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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC Acadêmica: Keyth Pellenz Heleodoro Criminologia – Turma 01 Criminologia Liberal parte 02 Ao longo do estudo da Criminologia, desde sua fase no Classicismo até o momento em que nos encontramos na Criminologia Liberal, podemos observar diversos posicionamentos acerca do fenômeno criminológico. Chegamos então a posicionamentos mais recentes, sobre uma sociedade totalmente diferente da época da Criminologia Positivista ou Classicista. Nesse cenário temos posicionamentos como o de Edward Sutherland, que acreditava que o indivíduo aprendia a conduta criminal, em contrapartida, G. Sykes discorda. Este autor, acreditava que o ser humano possui a tendência à conduta criminal e se você a pratica, irá tentar explicá-la de alguma forma, o que o autor chamou de racionalização a posteriori. Na Criminologia Liberal, o autor A. Cohen, observou a sociedade americana da década de 50 e 60, durante o ápice da economia estadunidense, pode perceber que diferente do que se demonstrava, aquela sociedade era repleta de desigualdade, divergências e que não seria a boa condição econômica que evitaria que os problemas aparecessem. Nesse cenário começaram a surgir grupos que não se identificavam com os valores sociais da época, criaram-se as gangs juvenis por exemplo. Os valores hegemônicos não representavam muita gente, assim esses pequenos grupos foram se formando em sua maioria por pessoas que possuíam valores distintos daqueles imposto pela sociedade. O filme Capitães de Areia, baseado no livro de Jorge Amado retrata esse “rompimento” com a sociedade tradicional. Meninos que não possuem lar e nem família vivem em comunidade. As atitudes que não eram aceitas pela população, era o que unia o grupo, mesmo que essas atitudes fossem delituosas, mas era a maneira como eles viviam. Esses grupos foram definidos por Cohen como Subculturas Criminais. Rompendo com todas as teorias e pensamentos sobre o fenômeno criminal, H, Becker afirmou que o crime não existe, definiu como Teoria do Entiquetamento. O crime não seria um fenômeno natural e muito menos biológico, mas sim uma simples definição cultural sobre determinada conduta. O delito é criado simplesmente por uma definição penal. É a sociedade que define as condutas como corretas e incorretas, tudo que é contrário ao padrão se torna uma conduta desviante. Podemos perceber a presença incontestável dos rótulos e estigmas sociais impostos a determinados sujeitos marginalizados. A sociedade rotula alguns indivíduos de forma a deixá-los a um passo da criminalidade, priorizando o bem comum de poucos, e segregando aqueles que mais necessitam de atenção e assistência.