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CAPÍTULO 1
Libras
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Entender o conceito da profissão linguísta e sua função. 
 
 3 Entender o uso das propriedades da língua de sinais da comunidade Surda. 
 3 Compreender os vários tipos de sistema de transcrição de sinais. 
 3 Utilizar os recursos do sistema de transcrição de sinais na prática de transcrição.
10
 Língua Brasileira de Sinais
11
Libras Capítulo 1 
ContextuaLização
 
Apresentamos a trajetória da comunidade Surda e sua língua como 
ponto de partida na construção da identidade cultural, sociológica e 
educacional dos sujeitos Surdos. O texto apresenta três tópicos a serem 
compreendidos no início do curso, que são: O papel do linguista da Língua 
de Sinais Brasileira, cuja função é de fazer entender / compreender / 
captar / registrar o que mostram os sinais durante o comportamento / ação 
/ perfomance dos sujeitos Surdos em um evento comunicativo, sem pré-
julgamento ou influência sobre a decisão. 
Com a inserção da gramática da Língua de Sinais Brasileira, foi necessário 
entender também as propriedades desta e, finalmente, o uso de vários 
sistemas de transcrição de língua de sinais para registrá-la de modo fiel, de 
acordo com sua modalidade viso-gestual. 
 
o papeL do Linguista da Língua de sinais 
brasiLeira
Sabemos que a Língua de Sinais Brasileira, conhecida simplesmente por 
LSB ou LIBRAS, é reconhecida pela Lei no 10.436 de 24 de abril de 2002, no 
seu artigo e parágrafo 1º (BRASIL, 2002):
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e 
expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros 
recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de 
Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, 
em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, 
com estrutura gramatical própria, constituem um sistema 
linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de 
comunidades de pessoas surdas do Brasil.
O objetivo da Lei é enfatizar a necessidade de que a Língua Brasileira 
de Sinais - Libras seja objeto de uso comunicativo corrente nas comunidades 
surdas. Além disso, procura assegurar a presença de profissionais 
(pesquisadores e professores) na área da linguística e de educação, 
intérpretes nos espaços formais e instituições, como na administração pública 
direta e indireta; pesquisar acerca da Língua de Sinais Brasileira; difundi-la 
através das publicações e a inclusão do ensino da Língua de Sinais Brasileira 
nos cursos de formação de Educação Especial, Fonoaudiologia, disciplinas 
de Licenciatura, Magistério e profissionais intérpretes, sendo optativo para o 
aluno e obrigatório para a instituição de ensino.
O objetivo da 
Lei é enfatizar a 
necessidade de que 
a Língua Brasileira 
de Sinais - Libras 
seja objeto de uso 
comunicativo corrente 
nas comunidades 
surdas.
12
 Língua Brasileira de Sinais
Veja a lei e sua regulamentação através do Decreto no 5.636/05 
de 22 de dezembro de 2005:
Lei: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10436.htm
Decreto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/ 
2005/decreto/d5626.htm
Portanto, o espaço da língua de sinais e suas pesquisas começaram a 
aparecer nos diversos estados brasileiros através das universidades brasileiras, 
que desenvolvem pesquisas e conhecimentos na área da linguística e de 
língua de sinais. Para atender melhor, o artigo 4º da lei afirma (BRASIL, 2002):
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas 
educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal 
devem garantir a inclusão nos cursos de formação de 
Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em 
seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira 
de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente.
Foi necessária e urgente a implantanção em tempo curto da disciplina 
de Língua de Sinais Brasileira nos estudos e no ensino em cursos de 
nível médio e superior. Atualmente, o ensino infantil e básico está em fase 
da regulamentação através de projeto de lei que tramita no Congresso 
Nacional. Isso exigiu o processo de criação de conhecimento, através de 
pesquisas realizadas em outros países, para poder atender a demanda de 
pessoas interessadas em receber o conhecimento e de aprender a língua 
da comunidade Surda. Também para organizar os Parâmetros Curriculares 
Nacionais – PCN, requerendo uma estrutura organizada dentro do currículo 
como as outras línguas orais e orientações aos gestores nas implantações da 
língua de sinais nos currículos de ensino básico, sem desprestigiar a língua 
escrita. É fundamental o uso das duas línguas para tornar o cidadão Surdo 
bilíngue, no que se refere à diferenciação gramatical.
13
Libras Capítulo 1 
Atividade de Estudos: 
1) Qual a importância do reconhecimento da Língua de Sinais 
Brasileira para a comunidade Surda. Comente, também, 
as contribuições que a Lei e seu decreto trouxeram para a 
sociedade brasileira.
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Historicamente, os primeiros estudos da língua de sinais já vieram desde 
o século XIV. Em 1644, o inglês Bulwer J. B. escreveu um livro de língua de 
sinais inglesa: Chirologia: on the natural language of the hand, acompanhado 
de figuras das mãos e seus significados. O tema chirologia, traduzido como 
quirologia, é muito citado por Bulwer(1644) nos seus estudos da língua de 
sinais porque os gestos das mãos são importantes para os Surdos e são 
vistos como o domínio da comunicação deles. Menciona, também, que “era 
recompensa da natureza que os Surdos devem se comunicar através de 
gestos”, e acredita firmemente na “a necessidade que opera a Natureza nos 
homens que nascem Surdos e Mudos, que podem discutir, mostrar, sinalizar 
retoricamente por sinais”. (BUWLER, 1644, p. 5). O livro do autor esclarece 
que a quirologia é um dicionário de gestos manuais, citando o seu significado e 
o uso de uma ampla gama de fontes literárias, religiosas e médicas. Quirema 
é um manual para o uso efetivo do Gesto de falar em público.
14
 Língua Brasileira de Sinais
Quirologia - Do grego quiro = mão e logia = estudo, ou seja, o 
estudo ou conhecimento adquirido através das mãos.
Técnica de conversação por meio de sinais feitos com os dedos 
(por exemplo: o alfabeto dos surdos-mudos); DACTILOLOGIA 
(HOUAISS, 2010).
Quirema – segundo Stokoe (1960), são as unidades 
formacionais dos sinais (configuração de mão, locação e 
movimento) e o estudo de suas combinações.
Segundo os dados da Felipe (1998) outro livro de pesquisa de língua de 
sinais também apareceu na Inglaterra, em 1895, com o livro denominado: The 
sign of Language of the deaf and dumb de autoria de R. W. Nevins. 
Como naquela época não tínhamos muito acesso à informação, devido 
a distância geográfica e à ausência de computador, os registros foram 
importantes na área dos estudoslinguísticos. Nos Estados Unidos, os próprios 
Surdos, oriundos da Gallaudet University, em 1848, publicaram os Annals 
of the Deaf, que é o inventário da cultura surda americana, juntamente ao 
inventário de sinais dentro da Língua de Sinais Americana (ASL). Os manuais 
foram: The sign language: a manual of signs, de J. L. Long, e Handbook of the 
sign language of the deaf, de S. Michael, no período de 1918 e 1923. Estes 
inventários foram muito importantes porque ajudaram na pesquisa da evolução 
de Língua de Sinais Americana.
No período de 1923 em diante, nos Estados Unidos, houve imposição do 
uso da filosofia oralista nas escolas. A pesquisa na área ficou suspensa por 
causa do conflito de interesse e de ideologia: oralismo X língua de sinais. Em 
1960, o estudo da língua de sinais americana (ASL) ficou mais reconhecido 
quando W.C. Stokoe, pesquisador e professor de inglês da Gallaudet 
University, percebeu a diferença da gramática linguística utilizada pelos alunos 
Surdos na sala de aula e fora do contexto educacional. Publicou o artigo 
Sign Language Structure: an outline of the visual communication system of 
the American Deaf, na revista Studies in Linguistics, Occasional Papers 8. Em 
1965, juntamente à equipe composta de pessoas Surdas e ouvintes, Stokoe, 
Casterline e Croneberg publicaram A Dictionary of American Sign Language. 
A partir de então, da década de 70 para cá, milhares de publicações foram 
editadas em todo o mundo sobre as diversas línguas de sinais, mas a Língua 
de Sinais Americana ainda está em número maior de pesquisas financiadas 
pelo governo e instituições de pesquisas.
15
Libras Capítulo 1 
Atividade de Estudos: 
1) Pesquise em sites de busca e escreva o porquê da área 
linguistica ter parado seu desenvolvimento durante este 
período. Quem foi um dos precursores da filosofia oralista nos 
Estados Unidos?
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Saiba mais sobre William Stokoe na seguinte página:
http://gupress.gallaudet.edu/stokoe.html 
Se você não souber ler em inglês, utilize um tradutor on-line e 
tente decifrar a tradução automática.
Acesse o link que indicamos a seguir e conheça a família das 
línguas de sinais existentes no mundo:
http://www.ethnologue.com/show_family.asp?subid=23-16
Os estudos linguísticos das línguas de sinais iniciaram com Stokoe (1960), 
pois até aquele momento, todos os estudos linguísticos concentravam-se nas 
16
 Língua Brasileira de Sinais
análises de línguas orais (faladas) e Stokoe (1960) foi o primeiro a trabalhar 
diferente, mudou a mentalidade da área linguística, apresentando uma análise 
descritiva da Língua de Sinais Americana, através da metodologia transcrição 
de língua de sinais. Isso possibilitou, pela primeira vez, um linguista apresentar 
os elementos linguísticos de uma língua de sinais. Assim, as línguas de 
sinais passaram a ser vistas como línguas de fato e de direito linguístico da 
comunidade Surda.
Você pode observar o uso da terminologia “fonema” e “fonética”. Os 
linguistas têm utilizando os termos fonética e fonologia para tratar de 
fenômeno natural ou social observável cientificamente nas línguas de sinais, 
desconsiderando o significado de sua raiz, fon-, que é som, elemento ausente 
da estrutura da língua de sinais americana. Stokoe, em 1965, no evento 
internacional de linguistas, propôs o termo “quirema”, retornando a pesquisa 
do Bulwer (1644), em substituição à terminologia “fonema”, para designar 
elementos linguísticos de língua de sinais. Havia, na época, duas correntes: 
a favor - defendendo que o conceito de quirema é o mesmo que de fonema e 
que o uso de duas terminologias com o mesmo conceito só geraria discussões; 
contra - o outro argumentava que o novo termo era também incorreto porque 
este só envolvia a mão, havendo vários outros aspectos e outras partes do 
corpo envolvidos na realização da língua de sinais, o que não combinaria com 
esta terminologia. 
Atividade de Estudos: 
1) Pesquise os conceitos dos termos: “fonética” e “fonologia” e 
responda abaixo:
a) Estes termos se aplicam à língua de sinais?
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b) Explique o porquê da contradição dos termos “fonética e 
fonologia” para a língua de sinais.
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Os linguistas têm 
utilizando os termos 
fonética e fonologia 
para tratar de 
fenômeno natural 
ou social observável 
cientificamente nas 
línguas de sinais, 
desconsiderando o 
significado de sua 
raiz, fon-, que é som, 
elemento ausente da 
estrutura da língua de 
sinais americana.
17
Libras Capítulo 1 
c) Como você, como futuro/a pesquisador/a da língua de sinais, 
vai divulgar a diferença de termos ao público em geral. Onde 
fará isso?
 ___________________________________________________
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A motivação do uso da terminologia “quirema” tem um processo histórico-
cultural em que usamos a língua de sinais como usuários de uma língua e 
não como árbitros. Aos profissionais línguistas, é imprescindível fazer todas as 
imersões da língua de sinais para poder comprender e identificar a língua de 
sinais propriamente dita.
Por isso, é fundamental que os linguistas que exercem a profissão ou 
fazem pesquisa na área da língua de sinais dominam a língua de sinais pela 
modalidade viso-gestual. Como cita a professora Quadros (2004, p. 28), a 
“língua é um sistema de signos compartilhados por uma comunidade linguística 
comum” e para interagir com pessoas Surdas ou pesquisar com os informantes 
Surdos no território brasileiro dentro do “espaço de língua de sinais brasileira”, 
é preciso entender e conhecer os “sinalizantes-visuais” desta língua. Sem o 
conhecimento da língua de sinais seria impossível dar continuidade a esta 
pesquisa e avaliá-la.
Portanto, é importante mostrar que o linguista precisa saber muito sobre 
a língua envolvida, no caso a língua de sinais, entender bem as culturas do 
povo Surdo que usa essa língua, ter familiaridade com cada tipo de estrutura, 
os conteúdos, a interpretação, a tradução e se informar antes sobre o assunto 
que será abordado no momento de pesquisa.
Segundo a pesquisa etnográfica do Erickson (1984, 1986), não se 
usam critérios de classificação (certo/errado) para a língua de sinais, mas 
a preocupação é entender / compreender / captar o que mostram os sinais 
durante o comportamento / ação / perfomance dos sujeitos Surdos em um 
evento comunicativo. A denominação “familiarização com o estranho” não 
necessita julgar os valores morais e culturais, mas respeitar e tentar colocar-
se no lugar do outro, como, por exemplo, respeitar o espaço e uso efetivo 
comunicativo da língua de sinais.
Isso também implica a ética, que é uma aptidão ou capacidade de mobilizar 
conhecimentos para satisfazer a um determinado fim e nunca o contrário.
É importante mostrar 
que o linguista precisa 
saber muito sobre 
a línguaenvolvida, 
no caso a língua 
de sinais, entender 
bem as culturas do 
povo Surdo que 
usa essa língua, ter 
familiaridade com 
cada tipo de estrutura, 
os conteúdos, a 
interpretação, a 
tradução e se informar 
antes sobre o assunto 
que será abordado no 
momento de pesquisa.
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 Língua Brasileira de Sinais
Sobre a resistência dos pesquisadores ou linguístas à língua de sinais ou 
à língua sinalizada (WILCOX, 2005), podemos afirmar que ocorre pelo fato 
de que todos os sinais novos (o que acontece comumente com os linguistas 
ouvintes quando têm pouco contato com a língua de sinais) que aparecem 
e suas ideias encontram forçosamente oposição, e não houve uma única 
inserção que ocorresse sem lutas. A resistência, nesses casos, está sempre 
na importância dos resultados previstos, pois quanto mais ela aparece, maior 
será o número de interesses ameaçados. Se for um sinal notoriamente falso 
ou mal pesquisado, considerado sem consequências, ninguém se perturba 
com ele e o deixará passar, confiante na sua falta de vitalidade. Mas se é 
verdadeiro, se está assentado em bases sólidas, se é possível entrever-lhe 
o futuro, um secreto pressentimento adverte os seus antagonistas de que se 
trata de um perigo para eles, para a ordem de coisas por cuja manutenção se 
interessa (no caso de nome e prestígio). E é por isso que se lançam contra ele 
e os seus adeptos (no caso da comunidade Surda). Para isso, é necessário 
combater o ego dos linguistas e levar sempre em consideração e lembrar que 
a Língua de Sinais Brasileira é a primeira língua da comunidade Surda e não 
valorizar somente os usuários que se utilizam dela como segunda língua.
Atividade de Estudos: 
1) Qual a crença sobre o papel de linguista no aprendizado da 
outra língua distinta? 
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 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
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2) Qual a crença sobre a língua de sinais por parte dos linguistas 
quando a aprendem?
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
A Língua de Sinais 
Brasileira é a primeira 
língua da comunidade 
Surda e não valorizar 
somente os usuários 
que se utilizam dela 
como segunda língua.
19
Libras Capítulo 1 
A função dos linguístas de Língua de Sinais Brasileira prevê, na sua 
competência:
• traduzir e interpretar a Língua de Sinais Brasileira para a Língua Portuguesa 
e vice-versa, não sendo necessário ser intérprete de língua de sinais, cuja 
profissão e função se diferenciam;
• traduzir e interpretar a Língua de Sinais Brasileira para escrita de sinais e 
vice-versa;
• traduzir e interpretar os sistemas fonológicos, morfológicos, sintáticos, 
pragmáticos e semânticos da Língua de Sinais Brasileira;
• entender o sentido e significado de todos os sinais e seus contextos;
• defender a língua de sinais da comunidade Surda;
• ser neutro nas situações e não interferir nos anseios e desejos do 
movimento Surdo;
• vestir a “camisa” ou “familiarizar-se” com a língua de sinais brasileira e sua 
cultura;
• elaborar projetos, incluindo sempre as pessoas Surdas como 
pesquisadores/as e não como informantes ou objetos de estudo de campo;
• participar, por força da ética, nas Associações e eventos promovidos pela 
comunidade Surda.
Com a regulamentação do decreto baseando da Lei no 10.436/02 cresceu o 
número significativo de pessoas ouvintes interessadas em pesquisar a Língua 
de Sinais Brasileira. A profissão dos linguistas também cresceu. A questão 
do crescimento do número não é pelo ingresso no “mundo dos Surdos”, o 
que é pouco, mas sim pelos contatos diários, exposição da língua de sinais 
e aprofundamento do contexto da Surdez, da cultura e da língua de sinais 
durante a formação acadêmica (licenciaturas e bacharelados), adquirindo, 
assim, o “estranhamento/familiarização” e choque cultural durante o período 
de entrada neste mundo.
Aqui no Brasil, o primeiro pesquisador autodidata da Língua de Sinais 
Brasileira foi Flausino da Gama, ex-aluno e repetidor do Instituto Nacional 
de Surdos-Mudos, atual Instituto Nacional de Educação de Surdos (Rio 
de Janeiro). Junto com o diretor publicou, em 1875, o livro: Iconografia 
dos Signaes dos Surdos-Mudos, com as figuras dos sinais copiados da 
20
 Língua Brasileira de Sinais
Língua de Sinais Francesa e legendas traduzidas para o português. Neste 
período não estava envolvido no estudo da Língua de Sinais Brasileira 
propriamente dita. O objetivo do livro era difundir para a comunidade 
ouvinte a necessidade de aprender a Língua de Sinais Brasileira para poder 
comunicar-se com os Surdos.
Na década de 1980, em Recife, saiu o primeiro Boletim sobre o estudo da 
Língua de Sinais, elaborado pelo GELES, da UFPE – Universidade Federal 
de Pernambuco. Neste Boletim, citou-se que a língua de sinais utilizada pelos 
surdos das capitais do Brasil era denominada de LSCB, ou seja, Língua de 
Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros, por causa da existência de outra 
língua de sinais no Brasil, a LSUK - Língua de Sinais dos índios Urubus-
Kaapor, descoberta por um linguista americano do Summer Institute e, depois, 
apresentada em estudos e registrada em livros pela linguista Lucinda Brito.
Para preservar e defender a língua de sinais no contexto político e 
linguístico, a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos 
– FENEIS denominou a língua de sinais como LIBRAS – Língua de Sinais 
Brasileira, em 1988. Alguns linguistas preferem referir-se a ela usando a sigla 
LSB, seguindo a nomenclatura do padrão internacional da língua de sinais que 
é Língua de Sinais Brasileira – LSB.
Em 1996, em Petrópolis, na Câmara Técnica, com o apoio da CORDE - 
Coordenadoria Nacional para integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 
responsável pelo evento, procurou-se a introdução de subsídio ao Projeto de 
Lei da Senadora Benedita da Silva, juntamente com a FENEIS, atualmente Lei 
Libras no 10.436/02, para a oficialização da LIBRAS em âmbito nacional. Para 
reafirmar a importância do uso da língua de sinais na sociedade foi criada uma 
metodologia para ensino de LIBRAS pela FENEIS, com a primeira edição do 
material “LIBRAS em Contexto”, em parceria com MEC. 
Atividade de Estudos: 
1) Comente sobre a evolução do material de Libras.
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
21
Libras Capítulo 1 
Para reforçar a necessidade de usar a língua de sinais no contexto 
educacional, foi realizado o II Congresso Latino-americano de Bilinguismo, 
em 1998, que foi uma era histórica na introdução da proposta de educação 
bilíngue para os Surdos, assim, podemos mostrar que a língua de sinais é de 
fato, de direito e verdadeira.
Mais tarde, vários/as linguistas começaram a publicar artigos e livros 
sobre a Língua de Sinais Brasileira, como Lucinda Brito, Eulália Fernandes, 
Ronice Quadros, Lodenir Karnopp, Tanya Fellipe e muitos outros.
Atividade de Estudos: 
1) Escreva em duas tabelas os nomes dos linguistas Surdos e 
Não-Surdos (Ouvintes) em nível brasileiro.
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
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 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
2) Igualmente, escreva os títulos dos estudos da Língua de Sinais 
Brasileira relevantes para a pesquisa da língua de sinais.
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
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 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
Aos poucos, os próprios surdos começaram a participar como 
pesquisadores das línguas de sinais durante o ingresso nas universidades 
públicas. A Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1989, abriu o primeiro 
concurso público para professor assistente na área de Língua de Sinais 
Brasileira. Como não havia mestrado, a Universidade Federal de Santa 
Catarina abriu, em 2005, a primeira pós-graduação lato sensu (mestrado) 
da área linguística. No entanto, ainda temos poucos linguistas Surdos 
investigando a língua de sinais do seu país.
22
 Língua Brasileira de Sinais
Conhecendo alguns linguistas
Os primeiros linguístas Surdos norte-americanos foram Ted 
Supalla e Carol Padden
 
Figura 1 – Primeiros linguistas surdos norte-americanos.
Fonte: Disponível em: <http://www.bcs.rochester.edu/people/supalla/
supalla1.gif&imgrefurl=http://www.bcs.rochester.edu/people/supalla/&usg=__
dE9I3HG8A7TtKEgZd7MqS>. Acesso em: 26 mai. 2011. 
 
No Brasil, a primeira professora concursada na UFRJ, Myrna 
Salerno, também é pesquisadora da Língua de Sinais Brasileira há 
vários anos.
 
Figura 2 – Myrna Salerno, primeira professora surda concursada na UFRJ.
Fonte: Disponível em < http://br-pt.sonico.com/u/14899294/Myrna-Salerno-Monteir
o&usg=__8xehc3v3vqC2l7zv70UtSQ1mNms429>. Acesso em : 25 mai. 2011. 
 A Dra. Ana Regina e Souza Campello foi uma das primeiras 
surdas a estudar a Língua de Sinais Brasileira na pós-graduação, 
em 2005. Em seguida, surgiram outras linguistas formadas, assim 
como Shirley Vilhalva, Heloise Gripp e Nayara Adriano (em ordem 
nas fotos):
 
23
Libras Capítulo 1 
Figura 3 – Primeiros pesquisadores surdos da Lingua de Sinais Brasileira.
Fonte: A autora. 
propriedades das Línguas e das Línguas de 
sinais
Temos cinco (5) propriedades da língua de sinais. Vamos ver os aspectos 
de cada propriedade e não se esqueça de acessar os links para que possa 
entender melhor, visualizando os exemplos de algumas propriedades. 
a) Flexibilidade e Versatilidade
A língua de sinais, como outras línguas faladas, tem suas características 
próprias e significativas. Diferentemente de outros códigos ou sistemas de 
comunicação, como o sistema de comunicação de teatro ou de mímica. A 
língua de sinais pode ser utilizada como meio de persuasão, de sugestão, de 
pedido, de ordenamento, de elaboração do pensamento no futuro; para fazer 
planos, emitir diversas opiniões, cantar uma música rap ou hip-hop, influenciar 
a decisão dos outros e tudo o que existe na comunicação no dia a dia.
Para compreender um pouco mais sobre a Flexibilidade e a 
Versatilidade, acesse os links abaixo: 
1 – poesia - http://www.youtube.com/watch?v=TxOiY9VL0AY
2 – questões da prova de Prolibras - http://www.youtube.com/
watch?v=aPEEwDKqWzo
3 – ordem de manifestação em libras - http://www.youtube.com/
watch?v=vc0fzOOz5oM
24
 Língua Brasileira de Sinais
Atividade de Estudos: 
1) A partir dos vídeos e do que foi discutido sobre a flexibilidade e 
a versatilidade da Língua de Sinais Brasileira, qual relação você 
conseguiu estabelecer desses dois conceitos teóricos. 
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 ___________________________________________________
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 ___________________________________________________
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 ___________________________________________________
b) Arbitrariedade
Os sinais da língua de sinais (os signos linguísticos) são convencionados e 
reconhecidos pela comunidade Surda, portanto, todos os sinais convencionados 
são arbitrários. Isso possibilita o enriquecimento da flexibilidade e versatilidade 
da língua com o uso das imotivações entre a forma e o significado; e motivação 
entre a forma e o significado (iconicidade). Também, existem, atualmente, 
as variações linguísticas de sinais de cada estado do Brasil, assim como as 
palavras da língua falada.
Exemplos:
 
Figura 4 - Árvore – Sinal motivado (tem 
relação entre a forma e significado)
Fonte: Disponível em: <http://
peadportfolio156701b.blogspot.
com/2009_09_01_archive.html>. 
Acesso em: 12 abr. 2011.
Figura 5 - Certo – Sinal imotivado (não 
tem relação entre a forma e significado)
Fonte: Disponível em: <www.
ines.’.br/dicionariolibras>. 
Acesso em: 12 abr. 2011
25
Libras Capítulo 1 
Homonímia de Sinais
 
Atividade de Estudos: 
1) Pesquise no Youtube, ou em outros sites, sobre uma das 
propriedades da língua de sinais, comentando com seus 
colegas sobre a arbitrariedade da Língua de Sinais Brasileira.
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c) Descontinuidade
Apresenta sinais distintos entre eles e seus significados são 
descontinuados através de parâmentros e níveis linguísticos diferentes. Estes 
sinais não permitem a confusão entre os significados apresentados dentro do 
contexto no qual será sinalizado. Vamos ver os exemplos abaixos: 
Figura 6 - Óbvio (Santa Catarina)
Fonte: Disponível em: <www.
ines.gov.br/dicionariolibras>. 
Acesso em: 12 abr. 2011.
Figura 7 - Oportunidade (Rio de Janeiro)
Fonte: Disponível em: <www.
ines.gov.br/dicionariolibras>. 
Acesso em: 12 abr. 2011.
26
 Língua Brasileira de Sinais
Figura 9 - Igual (os dedos indicadores 
batem ao mesmo tempo)
Fonte: Disponível em: <www.
ines.gov.br/dicionariolibras>. 
Acesso em: 12 abr. 2011.
Figura 11 - Nu(a) (A CM “D” 
esfrega no dorso da mão esquerda 
em movimento raspante)
Fonte: Disponível em: <www.
ines.gov.br/dicionariolibras>. 
Acesso em: 12 abr. 2011.
Figura 13 - Férias (o sinal se 
movimenta em círculo) 
Fonte: arquivo da autora
Mesma Configuração de Mãos
Mesmo ponto de locação
Movimento diferente
Configurações de Mãos diferentes
Mesmo Ponto de Locação
Movimento diferente
Mesma Configuração de Mãos 
Ponto de Locação Diferente 
Movimentos diferentes
Figura 8 - Irmã(o) (esfregar 
os dedos indicadores)
Fonte: Disponível em: <www.
ines.gov.br/dicionariolibras>. 
Acesso em: 12 abr. 2011.
Figura 10 - Procurar (A CM “P” 
esfrega no dorso da mão do lado 
esquerdo em movimento circular)
Fonte: Disponível em: <www.
ines.gov.br/dicionariolibras>. 
Acesso em: 12 abr. 2011.
Figura 12 - Futuro (movimenta-se 
para frente) Fonte: Disponível em: 
<http://deolhonofuturoatividades.
blogspot.com/2009/04/blog-post.
html> . Acesso em: 12 abr. 2011.
27
Libras Capítulo 1 
Atividade de Estudos: 
1) O que você compreende sobrea descontinuidade da Língua de 
Sinais Brasileira.
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 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
d) Criatividade e produtividade
Os sinais podem ser produzidos em infinitas sentenças, seguindo de 
um conjunto finito de regras gramaticais da língua de sinais. São produtivas 
e criativas, assim como quaisquer outras línguas de diversas modalidades 
(escrita, visual, falada, retórica, etc.). 
Abaixo você tem a indicação de dois sites que ilustram a 
criatividade na língua brasileira de sinais, vale a pena você assisti-los. 
Rap em Libras - http://www.youtube.com/watch?v=ylyltLkVINw
SMS em Libras - http://www.youtube.com/watch?v=0PxbHlBWWgY
e) Dupla Articulação
A língua de sinais só funciona quando as duas articulações formam uma 
combinação. Por exemplo, uma unidade mínima por si só não tem significado, 
mas quando juntar outra unidade mínima, qualquer que seja Configuração de 
Mãos, Ponto de Locação ou Movimentos, pode dar significado e sentido. Veja 
o exemplo abaixo:
A língua de sinais 
só funciona quando 
as duas articulações 
formam uma 
combinação.
28
 Língua Brasileira de Sinais
 Figura 14 – Exemplo de dupla articulação
Fonte: Disponível em: <www.ines.gov.br/dicionariolibras>. 
Acesso em: 12 abr. 2011. (Com adaptações).
Atividade de Estudos: 
1) Pesquise exemplos de dupla articulação na língua brasileira de 
sinais. 
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 _________________________________________________
 _________________________________________________
 _________________________________________________
Juntando as 3 unidades 
mínimas (Configuração de 
Mãos + Movimento + Ponto 
de Locação) = Pesquisar
Movimento (uma 
unidade mínima)
Ponto de Locação (uma 
unidade mínima)
 
 
 
Configuração de Mãos 
(uma unidade mínima)
(palma da mão)
29
Libras Capítulo 1 
f) Padrão
A língua de sinais tem um conjunto de regras convencionadas pela 
comunidade Surda e não pode ser produzida de modo incorreto. Assim 
como todas as línguas, as regras devem ser observadas visualmente. Vamos 
observar os exemplos de sinais errados e certos abaixo:
 
g) Dependência estrutural
A língua de sinais, assim como outras línguas, tem suas relações 
estruturais entre os elementos e não ocorrem ao acaso. Vamos ver os 
exemplos abaixo:
• J-U-L-I-O AMAR ++++(aspecto durativo) 
• AMAR++++(aspecto durativo) J-U-L-I-O
• FACULDADE SINAL
• SINAL FACULDADE
A língua de sinais 
tem um conjunto de 
regras convencionadas 
pela comunidade 
Surda e não pode ser 
produzida de modo 
incorreto. 
certo
certo
Figura 15 – Sinais corretos e errados na língua de sinais.
Fonte: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/acessasp/3977486434/
in/photostream/>. Acesso em: 12 abr. 2011.
errado
errado
30
 Língua Brasileira de Sinais
Atividade de Estudos: 
1) Comente sobre a dependência estrutural da língua de sinais 
brasileira. 
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
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 ___________________________________________________
 
Seria interessante ver a história do Pinóquio em Língua de 
Sinais Brasileira. Nele, você poderá ver as infinitas possibilidades 
que a língua de sinais oferece por ser uma língua criativa, produtiva 
e é de tirar o fôlego!
Link: http://www.youtube.com/watch?v=WNh4-sHwU1E
os sistemas de transCrição das Línguas de 
sinais
Há algumas questões que podem ser pensadas na pesquisa de língua de 
sinais e sua tradução, por exemplo: Como vamos traduzir de modo fidedigno 
a língua de sinais através dos sinalizantes? Somos capazes de captar todos 
os sinais e sua expressividade através de expressões faciais? Há tantas 
questões que podem ser resolvidas com uma ferramenta: transcrição de dados 
de língua de sinais. A transcrição de língua de sinais é muito importante para 
a pesquisa de qualquer língua de sinais do mundo. Através dela, podemos 
estudar, analisar, perceber, pesquisar, descrever, em todos os níveis de 
análise, uma língua (fonológico, morfológico e sintático). Esta ferramenta é 
recente nos estudos linguísticos de língua de sinais. Stokoe (1960) foi quem 
realizou o primeiro trabalho com a Língua de Sinais Americana (ASL). A partir 
de então, as línguas de sinais foram reconhecidas como língua, graças às 
pesquisas analíticas e científicas. 
31
Libras Capítulo 1 
Aqui no Brasil, a introdução da transcrição de língua de sinais foi realizada 
pela linguista Brito (1982). O processo de transcrição de dados, desde 
então, vem sofrendo adaptações de metodologias porque a língua de sinais, 
através da modalidade gesto-visual e trimendisional, dificulta a captação de 
cada detalhe e do espaço de sinais. Os avanços tecnológicos propiciaram 
uma melhor descrição das línguas de sinais, conforme apresentam Quadros; 
Pizzio (2007). Outros autores, McCleary e Viotti (2007), mostraram a grande 
dificuldade nos sistemas de notação, ou seja, nas formas de representar os 
sinais nos sistemas de transcrição de dados porque cada grupo de pesquisa 
utiliza uma notação diferente ou adaptações de um mesmo sistema de notação, 
de acordo com seu objeto de estudo, dificultando, assim, a padronização e 
propõem, no futuro, o armazenamento dos trabalhos coletados em um único 
banco de dados, acessível a qualquer pesquisador. 
a) Sistema de Transcrição para a LIBRAS 
As línguas de sinais têm características próprias e existem sistemas 
de convenções. Antigamente, usavam-se estas convenções (veja tabela a 
seguir) para escrevê-las, utilizando vídeo para reproduzir a distância. Este 
sistema, conforme Felipe (1988,1991,1993), é um “Sistema de notação 
em palavras” porque as palavras de uma língua oral-auditiva são utilizadas 
para representar aproximadamente os sinais. Estas convenções vêm sendo 
utilizadas para poder representar, linearmente, uma língua espaço-visual, que 
é tridimensional. Veja abaixo a tabela comparando os estudos de Brito (1982) 
e Felipe (1988,1991,1993).
Sistema de notação 
em palavras” porque 
as palavras de uma 
língua oral-auditiva 
são utilizadas 
para representar 
aproximadamente 
os sinais.
CATEGORIAS BRITO (1984) FELIPE (1988,1991,1993)
GLOSA
Letra maiúscula em português para 
conceitos da LIBRAS:
HOMEM TRABALHAR MUITO.
O verbo vem sempre na forma infi-
nitiva, posto que não há flexão para 
modo e tempo verbal em LIBRAS.
Os sinais da LIBRAS, para efeito 
de simplificação, serão repre-
sentados por itens lexicais da 
Língua Portuguesa (LP) em letras 
maiúsculas. Exemplos: CASA, 
ESTUDAR, CRIANÇA, etc.
PALAVRA 
COM HÍFEN
Quando duas ou mais palavras em 
português são necessárias para tra-
duzir o conceito que é representado 
por um único sinal em LIBRAS, eles 
devem ser ligados por hífen.
NÃO-QUERER, BEBER-PINGA, 
COMER-MAÇÃ.
Um sinal, que é traduzido por 
duas ou mais palavras em língua 
portuguesa, será representado 
pelas palavras corresponden-
tes, separadas por hífen, por 
exemplo: CORTAR-COM-FACA, 
QUERER-NÃO “não querer”, 
MEIO-DIA, AINDA-NÃO, etc.
32
 Língua Brasileira de Sinais
SINAL COM-
POSTO
Um sinal composto, formado por 
dois ou mais sinais, que será 
representado por duas ou mais 
palavras, mas com a ideia de 
uma única coisa, serão separa-
dos pelo símbolo ^, por exemplo: 
CAVALO^LISTRA (zebra).
DATILOLOGIA
Usamos letras separadas pelo hífen 
quando se trata de soletração digital:
#J-O-Ã-O#R-I-O
Este tipo de soletração é usado 
quando se trata denome próprio de 
pessoa e de lugar ou, então, quando 
não há sinal para o conceito expresso 
na palavra da Língua Portuguesa. É 
o caso dos empréstimos, marcados 
por #.
A datilologia ( alfabeto manual), 
que é usada para expressar 
nome de pessoas, de localidades 
e outras palavras que não pos-
suem um sinal, está represen-
tada pela palavra separada, letra 
por letra, por hífen, por exemplo: 
J-O-Ã-O, A-N-E-S-T-E-S-I-A.
SINAL SOLE-
TRADO
O sinal soletrado, ou seja, uma 
palavra da língua portuguesa 
que, por empréstimo, passou a 
pertencer à LIBRAS por ser ex-
pressa pelo alfabeto manual com 
uma incorporação de movimento 
próprio desta língua, está sendo 
representado pela datilologia do 
sinal em itálico, por exemplos: 
R-S “reais”, A-C-H-O, QUM 
“quem”, N-U-N-C-A, etc.
DESINÊNCIAS
Como se pode observar em Verbo-
Direcional e Pronomes (tabela a 
seguir), não há marcação de gênero 
nem nos verbos com flexão ou dire-
cionais e nem nos pronomes. Assim, 
se a pessoa é do sexo feminino, esta 
informação deverá ser inferida através 
do contexto. No caso de ambigu-
idade, o enunciador pode se servir 
do sinal feminino (sinal que aparece 
nas expressões menina em oposição 
a menino) após o pronome ou antes 
dele.
Na LIBRAS não há desinências 
para gêneros (masculino e 
feminino) e número (plural), o 
sinal, representado por palavra 
da Língua Portuguesa que possui 
estas marcas, está terminado 
com o símbolo @ para refor-
çar a ideia de ausência e não 
haver confusão, por exemplo: 
AMIG@ “amiga(s) e amigo(s)” , 
FRI@ “fria(s) e frio(s)”, MUIT@ 
“muita(s) e muito(s)”, TOD@, 
“toda(s) e todo(s)”, EL@ “ela(s), 
ele(s)”, ME@ “minha(s) e 
meu(s)” etc.
33
Libras Capítulo 1 
TRAÇOS NÃO 
MANUAIS
As expressões faciais e corporais 
podem expressar interrogação 
(___ ____), exclamação (__!___), 
topicalização (__t___), negação 
(___ñ___), intensidade (___int___), 
força ilocucionária (___EFp____), no 
caso de um pedido, (___EFo___), no 
caso de uma ordem, etc., e serão re-
presentadas, respectivamente, pelos 
símbolos abaixo, entre os pontilhados 
acima da porção do enunciado onde 
elas aparecem:
__t___
CARRO, EU COMPRAR NOVO (Eu 
comprei um carro novo)
__ ___
NOME, pro2 (Qual é o seu nome )
___!____
BONITO Loc1 (Que bonito isto aí!)
___ñ____
ACREDITAR VOCÊ (Não acredito em 
você)
Os traços não-manuais: ex-
pressões facial e corporal, que 
são feitos simultaneamente com 
um sinal, estão representados 
acima do sinal ao qual está 
acrescentando alguma ideia, que 
pode ser em relação ao: 
 a) tipo de frase ou advérbio 
de modo: interrogativa ou ... i ... 
negativa ou ... neg ... etc. 
 Para simplificação, serão 
utilizados, para a representação 
de frases nas formas exclamati-
vas e interrogativas, os sinais de 
pontuação utilizados na escrita 
das línguas orais-auditivas, ou 
seja: !, ? e ?! 
 b) advérbio de modo ou um 
intensificador: muito rapidamente 
exp.f “espantado” etc. 
 Exemplos: 
exclamativo 
 NOME
TRAÇOS NÃO 
MANUAIS
VERBOS COM 
CONCORDÂN-
CIA DE GÊNE-
RO ATRAVÉS 
DE CLASSIFI-
CADORES
Os verbos que possuem con-
cordância de gênero (pessoa, 
coisa, animal), através de classifi-
cadores, estão representados 
por um tipo de classificador em 
subscrito. Exemplos: 
pessoaANDAR, 
veículoANDAR, 
coisa-arredondadaCOLOCAR, 
etc.
34
 Língua Brasileira de Sinais
VERBOS COM 
CONCORDÂN-
CIA DE LUGAR 
OU NÚMERO-
PESSOAL
Os verbos que possuem con-
cordância de lugar ou número-
pessoal, através do movimento 
direcionado, estão representados 
pela palavra correspondente 
com uma letra em subscrito que 
indicará: 
a) a variável para o lugar: 
i = ponto próximo à 1a pessoa, 
j = ponto próximo à 2a pessoa, 
e k’ = pontos próximos à 
3a pessoas, e = esquerda, 
d = direita; 
b) as pessoas gramaticais: 
1s, 2s, 3s = 1a, 2a e 3a pes-
soas do singular; 
1d, 2d, 3d = 1a, 2a e 3a pes-
soas do plural; 
1p, 2p, 3p = 1a, 2a e 3a pes-
soas do plural; 
Exemplos: 
1s DAR2S “eu dou para “você”, 
2sPERGUNTAR3P “você per-
gunta para eles/elas”, 
 kdANDARk,e “andar da direita 
(d) para à esquerda (e)
PLURAL
Às vezes, há uma marca de plu-
ral pela repetição do sinal. Esta 
marca será representada por 
uma cruz no lado direto, acima 
do sinal que está sendo repetido: 
 Exemplo: GAROTA + 
35
Libras Capítulo 1 
SINAL COM 
DUAS MÃOS
Quando um único enunciado é real-
izado com ambas as mãos ao mesmo 
tempo, colocam-se os sinais simultâ-
neos um acima do outro, isto é, em 
linhas diferentes, vindo na primeira 
linha o(s) sinal(is) realizado(s) com a 
mão dominante (mão direita para os 
destros).
Outras estratégias podem ser utiliza-
das na transcrição de enunciados 
e textos, porém, estas são as mais 
básicas e nos limitaremos a elas, que 
constam no livro da autora Lucinda 
Brito.
Quando um sinal, que geralmen-
te é feito somente com uma das 
mãos, ou dois sinais estão sendo 
feitos pelas duas mãos simulta-
neamente, serão representados 
um traço abaixo do outro com 
indicação das mãos: direita (md) 
e esquerda (me). 
 Exemplos: 
IGUAL (md) PESSO@-MUIT@
ANDAR (me) 
IGUAL (me) PESSOAEM-PÉ 
(md).
VERBO DIRE-
CIONAL
Quando o verbo é direcional, isto é, 
apresenta flexão, marcando sujeito e 
objeto, usamos números de 1 a 3 para 
marcar as pessoas no singular ou 1p, 
2p e 3p para as pessoas do plural.
1DAR2 LIVRO (Eu dei o livro para 
você)
3pTELEFONAR1 ONTEM (Elas/eles 
me telefonaram ontem)
3PERGUNTAR1p VERDADE (Ele/Ela 
nos disse a verdade).
PRONOMES
Os pronomes em LIBRAS são repre-
sentados da seguinte forma:
pro3 NÂO-GOSTAR pro1 (Ela/ele não 
gosta de mim)
PRONOME DE-
MONSTRATIVO 
OU ADVÉRBIO 
DE LUGAR
Os pronomes demonstrativos e os 
advérbios de lugar são representados 
por
Loc i - este/aqui
Loc j – esse/aí
Loc k – aquele/a, ali/lá
Loc é o símbolo para locativo.
36
 Língua Brasileira de Sinais
CLASSIFICA-
DORES
Os classificadores são representados 
pelas iniciais CL: acompanhadas de 
símbolos de configuração de mãos 
que são utilizadas para representar a 
classe semântica que representam.
CARRO CL: V BATER CL: G1 POSTE 
(O carro bateu no poste)
 Quadro 1 – Comparação dos estudos de Brito (1995) e Felipe (1988, 1991, 1993).
Fonte: Disponível em: <http://www.ines.gov.br/ines_
livros/37/37_003.HTM>. Acesso em: 12 abr. 2011.
Atividade de Estudos: 
1) Para praticar a transcrição de língua de sinais, use os sistemas 
de Brito e Felipe para analisar os sinais pelo link: http://www.
youtube.com/watch?v=xnK25QJgSYc 
 Resposta abaixo:
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 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________
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b) Sistemas de transcrição em Libras
Com as tecnologias avançadas, foram criados vários sistemas de 
transcrição de dados em línguas de sinais disponíveis, a seguir você poderá 
listamos os sistemas mais utilizados, com uma breve explicação e o link para 
que você possa acessá-los: 
37
Libras Capítulo 1 
BTS - Berkeley Transcription System - Berkeley System (BTS) 
foi projetado para a transcrição de sinais através de vídeos com a 
linguagem ao nível do significado dos componentes. O objetivo do 
sistema BTS é fornecer um meio de transcrever a língua de sinais 
com os seguintes objetivos:
• Compatibilidade com programas de chat formato e CLAN (Childes);
• representação linear numa linha contínua digitada,utilizando 
apenas caracteres ASCII;
• representação ao nível do significado dos componentes;
• A representação plena de elementos de verbos polycomponential;
• representação dos elementos manual e não-manual;
• representação de seu olhar, desvio de função, atenção visual;
• representação de gestos e de outros atos comunicativos;
• notação das características de interação adulto-criança (sinais 
das crianças e seus erros, que se sobrepõem através de 
autocorreção).
File Make Pro – Desenvolvido para gerenciar detalhes, 
monitorar, organizar e arquivar fotos, vídeos e outros arquivos 
multimídia, exibir informações da web ao vivo, ligadas aos seus 
dados no seu banco de dados. Possui conexões ao vivo de duas 
vias para os seus dados SQL e suas organizações. Compartilha 
dados com o Windows e Mac simultaneamente através da rede ou 
através da web. Site: <http://www.filemaker.com/>.
ANVIL (Annotation of video and language data). Desenvolvido 
por Michael Kipp, do DFKI (Centro Alemão para Pesquisas em 
Inteligência Artificial), para a anotação de comunicação não-verbal. 
Permite múltiplas trilhas customizáveis para anotações. Disponível 
gratuitamente para fins educacionais e de pesquisa. 
Para plataformas PC, Mac e Unix. Site: <http://dfki.de/~kipp/
anvil/>.
ELAN (EUDICO - Linguistic Annotator). Criado pelo Instituto 
Max Planck de Psicolinguística especificamente para análise 
linguística, está sendo desenvolvido junto a um grupo de 
pesquisadores de línguas de sinais. Permite múltiplas trilhas 
customizáveis para anotações e vídeos simultâneos. Distribuído 
gratuitamente para plataformas PC, Mac e Unix. 
Site: <http://www.lat-mpi.eu/tools/elan/>.
38
 Língua Brasileira de Sinais
CLAN (Computerized Language Analysis). Desenvolvido na 
Universidade
Carnegie Mellon para analisar dados transcritos no formato 
CHILDES. Não é um software específico para transcrição a partir 
de vídeo, mas permite a interligação de trechos da transcrição com 
trechos de áudio e vídeo. Compatível com o Berkeley transcription 
system for sign language research (BTS). Distribuído gratuitamente 
para plataformas PC, Mac e Unix na base de troca de dados com o 
projeto CHILDES. 
Site: <http://childes.psy.cmu.edu/>.
SIGNSTREAM. Desenvolvido pelo American Sign Language 
Linguistic Research Project, da Universidade de Boston, 
especificamente para pesquisa com línguas sinalizadas. 
Permite múltiplas trilhas customizáveis para anotações e vídeos 
simultâneos. Disponível para plataforma Mac, mediante compra de 
licença por uma quantia simbólica. 
Site: <http://www.bu.edu/asllrp/SignStream/>.
TRANSANA. Ferramenta para transcrição e análise qualitativa 
de dados em áudio e vídeo, desenvolvida no Wisconsin Center for 
Education Research. Permite interligação de trechos da transcrição 
com trechos de áudio e vídeo. Transcrição livre, sem predefinição 
de trilhas. Disponível gratuitamente para plataforma Windows. 
Site: <http://www.transana.org/>.
Destes vários sistemas de transcrição, o ELAN é o que tem sido utilizado 
pelos pesquisadores, linguistas e bolsistas de projeto de pesquisa de língua de 
sinais aqui no Brasil, na tentativa de padronizar as transcrições da Língua de 
Sinais Brasileira. 
Por esta razão, vamos ler a reprodução da parte do texto base das autoras 
(QUADROS; PIZZIO; REZENDE, 2008, p.39)sobre o ELAN: 
[...] é descrito como uma ferramenta de anotação que 
permite que você possa criar, editar, visualizar e procurar 
anotações através de dados de vídeo e áudio. Foi projetado 
especificamente para a análise de línguas, da língua de 
sinais e de gestos, mas pode ser usado por todos que 
39
Libras Capítulo 1 
trabalham com corpora de mídias, isto é, com dados de 
vídeo e/ou áudio, para finalidades de anotação, de análise 
e de documentação destes. É de fácil interface entre as 
diferentes informações, permitindo um número ilimitado 
de registros determinado pelos pesquisadores. Comporta 
conjuntos de diferentes caracteres e exporta os registros 
como documentos de texto. Através deste sistema, o 
pesquisador pode visualizar diferentes blocos de informação 
simultaneamente (como os vídeos, as glosas, as traduções 
das glosas, as marcas não-manuais, os sons associados 
aos sinais, o contexto, os comentários, entre outros.). 
No momento em que o pesquisador fixa em um ponto 
determinado da transcrição, imediatamente os outros blocos 
de informação relacionados a ela aparecem. Os vídeos 
podem ser salvos como documentos *.mpg ou *.mov e 
visualizados de diferentes formas. Até quatro vídeos podem 
ser visualizados simultaneamente, sendo que os mesmos 
podem ser sincronizados (no caso de vídeos de uma mesma 
imagem, porém de ângulos diferentes) com o mesmo tempo. 
É possível, inclusive, abrir uma tela exclusiva para os vídeos 
que podem ser rodados no tamanho da tela e facilitar a 
visualização de detalhes. Os vídeos podem ser rodados em 
diferentes velocidades e cada quadro pode ser localizado 
apresentando-se uma variedade grande de opções (próximo 
quadro, quadro anterior, começo do vídeo, final do vídeo, 
volta um segundo, segue um segundo, volta um pixel (menor 
unidade de imagem)). 
aLgumas Considerações
Apresentamos, neste capítulo, os objetivos, as funções e a competência 
dos linguistas da área de língua de sinais. Para ter a “imersão” da Língua de 
Sinais Brasileira, é fundamental ter na mente a ampliação de conhecimento 
sobre o uso das propriedades da Língua de Sinais Brasileira utilizada pela 
comunidade Surda. E para ambientar, gravar, analisar os dados da língua 
de sinais, use os vários sistemas de transcrição de sinais, de acordo com a 
possibilidade, o tempo e a facilidade do manuseio das ferramentas na prática 
de transcrição. Com o desenvolvimento da tecnologia, a ferramenta de 
transcrição ficou mais fácil e acessível ao público em geral.
referênCias
BRASIL. Lei no 10.436 de 24 de abril de 2002. Estabelece as diretrizes e 
bases da educação nacional. Brasília: MEC. Disponível em: < http://www.
planalto.gov.br/ccivil/leis/2002/L10436.htm>. Acesso em: 25 maio 2011.
40
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 Língua Brasileira de Sinais

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