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AV2 DIREITO EMPRESARIAL-

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Disciplina: CCJ0133 / DIREITO EMPRESARIAL APLICADO I Data: 23 / 06 / 2020 
Período: 2020.1 / AV2 Turma: 1001 
 
1) (Reuters - 21/05/201 0) A Petrobras deu nesta sexta -feira o primeiro passo corporativo 
para realizar a capitalização da companhia, marcando para o dia 22 de junho assembleia 
geral extraordinária para aumentar o capital da companhia e autorizar o Conselho de 
Administração a definir o volume financeiro que será incorporado. A proposta que será 
levada à assembleia - que na verdade é uma mera formalidade já que a União é majoritária e 
decide a alteração - é aumentar o limite quantitativo de ações preferenciais para 2,4 bilhões 
mantido o montante de 60 bilhões de reais, e inserir cláusula para determinar um limite de capital 
autorizado para ações ordinárias no montante de 90 bilhões de reais, mediante a e missão de 
ações ordinárias no limite de 3,2 bilhões de ações. A Lei da S/A em seu art. 138 § 2º determina que 
as Cias. Abertas e as de capital autorizado deverão necessariamente ter Conselho de 
Administração. O que são Cias de capital autorizado? 
 
R: Companhias de capital autorizado são aquelas que, obrigatoriamente precisam ter um Conselho de 
Administração como órgão da companhia, tem a previsão expressa da alteração do capital social em seu 
estatuto, o que permite aumentar até o limite estipulado, o valor do seu capital social ou o número de 
ações, e os tipos e espécies de ações que poderão ser emitidas, atendendo o que for necessário para a 
companhia em um dado momento, sem a necessidade de fazer alteração estatutária. 
 
2) Uma empresa formada por cinco amigos, pretendendo explorar uma atividade econômica, 
funda, com sede no Maranhão, São Luís, uma S.A., sob a denominação social “BANCO CRÉDITO 
FÁCIL S.A”, teve seu capital formado com 40% das ações – todas preferenciais sem direito a voto, 
subscritas por duas instituições financeiras. As ações ordinárias restantes, correspondentes a 
60% do capital social, foram subscritas pela Fundadora, que não deseja que as ações da Cia. 
sejam negociadas em Bolsa. Na Assembléia de constituição da Cia., após deliberação, os 
acionistas presentes deram por constituída a Cia. e escolheram os primeiros administradores e 
membros do Conselho Fiscal. 
 
Em virtude desta situação, você como advogado contratado para emitir um parecer sobre a 
existência de alguma formalidade a ser seguida para a constituição desta sociedade, 
fundamentando a sua posição. 
R: Para haver a constituição da companhia, por ser uma empresa de caráter financeiro bancário é preciso 
obter autorização do Banco Central, e também são necessários que sejam atendidos os requisitos 
previstos no artigo 80, incisos I, II, III da Lei 6.404/76 como disposto: “Art. 80: A constituição da 
companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares: I - subscrição, pelo menos por 
2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto; II - realização, 
como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em 
dinheiro; III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela 
Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.”, para a empresa poder de 
fato ser constituída, de acordo com todas as formalidades existentes. 
3) Um dos sócios de certa sociedade em comum ajuizou ação de execução contra Filarmônica 
Instrumentos Musicais Ltda., em razão do inadimplemento de várias obrigações. No curso do 
processo, o exequente constatou a confusão patrimonial entre os bens da pessoa jurídica 
devedora e de seus três sócios, razão pela qual pretende requerer ao juízo competente a 
desconsideração da personalidade jurídica de Filarmônica Instrumentos Musicais Ltda. Em 
decorrência deste fato hipotética, existe a razão apontada é suficiente para provocar a 
desconsideração da personalidade jurídica de Filarmônica Instrumentos Musicais Ltda.? 
 
R: A razão apontada é suficiente para provocar a desconsideração, pois inadimplemento de obrigações é 
requisito necessário para a desconsideração da personalidade jurídica prevista no artigo 28, caput do 
Código de Defesa do Consumidor, já confusão patrimonial é requisito necessário de desconsideração da 
personalidade jurídica, conforme previsto no artigo 50 do Código Civil, que diz: “Em caso de abuso da 
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz 
decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os 
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidas aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica.”. 
 
4) Três amigos, pretendendo explorar uma atividade econômica de instituição financeira, funda, 
com sede no Rio Grande do Sul, Porto Alegre, uma S/A, sob a denominação social BANCO LUCRO 
CERTO S.A.. O capital social foi formado com 40% ações do tipo preferenciais sem direito a voto, 
subscritas por duas instituições financeiras. As ações ordinárias restantes, correspondentes a 
60% do capital social, foram subscritas em partes iguais pelos três amigos, que não desejam que 
as ações da Cia, sejam negociadas em bolsa. Na Assembleia de constituição da Cia., após 
deliberação, os acionistas presentes deram por constituída a Cia. E escolheram os primeiros 
administradores e membros do Conselho Fiscal. Na qualidade de advogado, os sócios da 
companhia o consultam sobre quais as formalidades exigidas por lei para constituição desta 
sociedade, de acordo com a nossa legislação atual. Qual seria o seu parecer sobre este assunto. 
 
R: O parecer para o caso é que por se tratar de instituição financeira bancária, é necessário ter 
autorização do Banco Central para funcionar, além de ser necessário atender aos requisitos previstos no 
artigo 80 e incisos I, II e III da Lei 6.404/76 que preveem as formalidades de: subscrição de pelo menos 
duas pessoas de todas as ações em que o capital social é dividido, entrada de no mínimo 10%, do preço 
de emissão das ações subscritas em dinheiro, depósito no Banco do Brasil S/A ou em outro 
estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários. 
 
5) José Mário, Roberto Carlos e Romário são sócios de uma sociedade anônima no ramo 
educacional. O capital social foi constituído por meio de subscrição de 250.000 ações, todas com 
valor nominal de R$ 1,00 cada. José Mário, preferencialista de classe “A”, é o acionista titular de 
120.000 do total de ações. Roberto Carlos é o acionista controlador titular de 125.000 de ações 
ordinárias que, por força de lei, pertencem a uma única classe. E, Romário é titular do restante, no 
total de 5.000 ações preferenciais da classe “B”. Todos os sócios já integralizaram seus 
montantes, com exceção de Romário que realizou apenas 30% do preço de emissão das ações 
subscritas por ele. Considerando o texto apresentado, atendendo as normas do direito societário, 
esclareça ao seu cliente se o percentual de distribuições de ações ordinárias e preferenciais 
atende à norma da lei específica, de forma fundamentada. 
 
R: De acordo com o caso, o percentual de distribuição de ações ordinárias e preferenciais feitos por José 
Mário, Roberto Carlos e Romário atende à norma da lei específica, pois a soma das ações preferenciais 
totaliza 50%, e a Lei 6.404/76 prevê no artigo 15, § 2º que “o número de ações preferenciais sem direito a 
voto, ou sujeitas à restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do 
total das ações emitidas.”, já quanto às ações ordinárias a lei 6.404/76 é omissa.

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