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doenças, sintomas e manejo- fitopatologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA-CAMPUS FLORESTAL
Ana Clara Antunes - 7592
FITOPATOLOGIA
FLORESTAL,29 DE NOVEMBRO
Tomateiro
Murcha bacteriana
· Sintomatologia
O principal sintoma dessa doença é a murcha da planta que começa a ser visível nos folíolos mais novos para os mais velhos à medida que ela evolui,os sinais da doença são evidenciados nas horas mais quentes do dia. Esses sinais da murcha são conseqüência da interrupção parcial ou total do fluxo de água pelas raízes. Outro sintoma de murcha é o escurecimento vascular que causa uma exsudação no caule quando posto em um copo com água. 
· Epidemiologia
A murcha bacteriana é mais favorecida em ambientes quentes e úmidos, com isso ocorre maior disseminação nos cultivos em épocas de verão chuvoso. O patógeno também se torna evidente em alguns cultivos em que há irrigações com vazamentos excessivos no solo. Plantios conduzidos a baixas temperaturas podem escapar da doença, mesmo com a bactéria presente no solo.
· Manejo
O controle da murcha bacteriana após sua manifestação é muito difícil. Como sua disseminação é mais rápida em temperaturas elevadas é aconselhável que se faça o plantio de inverno pois oferecem menos riscos em áreas onde a doença é endêmica. A escolha da área de plantio é fundamental para o controle da murcha bacteriana. Terrenos com histórico da doença ou que foram recentemente cultivados devem ser evitados, pois o patógeno sobrevive por vários anos no solo. Também devem ser evitados terrenos de baixadas e terrenos muito argilosos, sujeitos ao encharcamento. Outra prática altamente recomendável é a rotação de culturas pois é efetiva para todas as doenças associadas ao solo.
Cancro 
· Sintomatologia 
 O tomateiro é suscetível em qualquer idade e todos os órgãos da planta podem ser afetados. A bactéria caracteriza-se por apresentar dois tipos de colonização em tomateiro: a localizada e a sistêmica. A colonização localizada é mais comum nas épocas chuvosas, porque favorece a disseminação e penetração da bactéria nos tecidos das plantas, via estômatos e hidatódios. Sintomas iniciais nos folíolos variam desde encharcamento, seguido de necrose, até pequenas elevações de forma circular, com o centro esbranquiçado, que se rompem, liberando a bactéria e formando pequenos cancros de centro suberoso. Como essas lesões são levemente salientes, os folíolos afetados podem mostrar-se ásperos ao tato.Outro sintoma, comum a várias bacterioses do tomateiro, é a queima das bordas dos folíolos em conseqüência da penetração do patógeno pelos hidatódios. Lesões em hastes, ráquis, pecíolos e frutos são semelhantes às do limbo foliar. Na superfície dos frutos, os sintomas apresentam-se como lesões circulares, brancas, que se rompem formando um tecido suberificado no centro e um halo esbranquiçado. Este sintoma é conhecido como “olho-de-passarinho”. Quando ocorre grande número de lesões nos frutos, estes podem ser deformados.A colonização sistêmica é a mais importante porque plantas afetadas murcham parcial ou totalmente. A bactéria pode penetrar por aberturas naturais e ferimentos, inclusive pelas raízes. No hospedeiro, a bactéria multiplica¬se rapidamente, colonizando o sistema vascular de maneira ascendente. A invasão sistêmica é mais rápida quando a penetração ocorre através dos ferimentos ocasionados pela desbrota em tomateiro estaqueado. Nestes, os sintomas sistêmicos ocorrem sempre acima do ponto de desbrota no caule, mas a murcha pode ser vista, primeiramente, na folha adjacente a este local. Além de murcha, pode ocorrer também necrose dos bordos dos folíolos da metade da folha, de apenas metade da planta ou de toda a planta.O sintoma interno da colonização sistêmica envolve a alteração da cor da região vascular de amarela à pardo-escura. Em conseqüência da colonização na região dos vasos liberianos, o córtex tende a destacar-se com facilidade, mostrando tecido desintegrado entre os vasos lenhosos e liberianos. Em alguns casos, até a medula apresenta-se amarelada, devido à presença da bactéria. A colonização sistêmica pode atingir toda a planta, inclusive a placenta do fruto, daí chegando até o interior da semente.
· Epidemiologia
A manifestação de sintomas de murcha das folhas intensifica-se a partir do início da frutificação, quando os frutos não se desenvolvem normalmente e caem com facilidade, O prejuízo causado pelo cancro bacteriano varia de acordo com o grau de suscetibilidade da variedade, estádio de desenvolvimento das plantas quando infectadas, condições climáticas, cuidados tomados pelo produtor e proporção de plantas afetadas na cultura, principalmente, pela colonização sistêmica.
· Manejo
O controle só é efetivo quando se aplica um conjunto de medidas de caráter preventivo, uma vez que não existe produto químico que controle eficientemente a doença após sua instalação na cultura. Pulverizações com produtos químicos recomendados visam, principalmente, impedir que o patógeno multiplique, dissemine e penetre nos diferentes órgãos das plantas. As principais medidas de controle são: evitar o plantio em local anteriormente cultivado com o tomateiro, obedecendo-se rotação de culturas por um período mínimo de 3 anos; evitar o plantio de outras solanáceas; tratar as estacas com produtos que eliminem possíveis fontes de inóculo do patógeno. Pulverizações preventivas com fungicida à base de cobre também podem apresentar controle satisfatório. É importante ressaltar que, embora os cúpricos tragam benefícios ao controle de muitas doenças, aplicações freqüentes, mesmo em doses recomendadas, podem ocasionar prejuízos no desenvolvimento das plantas e no pegamento e desenvolvimento dos frutos 
Citrus
CVC- Clorose Vareigada do Citros
· Sintomatologia 
 Também chamada de cigarrinha da cvc. Esta cigarrinha suga o xilema das plantas embora este dano não seja expressivo devido aos seus baixos níveis populacionais. A importância desta praga, juntamente com outras espécies cicadelídeos, é a de transmitir a bactéria Xyllela fastidiosa , agente da grave doença por amarelinho ou CVC (Clorose Vareigada dos Citros).
· Epidemiologia
 Esta cigarrinha é polífaga e, nos pomares de citros, é encontrada se alimentando nas brotações mais desenvolvidas, porém não lenhosas. Tem o comportamento de se esconder rapidamente trás do ramo sempre que alguém de aproxima. Os ovos são depositadas em fileiras na face abaxial de folhas maduras, sendo coberto por uma substância pulverulenta que as fêmeas armazenam sobre as asas para esta finalidade. 
· Manejo 
 A infestação no pomar pode ser estimada pela inspeção das brotações de 2% das árvores ou utilizando armadilhas adesivas de cor amarela. O controle químico das cigarrinhas é recomendado quando for constatada a presença destes insetos, ninfas e adultos, independente da espécie, em 10% das plantas vistoriadas. Diversos inseticidas são recomendados no controle desta praga, mas deve ser dada a preferência para aqueles pincelados no tronco e pernadas das plantas ou no solo, que são mais seletivos à entomofauna genética. 
Dragão amarelo
· Sintomatologia 
Podem aparecer tanto em plantas jovens como em plantas em plena produção. Em ambos os casos os primeiros sintomas aparecem inicialmente nos ramos que se apresentam com folhas amareladas em contraste com a coloração verde das folhas dos ramos não afetados, e são visíveis à distância. É preciso cuidado para não confundir os sintomas com deficiências de zinco, cálcio ou nitrogênio. Essa dificuldade pode ser contornada observando-se as folhas mais de perto que apresentam coloração amarela pálida, com áreas de cor verde, formando manchas irregulares/mosqueadas. Não é muito comum, mas pode ocorrer o engrossamento e clareamento das nervuras da folha, que ficam com aspecto de cortiça. Geralmente, o amarelecimento da folha se dá de forma assimétrica. Com a evolução da doença, há intensa desfolha dos ramos afetados e os sintomas começam a aparecer em outros ramos da planta, tomando toda a copa, inclusive com o surgimento de seca e morte de ponteirosNos frutos, os sintomasexternos são pequenas manchas circulares verde-claras que contrastam com o verde normal. Também ocorre redução no tamanho dos frutos, que se tornam deformados ou murchos e com uma coloração acinzentada e fosca. Internamente, ao cortar-se um fruto, no sentido longitudinal, nota-se uma assimetria entre os lados, filetes alaranjados que partem da região de inserção com o pedúnculo (haste que segura o fruto). O albedo, parte branca interna da casca, em alguns casos, apresenta uma espessura maior do que o normal e as sementes podem aparecer abortadas.Internamente, o fruto pode também apresentar diferença de maturação  nas diferentes partes, ou seja, ter um dos lados maduro (alaranjado) e o outro ainda esverdeado.
· Epidemiologia 
As bactérias do greening são transmitidas pelo psilídeo Diaphorina citri, inseto de coloração branca acinzentada e manchas escuras nas asas, com comprimento de 2 a 3 mm, e muito frequente nos pomares nas épocas de brotação das plantas. Os pomares com alta incidência da doença e sem o adequado controle do inseto vetor representam uma séria ameaça aos pomares vizinhos, porque as plantas doentes servem como fonte da bactéria, que será adquirida pelos psilídeos ao se alimentarem ou se reproduzirem nelas. Ao se alimentarem em plantas sadias, os insetos disseminam a bactéria e a doença pelo próprio pomar e para outras propriedades da região.
· Manejo 
 Para os estados em que a doença já se instalou, estão sendo recomendadas as medidas de controle utilizadas por países em que a doença já se instalou há mais tempo.Inspeção do pomar – Recomenda-se fazer inspeções constantes, planta a planta, pelo menos quatro vezes por ano; Monitoramento do inseto vetor - O monitoramento de Diaphorina citri pode ser realizado por meio de armadilhas adesivas amarelas e pela observação de brotos novos. As armadilhas devem ser posicionadas em pontos estratégicos da propriedade para detectar a presença e movimentação do inseto vetor. Devem ser vistoriados de três a cinco ramos novos por planta, observando a presença de ovos, ninfas e/ou adultos.O controle químico, com a aplicação de inseticidas, deve ser realizado quando for observada a presença do vetor em pelo menos 10% dos brotos amostrados; Aquisição de mudas sadias – essa é a medida preventiva de maior importância: as mudas devem ser adquiridas em viveiros protegidos e que sigam a legislação fitossanitária, Sempre Optar por plantar mudas sadias e de boa qualidade e resistência.
Viroses vegetais
Vírus mosaico do mamoeiro
 
· Sintomatologia 
É causado por um vírus e é transmitido pelo pulgão, inseto que se instala nas ervas daninhas que crescem em volta dos pés. O pulgão carrega o vírus causador do mosaico e quando pica o mamoeiro doente, ele adquire o vírus, vai para outras plantas e transmite para os pés sadios.
Os primeiros sintomas aparecem nas folhas novas,que incluem um leve padrão de mosaico e deformação, manchas parecidas com bolhas aparecem nas laminas foliares que podem variar com tons verde-amarelados, por isso o nome de mosaico. Em estágios mais avançados da doença as nervuras foliares podem apresentar sinais de clareamento os pecíolos ficam um pouco mais curtos e as folhas enrolam para baixo e adotam uma postura ereta. As plantas apresentam um crescimento moderadamente atrofiado o que só fica aparente quando comparado diretamente com outras plantas saudáveis. Outro sintoma aparece no talo, tipo uma estria, e nos frutos, em formato de anel.
· Epidemiologia 
O vírus afeta mamoeiros, bem como outras culturas,como as da família das cucurbitáceas. Ele se dissemina de uma planta doente para um sadia através de pulgões ou por ferimentos mecânicos. Outros modos de transmissão da doença são através da enxertia de material de plantas afetadas ou por ferimentos mecânicos nas plantas. Ele é muitas vezes associado a outras doenças virais, e os sintomas podem variar um pouco nestes casos. Este vírus é na verdade de menor importância no mamão, mas quando encontra condições ideais pode causar perda na produção.
· Manejo 
CONTROLE BIOLÓGICO- Desinfete ferramentas de trabalho ou as aqueça num forno a 150°C por uma hora para matar o vírus. Ferramentas de trabalho ou uvas também podem ser mergulhadas em hipoclorito de sódio a 0,5%e então enxaguadas em água. Biofungicidas à base de verticillium lecanii também podem ajudar a controlar as populações de pulgão. Sabões inseticidas podem ser eficazes no inicio de uma manifestação.
CONTROLE FÍSICO- Deve-se considerar uma abordagem integrada com medidas preventivas e tratamentos biológicos. Não existem tratamentos químicos para contaminações virais. Afídeos podem ser controlados através de uma série de produtos como cipermetrina,clorpirifós e pirimicarbe.
MEDIDAS PREVENTIVAS- Plante sementes ou mudas de plantas saudáveis ou de fornecedores certificados.faça rotação de culturas não hospedeiras. Esteja atento para não transportar solo ou material de plantas infectadas para áreas não infectadas. Localize, remova e destrua plantas ou partes de plantas infectadas. Desinfete suas ferramentas e equipamentos com calor ou outros métodos. Mantenha as mãos e roupas limpas e use luvas.
Vira cabeça em mamoeiro
· Sintomatologia 
Os sintomas característicos da doença são o arqueamento do topo das plantas, daí a designação “vira-cabeça”, associado à descoloração das folhas mais novas, ocorrência de anéis cloróticos e necróticos, bronzeamento das folhas, necrose nas folhas e no caule e morte do ponteiro. Nos frutos, é comum a ocorrência de anéis necróticos. Com certa frequência, nota-se a ocorrência de TCSV causando sintomas apenas nos frutos devido à inoculação direta da flor pelo tripes virulífero. É um dos mais agressivos e drásticos problemas no campo, culminando na morte das plantas afetadas e na produção de frutos inaptos à comercialização. 
· Epidemiologia 
 A transmissão do vírus ocorre tanto na fase larval quanto na fase adulta, mas as partículas virais são adquiridas apenas na fase larval do inseto. O tipo de relacionamento do vírus com o vetor é circulativo-propagativo, de forma que o vírus se multiplica no tripes e permanece transmissível ao longo da vida do inseto, daí a sua importância epidemiológica, agravada ainda pelo fato de o tripes ser um inseto polífago.
 As condições atípicas de baixa pluviosidade, associadas a temperaturas elevadas, propiciam aumentos na população de tripes virulíferos, acarretando perdas significativas no campo, especialmente em cultivares que não apresentam resistência ao TSWV.
· Manejo 
As principais práticas de manejo do Vira-cabeça em condições de campo estão baseadas na redução do potencial de inóculo pelo vetor e na utilização de cultivares resistentes. São elas:
· Utilização de cultivares resistentes dentro de um manejo integrado. Cultivares que expressam o gene Sw-5 apresentam altos níveis de resistência ao TSWV quando associados a um programa de manejo integrado de pragas.
· Evasão de áreas com alta população de tripes potencialmente virulíferos, especialmente no caso de locais com restos de cultura de hospedeiras preferenciais, como a berinjela ou o jiló.
· Eliminação de restos de cultura, roguing de plantas sintomáticas e manejo de hospedeiras preferenciais, na medida do possível.
· Manejo da população de tripes com produtos fitossanitários preventivos e de choque, devidamente registrados para a cultura.
· Adoção de inimigos naturais e controle biológico do inseto vetor.
Leprosa de citrus
· Sintomatologia 
 O vírus fica restrito e provoca sintomas apenas nas áreas de alimentação do ácaro nas folhas, ramos e frutos e não se distribui pela planta. Estes sintomas da leprose aparecem de 20 a 60 dias após a transmissão do vírus.As folhas apresentam lesões arredondadas e lisas, de 1 a 3 cm de diâmetro, tanto na face superior como na inferior, de coloração verde-pálida à amarela, podendo ocorrer anéis necróticos no centro da lesão, provocando uma queda acentuada das folhas.Nos ramos, as lesões são irregulares, salientes e corticosas de coloração marrom avermelhada,provocando uma escamação da casca dos ramos. Quando em grande quantidade, provocam a seca e morte dos ramos.Nos frutos, as lesões são rasas e necróticas, distribuídas de forma irregular na superfície. Nos frutos verdes, observa-se um halo amarelo em torno da lesão e à medida que ele amadurece, as lesões se tornam escuras e pouco deprimidas. Ocorre queda de frutos, principalmente quando as lesões são próximas ao pedúnculo.
· Epidemiologia 
O Ácaro, B.Phoenicis, agente disseminador do vírus da Leprose, pode ser transportado de uma planta pra outra dentro do pomar ou para outros pomares, através do vento, mudas e borbulhas infectadas e, também por caixas na época da colheita.
· Manejo 
 O controle da leprose é baseado em medidas de redução das fontes de vírus e da população do ácaro, portanto, devemos tomar as seguintes medidas:
• Plantio de mudas sadias: mudas contaminadas podem introduzir a doença e ácaro no pomar.
• Poda de limpeza de ramos com sintomas: reduz a fonte de contaminação de vírus, revigora a planta e facilita as pulverizações por abrir a copa da planta. Plantas podadas drasticamente devido ao ataque severo de leprose voltam a produzir em até 2 anos.
• Implantação de quebra-vento ou cerca viva com espécies não hospedeiras do ácaro: para reduzir a entrada e disseminação do ácaro (Pinus, Casuarina ou Corymbia torelliana).
• Desinfestação de materiais de colheita, equipamentos e veículos: para evitar que os ácaros sejam levados de um pomar para outro.
• Colheita: começando pelos talhões sem ácaros e sem plantas com sintomas. Procurar retirar todos os frutos da planta, sem deixar frutos remanescentes. Retirada de frutos temporões.
• Controle de verrugose: uma vez que as lesões servem de abrigo ao ácaro.
• Eliminação de plantas hospedeiras.
Endurecimento do fruto do maracujá 
· Sintomatologia 
Nas folhas do maracujazeiro, o PWV induz sintomas de mosaico de intensidade variada, manchas amareladas em forma de anel, mosqueamento, rugosidade, embolhamento ou distorção. Os internódios tornam-se curtos,por isso há redução de porte das plantas infectadas. Os frutos são freqüentemente deformados, de tamanho reduzido e o pericarpo torna-se endurecido e espesso, quando comparado com um fruto de planta sadia, razão por que têm seu valor comercial reduzido.A diminuição do ciclo produtivo das plantas, aliada à deformação dos frutos e à redução na produção de polpa, provoca a queda da produtividade da cultura.O círculo de hospedeiras do PWV é quase que restrito ao gênero Passiflora e algumas espécies da família Leguminosae-Papilionoideae, entre elas Arachis hypogaea, Centrosema pubescens, Glycine max, Lablab purpureus, Macroptilium atropurpureum, Phaseolus vulgaris, Pisum sativum e Vicia faba. Entretanto, experimentalmente, espécies de pelo menos mais nove famílias são susceptíveis ao PWV.
· Epidemiologia 
O PWV é disseminado naturalmente de maneira não-persistente por insetos- vetores da família Aphididae: Aphis gossypii, Myzus persicae e além dessas espécies, Aphis solanella, Toxoptera citricidus, Uroleucon ambrosiae e U. sonchii transmitiram o PWV em condições experimentais, mas não as espécies A. craccivora, Hyperomyzus sp. e Brevicoryne brassicae. Também, experimentalmente demonstraram que A. fabae transmitiu PWV para 50% das plantas de M. lathyroides, colonizadas pelo inseto após aquisição de PWV.O vírus é transmitido também por enxertia, mas não por sementes de maracujá. Em condições experimentais, pode ser transmitido mecanicamente via extrato de folhas infectadas.Esse modo de transmissão pode ocorrer naturalmente pelo uso de ferramentas ou pelo contato entre folhas, no entanto, sua importância epidemiológica ainda é desconhecida.
	
	
· Manejo 
Em face da indisponibilidade de cultivares ao PWV, da importância econômica-social do maracujazeiro e do potencial de perdas do vírus, faz-se necessário a implementação de programas de pesquisarem melhoramento visando à obtenção de genótipos com resistência ao PWV. Medidas gerais de controle, tais como a utilização de mudas livres de vírus e eliminação de hospedeiras alternativas, devem ser implementadas pelos produtores de maracujá, uma vez que elas podem servir de fonte de inoculo para a natureza.
Mosaico das cucurbitáceas
· Sintomatologia
Na planta do pepino os sintomas mais frequentemente observados são o mosaico e amarelecimento das folhas, encurtamento dos entrenós novos, desenvolvimento reduzido e anormal das folhas novas, diminuição na produção de frutos e, por vezes, a morte prematura da planta. As plantas infetadas produzem frutos de tamanho mais pequeno que o normal e podem apresentar mosaicos ligeiros. Este vírus causa sintomas semelhantes na abóbora, melancia e meloeiro.
· Epidemiologia
O Vírus do mosaico das Cucurbitáceas é o vírus mais disseminado a nível mundial infetando cerca de 1272 espécies diferentes de plantas. É transmitido de forma não persistente por 60 espécies de afídeos (pulgões). Os sintomas deste vírus estão descritos desse 1916 e está documentada a sua deteção em Portugal desde 1977 (Borges 2005). Os sintomas dependem das condições ambientais, da maior ou menor suscetibilidade do hospedeiro, do estádio de desenvolvimento da planta aquando da infeção, e da estirpe do vírus. A sintomatologia varia entre um simples mosaico, a mosaico associado a deformação foliar e atrofia da planta. O vírus pode ser transmitido por semente em 19 espécies de Cucurbitáceas entre as quais em pepino (17%) e abóbora (6,5%).
· Manejo
As principais medidas de controle a serem tomadas são o plantio de material sadio e de boa procedência e a escolha de local isento do patógeno.Como medidas que visem a redução da população, pode-se realizar o alqueive, a inundação e a rotação de cultura. Com o objetivo de amenizar as perdas devido ao tombamento das plantas, deve-se realizar o escoramento das mesmas.A eficiência do controle com o uso de nematicida está condicionada ao tipo de solo, à dosagem e ao método de aplicação, bem como à época e à freqüência do tratamento. Recomenda-se o uso de produtos registrados para as culturas
Nematóides 
Nematóide do amarelão do alho
· Sintomatologia 
 Os sintomas em alho incluem nanismo, inchaço, e extensa divisão longitudinal de cotilédones e folhas, as quais ficam curtas e espessas e muitas vezes apresentam manchas marrons ou amareladas devido a descolorações nos tecidos, além de inchaço acima do bulbo no pseudocaule, ficando com formato de charuto. As folhagens do alho podem cair e os bulbos tornam-se chochos. Também ocorre o amarelecimento a partir das raízes. Com o progresso da doença pode ocorrer podridão mole que geralmente completa o processo de destruição, sendo esta acompanhada por um odor característico. Outro sintoma característico da presença de D. Dipsaci em altos níveis populacionais é o fácil desprendimento das plantas ao serem puxadas, ficando o ‘prato’ no solo e saindo apenas a parte áerea. Durante a colheita, os bulbos de alho infestados podem tornar-se tão leves que raramente são aproveitados. Em bulbos de alho armazenados, estes normalmente apresentam aparência esbranquiçada e uma textura farinhenta. Os sintomas em lotes de bulbilhos infectados muitas vezes não são aparentes, e a ocorrência de plantas assintomáticas não indica necessariamente à ausência de D. dipsaci. Os sintomas variam em função da densidade populacional do nematoide. 
· Epidemiologia
O ciclo de vida de D. dipsaci geralmente é completado em 19 a 23 dias a 15ºC. A penetração nas plantas podem ocorrer pelos estômatos, lenticelas ou pelo ponto de emissão das radicelas em crescimento. A reprodução ocorre por anfimixia e as fêmeas depositam geralmente de 8 a 10 ovos por dia durante 25-30 dias, totalizando cerca de 200 a 500 ovos. Machos e fêmeas vivem aproximadamente 45 a 73 dias dependendo da temperatura e umidade.Plântulas de alho e cebola, geralmente com os tecidos mais moles, podem ser invadidas em quase todas as partes, desde as raízes até as folhas. Quando a planta encontra-se na fase adulta, os nematoides penetram geralmentena placa basal do bulbo (‘prato’). Danos às plantas de alho e cebola são atribuídos à atividade de alimentação do nematoide no parênquima cortical, pois este migra através do tecido, entre e dentro das células. O juvenil de quarto estádio é o principal estádio de sobrevivência de D. dipsaci, apesar de outros estádios do ciclo de vida também poderem entrar em anidrobiose, ou seja, dormência e desidratação com paralisação de suas atividades até que condições ideais voltem a ocorrer e o nematoide se desenvolva e entre em atividade normalmente. Nematoides alojados em fragmentos de tecidos, sementes ou solo resistem melhor as condições adversas, desde congelamento até extrema seca, por longos periodos. A umidade do solo parece afetar tanto o movimento de nematoides quanto sua longevidade. Durante períodos de precipitação ou irrigação da cultura, os nematoides tornam-se ativos, movem-se até as raízes da planta mediante película de água e entram nas folhagens novas por meio dos estômatos. Chuvas, água de irrigação, movimento de máquinas agrícolas e beneficiamento do alho e cebola (restos do processamento do alho e cebola) também causam disseminação do nematoide de uma área para outra. Porém a principal forma de disseminação de D. dipsaci é por meio de tecidos vegetais (sementes, bulbos e bulbilhos infectados), além de pequenas partículas de solo que acompanham materiais de alho e cebola. A disseminação de D. dipsaci geralmente é mais lenta em solos argilosos comparado com os solos arenosos. As densidades populacionais em solo flutuam ao longo do tempo, dependendo do tipo de solo, condições climáticas, cultivar plantada e plantas hospedeiras presentes. Geralmente, níveis de danos são detectados com populações de 10 juvenis e/ou adultos por 500 g de solo.
· Manejo 
A utilização de sementes certificadas, no caso da cebola, e bulbilhos, no caso do alho, isentos do nematoide e o plantio em solos não infestados é medida preventiva de extrema importância. Outra alternativa de eficácia no controle de nematoides na cultura do alho é o plantio de propágulos obtidos por meio de cultura de meristemas. Vale salientar que apesar de D. dipsaci possuir grande número de raças, ele pode ser controlado por rotação de culturas. Exemplo, tem-se a rotação com milho durante 4 anos em áreas infestadas de alho e cebola. Entretanto, é necessária a eliminação de plantas remanescentes de cebola ou alho após a colheita e plantas daninhas hospedeiras como a serralha (Sonchus oleraceus) para maior eficiência da rotação. O tratamento primário para controle de D. dipsaciem alho é a termoterapia que consiste em mergulhar os bulbilhos em água quente, onde o procedimento padrão é de 30 a 45 min a 38 ºC, 20 min a 49 ºC, e em seguida, 10-20 minutos em água da torneira a 18-22 ºC. Os bulbilhos devem ser plantados o mais rápido possível após o tratamento. Produtos, incluindo hipoclorito de sódio a 1% e abamectin (200 ml/100 Litros de água), são aditivos eficazes no tratamento juntamente a termoterapia.
Nematóide cavernícola da bananeira
· Sintomatologia
As raízes e rizomas atacados apresentam extensas áreas necróticas, de coloração avermelhada, resultantes da alimentação dos Juvenis (J2, J3 e J4) e fêmeas, que ao se alimentarem do citoplasma e às vezes do núcleo das células corticais, as tornam necrosadas. Este problema é agravado pelo movimento contínuo do nematóide no tecido. Em conseqüência do ataque, as raízes tornam-se necrosadas, podendo ocorrer o tombamento de plantas.
· Epidemiologia
Sua disseminação é altamente dependente do homem, seja por meio de mudas contaminadas, deslocamento de equipamentos de áreas contaminadas para áreas sadias, ou por meio da irrigação ou água das chuvas.
· Manejo
As principais medidas de controle a serem tomadas são o plantio de material sadio e de boa procedência e a escolha de local isento do patógeno.Como medidas que visem a redução da população, pode-se realizar o alqueive, a inundação e a rotação de cultura. Com o objetivo de amenizar as perdas devido ao tombamento das plantas, deve-se realizar o escoramento das mesmas.A eficiência do controle com o uso de nematicida está condicionada ao tipo de solo, à dosagem e ao método de aplicação, bem como à época e à freqüência do tratamento. Recomenda-se o uso de produtos registrados para as culturas.
Nematóide do declínio lento dos citros
· Sintomatologia
 Uma das conseqüências da infestação de pomares por esses nematóides é a redução no desenvolvimento das árvores infectadas, de tal forma que, com o passar dos anos, essas são menores e menos produtivas. Além disso, exibem ramos mais finos, frutos menores e menor massa foliar, em geral, com o verde menos intenso do que plantas sadias. Em períodos prolongados de déficit hídrico, pode haver considerável queda de folhas e até morte de plantas.
· Epidemiologia
Uma das formas de disseminação é pela transmissão por enxertia de ramos e borbulhas e pela colocação de solo de plantas doentes ao redor de plantas sadias nunca foi obtida. Sendo assim, fatores relacionados ao solo, ao estresse hídrico e nutricional e tratos culturais têm sido investigados como possíveis causas da doençaO surgimento de plantas cítricas com sintomas de declínio ocorre geralmente ao acaso, sendo que esse perfil se assemelha a problemas de natureza abiótica. Entretanto, às vezes, o declínio pode se apresentar de forma agregada, com poucas plantas enfileiradas na mesma linha de plantio, próximas umas das outras, com ocorrência sempre maior em plantas adjacentes ao foco inicial.O primeiro sinal de declínio é uma murcha setorial ou generalizada da folhagem da árvore, causada mais pela inabilidade dos vasos do xilema na condução de água do que pela falha das raízes em absorvê-la. Os vasos do xilema das plantas afetadas são obstruídos com tampões amorfos de lignina e a sua formação é alterada, tanto na copa como no porta-enxerto, sendo menores e mais numerosos. Outras características importantes que se manifestam nas plantas afetadas são: as folhas adquirem uma coloração verde-musgo ou olivácea, sem brilho e com uma leve torção, expondo a página inferior; é comum o aparecimento de deficiência de zinco nas folhas e excesso nos vasos lenhosos das plantas doentes, mesmo em pomares adequadamente fertilizados; a brotação de primavera é retardada, o que facilita a identificação das plantas afetadas; em estádios mais avançados, ocorre a queda das folhas; na parte interna da copa – junto à inserção dos galhos ao tronco – e no porta-enxerto, nota-se, freqüentemente, uma brotação vigorosa; a florada é atrasada e insuficiente para proporcionar uma produção normal; os frutos em geral são miúdos, de cor amarelo-pálido, sem brilho e em número reduzido, com alta acidez e teor de sólidos solúveis; no início, o sistema radicular de uma planta doente não difere do de uma planta sadia, mas, com a evolução do declínio, observa-se a morte de radicelas.
· Manejo
A estratégia de manejo dos nematóides dos citros tem como base a utilização de mudas isentas dos nematóides e o plantio em áreas não-infestadas, assim como a utilização de porta-enxertos resistentes ou tolerantes, atualmente, disponíveis para T. semipenetrans. Evitar a utilização de implementos e o trânsito de máquinas, com solo infestado aderido a eles, é parte importante das medidas de exclusão dos nematóides, que devem ser consideradas fundamentais e permanentes nas propriedades. A simples lavagem dos pneus e engrenagens com jatos fortes de água, de modo a remover material de solo aderido, é suficiente para remoção dos nematóides das máquinas e implementos.
No caso de novos plantios, em áreas isentas dos nematóides, o controle deve começar evitando-se que a praga chegue à propriedade. Os nematóides, ao contrário de outras pragas, não vão de uma propriedade à outra, nem mesmo de um talhão a outro da mesma propriedade, se não forem levados. Os nematóides dos citros, lamentavelmente, foram dispersos, principalmente, por meio de mudas. Conquanto a legislação, a partir de 2003, no Estado de São Paulo, proibindoa produção, o transporte e a comercialização de mudas de citros produzidas a céu aberto, tenha representado um enorme avanço, os benefícios, embora muito expressivos, não serão plenos para grande parte dos citricultores do Estado. Isso porque, não tendo mais áreas de fronteiras agrícolas, os citricultores paulistas terão que renovar áreas de velhos pomares, onde os nematóides já estão. Mesmo assim, as vantagens de se utilizarem mudas isentas são inquestionáveis.
No caso da renovação de velhos pomares infestados, o produtor deverá fazer o manejo da área por um a dois anos, antes de fazer um novo plantio de citros. O nematóide do citros (T. semipenetrans) tem poucas plantas hospedeiras, fora dos citros. Portanto, se o produtor fizer uso de culturas anuais na área, por um a dois anos, antes de renovar o pomar, a população do nematóide no solo será consideravelmente reduzida. Mesmo assim, em geral, não desaparece por completo. Para o caso de P. jaehni, ainda não se conhece a faixa de hospedeiros da praga. Sabe-se, contudo, que as espécies de Crotalaria L. não são hospedeiras desses nematóides. O plantio de qualquer das espécies na área, seguido de sua incorporação, após a floração, e da aplicação de aldicarb, nas covas do novo plantio, serão providências a mais em favor de um bom recomeço.
No caso de pomares já infestados, o citricultor terá que fazer o manejo químico da praga, anualmente. O nematicida aldicarb é o único registrado para citros no Brasil e tem mostrado eficiência no controle dos nematóides dos citros. Recomenda-se que o produtor faça uma aplicação anual, logo no início do período chuvoso. Isso porque, logo após o início das chuvas, a planta começa a emitir raízes novas. Essa massa de raízes novas que a planta produz, a cada ano, é que vai dar o grosso da sustentação para a próxima safra. Se não protegermos essas raízes, os nematóides vão atacá-las, e a planta continuará enfraquecida.

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