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PARECER JURÍDICO_ CASO DOS EXPLORADORES DAS CAVERNAS (perspectiva atual sob análise jurídico-penal) _ Dias de Souza _ REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS - UNIVERSO RECIFE

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REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS - UNIVERSO RECIFE, VOL. 3, NO 1
(2016)
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Capa > Vol. 3, No 1 (2016) > Dias de Souza
PARECER JURÍDICO: CASO DOS EXPLORADORES DAS
CAVERNAS (PERSPECTIVA ATUAL SOB ANÁLISE JURÍDICO-
PENAL).
Luciano Soares Dias de Souza, Cláudia Rufino do Nascimento, Thays de Oliveira Britto
RESUMO
DO RELATÓRIO: No ano de 4299 cinco exploradores partiram para uma expedição, foram explorar uma caverna, mas houve
um desmoronamento que tampou a única saída. Passado algum tempo a família, percebendo a demora, pediu ajuda. O resgate foi
difícil, pois novos desmoronamentos ocorriam. Depois de 20 dias, conseguiram comunicar-se com os exploradores através de um
rádio. Perguntaram quanto tempo demoraria para eles saírem e a resposta foi mais 10 dias; depois perguntaram para um médico
se eles poderiam sobreviver sem comer por mais 10 dias e ele respondeu que provavelmente não. Um dos exploradores, Roger
Whetmore, propôs aos quatro colegas que jogassem dados e quem perdesse seria morto e dado de alimento para os demais, antes
de ser jogado os dados ele pediu para adiar 7 (sete) dias, e os outros exploradores o acusaram de quebra de boa vontade e
continuaram arremessando os dados. Quando chegou a vez de Whetmore, os dados foram lançados por um dos réus, e ele foi
inquirido a levantar quaisquer objeções que tivesse quanto à justiça do arremesso, afirmando que não teria nenhuma objeção. O
resultado foi contrário a Whetmore, e ele foi morto e consumido pelos seus companheiros. DA FUNDAMENTAÇÃO: As
condutas dos réus estão amparadas sobre uma causa de exclusão da ilicitude, a saber, o estado de necessidade, alocado no artigo 23,
inciso I do Código Penal. Salienta Cleber Masson (2013: 397-398) sobre o conceito de estado de necessidade, “é a causa da
exclusão da ilicitude que depende de uma situação de perigo, caracterizada pelo conflito de interesses lícitos, ou seja, uma colisão
entre bens jurídicos pertencentes a pessoas diversas, que se soluciona com a autorização conferida pelo ordenamento jurídico para
o sacrifício de um deles para a preservação do outro”. Sobre o estado de necessidade comenta Fernando Capez (2012: 174):
“Causa de exclusão da ilicitude da conduta de quem, não tendo o dever legal de arrostar o perigo, sacrifica um bem jurídico para
salvar outro, próprio ou alheio, ameaçado por situação de perigo atual ou iminente não provocado dolosamente pelo agente, cuja
perda não era razoável exigir”. CONCLUSÃO: Analisando o contexto fático é possível concluir que todos os requisitos do estado
de necessidade ocorreram no acidente, pois surgiu um perigo atual, representado pelo confinamento e ausência de mantimentos;
o perigo não foi provocado voluntariamente pelos exploradores de caverna; a ameaça existiu ao direito próprio a vida que cada
uma tem; e não existia por parte dos réus o dever legal de enfrentar o perigo. Aliado a um fato necessitado em que ocorreu a
inevitabilidade do perigo por outro modo; junto com a proporcionalidade, pois praticar canibalismo foi a única opção que existiu
para a manutenção do direito a vida, ou seja, para a própria subsistência dos réus. Logo, é gritante a ausência de um crime
cometido pelos quatros membros da Sociedade Espeleológica, visto que ocorreu em uma situação macabra (confinamento
ocorrido pelo deslizamento de terra aliado a ausência de mantimentos). Não haveria outra saída para a sobrevivência dos
exploradores de caverna sem um possível sacrifício; nesse contexto, poderia advir o esdrúxulo encargo para qualquer um dos
quatros exploradores, porém esse encargo se sobrepôs em Whetmore, que propôs o jogo de dados cominando em sua morte. O
magistrado deverá absolver os réus sumariamente com fulcro no artigo 415, inciso IV do Código de Processo Penal, com redação
alterada pela Lei 11.689/2008 diante de circunstância que exclui o crime. É o parecer. REFERÊNCIAS: MASSON, Cleber. Direito
penal esquematizado. Parte Geral – vol. 1 – 7ª ed., São Paulo: Método. CAPEZ, Fernando. Direito Penal Simplifica-do: Parte
Geral. 15ª ed., São Paulo: Saraiva.
 
29/04/2024, 08:43 PARECER JURÍDICO: CASO DOS EXPLORADORES DAS CAVERNAS (perspectiva atual sob análise jurídico-penal). | Dias d…
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