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Disciplina: CCJ0037 / DIREITO PROCESSUAL CIVIL III Data: 30 / 06 / 2020 Período: 2020.1 / AV3 Turma: 1001 1) Ana Flávia dirigia seu carro em direção à sua casa de praia quando, no caminho, envolveu- se em um acidente grave diante da imprudência de outro veículo, dirigido por Sávio, que realizou ultrapassagem proibida. Como consequência do acidente, ela permaneceu no hospital por três dias, ausentando-se de seu consultório médico, além de ter ficado com uma cicatriz no rosto. Como apenas o hospital particular da cidade oferecia o tratamento adequado e ela não possuía plano de saúde, arcou com as despesas hospitalares. Ciente de que o automóvel de Sávio está segurado junto à seguradora Fique Seguro Ltda., com cobertura de danos materiais, Ana Flávia ajuizou ação em face de ambos. Sávio e a seguradora apresentaram contestação, esta alegando a culpa exclusiva de Ana Flávia e a impossibilidade de figurar no polo passivo. Em seguida, o juízo determinou a exclusão da seguradora do polo passivo e o prosseguimento da demanda exclusivamente em face de Sávio. Tendo em vista o caso exposto, qual o recurso cabível contra a decisão? Qual o seu fundamento? R: O recurso cabível contra a decisão interlocutória que versa sobre exclusão do litisconsorte é o agravo de instrumento, sendo possível ajuizar diretamente em face de Sávio e da seguradora Fique Seguro LTDA, sem precisar esperar que Sávio denuncie a lide em face da seguradora. O que não seria possível no caso exposto seria o ajuizamento exclusivo em face da seguradora Fique Seguro LTDA, pois a mesma não tem legitimidade para figurar no polo passivo sozinha, conforme entendimento sumulado do STJ, na súmula 529 do STJ. 2) Napoleão ingressa com ação contra a Empresa de Transportes Ando a Mil LTDA. Na inicial, requer a concessão de gratuidade de justiça, já que não tem condições de arcar com as custas e despesas processuais. O Magistrado nega a gratuidade, expondo em sua decisão, que o Napoleão não deve ser beneficiado com a gratuidade de justiça, pois é empresário e tem condições de arcar com as despesas processuais. Diante desse quadro, o que o(a)advogado(a) de Napoleão deve fazer? Explique. R: O advogado de Napoleão deverá ingressar com recurso de agravo de instrumento, que é o recurso cabível contra a decisão interlocutória que versa sobre indeferimento do pedido de gratuidade da justiça, com a finalidade de reverte-la baseada no artigo 1015, V do Código de Processo Civil. 3) Qual o objeto da Apelação? R: O objeto da apelação é a busca de um reexame pelo tribunal das questões de fato e de direito contidas no processo, interpondo recurso diante de decisão judicial proferida seja ela definitiva ou terminativa, por juiz de primeiro grau, por meio de reforma parcial ou total, ou ainda por meio de invalidação, podendo ser feita pelo próprio juiz que a proferiu ou por juiz de instância superior. 4) Fulano (autor) ajuíza ação contra a União em razão de não terem sido computados pontos no concurso público que prestou. Se tivessem sido validados os pontos alegados, o autor teria sido aprovado. É feito pedido de tutela de urgência (nomeação para o cargo), que é concedida. Após audiência de conciliação (sem transação), a União apresenta Contestação e o caso vai para julgamento antecipado do mérito (art. 355). Na sentença, é confirmado o pedido de nomeação para o cargo. A Apelação interposta contra esta sentença possui quais efeitos? R: O recurso de Apelação será dotado apenas de efeito devolutivo. 5) João Vitor é autor em ação de alimentos proposta em face de sua mãe, Julia de Souza. O pleito formulado consiste na condenação de prestação alimentícia mensal no valor correspondente a 20% sobre os ganhos líquidos de sua mãe, que é magistrada na cidade de Niterói, através de depósitos feitos pela mesma na conta corrente do pai do autor. O pedido é julgado procedente e a Ré, Julia de Souza é condenada a pagar a pensão alimentícia exatamente no percentual requerido. Todavia, o magistrado prolator da sentença, não estabelece em seu julgado se tal percentual incidirá sobre o décimo terceiro salário da alimentante. Pergunta-se: a) Para que não reste dúvida sobre a incidência ou não sobre o décimo terceiro salário, o que pode ser feito? Por quem? b) Havendo recurso interposto pela alimentante para a reforma da sentença, o mesmo tem o efeito de suspender a eficácia da decisão condenatória A) Pode haver ingresso de embargos de declaração podendo ser interposto tanto pelo autor ou pelo réu da ação, a fim de sanar as dúvidas sobre a incidência ou não sobre o décimo terceiro salário na prestação alimentícia mensal, como prevê o artigo 1.022 do Código de Processo Civil. B) Havendo recurso de interposto pela alimentante Julia de Souza, para a reforma da sentença, será a apelação, e por se tratar no caso concreto de sentença condenatória de prestação alimentícia, o recurso, excepcionalmente, não suspenderá a eficácia da sentença recorrida, permitindo assim, o seu cumprimento provisório.