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ESTUDO DE CASO - Novos rumos para a qualidade de vida do trabalhador frente ao COVID 19 Neste cenário de pandemia do Covid19 a dinâmica de trabalho nos serviços de saúde toma novas proporções, seja nas rotinas e práticas assistenciais e/ou no comportamento das equipes de saúde. Você recém formado é admitido neste momento no Hospital da Conchina de Piracatu, para atuar como enfermeiro assistencial. Sua unidade de internação dispõe de 30 leitos e com uma equipe com 8 técnicos de enfermagem. Após alguns dias você observa que sua unidade apresenta um indicador elevado de licenças médicas. Após análise, identifica que 80% das licenças são atribuídas aos acidentes de trabalho por material perfurocortantes e 20% por contaminação por inadequação no uso dos EPIs. Outro fator importante é que um componente da sua equipe demonstra sinais clássicos de esgotamento profissional como irritabilidade, falha de memória, alteração de humor, agressividade e falta de apetite. Diante deste cenário e baseado no conteúdo disciplinar deste módulo, responda as questões abaixo: 1- Uma estratégia para a diminuição dos afastamentos dos profissionais de saúde seria implantar um programa de qualidade de vida do trabalhador (QVT). a) Cite as etapas para a elaboração de um programa de QVT. De acordo com O’donnel (2000) Definir a concepção e a política de QVT Pesquisa diagnóstica Apresentação da pesquisa e debate das ações com especialistas e servidores Criação de um comitê/Grupo de Trabalho Implantação das ações com parceria intersetorial Gestão das ações pelo comitê b) Comente dois programas que utilizaria para evitar esses afastamentos. Para redução dos afastamentos, é necessária a aplicação treinamento/conscientização com toda a equipe quanto a importância da utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), bem como o risco na manipulação de materiais perfurocortantes. No que diz respeito a falta de atenção e demais sintomas voltados ao risco ergonômico, o ambiente de trabalho deve promover atividades como massoterapia, tai chi ou atividades que auxiliem na redução do estresse causado no decorrer dos dias. Algumas atividades como “doutores da alegria”, que tem o intuito de trazer alívio, não somente para os pacientes, mas para aqueles envolvidos no cuidado pode ser adequado, além de espaço ecumênico com encontros em horários alternados para não causar impacto na assistência. É válido destacar que os profissionais evitam ausentar dos postos de trabalho tendo em vista a grande demanda, contudo é comprovado que atividades voltadas para a qualidade de vida do trabalhador contribuem para o aumento de produtividade. 2- Qual (is) risco (s) está (ão) relacionado (s) aos afastamentos por acidente com material perfurocortante e contaminação por uso inadequado de EPIs? Qual a precaução utilizaria para o covid e cite as medidas adotas nesta precaução? Segundo a precaução indicada para Covid, faça uma reflexão e responda se esta precaução está sendo seguida nas práticas assistenciais atuais e justifique a sua resposta. Risco biológico As instituições de saúde devem empenhar em treinar todos os colaboradores acerca das normas de segurança, em especial a NR 32, que tem como foco garantir a saúde dos trabalhadores em ambiente de saúde. Para garantir a efetividade dos treinamentos é importante que sejam elaborados indicadores antes e depois da aplicação. A equipe assistencial deverá ser acompanhada pelo enfermeiro responsável e pela equipe de segurança do trabalho, que devem garantir a utilização dos equipamentos de segurança e a substituição, caso necessário, como preconiza a NR 15. Tendo em vista que o índice de acidentes com perfuro cortantes é de 80%, deve-se avaliar em conjunto com a administração a alteração dos instrumentos utilizados e o fornecimento de isopor, ressaltando “São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas.” (NR 32, 2011). Para a prevenção do COVID-19 sugere-se a utilização de luvas, máscaras (N95), privativo, avental descartável, óculos de proteção e, de acordo com o nível de complexidade, máscaras de acrílico. No quadro atual, as empresas que se preocupam com a saúde dos profissionais têm fornecido os EPI’s adequados seguindo as orientações do ministério do trabalho e os profissionais mais conscientes utilizam todos. 3- Baseado nos sinais clássicos de esgotamento profissional do seu colaborador. Qual doença ocupacional acredita que ele apresenta? O que faria enquanto gestor da unidade para evitar (antes de desenvolver) e minimizar (após já ter adquirido) esta doença ocupacional? De acordo com os sinais de esgotamento, o colaborador apresenta a Síndrome de Burnout, que de acordo com o Decreto 3.048/99, que traz a síndrome de Burnout como um transtorno mental do trabalho, também garantindo cobertura no quadro B91 do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Alguns fatores nocivos no ambiente de trabalho são a falta de reconhecimento no trabalho, a falta de cooperação entre os colegas da equipe, pessoas com excesso de competitividade e perfeccionismo e falta de propósito no trabalho, para combater esses fatores é importante a conscientização de todos, sobre a importância que cada um tem no cuidado aos pacientes, o valor do trabalho em equipe e a cooperação, como sugestão realizar um Diálogo Diário de Segurança (DDS) visando o envolvimento de todos. Para conseguir uma maior recuperação da energia é importante a realização de um descanso ativo, que se trata da realização de atividades não relacionadas ao trabalho (exercícios físicos, leitura entre outros). É importante também a qualidade do sono, a alimentação também deve ser observada, privilegiando alimentos com ômega 3, peixes, alimentos com grãos e cereais, esses alimentos podem auxiliar na prevenção do Burnout. Boas conexões sociais. Essas são atividades que visam a proteção/prevenção em casos de Burnout. São ações que devem ser tomadas individualmente tanto antes quanto após o desenvolvimento do quadro. Visando o bem-estar dos colaboradores que apresentam este quadro deve ser avaliado juntamente com a administração a disponibilização de atendimento profissional dos psicólogos os psiquiatras para que os colaboradores possam cuidar de sua saúde mental. Cabe ressaltar que na vida ocorrem fatores que causam estresse, contudo é responsabilidade individual realizar atividades que auxiliem na redução dos impactos. DE, Ricardo Martineli Massola Especialista em Gestão da Qualidade. Etapas de Implantação de Programas de Qualidade de Vida e a Mudança de Comportamentos. In: MASSOLA, Ricardo Martineli. Etapas de Implantação de Programas de Qualidade de Vida e a Mudança de Comportamentos. Campinas: Unicamp, 2007. p. 51-58. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NORMA REGULAMENTADORA 32: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE. São Paulo: Mte, 2011. Disponível em: http://www.trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR32.pdf. Acesso em: 07 jun. 2020. FARIA, Claudia. O que é a Síndrome de Burnout e como evitar. 2007. Disponível em: https://www.tuasaude.com/sindrome-de-burnout/. Acesso em: 07 jun. 2020. PRESIDêNCIA DA REPðBLICA CASA CIVIL SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS. Constituição (1999). Decreto nº 3048, de 06 de maio de 1999. . Brasília, Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048compilado.htm. Acesso em: 07 jun. 2020.
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