), acompanhe um exemplo prático. MENU (#menu-mobile) Exemplo prático 1. ASPECTOS GERAIS 06/05/2020 Versão para impressão 20/35 1.1 Aspecto legal O PPRA – Programa de prevenção de riscos ambientais, foi instituído pela portaria n.º 25, de 29 de dezembro de 1994, ao qual altera a redação da NR-9. 1.2 Objetivo geral Preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequentemente controle da ocorrência de riscos ambientais. 1.3 Objetivos específicos Controlar os riscos ambientais existentes no local de trabalho com adoção de medidas de controle. Monitorar a exposição dos trabalhadores aos riscos ambientais existentes no local de trabalho. 1.4 Meta Eliminar ou minimizar os níveis compatíveis com os limites de tolerância da NR-15 da portaria 3.214/78 do ministério do trabalho ou com os da ACGIH. 2. RESPONSABILIDADE PELA IMPLANTAÇÃO Por solicitação da Empresa X Ltda. Desenvolveu-se o PPRA inicial, devendo a contratante dar continuidade ao programa implementando as medidas de controle de acordo com o cronograma de ações a ser estabelecido pela mesma. 3. METODOLOGIA DE AÇÃO O PPRA será desenvolvido em três etapas: Antecipação e reconhecimento. Avaliação quantitativa, avaliação qualitativa e monitoramento dos riscos ambientais. Implementação de medidas de controle. 06/05/2020 Versão para impressão 21/35 4. RISCOS AMBIENTAIS Segundo a NR-9 são considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição são capazes de causar danos à saúde do trabalhador, conforme classificação que segue: a) Agentes físicos: são diversas formas de energia que possam estar expostos os trabalhadores, como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não ionizantes, entre outros riscos. b) Agentes químicos: são todas as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória em forma de poeira, gases ou vapores, ou que devido a sua natureza da atividade de exposição possam ter contato ou serem absorvidas pelo organismo por meio da pele ou por ingestão. c) Agentes biológicos: são os riscos oferecidos por diversos tipos de micro-organismos, tais como: bacilos, bactérias, fungos, parasitas, vírus, etc. 5. REGISTRO, MANUTENÇÃO E DIVULGAÇÃO DO PPRA 5.1 Registro Todos os dados serão mantidos arquivados durante no mínimo 20 anos, juntamente com o histórico administrativo e técnico do desenvolvimento do PPRA. 5.2 Manutenção a) Avaliação periódica: será realizada avaliação periódica para verificar o andamento dos trabalhos e o cumprimento das metas estipuladas no cronograma. b) Monitoramento periódico: será realizado o monitoramento para avaliar a eficiência do programa e as medidas de controle implantadas. c) Controle médico: os resultados dos exames médicos também serão instrumentos para avaliar a eficácia do programa. 06/05/2020 Versão para impressão 22/35 5.3 Divulgação Todos os dados estarão à disposição dos empregados, seus representantes legais e órgãos competentes, em arquivo do SESMT. As informações sobre o PPRA serão fornecidas aos trabalhadores por meio de palestras ministradas pelo SESMT ou por outros meios de comunicação interna da empresa. 5.4 Planejamento O planejamento anual, metas, prioridades e cronograma de execução deverão ser definidos pela contratante. 6. DO LEVANTAMENTO DE DADOS Para desenvolvimento do PPRA, foram realizadas medições técnicas e inspeções de segurança nas instalações da empresa, permitindo o levantamento dos riscos ambientais a que estão expostos os empregados, levando em consideração o reconhecimento e o adequado controle e proteção. O estudo das condições de trabalho na empresa foi desenvolvidoindividualmente em cada setor, e os dados obtidos nas medições técnicas foram organizados em planilhas. 7. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA Itens que identificam uma empresa: Empresa: Endereço: Cidade/Estado: CEP: Telefone: CNPJ: CNAE: Grau de Risco: 06/05/2020 Versão para impressão 23/35 8. ATIVIDADES DA EMPRESA A empresa, objeto deste PPRA, tem como objetivo básico a produção de cimento e calcário agrícola. A empresa foi instalada em 25/08/2015 e atualmente, conta com 70 empregados diretos efetivos e 15 empregados de empresas prestadoras de serviços. A capacidade instalada para produção é de 12000 toneladas/mês de cimento em sacos, entretanto, a produção está reduzida a 2000 toneladas/mês. A produção de calcário agrícola anual é de 80000 toneladas, sendo prevista para 2017 a produção de 120000 toneladas. 9. PROCESSO PRODUTIVO O fluxograma a seguir, resume as etapas do fluxo produtivo da empresa: Clique ou toque para visualizar o conteúdo. 1. Extração 2. Britagem 3. Depósito 4. Dosagem 5. Moinho de cru 6. Silos de homogenização 7. Forno 8. Resfriador 06/05/2020 Versão para impressão 24/35 9. Depósito de clínquer 10. Adições 11. Moinho de cimento 12. Estocagem, embalagem e expedição Etapa 1 – Extração O calcário é a principal matéria-prima para fabricação do cimento. No processo da extração, utilizam-se explosivos para o desmonte de rochas de minas. Nesse processo também é extraído a argila. Etapa 2 – Britagem É realizado o transporte do calcário da mina até as centrais de britagem, com o auxílio das carregadeiras e dos caminhões caçamba. Nesse processo de britagem os blocos são reduzidos a dimensões adequadas ao processo industrial, sendo que esse tratamento permite eliminar uma grande parte de impurezas presentes no calcário. A argila, por ser mole, não passa pela britagem. Etapa 3 – Depósito É realizada a estocagem do calcário e da argila separadamente. Para garantir uma pré- homogeneização das matérias-primas, em cada um dos depósitos de armazenamento, há um equipamento que se encarrega de misturar as cargas. Nessa fase, as matérias-primas são submetidas aos ensaios diversos. 06/05/2020 Versão para impressão 25/35 Etapa 4 – Dosagem Nesta fase o composto de calcário (90%) e argila (10%) é dosado para posteriormente ser realizada a trituração no moinho de cru. Essa dosagem é efetuada com base em parâmetros químicos preestabelecidos, isto é, dependem das características composicionais dos materiais estocados, sendo controlados por balanças dosadoras. Etapa 5 – Moinho de cru Nesta etapa a farinha crua, composta pela mistura de calcário e argila, passa pelo processo de moagem em moinho de bolas, rolo ou barras, onde é realizado o início do processo de mistura das matérias-primas e ao mesmo tempo sua pulverização, tendo como objetivo reduzir o tamanho das partículas. Etapa 6 – Silos de homogeneização A farinha (devido ser formada por grãos muito finos) devidamente dosada e com dimensão adequada, deve ter a sua homogeneização assegurada para permitir uma perfeita combinação dos elementos formadores do clínquer. A homogeneização deve ser realizada em silos verticais de grande porte, por meio de processos pneumáticos e por gravidade. 06/05/2020 Versão para impressão 26/35 Etapa 7 – Forno Antes de ser inserida no forno, a farinha passa por pré-aquecedores (ou pré- calcinadores), que são equipamentos que aproveitam o calor dos gases provenientes do forno e executam o aquecimento inicial do material. Quando a farinha chega ao forno, já apresenta temperatura em torno de 900°C, ajudando a reduzir o consumo de energia. No interior do forno, a temperatura chega a 1.450°C, resultando no clínquer, produto com aspecto de bolotas escuras. Etapa 8 – Resfriador Um resfriador executa a redução da temperatura para menos de 200°C aproximadamente. Sendo que a clinquerização termina nessa etapa, quando acontece uma série de reações químicas que irão influenciar a resistência mecânica do concreto nas primeiras idades, o calor de hidratação, o início de pega (começo da solidificação do cimento) e a estabilidade química dos compostos. Etapa 9 – Depósito de clínquer A principal matéria-prima do cimento fica armazenada em silos, esperando a próxima etapa. Etapa 10 – Adições Junto com o clínquer, adições de gesso, escória de alto forno, pozolana e o próprio calcário compõem os diversos tipos de cimento. Essas substâncias são estocadas separadamente, antes de entrarem no moinho de cimento. 06/05/2020 Versão para impressão 27/35 10. RECONHECIMENTO DOS RISCOS AMBIENTAIS 10.1 Mina Clique ou toque para visualizar o conteúdo. Etapa 11 – Moinho de cimento Na moagem final que o clínquer, adicionado ao gesso ou outras adições, resulta no cimento em cimento de alta qualidade. Etapa 12 – Estocagem, embalagem e expedição É realizado o transporte do cimento pronto para os silos de estocagem, no qual é ensacado e posteriormente expedido para os pontos de consumo. 06/05/2020 Versão para impressão 28/35 Operador de equipamentos móveis Observe alguns exemplos de formulários de avaliação de riscos ambientais: Baixe aqui o material em PDF (objetos/planilha4.pdf) Fonte: Adaptado de SALIBA, Tuffi Messias et al. Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos ambientais. 2. ed. São Paulo: LTr, 1998. Exemplo de avaliação quantitativa (objetos/planilha5.pdf) Fonte: Adaptado de SALIBA, Tuffi Messias et al. Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos ambientais. 2. ed. São Paulo: LTr, 1998. Considerando o limite de tolerância estabelecido pelo anexo 1, da NR-15, da portaria n° 3.214/78, para exposição diária de 8 horas, pode-se dizer que o nível equivalente de ruído foi superior ao estabelecido. Assim, esse nível caracteriza a atividade desempenhada pelo trabalhador operador de equipamentos móveis, como insalubre de grau médio, sendo necessária a adoção de medidas de controle coletivas ou uso de protetor auricular adequado. Além disso, a dose igual a 3,48 significa que o risco de dano auditivo é 3,48 vezes maior em relação à exposição em condições normais, ou seja, dentro do limite de tolerância. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5193691-dt-content-rid-176611471_1/institution/Senac%20RS/TST/UC06/conteudo_imp/2_estrutura/objetos/planilha4.pdf https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5193691-dt-content-rid-176611471_1/institution/Senac%20RS/TST/UC06/conteudo_imp/2_estrutura/objetos/planilha5.pdf 06/05/2020 Versão para impressão 29/35 Auxiliar de mineração Veja agora exemplos de formulários de avaliação de riscos ambientais: Baixe aqui o material em PDF (objetos/planilha6.pdf) Fonte: Adaptado de SALIBA, Tuffi Messias et al. Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos ambientais. 2. ed. São Paulo: LTr, 1998. Baixe aqui o material em PDF (objetos/planilha7.pdf) Fonte: Adaptado de SALIBA, Tuffi Messias et al. Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos ambientais. 2. ed. São Paulo: LTr, 1998. Considerando o limite de tolerância estabelecido pelo anexo 1, da NR-15, da portaria n° 3.214/78, para exposição diária de 8 horas, pode-se dizer que o nível equivalente de ruído foi superior ao estabelecido. Assim, esse nível caracteriza a atividade desempenhada pelo trabalhador auxiliar de mineração, como insalubre de grau médio, sendo necessária a adoção de medidas de controle coletivas ou uso de protetor auricular adequado. Além disso, a dose igual a 24,0 significa que o risco de dano auditivo é 24,0 vezes maior em relação à exposição em condições normais, ou seja, dentro do limite de tolerância. Tendo em conta o anexo da NR-15, a concentração de poeira total foi superior ao limite de tolerância. Levando em consideração a saúde dos trabalhadores, a poeira respirável também deve ser monitorada, pois, é ela que penetra nos pulmões. Desse modo, sugere-se que na fase de monitoramento dos riscos seja também avaliada a poeira respirável. Para este posto de trabalho, a empresa forneceaos seus trabalhadores máscara de proteção, entretanto, a mesma não apresenta uma proteção suficiente para reduzi-la abaixo do limite de tolerância. No que se refere às atividades de abastecimento de veículos, carregamento e transporte de explosivos, segundo a NR-15, portaria n° 3.214/78, são consideradas como perigosas. O auxiliar desempenha suas atividades de forma habitual e permanente nas referidas operações, assim, fica estabelecida a periculosidade por contato com explosivos e inflamáveis nessa atividade. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5193691-dt-content-rid-176611471_1/institution/Senac%20RS/TST/UC06/conteudo_imp/2_estrutura/objetos/planilha6.pdf https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5193691-dt-content-rid-176611471_1/institution/Senac%20RS/TST/UC06/conteudo_imp/2_estrutura/objetos/planilha7.pdf 06/05/2020 Versão para impressão 30/35 Blaster Veja agora exemplos de formulários de avaliação de riscos ambientais: Baixe aqui o material em PDF (objetos/planilha10.pdf) Fonte: Adaptado de SALIBA, Tuffi Messias et al. Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos ambientais. 2. ed. São Paulo: LTr, 1998. Baixe aqui o material em PDF (objetos/planilha8.pdf) Fonte: Adaptado de SALIBA, Tuffi Messias et al. Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos ambientais. 2. ed. São Paulo: LTr, 1998. Considerando o limite de tolerância estabelecido pelo anexo 01, da NR 15, da portaria n° 3.214/78, para exposição diária de 8 horas, pode-se dizer que o nível equivalente de ruído foi superior ao estabelecido. Assim, esse nível caracteriza a atividade desempenhada pelo trabalhador que desempenha a função como blaster, como insalubre de grau médio, sendo necessária a adoção de medidas de controle coletivas ou uso de protetor auricular adequado. Além disso, a dose igual a 3,48 significa que o risco de dano auditivo é 3,48 vezes maior em relação à exposição em condições normais, ou seja, dentro do limite de tolerância. No que se refere às atividades de abastecimento de veículos, carregamento, transporte de explosivos, inspeção, armazenamento, entre outras, segundo a NR-15, portaria n° 3.214/78, são consideradas como perigosas. O blaster desempenha suas atividades de forma habitual e permanente nas referidas operações, assim, fica estabelecida a periculosidade por contato com explosivos e inflamáveis nessa atividade. 10.2 Medidas de controle No presente trabalho, foram desenvolvidos o reconhecimento e avaliação quantitativa em todos os postos de trabalho, com base apenas nas medições de cada agente ambiental. Então, de acordo com esses dados, foram sugeridas a implantação de medidas de controle dos riscos ambientais, segundo a seguinte hierarquia: medidas coletivas, medidas administrativas de organização do trabalho e medidas de proteção individual. Desse modo, a empresa deve estudar a viabilidade técnica de implantação de cada uma delas. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5193691-dt-content-rid-176611471_1/institution/Senac%20RS/TST/UC06/conteudo_imp/2_estrutura/objetos/planilha10.pdf https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5193691-dt-content-rid-176611471_1/institution/Senac%20RS/TST/UC06/conteudo_imp/2_estrutura/objetos/planilha8.pdf 06/05/2020 Versão para impressão 31/35 Durante a análise das medidas, outras soluções, além das sugeridas, poderão ser encontradas. Assim, toda a adoção de medidas deverá ser precedida de um estudo mais profundo da viabilidade técnica e econômica, assim como a repetição das avaliações dos agentes ambientais nos locais de trabalho. Clique ou toque para visualizar o conteúdo. 06/05/2020 Versão para impressão 32/35 Medidas de controle coletivas • Mina Foi realizada a implantação de um sistema de exaustão na perfuratriz, que embora tenha reduzido a concentração, ainda não é suficiente para diminuir a intensidade abaixo do limite de tolerância. Então, sugere-se realizar o estudo do projeto do sistema, e verificar a possibilidade de que as perfurações possam ser realizadas a úmido, pois o material úmido praticamente não gera poeira. Nas operações de carregamento, sugere-se a umidificação do material antes de realizar o carregamento. Outra sugestão é realizar o fechamento da cabine da pá carregadeira com ventilação interna adequada. • Britador Como neste local a concentração de poeira é bastante elevada, sugere-se que seja realizado o trabalho a úmido, isto é, instalação de aspersores de água nos pontos de maior geração de poeira. Como medida alternativa, pode ser realizada a instalação de captores nos pontos de geração com maior concentração de poeira. Além disso, pode ser feito o isolamento da cabine de operação de instalação de britagem, a fim de reduzir a exposição à poeira e ruído. • Moinhos Sugere-se efetuar o isolamento da cabine dos operadores, para reduzir a exposição ao ruído. E para controle de poeira, deve ser realizada a manutenção nas gaxetas das bombas, evitando assim o vazamento de poeira. • Laboratório Nesse local deve-se manter as capelas em bom estado de operação e ser realizada a instalação de chuveiros automáticos. • Oficina mecânica Para as operações de soldagem deve ser instalado um sistema de exaustão portátil ou sobre a bancada. 06/05/2020 Versão para impressão 33/35 • Ensacamento de cimento Deve ser realizada a regulagem dos bicos de enchimento para que não ocorra o derramamento de cimento e consequentemente o levantamento de poeira. A carroceria dos caminhões deve ser mantida limpa, pois a queda dos sacos com cimento provoca o levantamento de poeira. Além disso, deve-se efetuar o redimensionamento do sistema de exaustão existente. • Pá carregadeira – Calcário agrícola Para evitar que haja a interferência de poeira, sugere-se o fechamento da cabine da carregadeira. • Ensacamento de calcário agrícola Recomendam-se as mesmas medidas de controle que foram sugeridas para ensacadeira de cimento. Medidas de controle administrativas Nos locais onde o nível de exposição está acima do nível de tolerância, sugere-se a limitação do tempo de exposição dos trabalhadores. Além disso, os locais de trabalho deverão estar sempre limpos, sendo que essa limpeza deve ser realizada a úmido ou por aspiração para evitar o levantamento de poeira. 06/05/2020 Versão para impressão 34/35 Equipamentos de proteção individual Na empresa em estudo, constata-se o fornecimento de EPI aos trabalhadores, mas não é efetivo o uso pela maioria. Além disso, alguns EPI’s não são adequados para minimizar os riscos aos níveis adequados. Assim, recomenda-se: Exigir na compra do EPI o certificado de aprovação (CA) com as informações sobre redução, limitação de proteção etc. Realizar a seleção do equipamento de proteção individual adequado ao risco que o trabalhador está exposto e a atividade exercida, levando em consideração a eficiência necessária para o controle de exposição ao risco e o seu conforto. Além disso, os trabalhadores devem ser treinados quanto a sua correta utilização e limitação de proteção do EPI. O estabelecimento de normas e procedimentos para promover o fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, com objetivo de garantir as condições de proteção originalmente estabelecida. Nos locais onde os EPI’s não são suficientes para controlar a exposição, os mesmos devem ser substituídos. Treinamento Todos os trabalhadores devem ter treinamentos sobre os riscos existentes em seu local de trabalho e sobre a importância de adoção de medidas preventivas. Além disso, devem ser submetidos aos treinamentos sobre o uso correto dos EPI’s e as limitações de proteção oferecida. 06/05/2020 Versão para impressão 35/35 Nível de ação Considera-se nível de ação o valor acima do qual deverão ser iniciadas as medidas preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições aos agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações incluem: Medições periódicas da exposiçãoocupacional Treinamento dos trabalhadores Controle médico Segundo a NR-9, deverão ser objeto de controle as situações que apresentem exposição ocupacional acima dos níveis de ação, conforme critério indicado nas alíneas: a) Agentes químicos: metade dos limites de exposição ocupacionais adotados. b) Ruído: dose de 0,5 (50% de dose) do limite de tolerância previsto para a jornada de trabalho. MENU (#menu-mobile)
Compartilhar