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@nutri.natallia Dietas com restrição de proteínas Características → Alimentos especialmente elaborados para atender às necessidades de portadores de EIM, intolerâncias, síndromes de má absorção e outros distúrbios relacionados à ingestão de aminoácidos e/ou proteínas ↳ Estes produtos devem ser totalmente isentos do componente associado ao distúrbio Aminoacidopatias → Erro inato do metabolismo (EIM) → São causadas pela deficiência de enzimas responsáveis pelo metabolismo dos aminoácidos utilizados pelo organismo → Pode ocorrer pela ausência ou pelo mau funcionamento da enzima, provocando acúmulo do aminoácido e de seus catabólitos, que são prejudiciais ao organismo Fenilcetonúria (PKU) → Erro inato do metabolismo de herança autossômica recessiva – a criança precisa receber um gene alterado da mãe e outro do pai para desenvolver o distúrbio → A mutação nesse gene provoca um defeito na codificação de uma enzima, a fenilalanina hidroxilase (PAH) – necessária para transformar o aminoácido essencial fenilalanina em tirosina (aminoácido importante para a estrutura das proteínas) → Deficiência de uma enzima sintetizada pelo fígado, a fenilalanina hidroxilase (PHA) → Pessoas com PKU têm dificuldade para degradar o aminoácido fenilalanina ↳ O excesso deste aminoácido no sangue se transforma num ácido fenilpirúvico, que exerce ação tóxica em vários órgãos, especialmente no cérebro → Crianças com fenilcetonúria têm como defeito bioquímico primário a falta da enzima fenilalanina-hidroxilase hepática (FAL-OH) que converte a fenilalanina em tirosina → A fenilalanina é um aminoácido essencial e é encontrado em quase todos os alimentos ↳ Com exceção da gordura pura e do açúcar @nutri.natallia Metabolismo da fenilalanina → Apenas uma pequena parte é usada para a síntese de proteínas ↳ A maior parte é oxidada em tirosina e uma porção menor em outros metabólitos – ácido fenilpirúvico → A fenilalanina é convertida em tirosina pela enzima fenilalanina hidroxilase (PHA) tendo como cofator a tetraidrobiopterina (BH4) → A PHA consiste de 2 componentes, um dos quais é lábil e só é encontrado no fígado – esse sistema é afetado na fenilcetonúria → Metabolismo normal: → Metabolismo alterado: Classificações da doença → De acordo com o erro metabólico envolvido, que se reflete sobre a atividade maior ou menor da enzima fenilalanina hidroxilase (PAH), e os níveis plasmáticos de fenilalanina, a doença admite a seguinte classificação: ⦁ Fenilcetonúria clássica: enzima quase ausente e níveis plasmáticos de fenilalanina elevados – é a forma mais grave da doença; sem tratamento, o portador desenvolve lesões cerebrais irreversíveis ⦁ Fenilcetonúria leve: índices moderados de um e outro componente – os pacientes dependem do tratamento para controlar a evolução da doença ⦁ Hiperfenilalninemia transitória ou permanente: atividade superior de PAH e inferior de fenilalanina – quadro benigno sem manifestações clínicas Sinais e sintomas → O início dos sintomas ocorre na infância → Os sinais e sintomas ocorrem dos 3 aos 6 meses de vida: @nutri.natallia ⦁ Retardo mental – no desenvolvimento e crescimento ⦁ Microcefalia ⦁ Hiperatividade ⦁ Diminuição da pigmentação comparada aos outros membros da família ⦁ Erupção da pele, lesões cutâneas semelhante ao eczema ⦁ Crises convulsivas e tremores ⦁ Modo de andar anormal, movimentos descoordenados de pernas e braços ⦁ Urina apresenta-se com odor incomum (urina de rato) ⦁ Pele, cabelos e olhos claros – a fenilalanina não se converte em tirosina, aminoácido envolvido na síntese de melanina, o pigmento que dá cor à pele e cabelo ↳ Os bebês geralmente possuem pele, cabelo e olhos mais claros do que seus irmãos que não sofrem dessa doença Diagnóstico → Triagem neonatal (teste do pezinho) → suspeita diagnóstica → níveis séricos de fenilalanina ≥ 240 μmol/L → Triagem neonatal – teste no 5° dia de vida ↳ É recomendado que o sangue seja colhido após 48 horas do nascimento, para garantir que o RN tenha sido alimentado, evitando assim resultados falso-negativos ⦁ Permite o início do tratamento precoce ⦁ A criança afetada é normal ao nascer – o fígado materno protege o feto ⦁ Quando detectada e tratada precocemente evita o retardo mental Tratamento precoce → Idade – ideal até os 21 dias – o tratamento iniciado em idade oportuna evita o aparecimento dos sintomas da doença → Níveis sanguíneos – > 600 μmol/L → Manter níveis sanguíneos de fenilalanina adequados – evitando lesões ao SNC ↳ Fenilalanina em excesso e seus catabólitos, produzem efeito tóxico nas funções somáticas e do SNC, levando à perda de capacidade intelectual → O tratamento deve ser feito por toda a vida → O tratamento consiste basicamente em duas intervenções: ⦁ Restringir o consumo de alimentos que contêm fenilalanina – porém esta deve estar em quantidade suficiente, de forma a evitar uma síndrome carencial, por se tratar de um aminoácido essencial @nutri.natallia ⦁ Introduzir fórmulas metabólicas específicas com os nutrientes necessários de acordo com as exigências dietéticas de cada paciente ⦁ Suplementação de tirosina e aminoácidos essenciais Objetivos do tratamento ⦁ Manter os níveis sanguíneos de fenilalanina de acordo com o recomendado para fenilcetonúricos ⦁ Evitar as manifestações clínicas da doença – como danos neurológicos e atraso mental graves e irreversíveis ⦁ Oferecer quantidades adequadas de fenilalanina, proteínas, calorias e micronutrientes ⦁ Promover o crescimento e desenvolvimento adequado Dieta do fenilcetonúrico ⦁ 1° mês de vida – leite materno ou fórmula infantil ⦁ Outras faixas etárias – dieta natural vegetariana ⦁ Alimentos energéticos isentos ou com baixo teor de fenilalanina ⦁ Fórmula metabólica isenta de fenilalanina e com reposição de tirosina → Alimentos energéticos isentos ou com baixo teor de fenilalanina: ⦁ Óleos ⦁ Margarinas ⦁ Açúcar ⦁ Groselha ⦁ Goiabada ⦁ Tapioca ⦁ Amidos → A dieta deve ser suplementada com produtos especiais como fórmulas para dietas com restrição de fenilalanina ↳ Consistem em uma mistura de AA isentos de fenilalanina, utilizados para suprir aproximadamente 75% da proteína da dieta, sendo a principal fonte de aminoácidos → Alimentos de origem animal e de origem vegetal, ricos em proteínas, estão excluídos da dieta ↳ Proteínas alimentares são extremamente ricas em fenilalanina – é necessário repor através de uma fonte alternativa isenta deste aminoácido → Frutas, vegetais e alguns cereais são mantidos, porém com restrições de quantidade → Adesão à dieta: @nutri.natallia → A recomendação proteica é maior que de indivíduos não fenilcetonúricos, devido aos seguintes fatores: ⦁ Rápida oxidação dos aminoácidos ⦁ Aumento da retenção de N2 – crescimento ⦁ Melhora do controle metabólico – por prevenção do catabolismo e por estímulo ao anabolismo ⦁ Tolerância a maior ingestão de proteína natural – qualidade de vida. ⦁ Competição dos AA na barreira hemato-encefálica → Características especiais por faixa etária: ⦁ Pré-escolar – início das transgressões ⦁ Escolar – orientação para as escolas ⦁ Adolescentes – avaliar necessidade de cálcio, reforçar o uso da mistura de aminoácidos, características da idade ⦁ Gestantes – controle rígido dos níveis de fenilalanina no sangue → ADULTOS ⦁ A prescrição de fenilalanina no cardápio diário para um adulto jovem fica em torno de 460mg para mulheres e 750mg para homens ⦁ Em termos práticos, a dieta é elaborada abolindo-se todos os tipos de carnes, leites naturais e ovos da alimentação, por serem muito ricos em fenilalanina ↳ Uma porção de 100g de carne de vaca magra por exemplo, chega a conter 770mg de fenilalanina, e a mesma porção de frango contém cerca de810mg do aminoácido Fórmulas utilizadas → A fórmula deve suprir a recomendação de tirosina em 100 a 120mg/kg/dia e o total de AA deve ser no mínimo de 3g/kg/dia (< 2 anos) e deve se manter em 2g/kg/dia (> 2 anos) → As fórmulas de AA atualmente existentes são importadas, sendo disponibilizadas aos pacientes através do Programa Nacional de Triagem Neonatal, do Ministério da Saúde → As fórmulas para dietas com restrição de fenilalanina, substitutas de proteínas, podem ter diferentes composições: ⦁ Fórmulas de AA isentas de fenilalanina, enriquecidas com vitaminas e minerais ⦁ Fórmulas de AA isentas de fenilalanina, mais carboidrato, gordura, enriquecida de vitaminas e minerais ⦁ Tabletes ou cápsulas de AA sem carboidrato, vitaminas e minerais @nutri.natallia ⦁ Barra de AA e outros → As fórmulas são divididas e utilizadas de acordo com a faixa etária, sendo importante utilizar o produto que melhor atenda às necessidades do paciente → Fórmulas comerciais: ⦁ Para crianças até um ano de idade. ⦁ Para crianças maiores de um ano de idade → Benefícios Esperados: ⦁ Parâmetros neuropsicomotores ⦁ Desenvolvimento pondero-estatural ⦁ Melhoria das alterações neuropsicomotores → Fatores relacionados às fórmulas: ⦁ Importado ⦁ Alto custo ⦁ Uso contínuo ⦁ Fracionamento ⦁ Modo de ingestão Aleitamento materno e fenilcetonúria → O bebê com fenilcetonúria pode ser amamentado – desde que haja rigorosa orientação de nutricionista e acompanhamento médico → É necessário o compromisso materno de cumprir as exigências dos controles dos níveis de fenilalanina, por meio de exames sanguíneos frequentes (semanalmente) ↳ Este é um grande desafio e um dos fatores interferentes no tempo de amamentação → As vantagens do AM neste caso são: ⦁ Baixo teor de fenilalanina do leite materno ⦁ Contato mãe-filho ⦁ Qualidade nutricional do LM (LCPufas, fatores imunológicos) ⦁ Minimiza “sentimento de culpa” dos pais ⦁ Praticidade → Seria necessário calcular a quantidade de LM a dar para o bebê, de acordo com os valores de fenilalanina no sangue do bebê e segundo orientação do pediatra ↳ E também, calcular a quantidade de leite de farmácia sem fenilalanina, para completar a alimentação do bebê Dosagens de Fenilalanina ⦁ De 0 a 6 meses – semanalmente @nutri.natallia ⦁ De 6 meses a – 1 ano quinzenalmente ⦁ De 1 a 2 anos – mensalmente ⦁ > 2 anos – a cada 2 meses Atendimento aos pacientes com diagnóstico tardio ⦁ Pode ser instituído a qualquer momento que a família desejar ⦁ Melhora da qualidade de vida ⦁ Realização de coletas sanguíneas venosas ⦁ Avaliação antropométrica é realizada Alimentos fonte de Fenilalanina → A fenilalanina pode ser encontrada em diversos alimentos, tanto de origem animal quanto de origem vegetal – para evitar complicações é importante evitar alguns alimentos, como por exemplo: ⦁ Alimentos de origem animal – carnes, leites e derivados, ovos, peixes, mariscos, e derivados de carnes, como salsicha, linguiça, bacon, presunto ⦁ Alimentos de origem vegetal – trigo, soja e derivados, grão de bico, feijão, ervilha, lentilha, castanhas, amendoim, nozes, amêndoas, avelã, pistache, pinhão ⦁ Adoçantes com aspartame ⦁ Produtos que tenham como ingrediente os alimentos não recomendados, como bolos, bolachas, sorvete e pão → Alto teor de fenilalanina: → Teor médio de fenilalanina – legumes, vegetais e frutas → Baixo teor em fenilalanina: @nutri.natallia ⦁ Frutas – acerola, limão jabuticaba ⦁ Farinhas – polvilho, mandioca ⦁ Doces – açúcar, geleia de frutas, mel, sagu ⦁ Outros – refrigerantes, picolé, balas, pirulito → O rótulo dos alimentos deve conter obrigatoriamente a informação nutricional sobre a presença ou ausência de fenilalanina no produto
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